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Higiene e Segurança no Trabalho

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O Trabalho - Segurança
• No passado, o trabalho baseava-se em mão-de-obra intensiva e o bem-
estar do trabalhador, ou seja, as suas condições de trabalho, não tinha
qualquer importância.

• Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas


em conta, sendo apenas importante a produtividade, mesmo que tal
implicasse riscos de doença ou mesmo a morte dos trabalhadores.

PORQUÊ?

A vida humana, nessa altura, possuía um valor desprezível.


O Estado não tinha leis que protegessem os trabalhadores.
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O Trabalho - Segurança
• A segurança (prevenção de acidentes) nos locais de
trabalho constituiu a primeira preocupação social que
impulsionou a criação de legislação laboral

• A OIT (Organização Mundial do Trabalho) desde a sua


criação em 1919, tem atribuído um papel prioritário
aos temas da Higiene e Segurança no trabalho

• Em Portugal, actualmente, existe legislação que


permite uma protecção eficaz de quem integra
actividades industriais, ou outras, devendo a sua
aplicação ser entendida como o melhor meio de
beneficiar, em simultâneo, as Empresas e os
Trabalhadores 3
A Saúde
• A higiene e a segurança são duas actividades que estão
intimamente relacionadas com o objectivo de garantir
condições de trabalho capazes de manter um nível de
saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma
Empresa.

• A Higiene no trabalho propõe-se combater as doenças


profissionais, identificando os factores que podem
afectar o ambiente do trabalho e do trabalhador.

• A Segurança no trabalho propõe-se combater os


acidentes de trabalho, quer eliminando as condições
inseguras do ambiente, quer educando os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. 4
A Saúde no trabalho / produtividade

As condições de Segurança e higiene no


trabalho constituem o fundamento de
atuação de uma empresa na prevenção de
riscos profissionais e contribuem, numa
empresa, para o aumento da competitividade/
produtividade com diminuição da
sinistralidade.

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Doenças relacionadas com o trabalho
As doenças profissionais constam de uma lista organizada e publicada
no Diário da República (Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro), no entanto,
serão ainda consideradas doenças profissionais, outras doenças desde
que se prove serem consequência, necessária e directa, da actividade
exercida e não representem desgaste normal do organismo.

Doenças profissionais por agentes causais:


• Doenças provocadas por agentes químicos
• Doenças do aparelho respiratório
• Doenças cutâneas
• Doenças provocadas por agentes físicos
• Doenças infeciosas e parasitárias

Exemplos: anemias, leucemia, carcinoma das vias respiratórias,


insuficiência respiratória, lesões cutâneas, silicose (provocada pela
inalação de poeiras ricas em sílica), etc. 6
Acidentes de Trabalho
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução
da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária…”

• Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo


humano, seja ele leve como, por exemplo, um corte no
dedo, ou grave, como a perda de um membro.

• Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de


qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda de visão
provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.

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Elevados níveis de segurança e higiene no trabalho só são
possíveis se se atingir os seguintes objectivos:

• Desenvolver meios para zelar pela integridade física e psicológica das


pessoas;

• Maior prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais;

• Aumentar o estado de conforto das pessoas no trabalho;

• Criar bem-estar e estabilidade pessoal e familiar, resultante da


manutenção do posto de trabalho;

• Desenvolver na população trabalhadora a consciência e a exigência de


condições de trabalho condignas.

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Os factores mais importantes que contribuem para a
realização de um trabalho de qualidade são:

• Espaço
• Boa iluminação
• Ausência de ruído
• Ar puro
• Temperatura ambiente agradável
• Higiene

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Fatores que mais contribuem para existir diariamente centenas de
acidentes:

• Fadiga
• Distracção ou negligência
• Rotina
• Imprudência face ao perigo
• Falta de protecção de máquinas e ferramentas
• Ausência de medidas de segurança
• Arranjo físico deficiente
• Eletricidade
• Incêndio e explosão

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Para evitar um possível acidente, e em função da
actividade que estamos a desempenhar,
devemos:

1. ter consciência do possível risco de acidente;

2. conhecer as regras de higiene e segurança;

3. cumprir essas regras.

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Riscos que rodeiam o posto de trabalho
Os principais tipos de risco que afetam os
trabalhadores de um modo geral, estão
separados em:
• Riscos físicos
• Riscos químicos
• Riscos biológicos
• Riscos ergonómicos

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Riscos Físicos
• Ruído
• Vibrações
• Pressões anormais
• Humidade
• Amplitudes Térmicas
• Iluminação

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Riscos Químicos
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de
produção industrial, são lançadas no ambiente de trabalho
através de processos de pulverização, fragmentação ou
emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos
estados sólido, líquido e gasoso. Ex. poeiras, fumos, gases,
vapores, etc.

Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem


penetrar no organismo do trabalhador por:
• Via respiratória
• Via digestiva
• Epiderme
• Via ocular
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Riscos biológicos
Este tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de
trabalho de microrganismos como bactérias, vírus, fungos, parasitas,
etc., normalmente presentes em alguns ambientes de trabalho, como:

• Hospitais,
• Laboratórios de análises clínicas,
• Recolha de lixo,
• Indústria do couro,
• Tratamento de Efluentes líquidos.

Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória,


olhos e pele, são responsáveis por algumas doenças profissionais.

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Riscos ergonómicos
Verifica-se que algumas vezes que os postos de
trabalho não estão bem adaptados às características do
operador, quer quanto à posição da máquina com que
trabalha, quer no espaço disponível ou na posição das
ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções.
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o
ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu
ambiente de trabalho.

Numa perspectiva ergonómica, a execução de tarefas


deve ser feita com o mínimo de consumo energético de
modo a sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e
dos produtos, assim como para a protecção do próprio
trabalhador. 16
Riscos ergonómicos

Exposição dos trabalhadores na construção


• esforço físico intenso,
• levantamento e transporte manual de peso,
• exigência de postura inadequada,
• Controlo rígido de produtividade,
• imposição de ritmos excessivos,
• jornada de trabalho prolongada,
• …
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Organização da Prevenção nos locais de
Trabalho
Estatísticas de acidentes de trabalho

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Organização da Prevenção nos locais de
Trabalho
Causas dos acidentes de trabalho

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Organização da Prevenção nos locais de
Trabalho
Acidentes de trabalho mortais segundo os
dias da semana

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Acidentes de trabalho na construção
• máquinas e equipamentos sem proteção,
• Ferramentas inadequadas ou defeituosas,
• Iluminação inadequada,
• eletricidade,
• probabilidade de incêndio ou explosão,
• Armazenamento inadequado,
• animais peçonhentos,
• outras
• situações de risco que poderão contribuir para a
ocorrência de acidentes.
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Exemplos de Acidentes de trabalho na
construção
“Operário morre atingido por uma barra de
ferro na cabeça”
“Manuel, 48 anos, estava no seu local de
trabalho quando parte de uma peça em aço inox
desprendeu-se da grua atingindo a vítima em
cheio”
“Um operário, que trabalha na construção
morreu esta manhã após ser atingido na cabeça
por uma peça.”

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A Prevenção dos acidentes no Trabalho
• A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou
eliminar as possibilidades de ocorrerem problemas de
segurança com o Trabalhador.
• O 1º passo a dar na prevenção é identificar os perigos nos
vários aspetos:
1. local de trabalho (iluminação, ruído, …)
2. movimento de cargas
3. posições de trabalho
4. condições psicológicas do trabalho (turnos, horas
extra, nível de concentração)
5. máquinas (formação dos trabalhadores, dispositivos de
proteção, manutenções)
6. Riscos químicos, biológicos
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Medidas de controlo de riscos
As prioridades são:
• Eliminação do risco: significa torná-lo definitivamente inexistente.
(exemplo: uma escada com piso escorregadio apresenta um sério
risco de acidente. Esse risco poderá ser eliminado com um piso
antiderrapante)

• Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado. Esta


opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da
eliminação de um risco. (exemplo: as partes móveis de uma
máquina como polias, engrenagens, correias etc. – devem ser
neutralizadas com anteparos de protecção, uma vez que essas
peças das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.

• Sinalização do risco: é a medida que deve ser tomada quando não


for possível eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em
manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência;
locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados. 25
Segurança de Máquinas
• Muitos processos produtivos dependem da
utilização de máquinas, pelo que é importante
a existência e o cumprimento dos requisitos
de segurança em máquinas industriais ou a
sua implementação no terreno de modo a
garantir a maior segurança aos operadores.

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Requisitos de Segurança
Os Requisitos de segurança de uma máquina podem ser
identificados, nomeadamente o que diz respeito ao seu
acionamento a partir de Comandos:
• Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de
trabalho normal
• Devem estar devidamente identificados em português ou
então por símbolos
• O COMANDO DE ARRANQUE: a máquina só entra em
funcionamento quando se aciona este comando, não
devendo arrancar sozinho quando volta a corrente
• O COMANDO DE PARAGEM: deve sempre sobrepor-se ao
comando de arranque
• STOP DE EMERGÊNCIA: corta a energia, pode ter um aspeto
de barra botão ou cabo
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Dispositivos de Proteção (Cont.)
• Protetores Fixos: os mais vulgarmente utilizados
são as guardas. São estruturas metálicas
aparafusadas à estrutura da máquina e devem
impedir o acesso aos órgãos de transmissão. O
acesso só para ações de manutenção.
• Protetores Móveis: neste caso as guardas são
fixadas à estrutura por dobradiças ou calhas o
que as torna amovíveis. A abertura da proteção
deve levar à paragem automática do “movimento
perigoso”, (pode-se recorrer a um sistema de
encravamento elétrico).

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Dispositivos de Proteção (Cont.)
• Comando Bi-Manual: para uma determinada
operação, em vez de uma só betoneira existem duas
que devem ser pressionadas em simultâneo. Isto
obriga a que o trabalhador mantenha as duas mãos
ocupadas evitando cortes e esmagamentos
(Guilhotinas, Prensas)
• Barreiras Óticas: Dispositivo constituído por duas
“colunas”, uma emissora e a outra recetora, entre elas
existe uma “cortina” de raios infra-vermelhos. Quando
alguém ou algum objeto atravessa esta “cortina” surge
uma interrupção de sinal, o que leva à paragem de
movimentos mecânicos perigosos.

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Dispositivos de Proteção (Cont.)
• Distâncias de Segurança: Define-se distância
de segurança, a distância necessária que
impeça que os membros superiores alcancem
zonas perigosas do equipamento.

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Protecção Colectiva e Protecção Individual
• As medidas de protecção colectiva (EPC) devem ter prioridade,
conforme determina a legislação, uma vez que beneficiam todos os
trabalhadores, indistintamente.
• Exemplos:
 Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou
poeiras contaminantes do local de trabalho;
 Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o
ambiente do ruído excessivo;
 Comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas,
fora da zona de perigo, durante o ciclo de uma
máquina;
 Cabos de segurança para conter equipamentos
suspensos sujeitos a esforços, caso venham a se
desprender.

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Protecção Colectiva e Protecção Individual

Queda em altura – utilização de


guarda corpos nas bordaduras das
lajes dos pisos e aberturas nele
existentes (caixa de elevadores);
Queda ao mesmo nível – limpeza do
estaleiro, arrumação ordenada dos
materiais e equipamentos;
Soterramento entivação adequada

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Protecção Colectiva e Protecção Individual
• Quando não for possível adoptar medidas de segurança de
ordem geral devem-se utilizar os equipamentos de
protecção individual, conhecidos pela sigla EPI
• Exemplos:
 Cabeça e crânio - capacete
 Olhos - óculos
 Vias respiratórias – máscara
 Face – viseira
 Pernas e pés – botas
 Tronco – fato, aventais
 Proteção contra quedas - arnês

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Sinalização de segurança
• No interior e exterior das instalações da
Empresa devem existir formas de aviso e
informação rápida, que possam auxiliar os
elementos da Empresa a atuar em
conformidade com os procedimentos de
segurança.

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Sinalização de segurança
• Sinais de perigo

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Sinalização de segurança
• Sinais de Proibição

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Sinalização de segurança
• Sinais de Obrigação

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Sinalização de segurança
• Sinais de Emergência

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• O que entendes por acidente de trabalho.

• Diz o que entendes por lesão corporal e


perturbação funcional.

• Quais as causas mais frequentes de acidentes


de trabalho.

• Diz o que é uma Doença profissional.

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