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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CAMPUS BAGÉ - RS

RELATÓRIO DE PRÁTICAS DE LABORATÓRIO DE QUÍMICA


ORGÂNICA

MARCOS FELIPE PINHEIRO


MATHEUS PRADO MACEDO
PRISCILA BARUFFI RIBEIRO
VITÓRIA OLAVE DE FREITAS

Disciplina: Química Orgânica Experimental I


Ministrante da disciplina: Profª Dra. Elisabete de Avila da Silva

Bagé
2011
MARCOS FELIPE PINHEIRO
MATHEUS PRADO MACEDO
PRISCILA BARUFFI RIBEIRO
VITÓRIA OLAVE DE FREITAS

RELATÓRIO DE PRÁTICAS DE LABORATÓRIO DE QUÍMICA


ORGÂNICA

Relatório de laboratório apresentado à


disciplina de Química Orgânica Experimental
I do curso de Engenharia Química da
Universidade Federal do Pampa, como
requisito parcial para obtenção da aprovação
na disciplina.

Professora: Dra. Elisabete de Avila da Silva

Bagé
2011
LISTA DE FIGURAS

1 Esquema simplificado de uma Cromatografia em Camada Delgada (CCD).

2 Esquema de uma placa de sílica utilizada no experimento.

3 Funil de separação utilizado na extração líquido-líquido.

4 Funil de separação utilizado na separação da fase aquosa e orgânica.

5 Aparelhagem utilizada em uma extração líquido-líquido e fórmula estrutural da cafeína.

6 Extrator Soxhlet.

7 Equipamento de extração sólido-líquido Soxhlet.

8 Aparelhagem de uma destilação fracionada.

9 Aparelhagem utilizada em uma destilação fracionada.

10 Aparelhagem utilizada em uma destilação por arraste a vapor.

11 Aparelhagem para destilação por arraste de vapor interno.

12 Esquema de uma filtração e esquema de uma separação.

13 Fórmula estrutural do eugenol e do acetileugenol.

14 Esquema de uma cristalização e fórmula estrutural do AAS.

15 Esquema de filtração a vácuo e fórmula estrutural da acetanilida.


LISTA DE TABELAS

1 Resultados obtidos para o Rf da Placa 1 (Experimento 1).

2 Resultados obtidos para o Rf da Placa 2 (Experimento 1).

3 Resultados obtidos para o Rf da Placa 3 (Experimento 1).

4 Resultados obtidos para o Rf da Placa 4 (Experimento 1).

5 Resultados obtidos para o Rf da Placa 1 (Experimento 2).

6 Resultados obtidos para o Rf da Placa 2 (Experimento 2).

7 Resultados obtidos para o Rf da Placa 3 (Experimento 2).

8 Resultados obtidos para o Rf da Placa 4 (Experimento 2).

9 Valores encontrados para a titulação da fase aquosa.

10 Valores encontrados para a titulação da fase orgânica.

11 Composição química da erva-mate.

12 Valores de Ponto de Fusão da cafeína.

13 Cálculos de rendimentos do procedimento.

14 Massa do óleo obtido na extração.

15 Características físicas e químicas do óleo vegetal de girassol bruto.

16 Massa do destilado obtida.

17 Massas obtidas de eugenol e acetileugenol.

18 Valores obtidos para o Rf de cada amostra.

19 Valores ponto de fusão Ácido Acetilsalicílico.

20 Rendimento do procedimento.
SUMÁRIO

1. PRÁTICA 1 - CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA (CCD) .....................1

1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................2

1.2 OBJETIVOS ...........................................................................................................2

1.3 PARTE EXPERIMENTAL ..................................................................................2

1.3.1 Materiais ...................................................................................................2

1.3.2 Procedimento Experimental ...................................................................3

1.3.2.1 Experimento 1: Efeito da polaridade em compostos


orgânicos e do solvente no Rf ..........................................................................4

1.3.2.2 Experimento 2: Separação de uma mistura de compostos


coloridos (ferroceno, violeta cristal e amarelo de alizarina)..........................5

1.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................5

1.4.1 Resultados e Discussão do Experimento 1 .............................................5

1.4.2 Resultados e Discussão do Experimento 2 .............................................7

1.5 CONCLUSÃO ........................................................................................................9

2. PRÁTICA 2 – DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (K) DO

ÁCIDO SALICÍLICO ENTRE ÁGUA E ÁLCOOL AMÍLICO ..................................... 10

2.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................11

2.2 OBJETIVOS .........................................................................................................12

2.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................12

2.3.1 Materiais .................................................................................................12

2.3.2 Procedimento Experimental .................................................................12

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................13

2.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................13


3. PRÁTICA 3 – EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA DA ERVA MATE ................................. 15

3.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................16

3.2 OBJETIVOS .........................................................................................................17

3.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................17

3.3.1 Materiais .................................................................................................17

3.3.2 Procedimento Experimental .................................................................17

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................18

3.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................19

4. PRÁTICA 4 – EXTRAÇÃO DO ÓLEO DA SEMENTE DE GIRASSOL ..................21

4.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................22

4.2 OBJETIVOS .........................................................................................................23

4.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................23

4.3.1 Materiais ................................................................................................23

4.3.2 Procedimento Experimental ................................................................24

4.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................24

4.5 CONCLUSÃO .....................................................................................................25

5. PRÁTICA 5 – DESTILAÇÃO FRACIONADA DO VINHO TINTO .........................26

5.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................27

5.2 OBJETIVOS ........................................................................................................28

5.3 PARTE EXPERIMENTAL ...............................................................................28

5.3.1 Materiais ................................................................................................28

5.3.2 Procedimento Experimental ................................................................28

5.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................29

5.5 CONCLUSÃO .....................................................................................................29

6. PRÁTICA 6 – OBTENÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DO CRAVO DA ÍNDIA


ATRAVÉS DE DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR D'ÁGUA ..........................30
6.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................31

6.2 OBJETIVOS .........................................................................................................32

6.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................32

6.3.1 Materiais .................................................................................................32

6.3.2 Procedimento Experimental .................................................................32

6.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................33

6.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................33

7. PRÁTICA 7 – EXTRAÇÃO E SEPARAÇÃO DOS CONSTITUINTES DO CRAVO


DA ÍNDIA ...............................................................................................................................34

7.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................35

7.2 OBJETIVOS .........................................................................................................35

7.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................35

7.3.1 Materiais .................................................................................................35

7.3.2 Procedimento Experimental .................................................................36

7.3.2.1 Procedimento Experimental 1 ...............................................36

7.3.2.2 Procedimento Experimental 2 ...............................................36

7.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................37

7.4.1 Resultados e Discussão do Procedimento Experimental 1 .................37

7.4.2 Resultados e Discussão do Procedimento Experimental 2 .................37

7.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................38

8. PRÁTICA 8 – PREPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO


ACETILSALICÍLICO (AAS) ..............................................................................................39

8.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................40

8.2 OBJETIVOS .........................................................................................................40

8.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................40

8.3.1 Materiais .................................................................................................40


8.3.2 Procedimento Experimental .................................................................41

8.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................42

8.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................43

9. PRÁTICA 9 – SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DA ACETALINILIDA .........................44

9.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................45

9.2 OBJETIVOS .........................................................................................................46

9.3 PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................46

9.3.1 Materiais .................................................................................................46

9.3.2 Procedimento Experimental .................................................................46

9.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................47

9.5 CONCLUSÃO ......................................................................................................48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................49


1. PRÁTICA 1

CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA (CCD)

FIGURA 1 – Esquema simplificado de uma Cromatografia em Camada Delgada (CCD).


(Fonte: www.ff.ul.pt/).

1
1.1 INTRODUÇÃO

A cromatografia é um método físico-químico de separação que está fundamentada na


migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes
interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária. A grande variedade
de combinações entre fases móveis e estacionárias a torna uma técnica extremamente versátil
e de grande aplicação em diversas áreas como: ambiental, farmacêutica, análises clínicas,
medicina legal e outras1.
O termo cromatografia foi primeiramente empregado em 1906 e sua utilização é
atribuída a um botânico russo ao descrever suas experiências na separação dos componentes
de extratos de folhas. Nesse estudo, a passagem de éter de petróleo (fase móvel) através de
uma coluna de vidro preenchida com carbonato de cálcio (fase estacionária), à qual se
adicionou o extrato, levou à separação dos componentes em faixas coloridas. Este é
provavelmente o motivo pelo qual a técnica é conhecida como cromatografia (chrom = cor
e graphie = escrita)2.
Existem vários tipos de técnicas cromatográficas, sendo que, neste trabalho, será
apresentado o estudo realizado através da técnica de Cromatografia em Camada Delgada
(CCD). A CCD é uma técnica de adsorção líquido-sólido. Divide-se em duas fases – fase
estacionária: papel, sílica e vidro; fase móvel: eluente (solvente). A separação se dá pela
diferença de polaridade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária. As
substâncias devem ser imiscíveis na fase estacionária de maneira superficial. O parâmetro
mais importante a ser considerado é o Rf (Rate of flow), o qual é a razão entre a distância
percorrida pela substância e a distância percorrida pela fase móvel. Os valores ideais para o
Rf estão entre 0,4 e 0,61.

1.2 OBJETIVOS

Os principais objetivos deste trabalho são: estudar o efeito da polaridade dos


compostos orgânicos e do solvente no Rf e, também, realizar a separação de uma mistura de
compostos coloridos por Cromatografia em Camada Delgada.

1.3 PARTE EXPERIMENTAL

1.3.1 Materiais

 Placas Cromatográficas de Sílica;


2
 Béquer;
 Tubo Capilar;
 Pinça;
 Vidro de Relógio;
 Régua;
 Lápis;
 Secador;
 Solução de benzofenona;
 Solução de naftaleno;
 Solução de β-naftol;
 Solução de violeta cristal;
 Solução de amarelo de alizarina;
 Solução de ferroceno;
 Solvente hexano;
 Solvente acetato de etila;
 Solvente acetona;
 Solvente ácido acético;
 Solvente etanol.

1.3.2 Procedimento Experimental

Separaram-se quatro placas de sílica. Antes da preparação de cada placa, saturou-se o


meio de eluição (adicionou-se o eluente no béquer, agitou-o e tapou-o com vidro de relógio).
Preparou-se o papel de sílica, desenhando-se uma linha a 0,5mm das extremidades superior e
inferior com um lápis de ponta fina. Na parte inferior, colocaram-se as amostras para análise.
Com o auxílio de tubos capilares aplicou-se as amostras em cada placa. Utilizou-se quatro
placas de sílica, uma para cada solvente. O esquema de uma placa está esquematizado na
FIGURA 2 a seguir.

3
FIGURA 2 – Esquema de uma placa de sílica utilizada no experimento. (Fonte: adaptada de
DEGANI, 1998).

Colocaram-se cada placa na cuba com o auxílio de uma pinça de modo que ficassem
mais próximas de um ângulo de 90º do fundo da cuba. Deixou-se cada placa dentro da cuba
(tapada com vidro de relógio) para o eluente subir até a parte superior. Retiraram-se cada
placa da câmara antes de o eluente ultrapassar a linha demarcada. Secaram-se as placas e,
após, colocou-as na estufa durante 5 minutos para a visualização de machas nas placas,
porém, algumas manchas não foram observadas, com isso, colocaram-se as placas em um
recipiente com vapores de iodo.

1.3.2.1 Experimento1: Efeito da polaridade em compostos orgânicos e do


solvente no Rf.

Analisaram-se três compostos orgânicos: naftaleno, β-naftol, benzofenona e, em cada


uma das quatro placas utilizou-se as seguintes proporções de eluentes:
 Placa 1: hexano puro;
 Placa 2: hexano/acetato de etila – 50:50;
 Placa 3: hexano/acetato de etila – 90:10;
 Placa 4: hexano/acetato de etila – 75:25;

4
1.3.2.2 Experimento 2: Separação de uma mistura de compostos coloridos
(ferroceno, violeta cristal e amarelo de alizarina).

Analisaram-se três compostos coloridos: ferroceno, violeta cristal e amarelo de


alizarina e, em cada uma das quatro placas utilizou-se os seguintes eluentes:
 Placa 1: acetona;
 Placa 2: ácido acético;
 Placa 3: etanol;
 Placa 4: hexano;

1.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

1.4.1 Resultados e Discussão do Experimento 1

Com as manchas obtidas em cada placa é possível calcular o Rf de cada composto


orgânico com seus respectivos eluentes e determinar se o composto é considerado polar ou
apolar em cada caso.
Na Placa 1, onde o eluente utilizado foi o hexano puro, obteve-se os seguintes
resultados dispostos na TABELA 1:

TABELA 1. Resultados obtidos para o Rf da Placa 1 (Experimento 1).

Composto Orgânico Rf

Naftaleno Não observado

β- naftol 0,12

Benzofenona 0,51

Com estes valores pode-se concluir que a benzofenona, por apresentar um valor de Rf
mais alto, é considerado apolar, enquanto que o β- naftol pode ser considerado um composto
polar, pois, devido a estrutura do hexano, sabe-se que ele é um solvente apolar, logo, a
substância que apresenta maior Rf neste eluente pode ser considerada apolar também, visto
que semelhante dissolve semelhante.
Na Placa 2, onde os eluentes utilizados foram: hexano/acetato de etila (50:50), obteve-
se os seguintes resultados dispostos na TABELA 2:

5
TABELA 2. Resultados obtidos para o Rf da Placa 2 (Experimento 1).

Composto Orgânico Rf

Naftaleno Não observado


β- Naftol 0,25
Benzofenona Não observado

Como descrito na TABELA 2, foi possível observar somente o Rf do β- naftol, que


pode ser considerado um composto polar, pois, devido a estrutura do hexano e do acetato de
etila, sabe-se que uma mistura desses dois solventes obtém-se um solvente apolar, logo, se a
substância apresenta um valor baixo de Rf conclui-se que esta seja polar, neste meio.
Na Placa 3, onde os eluentes utilizados foram: hexano/acetato de etila (90:10), obteve-
se os seguintes resultados dispostos na TABELA 3:

TABELA 3. Resultados obtidos para o Rf da Placa 3 (Experimento 1).

Composto Orgânico Rf
Naftaleno Não observado
β- Naftol 0,33
Benzofenona 0,50
Com estes valores pode-se concluir que a benzofenona, por apresentar um valor de Rf
mais alto, é considerado apolar, enquanto que o β- naftol pode ser considerado um composto
polar, pois, assim como na Placa 2, sabe-se que uma mistura de acetato de etila e hexano
obtém-se um solvente apolar, logo, a substância que apresenta maior Rf nestes eluentes pode
ser considerada apolar.
Na Placa 4, onde os eluentes utilizados foram: hexano/acetato de etila (75:25), obteve-
se os seguintes resultados dispostos na TABELA 4:

TABELA 4. Resultados obtidos para o Rf da Placa 4 (Experimento 1).

Composto Orgânico Rf

Naftaleno Não observado

β- Naftol 0,36

Benzofenona 0,48

6
Com estes valores pode-se concluir que a benzofenona, por apresentar um valor de Rf
mais alto, é considerado apolar, enquanto que o β- naftol pode ser considerado um composto
polar, pois, assim como na Placa 2, sabe-se que uma mistura de acetato de etila e hexano
obtém-se um solvente apolar, logo, a substância que apresenta maior Rf nestes eluentes pode
ser considerada apolar.

1.4.2 Resultados e Discussão do Experimento 2

Através das manchas obtidas em cada placa é possível calcular o Rf de cada composto
com seus respectivos eluentes e determinar se o composto é considerado polar ou apolar em
cada caso.
Na Placa 1, onde o eluente utilizado foi a acetona, obteve-se os seguintes resultados
dispostos na TABELA 5:

TABELA 5. Resultados obtidos para o Rf da Placa 1 (Experimento 2).

Composto Rf

Ferroceno 0,82

Violeta cristal 0,13

Amarelo de alizarina 0,67

Sabe-se que a acetona é um eluente pouco polar, logo, com os valores descritos na
TABELA 5 pode-se concluir que o ferroceno, por apresentar um valor de Rf mais alto, é
considerado apolar, enquanto que o amarelo de alizarina pode ser considerado um composto
polar e, por último, o violeta cristal é considerado um composto intermediário, neste eluente.
Na Placa 2, onde o eluente utilizado foi o ácido acético, obteve-se os seguintes resultados
dispostos na TABELA 6:

TABELA 6. Resultados obtidos para o Rf da Placa 2 (Experimento 2).

Composto Rf

Ferroceno 0,93

Violeta cristal 0,98

Amarelo de alizarina 0,95

7
Sabe-se que o ácido acético é considerado polar, logo, com os valores descritos na
TABELA 6 conclui-se que o violeta cristal é o composto mais polar, em seguida o amarelo de
alizarina é considerado um composto de polaridade intermediária e o ferroceno é considerado
o mais apolar, neste meio.
Na Placa 3, onde o eluente utilizado foi o etanol, obteve-se os seguintes resultados
dispostos na TABELA 7:

TABELA 7. Resultados obtidos para o Rf da Placa 3 (Experimento 2).

Composto Rf

Ferroceno 0,78

Violeta cristal 0,81

Amarelo de alizarina 0,84

O etanol é um eluente polar, assim sendo, com os valores descritos na TABELA 7


pode-se concluir que o amarelo de alizarina, por apresentar um valor de Rf mais alto, é
considerado polar, enquanto que o ferroceno pode ser considerado um composto apolar, pois,
apresenta o menor Rf, enquanto que o violeta cristal é o composto de polaridade
intermediária, neste meio.
Na Placa 4, onde o eluente utilizado foi o hexano, obteve-se os seguintes resultados
dispostos na TABELA 8:

TABELA 8. Resultados obtidos para o Rf da Placa 4 (Experimento 2).

Composto Rf

Ferroceno 0,67

Violeta cristal 0,02

Amarelo de alizarina 0,29

O hexano é considerado um eluente apolar, logo, com os valores descritos na


TABELA 8 pode-se concluir que o ferroceno, por apresentar um valor de Rf mais alto, é
considerado apolar, enquanto que o violeta cristal pode ser considerado um composto polar,
devido ao seu valor de Rf ser o menor e, o amarelo de alizarina é o composto de polaridade
intermadiária, neste meio.

8
1.5 CONCLUSÃO

A técnica de Cromatografia em Camada Delgada estudada neste trabalho possibilitou


analisar o comportamento de alguns compostos em relação às suas características polares ou
apolares em meio de diferentes eluentes. Concluiu-se que substâncias apolares sobem mais
rápido pela fase estacionária das placas se o eluente também for apolar, mostrando que
semelhante dissolve semelhante.
A técnica também possibilitou realizar a separação dos compostos, mostrando que se
deve escolher o eluente mais apropriado para a separação de determinadas substâncias,
levando-se em conta, principalmente, a afinidade entre substância e eluente. Não foi possível
encontrar o Rf para o composto orgânico naftaleno, este fato pode estar relacionado com
algum erro cometido durante a aplicação do composto nas placas, considerando que se tenha
aplicado uma quantidade demasiada pequena do composto.

9
2. PRÁTICA 2

DETERMINAÇÃO DO
COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (K)
DO ÁCIDO SALICÍLICO ENTRE
ÁGUA E ÁLCOOL AMÍLICO

FIGURA 3 – Funil de separação utilizado na extração líquido-líquido. (Fonte:


www.qmc.ufsc.br/).

10
2.1 INTRODUÇÃO

A extração líquido-líquido é um processo de separação onde ocorre a partição da


amostra entre duas fases imiscíveis (orgânica e aquosa). A eficiência da extração depende da
afinidade do soluto pelo solvente de extração, da razão das fases e do número de extrações 3.
Quando uma solução (soluto A em solvente 1) é agitada com um segundo solvente (solvente
2) com o qual é imiscível, o soluto A se distribui entre as duas fases líquidas. Quando as duas
fases se separarem novamente em duas camadas de solvente distintas, um equilíbrio será
alcançado de tal forma que a razão das concentrações do soluto em cada solvente C 1 e
C2 define uma constante. A constante, chamada de coeficiente de distribuição (ou coeficiente
de partição) K, é definida por:

(1)

Onde C1 e C2 são as concentrações no equilíbrio, em g.L-1 ou mg.mL-1, do soluto A no


solvente 1 e no solvente 2, respectivamente. O coeficiente de distribuição tem um valor
constante para cada soluto considerado e depende da natureza dos solventes usados em cada
caso4.
A extração líquido-líquido apresenta as vantagens de ser simples (na configuração
mais comum usa-se um funil de separação ou tubos de centrífuga) e poder utilizar um número
grande de solventes disponíveis comercialmente, os quais fornecem uma ampla faixa de
solubilidade e seletividade3.
Para o nosso estudo, utilizou-se um funil de separação conforme mostrado na
FIGURA 4 para encontrar o coeficiente de partição (K) do ácido salicílico entre água (fase
aquosa) e álcool amílico (fase orgânica).

FIGURA 4 – Funil de separação utilizado na separação da fase aquosa e orgânica.


(Fonte: www.ff.ul.pt/).

11
2.2 OBJETIVOS

Os principais objetivos deste trabalho são: realizar a separação do ácido salicílico e


calcular a constante do coeficiente de partição (K) do ácido entre água (fase aquosa) e álcool
amílico (fase orgânica).

2.3 PARTE EXPERIMENTAL

2.3.1 Materiais
 Béquer de 250mL;
 Solução de álcool amílico;
 Ácido salicílico (em pó);
 Agitador magnético;
 Bastão de vidro;
 Funil de separação;
 Erlenmeyer;
 Bureta;
 Solução de NaOH 0,1 N;
 Indicador fenolftaleína.

2.3.2 Procedimento Experimental

Colocou-se 50 mL de água destilada e 50 mL de álcool amílico em um béquer de 250


mL. Pesou-se 0,5038 g de ácido salicílico e adicionou-o ao béquer. Agitou-se a mistura
durante alguns minutos com o auxílio de um agitador magnético para que o ácido ficasse
bastante distribuído entre os dois solventes. Transferiu-se o líquido para o funil de separação e
deixou-se que as duas fases se separassem. Após a separação, tendo como fase inferior a fase
aquosa e superior a fase orgânica, transferiu-se cada uma delas para dois erlenmeyers.
Retirou-se alíquotas de 10 mL de cada uma das fases e titulou-as, separadamente, com
solução de NaOH 0,1015 M usando como indicador fenolftaleína. Realizou-se três titulações
para cada amostra.

12
2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os valores obtidos das titulações, realizando-se uma média entre eles, é possível
calcular o coeficiente de partição (K) do ácido salicílico entre a água e o álcool amílico. Os
valores obtidos para a titulação da fase aquosa estão descritos na TABELA 9 e os valores
obtidos para a titulação da fase orgânica estão descritos na TABELA 10.

TABELA 9. Valores encontrados para a titulação da fase aquosa.


Titulação Volume gasto de NaOH 0,1015 M (mL)
1ª 0,20
2ª 0,20
3ª 0,20
Média 0,20

TABELA 10. Valores encontrados para a titulação da fase orgânica.


Titulação Volume gasto de NaOH 0,1015 M (mL)
1ª 6,60
2ª 6,70
3ª 7,00
Média 7,77

Com os valores de cada média obtém-se o valor de cada uma das constantes (C1 e C2).
Assim, para a fase aquosa, com média de 0,2mL gasto de NaOH 0,1015 M e, multiplicando
este valor por 5 (considerando-se que cada fase têm 50mL, porém realizou-se somente 3
titulações), temos o valor de 1mmol para a constante C 1 e, para a fase orgânica, com média de
6,77mL gasto de NaOH 0,1015 M multiplicado por 5, temos o valor de 33,85mmol para a
constante C2.
Desta forma, com os valores de C1 e C2, podemos calcular o coeficiente de partição K
do ácido salicílico entre a água e o álcool amílico através da equação (1), obtendo um valor de
33,85.

2.5 CONCLUSÃO

Com o experimento realizado foi possível observar que o ácido salicílico ficou mais
distribuído na fase orgânica (álcool amílico) do que na fase aquosa (água), pois, durante a

13
titulação, notou-se um volume maior de NaOH necessário para neutralizar o ácido na fase
orgânica, indicando que há uma maior concentração do ácido nesta fase do que na fase aquosa
(onde utilizou-se um volume menor de solução de NaOH).
O coeficiente de partição K prova o resultado concluído anteriormente, afinal
encontrou-se um valor maior do que 1 (um), sendo assim, por regra matemática (se uma razão
deu um valor maior que 1, significa que o nosso numerador é maior que o denominador), ou
seja, pela fórmula (1), e com o valor de K = 33,85, conclui-se que a C2 (fase orgânica) é maior
que C1 (fase aquosa).

14
3. PRÁTICA 3

EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA
DA ERVA MATE

FIGURA 5 – Aparelhagem utilizada em uma extração líquido-líquido (à esquerda) e fórmula


estrutural da cafeína (á direita). (Fonte: www.qmc.ufsc.br; www.agracadaquimica.com.br).

15
3.1 INTRODUÇÃO

A cafeína é um composto químico, com fórmula molecular C8H10N4O2, presente em


larga escala em produtos do nosso cotidiano 5, como por exemplo, em chocolate, café,
guaraná, como também na erva mate que tem como costume de uso principalmente na região
Sul de nosso país6.
A erva-mate é uma planta nativa do Brasil e Paraguai, produtor de folhas multiuso.
Delas, além do consumo praticamente in natura como chimarrão e tereré, também são
extraídos vários produtos utilizados na indústria alimentícia e química. Como chás de mate, já
tradicionais no mercado do sudeste e sul do Brasil, a erva-mate tem atingido novas fronteiras,
como os EUA, Europa e Oriente Médio.
Dentre os seus constituintes, a erva-mate apresenta o objeto de estudo dessa prática
que tem por finalidade quantificar o teor de cafeína presente na mesma. Apesar desses valores
não serem definitivamente corretos, temos por base alguns estimados devido às diversas
pesquisas realizadas7.
Com base nos estudos realizados, foi possível determinar os valores da concentração
média de cada componente da erva mate. A TABELA 118 a seguir nos oferece esses dados.

TABELA 11. Composição química da erva-mate.


Análise Físico-química Teor Mínimo Teor Máximo

Cinzas 5,07 6,60


Fibras 14,96 19,95
Gorduras 5,57 9,10
Proteínas 8,30 13,45
Glicose 1,30 6,14
Sacarose 3,60 6,90
Cafeína 0,97 1,79

Portanto, com os valores acima, é possível realizarmos a análise da quantidade de


cafeína extraída ao fim de nosso procedimento, com a quantidade teórica da mesma, para
posteriores cálculos de rendimento.
A técnica utilizada para a retirada da cafeína presente é a extração, onde uma solução
(geralmente aquosa) entra em contato com um solvente (geralmente orgânico), imiscíveis, a

16
fim de provocar a transferência de um ou mais solutos para o segundo solvente, na técnica
utilizada foram necessárias algumas etapas adicionais para que outros componentes
indesejáveis não fossem quantificados como sendo cafeína, como por exemplo, os taninos, a
água, e o ácido gálico.

3.2 OBJETIVOS

No experimento a seguir, tem-se por objetivo a extração da cafeína da erva mate


através da precipitação de alguns compostos, posteriormente extrações sólido-líquido e
líquido-líquido e em seguida, análise da cafeína extraída.

3.3 PARTE EXPERIMENTAL

3.3.1 Materiais
 Béquer – 150mL, 250mL;
 Funil de separação;
 Proveta – 25mL, 100mL;
 Funil de vidro;
 Balão de fundo redondo – 100mL;
 Funil de Büchner;
 Espátula de alumínio;
 Papel filtro;
 Evaporador Rotatório;
 Bomba de vácuo;
 Balança Analítica Digital;
 Celite;
 Clorofórmio – CHCl3 ;
 Erva mate;
 Cloreto de Sódio – NaCl;
 Hidróxido de Cálcio – Ca(OH)2.

3.3.2 Procedimento Experimental


Em um béquer de 150mL, levou-se à balança analítica, realizar o processo de tarar o
mesmo, e iniciou-se a pesagem da massa de erva mate necessária, no caso cerca de 10 gramas
17
da mesma. Simultaneamente, o outro aluno realizou a medição de 125mL de água destilada
que foi adicionada ao béquer que continha a erva mate já pesada. Levou-se esta mistura para
um aquecimento durante 15 minutos. Decorrente os 15 minutos, adicionou-se 35 gramas de
NaCl, e em seguida 1 grama de Ca(OH)2. Posteriormente, filtrou-se a suspensão formada em
um processo de Filtração à Vácuo, transferiu-se o filtrado para outro béquer onde o levou à
chapa aquecedora durante 1 hora e 15 minutos e evaporou-se a solução até um volume final
de, aproximadamente, 25mL. Em seguida, resfriou-se a solução, transferiu-se para um funil de
separação, realizou-se a lavagem da solução 2 vezes com 25mL de clorofórmio(solvente)
cada, para que solubilizasse toda a cafeína presente. Transferiu-se o extrato orgânico
(clorofórmio) para um béquer, adicionou-se Na2SO4 (agente secante) para que toda a água
presente fosse retirada, em seguida filtrou-se, e realizou-se a evaporação no evaporador
rotatório. Uma semana a seguir, como os resultados obtidos anteriormente não foram
satisfatórios, dividiu-se toda a amostra em duas, e em cada uma adicionou-se mais 20mL de
clorofórmio, colocou-se em agitação e em seguida realizou-se a separação. Adicionou-se mais
Na2SO4 para retirada da água presente. Esperou-se durante duas semanas com o experimento
em repouso, evaporou-se todo o clorofórmio presente, e ficou presente apenas a cafeína que
aderiu-se às paredes do béquer. Com o auxilio de uma espátula, raspou-se as paredes do
béquer e recolheu-se uma alíquota com um tubo capilar e em seguida analisou-se o ponto de
fusão.

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A técnica apresentada exigiu certos cuidados durante a realização da mesma, para


evitar e/ou minimizar os erros durante todo o procedimento. Durante a primeira parte, levou-
se ao aquecimento a solução, porém em hipótese alguma poderia entrar em ebulição, caso
contrário os resultados poderiam ser prejudicados. Também, adicionou-se Ca(OH)2 para que
as taninas presentes começassem a precipitar. No meio da técnica realizou-se a extração da
cafeína, cuja se apresentou misturada ao clorofórmio, que por apresentar densidade maior que
a da água (1,47g.ml-1) ficou na fase inferior do funil, sendo caracterizado como “Fase
Orgânica”. No final da técnica, analisou-se o ponto de fusão cujo é medido em um aparelho
eletrônico específico, inseriu-se o tubo capilar contendo a amostra em uma pequena cavidade
onde iniciou-se o aquecimento da amostra. Duas temperaturas foram anotadas, a primeira (Ti)
foi obtida quando o sólido iniciou-se a mudança e a outra (Tf) quando todo o sólido adquiriu
uma aparência de caramelado. A fim de obter a temperatura de fusão, foi realizada uma
18
médias nos valores obtidos, com isso comparou-se o valor com o descrito em literatura.
Seguem na TABELA 12 a seguir os valores obtidos:

TABELA 12. Valores de Ponto de Fusão da cafeína.


Temperatura
Temperatura Inicial Temperatura Final
Média

Teoria 235°C 239°C 237°C


Prática 220°C 243°C 231,5°C

Com base nisso, pode-se observar que a cafeína obtida durante o procedimento
apresentou valores bem próximos aos teóricos9 cerca de 237°C. Essa divergência foi devido à
algumas impurezas que surgiram durante o decorrer do experimento como por exemplo
vidrarias não muito bem lavadas, reagentes contaminados, e até mesmo erros do manipulador
como a pesagem de algumas substâncias.
A seguir, serão exibidos os cálculos de rendimento de todo o processo, a fim de
analisarmos se a extração foi eficiente ou não, com base em estudos realizados previamente 7.
Segue TABELA 13 com os resultados:

TABELA 13. Cálculos de rendimentos do procedimento.

Massa da cafeína Cafeína bruta


Massa Inicial (g)
bruta (g) extraída (%)

Teórico 10,27 0,12 1,2

Prático 10,0293 0,0425 0,4

Conforme pode-se observar acima, o rendimento do procedimento não apresentou


valores ótimos, porém satisfatórios, pois devido à literatura 8 os valores de rendimento estão
entre 0,97% e 1,79%. Esta divergência deu-se devido a erros no manuseio de etapas do
procedimento, perdas durante o processo, etc.

3.5 CONCLUSÃO

A técnica realizada para a extração da cafeína, apesar de ser de grande facilidade para
a obtenção do produto final, ocorreu com grande quantidade de erros durante o decorrer de
toda a técnica. Sendo assim, o rendimento final do procedimento apesar de ter sido baixo, foi

19
bem satisfatório levando-se em consideração os erros ocorridos durante a realização do
mesmo. Foi necessário um tempo maior que o descrito no roteiro seguido, porém o restante da
técnica foi realizado com sucesso.
Com isso pode-se concluir que para a demonstração de uma extração de cafeína de
plantas, chás, café, etc, é uma técnica que apresenta valores bem próximos dos reais, sendo
assim muito eficiente no quesito rendimento.

20
4. PRÁTICA 4

EXTRAÇÃO DO ÓLEO
VEGETAL DA SEMENTE
DE GIRASSOL

FIGURA 6 – Extrator Soxhlet. (Fonte: www.prismresearchglass.com).


21
4.1 INTRODUÇÃO

O óleo vegetal é uma gordura formada por triglicerídeos de onde é extraído quase que
exclusivamente das sementes de oleaginosas e representam um dos principais produtos
extraídos de plantas da atualidade e cerca de dois terços são usados em produtos alimentícios
fazendo parte da dieta humana10. A separação do óleo das sementes é realizada por extração
sólido-líquido.
A extração sólido-líquido consiste em remover um ou mais componentes de uma
mistura sólida (o soluto) usando-se um líquido (o solvente) que é capaz de dissolver o soluto.
Durante o período de extração, ocorre a transferência de massa do soluto do sólido para o
solvente, que ocorre nas seguintes etapas: contato do solvente com o sólido, que lhe cede o
componente solúvel; separação da solução do sólido remanescente por filtração; destilação ou
evaporação, para recuperação do soluto dissolvido no líquido extrator 11.
O equipamento utilizado em uma extração sólido-líquido é o Soxhlet, material de
vidro inventado em 1879 por Franz Ritter von Soxhlet 12. O esquema do Soxhlet está
esquematizado na FIGURA 7.

FIGURA 7 – Equipamento de extração sólido-líquido Soxhlet. (Fonte: PAVIA, 2005).

22
Neste contexto, no presente trabalho, será apresentado o estudo realizado para extrair o
óleo vegetal da semente de girassol, através da técnica de extração sólido-líquido contínua
usando um extrator Soxhlet e utilizando hexano como solvente orgânico.
O girassol (Helianthus annuus L.) é uma planta anual, originária do continente
americano, sendo cultivado em todo o mundo. É uma espécie produtora de grãos e forragem
de fácil adaptação aos diversos ambientes, apesar de não ter a mesma tradição de cultivo no
país como algodão, milho e soja, dentre outras culturas. Produz um óleo com excelente
qualidade industrial e nutricional, sendo o seu uso como óleo comestível, a principal
utilização13. Os óleos vegetais são gorduras líquidas provenientes de frutos e sementes, e são
obtidos por pressão, solventes e posterior purificação e refinação14.
O girassol é a quarta oleaginosa mais consumida no mundo, depois da soja, palma e
granola. Suas sementes são ricas em óleo: raramente contêm menos de 30%, chegando a ter
quantidades superiores a 50% em algumas variedades produzidas por hibridação15.
Portanto, com as informações descritas anteriormente, iremos realizar a extração do
óleo vegetal do girassol através do uso de solvente orgânico, realizaremos o cálculo do
rendimento percentual do óleo extraído e, após, analisaremos o valor do índice de refração da
amostra coletada.

4.2 OBJETIVOS

Os principais objetivos da prática descrita neste relatório são: realizar a extração


sólido-líquido do óleo vegetal da semente de girassol, calcular o rendimento percentual e,
também, analisar o índice de refração do óleo extraído e compará-los com o valor teórico
descrito na literatura.

4.3 PARTE EXPERIMENTAL

4.3.1 Materiais

 Extrator Soxhlet;
 Sementes de girassol trituradas;
 Cartucho de papel para extrator;
 Algodão;
 Solvente hexano;
 Pedras de ebulição;

23
 Manta aquecedora;
 Evaporador rotatório;
 Frasco de plástico.

4.3.2 Procedimento Experimental

Montou-se um extrator Soxhlet, conforme o esquematizado na FIGURA 7. Pesou-se o


balão de 250 mL utilizado no extrator, obtendo uma massa de 118,5875 g. Preencheu-se o
balão com aproximadamente 180 mL de hexano e colocou-se algumas pedras de ebulição.
Pesou-se 16,1707 g de sementes trituradas de girassol e as colocou no cartucho de papel
tapando-o com um chumaço de algodão para evitar que parte das sementes caíssem para o
balão e/ou viessem a entupir a tubulação do sifão do extrator. Iniciou-se o processo de
extração aquecendo o balão com uma manta aquecedora. Anotou-se o instante inicial em que
o vapor do solvente começou a gotejar sobre o cartucho. Deixou-se o conjunto realizando
ciclos durante 1h30min. Após, interrompeu-se o aquecimento e levou-se o balão com o óleo
extraído para um evaporador rotatório para evaporar o solvente hexano. Após a evaporação do
hexano, pesou-se o balão com o óleo obtendo uma massa de 125,7041 g. Transferiu-se o óleo
obtido para um frasco plástico rotulado.

4.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os valores das pesagens do balão, antes e depois da extração, podemos calcular a
quantidade de óleo obtida e, realizar o cálculo do rendimento percentual. A TABELA 14
apresenta os valores das pesagens e a massa obtida de óleo extraído.

TABELA 14. Massa do óleo obtido na extração.


Massa do óleo obtido (g) (Massa
Massa inicial do balão (g) Massa final do balão (g)
final – Massa inicial)

118,5875 125,7041 7,1166

O Anexo 5 da Resolução nº 482, de 23 de setembro de 1999, da Agência Nacional de


Vigilância Sanitária – ANVISA16, estabelece os valores de alguns índices de referência das
características físico-químicas do óleo de girassol (para o nosso estudo a classificação do óleo
é óleo de girassol bruto: óleo obtido pelo processo de extração). A TABELA 15 apresenta as
especificações técnicas presentes na Resolução.
24
TABELA 15. Características físicas e químicas do óleo vegetal de girassol bruto

Índices Valores de Referência

Densidade (20ºC) 0,918 – 0,923

Índice de Refração (nD40) 1,467 – 1,469

Índice de Iodo (Wijs) 110 – 143

Acidez (g ácido oléico/100g) Máximo 2,0

Índice de Saponificação (MG KOH/g) 188 – 194

No início do experimento, a massa das sementes pesadas foi de 16,1707 g, e no final


do experimento, a massa obtida de óleo foi de 7,1166 g, portanto, considerando a massa
inicial da primeira pesagem como sendo 100%, a massa final obtida corresponde a 44% do
valor inicial, ou seja, houve um rendimento de 44% de óleo vegetal bruto.
Utilizando um refratômetro da marca WYA-25-Polax, mediu-se o índice de refração
do óleo, obtendo um valor de 1,4698 nD20 à 26,6ºC. Fazendo a correção para um índice de
refração à 40ºC conforme a tabela da ANVISA, tem-se um valor de 1,4765 nD40, ou seja, este
valor está fora do esperado para a extração de um óleo vegetal de girassol bruto. Esta variação
pode estar relacionada com o fato de que a amostra, ainda no balão, deveria ter ficado durante
mais tempo no evaporador rotatório, para que mais solvente fosse evaporado; também poderia
ter sido realizada uma filtração simples para eliminar possíveis impurezas presentes no óleo
oriundas das sementes, que distorcem a leitura do índice de refração.

4.5 CONCLUSÃO

A técnica descrita neste trabalho possibilitou a extração do óleo vegetal da semente do


girassol. Notou-se a eficiência que o extrator Soxhlet apresenta para este tipo de experiência,
observando a importância de utilizar um solvente orgânico adequado, como, por exemplo, o
hexano, que dissolve o óleo presente nas sementes, transportando este óleo junto com o
solvente para o balão. O valor encontrado do rendimento percentual de 44% aponta um
resultado satisfatório, visto que o previsto em literatura é um rendimento acima de 30%.
Foi possível, também, obter um valor para o índice de refração do óleo extraído, o qual
está relacionado com o grau de saturação das ligações e que é afetado por outros fatores tais
como: teor de ácidos graxos livres, oxidação e tratamento térmico.

25
5. PRÁTICA 5

DESTILAÇÃO
FRACIONADA DO VINHO
TINTO

FIGURA 8 – Aparelhagem de uma destilação fracionada. (Fonte: www.obq.ufc.br).

26
5.1 INTRODUÇÃO

O vinho tinto é uma bebida alcoólica obtida a partir da fermentação dos açúcares
naturais da uva17. O Brasil apresenta atualmente uma produção estimada de 209 000 000 litros
de vinho, sendo os principais Estados produtores: o Rio Grande do Sul, com 204 000 000 de
litros, Santa Catarina, com 19 000 000 de litros, São Paulo, com 6 000 000 de litros e,
ocupando a quarta posição, o Estado de Minas Gerais, com 1345 735 litros 18.
O álcool presente no vinho pode ser destilado por um processo simples de separação
de misturas, a destilação fracionada. O processo de destilação é utilizado para a separação de
misturas entre líquidos, líquidos e sólidos e sólidos de sólidos, este último utilizado mais
raramente. Existem quatro processos de destilação: destilação simples, á vácuo, fracionada e
por arraste á vapor. O processo de destilação, exceto para a destilação por arraste a vapor,
deve ter os dois líquidos a serem separados, miscíveis entre si, pois se isso não ocorrer
formar-se-á duas camadas distintas, nas quais poderiam ser separadas em um funil de
separação19.
A aparelhagem utilizada para realizar uma destilação fracionada está esquematizada na
FIGURA 9 a seguir, a qual contém uma coluna de fracionamento, que consiste essencialmente
de um longo tubo vertical através do qual o vapor sobe e é parcialmente condensado,
escoando pelo condensador até o outro balão20.

FIGURA 9 – Aparelhagem utilizada em uma destilação fracionada. (Fonte:


www.mackenzie.br).

27
O vinho tinto é um azeótropo, ou seja, uma mistura que apresenta ponto de ebulição
constante. No momento em que a mistura começa a entrar em ebulição, saindo do balão de
destilação e se condensando, tem-se um vapor rico no componente de menor ponto de
ebulição e dentro do balão a composição do líquido sofre uma pequena mudança, onde o
líquido fica mais rico no componente de maior ponto de ebulição. O processo de destilação
deve ser feito o mais lentamente possível. Quanto menor a velocidade melhor será a
destilação. O aconselhado é uma velocidade de gotejamento de 5 a 10 gotas por minuto de
líquido no frasco coletor19.
Neste contexto, no presente trabalho, iremos apresentar o procedimento efetivado para
realizar a destilação do vinho tinto, separando o álcool para posterior estudo de aspectos
físico-químicos.

5.2 OBJETIVOS

Os objetivos desta técnica serão: realizar a separação entre a água e o álcool etílico
presentes no vinho tinto, a partir do processo de destilação fracionada e, determinar o índice
de refração e o teor alcoólico da bebida utilizada.

5.3 PARTE EXPERIMENTAL

5.3.1 Materiais

 Vinho tinto;
 Béquer ;
 Coluna de fracionamento;
 Termômetro ;
 Adapatador para termômetro;
 Condensador ;
 Manta elétrica;
 Balão de fundo redondo;
 Pedras de ebulição.

5.3.2 Procedimento Experimental

Primeiramente, montou-se a aparelhagem de destilação fracionada a pressão normal.


Em seguida, colocou-se aproximadamente 150mL de vinho tinto em um balão de fundo
28
redondo de 250mL. Acrescentou-se, também, algumas pedras de ebulição. Acoplou-se o balão
à aparelhagem montada colocando-se uma manta elétrica para o aquecimento. A partir deste
momento iniciou-se a destilação e coletou-se 2 alíquotas de 15mL do destilado, onde em cada
alíquota anotou-se a temperatura inicial e final de ebulição. A temperatura inicial foi marcada
no momento em que a primeira gota caiu no balão. Com as alíquotas obtidas, realizou-se a
medição do índice de refração e, também, o grau alcoólico do destilado.

5.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo da técnica era coletar 4 alíquotas de 15mL cada, porém no experimento


realizado foram obtidas apenas 2 alíquotas. Este fator pode estar relacionado com a qualidade
do vinho. A primeira obtida foi de 15mL e a segunda de apenas 10mL. Na primeira fração a
temperatura inicial marcada foi de 79ºC e a final foi de 82ºC. Na segunda fração a
temperatura foi de 82ºC e a final 87ºC. Foram medidos também os índice de refração para as
2 alíquotas. Para a 1ª alíquota obteve-se um índice de 1,3627 nD20, e na 2ª alíquota obteve-se
um índice de 1,3626 nD20. Encontrou-se um valor de 20% v/v para o grau alcoólico, o qual foi
obtido utilizando-se um alcoômetro, porém, este valor representa uma média obtida entre a
mistura de todos os destilados de cada grupo, ou seja, através do obtido de cada grupo,
juntaram-se tudo e realizou-se a medição, portanto, este valor não representa o verdadeiro
grau alcoólico do vinho estudado neste trabalho.

5.5 CONCLUSÃO

O experimento realizado permitiu obter a separação do álcool do vinho tinto através da


técnica de destilação fracionada. Com o destilado, foi possível realizar o índice de refração do
álcool, o qual se obteve um valor médio de 1,3627nD20 que está bastante próximo com o
teórico, de 1,3600nD20. O valor encontrado para o grau alcoólico não foi possível ser medido
com o destilado obtido neste experimento devido a pequena quantidade de álcool destilado,
porém, realizou-se uma medição geral, com todos os destilados obtidos de cada grupo em
aula, encontrando-se um valor de 20% v/v.

29
6. PRÁTICA 6

OBTENÇÃO DO ÓLEO
ESSENCIAL DO CRAVO DA
ÍNDIA ATRAVÉS DE
DESTILAÇÃO POR ARRASTE A
VAPOR D’ÁGUA

FIGURA 10 – Aparelhagem utilizada em uma destilação por arraste a vapor. (Fonte:


www.qmc.ufsc.br).

30
6.1 INTRODUÇÃO

Os óleos essenciais são líquidos oleosos voláteis dotados de aroma forte e quase
sempre agradável20. Geralmente, os óleos essenciais são uma mistura de hidrocarbonetos,
alcoóis e compostos carbonílicos, ocorrendo em todo o tecido vivo de planta, geralmente
concentrados na casca, nas flores, no rizoma e nas sementes. Podem-se obter os óleos
essenciais a partir de destilação por arraste a vapor21.
A destilação por arraste a vapor é usada para isolar substâncias que se decompõem
próximos aos seus pontos de ebulição e que são insolúveis em água ou nos seus vapores de
arraste22. Na destilação por arraste a vapor a matéria-prima recebe uma corrente de vapor,
ocorrendo a difusão dos óleos essenciais. Os óleos voláteis e a água são condensados e,
devido à diferença de densidade são separados por decantação 23.
Existem duas formas de se produzir vapor: externamente e internamente. Para o nosso
experimento utilizou-se a Destilação por Arraste de Vapor Interno que consiste em adicionar
água ao balão de destilação através de um funil de adição conforme esquematizado na
FIGURA 11.

FIGURA 11 – Aparelhagem para destilação por arraste de vapor interno. (Fonte: ZUBRICK,
2005).

Desta forma, no presente trabalho, será apresentado o estudo realizado para extrair o
óleo essencial do cravo da Índia, através da técnica de destilação por arraste a vapor
utilizando como água solvente.
O cravo-da-índia é a gema floral seca da árvore Syzygium aromaticum L. sendo usado
principalmente como condimento na culinária, devido ao seu marcante aroma e sabor,
conferido por um composto fenólico volátil, o eugenol. Nas folhas ele chega a representar
31
aproximadamente 95% do óleo extraído e no cravo também é o principal componente do óleo,
variando de 70 a 85%. Uma vez que a quantidade de óleo pode exceder 15% da composição
total do cravo, conclui-se que a quantidade de eugenol no cravo pode chegar próxima a este
valor24.
Assim sendo, com as informações apresentadas anteriormente, iremos realizar a
destilação do óleo essencial do cravo-da-índia por meio de arraste a vapor d’água, e
realizaremos o cálculo do rendimento percentual do óleo extraído.

6.2 OBJETIVOS

Os principais objetivos desta prática são: realizar a destilação por arraste a vapor do
óleo essencial do cravo-da-índia e calcular o rendimento percentual, comparando-o com
valores descritos em literatura.

6.3 PARTE EXPERIMENTAL

6.3.1 Materiais

 Aparelhagem para uma destilação por arraste a vapor (vide FIGURA 11);
 Cravo-da-índia;
 Pedras de ebulição;
 Graal e pistilo;
 Manta aquecedora;
 Frasco de plástico.

6.3.2 Procedimento Experimental

Montou-se a aparelhagem para a destilação conforme esquematizado na FIGURA 11.


Pesou-se o balão coletor do óleo essencial antes de começar o processo, obtendo uma massa
de 67,5678 g. Pesou-se 20,3061 g de cravo-da-índia, triturou-se essa quantidade com o auxílio
de graal e pistilo. Colocaram-se algumas pedras de ebulição no balão e transferiu-se a amostra
triturada para o mesmo. Adicionou-se aproximadamente 300 mL de água destilada para o
balão.
No funil, adicionou-se 250 mL de água destilada e, após começar o aquecimento do
balão com a amostra na manta aquecedora, deixou-se a água no funil gotejando lentamente

32
sobre o balão. No final da destilação, quando foi observado que não havia mais óleo sendo
destilado, pesou-se novamente o balão que coletou o óleo, obtendo uma massa de 102,8034 g.

6.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os valores das pesagens do balão, antes e depois da destilação, podemos calcular
a quantidade de destilado obtida. A TABELA 16 apresenta os valores das pesagens e a massa
obtida de destilado.

TABELA 16. Massa do destilado obtida.


Massa do destilado obtida (g)
Massa inicial do balão (g) Massa final do balão (g)
(Massa final – Massa inicial)

67,5678 102,8034 35,2356

No início do experimento, a massa de cravo pesada foi de 20,3061 g, e no final do


experimento, a massa obtida de destilado foi de 35,2356 g. Este valor indica que há presença
de água no destilado, visto que, segundo a teoria, temos aproximadamente 15% de óleo
essencial no cravo-da-índia, portanto, deveríamos ter encontrado um valor próximo ao de
3,0459 g (15% de 20,3061). Isto indica que se deve realizar uma extração dos constituintes
deste destilado. Porém, este procedimento será descrito na próxima técnica: Extração e
Separação dos Constituintes do Óleo de Cravo-da-índia.

6.5 CONCLUSÃO

A técnica descrita neste trabalho possibilitou a destilação do óleo essencial do cravo-


da-índia. Porém, nada podemos concluir em relação ao rendimento percentual de óleo, visto
que para realizarmos este cálculo, necessita-se de uma extração e separação da água que ficou
presente no destilado, a qual está descrita na técnica Extração e Separação dos Constituintes
do Cravo-da-índia.

33
7. PRÁTICA 7

EXTRAÇÃO E
SEPARAÇÃO DOS
CONSTITUINTES DO
CRAVO DA ÍNDIA

FIGURA 12 – Esquema de uma filtração (à esquerda) e, esquema de uma separação


(à direita). (Fonte: www.prof2000.pt).
34
7.1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho será realizado o estudo de extração e separação dos constituintes do


óleo essencial do cravo da índia obtido pela técnica de destilação por arraste a vapor d’água
descrito na PRÁTICA 6 anteriormente deste mesmo relatório.
O óleo do cravo da índia é rico em eugenol (cerca de 85%), apresentando, também,
compostos em menores quantidades, como o acetileugenol (cerca de 10%) e sesquiterpeno
cariofilleno21. O eugenol é um composto fenólico que tem como isômero o isoeugenol, no
qual a dupla ligação migra para uma posição conjugada com o anel benzênico. Os produtos
dessa reação têm aplicações farmacêuticas e cosméticas em uma variedade de composições
florais para fragrâncias25.
A fórmula estrutural do eugenol e do acetileugenol esão representadas na FIGURA 13
a seguir.

FIGURA 13 – Fórmula estrutural do eugenol e do acetileugenol. (Fonte: adaptado de


SANTOS, 2010).
Com base nas informações descritas acima, iremos realizar a extração e separação do
eugenol e do acetileugenol do óleo essencial do cravo da índia obtido na PRÁTICA 6.

7.2 OBJETIVOS

Os principais objetivos deste trabalho são: extrair e separar os constituintes, entre eles
o eugenol e o acetileugenol, do óleo essencial do cravo da índia obtido na PRÁTICA 6.

7.3 PARTE EXPERIMENTAL

7.3.1 Materiais
 Óleo essencial de cravo da índia;
 Funil de separação;
35
 Clorofórmio;
 Solução de NaOH 10%;
 Béquer;
 Sulfato de sódio (Na2SO4);
 Funil de filtração;
 Papel filtro;
 Evaporador rotatório;
 Solução de HCl concentrado;
 Placas cromatográficas de sílica.

7.3.2. Procedimento Experimental

7.3.2.1 Procedimento Experimental 1

Com o óleo essencial obtido da PRÁTICA 6 (35,2356 mL), transferiu-se para um funil
de separação todo o líquido. Extraiu-se a suspensão do óleo com duas porções de 25mL de
clorofórmio. Separou-se os extratos clorofórmicos. Extraiu-se três vezes, com solução de
NaOH 10%, o óleo de cravo da índia em clorofórmio. Separou-se em duas partes: 1ª)
acetileugenol em clorofórmio (fase orgânica): secou-se com sulfato de sódio (Na2SO4),
filtrou-se e evaporou-se, pesando-se o balão (Balão 1) antes e depois da evaporação; 2ª)
eugenolato de sódio em solução aquosa (fase aquosa): acidificou-se com solução de HCl
concentrado até obter um pH próximo de 1 (um). Obteu-se eugenol em água, extraiu-se duas
vezes com 25mL de clorofórmio. Descartou-se a fase aquosa e, na fase orgânica, secou-se
com sulfato de sódio, filtrou-se e evaporou-se, obtendo o composto eugenol, pesando-se o
balão (Balão 2) antes e depois da evaporação.

7.3.2.2 Procedimento Experimental 2

Em uma placa cromatográfica de sílica, aplicou-se amostras de eugenol, acetileugenol


e da suspensão obtidas anteriormente. Saturou-se um béquer com solução de
clorofórmio/metanol. Colocou-se a placa no eluente e, esperou-se até que o eluente alcançasse
a linha demarcada. Secou-se a placa e colocou-a na cuba de iodo para revelação. Não foi
possível observar manchas para a amostra da suspensão do óleo. Calculou-se o Rf das demais
amostras.

36
7.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.4.1 Resultados e Discussão do Procedimento Experimental 1

Com os valores das pesagens, antes e depois, do balão, em cada evaporação, é possível
calcular a quantidade de eugenol e acetileugenol obtidas. A TABELA 17 apresenta os valores
encontrados.

TABELA 17. Massas obtidas de eugenol e acetileugenol.


Massa do balão antes da Massa do balão depois Massa obtida do
Destilação
evaporação (g) da evaporação (g) composto (g)

Balão 1 105,3650 102,3470 3,0180

Balão 2 110,2485 105,0918 5,1567

Considerando-se a quantidade de óleo obtida de 35,2356 g, como sendo 100%, temos


que a massa de acetileugenol corresponde a um rendimento de 8,56%, o qual representa um
valor muito próximo com o descrito na literatura, de 10%. Para o eugenol, fazendo-se a
mesma consideração da quantidade de óleo obtida, como sendo 100%, temos que a massa de
eugenol corresponde a um rendimento de 14,64%, o qual representa um valor muito pequeno.
Este resultado pode estar relacionado com erros no momento de extração e separação dos
constituintes.

7.4.2 Resultados e Discussão do Procedimento Experimental 2

A TEBELA 18 a seguir fornece os valores encontrados para o Rf de cada amostra


estudado por cromatografia em camada delgada.
TABELA 18. Valores obtidos para o Rf de cada amostra.

Amostra Rf

Acetileugenol 0,91

Eugenol 0,81

Suspensão do óleo Não observado

37
A mistura de clorofórmio e metanol fornece-nos um eluente com característica pouco
polar, sendo assim, pelos valores de Rf descritos na TABELA 18 pode-se concluir que o
acetileugenol é o composto mais apolar dentre os três estudados.

7.5 CONCLUSÃO

Nesta prática, foi possível separar o eugenol e o acetileugenol do óleo essencial obtido
do cravo da índia. Também, foi possível calcular o rendimento de cada um, sendo que os
valores encontrados não foram satisfatórios, porém, deve-se levar em considerações vários
fatores, desde erros causados pelos analistas até perdas em papel filtro ou em funis de
separação.
A análise cromatográfica possibilitou identificar o componente mais apolar, sendo que
este foi o acetileugenol, o qual apresentou maior valor para o Rf na presença de clorofórmio e
metanol como eluentes.

38
8. PRÁTICA 8

PREPARAÇÃO E
PURIFICAÇÃO DO
ÁCIDO
ACETILSALICÍLICO
(AAS)

FIGURA 14 – Esquema de uma cristalização e fórmula estrutural do AAS. (Fonte:


www.prof2000.pt; www.quimicalizando.com).

39
8.1 INTRODUÇÃO

O ácido acetilsalicílico é um composto de grande uso na área farmacêutica,


pertencente ao grupo dos antiinflamatórios. Um dos medicamentos mais famosos que é a base
do ácido acetilsalicílico é a aspirina. Esse nome foi batizado pela Bayer, que é uma empresa
do ramo farmacêutico, e derivado das seguintes constatações: A de acetil, e Spir originário da
planta que fornece o ácido, a Spirea.
Os comprimidos de aspirina são constituídos de, basicamente, ácido acetilsalicílico,
amido (que tem por finalidade ligar os ingredientes), um agente que reduz a irritação ácida
das membranas mucosas do estômago, pois o produto acetilado não é totalmente livre deste
efeito de irritação 21.

8.2 OBJETIVOS

No experimento apresentado a seguir, tem-se por objetivo a aplicação da técnica de


cristalização/recristalização a fim de obter-se, como produto final, o ácido acetilsalicílico
(AAS).

8.3 PARTE EXPERIMENTAL

8.3.1 Materiais
 Balão de boca esmerilhada – 150mL;
 Pipeta Graduada – 10mL;
 Pipeta de Pasteur;
 Condensador de bolas;
 Béquer – 250mL;
 Funil de Büchner;
 Kitassato – 500mL;
 Vidro de Relógio;
 Espátula de alumínio;
 Papel Filtro;
 Bandeja;
 Tesoura;
 Pêra de segurança;
40
 Balança Analítica Digital;
 Bomba de Vácuo;
 Agitador Magnético com aquecimento;
 Estufa;
 Capela;
 Água destilada;
 Ácido Salicílico;
 Anidrido Acético;
 Ácido Sulfúrico;
 Cloreto Férrico;
 Acetato de Etila;
 Éter de petróleo.

8.3.2 Procedimento Experimental

Em um balão de boca esmerilhada de 150mL, pesou-se 5,0074 gramas de ácido


salicílico. Em seguida, o mesmo foi levado à capela, e adicionou-se 7mL de anidrido acético,
e 2 gotas de ácido sulfúrico concentrado. Homogeneizou-se o meio, mexendo o balão. Em
seguida, acoplou-se o balão de boca esmerilhada ao condensador de bolas, deixando-o em
banho-maria em um béquer com a água em aquecimento. Ao cair da primeira gota, iniciou-se
a contagem de 40 minutos durante o processo de refluxo. Esperou-se alguns minutos para que
a solução resfria-se e realizou-se o teste com cloreto férrico. Sendo bem sucedido o mesmo,
prosseguiu-se o procedimento. Levou-se o balão a um banho de gelo, para que o mesmo
formasse sólidos. Lavou-se esses sólidos formados com 50mL de água gelada. Realizou-se
uma filtração à vácuo em funil de Büchner e lavou-se com um pouco de água gelada.
Transferiu-se este sólido retido no papel filtro para um vidro de relógio, e adicionou-se
acetato de etila a quente até a dissolução total do mesmo. Levou-se para outro banho de gelo
para ocorrer a recristalização. Pesou-se previamente o papel a ser utilizado na filtração, a
massa 0,6533 g foi anotada para posteriores cálculos. Ao transferir o que restou no béquer,
lavou-se com 23mL de éter de petróleo. Após o fim da filtração, levou-se o papel para a estufa
à 100°C para secagem. Em seguida, obteu-se a massa de AAS produzido, o qual corresponde
a 4,0659 g. Uma pequena alíquota foi recolhida, e o seu ponto de fusão analisado.

41
8.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A técnica utilizada para o preparo do AAS é a de Cristalização/Recristalização, onde


de modo geral a técnica envolve o método de dissolver o material a ser cristalizado em um
solvente quente, e resfriar a solução vagarosamente. A cristalização é um procedimento de
equilíbrio e produz um material muito puro.
Para a obtenção do ácido acetilsalicílico, foi utilizado o ácido sulfúrico como
catalisador da reação. O mesmo não é um reagente consumido no procedimento, ele visa
apenas acelerar a reação devido ao tempo disponível para realização da prática.
Durante todo o procedimento da técnica, alguns cuidados tiveram que ser tomados,
para que não ocorresse nenhum erro no final do procedimento. Na técnica, após os 40 minutos
sob refluxo, foi realizado o teste com cloreto férrico. O cloreto férrico é utilizado para acusar
a presença ou não de hidroxila fenólica, uma pequena alíquota da solução é coletada, e aplica-
se o cloreto, caso a solução adquira coloração roxa, significa que ainda há hidroxilas fenólicas
presentes, sendo assim seria necessário o balão voltar para o processo de refluxo. Em outro
caso, caso surgisse a coloração amarela, significava que não haviam mais hidroxilas fenólicas
presentes, indicando assim o fim do sistema de refluxo. Após esta etapa, foi necessário a
lavagem do mesmo com cerca de 50mL de água gelada, esta água foi adicionada pois foi
responsável por retirar o excesso de ácido acético presente na superfície do sólido. Ao fim do
procedimento, o sólido foi lavado com solução de éter de petróleo. Este reagente foi
adicionado para que as impurezas presentes no mesmo fossem retiradas.
O ponto de fusão do sólido foi analisado, todo o procedimento de como recorrer ao
uso do aparelho responsável por isso já foi descrito em outras técnicas. Na TABELA 19 a
seguir, será mostrado o valor teórico 26 e o valor encontrado na prática para a temperatura de
fusão:

TABELA 19. Valores ponto de fusão Ácido Acetilsalicílico.


Temperatura
Temperatura Inicial Temperatura Final
Média
Teoria 134°C 136°C 135°C
Prática 128°C 134°C 131°C

42
Com base nesses valores, pode-se observar que apesar do AAS obtido durante o
procedimento não tenha sido totalmente puro, notou-se grande proximidade entre os valores
de ponto de fusão.
Teoricamente, pela reação de formação do ácido acetilsalicílico temos que: 1 mol de
àcido salicílico possui uma massa molar de 138 g.mol-1 e, 1 mol de ácido acetilsalicílico uma
massa molar de 180 g.mol-1. Sendo assim, o rendimento teórico seria de 6,5314 g.
A seguir, o calculo de rendimento do procedimento será exibido em forma de
TABELA 20 para melhor compreensão.

TABELA 20. Rendimento do procedimento.

Massa inicial de AAS produzido


Massa AAS (g)
ácido Salicílico (g) (%)

Teórico 138 180 100

Prática 5,0074 4,0659 62,25

Apesar de não ter sido baixo o rendimento, ocorreram perdas de massa durante o
processo devido à possíveis erros no manuseio das vidrarias, pequenas perdas no béquer, etc.

8.5 CONCLUSÃO

A técnica realizada para a obtenção de ácido acetilsalicílico é algo bem simples e


acessível a todos, pois não exige grandes conhecimentos referentes a manuseios de vidrarias
em laboratórios, e não necessita também da montagem de equipamentos muito sofisticados.
Após o término desta técnica conclui-se que, apesar do rendimento teórico ser em
torno de 95%, na prática foi observado um rendimento de 62,25%. Tendo essa divergência
entre os valores, pode-se dizer que devido o mau manuseio das vidrarias durante toda a
prática, o que acabou acarretando na perda de muita massa, teve grande influência no
resultado final. Mas também não se esquecendo dos reagentes, que muitas vezes não se
encontram em seus estados reais de concentração, contribuindo assim para possíveis erros no
decorrer do processo.

43
9. PRÁTICA 9

SÍNTESE E
PURIFICAÇÃO DA
ACETANILIDA

FIGURA 15 – Esquema de filtração a vácuo e fórmula estrutural da acetanilida. (Fonte:


www.analytyka.com).

44
9.1 INTRODUÇÃO

Derivados acetilados de aminas aromáticas podem ser preparados por reações a partir
das aminas aromáticas juntamente ao anidrido ou acido acético ou a mistura de ambos. Um
dos derivados acetilados é a acetanilida, que é um reagente de partida para várias sínteses
orgânicas27.
A acetanilida assim como a fenacetina possuem propriedades analgésico-antipiréticas.
Analgésicos são drogas que aliviam a dor sem causar inconsciência, eles podem atuar
perifericamente através da modificação dos impulsos nervosos na origem da dor e podem
atuar centralmente através do bloqueio da transmissão nervosa no sistema nervoso central A
acetanilida é bastante tóxica e causa sérios problemas no sistema de transporte de oxigênio da
hemoglobina. Seu derivado p-etoxi, a fenacetina, é muito utilizado em combinação com
salicilatos, que são substâncias excepcionalmente seguras, porém o uso em excesso pode
causar efeitos adversos28.
As aminas podem ser aciladas de diversas maneiras, utilizando – se anidrido acético,
cloreto de acetila ou ácido acético glacial. O anidrido acético é o composto carboxílico mais
utilizado e preferido para a síntese em laboratório da acetanilida, pois sua taxa de hidrólise é
baixa o suficiente para permitir que a acetilação ocorra em solução aquosa e que se obtenha
um produto de alta pureza e com bom rendimento. Porém a utilização do anidrido não é
adequada para o uso com aminas desativadas (bases fracas). A utilização do acido acético
glacial é economicamente interessante comercialmente e o uso do cloreto de acetila é
insatisfatório para este procedimento 29.
Uma recristalização é uma purificação. O seu procedimento vai depender do quão
misturado está o produto final e do quão solúvel ele é em determinados solventes. O
procedimento de recristalização é dado em algumas etapas: escolha do solvente, dissolução e
filtração a quente, cristalização, filtração e a secagem dos cristais. Uma etapa importante deste
procedimento é a escolha do solvente que deve dissolver o sólido enquanto quente, não deve
dissolver o composto enquanto frio, e deve manter as impurezas dissolvidas nele. Se
necessário pode ser utilizado o carvão ativo que irá adsorver as impurezas ainda presentes 30.
Ponto de fusão é a temperatura em que o primeiro cristal começa a se fundir até a
temperatura em que o ultimo cristal desaparece. O ponto de fusão é utilizado para a
determinação do grau de pureza do composto e também para identificação de amostras
desconhecidas. Para a determinação da pureza é necessário analisar a temperatura inicial e a

45
final do ponto de fusão, pois é a diferença entre as duas que determina a pureza do composto.
Esta diferença deve ser menor que 2ºC, pois se maior indicará um composto impuro 19.

9.2 OBJETIVOS

Os objetivos desta técnica são: realizar a síntese e purificação da acetanilida, a partir


da acetilação da anilina e, determinar o seu ponto de fusão e rendimento experimental.

9.3 PARTE EXPERIMENTAL

9.3.1 Materiais
 Funil de Buchner;
 Filtro de papel;
 Erlenmeyer;
 Pedras de porcelana;
 Béquer;
 Manta elétrica;
 Acetato de sódio anidro;
 Ácido acético glacial;
 Anilina;
 Anidrido acético;
 Carvão ativo;

9.3.2 Procedimento Experimental:

Pesou-se 2,0994 g de acetato de sódio em um béquer de 250mL e adicionou-se 7,9mL


de ácido acético glacial, sob agitação constante até o acetato de sódio dissolver no ácido
acético, então adicionou-se 7,6mL de anilina também sob agitação constante, em seguida
adicionou-se lentamente 8,5mL de anidrido acético. Em um béquer de 500mL, mediu-se
200mL de água destilada, onde verteu-se a mistura reacional sob agitação até o momento da
precipitação. Resfriou-se a mistura em banho de gelo até ocorrer a formação de cristais.
Filtrou-se a vácuo, com papel filtro previamente pesado, obtendo-se os cristais de acetanilida.
Levaram-se os cristais para secarem na estufa durante 20 minutos. Esperou-se que os cristais
resfriassem. Retirou-se uma alíquota para a determinação do ponto de fusão, em um tubo
46
capilar. Pesou-se o papel filtro com os cristais, transferiram-se os cristais para um erlenmeyer
e adicionou-se água quente. Deixou-se em aquecimento e adicionou-se 0,5289 g de carvão
ativo para realizar a adsorção de impurezas. Após começar a ferver, realizou-se a filtração a
quente e levou-se o béquer com o filtrado para banho de gelo. Após, filtrou-se a solução a
vácuo com papel filtro previamente pesado, então levou-se o papel com os cristais filtrado
novamente para secarem na estufa, retirou-se uma alíquota com o tubo capilar para determinar
o ponto de fusão. Pesou-se o papel filtro com os cristais para determinar o rendimento obtido.

9.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a primeira secagem dos cristais de acetanilida foi retirada uma pequena alíquota
para a determinação do ponto de fusão onde foi encontrado temperatura uma inicial de 105oC
e temperatura final de 112oC . A massa obtida nesta etapa do procedimento foi de 11,4408 g.
Após esta etapa outro procedimento foi realizado e novamente foi medido o ponto de fusão
para analisar a pureza da acetanilida, verificando se a presença do carvão ativado que
adsorveu as impurezas contidas na substância. A temperatura inicial encontrada foi de 110 oC
e a final 112oC. A massa encontrada foi de 3,2787 g.
Após, encontrados todos os valores necessários, calculou-se o rendimento da
acetanilida. Para isto, primeiramente determinamos as massas molares da anilina (93,18
g.mol-1) e da acetanilida (135,17 g.mol-1). Então, a partir da massa encontrada no último
procedimento determinamos o número de mol da acetanilida, a partir da fórmula:

(2)

Onde n é o número de mols, m é a massa e MM a massa molar. Obtive-se um valor de


n = 0,02425 mol. Para determinar o número de mols da anilina, primeiramente foi encontrada
a massa de anilina utilizando a fórmula da densidade:

(3)

Onde d é a densidade, m é a massa e V o volume. A densidade da anilina é 1,0217


g.mol-1, obteve-se então, uma massa de 7,6 g. Depois, calculou-se o número de mols para a
anilina, encontrando o valor de n = 0, 081 mol.

47
Considerando-se 0,081 mol como 100% temos que 0,02425 mol representa 30% do
rendimento obtido.

9.5 CONCLUSÃO

Com os valores obtidos de ponto de fusão, pode-se observar que quando se mede o
ponto de fusão pela primeira vez, obtém-se uma diferença entre a temperatura final e inicial
do ponto de fusão de 7oC, e após a utilização do carvão ativo para adsorção das impurezas
obtém-se uma diferença de apenas 2 oC. Com isso pode-se concluir que a utilização do carvão
ativo é eficiente, pois, na literatura, temos que uma diferença maior que 2oC para uma
substância indica que ela contém impurezas. Na literatura encontrou-se um valor para a
variação do ponto de fusão da acetanilida entre 113oC-115oC e o ponto de fusão é de 113 oC e
o valor encontrado experimentalmente foi entre 110oC-112oC e para o ponto de fusão 111 oC.
O rendimento encontrado da acetanilida foi de aproximadamente 30%. Esse rendimento deve-
se a algumas perdas durante a técnica, como, por exemplo, no momento em que foi
transferida a mistura reacional do frasco para o béquer com água, uma pequena quantidade
ficou retida nas paredes do frasco, outra explicação pode ser dada no momento da filtração à
vácuo.

48
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