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nº1, Outubro de 2016

Guia Prático de Atualização


Departamento de Alergia

Anafilaxia
Departamento de Alergia
Presidente: Emanuel C. S. Sarinho
Secretário: Herberto José Chong Neto
Conselho: Adriana Azoubel Antunes, Antônio Carlos Pastorino, Arnaldo Carlos Porto Neto,
Fabio Chigres Kuschnir, Maria das Graças Nascimento Silva, Marisa Lages Ribeiro
Colaborador: Dirceu Solé

O que é Anafilaxia?

A anafilaxia é definida como uma reação mul- • Em relação aos alimentos, os diferentes fato-
tissistêmica grave de início agudo e potencial- res culturais e sócio-econômicos de cada país
mente fatal, em que alguns ou todos os seguintes (ex: tipo de dieta), ou mesmo entre regiões de
sinais e sintomas podem estar presentes: urticá- um mesmo país, podem influenciar a exposi-
ria, angioedema, comprometimento respiratório ção ao alimento envolvido na reação.
e gastrintestinal e/ou hipotensão arterial. A ocor-
• Entre os medicamentos, aqueles de uso mais
rência de dois ou mais destes sintomas imedia-
frequente, como os antibióticos, especialmen-
tamente após a exposição ao alérgeno suspeito
te os beta-lactâmicos, e os anti-inflamatórios
alerta para o diagnóstico e tratamento imediato.
não hormonais (AINH) são as classes mais en-
A ausência de critérios mais abrangentes leva à
volvidas.
sua subnotificação, subdiagnóstico e possíveis er-
ros ou retardo na instituição da terapêutica ade- • A frequência de anafilaxia ao látex vem au-
quada. O termo ANAFILAXIA deve ser utilizado na mentando e deve-se ter atenção especial para
descrição tanto de casos mais graves acompanha- grupos de risco como os profissionais de saúde
dos de choque (colapso cardiovascular), quanto e pacientes com espinha bífida, e para possí-
dos casos mais leves. veis reações cruzadas com frutas como bana-
na, abacate, kiwi, mamão e outros alimentos
A verdadeira incidência de anafilaxia é des-
como o aipim e o inhame.
conhecida. Apesar disso, publicações recentes
relatam o aumento da incidência de anafilaxia • O látex é a segunda maior causa de anafilaxia
em diferentes países como a Austrália, Reino Uni- perioperatória sendo superado apenas pelos
do e Estados Unidos da América, principalmente relaxantes musculares neste contexto clíni-
nas faixas etárias mais jovens sendo os medica- co. Além destes agentes causais, antibióticos,
mentos e alimentos os principais desencadean- AINH e outras drogas e/ou substâncias como
tes apontados. Algumas considerações merecem coloides e opiáceos podem estar envolvidos
destaque: na anafilaxia perioperatória.

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Anafilaxia

• Cerca de 2% dos indivíduos que recebem ra- 1 – Reação aguda, de evolução rápida (minutos a
diocontrastes iônicos de alta osmolaridade horas), com envolvimento de pele/mucosas
podem experimentar algum tipo de reação acompanhada de ao menos um dos seguintes
adversa. Embora a maioria destas reações seja sintomas: dificuldade respiratória (por edema
leve, podem ocorrer reações fatais. Estas rea- laríngeo ou broncoespasmo) e hipotensão ar-
ções são muito menos freqüentes com a utili- terial (lipotímia, síncope ou choque)
zação de contrastes não-iônicos de baixa os-
Outros dois critérios adicionais devem ser con-
molaridade.
siderados quando ocorre exposição a um alér-
• O exercício físico isoladamente ou associado geno previamente suspeito para o paciente:
a alimentos (camarão, maçã, aipo e trigo) tem 2 – Reação aguda com envolvimento de dois ou
sido relatado como causa de anafilaxia. mais dos seguintes: pele/mucosas: prurido/
• No Brasil, inquérito direcionado a alergologis- flush/urticária e/ou angioedema / dificuldade
tas apontou como principais agentes causais respiratória / hipotensão arterial / sintomas
de anafilaxia os medicamentos (AINH, antibió- gastrintestinais persistentes
ticos) seguido dos alimentos (leite de vaca e 3 – Redução da pressão arterial (PA): em crian-
clara de ovo entre lactentes e pré-escolares, ças PA baixa para a idade, ou queda de 30%
crustáceos entre crianças maiores, adolescen- na PA sistólica. Em adolescentes e adultos:
tes e adultos) e picadas de insetos (formigas PA < 90 mmHg ou queda > 30% na PA sistólica.
de fogo, abelhas e vespas). Em cerca de 10%
dos casos não houve identificação do agente O espectro das manifestações clínicas com-
etiológico (anafilaxia idiopática). preende desde reações leves até graves e fatais.
O início geralmente é súbito, podendo atingir
vários órgãos. Os sintomas iniciais ocorrem em
Como fazer o diagnóstico? segundos/minutos até horas após a exposição ao
agente causal. É importante ressaltar que reações
Recentemente a World Allergy Organization bifásicas podem ocorrer de 8 a 12 h em até 10%
definiu critérios clínicos relacionados à alta pro- dos casos. Os principais sintomas e sua ordem
babilidade diagnóstica de anafilaxia em pacien- de freqüência são descritos no quadro a seguir
tes adultos e pediátricos: (QUADRO 1)

Quadro 1 – Principais sinais e sintomas de anafilaxia

1
FREQUÊNCIA (%)
Cutâneos 90
Urticária e angioedema (mais comumente em lábios e olhos) 85-90
Erupção cutânea (rash, eritema) 45-55
Prurido sem rash 2-5
Respiratórios 40-60
Dispneia, sibilos, tosse* 45-50
Edema de laringe (edema de glote) 50-60
Espirros, coriza, obstrução, prurido nasal e/ou ocular acompanhados ou não de hiperemia 15-20
conjuntival e lacrimejamento.)
*Tosse e rouquidão podem preceder a obstrução das vias aéreas
Cardiovascular 30-35
Taquicardia, tontura, síncope, dor precordial, hipotensão arterial, choque
Digestórios 25-30
Náuseas, vômitos, diarreia, cólicas
Miscelânea
Cefaleia 5-8
Convulsão 1-2
Outros: incontinência urinária, cólicas uterinas, gosto metálico, sensação de morte iminente,
desorientação.
1 Baseado em compilação de 1784 casos (Adaptado da referência 4)

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Departamento de Alergia • Sociedade Brasileira de Pediatria

O diagnóstico de anafilaxia é eminente- síndrome carcinoide, disfunção de cordas vocais


mente clínico. A anamnese deve ser detalhada e escromboidismo.
e os seguintes aspectos devem constar da mes-
ma: agente suspeito, via de administração, dose, Por que ocorre a anafilaxia?
seqüência de sintomas, tempo para início dos
mesmos, tratamento anteriormente aplicado na Na maioria das vezes, a anafilaxia é desen-
mesma situação clínica, outros fatores associados cadeada por mecanismo imunologicamente me-
como exercício e/ou uso de medicamentos. Em- diado por IgE contra diferentes antígenos como:
bora ainda seja pouco utilizada na prática clínica, alimentos, medicamentos, veneno de insetos
a dosagem de triptase plasmática, pode auxiliar himenópteros (abelhas, vespas, formigas), látex,
na confirmação do diagnóstico de anafilaxia. Para entre outros e com liberação imediata de histami-
confirmação da etiologia são necessários exames na e outros mediadores de mastócitos e basófilos.
complementares, porém nesta situação emergen-
Entretanto, outros mecanismos imunológicos
cial, a dosagem de imunoglobulina E (IgE) sérica
podem ocorrer, como no caso de reações por imu-
específica no momento da reação pode ser nega-
nocomplexos circulantes a produtos biológicos.
tiva, porisso deve ser realizada posteriormente e
Raramente pode ser ocasionada por mecanismos
é útil para a educação do paciente e a instituição
não imunológicos, sendo o mais comum a ativa-
de medidas terapêuticas.
ção direta de mastócitos. Podem estar envolvidos
0 diagnóstico diferencial de anafilaxia deve também os componentes do sistema complemen-
ser feito com a reação vasovagal que é a causa to, mediadores do ácido araquidônico como leu-
mais frequente de confusão e caracteriza-se por cotrienos e prostaglandinas, cininas, fatores da
sudorese, náusea, hipotensão, e bradicardia (na coagulação e da fibrinólise. Em muitas ocasiões
anafilaxia temos taquicardia, ocorrendo bradi- o fator etiológico é desconhecido, sendo estes
cardia apenas em situações pré falência cardior- casos designados como “Anafilaxia idiopática”. A
respiratória) e ausência de sintomas cutâneos terminologia utilizada atualmente para a classifi-
como urticária/angioedema. Outras doenças me- cação de anafilaxia leva em conta os mecanismos
nos frequentes que merecem atenção quanto ao fisiopatológicos subjacentes (FIGURA 1). Inde-
diagnóstico diferencial são: mastocitose sistê- pendente do fator etiológico, o quadro clínico e
mica, angioedema hereditário; feocromocitoma, mediadores químicos envolvidos são similares.

Figura 1 – Classificação da anafilaxia de acordo com seus mecanismos fisiopatológicos

ANAFILAXIA
CLASSIFICAÇÃO

Alérgica (Imunológica) Idiopática Não Alérgica (Não Imunológica)

IgE Mediada Não IgE Mediada Agentes físicos Outras drogas:


Alimentos, venenos de Derivados do sangue, (ex: frio) anti-inflamatórios
insetos, látex, drogas agregados imunes Exercício físico não hormonais
(ex.: beta-lactâmicos) (AINH) opiáceos,
radiocontrastes
Adpatado de referência 1

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Anafilaxia

O efeito β-adrenérgico da adrenalina rever-


Como é o tratamento adequado
te a vasodilatação periférica, diminui o edema
da anafilaxia?
da mucosa, a obstrução das vias aéreas superio-
res, bem como a hipotensão, além de reduzir os
Por ser uma uma emergência médica a anafi-
sintomas de urticária / angioedema. Suas pro-
laxia requer o pronto reconhecimento do quadro
priedades β-adrenérgicas aumentam a contrati-
clínico a fim de se preservar a permeabilidade das
lidade do miocárdio, o débito cardíaco e o fluxo
vias respiratórias, manter a pressão sanguínea e
coronariano. Além disso, causa broncodilatação e
a oxigenação. Três aspectos são fundamentais no
suprime a liberação de mediadores de mastócitos
tratamento:
e basófilos. Em função de sua ampla atuação so-
bre os mecanismos fisiopatológicos da anafilaxia,
1 - ADMINISTRAÇÃO RÁPIDA DE ADRENALINA a adrenalina é considerada a droga de primeira
linha para seu tratamento, e sua prescrição preco-
2 - DECÚBITO DORSAL COM MMII ELEVADOS ce é essencial para reversão do quadro e salvar a
vida do paciente.
3 - MANUTENÇÃO ADEQUADA DA VOLEMIA No Quadro 2 são descritos os principais agen-
tes utilizados no tratamento agudo da anafilaxia.

Quadro 2 – Principais agentes terapêuticos no tratamento da anafilaxia

Agente Dose e via de administração Comentários

Manter sinais vitais Checar A (vias aéreas), • Manter posição adequada (decúbito dorsal
B (respiração), C (circulação) com MMII elevados).
e M (mente - sensório) • Levantar-se ou sentar-se subitamente estão
associados a desfechos fatais (“síndrome
do ventrículo vazio”).

Adrenalina 1:1000 • Adultos/Adolescentes: • Administar imediatamente e repetir se


(1mg/ml) 0,2-0,5mg (dose máxima) IM necessário a cada 5-15 minutos.
na face antero-lateral da coxa. Monitorar toxicidade (freqüência cardíaca)
• Crianças: 0,01mg/kg up até o • Adrenalina em diluições de 1:10.000
máximo de 0,3mg IM na face ou 1:100.000 somente devem ser
antero-lateral da coxa. administradas via EV nos casos de parada
cardiorrespiratória ou profunda hipotensão
que não respondeu à expansão de volume
ou múltiplas injeções de epinefrina IM.

Expansão de • Adultos/Adolescentes: • Taxa de infusão é regulada pelo pulso e


volume 1-2 litros rapidamente EV pressão arterial.
Solução salina • Crianças: 5-10ml/kg EV nos • Estabelecer acesso EV com o maior calibre
Ringer Lactacto primeiros 5 minutos e 30ml/kg possível. Monitorar sobrecarga de volume
na primeira hora

Oxigênio (O2) Sob cânula nasal ou máscara • Manter saturação de O2. Se Sat O2< 95%,
há necessidade de mais de uma dose de
adrenalina

Continua...

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Departamento de Alergia • Sociedade Brasileira de Pediatria

... continuação

Agente Dose e via de administração Comentários

β2-Agonistas Via inalatória: • Para reversão do broncoespasmo


Sulfato de • Aerosol dosimetrado com • Existem diferentes concentrações e doses
Salbutamol espaçador (100 mcg/jato) • Outros broncodilatadores β2-agonistas
• Adultos/Adolescentes (ex: Fenoterol)
4-8 jatos, a cada 20 min,
• Crianças: 50 mcg/Kg/
dose=1jato/2kg;
Dose máxima: 10 jatos

• Nebulizador: Solução para


nebulização: gotas (5 mg/mL)
ou flaconetes (1,25 mg/ml)
• Adultos/Adolescentes
2,5-5,0 mg, a cada 20 min,
por 3 doses
• Crianças: 0,07-0,15 mg/kg a
cada 20 minutos até 3 doses
Dose máxima: 5 mg

Antihistamíminicos • Adultos/Adolescentes • Agentes anti-H1 associados a anti-H2


Prometazina 25-50 mg EV podem ser mais eficazes do que os anti-H1
Difenidramina • Crianças: 1 mg/kg EV até isolados
Ranitidina máximo 50 mg • Dose oral pode ser suficiente para
episódios mais brandos
• Adultos/Adolescentes • Papel na anafilaxia aguda ainda não bem
12,5 – 50 mg EV até 10 min determinado.
• Crianças: 1 mg/kg

Glicocorticosteroides • 1-2 mg/kg/dia EV • Padronização de doses não estabelecida


Metilprednisona, • 0,5-1mg mg/kg/dia VO • Prevenção de reações bifásicas?
Prednisona
EV = Endovenoso; IM = Intramuscular; VO = Via oral: anti-H1 – antihistamínico H1; anti-H2 – antihistamínico H2
Adaptado de referência 4

• Do mesmo modo, os antihistamínicos devem


Considerações importantes no
ser considerados agentes de segunda linha
acompanhamento da anafilaxia
• Indivíduos com asma mal controlada têm
• Observação clínica: casos leves - mínimo de maior risco de reações fatais.
6-8 hs; casos graves, 24-48 hs. • Quanto mais a hipotensão se agrava na evolu-
• Reações bifásicas podem ocorrer entre 8 e ção da reação, menor será a resposta ao trata-
12 horas após o episódio agudo, em 10% dos mento com adrenalina.
casos. • Mesmo com o administração rápida de adrena-
lina, até 10% das reações podem não ser re-
• Os corticosteroides, quer por via oral ou pa-
vertidas.
renteral são tradicionalmente administrados,
porém têm pouca ou nenhuma ação no trata- • Paciente em uso de beta-bloqueador pode ne-
mento agudo da anafilaxia. cessitar de doses maiores de adrenalina para o

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Anafilaxia

mesmo efeito. Nestes casos, o ideal é utilizar • Fornecer plano de ação para exacerbações,
glucagon: 5-15 μg/minuto EV (infusão contí- contendo informações escritas em linguagem
nua). clara, orientações de conduta, nome e dose
dos medicamentos.
• Em geral os agentes causais, tanto alimentos,
como medicamentos ou outras substâncias, • Paciente: deverá portar identificação com as
são aqueles aos quais o paciente já teve ex- seguintes informações: diagnóstico, telefone
posições anteriores (sejam elas evidentes ou de contato e plano de ação.
ocultas (ex: presença de derivados do leite • A escola deve ser notificada sobre o risco de
em alimentos industrializados sem rotulagem anafilaxia e dos possíveis fatores a serem evi-
adequada). tados e sobre medidas a tomar em caso de
emergência.
Além das medidas preventivas gerais já cita-
Orientações após a alta hospitalar
das, familiares, cuidadores e pacientes devem
ser orientados quanto a medidas mais espe-
Em função de sua natureza aguda, as reações cíficas:
anafiláticas em geral são atendidas pelo pediatra
nos setores de emergência hospitalar. Na ocasião • Orientação para aquisição de dispositivo
da alta, os familiares e o paciente devem receber autoinjetor de adrenalina, bem como da se-
orientação e prescrição dos medicamentos neces- gurança do seu uso face ao risco da reação
sários para continuidade imediata do tratamento. anafilática (FIGURA 2).

É fundamental a orientação sobre a possibi- • Estes dispositivos são disponibilizados em do-


lidade de recorrência de sintomas até 12 horas ses fixas (0,15 mg crianças até 30 Kg; 0,3 mg
após o episódio, em especial nos casos idiopá- para crianças maiores/adultos) estão indica-
ticos; na possibilidade de absorção contínua do dos especialmente nos casos de risco contínuo
alérgeno e na presença de asma mal controlada de morte e de exposição antigênica. Atenção
ou história anterior de reação bifásica. Por esta especial deve ser dada aos prazos de validade
razão, corticosteroides por via oral (prednisona destes dispositivos. Esperamos que em breve,
ou prednisolona 1-2 mg/Kg/dia em dose única) no Brasil, seja possível adquirir a adrenalina
devem ser prescritos pelo período de 5-7 dias. auto-injetável. A Sociedade Brasileira de Pe-
Além disso, antihistamínicos H1 de 2ª geração diatria e a Associação Brasileira de Alergia e
(fexofenadina, cetirizina, deslotaradina) nas do- Imunologia Clínica têm lutado para que esse
ses habituais devem ser utilizados para todas as produto seja disponível em nosso meio.
faixas etárias por pelo menos 7 dias.

Figura 2 – Aplicação de adrenalina por autoinjetor

Como prevenir?

Todos os pacientes com reações anafiláticas


devem ser encaminhados ao especialista em aler-
gia, para investigação etiológica, avaliação de ris-
cos, prevenção de novos episódios e tratamento
de comorbidades. As principais medidas preven-
tivas / educativas compreendem:

• Pacientes e familiares devem ser orientados


para o reconhecimento dos sinais precoces de Aplicar na face antero-lateral da coxa. Caso
novo episódio de anafilaxia. não haja melhora dos sintomas, uma segunda

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Departamento de Alergia • Sociedade Brasileira de Pediatria

dose pode ser realizada cerca de 5 a 10 minutos • Procedimentos odontológicos e cirúrgicos em


após a primeira. A aplicação deve ser feita por pacientes sensíveis ao látex devem ser realiza-
cima da roupa para evitar perda de tempo na reti- dos em ambiente sem materiais que contenham
rada da mesma. a susbstância (látex-free). Materiais substitutos:
vinil, nitrila, polietileno ou silicone.
• Suspensão do uso de medicamentos de risco
ou que possam interferir na eficácia do trata- • Imunoterapia específica: é eficaz na anafilaxia
mento da anafilaxia, como: betabloqueadores, a venenos de himenópteros. Sempre deve ser
inibidores da enzima de conversão da angio- conduzida sob a supervisão do alergista.
tensina, inibidores da monoamino oxidase
(MAO) entre outros. • Dessensibilização e/ou indução de tolerância
pode ser realizada para alguns tipos de ali-
• Alergia a látex: evitar contato e inalação. Esti- mentos e medicamentos quando indicados e
ma-se que mais de 40.000 produtos médicos e em casos selecionados
de uso geral contenham látex, entre os quais:
chupetas, bolas de aniversário, máscaras odon- • Pré-tratamento para prevenção de reações:
tológicas, luvas cirúrgicas, drenos e equipos de pode ser indicado nos casos de reações pré-
soro vias em exames com radiocontrastes.

LEITURAS UTILIZADAS E RECOMENDADAS

1. Simon GA, Brown SGA, Kemp SF, Lieberman PL. 5. Dhami S, Panesar SS, Roberts G, Muraro A,
Anaphylaxis. in: Adkinson Jr. NF, Bochner BS, Worm M, Bilò MB and EAACI Food Allergy and
Busse WW, Holgate ST, Lemanske Jr RF, Simons Anaphylaxis Guidelines Group. Management
FER (eds.) Middleton’s allergy: principles and of anaphylaxis: a systematic review. Allergy
practice. 8th ed. Mosby, Inc, St Louis; 2014:1027– 2014;69(2):168-75.
1049.
6. Câmara Técnica de Alergia e Imunologia do
2. Bernd LAG, Fleig F, Alves MB, Bertozzo R, Coelho CREMERJ. “Anafilaxia”. Folder Outubro 2014.
M, Joaquina Correia J C et al. Anafilaxia no
Brasil – Levantamento da ASBAI. Rev Bras Alerg 7. Solé D, Ivancevich JC, Borges MS, Coelho
Imunopatol 2010; 33(5):190-198 MA, Rosário NA, Ardusso L, Bernd LA; Latin
American Anaphylaxis Working Group. Allergol
3. Simons FE, Ardusso LR, Bilò MB, El-Gamal YM, Immunopathol (Madr). 2012;40(6):331-5.
Ledford DK, Ring J, et al. World Allergy Organization
anaphylaxis guidelines: summary. J Allergy Clin
Immunol. 2011; 127(3):587-93.e1-22.

4. Lockey RF, Kemp SF, Lieberman PL, Sheikh A.


Anaphylaxis. in: Pawankar R, Canonica GW,
Holgate S, Lockey R, Blaiss M (eds). World Allergy
Organization (WAO) White Book on Allergy.
Update 2013. WAO, 2013: 48-53.

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA


Luciana Rodrigues Silva (BA) Mauro Batista de Morais (SP) Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
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Clóvis Francisco Constantino (SP) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
2º VICE-PRESIDENTE: DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
Edson Ferreira Liberal (RJ) Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Gil Simões Batista (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Sidnei Ferreira (RJ)
Sidnei Ferreira (RJ) Consortium) Isabel Rey Madeira (RJ)
1º SECRETÁRIO: Ricardo do Rego Barros (RJ) Sandra Mara Amaral (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
2º SECRETÁRIO: Sérgio Augusto Cabral (RJ) Maria de Fátima B. Pombo March (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Sílvio Rocha Carvalho (RJ)
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
3º SECRETÁRIO: Francisco José Penna (MG)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) COORDENAÇÃO DO PRONAP
DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
DIRETORIA FINANCEIRA: Marun David Cury (SP) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Sidnei Ferreira (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Cláudio Barsanti (SP) Fábio Ancona Lopez (SP)
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Paulo Tadeu Falanghe (SP)
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Cláudio Orestes Britto Filho (PB)
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DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Mário Roberto Hirschheimer (SP)
João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
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Nordeste: COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Victor Horácio da Costa Junior (PR)
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ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Clóvis Francisco Constantino (SP)
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Mário Roberto Hirschheimer (SP) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Gil Simões Batista (RJ)
Rubens Feferbaum (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Aurimery Gomes Chermont (PA)
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Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Cléa Rodrigues Leone (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Adolescentes com Deficiência: COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Hélcio Maranhão (RN)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Ricardo Queiroz Gurgel (SE)
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Assessoria de Acompanhamento da Licença Ruth Guinsburg (SP) Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Maternidade e Paternidade: Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
João Coriolano Rego Barros (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Susana Maciel Wuillaume (RJ)
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COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Drogas e Violência na Adolescência: PEDIÁTRICA (CANP)
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Doenças Raras: CONVERSANDO COM O PEDIATRA Isabel Rey Madeira (RJ)
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Pediatria e Humanidade: José Maria Lopes (RJ) João Coriolano Rego Barros (SP)
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Transplante em Pediatria: DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Núbia Mendonça (SE)
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Irene Kazue Miura (SP) Dirceu Solé (SP) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
Carmen Lúcia Bonnet (PR) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Suplentes:
Adriana Seber (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES João de Melo Régis Filho (PE)
Fabiana Carlese (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Joel Alves Lamounier (SP) Presidente:
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO Altacílio Aparecido Nunes (SP) José Martins Filho (SP)
PROFISSIONAL Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG) Vice-presidente:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Flávio Diniz Capanema (MG) Álvaro de Lima Machado (ES)
COORDENAÇÃO DO CEXTEP: EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA Secretário Geral:
Hélcio Villaça Simões (RJ) Renato Procianoy (RS) Reinaldo de Menezes Martins (RJ)

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