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ANTROPOLOGIA - CLGT
Leandro Tarrataca
ANTROPOLOGIA BÍBLICA
INTRODUÇÃO
Nesta matéria trataremos de antropologia bíblica, isto é, nos concentraremos nos ensinos
bíblicos sobre a origem do homem, sua razão de existir, e sua condição atual. Assim, as ciências
humanas, os estudos seculares serão utilizados apenas para ilustrar ou como objeto de análise a luz das
escrituras sagradas. É importante destacar que a visão que alguém tenha do homem, ser humano
determinará suas relações interpessoais desde os níveis mais elementares até como os poderes
nucleares deveriam ser utilizados, visto que estes hipoteticamente poderiam destruir toda a raça
humana.
Digno de nota que em linhas gerais existem apenas duas maneiras de entendermos a origem do
homem, sendo:
1. Revelação
2. Suposição
Como escreveu Charles Hodge:
“Todas as teorias humanas sobre este tema não passam de conjecturas mais ou menos
engenhosas.” As informações para a solução do problema não estão disponíveis nem na razão, nem na
experiência.
Por Revelação, dependemos totalmente da mensagem bíblica para compreendermos a origem
do homem. Do outro lado temos suposições humanas, alguns com abordagens religiosas outros com
abordagens seculares. Talvez o panteísmo deva ser destacado por tratar o universo como sendo apenas
a forma existencial de Deus, ou a vestimenta viva de Deus. No entanto, a discussão sempre se dá entre
aqueles que: A) Não reconhecem uma mente causativa. B) Admitem uma mente causativa conectada a
matéria. C) Uma mente infinita à parte de toda a criação.
Não resta dúvida que ambas dependem de fé, visto que a origem histórica dos seres humanos
não pode ser reproduzida em laboratório. Quanto à fidedignidade da revelação destacamos que isto é
matéria de bibliologia, portanto não será objeto de estudo deste curso. Como supra-citado este curso
utilizará a bíblia como sendo a revelação divina quanto ao ser humano.
Vários assuntos concernentes ao homem serão discutidos como: a origem do homem, o
pecado, os elementos essenciais do homem, a imagem de Deus no homem, entre outros. Em contraste
com a visão panteísta e secular, os estudiosos biblicistas concordam que estas são informações básicas
sobre a existência humana.
Considerando que existem pontos de divergência entre correntes evangélicas sobre o homem,
os efeitos do pecado, tricotomia X dicotomia, entre outros, analisaremos diferentes perspectivas nestes
assuntos.
Destacamos que o alvo fundamental deste curso é apresentar a necessidade da salvação em
Cristo Jesus. Bem como a vida piedosa.
Nenhuma das antigas cosmogonias incluía o conceito de um Deus pessoal criando a partir do
nada. Pelo contrario todas iniciam-se com algum material em que os deuses ou a força da natureza
produz o mundo e seus habitantes a seu estado atual.
EPOPÉIA DE GILGAMESH
A Epopéia de Gilgamesh narra a criação do homem descrevendo que o povo de Uruk,
descontente com a arrogância e luxúria do rei Gilgamesh, exige dos seus deuses a criação de um
homem que fosse o reflexo do rei, e tão poderoso quanto ele para que pudesse enfrentá-lo e redimi-lo.
O deus Anu, ouvindo o lamento da população, ordenou a Aruru, deusa da criação, que fizesse Enkidu:
Prometeu.
O deus Grego que lutou pelo bem estar dos homens, inclusive dando-
lhes o fogo. Descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus,
chegou na terra e descobriu-a abandonada pelos céus. Por isso apanhou um
bocado de argila e molhou com um pouco de água de um rio. Com essa
matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da
terra. Apanhou das almas boas e más dos animais, animando sua criatura.
Apesar de semelhanças nas narrativas, fica claro que a visão judaico-Cristã baseia-se na
informação revelada nas Escrituras de que o Deus soberano e sábio criou todas as coisas.
Bancroft apresenta três considerações importantes sobre o contraste entre a perspectiva bíblica
e a evolucionista sobre o homem.
1. A teoria da evolução apresenta o homem como alguém que se elevou de uma ordem
inferior; ao passo que as Escrituras declaram que sua origem é devida à ação de Deus.
2. A teoria da evolução apresenta o homem como o resultado de sucessivas alterações nas
formas materiais devidas às forças latentes na matéria; ao passo que as Escrituras
declaram que o ser físico do homem é o resultado da ação de Deus, que partiu do
exterior.
3. A teoria da evolução apresenta o homem como o clímax do desenvolvimento que
ascendeu desde as formas mais inferiores de vida animal; ao passo que a Bíblia declara
que o homem pertence à ordem humana, distinta de todas as outras, e que passou a ter
seu ser de modo imediato e direto.
Em Jó 17:5,24, aprendemos que por toda a eternidade a trindade esta imersa em comunhão
perfeita, por isso Deus não criou o homem porque tivesse qualquer sentimento de solidão ou qualquer
necessidade. Ele criou o homem para a sua glória como atestam várias passagens bíblicas Isaias 43:7.
a) As implicações apontam que nossas ações e palavras deveriam cumprir este objetivo.
b) Nosso valor esta vinculado diretamente ao valor que Deus nos tributa. Ser importante para
Deus é ser eternamente importante.
1Co 10:31 “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo
para glória de Deus.”
“...Os que criei (bara) para minha glória (produzi do nada); e que formei (asah) (fiz existir numa forma
especifica); e fiz (yatzar) (preparei as disposições e arranjos referentes a eles, como o acabamento de
uma obra de arte).”
IMAGEM DE DEUS
Não resta a menor dúvida de que a grande diferença entre o homem e os animais repousa sobre
o fato de que este foi criado a imagem e semelhança de Deus. Antigos escritores concluíram que a
palavra imagem se referia ao corpo, o qual pensavam que, por sua beleza, as pecto inteligente e
postura ereta, era uma sombra de Deus. Já a palavra semelhança se referia à natureza intelectual e
moral do homem. Segundo Agostinho, a imagem se referia às faculdades intelectuais, a segunda com
as faculdades morais.
Hodges escreve:
“A simples declaração das Escrituras é que, na criação o homem era semelhante a Deus. A
natureza desta semelhança tem sido um pomo de discórdia.”
Ryrie argumenta:
Ao usar as duas palavras juntas, o autor bíblico “parece estar tentando expressar uma idéia
muito difícil, na qual deseja deixar claro que o homem, de alguma maneira, é o reflexo concreto de
Deus, mas ao mesmo tempo, deseja espiritualizar isso, em direção à abstração.”
1. Moral. Somos seres responsáveis por nossos atos perante Deus. Temos senso de certo e errado que
os animais não tem na mesma complexidade que o ser humano, eles via de regra reagem
simplesmente ao medo do castigo ou à esperança da recompensa.
2. Espiritual. Não somos apenas seres físicos temos capacidade de nos relacionarmos espiritualmente,
podemos orar, louvar a Deus, entender o que ele nos diz em sua palavra. Nenhum animal passou
sequer dez minutos orando pela salvação de um parente ou do dono.
3. Mental. Temos capacidade de pensar logicamente e raciocinar, de conhecer o que nos distingue do
mundo animal. A) Podemos discutir filosofia, teologia, futebol, mas os animais jamais. B) Uma
criança é capaz de pensar abstratamente e cria imagens imaginativas enquanto um animal não
pode. C) Uma criança ainda bem pequena é capaz de fazer coisas que nenhum animal pode, é de
admirar que alguém considere o homem apenas mais um animal. D) Temos senso de eternidade Ec
3:11. E) Criatividade artística, quer em brincadeiras ou música. F) Nossas emoções são
extremamente mais complexas que a dos animais, por exemplo ao ver meu filho se saindo bem em
uma atividade esportiva ou educacional, posso ficar orgulhoso, triste, alegre, posso expressar
gratidão a Deus, preocupação, etc...
4. Relacional. Nossa capacidade singular de nos relacionarmos com Deus de maneira especial. A)
nossa maneira de nos relacionarmos uns com os outros extrapola qualquer senso animal de
comunidade, casamento, família, igreja. B) Em relação a criação o homem foi estabelecido por
Deus como regente e quando Cristo voltar receberá autoridade para julgar até mesmo os anjos 1Co
6:3; Ge 1:26; Sl 8:6-8.
POSSIBILIDADES:
1. Semelhança quanto a forma. - Fil. 2:6.
VA Sl 17:15; Nm 12:7,8; Heb 1:3, Is 6:1; At 7:56; 1 Jo 3:2
O que esta forma significa não sabemos com certeza, mas certamente inclui natureza
intelectual, moral, volitiva e emotiva, ainda que quanto a substância seja espírito. Alguns pensam, que
seja uma referencia a criação do homem segundo o modelo e o padrão apresentados em Cristo, que é
referido como sendo a imagem de Deus.
Embora Deus, de maneira nenhuma seja físico, existe um senso de que até mesmo o corpo
humano está incluído na imagem de Deus, (...) Seu corpo é um instrumento apto para a auto-expressão
de uma alma criada para ter comunhão com o criador e escatologicamente para se tornar “corpo
espiritual” (1Co 15:44) (...)1
3. Pessoalidade - Ex 3:13, 14
Mesmo após a que da este aspecto da imagem de Deus no homem permanece, ainda que
maculado pelo pecado.
1
Ralph Powell. Image of God. Wycliffe Bible Encyclopedia. Chicago: Moody, 1975, V. 1, p. 832.
4. Imortalidade - Mt 25:46
A existência interminável é uma parte integrante da herança do homem, na qualidade de
criatura criada segundo a imagem e à semelhança de Deus. O homem não pode ser aniquilado.
5. Capacidade Intelectual
Cl 3:10; Ef 4:23,24. Gen 2:19,20; 1:28.
O estado primitivo da raça humana não era de barbarismo do qual os homens saíram através
de um lento processo de melhoria. Isto é, o homem foi criado perfeito, no sentido de que foi criado
perfeitamente adaptado para o fim para o qual foi criado.
Todo aspecto segundo o qual o homem é como Deus faz parte do fato de ser ele a semelhança
de Deus.
O homem não deveria ser movido por instinto, visto que este é em essência uma propensão
anterior à experiência e independente de instrução, um impulso cego não meditativo o que leva os
animais a fazer certas coisas sem saberem por que fazem e sem se importarem sem melhorar a maneira
de fazê-las. Os pássaros migram do mesmo jeito, as abelhas trabalham da mesma maneira, os castores
constroem do mesmo modo. A diferença entre o homem e os animais deveria ser tão distante quanto os
pólos do mundo.
Sobre estas considerações devemos destacar a clara declaração bíblica sobre o futuro do corpo
humano, seja de crentes ou não crentes o corpo humano ressurgirá. Jo 5.26-29; Dn 12.2,3, Ap 20:12.
No entanto, é importante destacar que aqueles que não morrerem até a volta de Cristo serão
transformados. 1Co 15:51-53
A mensagem apostólica também aponta para a realidade da ressurreição tanto de justos quanto
injustos (At 24:15).
Sabemos que aqueles que pertencem a Cristo receberam um corpo glorificado e especialmente
capacitado. Fl 3:20,21. Quanto ao corpo daqueles que não são salvos pouco nos é dito a respeito Ap
20:12.
Paulo nos fala de pelo menos quatro transformações pelas quais passará o corpo humano 1Co
15:42-44.
1. De corrupção à incorrupção. (Como uma flor que murcha, como o leite que azeda)
2. De desonra à glória.
3. De fraqueza ao poder.
4. Do natural/psíquico ao espiritual.
Quanto ao drama da morte física devemos destacar que duas palavras são utilizadas que
suavizam esta experiência para o cristão, são elas semear (V.42) e dormir (V.51). A primeira é usada no
lugar de sepultar, sendo que semear trás em si a esperança da ressurreição. Dormir é um termo comum
no NT para indicar a morte (Jô 11.11-14); 1Co 11:30), estes são aspectos peculiares ao cristão, que terá
seu corpo despertado pela trombeta de Deus na vinda de Cristo (1Co 15:52; 15:22,23;51-53; 1Ts 4:13-
18; Fp 3:10,11, 20, 21; Tt 2:11-13.)
Uma definição de alma apresentada por J.I Marais na International Standard Bible
Encyclopaedia diz o seguinte:
“(...) Por uma transição fácil, a palavra vem a significar o indivíduo, vida
pessoal, a pessoa, com duas variações distintas que podem melhor ser indicadas pelo
latim anima e animus. Como anima, “alma” a vida inerente no corpo, o principio
animador no sangue é notado (Dt 12:23,24 – Tão somente guarda-te de comeres do
sangue; pois o sangue é a vida (alma); pelo que não comerás a vida com a carne).
Como animus, “mente”, o centro de nossas atividades e passividades mentais é
indicado. Assim, lemos de “uma alma faminta” Sl 107.9, alma cansada (Jr 31.25),
“alma cheia de amor” Ct 1.7), e muitas expressões parecidas, (...).
Cremer em seu Lexicon definiu assim: “A Nephesh (alma) no homem é o sujeito da vida
pessoal, onde pneuma ou ruah (espírito) é o princípio”.
“ O ponto da proibição é que as pessoas podem comer a carne desde de que nela não haja mais
vida – e o sangue representa a vida. O texto está proibindo não simplesmente o consumo do sangue,
mas a vida pulsando no sangue.”2
Coração – utilizado para descrever o centro das emoções e a fonte inicial das ações,
especialmente no AT. Algumas vezes é utilizado como sinônimo da mente. De acordo com Jeremias o
coração pode ser contaminado e precisa de purificação Jr 17:9. Para se ter uma idéia da importância do
coração a palavra a aparece mais de 600 vezes só no AT e cerca de 120 no NT. Mais que alma e
espírito. A palavra rins é utilizada seis vezes em conexão com coração. Em seu sentido físico é o órgão
que distribui o sangue, considerando o valor veterotestamentário em relação ao sangue, é fácil
entender que o coração refere-se ao centro da vida de alguém. PV. 4:23.
Consciência – Outro termo utilizado particularmente por Paulo também referindo-se a parte
imaterial do homem. Apesar de afetada pelo queda, a consciência continua funcionando mesmo entre
os não regenerados Rom 2:15. Paulo afirma ter vivido de acordo com sua consciência antes de sua
conversão a Cristo (At 23.1). É possível cauterizar a consciência e torná-la insensível (1Tm 4:2). Para
o cristão a consciência funciona em várias facetas da vida. Rom 9:1; 13:5; 1Co 8:7, 10,12; 2Co 1:12; 1
Pedro 2:19.
2
Allan Ross, Creation & Blessing, Baker Book house, 205, 2000.
Mente – A mente não regenerada é vã (Ef 4:18), corrompida (Tt 1:15), cega (2Co 4.4), em
trevas (Ef. 4:18), reprovável (sem valor para Deus) (Rom 1.28). A mente deve ser levada cativa (2Co
10:5); disciplinada (1Pe 1:13), a figura é baseada no ato de dobrar e prender ao cinto as longas vestes
orientais de modo a não atrapalharem as atividades do indivíduo, e a mente deve ser renovada (Rom
12.2).
B. Criacionismo. Ensina que a alma é criada no momento da concepção. A alma é pecadora por
causa de seu contato com a culpa herdada por intermédio do corpo. Hodge um dos principais
proponentes apresenta três argumentos para apoiar o criacionismo.
1. Está mais de acordo com Escrituras do como Nm 16:22; Heb 12:9, as quais afirmam que a
alma provem de Deus (enquanto em contraste, o corpo vem de pais terrenos).
2. Uma vez que a natureza da alma é imaterial, ela não poderia ser transmitida pela geração
natural.
3. A impecabilidade de Cristo somente poderia ser verdade se sua alma fosse criada (e, claro, não
seria unida a um corpo pecaminoso; logo sua pessoa seria sem pecado).
Grudem afirma:
“Os argumentos bíblicos a favor do criacionismo parecem abordar a questão
mais diretamente e oferecem uma sustentação bastante forte a favor dessa tese.
Primeiro, o salmo 127.3 (...) Isso indica que não só a alma, mas também toda a
pessoa da criança, incluindo o seu corpo, é dádiva de Deus. Desse ângulo, parece
estranho conceber que a mãe e o pai sejam somente responsáveis por todos os
aspectos da existência do filho. Não diz Davi aos Senhor “tu me teceste no seio de
minha mãe” (Sl 139:13)? Isaias afirma que Deus dá fôlego às pessoas da terra e “
espírito aos que nela andam” (Is 42:5).
Traducianismo
Esse ponto de vista afirma que a alma é transmitida pelo processo de geração natural, tal como
o corpo. O maior proponente é William G.T. Shedd citou três tipos de apoio.
1. Heb 7:10; Gen 2:1-3. Nenhum ato novo como criar novas almas, é indicado, e o versículo 7 não
permite que o fôlego de vida fosse soprado sobre outra pessoa alem de Adão.
2. Teológico: O criacionismo coloca Deus na condição de criar uma alma perfeita (ele não podia
criar um homem pecador) para, então , fazê-la cair - como ocorreria com as crianças recém
nascidas. O caso de Cristo, que era sem pecado em todos os aspectos, é uma exceção.
3. Fisiológica: o homem sempre é visto como a união de uma alma e um corpo; portanto, é mais
natural considera que tanto o aspecto físico quanto o psicológico desenvolvem-se juntos.
Casamento
Deus não criou os seres humanos para viverem isolados, Deus nos criou de maneira que
pudéssemos através de diversos meios alcançar unidade interpessoal. A unidade interpressoal na
família pode ser extremamente profundo e enriquecedora visto que podem juntos em ajuda comunal
viverem para a glória de Deus. Num certo sentido marido e mulher se tornam duas pessoas em uma.
Gen 2:24. Essa unidade não é apenas física; também é espiritual e emocional. Marido mulher
no casamento são pessoas a quem Deus ajuntou (Mt 19.6). Por esta razão unir-se sexualmente fora do
casamento é um pecado contra o corpo (1Co 6.16, 18-20) e dentro do casamento marido e mulher
compartilham o próprio corpo um com o outro 1Co 7:3-5. Os maridos devem amar a esposa como ao
próprio corpo, Ef 5:28, a união entre marido e mulher não é temporária mas por toda a vida Ml 2:14-
16; Rom 7:2, é um relacionamento que retrata a relação entre Cristo e a igreja (Ef 5:23-32).
Não é bom que o homem esteja só disse em Deus em Gen 2:18. Estar só no AT é sempre
apresentado como algo negativo. Ecl.4:9-12; Jer 16:9. Assim homem e mulher se completam para
cumprirem o propósito de glorificarem a Deus.
Funções diferentes
Assim como na trindade existem funções diferentes, isto também é verdadeiro quanto a função
de homem e mulher.
Na criação Deus o pai fala, o Filho executa, o Espírito sustenta a criação com sua presença.
(Gen 1:1,2; Jo 1:1-3; 1Co 8:6; Heb 1:2). Gen 2:18.
A mulher é chamada de `ezer, socorredora, ajudadora - aquele(a) que ajuda. DEUS é Chamado
de adjutor ou socorro e ainda Aquele que ajuda Êx 18:4; Deut. 33:7 1Sam 7:12; Sal 20:2. Logo não há
nenhum demérito no exercício de uma função diferenciada.
B) Adão deu nome a sua auxiliadora. Gen 2.19,20; Gn 2:23; 3:20. Dar nome é uma expressão de
autoridade, note que no contexto imediato Deus dava nomes a sua criação. O próprio fato de a
tradição a mulher receber o nome do marido aponta para a liderança do homem na família.
C) Deus sempre começava por chamar Adão ao contrário da serpente. Gen 5:1,2; Gen 3:9.
D) A responsabilidade da queda foi atribuída a Adão. 1Co 15.22; cf 49; Rom 5:15, 12-14.
A queda
O relato da queda. Gen 2:15-17; 3:1-6.
Primeiro como destacou Ryrie há três maneiras de classificar o episódio de Gênesis, sendo os
seguintes:
1. Lenda.
2. Mito verdadeiro.
3. Histórico.
A primeira regra de interpretação bíblica é que esta seja interpretada por ela mesma, e os
comentários bíblicos apontam para a historicidade da queda.
1 Co 15, 21, 22 e 1 Tim 2:14. Rom 5:12-21. O argumento de Paulo implica que a negação
histórica do primeiro evento implica na negação histórica do segundo.