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Comunicação oral e escrita

Elementos da comunicação
e
Níveis de fala
 
Elementos da Comunicação

Para que a comunicação aconteça por meio do código verbal, são necessários
seis elementos básicos:

Emissor: Quem deseja comunicar-se enviando determinadas mensagens a


alguém.
Receptor: A quem a mensagem se destina.
Referente (ou contexto) : O assunto que envolve a mensagem.
Canal: O meio material, suporte físico que transporta a mensagem.
Mensagem: As informações transmitidas.
Código: Sistema de elementos linguísticos e de regras para combiná-
los,conhecido tanto pelo emissor como pelo receptor. Quando se considera a
comunicação verbal, o código é uma Língua em sua modalidade oral ou escrita.
Num CONTEXTO,
o EMISSOR (codificador),
que elabora uma MENSAGEM
por meio de um CÓDIGO,
veiculada por um CANAL
para um RECEPTOR (decodificador).
Os Níveis de linguagem

Os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e escrita em uma

determinada situação comunicativa. O emissor e o receptor devem estar

em concordância para que haja entendimento. Assim sendo, cada ocasião

exige uma linguagem diferente.

O que determinará o nível de linguagem empregado é o meio social no

qual o indivíduo se encontra. Portanto, para cada ambiente sociocultural há

uma medida de vocabulário, um modo de se falar, uma entonação

empregada, uma maneira de se fazer as combinações das palavras, e

assim por diante.


Tipos diferentes de fala

Alguns conceitos indispensáveis:


Língua: é um código linguístico usado por uma
sociedade e, portanto, trata-se de uma convenção
entre um grupo. Então, dizemos que a língua é social.
Fala: é o modo como a língua é utilizada, logo, parte
de cada pessoa, é individual. Daí dizemos que a
língua é individual, pois cada um tem um modo de se
expressar oralmente.
Níveis de fala

• O nível culto ou formal obedece às regras da


norma culta, da gramática normativa. É frequente
em ambientes que exigem tal posicionamento do
falante: em discursos, em sermões, apresentação
de trabalhos científicos, em reuniões, etc.
Logicamente, a escrita também seguirá padrões
quando se trata de textos acadêmicos ou de teor
científico.
• O nível coloquial ou informal é a manifestação
espontânea da língua. Independe de regras,
apresenta gírias, restrição de vocabulário, formas
subtraídas das palavras. Está presente nas
conversas com amigos, familiares, pessoas com
quem temos intimidade. É muito comum se ver o
coloquialismo sendo utilizado em textos,
principalmente da internet, como no Skype, no
Facebook, Twitter, etc.
Exemplos
a)Aquela ali é uma perua. (nível
informal ou coloquial)
b)Aquela senhora está muito
enfeitada. (nível formal ou culto)
c)Houve uma grande confusão no
colégio e muitos brigaram. (nível
formal)
d)Aconteceu um rebu na escola e o
pau quebrou. (nível informal)
Exercícios Níveis de fala
(FGV-2001)
Nos três primeiros quadrinhos, a linguagem utilizada é
mais formal e, no último, mais informal.
Assinale a alternativa que traga, primeiro, uma marca da
formalidade e, depois, uma marca da informalidade 
presentes nos quadrinhos.

a) Vilania; vosso.
b) Vós; você.
c) Estou; você.
d) Tenhais; segui.
e) Notícias; falem.
1) (Fuvest-1994) "A princesa Diana já passou por
poucas e boas. Tipo quando seu ex-marido
Charles teve um love affair com lady Camille
revelado para Deus e o mundo."
(Folha de S. Paulo, 5/11/93)
No texto acima, há expressões que fogem ao
padrão culto da língua escrita.

a)Identifique-as.

b) Reescreva-as conforme o padrão culto.


Atividades

2. Reelabore o diálogo abaixo, usando o nível formal:

- O meu, vê se não me deixa numa furada. Essa de pagar


mico toda hora já tá me azucrinando todo e mais, no arrasta-
pé das minas lá no morro, não vai aprontar pra cima de mim.
- Podes crer, irmão! Não vou deixar a peteca cair e nem dar
mancada. O lance é o seguinte: a amizade aqui vai sacar
uma mina que é um estouro e você vai ficar babando!
  3 . Leia a descrição da cena abaixo:
Casamento de classe média.
Noivos: Suzana e Nestor.
Espaço: igreja repleta de convidados.
Cena: Encaminhamento normal da cerimônia até a hora do “sim”.
Nestor diz sim. Todavia, quando chega a vez de Suzana, esta
se levanta, encara as pessoas e diz: “Gente, eu pensei e não
vai dar. Não quero me casar.”
Pânico geral. Burburinhos, gestos descontrolados. Os
convidados se agitam. A mãe do noivo desmaia...
          
Considerando o nível de linguagem, escreva o comentário que 
provavelmente elas fizeram.

_ padre
– amiga fofoqueira
– jornalista - feminista radical
– casal de namorados adolescentes
– avô de Nestor - de moral intransigente
– Marli, sobrinha de Suzana - 10 anos
– Marcos, padrinho do noivo - político
– Dr. Pimentel, padrinho da noiva - advogado
Algumas técnicas da arte de falar bem em público

a) A preparação;
b) O planejamento;
c) O ensaio;
d) A apresentação de trabalhos.
PREPARAÇÃO 

A preparação é a etapa mais importante para a


apresentação oral. É preciso domínio sobre o assunto a
ser abordado. Pesquise e se informe. Quando se vai
falar sobre algo da sua área, torna-se mais fácil, o que
não garante sucesso na exposição, pois é preciso estar
atualizado. Observe que sempre existem pontos que
são deixados de lado no dia a dia, mas que poderão ser
importantes na oratória. A sistematização9 é muito
importante para facilitar a exposição.
PLANEJAMENTO

É durante o planejamento que efetivamente será


definido o tempo necessário e o material de apoio
(PowerPoint ou outros programas utilizados para esse
fim, vídeos ou material impresso) que serão utilizados
para apresentação. Esse material poderá tornar sua
apresentação mais clara e agradável, entretanto é
necessário ter cuidado para que sua fala não seja muito
longa a ponto de cansar o público ou substituir a fala.
ENSAIO

Agora que você já sabe os cuidados que deve ter ao preparar os


slides, faça um ensaio, principalmente se não está acostumado a
fazer apresentações em público. O ensaio irá permitir que você
cronometre a sua fala ao tempo disponível, marque o ritmo a ser
utilizado (rápido ou devagar), e elimine os marcadores de fala
como: tá, né, viu etc. Observe também a sua postura física, deixe
os braços livres, não é indicado colocar as mãos nos bolsos e nas
costas, nem pé na parede ou usar chiclete. Vejamos os
encaminhamentos para sua apresentação de trabalhos, sejam eles
acadêmicos ou profissionais.
Como falar em público

Dicas para falar bem:

• Continue sendo você mesmo


• Mostre interesse pelo assunto
• Não seja prolixo
• Estimular perguntas e saber ouvir
• Sistematização das principais idéias
Principais empecilhos na apresentação: os vícios

• Verbosidade: dizer de forma complexa o que pode ser dito de forma simples;

• Chavão: expressões antiquadas que foram desgastadas ao longo do tempo;

• Jargão técnico: a maneira característica da linguagem que determinadas profissões


ou grupos usam para se comunicar;

• Coloquialismo excessivo: é o nome dado a maneira informal de se comunicar. É a


forma como nos comunicamos em família, com os amigos e em situações informais;

• Não colocar as mãos no bolso ao falar;

• Não colocar as mãos nas costas;

• Evitar os braços cruzados ou apoiados constantemente;

• Evitar mãos elevadas ou muito abertas;

• Cuidado para não permanecer com o corpo imóvel, rígido.


Apresentação de trabalhos
Gerenciando o tempo

- Usando o tempo disponível de forma equilibrada

Tempos de exposição:

• 15% para a INTRODUÇÃO


• 75% para o DESENVOLVIMENTO
• 10% para a CONCLUSÃO

OBS.: É claro que essas porcentagens estão sujeitas a


mudanças de acordo com o tipo de evento e
necessidades do público-alvo.
Técnicas de intelecção de texto

O estudo de um texto é um processo de DIÁLOGO


com quem o escreveu, facilitado se fizermos este estudo
seguindo alguns procedimentos. Estes procedimentos
podem ser esquematizados em três dimensões: análise 
textual,  análise  temática,  análise  interpretativa  –  a 
partir  das  quais  se  inicia  o  dialogo com o autor,
propriamente dito. A partir da análise é possível
problematizar  o  texto  e  chegar a uma síntese 
pessoal.
1- Análise textual

A análise textual consiste em o leitor perceber a


diversidade de situações de uso da língua, própria das
sociedades mais complexas, a partir da leitura criteriosa,
verificando o que há de mais importante dentro do texto;
classificando os textos de acordo com as intenções,
funções (manter contato, informar, emocionar,
convencer etc.).
1.1 COERÊNCIA TEXTUAL 

A coerência textual é o instrumento que o autor usará


para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar um
sentido completo a ele. Faz com que o texto seja
compreensível aos olhos do leitor. Observe na figura
abaixo:
Você sabe como fazer uma leitura criteriosa? Veja
algumas dicas abaixo:
a) Fazer uma leitura prévia, buscando uma visão global
do assunto;
b) Fazer uma segunda leitura, identificando palavras
desconhecidas;
c) Perceber as sutilezas, aquilo que não está explícito
no texto (ler nas entrelinhas);
d) Identificar a ideia central de cada parágrafo;
e) Saber, em cada situação comunicativa, o que o autor
deseja e pretende.
1.2 COESÃO TEXTUAL 

Ao lado da coerência, a coesão corresponde ao


emprego de determinados elementos da língua que
garantem a textualidade, ou seja, é responsável pela
boa formação de um texto, tornando-o compreensível.
Se pensarmos na língua como um todo formado de
peças, a coesão será o elemento responsável pelo
encaixe dessas peças. A figura a seguir, expressa essa
construção da coesão textual, verifique:
Podemos apreender, a partir da análise da figura, que a
coesão integra as parte do texto, relaciona, liga e completa
o sentido do texto, a partir de elementos gramaticais.
Os elementos de coesão dizem respeito,
especificamente, aos mecanismos gramaticais da língua
que são responsáveis pela ligação de segmentos do texto
(palavras, expressões, frases), estabelecendo-lhes nexos
específicos. Quando não estabelecemos coesão entre as
partes de um texto, acabamos por prejudicar a sua
coerência, ou seja, seu todo. Analise o caso e relato a
seguir.
2 – Análise temática

Na comunicação escrita, o leitor conta com o uso das


palavras (linguagem verbal), para entender o que se
passava na cabeça do autor do texto ou livro, enquanto
que, a comunicação oral (linguagem não verbal) nos
permite complementar o sentido da linguagem verbal,
através da entonação da voz, dos gestos, da postura.
Kleiman (2002) criou a seguinte metáfora que
representa a interação entre autor e leitor: o autor deixa
pistas, vestígios, que o leitor, como um bom detetive,
recolhe posteriormente para entender o que se passou.
Tomando como base essa metáfora, seguiremos
pistas importantes sobre o texto que nos levarão ao seu
entendimento.
2.1 PISTAS NÃO VERBAIS 

a) Onde ele está escrito? Revistas, outdoor, rótulo etc.


Extraia o máximo de informações que puder;
b) Qual aspecto se quis dar ao texto? Sério ou
descontraído? Observe imagens e outros elementos
gráficos que nos dão preciosas informações sobre o
conteúdo do texto;
c) Autoria – a autoria nos dá inúmeras pistas – ela informa
se o autor é humorístico, crítico, sarcástico etc;
d) Data e lugar também trazem muitas informações,
possibilitando deduções sobre o texto.
Agora que você tem todas essa informações anotadas
como um bom detetive, vejamos os elementos verbais. 

a) Macroestrutura – a que gênero pertence o texto – carta,


reportagem, relatório etc;
b) Microestrutura – mecanismos da língua, cujo elenco é
quase infinito e que o efetivo domínio se dá pela prática.
Exemplo: o radical, as desinências modo-temporais, a
vogal temática dentre outros.
3. Análise interpretativa

A análise interpretativa é uma etapa em que o


estudante-leitor toma uma posição própria a respeito
das ideias encontradas, ele (o estudante-leitor) dialoga
com o autor, fazendo uma associação das ideias
expostas no texto com outras ideias semelhantes. Há,
neste momento, a formulação de um juízo crítico.
O estudante-leitor critica as ideias defendidas no texto
e essa prática exige maturidade intelectual. Segundo
Severino (2007, p.59):
Interpretar é tomar uma posição própria a respeito
das ideias enunciadas, é superar a estrita mensagem do
texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um
diálogo, é explorar toda a fecundidade das ideias
expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com
o autor.
4. Problematização

Para que a análise de um texto seja completa, é


preciso identificar a problematização do texto. Essa
atividade científica consiste em levantar os problemas
para discussão pessoal e em grupo, exigindo debate e
reflexão, além de analisar as questões implícitas e
explícitas no texto.
5. Síntese Pessoal:

Deve refletir a construção de um novo conhecimento


ou a reelaboração de conhecimentos anteriores.
      Sintetizando:
1. Esquema de um texto é como seu esqueleto,
apresentação em itens das palavras ou idéias centrais
do texto. Corresponde à primeira parte da Análise
Temática.
2. Resumo é a apresentação, em forma de texto, das
idéias e argumentos centrais do texto. Corresponde à
Análise Temática.
3. Resenha é uma apresentação, situada em uma área de
conhecimento e comentada, de um texto. Corresponde à
Análise Interpretativa.
É bom observar que cada uma das análises pressupõe
a anterior, são diferentes abordagens de um texto, com
níveis de complexidade crescente.
Atividades

1)  Identifique,  em  cada  um  dos  textos  a  seguir,  a 


incoerência. 

a) É realmente apropriado que nos reunamos aqui hoje, para


homenagear Abraham Lincoln, o homem que nasceu numa
cabana de troncos que ele construiu com suas próprias
mãos.

b) Damos cem por cento na primeira parte do jogo e, se isso


não for suficiente, na segunda parte damos o resto.

c) Nós não temos censura. O que temos é uma limitação do que


os jornais podem publicar.
d) ...considerando etc, etc, este Conselho resolve: que uma nova
cadeia seja construída; que a nova cadeia seja construída com os
materiais da velha cadeia; que a velha cadeia seja usada até que a
nova esteja pronta.

e) Por que deveriam os irlandeses ficar de braços cruzados e mãos


nos bolsos enquanto a Inglaterra pede ajuda?

f) Por que os judeus e árabes não podem se reunir e discutir a questão


como bons cristãos?

g) Encontrando um milhão de dólares na rua, eu procuraria o cara que


o perdeu e se, ele fosse pobre, devolveria.
h) Acho que os senhores pensam que, em nossa diretoria, metade dos
diretores trabalha e a outra metade nada faz. Na verdade, cavalheiros,
acontece justamente o contrário.

i) Eu não estava mentindo. Disse, sim, coisas que mais tarde se viu que eram
inverídicas.

j) Cuidado! Tocar nesses fios provoca morte instantânea. Quem for flagrado
fazendo isso será processado.

k) Quando dois trens se aproximarem em um cruzamento, ambos devem parar


por completo e nenhum dos dois reiniciar viagem até que o outro tenha
passado.

l) Aproximadamente 80% da poluição do ar são causados por hidrocarbonetos


liberados pela vegetação, de modo que não vamos exagerar e criar, e
exigir o cumprimento de padrões rigorosos de emissão por fontes
artificiais.

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