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Artigo Inédito

Principais Indicações e Efeitos da Ancoragem


Extrabucal Occipital (I.H.G.) no Tratamento de
Jovens com Má oclusão de Classe II, 1ª Divisão
de Angle: Apresentação de um Caso Clínico
Principal Indications and Effects of Occipital Pull Headgear (I.H.G) in the
Treatment of Class II, Division 1 Malocclusion Patients : A Case Report

Resumo Classe II. Embora não seja a mais freqüente


A ancoragem extrabucal ainda é um dos na população, ela está presente na maioria
recursos mais utilizados e recomendados no tra- dos pacientes que procuram por tratamento
tamento da má oclusão de Classe II, 1ª divisão ortodôntico, abrangendo 57,8% do total18,21.
caracterizada por protrusão maxilar e/ou den- A má oclusão de Classe II não é uma enti-
toalveolar. No entanto, somente o uso correto dade clínica simples, podendo resultar de alte-
José Fernando
Castanha das forças ortopédicas extrabucais determina rações dos componentes dentoalveolares, es-
Henriques resultados clínicos satisfatórios. A escolha da queléticos ou, até mesmo, de uma associação
direção de tração (tração alta, média ou baixa) de ambos19. O comprometimento esquelético,
encontra-se diretamente relacionada ao padrão por sua vez, pode caracterizar-se por uma pro-
de crescimento e ao padrão muscular do pacien- trusão maxilar, ou por uma retrusão mandi-
te. Outros fatores a serem considerados são o bular, ou ainda, por ambas12.
estágio de crescimento e desenvolvimento da Em virtude desta complexidade, a má oclu-
face e dos dentes, a intensidade de forças a se- são de Classe II, 1ª divisão pode ser tratada de
rem aplicadas e a cooperação do paciente. várias maneiras, dependendo dos tipos de ano-
Todos os tipos de tração extrabucal trazem malias apresentadas. Para os casos de Classe
benefícios ao paciente, desde que corretamen- II com protrusão maxilar e/ou dentoalveolar,
te indicados e utilizados, podendo muitas ve- um dos tratamentos mais recomendados é a
zes evitar exodontias. ancoragem extrabucal, que pode variar, entre
Este trabalho tem como objetivo abordar outros aspectos, segundo a direção da tração,
as principais indicações e os efeitos da ancora- podendo ser alta ou parietal (“High Pull”), mé-
gem extrabucal occipital (I.H.G.), assim como dia ou occipital (“Interlandi Head Gear”) e bai-
apresentar um caso clínico tratado com essa xa ou cervical (“Kloehn Head Gear”). Além dis-
metodologia associada à terapia ortodôntica so, pode ser associada ou não a aparelhos re-
fixa sem extrações. movíveis , bem como a aparelhos fixos.
Os diferentes tipos de tração extrabucal
Introdução foram, e continuam sendo, motivo de muitos
Atualmente, um dos grandes desafios dos estudos, e todos estes aparelhos trazem bene-
ortodontistas é a correção das más oclusões de fícios aos pacientes, desde que corretamente

José Fernando Castanha HenriquesA


Marcos Roberto de FreitasB
Sandra Márcia HayasakiC
Unitermos:
Ortodontia; Má A
Professor Titular do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP;
oclusão de Classe Coordenador dos Cursos de Pós-graduação em Ortodontia, ao nível de Doutorado e Especialização da Faculdade de
Odontologia de Bauru - USP.
II, 1ª divisão; B
Professor Associado do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP;
Ancoragem extra- Coordenador do Curso de Pós-graduação em Ortodontia, ao nível de Mestrado da Faculdade de Odontologia de
bucal. Bauru - USP.
C
Aluna do Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia pela A.P.C.D. - Bauru

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indicados e utilizados. BAPTISTA3, relataram que o I.H.G. era um havia uma relação significante entre a apli-
O objetivo deste trabalho é discorrer aparelho extrabucal particularmente van- cação de diferentes tipos de ancoragem ex-
sobre as principais indicações e efeitos da tajoso para padrões dolicofaciais, pois con- trabucal e os tipos faciais (dolicofaciais,
ancoragem extrabucal occipital ( I.H.G.) e seguia impedir a indesejável extrusão dos mesofaciais e braquifaciais). Concluiu tam-
ilustrá-los com um caso clínico tratado com molares superiores. bém que nos dolicofaciais, os efeitos de
essa metodologia associada a um aparelho Diversos autores5,6,7,8,11, com o intui- extrusão produziram uma reação negati-
fixo da técnica “Edgewise” simplificada. to de estudarem cefalometricamente os efei- va na mandíbula.
tos do uso da ancoragem extrabucal Concordando com VIGORITO26;
Revisão de Literatura cervical em pacientes com má oclusão de PROFFIT, FIELDS JR23, neste mesmo ano,
A primeira utilização da ancoragem Classe II, 1ª divisão, constataram que a recomendaram que a escolha do tipo de apa-
extrabucal para a correção da má oclusão relação ântero-posterior das bases ósseas relho extrabucal deveria ser baseada no pa-
de Classe II foi em 1875, por KINGSLEY 15. (ângulo ANB) reduziu significantemente, drão facial original : quanto maior o com-
Porém, acreditava-se que os efeitos esta- principalmente em resposta a uma dimi- ponente vertical , mais alta deveria ser a di-
vam limitados ao processo dentoalveolar 9 nuição do ângulo SNA, indicando que o reção de tração. Assim, a direção da força
e que pouco poderia ser feito quanto às crescimento anterior da maxila foi inibido. deveria ser compatível com a relação vertical
alterações esqueléticas. Com esse pensa- Os incisivos superiores e inferiores foram observada no paciente. Uma força extrabu-
mento, BAKER2, em 1893, rapidamente movimentados para distal, o ângulo do pla- cal dirigida no sentido inferior e posterior
conseguiu banir por completo o uso da no mandibular aumentou pela extrusão restringiria o crescimento anterior da maxi-
ancoragem extrabucal, quando introduziu dos molares superiores e a altura facial la, mas permitiria ou acentuaria o cresci-
os elásticos intermaxilares, que eram bem anterior também aumentou acentuada- mento no sentido inferior. Se a mandíbula
mais práticos e menos visíveis. mente. Concluíram também que o trata- girasse no sentido inferior e posterior, o cres-
Assim, mais de 40 anos se passaram, mento tende a rotacionar a maxila e a cimento mandibular para anterior seria anu-
até que OPPENHEIM22, em 1936, ao obter mandíbula para baixo e para trás. lado, o que pioraria a relação de Classe II. Por
sucesso na correção de uma Classe II, 1ª HENRIQUES12, em 1993, estudou e outro lado, uma força de um aparelho ex-
divisão somente com o uso noturno da an- comparou cefalometricamente três tipos de trabucal no sentido superior e posterior limi-
coragem extrabucal, reavivou seu uso. Os ancoragem extrabucal: o K.H.G., o aparelho taria o desenvolvimento vertical da maxila e
profissionais da época passaram, então, a removível conjugado à ancoragem extrabu- não deveria ser utilizada em um paciente
empregá-la associada ao aparelho fixo e cal e o ativador associado à ancoragem ex- que tivesse a altura facial diminuída associ-
sua principal função era de reforço de an- trabucal. Concluiu que o padrão de cresci- ada a uma Classe II esquelética.
coragem. A partir daí, diversos estudos fo- mento não foi alterado nos três grupos, mas KLAPPER et al16, em 1992, e ZAHER
ram realizados demonstrando que efeitos houve restrição de crescimento maxilar; o et al27, em 1994, de modo geral concorda-
ortopédicos também poderiam ser obtidos ângulo do plano palatino aumentou signi- ram que o aparelho extrabucal cervical é
com a utilização das forças extrabucais ficantemente no grupo tratado com o K.H.G.. mais indicado para pacientes braquifaciais
durante o período de crescimento e desen- A mandíbula apresentou crescimento signi- e o I.H.G. para pacientes dolicofaciais, que
volvimento9,10,20. ficante no grupo tratado com ativador ; nos podem ou não apresentar problemas verti-
Foi dessa forma que KLOEHN17, em outros dois grupos o crescimento foi mais cais associados, como por exemplo, mordi-
1961, usando a região cervical como ponto discreto. Com relação ao dimorfismo sexual, das abertas.
de apoio, preconizou a utilização desse apa- ocorreram diferenças significantes nos va- Segundo BARROS 4, em 1997, o I.H.G.
relho como excelente meio de controle para lores de AFAI e SN.GoMe. deve ser utilizado nos padrões mesofaciais
direcionar o crescimento dentoalveolar, pro- Quando o objetivo do tratamento, po- ou dolicofaciais suaves, em que não inte-
porcionando um bom equilíbrio facial. rém, era o controle entre os movimentos ressa a extrusão de molares. Nos
No ano seguinte, INTERLANDI13 idea- vertical e horizontal do arco superior, a dolicofaciais, a tração deve tornar-se mais
lizou um aparelho extrabucal que foi de- ancoragem extrabucal cervical era contra- oblíqua à medida que a tendência do cres-
nominado I.H.G. (Interlandi Head Gear). indicada, como relatou VIGORITO 25, em cimento se torna mais vertical. Neste caso,
Esse aparelho constituia-se de tiras de apoio 1980, e RICKETTS 24, em 1982. Este últi- com a intrusão do molar superior, ou, pelo
em número de três, que se adaptavam nas mo autor ainda concluiu que certas más menos, a não extrusão do mesmo, junta-
áreas cervical, occipital e parietal, junta- oclusões estariam associadas a tipos faciais mente com a neutralização do deslocamen-
vam-se à frente da orelha por meio de uma específicos, sendo que o padrão dolicofacial to vertical da maxila, não ocorre compro-
lâmina plástica em forma de C, com ra- apresentava, geralmente, má oclusão de metimento do posicionamento da mandí-
nhuras na borda interna que permitiam Classe II, 1ª divisão, com musculatura fra- bula, impedindo-se a sua rotação. Também
variar a direção dos elásticos, os quais iri- ca, ângulo goníaco obtuso e tendência à cita que a força de intrusão será mais acen-
am tracionar, por sua vez, o arco externo e mordida aberta anterior, devido ao padrão tuada se o braço externo do AEB estiver
o interno, ajustado nos tubos molares. de crescimento vertical da mandíbula. dobrado abaixo do plano oclusal.
INTERLANDI 13 , assim como VIGORITO26, em 1993, observou que Em pacientes dolicofaciais, cujo cresci-

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mento é predominantemente vertical e o pa- do clínico final. A força deverá ter uma di- • Efeitos ortodônticos
drão muscular é pobre, contraindica-se a reção pré-estabelecida de acordo com o pa- - Distalização dos molares superiores, para
extrusão dos molares superiores, pois a man- drão de crescimento e com o padrão mus- obtenção da relação molar normal;
díbula, neste caso, iria girar em sentido ho- cular, além de criteriosa consideração acer- - Controle de uma possível extrusão dos
rário, retraindo o mento e aumentando ain- ca do estágio de crescimento e intensidade molares superiores ou, em alguns casos, a
da mais a altura facial ântero-inferior. Tudo de forças a serem aplicadas. possibilidade de intruí-los;
isso contribuiria para um perfil ainda mais - Durante a distalização, os molares supe-
empobrecido 4.Neste caso, a direção da tra- Principais Indicações do I.H.G. riores apresentam pequena tendência de
ção deve ser ao nível da fissura pterigomaxi- A ancoragem extrabucal occipital inclinação das raízes para distal, principal-
lar, comprimindo a parte posterior da maxi- (I.H.G.) está indicada nos seguintes casos: mente quando comparados com a tração
la contra os ossos adjacentes, impedindo que - Pacientes Classe II mesofaciais; cervical;
ela se desloque para baixo, neutralizando- - Pacientes Classe II dolicofaciais suaves; - O risco de impacção dos segundos mola-
se a rotação mandibular24. - Mordidas abertas esqueléticas; res superiores permanentes é baixo.
Em ortodontia corretiva, no tratamen- - AEB conjugado a aparelhos removíveis;
to da má oclusão de Classe II, 1ª divisão - Ancoragem durante a mecanoterapia com • Efeitos ortopédicos
em pacientes com padrão de crescimento aparelhos fixos. - Restrição do crescimento maxilar no sen-
vertical, principalmente em casos limítrofes - Associado a aparelhos ortopédicos funci- tido ântero-posterior identificada por uma
entre extração e não extração, seria preferí- onais; diminuição significativa do ângulo SNA;
vel à extração de dentes, pois isto ajuda a - Durante a expansão rápida da maxila em - Melhor relacionamento entre as bases
controlar a dimensão vertical. Do mesmo pacientes dolicofaciais, a fim de minimizar ósseas (ângulo ANB);
modo, acredita-se que a extração deve ser o efeito colateral de aumento acentuado - O mento adquire, em geral, uma posição
evitada nos pacientes braquifaciais para daAFAI. mais anterior quando comparado à tração
inibir uma excessiva diminuição da altura cervical;
facial14,16. Principais Efeitos do I.H.G. - A altura facial ântero-inferior (AFAI), em
Portanto, o uso correto das forças orto- A revisão de literatura possibilitou-nos alguns estudos, chegou a diminuir ao fi-
pédicas extrabucais determinará o resulta- encontrar os seguintes efeitos: nal do tratamento14; em outros, houve pe-
queno aumento, quando a tendência era
aumentar acentuadamente, principalmente
em pacientes com AFAI aumentada ou em
pacientes com tendência de crescimento
vertical18,19;
- Com o controle do desenvolvimento ver-
tical da maxila, a tendência de rotação ho-
rária da mandíbula diminui, auxiliando na
melhora do perfil facial do paciente e no
relacionamento dos molares.

Caso Clínico
A paciente C.C.B., leucoderma, brasilei-
ra, com 11 anos e 4 meses, procurou a
Clínica do Curso de Pós-Graduação em Or-
todontia da FOB-USP para tratamento.
Ao exame clínico, apresentava perfil
convexo e altura facial aumentada. O exa-

FIGURA 1 - Fotografias pré-tratamento.

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me intrabucal revelou que a paciente apre-
sentava má oclusão de Classe II, 1ª divi-
são, fase de dentadura mista tardia, cur-
va de Spee ausente e curva oclusoincisal
moderada. Não havia desvio mandibular
da relação cêntrica para a máxima inter-
cuspidação habitual (FIG.1).
A análise cefalométrica evidenciou as
medidas apresentadas na TAB.1, desta-
cando-se as seguintes características:
- Perfis ósseo e mole convexos;
- Padrão de crescimento ligeiramente des-
favorável, com ligeira tendência de cresci-
mento vertical;
- Relação entre as bases apicais desfavo-
rável, com a maxila protruída e a mandí-
bula ligeiramente retruída;
FIGURA 2 - Instalação do I.H.G.

FIGURA 3 - Final da fase de terapia ortodôntica fixa.

- Incisivos superiores retruídos e inclina-


dos para palatino e os inferiores ligeira-
mente protruídos e inclinados para vesti-
bular;
- Altura facial ântero-inferior (AFAI) nor-
mal
- Mandíbula ligeiramente menor do que o
ideal.
Com base no exame clínico e radio-
gráfico, o plano de tratamento elaborado
consistiu na utilização da ancoragem ex-
trabucal occipital (I.H.G.), devido à ligeira
tendência de crescimento vertical, associ-
ado ao aparelho fixo da Técnica de
“Edgewise” simplificada.
A paciente utilizou o AEB somente à
noite, durante 6 meses, obtendo a sobre-

FIGURA 4 - Fotografias finais.

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correção da relação molar. (FIG.2). TABELA 1
Medidas cefalométricas iniciais e finais
O tratamento ortodôntico corretivo du-
rou 1 ano e 10 meses e a colaboração da Padrão Inicial Final
NAP 0 16º 12º
paciente foi excelente. (FIG.3).
WITS 0 3 1,5
Ao final, uma placa de Hawley foi ins-
SNA 82º 86º 83º
talada como contenção no arco superior,
SNB 80º 78º 77º
e, no inferior, utilizou-se uma contenção
ANB 2º 8º 6º
fixa de canino a canino. (FIG.4).
SND 76º 75º 74º
FMA 25º 27º 36º
Resultados
SN.ocl 14º 12º 17º
Analisando-se a TAB. 1 e a
SN.GoGn 32º 36º 40º
sobreposição de traçados (FIG.5), obser-
SN.Gn 67º 68º 69º
va-se que os resultados obtidos concor-
1. NA 22º 13º 15º
dam com relatos anteriores da literatura:
1- NA 4mm 2mm 3mm
- Houve restrição de crescimento da
1. NB 25º 31º 33º
maxila no sentido ântero-posterior;
1- NB 4mm 7mm 8mm
- A relação entre as bases ósseas tor-
Linha I 0 -1mm -4mm
nou-se satisfatória;
H.NB 7-9º 20º 19º
- Houve aumento expressivo do com-
H-Nariz 9-11mm -3mm -1mm
primento efetivo da mandíbula;
Linha S 0 5 / 6 mm 3 / 4 mm
- Melhora do perfil facial;
Nperp- A +1 6 0
- Os molares superiores apresentaram
Nperp- P -2 a +4 0 1
pequena extrusão, porém, dentro do es-
ANL 95 a 115º 105º 95º
perado no crescimento normal da maxi-
Co-A 90mm 90mm 90mm
la; os molares inferiores mesializaram e
Co-Gn 116mm 111mm 114mm
extruíram. A pequena extrusão dos mola-
Dif 26 21 24
res superiores denota que o AEB occipital
AFAI 64mm 65mm 71mm
(I.H.G.) foi eficiente no controle do cresci-
6.PP 21 - 23 mm 21mm 23mm
mento vertical da face;
1.PP 28mm 30mm
- Aumento normal da altura facial
6.PM 31 - 33 mm 27mm 30mm
ântero-inferior.
1.PM 40mm 41mm

Conclusão
O aparelho extrabucal occipital (I.H.G.)
demonstrou ser um meio eficiente de con-
trole do crescimento vertical da face, pos-
sibilitando um tratamento ortodôntico
sem exodontias e com sensível melhora
no perfil da paciente.

FIGURA 5 - Sobreposição dos traçados inicial e final.

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Abstract
Extraoralanchoragestillisoneofthemost niofacialgrowthpatternandmusclepattern. the main indications and effects of the oc-
used and recommended procedures in the Other factors to be considered are the growth cipital pull headgear (I.H.G.) as well as to
treatmentofClassII,division1malocclusion, stageandthefaceandteethdevelopment,the present a clinical case treated with this
whichischaracterizedbymaxillarand/orden- forces intensity to be applied and the patient procedure associated to the nonextraction
toalveolar protrusion. However, only the cooperation. fixed orthodontic therapy.
appropriated use of extraoral orthopedic for- Alltypesofextraoralpullarebeneficialto
cescandeterminesatisfactoryclinicalresults. thepatient,sincecorrectlyindicatedandused, Uniterms: Orthodontics; Class II,
The selection of the pull direction (high, avoidinginmanyinstancesdentalextraction. division 1 malocclusion; Extraoral
medium or low pull) is directly related to cra- The purpose of this study is to address anchorage.

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