O documento discute os conceitos de mercado relevante e poder de mercado no âmbito da defesa da concorrência. O mercado relevante é definido como o espaço econômico no qual empresas exercem poder de mercado. Ele é definido considerando produtos substituíveis e área geográfica. O poder de mercado está relacionado a assimetrias de poder entre agentes econômicos no mercado. Esses conceitos são essenciais para análise antitruste, apesar das dificuldades conceituais.
O documento discute os conceitos de mercado relevante e poder de mercado no âmbito da defesa da concorrência. O mercado relevante é definido como o espaço econômico no qual empresas exercem poder de mercado. Ele é definido considerando produtos substituíveis e área geográfica. O poder de mercado está relacionado a assimetrias de poder entre agentes econômicos no mercado. Esses conceitos são essenciais para análise antitruste, apesar das dificuldades conceituais.
O documento discute os conceitos de mercado relevante e poder de mercado no âmbito da defesa da concorrência. O mercado relevante é definido como o espaço econômico no qual empresas exercem poder de mercado. Ele é definido considerando produtos substituíveis e área geográfica. O poder de mercado está relacionado a assimetrias de poder entre agentes econômicos no mercado. Esses conceitos são essenciais para análise antitruste, apesar das dificuldades conceituais.
A autora introduz a sua exposição com a utilização do conceito mais
simplificado de concorrência apresentados nos livros-texto de Microeconomia: ela seria uma forma de mercado caracterizada por grande número de concorrentes e livre entrada de novos produtores. No entanto, como bem asseverado, essa concepção não dá conta de explicar o funcionamento da economia capitalista. A apresentada no presente capítulo é a ligada na economia shumpeteriana. Nessa perspectiva, é necessário se entender a concorrência enquanto processo seletivo.
Antes, porém, apresenta-se uma mudança histórica do entendimento de
livre concorrência. Primeiramente, ela era ligada aos fisiocratas e liberais, e compreendida como ausência de privilégios. Posteriormente, na obra de Ricardo, apresentou-se a livre concorrência como um mercado em que o monopólio está inteiramente ausente. Não haveria poder de mercado, concorreriam muitos produtores, com a livre entrada de novos e o produto seria homogêneo.
No entanto, essa última perspectiva de livre concorrência não subsiste.
Não há homogeneidade absoluta. Não há um mundo de sósias. Um processo de disputa só pode ocorrer com diferenças, vantagens e concorrentes em posições diferentes. Essa visão possui algumas semelhanças com a seleção natural, não sendo sua irmã gêmea, para não se estravar o biologismo para a Ciência Econômica. O mercado é o ambiente no qual se dá o processo de concorrência, é o seu locus, tendo um importante papel na seleção econômica. Neste campo, estão vencedores e perdedores, que se constituem em momentos, e que podem passar a mudar a sua qualidade, não possuindo posição definitiva.
Para a definição de mercado e a sua delimitação é possível buscar-se a
percepção dos seus concorrentes, que constantemente analisam seus concorrentes, examinando suas diferenças e procurando estabelecer vantagens sobre eles. “O conjunto de vendedores e compradores junto aos quais a inovação repercute constitui o mercado”. O que caracteriza o mercado está diretamente relacionada à capacidade de obtenção de vantagens econômicas e competitivas, e o grau criado por cada competidor.
A apropriabilidade de uma inovação relaciona-se com a capacidade de
refletir a introdução de avanços na obtenção de ganhos extraordinários. Assim, correto entender o surgimento de um monopólio temporário. Ao passo que, a oportunidade corresponde ao conjunto de possibilidade que uma inovação permite para se incorporar avanços a um ritmo intenso.
A autora conclui que o mercado é conformado pelo próprio processo
competitivo, “que cria e destrói assimetrias entre seus participantes, e também gera novos produtos e processos, tornando obsoletos conhecimentos, redes de fornecedores e clientes”.
Os conceitos de mercado relevante e de poder de mercado no âmbito da
defesa da concorrência – Mário Luiz Possas
O autor demonstra a importância em se conceber mercado relevante: é a
partir daí que se torna possível analisar os efeitos anticompetitivos potenciais das operações de concentração de mercado das empresas que de alguma forma possuem poder de mercado. O mercado relevante é marcado como um espaço econômico no qual é exercido um poder de mercado. Este conceito é apresentado principalmente nos art. 20 e 54 da Lei n. 8884/94. No entanto, já se incorporou na experiência e jurisprudência brasileira a definição empregada nas Merger Guidelines do Departamento de Justiça dos EUA:
“Um mercado é definido como um produto ou um grupo de
produtos e uma área geográfica na qual ele é produzido ou vendido tal que uma hipotética firma maximizadora de lucros, não sujeita a regulação de preços, que seja o único produtor ou vendedor, presente ou futuro, daqueles produtos naquela área, poderia provavelmente impor pelo menos um pequeno mas significativo e não transitório aumento no preço, supondo que as condições de venda de todos os outros produtos se mantêm constantes. Um mercado relevante é um grupo de produtos e uma área geográfica que não excedem o necessário para satisfazer tal teste”
Tal definição releva que o mercado relevante é definido numa perspectiva
em que o exercício abusivo do poder de mercado seja teoricamente possível – possibilidade essa que se busca reprimir ou prevenir.
O mercado é definido na dupla dimensão produto e geográfica. O primeiro
guarda uma definição genérica e deve possuir para a existência de um mercado certo grau de substituibilidade. Nessa toada, o mercado relevante é conceituado como o menor mercado possível, no agregado de produtos substituíveis, com a menor área.
Relacionada a essa substituibilidade tem se a elasticidade da demanda.
Quanto maior essa elasticidade, maior a possibilidade de substituição do produto em questão por parte dos consumidores.
O autor trata ainda de outro conceito importante: poder de mercado.
Relacionada a ela esta o “poder econômico”, conceito também vago de sentido e de precisão. No entanto, é possível conceber que ambos os conceitos traduzem a ideia de que as relações econômicas se apresentam como relações de poder entre agentes. Relações de poder essas que pressupõem assimetrias de poder econômico frequentes e “naturais” tão presentes no mundo fora dos manuais e na realidade dos mercados capitalistas. Daí a importância da legislação e atuação das agencias reguladoras, a fim de disciplinar essas relações.
Esses dois conceitos, poder de mercado e mercado relevante, revelam-se
como conceitos essenciais para a análise concorrencial. No entanto, é necessário antes dimensionar e considerar a complexidade e dificuldade para a sua utilização.