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PÓS-GRADUAÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA

RAFAELLY MONTEIRO DE MACEDO LEITE

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSINO: UM


APOIO PARA OS DOCENTES NA APRENDIZAGEM DO ESPANHOL.

Bom Conselho
2015
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RAFAELLY MONTEIRO DE MACEDO LEITE

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSINO: UM


APOIO PARA OS DOCENTES NA APRENDIZAGEM DO ESPANHOL.

Trabalho de Conclusão de Curso, sob a


forma de Artigo Científico, apresentado ao
Instituto Pró Saber, como requisito parcial
obrigatório para conclusão do curso de
Pós-Graduação do Ensino de Língua
Espanhola.

Orientador (a): Profa. Dra. Eliana Pitombo

Bom Conselho
2015
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AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSINO: UM


APOIO PARA OS DOCENTES NA APRENDIZAGEM DO ESPANHOL.

1
Rafaelly Monteiro de Macedo Leite

RESUMO

Neste artigo buscaremos pesquisar como as Tecnologias de Informação e


Comunicação (TIC) podem servir de apoio aos docentes na aprendizagem do
espanhol. Assim, consideraremos que numa sociedade globalizada, na qual as
informações são rapidamente transmitidas e que o mercado exige a capacitação e
contínua atualização tecnológica, faz-se necessária o uso das TIC na educação.
Diante desses fatos, o papel do professor mediante a tecnologia na sala de aula
pode ser um apoio no ensino d língua espanhola. Por essa razão, descoremos
desde o seu aparecimento nos currículos escolares até a oficialização da lei nº 11
161/05, como também, seus métodos e abordagens, os documentos oficiais de ELE
e a importância das TIC na educação. O principal objetivo principal é refletir a
importância das TIC no processo ensino aprendizagem da língua espanhola, tendo
em vista que esses recursos trazem inovações e despertam interesse dos alunos em
aprender. Desse modo, esperemos contribuir o debate sobre as TIC no ensino do
espanhol visando alcançar qualidade através da integração das TIC.

PALAVRAS CHAVE: aprendizagem, ensino, espanhol, tic.

INTRODUÇÃO

Desde Aristóteles declara-se que o homem é um ser social e por isso tem
a necessidade de se comunicar. Precisa viver em sociedade ou comunidade para
trocar experiências e conhecimentos, utilizando-se da língua.
Como também a escola é um ambiente em que há troca de
conhecimentos e a forma que nossos discentes interagem e se comunicam mudou
com o passar de algumas décadas. É importante que os mesmos conheçam as
competências que deveram desenvolver para viver, aprender e trabalhar com êxito
em uma sociedade cada vez mais complexa.

1
Pós-graduanda em Ensino de Língua Espanhola no Instituto Pró Saber pela Universidade Cândido
Mendes, na modalidade EAD – Rio de Janeiro – RJ. Graduada em Letras – Português e suas
Literaturas pela UPE (Universidade de Pernambuco) no ano de 2008 e Graduanda em Letras –
Espanhol na modalidade EAD pela UFPE ( Universidade Federal de Pernambuco).
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Diante das interações estabelecidas, o docente tem atualmente uma tarefa


de grande importância para que os alunos possam alcançar e desenvolver as
competências que necessitam. Então, a formação e a capacitação de professores
em uma sociedade em constantes mudanças, fazem-se necessárias para que os
mesmos utilizem a tecnologia da informação e comunicação (TIC) nas escolas.
Logo, nessa era da informação as TIC são ferramenta de apoio para
elevar o conhecimento através de um suporte que são os computadores e entre
outros, para evolução da educação. Com isso, fica claro que a partir desse momento
a sociedade e os diversos segmentos começam a sofrer impactos iniciando um
processo de transformação decorrente das tecnologias.

A inovação tecnológica não é uma ocorrência isolada,


mas faz parte das transformações ocorridas em estágios
sucessivos da economia, com impactos significativos na
redefinição da posição dos indivíduos na sociedade e,
consequentemente, na formação das identidades
culturais (ALVES, 2008, apud CASTELLS, 1989).

Como consequência da revolução tecnológica da informação, novos


desafios apresentam para a educação, pois buscaremos apresentar neste artigo
uma reflexão sobre a importância da TIC no ensino aprendizagem de língua
espanhola. A presente pesquisa busca contribuir nas discussões sobre as TIC e que
estas ferramentas possam apoiar nas aulas de ELE numa perspectiva
multidisciplinar. Com isso, os objetivos que orientaram a pesquisa foram:

 Integrar as tecnologias da informação e comunicação nas práticas do docente


de Língua Espanhola;
 Aumentar acessibilidade e flexibilidade do ensino de Língua Espanhola no
ensino médio;
 Incrementar a variedade metodológica;
 Melhorar a apresentação e a compreensão de certos tipos de informação;
 Promover o protagonismo do aluno.

Levando estas considerações a presente pesquisa será desenvolvida de


cunho bibliográfico tomando como base de leitura de textos de alguns autores que
tratam da Tecnologia da Informação e Comunicação como, Aedo em seu artigo El
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Aprendizaje con el uso de las nuevas tecnologías de la información y las


comunicaciones, GRAÇA (2007), ALVES (2008), MATTAR (2008), MOSCOSO
(2010) e entre outros, além de consultas na internet, fomentando uma base teórica
para a construção de argumentos que promovam a criticidade e a reflexão do tema.
Inicialmente será feita um levantamento breve sobre a história do espanhol
no Brasil até a sua integração nos currículos escolares através da LDB de 1996
como disciplina optativa até a lei de nº 11 161/05 que oficializou a língua espanhola
como oferta obrigatória nas escolas do ensino médio. Seguiremos com uma reflexão
sobre os métodos e abordagens do ensino de línguas estrangeiras no Brasil. Como
também, ressaltaremos adiante os documentos oficiais do Ensino de Língua
Espanhola na Educação do Brasil, baseados nos Parâmetros Curriculares e nas
Orientações Curriculares.
Concluiremos este artigo com os dois últimos tópicos que retomara a
importância das TIC na educação como uma realidade de transformações
significativas, bem como, um apoio para os docentes no processo do ensino
aprendizagem da língua espanhola.

PERSPECTIVA HISTÓRICA DO ESPANHOL NO BRASIL

O ensino de língua espanhola tem uma história muito antes do que possa
imaginar e que nem sempre Língua Espanhola foi uma disciplina de oferta
obrigatória no currículo da escola básica, ensino médio. Seu lugar tem uma história
e é importante conta-la resumidamente como se deu no sistema educacional
brasileiro. Logo, podemos observar que a presença do poder político se faz
presente em momentos cotidianos da prática docente do ensino de línguas, baseada
numa política linguística de influências e relações do poder público. Segundo, Varela
(apud RODRIGUES, 2010, p.15) o Estado tem um papel de execução de politicas
públicas:
Definimos entonces la política lingüística como el
conjunto de decisiones y acciones promovidas por el
poder público, que tienen por objeto principal una (o
más) lengua(s) de su órbita, y están racionalmente
orientadas hacia objetivos que son tanto lingüísticos
(esto es, determinado efecto sobre el corpus de la
lengua, su estatuto y/o su adquisición) como no
lingüísticos.
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Desta forma, podemos considerar que a politica linguística se liga ao poder do


Estado e, assim poderemos ver adiante como se deu a inclusão do espanhol como
língua estrangeira até a aprovação da Lei Nº 11.161/05 e sua implementação em
2010. O espanhol foi oficialmente confirmada em 1919, no colégio Pedro II, no Rio
de Janeiro, encontra-se a primeira referencia da Língua Espanhola na escola básica.
Pela primeira vez, teve um concurso para ocupar a cátedra de professor de Língua
Espanhola e o professor Antenor Nascentes assumiu a disciplina. Mas a legislação
da época não considerava o idioma espanhol como disciplina obrigatória nos
currículos escolares.
Em 1942, com a Reforma de Capenema, na Lei Orgânica do Ensino
Secundário, a língua espanhola passou a ser obrigatório somente nos currículos do
1º ano dos cursos Clássico ou Cientifico. Outras línguas modernas como o inglês e
francês, ou mesmo as clássicas, o latim e o grego tinham a maior carga horária. Em
1961, surgiu a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que,
infelizmente, não reconhece o ensino de língua estrangeira como parte obrigatória
do currículo da escola básica em seu texto legal. Nesse período até a seguinte LDB
(1996), as línguas estrangeiras não tiveram nenhum reconhecimento no documento.
Mas, a LDB de 1961 cria os Conselhos Estaduais de Educação (CEE‟s) que
passaram a ser responsáveis pela organização da estrutura curricular de disciplinas
obrigatórias y optativas de acordo com as realidades de cada região. Desse modo, a
língua estrangeira o espanhol encontrou um espaço na lei como uma das três
línguas obrigatórias, mas ao lado do francês e inglês. Com isso, colaborou para que
o ensino de língua espanhola fosse desaparecendo dos currículos escolares.
Em 1971 surge uma nova LDB, que substitui a anterior, cujo texto legal
somente sugere que os CEE‟s possam escolher uma língua estrangeira para compor
o currículo. Através de uma Resolução do Conselho Nacional da Educação (CNE)
em 1976, que emenda a LDB de 1971, retoma a obrigatoriedade da língua
estrangeira no ensino do 2º grau, hoje o ensino médio, e recomendável para o 1º
grau, ensino fundamental.
Em 1996, com a nova LDB, a oferta da língua estrangeira tornou-se
obrigatória nas escolas e passa a ser escolhida pela comunidade escolar. Segundo
o artigo 36, inciso III, afirma que será incluída uma língua estrangeira moderna,
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como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em


caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
Com a lei Nº 11.161/2005 deu-se uma grande importância ao espanhol como
língua estrangeira. Mas, a lei afirma que o ensino de língua espanhola deve ser
“oferta obrigatória pela escola e de matrícula facultativa para o aluno [...] nos
currículos plenos do ensino médio” ( BRASIL, 2005). A partir disso, essa lei promove
a diversificação da oferta do ensino de línguas no Ensino Médio e não como uma
imposição do espanhol como “obrigatória”, considerando as várias interpretações
ligadas a esse contexto.

MÉTODOS E ABORDAGENS DO ENSINO DE LINGUAS EXTRANGEIRAS NO


BRASIL

A busca do método ideal no ensino de língua estrangeira é constante, pois


são muitos os conhecimentos que o professor deve ter para dar suas aulas. O
discente em sua prática atua a partir de uma ou mais abordagens. Quando nos
aproximamos da área de ensino e aprendizagem de língua estrangeira o conceito de
método e abordagem faz-se importante defini-los. Método é um conjunto de
procedimentos de ensino e aprendizagem estabelecidos a partir de uma abordagem.
Para o termo método, Leffa (apud FERNÁNDEZ, 2010, p. 72) afirma:

El método tiene un alcance menor [que el enfoque] y


puede estar contenido en un enfoque. No trata de los
presupuestos teóricos del aprendizaje de lenguas, sino
de normas de aplicación de esos presupuestos. El
método, por ejemplo, puede abarcar reglas para la
selección, ordenación y presentación de los ítems
lingüísticos, así como normas de evaluación para la
elaboración de un determinado curso. 2

Sendo assim, a palavra “enfoque” em espanhol tem a tradução de abordagem


na língua portuguesa. Então, quando falamos em método surge à concepção da

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En el original: “O método tem uma abrangência mais restrita [do que a abordagem e pode estar
contido dentro de uma abordagem. Não trata dos pressupostos teóricos da aprendizagem de línguas,
mas de normas de aplicação desses pressupostos. O método, por exemplo, pode envolver regras
para a seleção, ordenação e apresentação dos itens linguísticos, bem como normas de avaliação
para a elaboração de um determinado curso.”.
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abordagem e relaciona-se com as bases teóricas, as relações de língua, ensino e


aprendizagem de uma determinada língua, pois permite uma flexibilidade nas
práticas didáticas. A uma explicação que facilitará o entendimento da palavra
enfoque é no Diccionario de Términos Clave de ELE que afirma o seguinte sentido: “Se
trata de la concepción sobre la naturaleza de la lengua y su proceso de aprendizaje
que subyace explícita o implícitamente a toda práctica didáctica. Un mismo enfoque
puede desarrollarse en más de un tipo de programa”.
Assim, pois, as ações docentes se pautam em princípios amplos e desde que
se ensinam línguas em escola básicas e em cursos, do Brasil em outros países,
teorias surgem, são estudadas e elaboradas para a aquisição, ensino e
aprendizagem da língua estrangeiras.
Destacaremos alguns métodos para exemplificar algumas especificidades que
direcionam o professor na sua atuação em sala. Através do Método Gramática e
Tradução, pois se ensinava a língua por meio de textos literários e textos cultos de
forma dedutiva, isto é, primeiro as regras, depois os exemplos e o léxico. As
habilidades escritas eram privilegiadas e a oral para explicação. Segundo os
preceitos do Método Direto acreditava-se que a aprendizagem se dava de forma
natural como ocorre com as crianças, pois se acreditava que aprendíamos somente
usando a língua estrangeira. Assim, utilizava outras estratégias para compreensão
do vocabulário era a usado a demonstração, ilustração e gestos. O ensino era de
forma dedutiva e pequenos textos para a sistematização da gramática. O método
Audiolingual é o ensino da língua com o foco de habilidades orais com o objetivo de
comunicar-se imediatamente com atividades de estimulo, de perguntas e respostas.
Ainda que historicamente, os métodos caracterizam uma validez universal e
mantem um valor excludente com os demais, pois a prática de professores tem certo
ecletismo entre os que existem e são muitas as reflexões críticas sobre os conceitos
de métodos. Deste modo, as proposta de novos modelos adquiriram um papel
importante no ensino aprendizagem e influenciaram no desenvolvimento das
práticas dos professores. Almeida Filho (apud Orientações Curriculares do Ensino
Médio, 2013, p.153) afirma:

Os professores de línguas precisam, entre outras


cousas, produzir o seu ensino e buscar explicar por que
procedem das maneiras como o fazem. Para dar conta
desse duplo desafio, o movimento comunicativo tem
sugerido alçarmos a posição mais alta, o nível de
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abstração das crenças e pressupostos guias. Isso


equivale a elevar a abstração do nível do método
(materialidade de ensino, fórmula estável de ação
pedagógica) para abordagem (conjunto de conceitos
nucleados sobre aspectos cruciais do aprender e ensinar
uma nova língua). Note-se que o alçamento dessa
abstração se dá para um patamar ainda mais acima de
metodologia tomada como conjunto de ideias que
justificam o ensinar de certa maneira, isto é, um método.
A abordagem é mais ampla e abstrata do que a
metodologia por se endereçar não só ao método, mas
às
outras três dimensões de materialidade do ensino, a
saber, a do planejamento após a determinação dos
objetivos, a dos materiais (que se escolhem ou se
produzem) e a do controle do processo mediante
avaliações.

Deste modo, o método se vê substituído pelos enfoques com um


desenvolvimento dos objetivos com modelos abertos e centrados no professor aluno
e vice versa. Então, os métodos contribuíram para os enfoques, como também, no
desenvolvimento do ensino e da metodologia de Língua Estrangeira que utilizamos
hoje. Ainda, assim, isso se deve ao estudioso Hymes (1972) que apresentou os
argumentos da abordagem comunicativa, a partir do conceito de competência
linguística de Chomsky, mas ele volta-se com uma abordagem sociointeracionista.
Logo, nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2016, p. 151) aborda as
competências comunicativas em: compreensão oral e leitora, produção oral e
escrita.
Com o exposto, observamos que os documentos oficiais do ensino de língua
estrangeira no Brasil seguem uma abordagem sociointeracionista, pois através de
um tema gerador que contemplam as quatro habilidades citadas acima e leva o
aprendiz de uma língua estrangeira a uma reflexão crítica da mesma.

A OFICIALIDADE DO ENSINO DE LINGUA EXTRANGEIRA (ELE) NA


EDUCAÇÃO DO BRASIL

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96) define


como finalidade do ensino médio:

II- a preparação básica para o trabalho e a cidadania do


educando, para continuar aprendendo, de modo a ser
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capaz de se adaptar com flexibilidade com flexibilidade a


novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores;
III-O aprimoramento do educando como pessoa humana,
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico; (LDB,
1996, Art.35.).

Também os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998) e as Orientações


Curriculares para o Ensino Médio (OCEM, 2006) destacam o papel em todas as
disciplinas que compõe o currículo escolar na área de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias. Assim, o espanhol, como todas as disciplinas da educação básica no
ensino médio deve oferecer de forma articulada uma educação equilibrada com
funções equivalentes. Logo, deve favorecer o exercício da cidadania y ético do
estudante, fomentar a consciência crítica levando-o a uma autonomia intelectual,
estimulando sua reflexão e sua integração ao mundo do trabalho.
Segundo os documentos curriculares oficiais, a língua estrangeira tem uma
função social, isto é, assume um caráter informativo para a essência da
aprendizagem com uma formação para a cidadania. Nesse contexto, podemos
alertar sobre os modelos de ensino de ELE que focalizam a gramática de forma
descontextualizada, sem considerar as outras competências, como a (inter)
pluricultural, já que os documentos consideram o acesso às particularidades da
língua e da cultura de forma indissociável em uma determinada sociedade:

A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma


possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno
como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela
deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz,
ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar
outros no discurso de modo a poder agir no mundo
social. (PCN, 1998, p.15.)

Dessa maneira, o processo educativo deve levar a formação de sujeitos


críticos, criativos e capazes de compreender a realidade em que está inseridos,
desenvolver ideias e posicionar-se diante dos desafios em um mundo em constante
mudanças. Segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, espera-se
“levar o estudante a ver-se e constituir-se como sujeito a partir do contato e da
exposição do outro, à diferença, ao reconhecimento da diversidade”. ( OCEM, 2006,
p. 133).
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No âmbito do ensino e da aprendizagem de línguas estrangeiras, os


documentos e as leis que fundamentam a educação brasileira colocam o Espanhol
como uma maneira de aumentar a autopercepção do educando como ser humano e
cidadão e que o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação possa também
ser uma ferramenta de ampliar seu poder de atuar e pensar no mundo ao qual
pertence.

A IMPORTÂNCIA DAS TIC NA EDUCAÇÃO

Com o passar dos anos e os avanços da tecnologia podemos reflexionar a


essas perguntas: Será que algo mudou nas formas de ensinar e aprender na era
digital? Mas, o que significa educar nesse contexto? Como ocorrem as
aprendizagens? Que desafios são impostos a alunos e professores? Quais as
vantagens e desvantagens podem trazer o uso das TIC nos processos educativos?
Esses e muitos outros questionamentos que estão presentes nos ambientes
educacionais, pois evidenciam uma preocupação e um desejo a percorrer para a
construção de conhecimentos que levam aprendizagens mais significativas.
As tecnologias de da comunicação (TIC) traz a educação uma realidade de
transformações significativas, logo, a educação deve acompanhar estas, sugerindo
perspectivas de atuação dos docentes e escolas.

O processo admirável do conhecimento e o significado


social da informática deram origem a um novo
movimento social denominado ciberespaço, que nos
envia à necessidade de repensar a educação, frente à
emergência de um novo tipo de sociedade pautada nos
processos de racionalização da informação. (ALVES,
apud LÉVY, 1999).

Na educação as novas tecnologias surgem como alternativa para atender as


novas necessidades geradas pela sociedade. Atualmente, o empenho de inserir as
TIC nas aulas presenciais para implementar e motivar o ensino-aprendizagem. É
nessa visão que Graça (2007) afirma que:

A utilização das tecnologias da informação e


comunicação (TIC), no sistema educativo deve visar um
horizonte de atuação dos professores que não se limita à
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simples melhoria da eficácia do ensino tradicional ou à


mera utilização tecnológica escolar, através dos meios
informáticos. As TIC têm um papel profundo na
educação.

Ainda, Graça (2007) salienta que as TIC na educação proporcionam no


ensino:
Novas concepções acerca da natureza dos saberes,
valorizando o trabalho cooperativo; Novas vivências e
práticas escolares, através do desenvolvimento de
interfaces entre escolas e instituições, tais como
bibliotecas, museus, associações de apoio à juventude,
entre outros; Novas investigações cientificas em
desenvolvimento no ensino superior, entre outros. È
indispensável ter presente a utilização das TIC na
educação porque estas consistem em escolarizar as
atividades que têm lugar na sociedade, procurando
adapta-las aos seus objetivos. As TIC, na educação,
permitem uma compreensão profunda do mundo em
que vivemos enriquecendo o conhecimento.

Nessa perspectiva, o papel do professor assume importância essencial, pois,


o mesmo é o mediador da aprendizagem, estimula práticas que envolvam o discente
em experiências interativas e colaborativas. Assim, contribuindo para o
desenvolvimento de sua autonomia e reflexão crítica sobre sua própria
aprendizagem citada nos PCN‟s e OCEM.

Os professores passam a ser compreendidos como


animadores de inteligência coletiva e suas atividades
serão fundamentais, o acompanhamento e a gestão das
aprendizagens, com estímulo à troca de conhecimento, a
mediação relacional e simbólica, a pilotagem
personalizada dos percursos de aprendizagem.
(MATTAR apud LÉVY, p. 142)

Desta forma, para encarar as exigências das novas tecnologias, será


necessário uma preparação por parte dos educadores e também dos alunos, pois o
professor deve assumir um maior empenho na criação de ambientes de
aprendizagens interdisciplinares, propondo desafios que favoreçam a construção do
conhecimento utilizando computadores e programas.

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICÃO (TIC) COMO APOIO DO


ENSINO DE LINGUA ESPANHOLA
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As tecnologias da Informação e Comunicação é uma forma como os


estudantes se comunicam e interagem, pois hoje é muito diferente de como
fazíamos antes, pois a mesma é muito relevante no âmbito educativo já que é uma
forma de inovação na transmissão de conhecimentos. Sendo uma ferramenta de
apoio para a didática docente servindo de recurso que podem colocar em prática as
capacidades criativas para a aplicação no ensino de língua espanhola. As
ferramentas tecnológicas são utilizadas para a comunicação, tanto como, para o
processo da aprendizagem. Além disso, é um recurso possível e necessário ao
contexto educativo. Segundo, Aedo em seu artigo “El Aprendizaje con el uso de las
nuevas tecnologías de la información y las comunicaciones” de la Universidad de
Ciego de Avila afirma que:

El acceso a redes de información en el ámbito escolar es


prometedor, sin embargo no debemos dejar de lado la
preocupación acerca del tipo de información que circula
en ellas al momento de reflexionar sobre las Nuevas
Tecnologías. (2011, p1).

Partindo do pressuposto, o acesso às tecnologias da informação e


comunicação serve de apoio para os docentes no ensino aprendizagem em sala de
aula, como também, é uma forma de inovar as metodologias na prática docente.
Com a união da tecnologia e ensino de língua espanhola, deveremos
investigar o potencial das ferramentas digitais. Assim, definindo quais fins, objetivos
a serem a tingidos e como serão utilizados os recursos digitais. Então, é necessária
uma qualificação dos professores, para que eles possam integrar as tecnologias no
ensino de língua estrangeira. Cabe ao educador de língua espanhola descobrir a
melhor maneira de manusear as TIC, já que não existem formas universais para sua
utilização.
É importante que o docente seja um facilitador desse ensino-aprendizagem,
pois o que ocorrerá é uma mudança de postura nesse processo. Como afirma Mattar
(2006, p.142), “essas modificações, entretanto, não decreta o luto da função do
professor e tampouco a perda de seu emprego, mas, ao contrário, apresentam
novos desafios e novas funções a serem desempenhadas por ele”.
Diante do contexto histórico de métodos e abordagens citados em um dos
subtítulos do artigo em relação ao ensino de língua estrangeira, pois os mesmos se
centram na fixação da linguagem com conhecimentos de escrita e comunicação oral,
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isto é, de gramática, estruturas linguísticas. A partir desses fatores, as TIC se


apresentam como uma forma de inovar esse processo de ensino aprendizagem da
língua espanhola. Com isso Moscoso (2012, p.20) afirma que “As ferramentas de
comunicação proporcionadas pela Internet para o ensino das LE podem ter
diferentes funções, de acordo com o tipo de atividade que visam desenvolver. A
Internet pode ser uma fonte de informação nas atividades de aulas presenciais,
inserida numa unidade didática, para complementar a oralidade;”.
Com isso, o uso do computador como instrumento que maneja conteúdos
com textos, áudios e vídeos, a internet proporciona o acesso à pesquisa,
enciclopédias, dicionários on line, recursos multieducativos como músicas e filmes
em espanhol. Estes podem ser visualizados no youtube. Com esse apoio o docente
pode trabalhar com seus alunos habilidades na aquisição da língua estrangeira:
escrever, falar e escutar.
Outro apoio para a metodologia do ensino são as redes sociais, pois nestes é
possível à interação entre os usuários através do facebook, twitter e o whatsapp, o
qual pode ser trabalhado o desenvolvimento da escrita e da fala por meio do envio e
recebimento de mensagens eletrônicas expressas em espanhol.
Nessa didática o professor poderá optar pelo facebook, permitindo a criação
de grupos de estudo, a fim debater pontos específicos de gramática do espanhol,
com a postagens de vídeos, dicas e exercícios que possa ser feitos on line. O
mesmo serve para o twitter, o discente tem possibilidades de postar mensagens
curtas sobre o seu dia, postar pensamentos, etc. Já no whatsapp poderá ser criado
um grupo pelos próprios discentes para conversas informais e praticar a escrita e a
oralidade já que esse aplicativo tem a ferramenta de áudio.
Vale enfatizar que essas ferramentas tecnológicas devem ser orientadas pelo
professor de língua espanhola que proporcionará um novo aspecto e um diferencial
nas aulas da disciplina.
Para Moscoso (2012, p.21):
Outra hipótese é o próprio docente criar os seus próprios
materiais didáticos para colocar on-line, através dos
programas de autor como Fun with Texts e Hot Potatoes,
que trouxeram inúmeras vantagens ao desenvolvimento
do ensino aprendizagem, pela bateria de exercícios
diferentes que permitem elaborar: verdadeiro/falso,
lacunas, associação, ordenação, crucigramas, numa
dimensão de interatividade que fomenta
consideravelmente uma pedagogia mais rica e
diferenciada, isto porque podem ser diversificadas as
14

estratégias e adequadas às necessidades de cada aluno


ou grupo de alunos.

Diante do exposto, esse tipo de estratégia utilizada pelo professor oferece


para os estudantes uma forma de autonomia nas atividades e que eles adquiram
uma aprendizagem em todos os níveis, do inicial ao avançado, possibilitando o
desenvolvimento de habilidades em diversas situações de comunicação. Mas, esses
fatores dependem do objetivo que o docente quer alcançar com seus alunos, pois o
uso da TIC proporciona uma aprendizagem dinâmica e divertida motivando o aluno
na aquisição de uma nova língua estrangeira.
Assim, as TIC aumentam o desafio dos professores numa nova perspectiva
metodológica que faz com que o aluno utilize as tecnologias ao seu favor, pois elas
serão uma facilitadora no método de ensino acrescentado na aquisição do
conhecimento de uma nova língua.
Dessa forma, as TIC apresentam novas oportunidades com a união da „teoria
e a prática‟ do conteúdo, sendo um aspecto motivador em relação ao ensino
aprendizagem de ELE, assim, aumentado às possibilidades de apoio nas atividades
do professor e propiciando qualidade nesse processo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, o tema deste artigo reflete a implantação do espanhol como


disciplina de nos currículos escolares do Brasil e quais foram às incidências do
mesmo na Educação Brasileira, considerando também os primeiros indícios da
língua no Brasil até a Lei nº 9 394/96 vigente nos dias atuais. Desde logo, a Lei nº 11
161/05 oficializou o ensino de língua espanhola no Brasil, bem como, sua oferta nos
currículos do ensino médio.
A partir daí, foram explicitados os conceitos de métodos e abordagens
relacionados ao ensino de línguas estrangeiras aplicadas ao ensino aprendizagem
da língua espanhola e como as teorias contribuem para a aquisição de outra língua.
Assim, faz-se necessário conhecer pelo docente essa teoria para por em prática em
sua metodologia de sala de aula para que também alcance seus objetivos.
A pesquisa buscou ressaltar a abordagem sociointeracionista direcionando a
quatro habilidades e competências a serem adquiridos. Assim, os documentos dos
15

Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio e Ensino Fundamental de


Língua Estrangeira Moderna e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio –
Conhecimentos de espanhol direcionam o ensino do espanhol nas escolas
brasileiras.
Desta forma, para o desenvolvimento da autonomia e reflexão crítica do
discente o apoio das Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC), aumentará o
interesse para o estudo da língua estrangeira, facilitará a busca do conhecimento e
tornará o educando ativo na construção do seu conhecimento. Essa abordagem
desse ser vivenciada de forma gradual, quando o professor incorporar as
tecnologias à prática envolvendo os gêneros digitais no ensino de línguas, pois nós
professores somos agentes de mudanças, valorizando os interesses dos alunos no
trabalho pedagógico, contextualizando-os.
Em vista disso, os conhecimentos aqui abordados reflete a importância da
TIC no processo ensino aprendizagem da língua espanhola, bem como, as
ferramentas tecnológicas para o docente na sua didática escolar para as aulas de
ELE numa perspectiva multidisciplinar.

REFERÊNCIAS

AEDO, Raúl R. Fernández; GARCÍA, Pedro Mario Server; FADRAGA, Elianis


Cepero. El Aprendizaje con el uso de las nuevas tecnologías de la información y las
comunicaciones. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/127Aedo.PDF.
Acesso em: 20 mai. 2014.

ALVES, Taíses Araújo da Silva. Desafios das TIC‟S na educação. 2008. Disponível
em: http://www.slideshare.net/AnaBee/apresentacao-artigo-desafios-das-tic-s-na-
educacao. Acesso em: 22 mai. 2015.

BRASIL, MEC/SEB. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 1996. LDB ( Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional). Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em: 05 abr. 2015.

BRASIL, MEC/SEB. Lei nº 11 161, de 5 de agosto 2005. Dispõe sobre o ensino da


língua espanhola. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11161.htm. Acesso em: 25 mar. 2015.

BRASIL, MEC/SEB. Orientações curriculares para o ensino médio: linguagens,


códigos e suas tecnologias - Conhecimentos de espanhol. Brasília: MEC/SEMTEC,
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16

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