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COLÉGIO ESTADUAL NILO PEÇANHA.

PROJETO FINAL

SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

TURMA: EDI. IV

EQUIPE:

EDMO SOUZA DIAS JUNIOR

JOSÉ DE OLIVEIRA

LUIZ CARLOS CANDIDO CARDOSO

MAURÍLIO FERREIRA DE PAIVA

PAULO BORGES FERREIRA

BARRA DO PIRAÍ, 09 DE DEZEMBRO DE 2011.

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COLÉGIO ESTADUAL NILO PEÇANHA.

SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL.

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3
O projeto é dedicado aos nossos pais,
familiares e a todos aqueles que acreditaram
em nosso objetivo da busca de conhecimento.

4
Agradecemos a DEUS, pelos dons da
sabedoria e perseverança.

Aos nossos mestres, pela dedicação de dividir


conosco seus conhecimentos.

A todos os colegas de classe, pela


compreensão nos momentos de dificuldades.

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EPÍGRAFE

“Nem todos podem tirar um curso superior.


Mas todos podem ter respeito, alta escala de
valores e as qualidades de espírito, que são a
verdadeira riqueza de qualquer pessoa.”

ALFRED MONTAPERT

Sumário

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1-Introdução sobre segurança do trabalho na construção civil...............................................9

1.1- Conceito de segurança do trabalho na construção civil..................................................9

1.2- Objetivos do Projeto sobre Segurança do Trabalho na Construção Civil......................9

2- Legislação de segurança e saúde do trabalho....................................................................11

3- Pesquisa de campo, entrevistas..........................................................................................13

3.1- Prumo Engenharia Ltda..................................................................................................13

3.2- Sanecon Saneamento e Construções ltda........................................................................14

3.3- Profissionais Liberais autônomos...................................................................................15

3.4- Sindicato Regional de Barra do Piraí..............................................................................16

4- Causas de acidentes do trabalho na construção civil.........................................................18

4.1- Condições Ambientais de Insegurança...........................................................................18

4.2- Atos Inseguros................................................................................................................18

5- Histórico da Segurança do Trabalho na Indústria da Construção.....................................20

6- Considerações Finais.........................................................................................................22

7- Conclusão..........................................................................................................................23

8- Proposta para solucionar a insegurança na construção civil.............................................24

9- Referências Bibliográficas................................................................................................29

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Lista de abreviaturas e siglas:

CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

NR – NORMA REGULAMENTADORA

EPI – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

EPC`S – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

PCMAT - PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

PCMSO – PROGAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM


MEDICINA DO TRABALHO

ASO - ATESTADOS DE SAÚDE OCUPACIONAIS

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS

SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA

SEBRAE - SERVIÇO DE BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS


EMPRESAS

1-Introdução sobre segurança do trabalho na construção civil.

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Para diminuir o grande número de acidentes no trabalho, foi criado em 1944 durante o
governo de Getúlio Vargas, a Comissão de prevenção de Acidentes (CIPA).

Este foi o primeiro passo decisivo para a implantação da prevenção de acidentes de trabalho
no Brasil.
Mesmo tendo uma legislação específica e órgãos fiscalizadores, a prevenção de acidentes
enfrenta várias dificuldades.
Segundo pesquisas, são varias causas de acidentes:

 A falta de conscientização dos operários;


 O excesso de horas extras;
 Falta de fiscalização na execução dos trabalhos (controle de qualidade);
 Falta de área de vivência;
 Maior parte de funcionários não contribuem à previdência social.

1.1-Conceito de segurança do trabalho na construção civil.

É um conjunto de medidas que através de metodologia e técnicas apropriadas que são


adotadas, visam minimizar os acidentes, objetivando a prevenção de suas ocorrências, bem
como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do colaborador.

1.2-Objetivos do Projeto sobre Segurança do Trabalho na Construção Civil.

O intuito do projeto será valorizar a segurança do trabalho, com a finalidade de modificar o


modo de pensar e agir de todos os envolvidos na construção civil.

O projeto terá objetivos específicos de analisar diferentes obras em relação à importância dada
à segurança na construção civil, analisando fatores sobre atos inseguros e acidentes na
construção civil.

Com a criação de palestras pretende se valorizar a segurança do trabalho em relação custo


benefício da obra. No decorrer desse projeto serão apresentadas algumas soluções que visam
controlar o número de acidentes, entre elas a conscientização com base às pesquisas de campo
feito pela equipe em três diferentes tipos de trabalho na construção civil: construção civil na
ferrovia, em obra particular e construtora.

Entre outros órgãos responsáveis pela fiscalização, citamos o SINDICATO DOS


TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE BARRA DO PIRAÍ.
A pesquisa mostra que ainda falta apoio de grande parte de integrantes da construção civil
como: órgãos fiscalizadores, empresários, engenheiros, encarregados, operários e outros.

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2- Legislação de segurança e saúde do trabalho.

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Este trabalho se refere à aplicação de um programa de conscientização e treinamento
direcionado aos trabalhadores da construção civil para a observância da Norma
Regulamentadora 18 – NR-18 do Ministério do Trabalho e Emprego. Elaborado por meio de
uma linguagem de fácil compreensão e os conceitos e métodos utilizados foram baseados em
programas e normas já existentes.

A segurança e a saúde do trabalho baseiam-se em normas regulamentadoras descritas na


Portaria 3214/78 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Entre essas normas, a NR-18
(Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) estabelece diretrizes de
ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no
meio ambiente de trabalho na indústria da construção, e ainda determina a elaboração do
PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção).
A elaboração e o cumprimento do PCMAT são obrigatórios nos estabelecimentos com 20 ou
mais trabalhadores, devendo ser mantido no canteiro de obras a que se refere à disposição dos
órgãos de fiscalização.

As empresas que possuem menos de 20 trabalhadores ficam obrigadas a elaborar o PPRA


(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). Estes documentos devem contemplar os
aspectos desta NR, recomendações e práticas de segurança e as exigências contidas em outras
normas da Portaria, tendo como as principais:

NR-4 (SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho):

De acordo com essa norma, a construção civil, antes classificada como atividade econômica
de grau de risco 3 (três), passa a ser classificada como grau de risco 4 (quatro) a partir da
Portaria nº 1, de 12 de maio de 1995.

A Portaria nº 169, de 14 de julho de 2006, suspende o prazo de entrada em vigor da Portaria


de 1995, permanecendo, então, grau de risco 3 (três) para a construção civil.

NR-5 (CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes):

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) visa à segurança e saúde do


trabalhador no seu ambiente de serviço.

Todas as empresas que possuam empregados com atividades em um canteiro de obras devem
possuir CIPA, sendo esta organizada quanto ao tipo (por canteiro, centralizada ou provisória)
e dimensionada de acordo com as determinações do item 18.33 da NR-18.

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NR-6 (EPI – Equipamentos de Proteção Individual):

O EPI é um dispositivo de uso individual destinado a neutralizar ou atenuar um possível


agente agressivo contra o corpo do trabalhador; evitam lesões ou minimizam sua gravidade e
protegem o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou agressivas, que causam
as doenças ocupacionais.

NR-7 (PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional):

Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação de PCMSO por parte de todos os


empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde dos seus trabalhadores.

O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico, feitos através dos
Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO), emitidos por médicos do trabalho, realizados na
admissão do trabalhador, periodicamente e no momento da demissão.

NR-9 (PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais):

Tem como objetivo principal a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,


através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüentemente controle dos riscos
ambientais (agentes físicos, químicos e biológicos) inerentes ao ambiente de trabalho.

Na Construção Civil enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos, abrangendo ainda


os riscos ergonômicos e os de acidentes.

3- Pesquisa de campo, entrevistas.

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Para ter noção da real situação da segurança na construção civil foi necessário entrevistas com
alguns órgãos e profissionais autônomos.

3.1- Prumo Engenharia Ltda.

Entrevista com técnico de segurança do trabalho da empresa Prumo Engenharia:

David Gonçalves Ferreira;

Qual a sua maior dificuldade no canteiro de obra, em relação à empresa de não colaborar com
a segurança no local de trabalho?

Em certos locais de trabalho a empresa pra ter mais produtividade ela tem que desfazer da
segurança.

O que você tem acrescentar como experiência própria para este projeto?

A conscientização da prevenção, começando na orientação dos operários até os encarregados;


segundo David Gonçalves Ferreira, é operário quem faz a segurança e não os técnicos, eles
somente advertem.

Em sua opinião, o que falta na segurança do trabalho?

O apoio dos lideres como presidência, diretoria, engenheiros, encarregados e principalmente


os operários da empresa.

Qual o maior risco de acidente mesmo sendo fiscalizado por técnicos?

A falta de atenção dos operários no aprisionamento de membros (em maquinas que prensam
as mãos).

3.2- Sanecon Saneamento e Construções Ltda.

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Entrevista com funcionário da Sanecon Saneamento e Construções ltda:

Encarregado Rildaci Cordeiro;

O Sr tem formação técnica?

Sim, técnico em eletrônica.

Já trabalhou em obra de barragem?

Não, mas gostaria.

Quantos anos têm de profissão?

Dezenove anos de profissão.

Já trabalhou em outro ramo?

Comércio, restaurante, pastelaria, área rural e pecuária.

Qual a maior dificuldade no ramo da construção civil?

Mão de obra qualidade.

O Sr gosta da sua profissão?

Sim, muito.

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Gostaria de ter outra profissão?

Não, estou satisfeito com minha profissão.

Como é trabalhar com pessoas?

Muito difícil.

Como o Sr vê a segurança no trabalho?

Péssima, cada empresa é um caso.

Acontecem muitos acidentes na construção?

Sim, falta muita fiscalização.

3.3- Profissionais Liberais autônomos.

Entrevista com servente:

Jorge Leite da Silva;

Quais são os equipamentos de segurança que você costuma usar no seu dia-a-dia?

Botina, capacete, roupa, protetor auricular e luvas.

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Se trabalhar por conta própria, quem fica responsável quando ocorre algum acidente? Você ou
o dono da obra?

Eu mesmo.

Quais equipamentos de segurança indispensável numa obra?

Botina, capacete.

Qual equipamento de segurança você prefere usar?

Roupa.

E qual não gosta de usar?

Protetor auricular.

Já ocorreu algum acidente com você? Como foi?

Já, a unha agarrou no esmeril e eu perdi a tampa do dedo.

Entrevista com pedreiro:

Setembrino de Souza Santos;

Quais são os equipamentos de segurança que você costuma usar no seu dia-a-dia?
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Botina.

Se trabalhar por conta própria, quem fica responsável quando ocorre algum acidente? Você ou
o dono da obra?

Eu mesmo.

Quais os equipamentos de segurança indispensável numa obra?

Não sei.

Qual equipamento de segurança você prefere usar, E qual não gosta de usar?

Eu não gosto de usar nenhum.

Já ocorreu algum acidente com você? Como foi?

Sim, eu estava em um telhado, quando a telha quebrou e eu caí quebrei a perna e tive uma
fratura exposta.

3.4- Sindicato Regional de Barra do Piraí.

Entrevista com o órgão responsável por ajudar na conscientização do trabalhador:

Sindicato Regional de Barra do Piraí;

Como se encontra a situação da segurança do trabalho na construção civil em nossa região?

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Bem precária, mesmo o sindicato obrigando as empresas a fornecer os equipamentos de
segurança aos funcionários muitos deles se recusam a usá-los.

Qual a profissão que sofre mais lesões e acidentes no trabalho da construção civil?

Serventes e ajudantes.

O sindicato tem algum projeto para melhorar a segurança dos trabalhadores que ficam mais
expostos a riscos?

O sindicato faz com que as empresas adotem o curso de integração profissional.

Quantos acidentes na construção civil foram registrados de janeiro até setembro de 2011 em
nossa região?

Existem muitos acidentes, o total é difícil afirmar.

O que o sindicato tem feito para melhorar a prevenção de acidentes?

Obrigando as empresas a fornecerem aos seus empregados, todos os equipamentos de


seguranças e que conscientizem o uso dos mesmos aos seus funcionários, o não uso é motivo
de justa causa.

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4- Causas de acidentes do trabalho na construção civil.

As maiores causas de acidentes nos canteiros de obra são as más condições do ambiente de
trabalho e os atos inseguros. Os canteiros mal planejados e mal dimensionados, a falta de
qualificação dos operários, falta de fiscalização em terceirizações, o longo trajeto do trabalho
para casa e de casa para o trabalho e a pressa para execução da obra devido o aperto no
cronograma, gerando trabalho sobre trabalho ou excesso de trabalho.

4.1- Condições Ambientais de Insegurança.

Referindo as condições ambientais de insegurança como um dos fatores que causa acidentes,
aponta que os ambientes de trabalho podem apresentar fatores que causam danos à saúde dos
trabalhadores, depende do tipo de atividade que cada um exerça e do tipo de atividade que a
empresa desenvolve.

A identificação das causas dos acidentes é feita por um estudo específico de cada acidente,
existindo para cada caso métodos para solução dos problemas.

Na indústria da construção civil, pode se observar com facilidade a existência de vários tipos
de riscos, onde um só trabalhador está exposto a vários desses riscos. Isto é considerada uma
característica predominante da construção civil.

4.2- Atos Inseguros.

São causas que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da
execução de tarefas de uma forma contariam as normas de segurança. Também afirma se que
os atos inseguros geralmente são cometidos por:

Inadaptação do serviço; falta de conhecimento ou experiência em fazer o serviço, excesso de


confiança cansaço e preocupações gerais.

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Os processos de trabalho mais utilizados na construção civil também influenciam diretamente
na ocorrência de acidentes. Isso porque essas atividades exigem esforços dos operários,
surgindo sintomas de fadiga, consequentemente deixando os desativados para o serviço.

Além do principal motivo são ocasionados pela deficiência da mão de obra nos canteiros,
como falta de uso de EPI, autoconfiança e correria no trabalho.

5- Histórico da Segurança do Trabalho na Indústria da Construção.


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A construção civil tem como característica marcante o fato de sua mão de obra ter maior
importância do que a utilização de grandes tecnologias, na maioria das atividades exercidas.
Além deste, outros fatores são preponderantes para que esta mão de obra seja vista com
bastante cuidado, no que diz respeito aos acidentes.

Pelo fato de ter tanta dependência da mão de obra, a construção civil é uma área em que a
segurança do trabalho deveria ter maior importância, a obra esta sempre em contato com
máquinas e equipamentos e próxima a grandes riscos, mas o que se tem notado é que a
construção civil é um dos ramos das atividades que maior colabora com acidentes do trabalho.

No setor, é possível observar também as atividades insalubres, que segundo a CLT, em seu
artigo 189 considera como aquelas que, “por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”.

Dentre os principais problemas que envolvem a segurança do trabalho na construção civil o


mais difícil de ser tratado é a própria mão de obra, pouco instruída e contratada com poucos
critérios de avaliação, fatores estes que fica mais difícil de ser controlado e acidentes graves
acabam acontecendo e colocam a construção civil entres os ramos de atividade campeões de
acidentes com óbito.

Muitos são os problemas que envolvem o operário da construção civil em acidentes no


trabalho, entre eles a baixa escolaridade, condições adversas de trabalho como alta
rotatividade, insegurança no trabalho e pouca possibilidade de promoção.

O nível dos trabalhadores e a rotatividade da mão de obra são fatores determinantes para a
causa de acidentes no trabalho ele também defende a promoção de cursos de qualificação
voltada para melhor preparar os trabalhadores.

Por consequência de um trabalho cansativo e que requer bastante esforço físico, para fazer
uma análise da influência da mão de obra em acidentes na construção civil, é necessário
aplicar métodos de prevenção de acidentes, assim como aspectos da psicologia que podem ser
diretamente aplicados em trabalhadores com o perfil da construção civil.
Outro ponto importante é traçar um perfil do operário da construção civil e a partir daí
analisar se estas características levantadas são fatores preponderantes para aumento de
acidentes.

Sobre a qualificação profissional e, com base em dados levantados pelo sindicato dos
trabalhadores da Construção Civil, demonstram estatisticamente dados que mostra o perfil do
trabalhador que geralmente sofre acidentes na construção civil.
56% (Cinquenta e seis por cento) são trabalhadores com apenas prática na função, 41%
(quarenta e um por cento) são trabalhadores com nenhuma formação profissional e apenas 3%
(três por cento) são trabalhadores com curso superior, técnico, SENAI (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial) ou similar.

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Quanto às causas dos acidentes, 50% (cinquenta por cento) são provocados por Atos
Inseguros, devido à ação imprópria ou inadequada. 23% (Vinte e três por cento) por
condições Ambientais de Insegurança e 27% (vinte e sete por cento) provocados por Atos
Inseguros, devidos a omissões diversas.

A partir das características da mão de obra e o fato do Brasil ter uma deficiência na educação
pública, é visível a necessidade das empresas em ajudar a modificar estas características da
mão de obra, buscando formas de educar os trabalhadores e também qualificá-los para as
novas tecnologias que surgem em beneficio da eficiência e rapidez no produto final na
construção civil.

A psicologia do trabalho trata os acidentes não só como um fator social dos funcionários, mas
também acredita ser possível prever a adaptabilidade dos trabalhadores pelo seu grau de
inteligência, propensão a acidentes e pelo perfil desejado pela gerência.
Mas, os testes psicológicos não detectam esses aspectos, pois as situações do dia a dia
modificam o comportamento do indivíduo, principalmente no setor da construção civil onde
os trabalhadores estão sujeitos há vários tipos de pressões psicológicas e são constantemente
remanejados para trabalhos diferentes de acordo com as necessidades da empresa.
Devido ao pouco investimento que as empresas aplicam em treinamento, a mão de obra na
construção civil ainda é desqualificada e formada por pessoas com pouco grau de instrução.
Esses operários não possuem conhecimento suficiente para compreender as etapas de
execução dos novos processos construtivos, que requerem da mão de obra conhecimento da
representação gráfica e o domínio de um saber-fazer, relativo ao processo de trabalho, que
envolve habilidade no exercício das atividades e sua interferência decisiva na definição de
como executar as tarefas.
Além dos assuntos estudados, relacionados à psicologia e fisiologia do operário na construção
civil evidenciando como estas características influenciam na ocorrência de acidentes, fica
evidente que se devem utilizar os métodos de prevenção comumente usados, com o objetivo
de diminuir o número de acidentes no setor.

O SESI (Serviço Social da Indústria) e o SEBRAE (Serviço de Brasileiro de Apoio às Micro e


Pequenas Empresas) contribuem com a distribuição gratuita de cartilhas e campanhas de
prevenção de acidentes.
Essas campanhas têm como objetivo reduzir riscos e conscientizar empregado e empregadores
quanto às questões de segurança e saúde do trabalhador.
Porém, enquanto os empresários não se conscientizarem do grave problema de acidentes no
trabalho, nenhum esforço terá sucesso.
Muitos empresários pensam em termos de custos, mas deveriam saber que um Programa
Integral de Segurança, com o objetivo de atuar preventivamente e, consequentemente,
contribui para evitar acidentes, acarretaria uma diminuição de custos, pois um acidente no
trabalho causa custos diretos e indiretos muito maiores que os investimentos em prevenção.

6- Considerações Finais.

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Com levantamento de pesquisa de campo entre membros da equipe, baseia-se na hipótese de
que educação, qualificação e treinamento são os principais fatores de proteção e prevenção de
acidentes de trabalho na indústria da construção civil. Também se constatou a falta de visitas
para verificação das desconformidades ao atendimento das normas de segurança.
Algumas empresas mesmo fornecendo os equipamentos necessários, o equipamento de
proteção individual (EPI), seria a última barreira para evitar os acidentes, pois normalmente
não faltam equipamentos, mas sim a conscientização dos operários.
O EPI seria definido a partir dos riscos identificados no ambiente de trabalho e nas
possibilidades de falhas das proteções e sistemas pré-estabelecidos. Muitas vezes, porém, os
processos de conscientização e aplicação das normas nem sempre são eficazes. Para trabalhar
a cultura da segurança com o trabalhador é preciso que ele próprio encare e aceite os riscos da
sua atividade. Se ele tiver consciência da importância do uso dos equipamentos, também terá
disciplina para seguir as normas.

Apesar de toda preocupação que existe em manter a segurança dos operários nos canteiros de
obras, ainda acontecem situações de graves acidentes, inclusive os que levam ao óbito.
São vários fatores onde o operário é responsável pela causa de acidentes no ambiente de
trabalho, porém, a partir do estudo, fica claro que muito mais do que culpar um trabalhador
pelo acidente, é dever da empresa e dos empresários em investir numa organização segura,
fator este que diminui exponecialmete os índices de acidentes nos canteiros de obras.

Atribuir culpa aos trabalhadores pelos acidentes é óbvio, isto porque a maioria dos acidentes
na construção acontece por ato inseguro, porém, as empresas buscam este caminho porque,
com o crescimento de ações e responsabilidades civil e criminal de empregadores e
engenheiros além da responsabilidade ética e moral das empresas, fica mais fácil
responsabilizar os trabalhadores pelos acidentes ocorridos.

7- Conclusão.

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Fica evidente que a qualificação é um método interessante para que os funcionários aprendam
a exercer toda a metodologia do trabalho de forma técnica, consequentemente, absorvendo
todas as informações de segurança no trabalho. É necessário introduzir programas de
qualificação de operários, buscando sempre efeitos positivos e a preservação do ser humano,
minimizando acima de tudo os custos com a ocorrência de acidentes.
Isto devido ao fato de a construção civil, além de ter uma mão de obra com pouca
qualificação, ser um setor campeão em acidentes.

Investir na capacidade fisiológica do seu funcionário faz com que eles consigam se atentar e
se concentrar melhor as suas atividades, diminuindo a possibilidade de ocorrência de
acidentes, e ações motivacionais faça com que o funcionário vista a camisa da empresa com
prazer, motivando-os e, consequentemente, reduzindo acidentes e aumentando a
produtividade da empresa.
É preciso também investir na empresa e nos funcionários, visto que boa parte dos acidentes é
causada por atos inseguros, podendo ser utilizado para isso fatores da psicologia do trabalho.
As empresas que conseguem transformar o ambiente em um lugar seguro têm não somente
como o retorno à qualidade do produto final, mas, acima de tudo, redução de custos evitando
perdas de tempo e de funcionários.
O treinamento dos funcionários e o incentivo à educação por parte das empresas podem ser
fatores preponderantes para a redução de acidentes, visto que a mão de obra na construção
civil tem ainda como característica o baixo de nível de escolaridade. Funcionários treinados e
melhor instruídos aprendem melhor as informações e obrigações quanto à utilização de
equipamentos de proteção e entendem que suas obrigações são simplesmente para
preservação de sua própria integridade física.

Qualidade é, atualmente, exigência com a qual as empresas convivem diariamente. Pecam,


contudo, quando não fazem uma interação entre este objetivo (qualidade), e um eficiente
programa de segurança.
As pessoas são os agentes dinamizadores da organização e é utópico pensar que possam
desempenhar, de modo eficiente, suas atribuições se o próprio ambiente de trabalho não lhes
proporciona segurança.

Não pode existir qualidade onde há insegurança.

8- Proposta para solucionar a insegurança na construção civil.

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Introdução

A Constituição Federal determina que o trabalhador tenha direito a proteção de sua saúde,
integridade física e moral e segurança na execução de suas atividades. O trabalho deve ser
executado em condições que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e a realização
pessoal e social.
A segurança e a saúde do trabalhador são de responsabilidade do empregador e dos
profissionais envolvidos no ambiente de trabalho.

Objetivo

Esta cartilha tem como objetivo esclarecer, de forma simples e objetiva.


A atenção na segurança para que empregadores e empregados, a partir da educação e
conscientização, desfrutem dos benefícios alcançados pela realização de um trabalho seguro
nos canteiros de obras.

Elementos que levam a causas de acidentes:

• Ignorância- falta de conhecimento, de saber, de instrução.

Diz o ditado popular: (Ignorância é a mãe de todos os males)

Falta de conhecimento, informação são causas de alguns acidentes

• Falta de prudência- falta prever e procurar evitar as inconveniências e os perigos.

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Na pesquisa de campo o grupo detectou que dentre três diferentes obras, a mais séria tinha
uma norma dentro da empresa de que seus funcionários não podiam levantar marreta em
excessiva força.

Por ela ser uma prestadora de serviço, ela tem uma dificuldade em receber material de
segurança, com qualidade para seus funcionários.

Falta de conhecimento, instrução é a causa de alguns acidentes. E há uma mistura perigosa de


ignorância mais o machismo.

Machismo é a valentia sem inteligência

Machismo é a ignorância com roupa da coragem

As máximas do machismo:

• Comigo não acontece

• Sou duro na queda

• Não preciso disso

• Isso só acontece com os outros

• Segurança só atrapalha

• Deixa comigo

As técnicas de Segurança no Trabalho são definidas por normas e leis. No Brasil, a Legislação
de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras a NR, leis
complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da
Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
A segurança no trabalho envolve uma série de normas regulamentadoras, dentre elas existem
algumas mais específicas e de grande importância, mas muitas são generalizadas, podendo
todas ser consultadas por técnicos e engenheiros na área de segurança e saúde no trabalho. Por
isso, é importante o conhecimento destas normas para obedecer aos procedimentos impostos
por elas, passíveis de penalidades caso não sejam obedecidas e para qualquer necessidade
eventual de consulta. Para esse estudo existem algumas NR’s que se tornam mais importantes,
como: NR-05, NR-06 e NR-18.

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a) NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

Segurança é lucro

Não importa o número de empregados de sua empresa, o ramo de atuação ou a área física
ocupada, é imprescindível cumprir as normas de segurança e saúde do trabalho regulamentado
pelo Ministério do Trabalho. Em empresas com até 19 colaboradores em regime CLT, um
deles deve receber treinamento para identificar e avaliar riscos no ambiente de atividade
profissional e também estar preparado para usar extintores de incêndio.

“Os pequenos e micro empresários acham que investir em segurança é custo, mas na verdade
é lucro” “Riscos geram perdas e a segurança elimina o risco”

CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)


Regulamentada pela NR 5, a CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes da atividade de trabalho. A obrigatoriedade de implantá-la em uma empresa
depende do número de funcionários e as atividades desenvolvidas. Uma padaria, por exemplo,
só é obrigada a ter oficialmente uma CIPA se tiver acima de 51 empregados celetistas. Assim,
o dono da padaria com entre 51 e 100 trabalhadores necessita indicar um membro efetivo e
um suplente para sua CIPA. O número de membros aumenta de acordo com a quantidade de
trabalhadores. A partir de dois membros efetivos e dois suplentes, o empregador faz a
designação de um de cada e os trabalhadores elegem os demais. Apenas os indicados pelos
colegas é que têm estabilidade no emprego desde sua candidatura até um ano após o fim de
seu mandato. Só podem ser demitidos se for comprovada justa causa.

b) NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI


Equipamento de proteção coletiva – EPC

c) NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Fatores limitantes da conscientização em Segurança:

• Baixa valorização da vida - a morte por acidente é tão freqüente, que consiste fato
natural.
• Legislação, deficiente, omissa, burocratizante e fiscalização inexistente ou corrupta.
• Alto grau de confiança - nada vai dar errado e no final tudo dá certo.
• Visão obtusa - usa o cinto de segurança apenas para evitar ser multado.
• Baixo grau de planejamento - só sobra tempo para fazer o que dá dinheiro.
• Falta de recursos monetários - os recursos são suficientes só para a gasolina, e não
sobram para a manutenção do carro.
• Governantes e órgãos responsáveis por segurança não possuem credibilidade
tradicionalmente demonstraram incompetência e baixo nível técnico.
• Mentalidade empresarial obtusa- os recursos devem ser canalizados para atividades
diretamente produtivas.
• Mentalidade empresarial irresponsável - fica mais barato não fazer nada e gastar só
quando algo acontecer.

O ato inseguro normalmente decorre de situações tais como:

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• Excesso de confiança.
• Agir sem ter conhecimento específico do que está fazendo.
• Não valorizar medidas ou dispositivos de prevenção de acidentes.
• Imprudência, negligência, improvisações.

Use ferramentas apropriadas:

Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de utilização. As ferramentas


e maquinas têm uma maneira inesperada e violenta de protestarem quando ao seu uso
inadequado.

Use o método apropriado:

Não utilize improvisações.


Siga regulamentos, sinalizações e instruções, pois foram idealizadas para protegê-lo.

Use bom senso e moderação:

Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo consistente e progressivo
permitirá atingir os objetivos a médio e longo prazo.

Valorize sua vida e a dos outros: (EPC)

Provavelmente você encontrará boas razões para continuar vivo. Diminuir a velocidade de seu
carro e aumentar o tempo de viagem em 10 minutos lhe permitirá ouvir mais duas músicas.

Os acidentes de trabalho têm sido freqüentemente associados a patrões negligentes que


oferecem condições de trabalho inseguras e a empregados displicentes que cometem atos
inseguros.
Dependência do empregador com o empregado e vice-versa.

Aspectos de Organização do Trabalho e Segurança e Saúde na Indústria da Construção


Civil

As condições reais dos canteiros de obra já se configuram como riscos. Estes riscos são
agravados pelas variações nos métodos de trabalho realizados pelos operários, em função de
situações não previstas, mas que, na realidade, é uma constante no trabalho, pois, não existem
procedimentos de execução formalizados na maioria das empresas. O que existem, no
máximo, são instruções verbais.

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Muitas vezes os próprios trabalhadores fazem a regulação desses procedimentos, por ações
informais ou não usuais, o que põe em dúvida a confiabilidade do sistema, resultando em
riscos de acidentes. A confiabilidade técnica, a organização do trabalho e a qualificação da
mão-de-obra também devem ser aspectos considerados.
Um trabalhador instruído tem muito mais facilidade de captar as informações concedidas em
um treinamento, inclusive aquelas que se destinam ao esclarecimento das normas de
segurança do trabalho. Este trabalhador não estará sujeito a acidentes de trabalho tão
facilmente quanto aquele que é carente de tal recurso.

A prevenção de acidentes pode-se dizer que, começa propriamente dita em nossos lares. Não
percebemos que sons muito altos em nossos ouvidos podem afetar nossa audição em longo
prazo, segundo profissionais da saúde. Isso pode refletir até mesmo em nosso trabalho. Uma
empresa de construção civil ferroviária alerta seus operários a desocuparem os trilhos para a
passagem de vagões com auxílio de um assobio. É claro que os exames adimensionais estão
todos corretos, mas com o passar do tempo a empresa pode não promover exames periódicos
aos funcionários e ai aquele som muito alto nos ouvidos pode acarretar uma má audição e vir
a provocar até mesmo um óbito.

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9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Artigo Influencia da mão de obra em acidentes na construção civil. Autor: Tiago M. Silva
Data da pesquisa: 19/10/2011

Cartilha de Segurança do Trabalho na Construção Civil/ES


NR-18 SEBRAE Data da pesquisa: 09/10/2011

Manual de Segurança e Saúde no Trabalho


Indústria da Construção Civil – Edificações SESI Data da pesquisa: 07/10/2011

Cartilha NR18 – MPT Sindicato dos trabalhadores na construção e mobiliário de Caxias do


Sul e Região Data da pesquisa: 07/10/2011

NR18 Versão 2004 Data da pesquisa: 18/03/2011

Artigo, A existência de riscos na indústria da construção civil e sua relação com o saber
operário Autor: José Alysson Dehon Moraes Medeiros; Celso Luiz Pereira Rodrigues Data da
pesquisa: 21/09/2011.

Sites de pesquisa:
Escola Politécnica da USP Dept. de Engenharia de Construção Civil.
www.usp.com.br

SEBRAE
www.es.sebrae.com.br

www.protecao.com.br

www.lume.ufrgs.br/

www.segurancadotrabalho.com.br/

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