Formas de Onda
Forma de onda é a representação gráfica da forma com que uma onda evolui ao longo
do tempo. Normalmente os fenômenos ondulatórios, tais como o som ou ondas
eletromagnéticas obedecem a funções matemáticas periódicas. Para cada função, a
evolução da amplitude da onda ao longo do tempo é diferente e define uma forma de onda
diferente. Esta característica das ondas é importante principalmente para a determinação
do timbre de um som ou para aplicações de modulação.
O que significa, é que a propriedade do som chamada timbre depende da forma de onda
que é gerada a partir de todos os pontos estudados anteriormente.
Existem algumas formas de ondas que são geradas, porém existem vários timbres que na
verdade são formado pela combinação de ondas diferentes ou de harmônicos diferentes
ou até mesmo ressonância diferentes e esse conjunto vai auxiliar nos synths.
As principais formas de onda são:
Senoidal ou Sine:
A senoide (também chamada de onda seno, onda senoidal, sinusoide ou onda
sinusoidal) é uma curva matemática que descreve uma oscilação repetitiva suave sendo
esta é uma onda contínua. É nomeada após a função seno, apresentada no gráfico. Ocorre
frequentemente em matemática pura e aplicada, bem como física, engenharia,
processamento de sinais e muitos outros campos.
Caracterizada por uma ascendência linear até a amplitude máxima da onda, seguida
imediatamente por uma descendência linear até a amplitude mínima. Os tempos de subida
e descida podem ser iguais ou diferentes. As ondas triangulares são usadas como
frequência intermediária de controle na modulação PWM principalmente em
acionamentos elétricos. Também podem ser utilizadas como elementos básicos na síntese
subtrativa.
Dente de Serra ou Saw
Um onda dente de serra (ou onda serra) é uma espécie de forma de onda não-
senoidal básica. Ela recebeu o nome dente de serra baseado em sua semelhança com
a lâmina de uma serra.
O som desta onda é desarmonioso e limpo, e seu espectro contém ambas
as harmônicas normais e estranhas da frequência fundamental. Devido ao fato de ela
conter todas as harmônicas inteiras, ela é considerada uma das melhores formas de onda
para a construção de outros sons, particularmente cordas, utilizando a síntese subtrativa.
Esta onda pode ser construída utilizando a síntese aditiva.
Nos casos extremos em que os tempos de subida ou de descida de uma onda triangular
são iguais a zero, temos ondas dente de serra descendentes ou ascendentes,
respectivamente. As aplicações são semelhantes às das ondas triangulares.
Mas como é possível com apenas 4 formas de onda podemos ter vários timbres diferentes?
A maior parte dos timbres sonoros é constituída por formas de onda complexas,
compostas basicamente por combinações das ondas básicas acima. Na prática, qualquer
forma de onda complexa pode ser decomposta em uma série infinita de ondas senoidais
sobrepostas. Como estas ondas contribuem para definir a forma de onda, são chamados
de formantes ou parciais. A maior parte dos instrumentos musicais afináveis produzem
sons que obedecem à série harmônica. Nestes casos, todos os componentes parciais do
som são multiplos da frequência fundamental (harmônicos).
Existem formas de onda que são compostas de formantes não múltiplos da frequência
fundamental. Normalmente isso produz um som sem altura definida e são típicos de
instrumentos de percussão, bem como da maioria dos sons não musicais.
Na verdade o ruído branco não pode ser definido como uma forma de onda, mas é o som
mais complexo possível de ser obtido, porque possui todas as frequências do espectro
sonoro audível soando simultaneamente. O nome ruído branco vem de uma analogia com
o espectro de cores, pois quando temos todas as frequências luminosas (cores) juntas o
resultado percebido pelo olho é a cor branca. O ruído branco pode ser ouvido em uma
estação de rádio fora do ar. A principal aplicação do ruído branco é a síntese musical,
onde pode ser utilizado como elemento básico para a síntese subtrativa ou para a
simulação de sons percussívos ou de fricção. Acredita-se ainda que o ruído branco quando
ouvido em volume baixo seja relaxante e por isso ele costuma ser utilizado em
consultórios dentários e clínicas de psicologia para acalmar os pacientes.
Em som, ele é usado muito para fazer alinhamento dos P.As devido a ter o somatório das
frequências, facilitando perceber o excesso ou falta delas no som.
A primeira coisa que você tem que entender é que existem vários tipos de síntese
sonora. Dentre eles, podemos citar:
1 – Síntese Subtrativa
2 – Síntese Aditiva
Entender a diferença entre os tipos de síntese é muito importante. Vamos entender cada
uma delas agora:
1 – Síntese Subtrativa
Esse é o tipo de síntese mais comum, que faz parte da grande maioria dos VSTs e
sintetizadores que estão disponíveis para a nossa utilização.
Para entender sobre a síntese subtrativa, você primeiro precisa entender sobre a rota da
síntese em um VST (um assunto que será detalhado em outro artigo).
Mas, o que você deve saber é que o som é gerado nos osciladores.
Essa onda pode ser de vários tipos diferentes. Cada tipo de onda possui determinadas
características.
Essas características são definidas pelos harmônicos.
• Sine (Senoidal)
• Saw (Dente-de-Serra)
• Square (Quadrada)
• Triangle (Triangulada)
• White-Noise (Ruído-Branco)
Após manipular o conteúdo harmônico do som gerado, o mesmo passa por uma nova
seção chamada Amplificador e, de lá, vai para a saída de áudio.
Entretanto, durante esse trajeto, o som ainda pode ser moldado, esculpido por outros
elementos. Estes são os moduladores. Existem vários, mas os mais comuns são o
Envelope ADSR e o LFO.
2 – Síntese Aditiva
Na figura acima vemos um patch simples criado em Max/Msp que irá funcionar como
“base” para o nosso “bolo”. Temos simplesmente:
Neste caso temos um som puro, constituído apenas por uma frequência. Visualmente
podemos confirmar que no espectrograma se trata de uma frequência apenas, e no
oscilograma vemos que se trata de uma onda sinusoidal. O passo seguinte será, então,
adicionar uma nova camada por cima da base.
Neste passo temos dois novos elementos: um segundo oscilador a gerar outra frequência
(sem relação com a primeira) e um modificador da amplitude do sinal (controlo de
volume) – como estão a ser somadas 2 frequências, a amplitude sonora resultante vai ser
superior e existe o risco de ocorrerem distorções por clipping do sinal. Auditivamente
ambas as frequências são ainda facéis de distinguir – na prática o resultado sonoro ainda
é percebido como a sobreposição de dois sons independentes. À medida que são
adicionados novos oscilogramas, esta distinção tornar-se-á cada vez mais difícil,
chegando a um ponto em que o som gerado é ouvido como um som só, resultando da
“amálgama” de todas as frequências que o compõem. Este é o processo primário de
síntese aditiva, sendo possível apenas através deste layering simples de frequências criar
texturas sonoras complexas. No entanto, existem outra variáveis que tornam o processo
mais versátil e os resultados muito mais interessantes. Nos casos anteriores todas as
frequências estavam a ser somadas à mesma amplitude, a amplitude gerada pelo
oscilograma do Max/Msp, sendo que a alteração destas amplitudes irá produzir resultados
sonoros bastante diferentes. Outra característica que altera significativamente o resultado
sonoro é a relação harmónica entre as frequências geradas. É comum referir-se a estas
frequências constituintes como parciais, podendo estes ser harmónicos ou inarmónicos.
Parciais harmónicos são aqueles cuja frequência é um múltiplo da frequência base
(considera-se a frequência mais grave como frequência base). Parciais sem relação com
a frequência base são ditos inarmónicos.
Neste novo patch foram introduzidos 2 novos osciladores, num total de 4, sendo que o
primeiro se mantém a gerar uma onda sinusoidal à frequência base, definida pelo
utilizador. Os seguintes geram ondas sinusóides a frequências múltiplas da frequência
base (neste caso respectivamente 2000Hz, 3000Hz e 4000Hz). Como se pode ver, a
síntese aditiva é de compreensão e implementação extremamente simples e cujos
resultados são, no fundo, ilimitados. Qualquer tipo de som pode ser decomposto nas suas
frequências constituintes e, assim, replicado através de síntese aditiva. No entanto, este
método de síntese tem uma grande limitação, no sentido em que é necessário um gerador
de sinal (oscilador) para cada uma das frequências constituintes. No caso de um som
simples, constituído (por exemplo) por 8 frequências, não representa um problema grave.
Por outro lado, sons complexos com dezenas de parciais tornam-se implementações
complicadas. Se no caso do software a única limitação é a capacidade de processamento
dos computadores/sistemas digitais, no que toca a implementações hardware torna-se
complicado, visto que cada frequência necessita de um oscilador físico. Cada frequência
deve ser gerada fisicamente (gerador de voltagem), o que em termos práticos se torna
incomportável (novamente, um som com 8 frequências é exequível, mas na ordem das
dezenas de frequências torna-se complicado em termos físico e de espaço). Ainda assim,
este método mantém-se (na minha opinião) como o mais fácil para a compreensão inicial
do que é a síntese sonora e serve como bom auxiliar na compreensão da decomposição
sonora. Uma implementação de um sintetizador aditivo simples consistiria, por exemplo,
num patch com:
• número determinado de osciladores, seja com frequências independentes da
frequência base, seja sob forma de parciais harmonicamente relacionados
• controlo de amplitude independente para cada um dos osciladores
• controlo de amplitude geral (para evitar as distorções por clipping)
Para além desta implementação da geração sonora, é comum (quase obrigatório, até) os
sintetizadores possuírem uma etapa de processamento do sinal gerado (filtros, LFOs e
afins)mas que, uma vez que não são directamente ligados à síntese aditiva, não tratarei
aqui. Posteriormente criarei um post em que falarei um pouco de alguns processos de
processamento e consequente implementação.
Esse foi o primeiro tipo de síntese inventado, décadas e décadas atrás. Lá pelos anos 30.
É… bem velho mesmo! O grande clássico representante dessa escola da síntese é o
Hammond Tonewheel Additive Synthesizer ou simplesmente Hammond Organ ou Órgão
Hammond.
Ela é baseada na teoria “Qualquer som pode ser criado através da sobreposição de
sinewaves”.
Em resumo, o som é gerado pela soma de até 9 ondas sine, em diferentes pitches e em
diferentes volumes.
3 – Síntese FM
Em síntese de áudio, modulação em freqüência (ou síntese FM) é uma forma de síntese
onde o timbre de uma onda simples é alterado modulando sua frequência com uma
freqüência de modulação que esteja na faixa audível, resultando em uma forma de onda
mais complexa e uma sonoridade diferente. A freqüência de um oscilador é alterada ou
distorcida “de acordo com a amplitude de um sinal modulado.” (Dodge e Jerse 1997,
p. 115)
Para sintetizar sons harmônicos, o sinal de modulação deve ter uma relação harmônica
com o sinal de portador original. Conforme se aumenta a modulação em freqüência, o
som torna-se mais complexo. Através do uso de moduladores com freqüências que são
múltiplos não-inteiros do sinal de portadora (ou seja, freqüências não harmônicas), sons
dissonantes e percussivos podem ser facilmente criados.
A técnica, que foi descoberta por John Chowning (citado em Dodge e Jerse, p. 115) na
Universidade de Stanford, em 1967-68, foi patenteada em 1975 e posteriormente
licenciada pela Yamaha. A implementação comercializada pela empresa é baseada em
modulação de fase.
A síntese FM é muito boa para criar sons harmônicos e inarmônicos. A utilização de
osciladores analógicos complexos geralmente não é viável devido à sua instabilidade de
pitch, entretanto a síntese FM é de fácil implementação digital. Assim, a síntese FM serviu
de base para algumas das primeiras gerações de sintetizadores digitais da Yamaha, sendo
um bom representante o Yamaha DX7 (sintetizador onipresente em toda a década de
1980). A Yamaha havia patenteado a sua implementação em hardware de FM, o que
resultou praticamente no monopólio do mercado com o uso dessa tecnologia. A Casio
desenvolveu uma forma relacionada com a síntese FM chamada síntese de distorção de
fase e utilizou-a em sua série de sintetizadores CZ. Don Buchla implementou FM em seus
instrumentos em meados da década de 1960, antes da patente da Yamaha. Seus módulos
osciladores duais 158, 258 e 259 apresentavam uma tensão específica de controle da FM
na entrada e o modelo 208 apresentava um oscilador de modulação “hard-wired” para
permitir tanto FM como AM no oscilador primário. Estas primeiras aplicações utilizavam
osciladores analógicos. Com o fim da patente FM da Stanford University em 1995, a
síntese tornou-se parte do repertório de síntese da maioria dos sintetizadores modernos,
em conjunto com as sínteses aditiva e subtrativa e com técnicas de amostragem.
Imagine uma onda sine com uma frequência constante. Como você imagina o som dela?
Exatamente! É assim que o som será. Se você tem dúvida, abra um VST qualquer, escolha
uma onda sine em UM (apenas um) oscilador (desligue os outros), e toque uma nota no
teclado midi.
Desta forma, toda vez que a minha segunda onda sobe, o tom da primeira sobe junto.
Quando ela desce, o tom da primeira também desce.
Imagine então o tom subindo e descendo. Vamos ter mais ou menos o som de um sirene.
A onda sine de baixa frequência que controla a segunda onda é nada mais do que um
LFO. Isso faz com que surjam inúmeras frequência em torno da frequência fundamental,
criando-se assim timbres muito ricos.
A síntese FM é muito útil para criar sons que são difíceis de conseguir com os outros tipos
de síntese, como sons metálicos, de sino (bells) ou sons de lata. Estes sons tendem a ser
cheios de tons inarmônicos, o que seria necessário uma quantidade razoável de
equipamentos para gerá-los com a síntese subtrativa.
Nos primeiros sintetizadores, os osciladores eram capazes de gerar alguns tipos de onda
somente, tais como sine, triangle, saw e square/pulse. Somente isso já nos deu um
espectro infinito de sons básicos, especialmente quando diferentes ondas eram
combinadas entre si.
E assim estávamos muito bem, obrigado. Até que em meados da década de 70 surgiu o
conceito de wavetables.
Mas o que é isso?
Sem dúvida, isso trouxe uma paleta sonora muito mais abrangente para as produções.
E você não precisa de um botão para trocar as waveforms. Você pode utilizar envelopes
e LFOs para transitar entre cada uma das suas 64 ondas.
Uma vez que as ondas são organizadas de uma determinada maneira, podemos criar um
certo movimento harmônico para o som.
Explicando melhor
Imagine que a sua onda 01 seja uma sine e a onda 64 seja uma square, brilhante e cheia
de harmônicos. Imagine que da onda 02 a 63, as ondas vão se transformando
gradualmente, ganhando harmônicos até se transformarem na square.
Então, wavetable é o nome dado a um pequeno “pedaço” de áudio digital (que pode ser
um sample ou waveform). Este pequeno pedaço de áudio é tocado de uma maneira cíclica
(loopada).
A frequência, ou seja, o pitch, da nota resultante é criado pela taxa em que a waveform é
tocada (a velocidade entre as repetições).
Nos VSTs mais modernos, como o X-Fer Serum, você pode ter até 256 ondas de ciclo
único. Em circunstâncias normais, você ouve uma delas de cada vez, mas você pode
automatizar o parâmetro que controla as posições das ondas (que no Serum é o WT Pos)
para ter sons incríveis.
Tecnicamente, você também pode ouvir várias ondas da mesa ao mesmo tempo ativando
o parâmetro Unison (uníssono).
Os principais representantes desse tipo de síntese hoje em dia são o X-Fer Serum e o NI
Massive.
Se você está começando a estudar síntese sonora agora, eu sugiro que você escolha
aprender em um VST mais simples, como o Tal-NoiseMaker ou o Operator (nativo do
Ableton) etc.
5 – Sampling
Essa última categoria não é bem um tipo de síntese, mas faz parte da rotina de todo
produtor. Em resumo, “samplear” é utilizar qualquer arquivo de áudio proveniente de
inúmeras fontes.
Vale ressaltar que, quando você retira pedaços de músicas de outros artistas, como vocais
ou melodias, você pode estar infringindo a lei de direitos autorais. Essa prática tem se
tornado comum nos dias atuais, mas eu, particularmente, não recomendo. Além de
infringir a lei, você está roubando parte da produção de outros artistas.
Sendo assim, a melhor forma de trabalhar com samples é adquirir os pacotes de empresas
que os produzem exatamente para essa finalidade. Portanto, são royalty-free. Isso quer
dizer que, uma vez que você adquire o pacote, tem o direito de utilizar os samples
tranquilamente em suas músicas.
Eu, particularmente, sugiro que você não tenha uma biblioteca com dezenas de gigabites
de samples. Isso vai acabar confundindo sua cabeça e roubando o seu tempo. A minha
recomendação é que você escolha bem os samples da sua biblioteca e que os conheça
bem, se familiarize com eles.
Como trabalhar com samples?
Esse é um tópico bastante extenso e que será trabalhado em outro artigo, mas,
basicamente, você pode trabalhar com os samples diretamente no grid do seu software
(simplesmente jogando eles lá) ou através de um sampler.
Só atentando a um fato:
SAMPLE = Arquivo de áudio, amostra (pode sem WAV, MP3, AIFF etc.)
A maioria das DAWs hoje em dia tem um sampler nativo. No Ableton, temos o Simpler
e no Logic temos o EXS24, além do Ultrabeat (mais específico para bateria).
Além desses, temos excelentes samplers no mercado, tais como o Battery 4 e o famoso
Kontakt, ambos da Native Instruments, o Reason também é um ótimo programa para isso.
A síntese VAST surgiu com o K2000 no início dos anos 90 e vem sendo aprimorada
desde então. Ela consta de vários layers (32 no PC3), cada um consistindo de vários
blocos (de um até 4) agrupados em diferentes algoritmos. Cada bloco, dependendo do
algoritmo, pode ser configurado como um oscilador, filtro, amplificador, mixer ou
modificador e ainda processar as formas de onda da ROM ou samples. Podem ainda ser
modulado por uma grande série de controles e os layers podem ser ligados em cascata. A
síntese VA ou KVA como é chamada pela Kurzweil foi introduzida no PC3 e nada mais
é do que uma melhoria na qualidade dos osciladores de forma de onda analógica que são
anti-aliasing.
O motor VAST seria uma combinação entre:
- síntese substrativa, com aspectos de um grande sintetizador modular, em que tudo pode
modular tudo em qualquer posição da cadeia de modulações;
- na síntese substrativa, podem ser usados muitos e muitos osciladores (waves e/ou
samples e/ou partials [harmônicos de síntese aditiva]); por exemplo, tenho programas que
usam mais de 10;
- FM idem;