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Perturbações da Comunicação
Considera-se que um indivíduo apresenta uma ‘Perturbação da Comunicação’ quando se encontra
comprometida a sua capacidade de receber, enviar, processar ou compreender conceitos verbais, não
verbais e sistemas de símbolos gráficos (DSM V, 2013). Assim, as Perturbações da Comunicação
podem ter na base distintos quadros, nomeadamente:
– dificuldades persistentes ao nível da produção de sons da fala que interferem com a inteligibilidade
do discurso e que não são atribuíveis a condições congénitas ou adquiridas como paralisia cerebral,
fenda palatina ou perda auditiva;
– dificuldades persistentes no uso da comunicação verbal e não verbal, que se traduzem por défices
na adequação da comunicação aos diferentes propósitos sociais, aos distintos contextos e a
diferentes interlocutores, e por défices na compreensão de significados ambíguos, tais como
metáforas e expressões idiomáticas;
– dificuldades ao nível vocal, que podem incluir alterações ao nível do volume, da qualidade, do
timbre ou da ressonância vocal.
Vários estudos têm demonstrado que as Perturbações da Comunicação têm implicações negativas ao
nível da aprendizagem e sucesso académico dos indivíduos, sobretudo pelo facto de comprometerem
a aquisição de competências de literacia (ASHA, 1993;Nippoldet al, 2009; Overbyet al, 2012), podendo
ainda influenciar negativamente o desenvolvimento das relações com os pares (Bernstein
&Tiegerman-Farber, 2002; Wadmanet al, 2008). Estas dificuldades podem resultar em frustração,
comportamentos indesejados e baixa auto-estima.
Os profissionais de educação têm um papel fundamental no despiste e intervenção precoce junto dos
indivíduos com Perturbações da Comunicação, podendo contribuir para minorar os obstáculos que
estes encontram diariamente, nomeadamente através do encaminhamento para um profissional
especializado como o Terapeuta da Fala. É assim fundamental que os docentes aprofundem os seus
conhecimentos, não só sobre o desenvolvimento típico da comunicação, linguagem e fala – de modo
a poderem reconhecer sinais de alerta – mas também sobre as estratégias que poderão implementar
para que, de forma sustentada e em equipa, possam promover o desenvolvimento comunicativo e
linguístico destes indivíduos e capacitá-los para a sua vida escolar, social e pessoal.
Comunicação Aumentativa