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USP - 2012 - Acesso Direto PDF
USP - 2012 - Acesso Direto PDF
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INSTRUÇÕES
ATENÇÃO
• Para as questões em que se solicita um número definido N de respostas, serão consideradas na
correção apenas as N primeiras respostas do candidato.
Por exemplo, onde for solicitado 5 respostas, serão consideradas apenas as 5 primeiras.
• Caso seja necessário o uso de medicações, incluir obrigatoriamente a via de administração e
tempo de tratamento. Não serão necessárias as doses dos medicamentos.
• Não será permitida qualquer espécie de consulta, nem o uso de aparelhos eletrônicos.
As imagens de pacientes e de exames complementares exibidos têm prévia autorização para apresentação.
"Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem autorização prévia".
Novembro/2011
edudata
LISTA DE ABREVIAÇÕES VALORES DE REFERÊNCIA PARA ADULTOS
AA - ar ambiente Ácido úrico= 3,4 a 7,0mg/dL
AAS - ácido acetilsalicílico Alanina Aminotransferase (TGP)= inferior a 41U/l
BCF - batimentos cardíacos fetais Amilase= 40 -140 UI/L
bpm - batimentos por minuto Amplitude da distribuição de eritrócitos (RDW)=9,5 a 16%
BRNF - bulhas rítmicas normofonéticas s/ sopros Antígeno prostático especifico total (PSA)= menor que 4 ng/dL
Cr - creatinina Aspartato Aminotransferase (TGO)= inferior a 37U/l
DHEG - Doença Hipertensiva Específ. da Gravidez Bilirrubina direta= inferior 0,5 mg/dL
FC - frequência cardíaca Bilirrubina total= 1,1 mg/dL
FR - frequência respiratória Ca++ iônico= 4,8 a 5,5 mg/dL
Hb - hemoglobina Capacidade de ligação de ferro= 240-450µg/dL
Ht - hematócrito Colesterol total= inferior a 200 mg/dL
IMC - índice de massa corpórea Creatinina= 0,7 a 1,2mg/dL
Ipm - incursões por minuto Creatino Fosfoquinase (CPK) = 40 a 300 U/l
MV - murmúrios vesiculares Desidrogenase láctica (DHL) = 240 a 480 U/L
nG nP nA - DHL= superior a 50 mg/dL
3
número de Gestações, Eosinófilos= 0,05 a 0,5 mil/ mm
número de Partos, Estradiol= 4,0 ng/dL (menacme 1,3 a 21,1 ng/dL)
número de Abortos Ferritina (índice)= 10-80 µg/L
P – pulso Ferro sérico= 60 a 170µg/dL
PA - pressão arterial Fosfatase alcalina (FA)= 40 a 130 U/l
PCR - proteína C reativa Fração de ejeção= maior que 55%
PO - Pós-operatório FSH= 41 UI/L (menacme até 30 UI/L)
Sat O2 - saturação de oxigênio Gama Glutamiltransferase (gama Gt)= 8 a 61 U/l
TEC - tempo de enchimento capilar Glicemia de jejum= 70 a 100mg/dL
Temp. - temperatura axilar Haptoglobina= 30 a 200 mg/dL
U – uréia HDL = superior a 40mg/dL
UBS - Unidade Básica de Saúde Hematócrito (Ht)= 40 a 52%
USG – Ultrassonografia Hemoglobina (Hb) = 12 a 14 g/dL
VHS - velocidade de Hemossedimentação Hemoglobina corpuscular média (HCM)= 27 a 32pg
Hemoglobina glicada= 4-6%
Índice de Segmentação de neutrófilos VN=2-4%; até 5% dos
neutrófilos com 5 lobos
+
K = 3,5-5,0 mEq/L
Lactato= <2,5 mmol/L
LDL= inferior 160 mg/dL
3
Leucócitos= 5.000 a 10.000/ mm
3
Linfócitos= 0,9 a 3,4 mil/ mm
VALORES DE REFERÊNCIA DE HEMOGLOBINA Lipase= 3-73 UI/L
3
(HB) EM g/dL PARA CRIANÇAS Monócitos= 0,2 a 0,9 mil/mm
+
Na = 135-145 mEq/L
3
Recém-nascido= 15 – 19 Neutrófilos= 1,6 a 7,0 mil/ mm
2 a 6 meses= 9,5 – 13,5 PCR= até 4 mg/dL
3
6 meses a 2 anos= 11 – 14 Plaquetas=150.000 a 450.00/mm
3
2 a 6 anos= 12 – 14 Reticulócitos corrigidos= 0,5% a 3,0% (20.000-120.000/mm )
6 a 12 anos= 12 – 15 Saturação de transferrina= 20-50%
T3= 40 a 180 ng/dL
T4 livre= 0,7 - 1,5 ng/dL
TP (INR)= 1,0 a 1,4 -70 à 100%
Triglicérides= inferior a 150mg/dL
TSH= 0,4 - 4,5 µU/mL
TTPA - Até 1,2
Uréia= 10 a 50 mg/dL
VHS= até 20mm/h
VLDL=
FMUSP - Residência Médica 2012 inferior
– Acesso a 30
Direto mg/dL
– Resp. Curtas - 2
Volume corpuscular médio (VCM)= 80 a 100 fl
Caso 1
Lactente, masculino, 1 mês e 7 dias de vida, nascido de termo, sem intercorrências perinatais, é
trazido por sua mãe para consulta de puericultura. A mãe está aflita, pois foi informada pela
maternidade que há uma alteração no “Teste do Pezinho”. A tripsina imuno-reativa, exame de triagem
para fibrose cística, apresentou resultado acima do valor de referência. O exame foi repetido e
confirmado. Apesar disso, diz que seu filho está bem, mamando bem e sem nenhuma outra alteração.
Exame clínico: normal.
QUESTÃO 1. Cite três outras doenças a serem rastreadas pelo Programa Nacional de Triagem
Neonatal.
QUESTÃO 2. Considerando o resultado do teste do pezinho neste caso, cite a próxima conduta
obrigatória em relação ao lactente.
Caso 2
Lactente, masculino, 6 meses de idade, é trazido ao pronto socorro pelos pais, que notaram que a
criança está mais “paradinha” hoje. Os pais informam que a criança nunca apresentou problemas de
saúde antes ou histórico de quedas.
Exame clínico: regular estado geral, corado, hidratado, temp. axilar= 36°C, FR= 46 ipm, Sat O2 = 96%
em AA, FC= 110 bpm. Glicemia capilar 95mg/dL.
Hipotônico, pouco reativo aos estímulos, sonolento, fontanela abaulada.
Pupilas isocóricas, fotorreagentes. Fundo de olho: vide Figura 1.
Figura 1
Figura 2 Figura 3
Caso 3
Uma menina de 4 anos de idade é trazida pela mãe ao pronto-socorro. A mãe refere tê-la encontrado
há cerca de 3 horas brincando com a caixa de remédios da casa. Com a criança havia os seguintes
medicamentos: Paracetamol (gotas - 200 mg/mL), Lorazepam (comprimidos de 2mg), Varfarina
sódica (comprimidos de 2,5 mg), Anlodipino (comprimidos de 5mg). O frasco de Paracetamol foi
encontrado aberto e vazio e as cartelas de comprimidos estavam rasgadas e com vários comprimidos
faltantes. Havia pedaços de comprimidos no chão e a mãe não sabe precisar a quantidade de
medicamento ingerida de fato pela criança. A paciente apresentava quadro de vômitos e apatia.
Exame clínico de entrada: regular estado geral, sonolenta, pontuação na escala de Coma de
Glasgow: 14, algum grau de desidratação, eupneica, corada, anictérica, PA: 90X60mmHg, peso: 18
kg, glicemia capilar: 95mg/dL, oximetria de pulso em AA: 95%. Restante do exame clínico: sem
alterações.
Caso 5
Mulher de 68 anos de idade tem diagnóstico de artrite reumatóide há 5 anos e está em uso de
metrotrexate e cloroquina regularmente. Há 4 dias refere dor intensa em joelho esquerdo e febre, sem
controle com uso de nimesulida e dipirona. Tem antecedente de úlcera gástrica com episódio de
sangramento há 2 anos e utiliza omeprazol. É hipertensa tratada com enalapril.
Exame clínico: regular estado geral, consciente, orientada, emagrecida, desidratada 2+/4+,
PA=110x70 mmHg, P=86 bpm, Temp. axilar: 38oC.
Exame do joelho esquerdo: inspeção: vide Figura 1, sinal da tecla presente, intensa limitação à
movimentação ativa e passiva por dor. Não há sinais inflamatórios nas demais articulações. Restante
do exame clínico: sem alterações.
Figura 1
Figura 2
Figura 2
Considere que a principal hipótese diagnóstica para o quadro agudo foi confirmada.
Mulher de 44 anos de idade, casada, com diagnóstico de diabetes tipo 1 há 24 anos e hipertensão
arterial há 7 anos, comparece ao ambulatório para retorno. Está em uso de insulina NPH humana 18
UI de manhã e 22 UI antes de dormir, insulina regular 4 UI antes do café da manhã, 8 UI antes do
almoço e 4 UI antes do jantar. Faz uso também de hidroclorotiazida e AAS. Apresenta queixa de
dificuldade visual nos últimos 3 meses.
Ao exame clínico: bom estado geral, consciente, orientada, afebril, eupneica, anictérica, PA= 156x88
mmHg, IMC= 24kg/m2. Semiologias pulmonar, cardíaca e abdominal: sem alterações. Extremidades
sem edemas, pulsos presentes bilaterais e simétricos.
Exame de fundo de olho: Figura 1.
Figura 1
Traz os exames solicitados na última consulta:
Cr= 0,8mg/dL; U= 45mg/dL; Na+ =138 mEq/L; K+=4,1 mEq/L; microalbuminúria= 66mg/ 24hs (normal
até 30mg/ 24 horas), colesterol total= 245mg/dL; LDL=140mg/dL, HDL= 40mg/dL, triglicérides= 180
mg/dL, hemoglobina glicada: 9%.
jejum Pós café Pré almoço Pós almoço Pré jantar Pós jantar Madrugada
7h 9h 12h 14h 19h 21h 3h
Média
220 210 190 160 120 200 190
(mg/dL)
Figura 1
A glicemia capilar é de 75mg/dL. A tomografia de crânio é normal.
O resultado do exame de líquido cefalorraquidiano está descrito em seguida:
Aspecto: límpido
Pressão de Abertura: 64 cm H2O (normal até 20 cm H2O)
Células: 1 (82% Linfócitos – 18 % monócitos), 0 hemácias
Proteínas: 26 mg/dL (normal até 40 mg/dL)
Glicorraquia: 58 mg/dL
GRAM: ausência de bactérias.
Cultura: em análise.
Tinta da China: negativa
Homem de 29 anos de idade, publicitário, é trazido pelos familiares a uma consulta ambulatorial. Os
familiares dizem que ele sempre foi uma pessoa sorridente e extrovertida, não bebia e nem fumava.
Há duas semanas está ainda mais falante e agitado, por vezes fazendo comentários indelicados para
pessoas com quem não tem intimidade. Está dormindo pouco (menos de quatro horas por noite), mas
não se sente cansado. Ao contrário, tem demonstrado um grande entusiasmo pelo seu trabalho, onde
permanece muito além do necessário. Diz ter descoberto um método inovador que revolucionará a
sua profissão e com isso ficará muito rico. Em função desses projetos, adquiriu equipamentos para o
seu negócio, contraindo uma enorme dívida. Seus colegas de trabalho informam que se irrita
facilmente quando os seus projetos são questionados quanto à viabilidade e aos aspectos técnicos.
Mostra-se verbalmente agressivo com quem contesta suas idéias. Por outro lado, chora facilmente
com propagandas de televisão, dizendo que “o emocionam muito”. Os familiares negam que o
paciente tenha doenças prévias ou que tenha realizado qualquer tipo de tratamento. Contudo, seu pai
já foi internado várias vezes por problemas mentais.
Exame clínico:
Durante a consulta, mostra-se inquieto e não presta atenção às perguntas. Está logorreico e com
pensamento arborizado. Revela para o médico que os seus talentos são confirmados por mensagens
divinas, que ouve diretamente ou que deduz pelos sinais que identifica no seu cotidiano. O restante
do exame clínico: sem alterações.
Ao final da consulta o paciente foi encaminhado ao pronto socorro. Feita glicemia capilar: 90mg/dL.
QUESTÃO 21. Cite três exames complementares fundamentais para excluir os principais
diagnósticos diferenciais.
Considere que todos os exames complementares aos quais se refere a Questão 21 não mostraram
alterações.
QUESTÃO 22. Cite as principais hipóteses diagnósticas para o estado mental atual e o transtorno
de base do doente.
Caso 9
Homem de 33 anos de idade, branco, vítima de queda de moto, é levado ao pronto socorro pelo
resgate (suporte básico), cerca de uma hora e meia após o trauma. Está com colar, imobilizado em
prancha longa e recebendo oxigênio por máscara. A perna direita está enfaixada e imobilizada com
tala.
Exame clínico: consciente, orientado, pontuação na escala de coma de Glasgow: 15, perda de
memória recente sem sinais localizatórios, corado, P= 120 bpm; PA= 110 X 80 mmHg; FR= 26 ipm.
Semiologias pulmonar e cardíaca: normais. Semiologia abdominal: dor leve à palpação do abdome,
difusamente, sendo a dor mais acentuada no abdome superior.
Perna direita: deformidade com fratura exposta tipo 1 na sua porção distal. Há sangramento pelo local
de exposição da fratura, sem outros sinais de comprometimento neurológico ou vascular.
Foram realizados os exames reproduzidos nas Figuras 1 a 3:
(CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE)
Mulher de 72 anos de idade chega ao pronto-socorro com queixa de dor e distensão abdominal
progressivas, há quatro dias. Atualmente a dor é intensa (8/10), em cólica, com picos de piora. Há
cinco dias não evacua e há um dia parou de eliminar gases. Hoje teve três episódios de vômitos
biliosos, que melhoravam temporariamente a dor. Sempre foi obstipada. Teve duas cesarianas.
Exame clínico: regular estado geral, consciente, orientada, descorada 2+/4+, desidratada 3+/4+,
afebril, P=116bpm, rítmico; PA= 140 x 90 mmHg; FR= 24 ipm, IMC= 40 kg/m2.
Abdome globoso, distendido, tenso, difusamente doloroso à palpação com cicatriz longitudinal
infraumbilical de cerca de 10cm. Não tem sinais de irritação peritoneal, ruídos hidroaéreos presentes
e claramente aumentados. Há dificuldade na avaliação da região inguinocrural devido à obesidade.
Restante do exame clínico: sem alterações.
Radiografia simples de abdome: apresentada na Figura 1.
Figura 1
Mulher de 78 anos de idade, há 10 anos faz tratamento para hipertensão arterial e diabetes. Há 4
anos foi submetida a cirurgia cardíaca devido a lesão valvar por infecção, sendo utilizado prótese
biológica. Atualmente toma as seguintes medicações: atenolol (100 mg/dia), hidroclorotiazida
(25mg/dia), enalapril (20 mg/dia), varfarina (2,5 mg/dia), omeprazol (20 mg/dia) e metformina
(850mg/dia), com controle satisfatório. Realizou colonoscopia que revelou lesão úlcerovegetante no
ceco, cuja biópsia constatou a presença de adenocarcinoma. Será submetida a cirurgia eletiva para
ressecção do cólon direito e anastomose íleo-transverso.
QUESTÃO 31. No período pré-operatório, qual deve ser a conduta com relação às medicações
atualmente utilizadas pela paciente, esclarecendo se devem ser mantidas, suspensas ou modificadas
e em qual o momento?
QUESTÃO 32. Quando deve ser iniciado o uso de antibiótico para a paciente e por quanto tempo
deve ser mantido?
A paciente foi submetida à cirurgia, sem intercorrência intra-operatória. Quatro horas após o término
da operação apresentou náuseas e vômitos.
QUESTÃO 33. Cite uma causa provável para os sintomas/sinais apresentados pela paciente no pós-
operatório imediato.
QUESTÃO 34. Cite quatro parâmetros clínicos (sinais e/ou sintomas) que permitam indicar a
reintrodução da dieta oral no pós-operatório.
Mulher de 75 anos de idade, sem antecedentes, queixa-se de episódios de dor abdominal em cólica,
localizada principalmente em hipocôndrio direito, há 4 meses. A dor inicia-se alguns minutos após as
refeições e, algumas vezes, vem associada a vômitos. Normalmente a dor melhora com
escopolamina. Há 5 dias a dor tornou-se contínua. Há 2 dias a paciente passou a apresentar icterícia,
colúria e febre de 39°C, sendo internada em um hospital terciário.
Exame clínico: regular estado geral, consciente, orientada, acianótica, ictérica 1+/4+, desidratada
1+/4+, FC= 100 bpm, FR= 22 ipm, PA= 120x80mmHg, temp. axilar: 39,5oC.
Abdome: flácido, doloroso à palpação do hipocôndrio direito, sem sinais de irritação peritoneal, ruídos
hidroáereos presentes, fígado palpável no rebordo costal, não há massas palpáveis. Restante do
exame clínico: sem alterações.
A paciente fez ultrassonografia de abdome que confirmou a hipótese de dilatação de vias biliares por
coledocolitíase. Foi introduzido antibiótico, analgesia, anti-térmico e hidratação.
QUESTÃO 35. Considerando o próximo passo no tratamento da paciente, cite duas condutas
terapêuticas possíveis.
Apesar da indicação do tratamento não foi possível realizá-lo porque a paciente evoluiu com piora
progressiva do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica e óbito em 24 horas, apesar de
todos os cuidados intensivos adotados.
Caso 13
Maria Aparecida, 35 anos de idade, gestante de termo, é trazida pelo marido para a maternidade em
veículo próprio. Dez minutos antes de chegar, o bebê nasceu no carro. Na porta da maternidade, foi
clampeado o cordão e a criança foi encaminhada aos cuidados do pediatra.
Exame clínico da mãe: bom estado geral, PA: 110 x 70mmHg, FC: 82 bpm. O útero é palpável na
altura da cicatriz umbilical, levemente hipotônico. Na inspeção, identifica-se o coto do cordão umbilical
na vulva, clampeado com pinça hemostática, com sangramento ativo em pequena quantidade pelo
canal vaginal. O toque vaginal não foi realizado na admissão devido à queixa de dor.
QUESTÃO 38. Cite duas condutas obstétricas a serem adotadas neste momento.
Primigesta de 8 semanas, 24 anos de idade, procura o pronto atendimento com queixa de dor em
hipogástrio e sangramento genital moderado há dois dias. Exame clínico: bom estado geral,
consciente, orientada, acianótica, anictérica, hidratada, FC= 92 bpm, FR= 20 ipm, PA= 110x70mmHg,
temp. axilar: 36,5oC.
Exame ginecológico: sangramento moderado pelo orifício do colo, útero aumentado para 8 semanas
de gestação, colo uterino amolecido e pérvio.
Foram colhidos os seguintes exames: Hb=9,5 g/dL, Ht=28%, tipagem sanguínea: O Rh negativo.
Caso 15
Mulher de 19 anos de idade foi ao pronto socorro com queixa de dor em hipogástrio e fossa ilíaca
direita há 4 dias. Referia corrimento amarelado com odor desagradável há 10 dias, além de alguns
episódios de febre. Negava náusea ou anorexia. Negava atraso menstrual. Utiliza preservativo
masculino irregularmente como método anticoncepcional.
Exame clínico geral no pronto socorro: regular estado geral, consciente, orientada, acianótica,
anictérica, hidratada, P= 92 bpm, FR= 20 ipm, PA= 120x80mmHg, temp. axilar: 37,9oC.
Abdome: dor à palpação de hipogástrio e fossa ilíaca direita e descompressão brusca positiva, com
ruídos hidroaéreos presentes. Exame especular: corrimento amarelado e fétido. Toque vaginal: colo
fibroelástico, útero de tamanho normal e doloroso à palpação, abaulamento em fórnice lateral direito
de vagina, doloroso à palpação. Restante do exame clínico: sem alterações.
Após confirmação da principal hipótese diagnóstica, a paciente foi internada e tratada com antibióticos
durante três dias, com melhora clínica. Está afebril há mais de 24 horas e não sente dor.
Mulher de 30 anos de idade queixa-se de dismenorreia há 4 anos. Refere que os sintomas têm
piorado neste período e atualmente estão incapacitantes. Refere ciclos regulares e nega menorragia,
sendo a última menstruação há 15 dias. Nega alterações intestinais ou urinárias cíclicas. Queixa-se
de dispareunia de profundidade. O casal usa preservativo masculino como método anticoncepcional.
Tem enxaqueca com aura há 6 anos, controlada com uso de propranolol (40mg/dia).
Exame clínico geral: bom estado geral, consciente, orientada, anictérica, afebril, acianótica, eupneica,
PA: 120x70mmHg, P: 80 bpm, o restante sem alterações.
Exame ginecológico: exame especular representado na Figura 1. Toque vaginal: colo de consistência
normal, útero retrovertido, com mobilidade reduzida. Mamas: sem alterações.
Figura 1
Grupos
Risco Relativo
experimental controle
Em investigação de surto de toxoplasmose aguda entre os 706 convidados de uma festa, 600
aceitaram participar do estudo e realizaram a coleta de material para exame sorológico de infecção
pelo Toxoplasma gondii. Nesse estudo foi considerado um nível de significância estatística de 5%. Os
resultados foram os seguintes:
Tabela 1 – Resultados das sorologias para toxoplasmose realizadas durante a investigação de surto
(Goiás, 2005).
Resultado da sorologia n %
IgM + e IgG + 50 8,3
IgM + e IgG - 10 1,7
IgM – e IgG + 300 50,0
IgM – e IgG – 240 40,0
Total 600 100,0
Adaptado do Boletim Eletrônico Epidemiológico 7(8):1-6, 2007
Tabela 2 – Investigação dos fatores de risco para toxoplasmose aguda entre os participantes da festa
(Goiás, 2005)
Exposição RC* P
Boi no rolete 0,9 0,50
Boi no rolete mal passado 1,9 0,07
Churrasco mal passado 5,3 0,01
Farofa 3,3 0,06
Maionese 6,4 0,08
*RC = Razão de Chances (Odds Ratio)
Adaptado do Boletim Eletrônico Epidemiológico 7(8):1-6, 2007
Considerando casos novos, adquiridos durante o surto, todos aqueles que apresentaram IGM
positivo, responda:
QUESTÃO 51. Qual é a taxa de ataque de toxoplasmose aguda entre os convidados da festa que
aceitaram participar do estudo?
QUESTÃO 52. No estudo, cite qual ou quais fatores de risco mostraram-se associados ao
adoecimento por toxoplasmose entre os participantes do estudo?
QUESTÃO 53. Qual é o significado do valor de RC para o ou os fatores de que trata a questão 52.
Você é contratado como médico de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com a Estratégia de Saúde
da Família implantada. Na discussão de casos com a equipe, a Agente Comunitária de Saúde (ACS)
apresenta o caso de uma família. Na casa moram dois idosos, senhor Osmar (68 anos de idade) e
dona Maricel (72 anos de idade), ambos diabéticos, além de Cleide (filha do casal) e Juan (namorado
atual de Cleide). Cleide, 44 anos de idade, natural e procedente de São Paulo, costureira, trabalha em
casa e sustenta a família.
QUESTÃO 54. Juan tem 46 anos de idade, é natural da Bolívia e reside no Brasil há seis meses.
Trabalha como comerciante autônomo. Cite o princípio ou a diretriz estabelecida pelo SUS que
permite que Juan seja atendido pela UBS.
QUESTÃO 55. Cleide passou em consulta médica pois, apesar de não apresentar qualquer sintoma,
tem medo de “sofrer de diabetes” pela sua história familiar. Além de abordar a demanda trazida por
ela (“Quero uma consulta com o “especialista”), você também aborda ao longo da consulta outras
situações de vida e de saúde. Cite o princípio ou a diretriz estabelecida pelo SUS que justifica essa
abordagem.
QUESTÃO 56. Logo que Cleide mudou-se para a região quis levar seus pais diretamente para um
especialista para tratar do diabetes, mas não conseguiu. A ACS agendou as consultas com o médico
de Saúde da Família. Cite o princípio ou a diretriz estabelecida pelo SUS que determina que a porta
de entrada no Sistema de Saúde é a Atenção Primária.
QUESTÃO 57. A amiga de Cleide, que mora nas proximidades, tentou marcar uma consulta nessa
Unidade Básica de Saúde, mas foi informada que deveria procurar a outra UBS do bairro. Cite o
princípio ou a diretriz estabelecida pelo SUS que justifica essa orientação.
QUESTÃO 58. O senhor Osmar tem um diagnóstico de síndrome coronariana crônica, e o médico
que o acompanhava solicitou a realização de uma cineangiocoronariografia. O exame evidenciou a
necessidade de revascularização miocárdica cirúrgica. Cite o princípio ou a diretriz estabelecida pelo
SUS que garante ao senhor Osmar o direito à realização do exame e do procedimento cirúrgico.