Você está na página 1de 2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Nome: Austein Braz de Oliveira Neto


Elvis Cardoso Freire Gomide
Roberto Wagner de Oliveira Elias
Curso: Engenharia Mecânica – Praça da Liberdade - Noturno
Disciplina: Materiais de Construção Mecânica
Artigo: Welding induced residual stresses in explosion cladded AL-6XN superaustenitc stainless
steel and ASME SA516-70 steel composite plates

Para realização de qualquer processo de soldagem é necessário temperatura e


pressão, não diferente, o processo por explosão é feito no estado sólido que permite a
fabricação de materiais compósitos estruturais resistentes à corrosão. Na soldagem por
explosão, as placas são unidas através de uma explosão na qual uma chapa é forçada uma sobre
a outra, consequentemente as unindo. Na configuração usual, as peças de metais a serem unidas
pela solda são normalmente chamadas de flyer e placas de base, e mantidos separadas a uma
distância pré-determinada. Este processo pode ser utilizado para união de grandes superfícies e
metais dissimilares, garantindo juntas de alta resistência mecânica.
Em geral, todo processo de soldagem gera um aumento de tensão residual devido a
má distribuição de temperatura, não diferente na soldagem por explosão, que ao resfriar, as
regiões das bordas das placas(já unidas) tendem a contrair, que é dificultado pela base do
material. Com isso, o objetivo do artigo é quantificar a tensão residual, resultante do processo,
além de analisar os impactos do recozimento (tratamento térmico utilizado para aliviar a tensão
residual) na microestrutura, propriedades e estado de tensão residual dos materiais.
No artigo foram utilizadas as chapas de aço inoxidável super-austenítico AL-6XN (flyer)
e o ASME SA516-70 aço carbono (placa base). Para iniciar o processo as chapas são
inspecionadas para verificar se não há impureza ou defeitos nas chapas para obter maior área
de contato e consequentemente uma solda de boa qualidade. Posteriormente a soldagem é
realizado o tratamento térmico de recozimento (600°C por 30min e resfriamento ao ar),
ressaltando que a temperatura utilizada para minimizar as modificações na microestrutura de
ambos os materiais.
Para a análise e observação de microestrutura dos materiais, foi utilizado amostras
preparadas dos materiais soldados, Microscopia Óptica (OM) e Microscopia Eletrônica de
Varredura (SEM). Na observação das imagens das microestruturas o material AL-6XN é formado
por grandes grãos de austenita equiaxiais, devido a intensa deformação plástica próxima a
interface. Já na microestrutura do SAE516-70 o material consiste em grãos finos de ferrita
equiaxiais e colônias de perlita. Na análise de microestrutura depois do tratamento térmico
observou-se a presença de grãos finos equiaxiais no lado do SAE516-70 formando uma junção
continua, o que é uma indicação de recristalização devido a elevada tensão residual na região
de junção. Para quantificar a composição química foi utilizado o Espectroscopia por raios X de
energia dispersiva (EDX) e apresentada em termos de composição de Fe, Cr, Ni, C e Mo. Para o
teste de dureza foi utilizado o método de Vickers. Foram realizadas medições pré e pós soldagem
e tratamento térmico. A dureza dos materiais antes da soldagem foram: 196 e 218 HV para o
SAE516-70 e AL-6XN respectivamente. Após a soldagem, o valor máximo de dureza encontrado
foi de 465HV no lado de junção do AL-6XN. A dureza diminui quando a distância da linha de
soldagem aumenta e a média de dureza é de 270 para o AL-6XN e 217HV para o SAE516-70.
Após o tratamento térmico não foi encontrado alteração relevante, provavelmente porque o
tempo de recozimento realizado não foi significante para realizar o aumento de grão. Analises
de tensão residual realizados no lado do AL-6XN na junção de soldagem foram realizados,
medindo a distância da austenita. A média calculada de tensão residual foi de 700+/-30MPa e
pós-tratamento térmico de 93+/-10MPa. As tensões residuais surgem devido a
incompatibilidade entre o AL-6XN (matriz austenítica) e o aço SA516-70 (formado por ferrita e
perlita), além dos ciclos térmicos aos quais os materiais soldados estão sujeitos. Após o
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

tratamento térmico, ocorre um relaxamento significativo do estresse e o valor médio de tensão


residual é de 93 ± 10 MPa.
O processo de soldagem por explosão entre os materiais foi realizado com êxito. A
análise da microestrutura revelou a presença de uma interface ondulada com forte ligação entre
os dois aços, bem como refinamento da estrutura do grão e intensa deformação plástica
próxima à interface cladeada. O perfil de dureza da solda é influenciado pela tensão-
endurecimento durante o processo. Tensão residual encontrada no lado do aço AL-6XN foi de
700+/-30MPa, e com o tratamento térmico realizado ocorreu um alivio de tensão para 93+/-
10MPa, ressaltando que não houve diminuição na dureza do material pós-tratamento.

Você também pode gostar