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Ana Carolina Russo

Tecnologia de
Tratamento de
Resíduos Sólidos
APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Tecnologia de Trata-
mento de Resíduos Sólidos, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao apren-
dizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é
propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS......................................................................................... 7
1.1 Resumo do Capítulo........................................................................................................................................................9
1.2 Atividade Proposta...........................................................................................................................................................9

2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS (ORIGEM, PROPRIEDADES FÍSICAS,


COMPOSIÇÃO QUÍMICA E TOXICOLOGIA).........................................................................11
2.1 Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente ........................................................11
2.2 Quanto à Natureza ou Origem.................................................................................................................................12
2.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................14
2.4 Atividades Propostas...................................................................................................................................................16

3 MEDIDAS DE ACONDICIONAMENTO, ARMAZENAMENTO, COLETA,


TRANSPORTE E DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS........................................17
3.1 Acondicionamento.......................................................................................................................................................17
3.2 Coleta e transporte de resíduos sólidos...............................................................................................................19
3.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................20
3.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................21

4 MINIMIZAÇÃO, REUTILIZAÇÃO, RECICLAGEM DE RESÍDUOS............................. 23


4.1 Resumo do Capítulo....................................................................................................................................................26
4.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................26

5 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO (COMPOSTAGEM, BIODIGESTÃO,


BIORREMEDIAÇÃO, SOLIDIFICAÇÃO, LANDFARMING)..............................................27
5.1 Compostagem................................................................................................................................................................27
5.2 Biodigestão......................................................................................................................................................................30
5.3 Biorremediação..............................................................................................................................................................31
5.4 Solidificação.....................................................................................................................................................................31
5.5 Landfarming.....................................................................................................................................................................32
5.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................33
5.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................33

6 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS........................................................................................... 35


6.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................39
6.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................40

7 ATERROS SANITÁRIOS: DIMENSIONAMENTO DE TALUDES, CÉLULAS,


IMPERMEABILIZAÇÃO, SISTEMAS DE DRENAGEM, COLETA DO CHORUME
E DE GASES.............................................................................................................................................. 41
7.1 Aterros Sanitários..........................................................................................................................................................41
7.2 Dimensionamento de Taludes..................................................................................................................................46
7.3 Células do Aterro...........................................................................................................................................................47
7.4 Impermeabilização.......................................................................................................................................................49
7.5 Sistemas de Drenagem, Coleta do Chorume e de Gases...............................................................................50
7.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................51
7.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................51

8 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS.............................................................................................. 53
8.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................56
8.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................57

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 59


REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 63
INTRODUÇÃO

Esta apostila constitui um material de apoio aos alunos da disciplina de Tecnologia de Tratamento
de Resíduos Sólidos. Resíduo sólido, ou simplesmente “lixo”, se refere a todo material sólido ou semissóli-
do indesejável e que necessita ser removido, por ter sido considerado sem serventia por quem o descar-
ta, em recipiente apropriado. Bem, no entanto, devemos nos atentar à característica que muitas pessoas
impõem sobre o lixo, a de inservível. Isso é relativo, uma vez que, apesar de ele não apresentar nenhuma
serventia para quem o descarta, para outro, pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou pro-
cesso. Dessa forma, a temática do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do próprio conceito
clássico de resíduos sólidos. Estes são resultantes da atividade humana e animal, normalmente sólidos,
sem utilização ou indesejáveis pelo seu detentor, com capacidades, no entanto, de valorização.
No âmbito dos resíduos sólidos gerados pela sociedade atual, cabe aos resíduos sólidos urbanos a
maior contribuição para esses desperdícios, motivo pelo qual a questão representa um fator de crescente
preocupação. Tem-se assistido a uma verdadeira explosão na produção de resíduos, derivada do aumen-
to do consumo público, e, ao mesmo ritmo, a um decréscimo do peso específico dos resíduos.
Aproveito para já deixar a seguinte questão: será que o que estamos consumindo é realmente uma
necessidade ou é apenas uma realização pessoal? Comecemos nosso curso com essa autoavaliação.

Profa. Ana Carolina Russo

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1 DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Querido(a) aluno(a), você, por algum mo- lações de controle de poluição ou, ainda, alguns
mento, já pensou no que seria a definição de lixo? tipos de líquidos, cujas características os tornem
Bem, de acordo com o Dicionário Houaiss, “lixo inviáveis para o lançamento na rede pública de
é um objeto sem valor ou utilidade, ou restos de esgoto ou no corpo de água ou que necessitam
trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga de soluções técnicas e economicamente inviáveis
fora”. ante as técnicas disponíveis no mercado.
Já para a Associação Brasileira de Normas Segundo o Manual de Gerenciamento Inte-
Técnicas – ABNT NBR 10.004 –, a definição de lixo grado de Resíduos Sólidos (2001), os autores de
seria “restos das atividades humanas, considera- publicações sobre resíduos sólidos, normalmen-
dos pelos geradores como inúteis, indesejáveis te, fazem uso indistinto dos termos “lixo” e “resí-
ou descartáveis, podendo-se apresentar no esta- duos sólidos”. Nesta apostila, “lixo”, como o repre-
do sólido, semissólido ou líquido, desde que não sentado na Figura 1, será todo material sólido ou
seja passível de tratamento convencional”. semissólido indesejável e que necessita ser remo-
Dentro dessa definição, encontram-se os lo- vido por ter sido considerado sem serventia por
dos advindos de sistemas de tratamento de água, quem o descarta (em recipiente apropriado).
os lodos produzidos em equipamentos e insta-

Figura 1– Imagem ilustrativa de resíduos sólidos.

Fonte: http://pensareco.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html

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convida à reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos. É como se o lixo pudesse ser
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conceituado como tal somente quando da inexistência de mais alguém para reivindicar uma nova
utilização dos elementos então descartados.
Há de se destacar, no entanto, a relativida-
de da conotação de inservível dos resíduos, pois Dicionário
VERBETE 1
aquilo que já não apresenta nenhuma serventia
para quem o descarta, para outro, pode se tornar Conotação: algo que uma palavra ou coisa sugere;
Conotação: algo que uma palavra ou coisa sugere; implicação.implicação.
matéria-prima para um novo produto ou proces-
Fonte: Dicionário Houaiss. Fonte: Dicionário Houaiss.
so. Nesse sentido, a ideia do reaproveitamento
nos convida à reflexão do próprio conceito clás-
sico de resíduos sólidos.
A Figura 2 trazÉ resumidamente
como se o lixo pudes-
a diferença sobre AosFigura
conceitos aqui
2 traz mencionados: alixo
resumidamente X
diferença
se serresíduos
conceituado como
sólidos. tal somente quando da sobre os conceitos aqui mencionados: lixo X resí-
inexistência de mais alguém para reivindicar uma duos sólidos.
nova utilização dos elementos então descartados.
Figura 2– Lixo X resíduos. Figura 2– Lixo X resíduos.

>ŝdžŽyƌĞƐşĚƵŽ

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ƐĞƌǀĞŶƚŝĂ
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Fonte: Mancini (2013).

SAIBA MAIS 1

Segundo Burle (2012), a produção de lixo no Brasil cresce em ritmo mais acelerado do que a
Saiba mais

Segundo Burle (2012), a produção de lixo no Brasil


cresce em ritmo mais acelerado do que a popu-
lação urbana. Segundo o levantamento realizado
pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os brasi-
leiros geraram, no ano de 2010, cerca de 60,9 mi-
lhões de toneladas de resíduos sólidos
Saiba urbanos, re-
mais
presentando um crescimento de 6,8% sobre 2009.
No mesmo período, o Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) apontou um crescimento
populacional em torno de 1%.

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1.1 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos a definição de resíduos sólidos e a conotação negativa e, muitas vezes, errô-
nea que é atribuída a esses tipos de materiais.
Resíduos sólidos são aqueles materiais considerados sem serventia, inúteis ou descartáveis pelos
geradores, podendo-se apresentar no estado sólido, semissólido ou líquido.

1.2 Atividade Proposta

1. Qual a definição de resíduo sólido?

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CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
2 (ORIGEM, PROPRIEDADES FÍSICAS,
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E TOXICOLOGIA)

Agora que já sabemos a definição de resí-


duo sólido, veremos como classificá-los. As for-
mas mais comuns de classificação se referem aos
riscos potenciais de contaminação do meio am-
biente e à natureza ou origem desses materiais.

2.1 Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente

Segundo a norma NBR 10.004 da ABNT, os


resíduos sólidos recebem as seguintes classifica-
ções (Quadro 1):

Quadro 1 – Classificação dos resíduos quanto ao seu risco potencial de contaminação.

Classe Característica

Apresentam riscos à saúde pública por meio do aumento da mortalidade ou da


I (Perigosos) morbidade ou provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados
ou dispostos de forma inadequada.

Podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou


solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente,
II (Não inertes)
não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos – ou Classe
III – Inertes.

Não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente e, quando amostrados de


forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato
estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente,
III (Inertes) conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não têm nenhum
de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões
de portabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004),
excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.

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Vejamos, resumidamente, sobre o que tra- ƒƒ Anexo D: são listadas 146 substâncias
tam estes Anexos da NBR 10.004: caracterizadas por serem agudamente
tóxicas.
ƒƒ Anexo A: resíduos perigosos de fontes ƒƒ Anexo E: são listadas 407 substâncias
não específicas. São listados 43 tipos de tóxicas.
resíduos, incluindo seus constituintes ƒƒ Anexo F: são listadas as concentrações
perigosos e suas características de pe- máximas de 45 produtos inorgânicos
riculosidade. que podem estar presentes no extrato
ƒƒ Anexo B: resíduos perigosos de fon- do lixiviado.
tes específicas. São listadas 21 fontes ƒƒ Anexo G: são listados os limites máxi-
geradoras, sendo estas compostas mos de 33 produtos inorgânicos e or-
majoritariamente por grandes setores gânicos eventualmente presentes no
industriais. São 142 tipos de resíduos extrato do solubilizado.
associados a determinadas fontes com ƒƒ Anexo H: são listados códigos de 12 re-
seus respectivos constituintes perigo- síduos não perigosos.
sos e suas características de periculosi-
dade.
ƒƒ Anexo C: são listados 481 produtos Dicionário
inorgânicos e orgânicos que atribuem Morbidade: que apresenta alguma doença; doen-
a característica de periculosidade aos tio, enfermo.
resíduos. Fonte: Dicionário Houaiss.

2.2 Quanto à Natureza ou Origem

A origem dos resíduos sólidos é conside- restos de embalagens e alimentos; considerado


rada o principal elemento para a caracterização semelhante ao doméstico.
desses materiais. Assim, podemos agrupá-los em
cinco classes, a saber: Saiba mais

Nas atividades de limpeza urbana, os resíduos dos


Lixo doméstico ou residencial: gerado Saiba mais
tipos “doméstico” e “comercial” constituem o cha-
nas atividades diárias em casas, apartamentos, mado “lixo domiciliar”, os quais, somados ao lixo
condomínios e demais edificações residenciais, público, constituem a maior parcela dos resíduos
sólidos produzidos nas cidades.
considerado não inerte, mas contém resíduos pe-
rigosos.
Lixo comercial: gerado em estabelecimen-
tos comerciais, cujas características dependem Lixo domiciliar especial: entulhos de
da atividade ali desenvolvida, considerado seme- obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e
lhante ao doméstico. pneus, principalmente inertes.
Lixo público: resíduos presentes nas vias
públicas, como folhas, galhadas, poeira, terra e
areia, e também aqueles descartados indevida-
mente pela população, como entulho, papéis,

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Figura 3– Entulho processado pela usina de reciclagem de Ribeirão Preto.

Fonte: http://www.reciclagem.pcc.usp.br/a_utilizacao_entulho.htm.

Lixo de fontes especiais: resíduos que, em ƒƒ Resíduos de serviços de saúde: com-


função de suas características peculiares, passam preendendo todos os resíduos gerados
a merecer cuidados especiais em seu manuseio, nas instituições destinadas à preserva-
acondicionamento, estocagem, transporte ou ção da saúde da população, contêm
disposição final. Dentro da classe de resíduos de principalmente resíduos perigosos e
fontes especiais, merecem destaque: não inertes.

ƒƒ Lixo industrial: resíduos muito varia-


Figura 4 – Resíduo de serviço de saúde.
dos que apresentam características di-
versificadas, pois estas dependem do
tipo de produto manufaturado; pode
conter resíduos perigosos, não inertes
e inertes.
ƒƒ Lixo radioativo: emite radiações acima
dos limites permitidos pelas normas
ambientais.
ƒƒ Lixo de portos, aeroportos e termi-
nais rodoferroviários: decorrente do
consumo de passageiros em veículos e
aeronaves; sua periculosidade está no
risco de transmissão de doenças já er-
radicadas no País. Pode conter resíduos
perigosos, não inertes e inertes. Fonte: http://planetadosresiduosbrasil.blogspot.com.
br/2012/03/residuos-de-servicos-de-saude.html.
ƒƒ Lixo agrícola: restos de embalagens
impregnados com pesticidas e fertili-
zantes químicos, utilizados na agricul-
tura, que são perigosos, principalmente
não inertes (muita matéria orgânica).

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Quadro 2 – Órgãos responsáveis pelo gerenciamento de cada tipo de lixo

Tipos de lixo Responsável


Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura
Público Prefeitura
Serviços de saúde Gerador (hospitais etc.)
Industrial Gerador (indústrias etc.)
Portos, aeroportos e terminais ferroviários
Gerador (portos etc.)
e rodoviários
Agrícola Gerador (agricultor)
Entulho Gerador*
* A prefeitura é corresponsável por pequenas quantidades (menos que 50 kg) e de acordo com a legislação
municipal específica de cada local.
Fonte: Adaptada de Mancini (2013).

Atenção

Na grande maioria das vezes, a diferença na


definição de pequenos e grandes geradores de
lixo se refere à quantidade média de resíduos
gerados diariamente em uma residência parti-
cular com cinco moradores.

2.3 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, aprendemos sobre as diferentes classificações que podem ser atribuídas aos resí-
duos sólidos. São elas:

ƒƒ classificação quanto aos seus riscos potenciais de contaminação do meio ambiente;


ƒƒ classificação quanto a sua natureza de origem.

A classificação poderá vir guiada de alguns parâmetros, como descrito na Figura 5.

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Figura 5 – Organograma para classificação de resíduo.

Fonte: Adaptada Mancini (2013).

Vimos, também, quem são os responsáveis diretos pelo gerenciamento de determinados resíduos.

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2.4 Atividades Propostas

1. Quais são as formas de classificação dos resíduos?

2. O que são resíduos não inertes?

3. Quais os resíduos que se enquadram na categoria de resíduo domiciliar especial?

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MEDIDAS DE ACONDICIONAMENTO,
ARMAZENAMENTO, COLETA,
3 TRANSPORTE E DESTINAÇÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS

Veremos agora como funcionam as etapas o gera, garantindo que o resíduo acondicionado
de acondicionamento, armazenamento, coleta, permaneça em condições adequadas (sem vaza-
transporte e destinação final dos resíduos sólidos mentos e sem fortes odores) para coleta.
gerados. Para entendermos melhor, podemos in- Fase externa: inicia-se com os geradores
serir tais etapas em duas grandes fases: até a destinação final, sendo responsabilidade
Fase interna: ocorre dentro das residências tanto do gerador quanto da municipalidade (res-
das pessoas, de estabelecimentos comerciais, ponsabilidade compartilhada).
hospitais etc. O acondicionamento e o armazena-
mento do resíduo são responsabilidade de quem

3.1 Acondicionamento

Mas, afinal, o que significa acondicionar os Figura 6 – Acondicionamento de resíduo domiciliar.


resíduos sólidos? Bem, trata-se do preparo desses
materiais para a coleta, de forma a garantir con-
dições sanitariamente adequadas e compatíveis
com o tipo e a quantidade de resíduos.
Para garantir que os serviços de coleta e
transporte de lixo ocorram de forma satisfatória,
é necessário que o lixo seja armazenado em seus
respectivos recipientes adequadamente (Figura
6) e que estes estejam dispostos no dia e no lo-
cal preestabelecidos pelo órgão responsável pela
coleta. Isso nos mostra o quanto é importante a
nossa ação de armazenar corretamente, visto que
esta é a primeira etapa da longa jornada que o
lixo irá percorrer. Fonte: www.igd.com

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A importância do correto acondicionamen- samos ir muito longe para encontrar locais que
to se dá, entre alguns motivos, por: passam a acumular lixo a céu aberto, trazendo
consigo impactos negativos ao meio ambiente e
ƒƒ evitar a ocorrência de acidentes; à saúde pública, além de serem atrativos para ani-
ƒƒ evitar a proliferação de vetores e, con- mais como ratos, baratas etc.
sequentemente, a propagação de Sabendo da necessidade de se armazenar
doenças; corretamente os resíduos domiciliares, quais se-
ƒƒ minimizar o impacto negativo no visual riam os recipientes a serem utilizados para esse
e no odor do ambiente no entorno; fim? Podemos fazer uso dos seguintes (Figura 7):

ƒƒ reduzir a diversidade de tipos de resí-


duos, facilitando o trabalho de coleta ƒƒ recipientes metálicos ou plásticos;
(caso haja coleta seletiva na cidade ou ƒƒ sacos plásticos;
no município). ƒƒ caixas de madeira ou papelão;
ƒƒ contêineres; etc.
Apesar de ser de conhecimento geral, os
procedimentos para a correta armazenagem do
lixo não são colocados em prática. Não preci-

Figura 7 – Exemplos de recipientes para acondicionamento de resíduos.

Fonte: www.joneshill.com.

Atenção

Sendo o saco plástico de polietileno compos-


to por carbono, hidrogênio e oxigênio, não é
considerado poluidor para a atmosfera quando
corretamente incinerado. Não é um material
biodegradável, mas como os aterros sanitá-
rios são considerados destinos definitivos, não
há grandes objeções quanto ao uso de sacos
plásticos de polietileno para acondicionar o lixo
domiciliar.

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Agora que já vimos quais são os possíveis ƒƒ seguros, para evitar que, caso haja ob-
recipientes a serem utilizados, como saberemos jeto cortante ou perfurante, provoque
qual deles escolher? A escolha deverá estar basea- um acidente a quem for manejar o ma-
da em alguns aspectos importantes, tais como: terial;
ƒƒ possibilidade de esvaziar facilmente.
ƒƒ características do lixo gerado;
ƒƒ frequência em que ocorre o serviço de
Dicionário
coleta;
ƒƒ tipo de edificação do gerador; Hermético: perfeitamente, totalmente fechado.

ƒƒ custo do recipiente; Fonte: Dicionário Houaiss.

ƒƒ peso máximo de 30 kg (incluindo a car-


ga) caso a coleta for manual;
ƒƒ hermético, para evitar derramamentos
ou exposição;

3.2 Coleta e transporte de resíduos sólidos

Depois de passarmos pela etapa de acondi- Por algum momento aqui em nosso estudo,
cionamento, o próximo passo a ser realizado é a você se deparou com a questão de como o órgão
coleta. A coleta tem como objetivo recolher o lixo, responsável pela coleta realiza o dimensiona-
previamente acondicionado pelo gerador, para mento desse serviço? Vejamos simplificadamente
então enviá-lo a seu destino, que pode ser uma como isso funciona.
estação de transferência, uma estação de trata- Primeiramente, é realizada uma estimativa
mento ou disposição final, para que, dessa forma, do volume de lixo que será coletado. Podemos
evite impactos negativos à população. propor um valor médio de 1,2 kg/habitante/dia.
A coleta e o transporte dos resíduos de pe- Em seguida, são feitas as definições das frequên-
quenos geradores (residenciais e pequenos co- cias em que serão realizadas as coletas, bem como
mércios, por exemplo) são, na maior parte das de seus horários, para, então, serem estabelecidos
vezes, efetuados por meio do órgão responsável a frota de veículos e o itinerário a ser efetuado. A
pela limpeza púbica do município. Já os resíduos falta de alinhamento desses procedimentos com
dos “grandes geradores” (produtores de mais de a realidade de cada local pode gerar desconten-
120 litros de lixo por dia) são coletados por em- tamento por parte da população. Imagine um
presas particulares cadastradas na prefeitura, a caminhão de lixo passando em horário de pico
cargo do gerador. em uma avenida muito movimentada? Ou que
Esses resíduos podem ser coletados por a frequência de coleta seja insuficiente para uma
diversos tipos de veículos, desde que estes aten- determinada região, e as pessoas passem a esto-
dam às exigências estabelecidas pela legislação car um grande volume em suas residências? São
do município. Segundo Mancini (2013), em geral, situações que devem ser previstas antes de o ser-
elas podem ser da seguinte forma: viço ser colocado em prática.

ƒƒ sem compactação;
ƒƒ com compactação.

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Saiba mais

Nos centros comerciais, a coleta deve ser noturna,


quando as ruas estão com pouco movimento. Já
em cidades turísticas, deve-se estar atento
Saiba mais para o
período de uso mais intensivo das áreas por turis-
tas, momento no qual a coleta deverá ser evitada.
Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos (2001).

3.3 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos as formas de acondicionamento dos resíduos, os recipientes que podem ser
utilizados pra essa finalidade e os critérios para a escolha destes.
Analisamos os critérios utilizados para a determinação das rotas de coleta, baseados no volume do
resíduo gerado, no horário e na frequência de coleta, na frota e no itinerário a ser seguido.
Para melhor ilustrar o que vimos neste capítulo, a Figura 8 resume as etapas no processo de coleta
de resíduos sólidos.

Figura 8 – Processo de coleta de resíduos.

Fonte: Tchobanoglous (1977) (modificada).

20 3.4 Exercícios
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3.4 Atividades Propostas

1. Comente sobre a importância do correto acondicionamento dos resíduos.

2. Quais os recipientes que podemos utilizar para o armazenamento de resíduos?

3. Quais os critérios utilizados para o dimensionamento do serviço de coleta?

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MINIMIZAÇÃO, REUTILIZAÇÃO,
4 RECICLAGEM DE RESÍDUOS

Você já parou para pensar se tudo aquilo


Saiba mais
que descartamos é realmente lixo? Segundo a
Abrelpe (2010), cada brasileiro produz em torno Como vimos nos capítulos anteriores, os resí-
de 1,2 kg/resíduos/dia. duos, quando dispostos de maneira inadequada,
causam impactos negativos ao meio ambiente.
As regiões Sudeste e Nordeste, somadas, Além de provocarem a contaminação do solo e da
são responsáveis pela maior geração de resíduos água, eles são responsáveis por 6,7% da geração
no Brasil, em média 1,3 kg/habitante/dia. A Re- Saiba
de gases de efeito estufa, devido mais
à decomposição
gião Sul corresponde ao equivalente a 0,9 kg/ha- anaeróbica nos aterros sanitários no Estado de São
Paulo.
bitante/dia (Abrelpe, 2010).
Fonte: CETESB (2011).
Só a Região Metropolitana de São Paulo,
com seus 19,7 milhões de habitantes, é responsá-
vel pela produção estimada de 16.233 toneladas
por dia, ou quase 6 milhões de toneladas por ano,
Diante de tudo o que vimos até o momento
de resíduos sólidos domiciliares (BESEN, 2011).
em nosso estudo, podemos fazer algumas refle-
Mas para onde vai tudo isso? Segundo da- xões. De onde vem tanto lixo? O que consumimos
dos da Abrelpe (2010), de todo o lixo produzido é realmente necessário? Como eu consigo identi-
no Brasil, 10% não foram coletados (aproxima- ficar o limite que separa o que é supérfluo do que
damente 6,4 milhões de toneladas), e entre os é essencial? De acordo com Botto (2012), atual-
resíduos coletados, 58% são encaminhados para mente, vivemos na sociedade do consumo, onde
aterros sanitários. Os outros 42% não têm destina- os valores estão atribuídos ao que você gosta ou
ção adequada, indo parar em lixões ou em aterros ao que você possui.
controlados, ou até mesmo em terrenos baldios.
O que você gosta ou não está intrinse-
camente ligado à insatisfação. Ao vermos um
Dicionário comercial na televisão de um produto do qual
gostamos, ficamos insatisfeitos por não tê-lo,
Aterro sanitário: obras de engenharia para dispo-
sição dos resíduos sólidos urbanos, em que há:
levando, então, ao seu consumo, para satisfazer-
compactação de seu volume, recobrimento com mos nossas vontades, gerando, inclusive, a satis-
terra ou algum material inerte, impermeabilização, fação de prazer.
drenagem e tratamento dos líquidos e dos gases
que ali são gerados. O aumento de nosso consumo desenfreado
Fonte: Leme et al. (2012). impulsiona as indústrias a produzir cada vez mais,
gerando mais e mais resíduos. Segundo o vídeo
do projeto The Story of Stuff, que trata dos efeitos
do consumo humano, para cada volume de pro-
duto produzido são gerados cerca de 70 volumes
de resíduos durante o processo de produção.

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Tudo isso nos mostra que devemos nos Essas questões têm como base o que cha-
atentar não apenas ao que fazer depois do con- mamos de “princípio dos 3 Rs”, apresentado na
sumo (destinação das embalagens, local e reci- Figura 9.
piente para descarte etc.) como também ao que
faremos antes mesmo de consumir (de onde vem
esse produto, como se torna disponível para con-
sumo, quem o fabrica etc.). São reflexões como
essas que nos despertam para o consumo res-
ponsável, visando minimizar os impactos negati-
vos em nosso meio ambiente.

Figura 9 – Princípio dos 3 Rs.

Tal princípio adquiriu conhecimento mun- uma atitude que proporciona a redução no con-
dial em função da sua aparição na Agenda 21, sumo.
documento elaborado durante a Conferência das Reutilizar um determinado produto ou ma-
Nações Unidas (Rio-92). terial se refere à ação de atribuir um novo uso ao
Reduzir o consumo é adotar medidas sim- que seria descartado e, assim, estender a sua vida
ples, como, por exemplo, pensar bem antes de útil por meio de reparos, restauração e/ou rea-
consumir um produto, evitar, em nossas ações, proveitamento. Lembre-se: o que para nós pode
a geração de resíduos, verificando se tudo isso parecer inútil, para outras pessoas, pode ser de
é realmente uma necessidade. A substituição de grande serventia.
materiais descartáveis, como os copinhos plásti- Reciclar se refere ao conjunto de técnicas
cos, presentes nos mais diversos estabelecimen- que buscam reprocessar substâncias ou materiais
tos, por duráveis, como as canecas de alumínio, é jogados no lixo para que se tornem novamente

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úteis e possam ser reinseridos no mercado. A re- Apesar da existência de técnicas de recicla-
ciclagem é um dos fins – o mais lucrativo e ecolo- gem, há alguns fatores que podem inviabilizar o
gicamente correto – que os resíduos podem ter. processo. Técnicas muito caras, consumidoras de
Mas, infelizmente, nem todo material pode ser re- muita energia ou que exigem equipamentos de
ciclado. Produtos como lâmpadas fluorescentes, alto custo são difíceis de serem aplicadas. O desa-
espelhos, cerâmicas, objetos de acrílico, papéis fio, principalmente para você, futuro engenheiro,
plastificados (como o das embalagens de biscoi- é desenvolver processos economicamente viá-
to), papel-carbono, papel higiênico, fotografias, veis e atrativos. Outro problema corriqueiro é o
fitas e etiquetas adesivas, bitucas de cigarro, fral- que chamamos de “lixo poluído”, ou seja, lixo seco
das, absorventes e guardanapos não costumam que esteve em contato com os restos de materiais
ser reciclados. E, para cada um daqueles que po- orgânicos. Um simples copo de suco jogado no
dem ser reaproveitados (plástico, vidros, metal e lixo pode inviabilizar a reciclagem de todo papel
papel), existe um procedimento adequado e es- ali contido.
pecífico para a reciclagem. Nesse cenário, a coleta E, com todas essas dificuldades encontra-
seletiva (separação e recolhimento do lixo) é de das para o processo de reciclagem, quais seriam
extrema importância para a obtenção de melho- os benefícios dessa prática? Vejamos alguns da-
res resultados. dos (Quadro 3).

Quadro 3 – Reciclagem e seus benefícios

Reciclagem Benefício
Propicia a economia de energia suficiente para manter
1 lata de alumínio
uma geladeira em funcionamento por 10 horas.
1 kg de vidro reutilizado Evita a extração de 6,6 kg de areia.
1 ton. de papel poupado Preserva 20 árvores de eucalipto.
1 ton. de lixo reciclado no Brasil Economia de 435 dólares.
Consumo de apenas 10% do petróleo exigido na
Reciclagem de plástico
produção do plástico virgem.
Cada tonelada reaproveitada preserva 110.000 toneladas
Reciclagem de aço
de minério de ferro.

De acordo com as Fichas Técnicas do Com-


promisso Empresarial para a Reciclagem (CEM- Atenção
PRE), em 2011, do total produzido, foram recicla-
O propósito deste capítulo é fazer com que
dos, no Brasil, 21,7% de plásticos, 29% de papel “pensemos globalmente e ajamos localmente”,
de escritório, 98,3% das latas de alumínio, 47% pois, “se quisermos ter menos lixo, precisamos
das latas de aço, 47% do vidro e 27,1% das emba- rever nosso paradigma de felicidade humana,
em que ter menos lixo significa ter mais cultura,
lagens tipo longa vida.
menos símbolo de status, mais tempo para as
crianças, menos dinheiro trocado, mais anima-
ção, menos tecnologia de diversão, mais quali-
dade, menos maquiagem” (GILNREINER, 1992).

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4.1 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, tratamos das questões da minimização, reutilização e reciclagem dos resíduos. Vi-
mos a grande importância de nos conscientizarmos sobre a real necessidade do consumo de determina-
do produto, visto que em grande parte das vezes acabamos agindo por impulso.
Aprendemos o princípio dos 3 Rs, que traz em si os conceitos de Redução, Reutilização e Recicla-
gem dos resíduos.

4.2 Atividades Propostas

1. Cite algumas ações que favorecem a redução na geração de resíduos.

2. Em que se baseia o princípio dos 3 Rs?

3. Quais os materiais que ainda não costumam ser reciclados?

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TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO
5 (COMPOSTAGEM, BIODIGESTÃO,
BIORREMEDIAÇÃO, SOLIDIFICAÇÃO,
LANDFARMING)

O que observamos hoje, no Brasil, é que a Entre as tecnologias de tratamento de resí-


maior parte da gestão dos resíduos sólidos ur- duos já conhecidas e difundidas no mercado, po-
banos, em municípios de pequeno e de médio demos citar:
porte, é realizada pelos órgãos municipais. Nos
grandes municípios, nota-se a tendência de con- ƒƒ compostagem;
cessão à iniciativa privada dos serviços de coleta e ƒƒ biodigestão;
destinação. A privatização do setor está gerando
ƒƒ biorremediação;
a expectativa de um ingresso expressivo e cres-
cente de capital privado. ƒƒ solidificação;
Com isso, há a perspectiva do surgimento ƒƒ landfarming.
de novos projetos para tratamento de resíduos
sólidos urbanos que abrangem outras tecnolo- Vejamos, então, cada uma delas.
gias, que não o aterramento, ainda não existentes
em escala industrial no Brasil.

5.1 Compostagem

Compostagem é o processo biológico de


decomposição da matéria orgânica contida em
restos advindos de origem animal e ve-
Figura 10 – Compostagem.
getal, transformando-a em um material
denominado “composto” (semelhante
ao solo), utilizado como adubo durante
o plantio (Figura 10).

Fonte: www.investne.com.br.

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Para iniciarmos a compostagem, devemos seja em um local sombreado no quintal. Ela nada
primeiramente reunir uma quantidade adequada mais do é que uma estrutura própria para o depó-
de lixo orgânico e montar nossa composteira. sito e processamento do material orgânico. Sobre
Reserve um recipiente para armazenar o esse material são colocadas folhas secas, para evi-
lixo, como exemplificado na Figura 11. Em segui- tar o cheiro ruim.
da, monte a composteira (Figura 12); o ideal é que

Figura 11 – Recipiente armazenando matéria orgânica para compostagem.

Fonte: familiaorganica.blogspot.com

Figura 12 – Exemplo de composteira.

Fonte: alpesdouro.com.br

A camada superficial do monte, dentro da De dois em dois dias, revolva a pilha para
composteira, deverá ser umidificada, e a com- arejá-la. Vamos notar que o material irá esquentar,
posteira deverá ser coberta por uma lona, para se indicando que a decomposição está ocorrendo. O
proteger de fortes chuvas e da incidência direta material deverá estar pronto para uso em aproxi-
do sol. madamente dois meses.

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Tecnologia de Tratamento de Resíduos Sólidos

Uma grande vantagem da compostagem


é poder dar uma finalidade adequada para mais
de 50% do lixo doméstico, ao mesmo tempo que
melhora a estrutura e aduba o solo, gera redução
de herbicidas e pesticidas, devido à presença de
fungicidas naturais e microrganismos, e aumen-
ta a retenção de água pelo solo, além de não re-
querer conhecimentos muito específicos para sua
elaboração. A Figura 13 resume todo o processo
de compostagem.

Figura 13 – Processo de compostagem.

Fonte: sustentatec.blogspot.com

Saiba mais

Decomposição: conversão de organismos mortos


(matéria orgânica), ou parte destes, em substân-
cias orgânicas ou inorgânicas simples, por meio da
ação de um conjunto de organismos (aeróbios e
não aeróbios). Termo aplicado a seres vivos.
Putrefação: decomposição associada à formação
Saiba
de cheiro desagradável. Termo mais
aplicado a matéria
orgânica, como alimentos.
Biodegradabilidade: decomposição. Termo aplica-
do a materiais (papel, plástico etc.).

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5.2 Biodigestão

A biodigestão, também denominada “fer-


mentação anaeróbica”, é um método de recicla-
gem de resíduos que tem como princípio a pro-
dução de gás combustível e adubos a partir de
compostos orgânicos (geralmente excrementos
de animais, restos de frutas e vegetais). Ela é rea-
lizada por bactérias que se encontram livres na
natureza e pode ser considerada uma alternativa
energética renovável e principalmente uma for-
ma de eliminação dos resíduos orgânicos urba-
nos (Figura 14).

Figura 14 – Processo de biodigestão.

Fonte: pt.wikipedia.org

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5.3 Biorremediação

O processo de biorremediação se baseia na A biorremediação in-situ trata o material


redução do contaminante por meio de organis- contaminado no próprio local em que foi origina-
mos vivos, tais como plantas, fungos e outros mi- do, enquanto na ex-situ o material contaminado é
crorganismos, promovendo a remediação no am- removido de sua origem para ser tratado em ou-
biente. Fazendo uso de processos biodegradáveis tro local.
para tratamento de resíduos, a biorremediação é Apesar de se mostrar bastante eficiente
capaz de regenerar o equilíbrio do ecossistema para alguns compostos, certos contaminantes
original. Especificamente, a biorremediação atua não respondem da mesma forma. Os metais pe-
por meio da introdução de processos biológicos sados, tais como o cádmio e o chumbo, não são
adicionais para a decomposição dos resíduos que facilmente absorvidos e nem capturados pelos
favorecem e incrementam a velocidade do pro- microrganismos, porém podem ser transforma-
cesso natural de degradação. dos em compostos menos perigosos.
Ela pode ser empregada para atacar con- Por ser um processo natural, seu custo é re-
taminantes específicos no solo e em águas sub- lativamente baixo quando comparado a outros
terrâneas, como, por exemplo, a degradação de meios de tratamento de resíduos sólidos. Entre-
hidrocarbonetos do petróleo e de compostos or- tanto, para se obter um rendimento significativo
gânicos clorados pelos microrganismos aplicados. no processo, é necessário determinar, por meio
Um exemplo mais geral e de grande aplicação é a de estudos, as condições que favorecem ou não
remediação de um ambiente com derramamen- a atividade microbiana, como, por exemplo, meio
tos de óleo por meio da adição dos fertilizantes anóxico, teor elevado de nutrientes etc., sendo,
de nitrato ou de sulfato para facilitar a decompo- assim, capaz de tratá-lo adequadamente.
sição do óleo pelas bactérias presentes no meio.
Tudo isso ocorre devido ao fato de os mi-
crorganismos se alimentarem de substratos or- Dicionário
gânicos e inorgânicos, como o carbono. Assim, os
contaminantes são convertidos em CO2 (dióxido Anóxico: ausência de oxigênio no ar, no sangue
arterial ou nos tecidos.
de carbono) e H2O (água).
Fonte: Dicionário Houaiss.
Tal tecnologia pode ser dividida em duas
formas: in-situ e ex-situ.

5.4 Solidificação

A estabilização por solidificação (E/S) é uma Podemos ser dividi-la de duas formas:
técnica de tratamento de resíduos que faz uso do
conhecimento das respostas ambientais e estru- ƒƒ processos inorgânicos (que levam
turais em função da destinação preconizada. Tais agentes ligantes inorgânicos, como ci-
respostas são obtidas basicamente pelo estudo mento e material pozolânico);
das propriedades mecânicas e químicas do resí- ƒƒ processos orgânicos (que levam agen-
duo e pela simulação e modelagem, visando à ex- tes ligantes orgânicos, como polímeros
trapolação dos dados para longo prazo. termoplásticos e termofixantes).

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Na E/S, os contaminantes ficam retidos em Imobilizar resíduos no processo E/S pode


uma matriz sólida; portanto, ela é limitada, seja envolver mecanismos físicos, químicos ou a com-
pela diminuição da área de superfície exposta ao binação destes. A estabilização física (solidifica-
meio ambiente, seja pelo isolamento dos conta- ção ou encapsulação) muda a forma física, mas
minantes da influência do meio externo por par- não necessariamente causa ligação química dos
tículas presentes no resíduo (MALONE; JONES; constituintes do resíduo. A estabilização química
LARSON, 1980). muda os estados químicos dos constituintes do
Essa técnica é utilizada como forma de pré- resíduo, transformando-os em formas menos so-
-tratamento ou tratamento de resíduos sólidos lúveis em água (BRITO; SOARES, 2009).
perigosos que não podem ser eliminados, reduzi-
dos, reciclados ou utilizados no ambiente em que
foram gerados na sua condição original (STEGE-
MANN; BUENFELD, 2003).

5.5 Landfarming

Landfarming consiste na degradação bio- Essa técnica está baseada na aplicação do


lógica de resíduos em uma camada superior de resíduo misturado à camada reativa do solo, de
solo, periodicamente revolvida para haver aera- forma controlada, de modo que a própria micro-
ção. biota do solo atue como agente de degradação
Esse processo foi desenvolvido há mais de (MPHEKGO; CLOETE, 2004).
20 anos, objetivando o tratamento de resíduos e Segundo Mphekgo e Cloete (2004), a técni-
derivados petroquímicos, mas atualmente vem ca do landfarming pode apresentar vantagens e
sendo aplicado no tratamento de lodos de esgo- desvantagens:
tos domésticos e de resíduos perigosos de indús-
trias químicas.

Vantagens Desvantagens
Limitado em relação à remoção de compostos orgânicos
Pequeno capital para implantação e operação.
recalcitrantes.
Tratar grande volume de resíduo sólido. Necessidade de grande área.
Problemas de emissão de compostos orgânicos voláteis e
Pode ser aplicado ex-situ.
contaminação do lençol freático.
Presença de metais pesados pode inibir as atividades de
Pequeno impacto ao meio ambiente.
biodegradação.

Atenção

A escolha de uma técnica em detrimento da


outra deve estar embasada em um estudo pré-
vio sobre as condições da área a ser trabalhada,
para, assim, obterem-se melhores resultados.

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5.6 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, pudemos aprender sobre algumas tecnologias de tratamento. Estudamos a com-
postagem e seus benefícios, além de aprendermos sobre a montagem de uma composteira. Tratamos
da biodigestão, da biorremediação, da solidificação e do landfarming como alternativas ao tratamento
dos resíduos sólidos. Cada uma delas tem sua especificidade, sendo mais ou menos indicada para uma
determinada situação. Cabe aqui um estudo preliminar para identificar possíveis problemas.

5.7 Atividades Propostas

1. O que é compostagem?

2. O que é biorremediação in-situ e ex-situ?

3. Cite duas desvantagens da técnica de landfarming.

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6 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS

Você já parou para pensar para onde vai o Vazadouro a céu aberto (lixão): despejado
lixo? Neste capítulo, veremos os seus possíveis em terra (Figuras 15 e 16). Uma forma inadequa-
destinos. da de disposição final de resíduos sólidos que se
Como destino final dos resíduos sólidos, caracteriza pelo descarte do lixo diretamente so-
termos: bre o solo, sem quaisquer medidas de proteção
ao meio ambiente ou à saúde pública (IPT, 1995).

Figura 15 – Vazadouro a céu aberto.

Fonte: www.infoescola.com
Figura 16 – Esquema de um lixão.

Fonte: http://www.lixo.com.br

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Vazadouro em áreas alagadas: despejado


em corpos de água.
Centro de triagem: local onde há a separa-
ção dos materiais (triagem manual ou magnética)
(Figura 17).

Figura 17 – Centro de triagem.

Fonte: www.ambiental.indaiatuba.sp.gov.br

Centro de compostagem: local onde a fra-


ção orgânica e biodegradável do lixo é reciclada.
Pode estar associado a um centro de triagem (Fi-
gura 18).

Figura 18 – Centro de compostagem.

Fonte: www2.portoalegre.rs.gov.br

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Aterro controlado: uma solução intermediá- O chorume é captado por bombeamento


ria entre o lixão e o aterro sanitário. Sua proposta e levado para cima da pilha de lixo, evitando-se
é a de transformar lixões em aterro. Inicia-se com uma possível contaminação dos lençóis freáticos,
o isolamento da área de um lixão, cobrindo-a com e suas laterais são revestidas com um plástico ou
uma lona ou qualquer outro material impermeá- uma lona bem espessa.
vel, evitando que a água da chuva lixivie o choru- De modo geral, os aterros controlados não
me para os lençóis freáticos; depois, cobre-se com apresentam a impermeabilização do solo nem
terra e com grama para evitar que animais sejam tratamento do chorume e dos gases produzidos.
atraídos, evitando a transmissão de doenças. São Quando mal executados, podem tornar-se um
construídas chaminés, para permitir a liberação novo lixão.
de gases.

Figura 19 – Aterro controlado.

Fonte: www.meioambienteonline.com

Estação de transbordo: são instalações


onde se faz a transferência do lixo do veículo co-
letor para outro veículo com capacidade de carga
Dicionário
maior. Este segundo veículo é o que faz o trans-
porte do lixo até o seu destino final. Transbordo: ato ou efeito de passar mercadorias,
passageiros etc., de um meio de transporte para
A implementação dessa instalação pode
outra linha do mesmo; baldeação.
trazer uma série de vantagens, tais como redução
Fonte: Dicionário Houaiss.
do tempo ocioso do serviço de coleta (o veículo
que efetua a coleta e a mão de obra são utilizados
exclusivamente na coleta) e maior flexibilidade na
programação de coleta, uma vez que um veículo
menor terá mais facilidade de manobra.

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Centro de incineração: nesse processo, Entre os resíduos existentes, vejamos al-


ocorre a decomposição térmica por meio da oxi- guns que são passíveis de incineração:
dação a alta temperatura da fração orgânica dos
resíduos, gerando uma fase gasosa e outra sólida, ƒƒ resíduos sólidos, líquidos e gasosos;
provocando a redução do volume, do peso e das ƒƒ solo contaminado;
características de periculosidade dos resíduos (Fi-
ƒƒ resíduos orgânicos e inorgânicos.
gura 20).

Figura 20 – Incinerador. Como vantagem, temos o fato de a incine-


ração promover a destruição total da fração orgâ-
nica, bem como o monitoramento do sistema e
dos efluentes gerados (podendo-se controlar as
variáveis existentes no processo) etc.
Aterro sanitário: disposição de resíduos só-
lidos no solo, sem causar impactos negativos ou
riscos à saúde pública e à segurança, minimizando
os impactos ambientais (IPT, 1995). São utilizados
princípios de engenharia para manter confinados
os resíduos sólidos, de modo a manter a menor
área e o menor volume possíveis, cobrindo-os
com uma camada de terra (IPT, 1995) (Figura 21).

Fonte: http://www.meioambienteonline.com

Figura 21 – Aterro sanitário.

Fonte: www.meioambienteonline.com

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Atenção

Aterro sanitário X aterro controlado


No aterro sanitário, o lixo é depositado em local impermeabilizado por uma base de argila e lona plástica, o que
impede o vazamento de chorume para o subsolo. Diariamente, o lixo é aterrado com equipamentos específicos
para esse fim. Existem, também, tubulações que captam o metano, gás liberado pela decomposição de matéria
orgânica e que pode ser usado para geração de energia e venda de créditos de carbono.
Aterro controlado é uma condição intermediária entre lixão e aterro sanitário. Nele, há cobertura diária do lixo
com terra, evitando mau cheiro e proliferação de insetos e animais, mas a capacidade de impedir a contaminação
do solo e de águas subterrâneas não é garantida.

Saiba mais

Outros tipos de aterro:


Aterro de resíduos classe I – para resíduos perigo-
sos.
Valas sépticas – comporta no máximo 1 tonelada/
dia de resíduos sólidos de serviço de saúde conta-
minados ou perfurocortantes.
Aterro em valas – indicado para resíduos domésti-
cos em municípios que geramSaiba mais
uma quantidade de
resíduo inferior a 10 toneladas/dia.
Aterro de inertes classe II b – resíduos da constru-
ção civil.

6.1 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, aprendemos diversos tipos disposição final para os resíduos sólidos. Vimos que eles
podem ter diferentes destinos, como os lixões, onde os lixos são dispostos de forma inadequada sobre
o solo, causando danos ao meio ambiente; os centros de compostagem, onde são feitas as reciclagens
da fração orgânica ou biodegradável do lixo; e os aterros controlados, que, diferentemente dos lixões, já
passam a ter um cuidado maior na hora de dispor os resíduos. Temos, ainda, as estações de transbordo,
em que caminhões de menor porte levam os resíduos para que outro maior os encaminhe para o aterro;
os centros de incineração; o aterro sanitário; além de outros.

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6.2 Atividades Propostas

1. O que é vazadouro a céu aberto? Cite um de seus impactos negativos ao meio ambiente.

2. Comente sobre o processo de incineração.

3. Qual a diferença entre aterro controlado e aterro sanitário?

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ATERROS SANITÁRIOS:
7 DIMENSIONAMENTO DE TALUDES,
CÉLULAS, IMPERMEABILIZAÇÃO,
SISTEMAS DE DRENAGEM, COLETA DO
CHORUME E DE GASES

7.1 Aterros Sanitários

Como vimos no capítulo anterior, os aterros


sanitários são locais apropriados para a disposi- Atenção
ção de resíduos sólidos no solo, uma vez que são
construídos de modo a garantir que estes não As áreas no entorno do aterro devem ser cer-
cadas, para evitar ou diminuir a proliferação de
causem danos ou riscos à saúde pública e à se- odores e a poluição visual.
gurança, minimizando os impactos negativos ao
meio ambiente (IPT, 1995).
Esse tipo de construção envolve princípios No setor de execução, os resíduos sólidos
de engenharia, para que consiga armazenar es- são segregados em função de suas características
ses resíduos na menor área e no menor volume intrínsecas para, então, serem depositados (espa-
possíveis, cobrindo-os com uma camada de (IPT, lhados em uma proporção de 1 na vertical para
1995). Em geral, os aterros sanitários apresentam 3 na horizontal [1:3]) e compactados, na frente
os seguintes setores: de serviço. No entanto, antes de serem dispos-
tos no aterro, os resíduos são pesados, a fim de
ƒƒ preparação; se estimar, com base na quantidade de suporte
ƒƒ execução; do aterro, quanto lixo poderá ser ali armazenado
ƒƒ concluído. (Figura 22).

No setor de preparação das áreas, são reali-


zados os procedimentos de impermeabilização e
nivelamento do terreno e de drenagem, visando
à captação do chorume para, então, encaminhá-
-lo ao tratamento e às vias para circulação de pes-
soas e veículos.

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Figura 22 – Deposição dos resíduos.

Fonte: Carmo Junior, s.d.

Saiba mais Saiba mais Uma vez atingida a capacidade do aterro,


encerra-se o despejo de resíduo no local, proce-
Os resíduos que produzem material percolado,
também denominado “chorume”, são geralmente
de-se à cobertura final, com 60 cm de espessura
revestidos por uma camada selante. (sobre as superfícies que ficarão expostas per-
manentemente), e promove-se a revegetação da
área para, então, o despejo passar a ser realizado
em outro local (Figura 23).
Ao final do dia, o monte de lixo deverá rece-
ber uma cobertura de terra, de preferência argila
(15 a 20 cm de espessura). Assim, evita-se a pre-
sença de vetores como ratos, baratas e aves e que
o lixo se espalhe.

Figura 23 – Finalização do aterro.

Fonte: Carmo Junior, s.d.

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Não podemos nos esquecer de que, por


conta da matéria orgânica em decomposição, há
a produção de gás metano no local. Esses gases
devem ser queimados para que minimizem o im-
pacto ambiental, e o chorume gerado deverá ser
coletado para que receba o devido tratamento, a
fim de poder ser descartado. Além disso, também
devem ser feitas obras de drenagem pluviométri-
ca, por exemplo (Figura 24).

Figura 24 – Coletor de chorume e saída de gases.

Fonte: Carmo Junior, s.d.

Os setores concluídos têm o objetivo de ƒƒ inclinômetro (instrumento utilizado


monitorar continuamente os outros setores, ga- para medir ângulos de inclinação e ele-
rantindo que tudo esteja funcionando adequada- vação); entre outras.
mente. As técnicas utilizadas podem ser:

A Figura 25, a seguir, ilustra o esquema de


ƒƒ piezometria (medição de pressão ou um aterro sanitário.
compressibilidade);
ƒƒ poços de monitoramento (obtenção de
amostras de água subterrânea a fim de
verificar, por meio das análises quími-
cas e físico-químicas, a qualidade hidro-
geológica e os seus índices de contami-
nação);

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Figura 25 – Esquema de um aterro sanitário.
Figura 25 – Esquema de um aterro sanitário.
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Fonte: http://www.recicloteca.org.br/images/inicio01.jpg
Fonte: http://www.recicloteca.org.br/images/inicio01.jpg

A Figura 26 ilustra a aplicação da manta de


PEAD para garantir a impermeabilização do solo,
A Figura 26 ilustra a aplicação da manta de PEAD para garantir a impermeabilização do solo,
evitando a percolação de contaminantes. O PEAD
evitando a percolação de contaminantes. O PEAD é um material de ótima resistência mecânica e alta
é umresistência
material aos
de ótima
agentesresistência mecânica e
químicos proporcionados.
alta resistência aos agentes químicos proporcio-
nados.

Figura 26 – Revestimento do aterro com lona para impermeabilização.


Figura 26 – Revestimento do aterro com lona para impermeabilização.

Fonte: http://www.pgambiental.com.br/imgs/aterro/aterro_pal03.jpg (modificada).


Fonte: http://www.pgambiental.com.br/imgs/aterro/aterro_pal03.jpg (modificada).

Agora que já sabemos o que é um aterro sanitário e quais são as características necessárias
para assim o definir, será que podemos construí-lo em qualquer lugar?
44 A resposta é não. É necessário que hajaauma equipe multidisciplinar envolvida para que
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possam ser avaliados parâmetros físicos, biológicos, sociais, econômicos e até mesmo imobiliários
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Agora que já sabemos o que é um aterro ƒƒ estudo geológico-geotécnico e am-


sanitário e quais são as características necessárias biental para seleção de áreas;
para assim o definir, será que podemos construí- ƒƒ Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e
-lo em qualquer lugar? respectivo Relatório de Impacto Am-
A resposta é não. É necessário que haja uma biental (Rima);
equipe multidisciplinar envolvida para que pos- ƒƒ projeto de viabilidade técnica e econô-
sam ser avaliados parâmetros físicos, biológicos, mica do aterro;
sociais, econômicos e até mesmo imobiliários ƒƒ estudo e definição de órgão gestor do
(uma vez que pode haver desvalorização dos empreendimento.
imóveis no entorno do aterro em função do pos-
sível mau cheiro).
De acordo com Cunha e Consoni (1995), há Para ajudar na decisão sobre a escolha do
cinco etapas que devem ser seguidas para dire- local para dispor os resíduos, podemos no basear
cionar a seleção de locais de disposição: no fluxograma (Figura 27) apresentado pelo IPT
(2005).
ƒƒ diagnóstico da situação atual dos re-
síduos sólidos na região de estudo e
prognóstico da situação futura;

Figura 27 – Fluxograma para decisões sobre a disposição de resíduos.

Fonte: IPT (2005).

45
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Podemos verificar, em destaque na Figura


27, que há quatro diferentes alternativas como
saída do fluxograma, variando de acordo com o
caso encontrado.

7.2 Dimensionamento de Taludes

Você saberia responder o que é um talude?


É simples! Talude é uma dada superfície exposta
que faz um dado ângulo α com a horizontal. Um
exemplo de talude são as superfícies de um ater-
ro sanitário (Figura 28).

Figura 28 – Ilustração de um talude.

Para calcularmos a estabilidade dos taludes, Figura 29 – Equilíbrio de forças em um talude.


devemos determinar o ângulo de inclinação sob
o qual, nas condições peculiares do talude, e, le-
vando em consideração a influência de pressões
neutras provenientes da percolação da água no
solo, adensamento ou deformações de cisalha-
mento, o talude mantém-se em equilíbrio plás-
tico. Ele será considerado estável se o ângulo “α”
de inclinação for inferior ao talude de equilíbrio
calculado, e instável, no caso contrário.
Para nosso estudo, admitir-se-á que os tra-
ços das superfícies de ruptura possam ser sempre
substituídos por círculos (VARGAS, 1977).
Observe, na Figura 29, a quantidade de for- Fonte: Vargas (1977).

ças existentes na superfície de um talude.

46
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O objetivo de analisar a estabilidade de um


talude é identificar um potencial escorregamento
de massa de solo. Diante de tantas forças atuan- Fonte: Vargas (1977).

tes, que não cabe aqui, nesta disciplina, serem es-


O objetivo dequando
tudadas em pormenores, analisar comparamos
a estabilidade ade um talude é identificar um potencial escorregamento
força dede massadisponível
coesão de solo. Diante
com a de tantas forças
necessária, ob- atuantes, que não cabe aqui, nesta disciplina, serem
temos oestudadas
coeficienteemdepormenores,
segurança do quando
talude.comparamos a força de coesão disponível com a necessária,
obtemos o coeficiente de segurança do talude.


 ൌ ൌͳ (1)
തതതത
…

Se:
FS > 1,0 Obra estável
FS = 1,0 Ocorre a ruptura por escorregamento
FS < 1,0 Não tem significado físico

7.3 Células do aterro


7.3 Células do Aterro
As dimensões das células do aterro vão depender da quantidade de lixo ali aterrado. Em geral,
são construídas células de altura variando em torno de 2 a 6 metros, porém, não há uma medida fixa
ou padrão, devendo-se realizar a sequência de cálculos proposta a seguir para cada situação.
As dimensões das células do aterro vão de- Figura 30 – Tamanho padrão da célula.
pender da quantidade de lixo ali aterrado. Em ge-
ral, são construídas células de altura variando em
torno de 2 a 6 metros, porém, não há uma medida
fixa ou padrão, devendo-se realizar a sequência
de cálculos proposta a seguir para cada situação.

Atenção

O cálculo da célula também é importante, pois


confere proporcionalidade ao aterro.
É simples calcular o volume “v” da célula de
resíduo a ser compactada; basta multiplicarmos a
Em algumas obras, são adotadas células
área da base pela altura.
muito altas, dificultando a subida do trator pela
rampa formada e prejudicando a compactação
dos resíduos. Em outras, pode ocorrer que, por
não haver lixo em quantidade suficiente para
configurar uma célula, a altura não fique muito
grande. A Figura 30 ilustra o que seria uma célula
padrão.

47
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É simples calcular o volume “v” da célula de resíduo a ser compactada; basta multiplicarmos a
Ana Carolina Russo
área da base pela altura.
É simples calcular o volume “v” da célula de resíduo a ser compactada; basta multiplicarmos a
área da base pela altura.
ൌ„ൈŽൈŠ (2)

ൌ„ൈŽൈŠ (2)
Onde:
V = volume (m3)
b = frente de operação (m)
Onde:
l ==profundidade
V volume (m3) da célula (m)
h = altura
b frente da
de célula (m) (m)
operação
l = profundidade da célula (m)
h = altura da célula (m)
Agora que já sabemos
Agora o volume
que já sabemos de lixode
o volume a ser
lixo a ser disposto na célula, a próxima etapa é calcularmos
dispostoanaárea a ser coberta
célula, a próxima poretapa
terra. é calcularmos
a área a ser coberta
Agora por
que terra.
já sabemos o volume de lixo a ser disposto na célula, a próxima etapa é calcularmos
a área a ser coberta por terra.  ൌ „ଶ ൅ ʹ ൈ „ ൈ Š ൈ ’ (3)

 ൌ „ଶ ൅ ʹ ൈ „ ൈ Š ൈ ’ (3)

Onde:
A = área (m2)
b = frente de operação (m)
h = altura da célula (m)
Onde:
A
A= Área (m
= área 2 coberta com terra (m )
a ser
)
2

p
b= taludede
= frente da operação
rampa de(m)
trabalho (p = 3)
h = altura da célula (m)
Caso nãoa seja
A = Área conhecido
ser coberta comoterra
valor
(mda
2
) altura ou de um dos lados da célula, se soubermos o
Caso não
volume, seja conhecido o valor da altura
p =podemos
talude daobter
rampaosdeoutros valores
trabalho (p =aplicando
3) as seguintes equações:
ou de um dos lados da célula, se soubermos o vo-
lume, podemos obter
Caso nãoosseja
outros valoresoaplicando
conhecido valor da altura ou de um dos lados da célula, se soubermos o
య 
as seguintes equações: ൌ ඨ as seguintes equações:
volume, podemos obter os outros valoresŠaplicando (4)
’ଶ

య 
Šൌ ඨ (4)
Onde: ’ଶ
h = altura da célula (m)
V = volume (m3)
p = talude da rampa de trabalho (p = 3)
Onde:
h = altura da célula (m)
V = volume (m3)
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) (5)
Ž ൌ „ ൌ ඨ ൌ యඥ’ ൈ 
Š


Ž ൌ „ ൌ ඨ ൌ యඥ’ ൈ  (5)
Onde: Š
b = frente de operação (m)
l = profundidade da célula (m)
h = altura da célula (m)
Onde:
V
b= = volume
frente de(moperação
3
) (m)
p
l ==profundidade
talude da rampa de trabalho
da célula (m) (p = 3)
48 h = altura da célula (m)Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
SAIBAVMAIS
= volume
8 (m )
3
V = volume (m3)
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) Tecnologia de Tratamento de Resíduos Sólidos


Ž ൌ „ ൌ ඨ ൌ యඥ’ ൈ  (5)
Š

Onde:
b = frente de operação (m)
l = profundidade da célula (m)
h = altura da célula (m)
V = volume (m3)
p = talude da rampa de trabalho (p = 3) Saiba mais

As células do aterro são impermeabilizadas e co-


SAIBA MAIS 8 bertas com uma camada de terra Saiba mais
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes
As células do aterro são impermeabilizadas e cobertas com uma camada de terra
dimensões:
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m
(0,60 a 1,0 m). Em geral, apresentam as seguintes dimensões:
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m
Altura (h): de 2,5 a 6,0 m
Frente de serviço (b): de 4,0 a 6,0 m

7.4 Impermeabilização

O processo de decomposição dos resíduos A aplicação de geotêxtil como elemento de


sólidos orgânicos produz um líquido malcheiroso filtro entre o solo e o meio drenante permite o li-
de coloração negra e com demanda bioquímica vre escoamento do fluido em movimento e retém
de oxigênio (DBO) em torno de 10.000 a 20.000 as partículas de solo. Devido à alta permeabilida-
mg/l, denominado chorume, percolado ou su- de e capacidade de condução dos fluidos, os geo-
meiro. têxteis não tecidos têm aplicação indispensável
A água da chuva, ao cair sobre o aterro, per- nos projetos de aterros sanitários.
cola através do solo levando consigo o chorume,
podendo causar problemas à operação do aterro,
Dicionário
contaminar o solo e os recursos hídricos da região.
A fim de evitar uma possível contaminação Geotêxteis são materiais têxteis utilizados em con-
tato com o solo ou com outros materiais em aplica-
ambiental, é feita a impermeabilização da parte ções de engenharia civil e geotécnica. Geralmente
inferior do aterro, que pode ser feita por meio de são do tipo tecido ou não tecido, embora também
diversas camadas de solo impermeável (argila) ou existam geotêxteis tricotados e reforçados.
de aplicação de geomembranas sintéticas (man- Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Geot%C3%AAxtil.
tas impermeabilizantes de PVC ou PEAD), bem
como por meio de argilas expansivas.
Devido à grande importância de se drenar o
Outra forma de conseguir a impermeabili-
chorume, o gás e as águas pluviais, o aterro sani-
zação do solo se dá por meio da adição de um
tário deverá estar munido de sistemas de drena-
material que ocupe todos os espaços vazios en-
gem eficientes.
tre os grãos no solo, como, por exemplo, a “ben-
tonita”.

49
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7.5 Sistemas de Drenagem, Coleta do Chorume e de Gases

Segundo Obaden et al. (2009), o método


de Penman normalmente é utilizado para o cál-
culo da vazão dos líquidos percolados (chorume)
de um aterro sanitário, de acordo com a seguinte
equação:

ܲ‫ ܴܧ‬ൈ ‫ܣ‬ (6)


ܳൌ
ܶ

ܲ‫ ܴܧ‬ൈ ‫ܣ‬ (6)


Onde: ܳൌ
ܶ
Q = vazão (l.s )-1

PER = percolado (mm.ano-1)


A = área do aterro (m2)
Onde:
T ==tempo
Q de-1um
vazão (l.s ) ano = 31.536.000 seg
PER = percolado (mm.ano-1)
Outra maneira
A = área do aterro de calcular
(m2) o valor do percolado é utilizando o chamado “método suíço”:
Outra maneira de de
T = tempo calcular
um ano o valor do perco-
= 31.536.000 seg
lado é utilizando o chamado “método suíço”: ͳ (7)
 ൌdo ൈ
Outra maneira de calcular o valor ൈൈ
– percolado é utilizando o chamado “método suíço”:

ͳ (7)
Onde: ൌ ൈൈൈ
–
Q = vazão (l.s-1)
K = 0,35 (geralmente adotado para aterro com compactação entre 0,4 e 0,7 t/m)
A = área do aterro (m)
Onde:
P
Q == precipitação
vazão (l.s-1) anual (mm/ano)
t ==31.536.000
K (seg/ano)
0,35 (geralmente adotado para aterro com compactação entre 0,4 e 0,7 t/m)
A = área do aterro (m)
Um sistema de drenagem
P = precipitação anual (mm/ano)eficiente evitará a desestabilização do aterro e o risco de colapso
futuro.t = Para tanto, podem
31.536.000 ser utilizados tubos de concreto perfurados, valas com pedra amarroada
(seg/ano)
e/ou brita com termoplásticos como o PVC e o PEAD perfurados, rígidos ou flexíveis (OBADEN ET et
al., 2009).
Um sistema de drenagem eficiente evitará a desestabilização do aterro e o risco de colapso
futuro.É Paraimportante que o sistema
tanto, podem de drenos
ser utilizados tubosesteja protegido
de concreto por geotêxtil
perfurados, para
valas com evitar
pedraa colmatação
amarroada
Ume/ousistema de
e, consequentemente, drenagem eficiente
perda decomo
brita com termoplásticos evitará
eficiência. É importante que o sistema
o PVC e o PEAD perfurados, rígidos ou flexíveis (OBADEN de drenos
ET etes-
a desestabilização do aterro
De acordo
al., 2009). e o riscoetde
com Obaden al.colapso teja protegido
(2009), para garantir por geotêxtil
maior eficiência para evitar
na drenagem a colma-
dos gases e
futuro. Para
dos tanto,
líquidos podem
do ser
aterro, utilizados
os drenos tubos de
horizontais, tação
contendo e,o consequentemente,
percolado, e os perda
verticais,
É importante que o sistema de drenos esteja protegido por geotêxtil para evitar a colmatação de
com eficiência.
os gases,
concretodevem
e,perfurados, valas com
estar interligados.
consequentemente, pedra
perda amarroada
de eficiência. De acordo com Obaden et al. (2009), para
e/ou brita com Determoplásticos
Além do chorume,
acordo com Obaden como etoal.PVC
a decomposição e opara
(2009), do lixo nos
garantir aterros
garantirmaior sanitários
maioreficiência naproduz
eficiência drenagem
na gases
drenagem dosque são
gases
dos e
gases
PEAD perfurados,
liberados
dos líquidos norígidos
meio ou flexíveis
ambiente,
do aterro, (OBADEN
tais
os drenos como et carbônico
o gás
horizontais, e dos(CO
contendo ) e o metano
o 2percolado,
líquidos e (CH 4),os
quedrenos
os verticais,
do aterro, é inflamável.
com horizontais,
os gases,
al., 2009).devemHá casos
estar em que os gases podem se infiltrarcontendo
interligados. no subsolo,oatingindo
percolado,redes
e os deverticais,
esgoto, fossas
com etc.,
os ga-
podendo Além causar um acidente,
do chorume, uma vez que o do
a decomposição metano
lixo pode
nos formar
aterros uma mistura
sanitários
ses, devem estar interligados. explosiva
produz gasescom
queo ar.
são
liberados No aterro,
no meioo ambiente,
controle da geração
tais como odesses gases é feito
gás carbônico (CO2)por meio de(CH
e o metano um4),sistema de drenagem
que é inflamável.
constituído por drenos verticais colocados em diferentes pontos do aterro.
Há casos em que os gases podem se infiltrar no subsolo, atingindo redes de esgoto, fossas etc.,
50 podendo Os drenos
causar um sãoacidente,
tubos deuma concreto perfurados
vez que o metanorevestidos
pode formar de uma
britamistura
que atravessam
explosiva nocomsentido
o ar.
vertical Notodo o aterro,
aterro, desdeUnisa
o controle | Educação
dao geração
solo até desses agases
a camada Distância
superior,| www.unisa.br
é feito como se fossem
por meio de umchaminés,
sistema deinstalados
drenagema
Tecnologia de Tratamento de Resíduos Sólidos

Além do chorume, a decomposição do lixo Os drenos são tubos de concreto perfura-


nos aterros sanitários produz gases que são libe- dos revestidos de brita que atravessam no sentido
rados no meio ambiente, tais como o gás carbôni- vertical todo o aterro, desde o solo até a camada
co (CO2) e o metano (CH4), que é inflamável. superior, como se fossem chaminés, instalados a
Há casos em que os gases podem se infil- cada 50 a 100 metros. Em suas extremidades, são
trar no subsolo, atingindo redes de esgoto, fossas instalados queimadores de gases, com a finalida-
etc., podendo causar um acidente, uma vez que o de de evitar maus odores e a redução da camada
metano pode formar uma mistura explosiva com de ozônio.
o ar.
No aterro, o controle da geração desses ga-
ses é feito por meio de um sistema de drenagem
constituído por drenos verticais colocados em di-
ferentes pontos do aterro.

7.6 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, pudemos aprofundar nossos conhecimentos sobre os aterros sanitários. Vimos suas
peculiaridades, o dimensionamentos de taludes, os cálculos das células (volume, área, altura etc.).
Aprendemos, ainda, que o processo de impermeabilização é de extrema importância para evitar a
contaminação do meio ambiente pelo chorume gerado no processo de decomposição da matéria orgâ-
nica.
Além da problemática do chorume e de todo o sistema de drenagem que deve ser estruturado nos
aterros sanitários, há a questão da drenagem dos gases gerados – o CO2 e o CH4.

7.7 Atividades Propostas

1. O que é aterro sanitário?

2. Qual o FS para que o talude possa ser considerado estável?

3. Comente sobre a importância de uma boa impermeabilização do solo.

51
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8 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

O desenvolvimento e a implantação de um ƒƒ Manuseio e acondicionamento


Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR) são ƒƒ Pré-tratamento
fundamentais para qualquer estabelecimento ƒƒ Destinação final
que deseja maximizar as oportunidades e redu-
ƒƒ Documentação do PGR
zir custos e riscos associados à gestão de resíduos
sólidos, além de transmitir uma imagem positiva ƒƒ Controle operacional
à sociedade.
3. Verificação e ações corretivas
Os preceitos envolvidos na implantação de ƒƒ Monitoramento e medições
um PGR não diferem de outros sistemas de ges-
ƒƒ Não conformidades e ações preven-
tão existentes. Vejamos quais os passos a serem
tivas e corretivas
seguidos para sua implementação.
ƒƒ Registros
ƒƒ Auditoria do PGR
1. Planejamento
ƒƒ Aspectos ambientais 4. Revisão da gestão
ƒƒ Requerimentos legais e outros O PGR deve garantir que todos os possíveis
resíduos gerados no processo serão gerenciados
ƒƒ Objetivos e metas
de forma adequada e segura, desde a geração até
2. Implementação e operação a destinação final, por meio das seguintes etapas:
ƒƒ Estrutura e responsabilidade
ƒƒ Treinamento, consciência e compe-
tência

&DUDFWHUL]DomR
$FRQGLFLRQD
*HUDomR IRQWHV FODVVLILFDomR 0DQXVHLR
PHQWR
TXDQWLILFDomR

$UPD]HQDPHQWR &ROHWD 7UDQVSRUWH 5HXVRUHFLFODJHP

7UDWDPHQWR 'HVWLQDomRILQDO

ATENÇÃO 8 53
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ƒƒ informações quanto às características


Atenção e aos riscos inerentes ao trato de cada
tipo de resíduo;
O PGR deverá apresentar objetivos e metas. Os
objetivos são direcionamentos aos quais o PGR ƒƒ orientação quanto à execução das ta-
deverá estar atrelado, enquanto as metas de- refas de coleta, transporte e armazena-
vem ser numéricas e temporais. mento;
ƒƒ utilização adequada de equipamentos
de proteção individual (EPI) necessários
O sucesso nas ações implica que estas es- às suas atividades;
tejam fundamentadas na teoria dos 3 Rs, teoria ƒƒ procedimentos de emergência em caso
esta que prioriza a redução da geração na fonte, de contato ou contaminação com o re-
a reutilização e a reciclagem, podendo vir a ser o síduo, tanto individual quanto ambien-
principal objetivo do PGR. tal.
A Lei Estadual nº 2.011 instituiu o Programa
de Redução de Resíduos, com metas anuais de re-
Depois de identificados o tipo de resíduo
dução de no mínimo 10% do volume de cada re-
e a quantidade gerada, é importante identificar
síduo até que se alcance 50% de redução; ou seja,
quais serão as formas de manuseio e acondicio-
já pode ser uma das metas a serem incorporadas
namento dos resíduos.
durante o planejamento do PGR.
A fim de facilitar e padronizar a segrega-
As principais etapas de planejamento do
ção dos resíduos, a Resolução Conama nº 275/01
PGR estão relacionadas ao levantamento dos as-
orientou as cores que poderão ser utilizadas para
pectos ambientais, ou seja, aos resíduos gerados,
a identificação dos diferentes tipos de resíduos
aos requisitos legais para a implementação de
(Figura 31).
ações e à definição dos objetivos e metas.
Como não se pode gerenciar o que não se
conhece, a primeira ação a ser feita é o levanta-
mento de quais são os processos geradores de
resíduos, o que geram, a quantidade gerada, a
periculosidade do material e os requisitos legais
que os cercam.
Terminada a fase de planejamento do PGR,
parte-se para a fase de operação propriamente
dita. Para tanto, é necessária a atribuição de res-
ponsabilidades para os membros participantes,
deixando claro quem deverá responder por cada
assunto.
A escolha dos participantes também é um
item a ser realizado com cautela. Os membros es-
colhidos deverão estar munidos de competência
técnica necessária para conduzir os processos.
Além da necessidade do conhecimento
prévio do funcionário, a empresa deverá fornecer
treinamento, a fim de reforçar alguns conceitos
importantes e também novos conhecimentos. Ela
deverá abordar, pelo menos, os seguintes tópicos:

54
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Figura 31 – Cores de identificação dos resíduos.

Figura 31 – Cores de identificação dos resíduos.

ͻ DĞƚĂů
ĂŵĂƌĞůŽ

ͻ WĂƉĞůͬƉĂƉĞůĆŽ
ĂnjƵů

ͻ ZĞƐşĚƵŽƐĂŵďƵůĂƚŽƌŝĂŝƐĞĚĞƐĞƌǀŝĕŽƐĚĞƐĂƷĚĞ
ďƌĂŶĐŽ

ͻ ZĞƐşĚƵŽŐĞƌĂů;ŶĆŽƌĞĐŝĐůĄǀĞůŽƵŵŝƐƚƵƌĂĚŽ͕ŽƵĐŽŶƚĂŵŝŶĂĚŽŶĆŽ
ĐŝŶnjĂ ƉĂƐƐşǀĞůĚĞƐĞƉĂƌĂĕĆŽͿ

ͻ ZĞƐşĚƵŽƐƉĞƌŝŐŽƐŽƐ
ůĂƌĂŶũĂ

ͻ ZĞƐşĚƵŽƐŽƌŐąŶŝĐŽƐ
ŵĂƌƌŽŵ

ͻ DĂĚĞŝƌĂ
ƉƌĞƚŽ

ͻ ZĞƐşĚƵŽƐƌĂĚŝŽĂƚŝǀŽƐ
ƌŽdžŽ

ͻ sŝĚƌŽ
ǀĞƌĚĞ

ͻ WůĄƐƚŝĐŽ
ǀĞƌŵĞůŚŽ

O PGR também deverádeverá


O PGR também abordar as formas
abordar as formas de manuseio e de armazenamento temporário para
de manuseio e de armazenamento temporário
cada resíduo gerado. As normas NBR 12.235, NBR 11.564, NBR 7.500 e NBR 11.174 contêm as
para cadaespecificações
resíduo gerado. As normas NBR 12.235,
necessárias.
NBR 11.564, NBR 7.500deverão
Também e NBR 11.174 contêm as
ser considerados os casos em queSaiba mais requeiram algum tipo de pré-
os resíduos
especificações necessárias.
tratamento para serem descartados. Este poderá ser conduzido dentro ou fora das dependências da
Também deverão ser considerados os casos Exemplo de pré-tratamento: na maioria dos casos,
o lodo de estação de tratamento de efluentes deve
em que os resíduos requeiram algum tipo de pré- Saiba mais
ser adensado antes do envio para sua destinação
-tratamento para serem descartados. Este poderá final. Muitas vezes, esse processo é conduzido nas
ser conduzido dentro ou fora das dependências dependências da empresa em que o tratamento
de efluentes é realizado.
da empresa geradora, devendo ser especificado
no PGR. Caso o pré-tratamento seja realizado
dentro da própria empresa, é necessário verificar
junto ao órgão ambiental a necessidade de licen-
ça de operação para o processo em questão.

55
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A destinação final escolhida dependerá de O acompanhamento do PGR deverá ser


cada tipo de resíduo. Deverá ser realizada uma realizado por meio da criação de indicadores que
análise de custo/benefício dentro de todas as retratem a realidade, para a mensuração dos ga-
possibilidades viáveis. nhos econômicos e ambientais e para a criação
As variáveis comumente avaliadas na defi- de metas e objetivos futuros, garantindo, assim,
nição da destinação final de resíduos são as se- a melhoria contínua do desempenho ambiental.
guintes: Os indicadores devem ser criados duran-
te a implantação do PGR e reavaliados ao longo
ƒƒ tipo de resíduo; do seu funcionamento, de forma a espelhar da
ƒƒ classificação do resíduo; melhor maneira possível a eficácia dos processos
conduzidos para o gerenciamento de resíduos na
ƒƒ quantidade do resíduo;
empresa. Entretanto, não basta apenas criá-los; é
ƒƒ métodos técnica e ambientalmente viá- importante sempre fazer uma análise crítica dos
veis de tratamento ou disposição; resultados das medições de acordo com resulta-
ƒƒ disponibilidade dos métodos de trata- dos históricos e/ou esperados para aquele indica-
mento ou disposição; dor específico.
ƒƒ resultados de longo prazo dos métodos Depois de tudo implantado e funcionando,
de tratamento ou disposição; como avaliar tudo isso? Para garantir que o PGR
ƒƒ custos dos métodos de tratamento ou esteja operando de forma correta e sua melhoria
disposição. contínua, o melhor método é realizar auditorias
internas (etapas do PGR conduzidas na empresa)
e externas (nos terceiros).
Para que o PGR possa obedecer a procedi-
mentos específicos para cada etapa da gestão dos
resíduos, de forma padronizada, faz-se necessário Dicionário
que haja documentação suficiente que abranja e
comprove todas as atividades envolvidas e reali- A auditoria interna é feita por um auditor que fica
constantemente na empresa e, normalmente, tra-
zadas em cada etapa. Toda documentação deve balha junto à diretoria executiva ou à presidência.
ser conhecida e de fácil acesso para todos os en- Já o auditor externo trabalha de forma indepen-
volvidos nas atividades do PGR. dente, sem vínculo empregatício com a empresa.

Conhecidas as etapas de implantação do


PGR, não basta apenas aplicá-las; é importan-
te conduzir seu acompanhamento e promover
ações corretivas quando necessário.

8.1 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos as etapas que abrangem a implementação e a execução de um Plano de


Gerenciamento de Resíduos. Aprendemos que o ponto de partida é a identificação do tipo de resíduo
gerado na empresa, o seu volume e a sua periculosidade. Afinal, se você não sabe o que o é gerado, como
pensa em ter sucesso na implementação do programa? Outro ponto importante é o envolvimento de
pessoas tecnicamente capacitadas e engajadas com o tema.
Depois de planejado e implementado o PGR, uma ferramenta interessante para a avaliação do de-
sempenho é auditoria (interna ou externa).

56
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Tecnologia de Tratamento de Resíduos Sólidos

8.2 Atividades Propostas

1. Quais as etapas para a implementação de um PGR?

2. Em que teoria se baseia a implantação de um PGR?

3. Diferencie auditoria interna de externa.

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

Capítulo 1

1.
R: Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10.004 –, a definição de resí-
duo sólido seria “restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,
indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semissólido ou líquido,
desde que não seja passível de tratamento convencional”.

Capítulo 2

1.
R: Os resíduos sólidos podem receber as seguintes classificações:
ƒƒ classificação quanto aos seus riscos potenciais de contaminação do meio ambiente;
ƒƒ classificação quanto a sua natureza de origem.

2.
R: Resíduos não inertes são aqueles que apresentam características de combustibilidade, bio-
degradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio
ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos – ou Classe
III – Inertes.

3.
R: Dentro dessa categoria se encontram entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluores-
centes e pneus.

Capítulo 3

1.
R: A importância do correto acondicionamento se dá, entre alguns motivos, por:
ƒƒ evitar a ocorrência de acidentes;
ƒƒ evitar a proliferação de vetores e, consequentemente, a propagação de doenças;
ƒƒ minimizar o impacto negativo no visual e no odor do ambiente no entorno;
ƒƒ reduzir a diversidade de tipos de resíduos, facilitando o trabalho de coleta (caso haja coleta
seletiva na cidade ou no município).

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2.
R: Sabendo da necessidade de se armazenar corretamente os resíduos domiciliares, os reci-
pientes a serem utilizados para esse fim são:
ƒƒ recipientes metálicos ou plásticos;
ƒƒ sacos plásticos;
ƒƒ caixas de madeira ou papelão;
ƒƒ contêineres; etc.

3.
R: Primeiramente, é realizada uma estimativa do volume de lixo que será coletado. Podemos
propor um valor médio de 1,2 kg/habitante/dia. Em seguida, são feitas as definições das fre-
quências em que serão realizadas as coletas, bem como de seus horários, para, então, serem
estabelecidos a frota de veículos e o itinerário a ser efetuado.

Capítulo 4

1.
R: Nesta questão, podem-se citar como exemplos a utilização de sacolas de pano para o super-
mercado, a utilização da frente e do verso das folhas de papel, a redução do número de impres-
sões, a opção por produtos que tenham refil etc.

2.
R: O princípio dos 3 Rs se baseia em:
ƒƒ reduzir;
ƒƒ reutilizar;
ƒƒ reciclar;

3.
R: Produtos como lâmpadas fluorescentes, espelhos, cerâmicas, objetos de acrílico, papéis plas-
tificados (como o das embalagens de biscoito), papel-carbono, papel higiênico, fotografias, fi-
tas e etiquetas adesivas, bitucas de cigarro, fraldas, absorventes e guardanapos não costumam
ser reciclados.

Capítulo 5

1.
R: Compostagem é o processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em
restos advindos de origem animal e vegetal, transformando-a em um material denominado
“composto” (semelhante ao solo), utilizado como adubo durante o plantio.

2.
R: A biorremediação in-situ trata o material contaminado no próprio local em que foi originado,
enquanto na ex-situ o material contaminado é removido de sua origem para ser tratado em
outro local.

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Tecnologia de Tratamento de Resíduos Sólidos

3.
R: Entre as possíveis respostas, poderíamos citar o fato de ser uma tecnologia limitada em rela-
ção à remoção de compostos orgânicos recalcitrantes e a necessidade de grande área.

Capítulo 6

1.
R: O resíduo é despejado em terra sem quaisquer medidas de proteção ao meio ambiente ou
à saúde pública. Como impacto, poderíamos citar, por exemplo, a contaminação do solo e do
lençol freático.

2.
R: Nesse processo, ocorre a decomposição térmica por meio da oxidação a alta temperatura da
fração orgânica dos resíduos, gerando uma fase gasosa e outra sólida, provocando a redução
do volume, do peso e das características de periculosidade dos resíduos.

3.
R: Aterro controlado é uma condição intermediária entre lixão e aterro sanitário. Nele, há co-
bertura diária do lixo com terra, evitando mau cheiro e proliferação de insetos e animais, mas
a capacidade de impedir a contaminação do solo e de águas subterrâneas não é garantida. No
aterro sanitário, o lixo é depositado em local impermeabilizado por uma base de argila e lona
plástica, o que impede o vazamento de chorume para o subsolo. Diariamente, o lixo é aterrado
com equipamentos específicos para esse fim. Existem, também, tubulações que captam o me-
tano, gás liberado pela decomposição de matéria orgânica e que pode ser usado para geração
de energia e venda de créditos de carbono.

Capítulo 7

1.
R: Aterro sanitário é um local apropriado para a disposição de resíduos sólidos no solo, uma vez
que é construído de modo a garantir que não cause danos ou riscos à saúde pública e à segu-
rança, minimizando os impactos negativos ao meio ambiente.

2.
R: O FS deverá ser maior que 1.

3.
R: Uma boa impermeabilização é importante para evitar a contaminação do meio ambiente
pelo chorume gerado no processo de decomposição da matéria orgânica.

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Capítulo 8

1.
R: As etapas são:
ƒƒ planejamento;
ƒƒ implementação e operação;
ƒƒ verificação e ações corretivas;
ƒƒ revisão da gestão.

2.
R: A implantação de um PGR está baseada na teoria dos 3 Rs (reduzir, reciclar, reutilizar).

3.
R: A auditoria interna é feita por um auditor que fica constantemente na empresa e, normal-
mente, trabalha junto à diretoria executiva ou à presidência. Já o auditor externo trabalha de
forma independente, sem vínculo empregatício com a empresa. 

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REFERÊNCIAS

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