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Administração da Produção

Prof. Fernando C. Dorte 1


Competências Gerais

Aplicar técnicas de programação, planejamento e


controle de produção em processos de fabricação
mecânica.

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Conhecimentos
-Visão geral dos sistemas de produção;
- Layout por produto, por processo e celular.
- Planejamento estratégico da produção;
- Planejamento mestre da produção.
- Programação da produção: administração
de estoques, sequenciamento, emissão e liberação
de ordens.
- Planejamento de processos assistido por
computador (CAPP);
- Acompanhamento da produção;
- Sistema Kanban.

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Metodologia

-Aula expositiva e dialogada;

- Auxílio de quadro branco e projetor


multimídia;

- Atividades práticas.

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Sistema Avaliativo

- Atividades em sala(Desenvolvimento e
participação): 20%;

- Atividade em Equipe(Em sala de aula): 30%;

- Avaliação Escrita(Conhecimento e relatórios


de atividades): 50%.

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Referências
Básicas:
CHIAVENATO, Idalberto. Administração da produção:
uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro:
Campus, 2004.
LUSTOSA, Leonardo et al. Planejamento e controle da
produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
MOURA, Reinaldo A. Kanban: a simplicidade do controle
da produção. 7. ed. São Paulo: IMAM,
2007.
SLACK, N. et all. Administração da produção. 2ª ed.
São Paulo: Atlas, 2002.

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Referências
Complementares:
CORRÊA, Henrique Luiz; GIANESI, Irineu G. N. Just in time, Mrp II e
Opt: um enfoque estratégico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
DURAN, Radaelli – Metodologia ABC: Implantação numa Microempresa.
GESTÃO & PRODUÇÃO v.7, n.2, p. 118-135, ago. 2000. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/gp/v7n2/a03v7n3.pdf Acesso em 19/07/13.
LIKER, Jeffrey K.; MEIER, David P. O talento Toyota: o modelo Toyota
aplicado ao desenvolvimento de pessoas. Porto Alegre: Bookman, 2008.
MORGAN, James M.. Sistema Toyota de desenvolvimento de produto:
integrando pessoas, processo e tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2008.
ROTHER, Mike.Toyota kata: gerenciando pessoas para melhoria,
adaptabilidade e resultados excepcionais. Porto Alegre: Bookman, 2010.
SHINGO, Shigeo. O sistema Toyota de produção:do ponto de vista da
engenharia de produção. 2. Porto Alegre: Bookman, 1996.

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- Celular no modo silencioso ou vibrar;
- Evitar conversas paralelas;
- Ouvir/Respeitar a opinião do colega;
- Pontualidade;
- Perguntar sempre, não existe pergunta
boba;
- Um de cada vez;
”Nunca se limite”!!!

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DEFINIÇÃO

 “É o termo usado pelas atividades,


decisões e responsabilidades dos gerentes
de produção que administram a produção
e a entrega de produtos e serviços”.
 “É uma das funções centrais de qualquer
negócio”.
Nigel Slack, Stuart Chambers e Robert
Johnston.

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DEFINIÇÃO
 “É a gestão do processo de conversão que
transforma insumos, tais como matéria
prima e mão-de-obra, em resultados na
forma de produtos acabados e serviços”.
Mark Davis, Nicholas J. Aquilano e Richard B.
Chase.

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DEFINIÇÃO

• “É a parte da administração que comanda


o processo produtivo, pela utilização de
meios da produção e dos processos
administrativos, buscando elevação da
produtividade”.
Duílio Rocha.

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DEFINIÇÃO

• “Administração da produção e de
operações é o campo de estudo dos
conceitos e técnicas aplicáveis à tomada
de decisões na função de produção
(empresas industriais) ou operações
(empresas de serviços)”.
Daniel Moreira.

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HISTÓRIA
 Nos primórdios da humanidade não havia
produção - povos nômades e se
alimentavam da natureza.
 As mulheres mudaram a realidade,
começando a plantar, fixando os povos em
locais onde havia sustento.
 Há predomínio da agricultura até o século
XVIII.

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HISTÓRIA

 Toda manufatura era feita por artesãos,


inicialmente para consumo próprio e
depois para escambo.
 O trabalho de manufatura era feito em
casa.
 A forma de como fazer as coisas era
transmitida de pai para filho.

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HISTÓRIA
 Haviam as guildas (Durante a Idade
Média, associações agregavam pessoas
que possuíam interesses comuns;
comerciantes, artistas, artesãos, etc.) que
estabeleciam as bases comuns dos
programas de aprendizes.
 Nenhum produto era igual ao outro.
 Só em 1801, Eli Whitney introduziu a
padronização de produtos.
 As pessoas deixavam de trabalhar em
casa para trabalhar em associações.
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HISTÓRIA

 A administração científica de Taylor trouxe


inovações:
 Estudos para saber qual a melhor maneira
para executar as tarefas; estudo de tempos
e plano de incentivos.
 Casal Gilbreth - estudo dos movimentos e
a psicologia industrial.

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HISTÓRIA

 Ford - a linha de montagem em movimento


(1913).
 Gantt - a sequência de produção e a
remuneração semanal.
 A indústria têxtil - divisão do trabalho, com
os objetivos de: redução da fadiga,
padronização dos produtos e melhoria da
qualidade dos produtos.

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HISTÓRIA

Os inventos e os precursores:
 Máquina de fiação - Hardgreaves - 1764
 Máquina a vapor (força motriz) - James
Watt - 1765.
 Torre de água - Arkwright – 1769.
 Máquina de fiação com mais capacidade -
Crompton – 1779.

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HISTÓRIA

Os primeiros métodos de produção:


 Sears Robuck - mala postal de Chicago.
A revolução industrial - luta por melhores
condições de trabalho (ambiente físico,
métodos de trabalho e pessoas).
 Ford com a padronização de seus produtos
- produção em massa.

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HISTÓRIA
Contribuições que permanecem:
 Linha de montagem.
 Preocupações com ergonomia
(bancadas).
 Preocupações para com a remuneração
pela produção (variável, fixa, mista).
 Estudos da seqüência da produção.
 Preocupações como homem - Charles
Chaplin.

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HISTÓRIA

Entre as décadas de 20 e 30:


 Experiências na General Eletric em
Chicago - Hawthorne, Elton Mayo -
motivação  mudanças no ambiente do
trabalho.
 Na década de 40 - Pesquisa de
Operacional (2ªGG)  utilização de
métodos quantitativos para se obter a
solução ótima dos problemas de produção.

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HISTÓRIA

Final dos anos 50, início dos 60 - Teoria


dos sistemas.
 Administração da produção é vista dentro
de um sistema e uma funções da
administração.
 Na década de 70, tudo era uma questão de
contingência, dependia do ambiente, da
tecnologia e do mercado.

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HISTÓRIA

Anos 80:
 Administração da produção foi o campo
fértil para a teoria da qualidade. Tudo é
uma questão de processo.
 Aumenta a produção de serviços.
 Produção deixa de ser exclusivamente da
fábrica.

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HISTÓRIA
Anos 90 - Tecnologia da informação:
- Revisão de processos – Reengenharia.
- Estratégias.
- Cadeia de suprimentos.
- Ferramentas para o planejamento e
controle de produção.
- Robótica e automação - redução de custos
e aumento da performance.

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HISTÓRIA

Anos 2000:
 Artesão trabalhava em casa, tornou-se
trabalhador, foi para fábrica e agora busca-
se o home-office...
 A remuneração era variável, ficou fixa, e
voltou a ser variável com incentivos...

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HISTÓRIA
Anos 2000:
 O trabalhador se aperfeiçoa e controla o
robô;
 Fábricas daqui fazem parte do produto
para ali – mundo globalizado.
 A crise de 2008 – novas perspectivas.

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O FUTURO
• Melhoria “CONTÍNUA” dos processos;
• otimização da capacidade;
• redução de custos;
• eficiência, e efetividade;
• vantagens competitivas através da
produção, da tecnologia destinada para a
produção, das pesquisas...
• inovação já !
• Sobrevivência das empresas...

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INOVAÇÕES JÁ . . .
• Voltar ao básico
• Inovação radical e sistêmica
• Receitas devem crescer e os custos
diminuídos
• Novos produtos a novos clientes
• Preocupação e criatividade para pensar o
processo de eficiência.
• Empresas que conseguiram isto:
Dell, Southwest Air Lines e Wal-Mart.

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INOVAÇÕES JÁ . . .
• Radical significa:
– Mudar as expectativas dos clientes
– Alterar a base da concorrência
• Kohl (J.C.Penney e Sears) tem como
filosofia – O cliente deve passar o
menor tempo possível na loja e
comprar mais.
– Mudar a economia da indústria
• Ter mais aviões no ar – viagens ponto
a ponto.

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INOVAÇÕES JÁ . . .

• Inovação hoje sobrevive em um gueto


• Oposição com o pessoal da Pesquisa e
desenvolvimento
• Padronização é morte !
• Variedade é a chave !
• Mudança para inovação não começa em
cima – no topo da organização.

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INOVAÇÕES JÁ . . .
• Ter certeza de que seu modelo de
negócios é o mais perfeito.
• Para chegar até a inovação é preciso:
– Desafiar dogmas ou mudar crenças
Qualidade ou preço baixo; quando
houver a opção ou = inovação.
- Enxergar além das necessidades
efetivamente articuladas = viver o drama
do cliente.
- Ver a empresa como um conjunto de
ativos e competências.
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INOVAÇÕES JÁ . . .

• Ter um grupo de pessoas criativas do


escalão médio capaz de utilizar outros
recursos técnicos para avaliar idéias =
Laboratório de inovações, com
financiamento da própria empresa.
• As grandes empresas nasceram há 150
anos e agora é preciso reinventá-las.

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SONHADOR...
- Ser um líder sonhador impulsiona o
planejamento estratégico das empresas.
- O que você deseja como sonho para si e
para sua empresa, com certeza logo será o
objetivo da organização.

- O QUE OS PRESIDENTES SONHAM ?


- 137 presidentes de empresas – ABRH.

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SONHADOR...

Sonhos que os presidentes %


priorizam
Sonhos para a vida pessoal 47 %
Sonhos para o Brasil 38 %
Sonhos para a empresa 15 %

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SONHADOR...
Sonhos para a empresa %
Aumentar rentabilidade 17 %
Estabelecer um modelo de gestão de sucesso 14 %
Ter reconhecimento pela qualidade dos produtos e serviços 13 %
Ser capaz de se antecipar às necessidades dos clientes 10 %
Aumentar seu valor no mercado 7%
Ter reconhecimento pelo exercício da responsabilidade social 4%
Realizar uma mudança cultural 4%
Ser uma grande exportadora 2%
Outros 2%

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SONHADOR...
Sonhos Pessoais %
Conseguir equilibrar trabalho e vida pessoal 25 %
Investir na saúde e na qualidade de vida 18 %
Garantir o futuro dos filhos 16 %
Estudar e desenvolver novas capacidades 14 %
Ser reconhecido como líder no setor que atua 12 %
Dedicar-se a algum trabalho voluntário 7%
Passar mais tempo com a família 4%
Ter mais tempo para hobbies 3%
Outros 1%
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Evolução da Sociedade Humana
Fonte: TOFLER, Alvin . A Terceira Onda Ed.Record.SP, 1987

Sociedade Nômade Agrícola Industrial Conhecimento


Fogo e Armas Fixação à Terra Revolução Tecnologias da
Início (Onda)
Primitivas Agricultura Industrial Informação
Atividade Coletar Produção Agrícola; Produção Gerar
Principal Alimentos Comércio em série conhecimento
Distribuição Tribos População rural Concentração Espaço virtual
Geográfica nômades dispersa em cidades anywhere
Fonte de Domínio Descobrimentos; Processos Informações e
riquezas físico posses, terras industriais tecnologias
Centro do Força bruta; Armas; extenção Armas, capital Now how; hardweres
Poder maior tribo territorial máquinas softweres;
Poder Curandeiros; Igrejas; Mercado; Parcerias; interações
subjascente pajés religiões política relacionamentos
Cultura; Oral; Oral; Imprensa; Internet; realidade
informação figurativa manuscritos livros; rádio virtual
Fator Recursos Informação;
Mão de Obra Capital
Predominante Naturais conhecimento

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PRODUTOS & SERVIÇOS

PRODUTO  PRODUÇÃO  atividades


industriais

Características:
- Pode ser estocado
- Tangível
- Sem interação com o cliente

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PRODUTOS & SERVIÇOS

SERVIÇOS OPERAÇÕES  ações

Características:
- Não estocável
- Intangível
- Interação com o cliente
“Theodore Lewitt demonstrou o uso de
administração da produção em serviços.”

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PRODUTOS & SERVIÇOS

• Uma pesquisa citada na revista The


Economist, concluiu que nos EUA, 31 %
dos serviços de consultoria oferecidos por
40 grandes empresas está na área de
administração da produção, seja para
serviços ou produtos.

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Fatores da Produção x Disciplinas da Administração

 Recursos Humanos
– Filosofia, Sociologia, Psicologia
– Administração de Recursos Humanos
– Recrutamento e Seleção, Desenvolvimento,
Treinamento, Controles
 Matéria Prima
– Administração de Materiais, Compras e
Suprimentos
– Administração de Cadeia Produtiva
– Logística, Cadeia de Valor

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Fatores da Produção x Disciplinas da Administração

 Capital
– Administração Financeira
– Contabilidade
– Custos, Controladoria
 Informação
– Tecnologias da Informação
– Engenharia da Informação
– Sistemas de Informação Gerencial

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Funções Gerenciais da Produção

• Planejamento - estabelece linhas de ações futuras


para a consecução dos objetivos.
• Organização - é o processo de combinar os
recursos produtivos - pessoal, matéria-prima,
equipamentos e capital.
• Direção – Liderança - é o processo de transformar
os planos em atividades concretas, delegando
tarefas, mantendo o nível alto de motivação e
envolvimento dos empregados.
• Controle- avaliação de todos os processos.

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Níveis de Funções da Produção
ESTRATÉGICO
• novas tecnologias (do produto, do processo)
• explorador de tecnologia
• voltados para o cliente
• alta tecnologia voltada para o cliente
• custo mínimo
• capacidade das instalações
• localização das instalações
• recursos humanos

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Níveis de Funções da Produção

TÁTICO
• arranjo físico das instalações
• projeto e medida do trabalho
• previsão de demanda
• planejamento agregado - equilíbrio entre demanda
e produção

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Níveis de Funções da Produção

OPERACIONAL
• Programação e controle da produção
• administração de projetos
• controle de estoques - lote econômico; demanda
independente
• Escolha do sistema para o planejamento das
necessidades de material
• controle estatístico
• medida de produtividade

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
Sistema: define de forma abstrata um agrupamento
relativamente complexo de elementos físicos
caracterizados por parâmetros mensuráveis
(Rubinstein [1]).

Entradas Perturbações Saídas

Sistema: Um arranjo
Energia complexo de Produtos
Materiais elementos físicos* Consumidor
Demanda Informações
Situação Política - caracterizados por Serviço ao Externo
econômica parâmetros consumidor
mensuráveis**
Refugo

[1] Rubinstein, M., Pattern of problem solving, Prentice Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1975.

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
Para Sistemas de Produção tem-se:

*Elementos físicos: Máquinas, ferramentas,


equipamentos de manuseio de material, pessoas
(consumidores internos - usuários do sistema);

**Parâmetros mensuráveis: Tempo de produção,


taxa de produção, estoque intermediário, % de
defeitos, % de entregas no prazo, volume de
produção diário/semanal/mensal, custo total ou
custo unitário, etc.;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
– De forma simplificada Sistema de Produção pode ser
definido com sendo um conjunto de pessoas,
equipamentos e procedimentos organizados para realizar
as operações de manufatura de uma empresa . Eles
pode ser dividido em dois níveis:
Sistemas de Suporte da
Manufatura

Sistema de
Produção
Facilidades:
Fábrica
Equipamentos

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
Chão de fábrica
Sistema de
Produção Sistemas de suporte da
manufatura

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
Facilidades (Chão de fábrica)
Consiste da fábrica, equipamentos (máquinas de produção e
ferramentas), equipamentos de manuseio de materiais,
equipamentos de inspeção, sistemas computacionais de
controle das operações de manufatura e do arranjo físico;
• Os equipamentos são usualmente arranjados em
agrupamentos lógicos;

• Tais agrupamentos, juntamente com seus operadores,


são denominados Sistemas de Manufatura na fábrica;

• Sistema de Manufatura usualmente se refere ao grupo de


máquinas e operadores (Ex.; um linha de produção);

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
• Os Sistemas de Manufatura têm contato físico direto com o
produto, eles tocam o produto;
• Muitos fatores influenciam na forma de uma empresa se
organizar. Na produção de unidades discretas destacam-se
a quantidade e a variedade de produto;
Quantidade de produto
– Produção de baixo volume (job shop production): 1 a 100
unidades/ano;
– Produção de médio volume (batch production): 100 a
10.000 unidades/ano;
– Produção de alto volume (mass production): acima de
10.000 unidades/ano;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
Variedade de produto
Para descrever quão um produto é diferente de outros
define-se:
 Variedade de produto hard: os produtos se diferem
substancialmente entre si => proporção baixa ou nula de
itens comuns (produtos fabricados em linhas de
montagem diferentes - carro e caminhão);

 Variedade de produto soft: os produtos se diferem


levemente entre si => proporção alta de itens comuns
(modelos de carros fabricados na mesma linha de
produção);

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
 Algumas plantas produzem diferentes produtos em baixo
ou médio volumes, outras se especializam na produção
de altos volumes de um único produto. Existe uma
correlação inversa entre quantidade e variedade de
produto;
Variedade de Produto

Quando a variedade de produto é


alta, a quantidade tende a ser baixa

Baixa

Média

Alta
1 100 10.000 1.000.000
Quantidade de produto
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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
 Produção de baixo volume (1 a 100 u/ano)
 tipo de produção normalmente job shop: produz baixa
quantidade de produtos especializados e customizados;
 produtos normalmente complexos como cápsulas
espaciais, aviões, maquinarias especiais, etc;
 inclui também a fabricação de peças componentes de
produtos;
 as ordens de fabricação são normalmente especiais e
podem não repetir;
 os equipamentos são de uso genérico e a força de
trabalho altamente habilidosa;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos

 é concebido para lidar com máximo de flexibilidade


(variedade hard);
 para produtos pesados mão de obra e equipamento vão
até ele;
 Este tipo de layout é usualmente chamado de “arranjo de
posição fixa”;
 Os componentes individuais que atendem os grandes
produtos são normalmente produzidos em fábricas que
têm um arranjo funcional;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
 Produção de médio volume (100 a 10.000 u/ano
Em função da variedade de produto diferencia-se dois tipos:
• Variedade de produto hard => produção em lotes:
– para cada lote um setup diferente;
– ordens se repetem com freqüência;
– taxa de produção do equipamento maior que a
demanda de qualquer produto => compartilhamento
de equipamento entre diferentes produtos;
– normalmente usado em produção para estoque;
– o arranjo normalmente é o de funcional;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos

• Variedade de produto é soft: não requer muitas


mudanças de setup:
– o arranjo celular pode ser adequado para a produção
de média quantidade;
– os equipamentos são configurados para fabricarem
grupos de peças similares sem perda significante de
tempo de setup;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
 Produção de alto volume (acima de 10.000 u/ano)
É conhecida como produção em massa e predomina em
situações caracterizadas por uma alta taxa de demanda para
o produto, e a planta é dedicada à fabricação daquele
produto. Distingue-se duas categorias de produção em
massa:
• Produção em quantidade (Quantity production)
– envolve a produção em massa em equipamentos
únicos;
– utiliza-se tipicamente máquinas convencionais
equipadas com ferramental especial (Ex.: prensas de
estampagem com dispositivos de manuseio de
moldes e material);
– o arranjo físico típico é o funcional;
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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
• Produção em linha de fluxo (Flow line production)
– envolve a produção em massa com múltiplos
equipamentos (estações de trabalho) arranjados
em seqüência. As peças ou conjuntos são
transportados ao longo da seqüência para
completar o produto;
– as estações de trabalho consistem de máquinas
e/ou operadores equipados com ferramentas
especiais;
– as estações são projetadas especificamente para
o produto visando maximizar a eficiência;
– o arranjo físico é o de produto ou em linha;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
 Arranjos físicos (Layouts) de Sistemas de Manufatura
– Cinco tipos básicos: a) Arranjo funcional, b) Arranjo em
linha, c) Arranjo celular, d) Arranjo de projeto e e)
Arranjo de processos contínuos:
a) Arranjo funcional (job shop)
– máquinas agrupadas por função ou tipo;
– máquinas flexíveis (de propósito geral);
– elevada variedade de peças;
– peças são roteadas pelos setores;
– alta flexibilidade quanto à variedade de peças.
Ele pode acomodar uma grande variedade de
seqüências de operações para produzir
diferentes peças;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos

Exemplo de arranjo funcional

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
b) Arranjo em linha (flow shop)

– máquinas organizadas segundo seqüência de


operações;
– máquinas dedicadas (de propósito específico);
– mais mecanização;
– menor variedade de peças;
– alta capacidade de produção:os equipamentos
são projetados para fabricar peças específicas
podendo assim fabricar grande volumes de
peças;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
.

Exemplo de arranjo em linha

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
c) Arranjo de projeto (ou arranjo fixo)
– imobilidade do item em fabricação;
– quantidade final normalmente pequena;
– máquinas, materiais e operários vão até o local
do produto;

Exemplos de arranjo de projeto.

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
c) Arranjo celular
– formado por células de manufatura e/ou
montagem;
– máquinas agrupadas de acordo com a seqüência
do processo;
– sistemas especialistas na fabricação de
determinadas famílias de peças;
– grande flexibilidade no mix de produtos;

Célula: grupo de processos/máquinas projetado para


fabricar uma certa “família de produtos” de forma
flexível.

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos

Fonte: Groover, 1986 Fonte: Groover, 2000

Peças similares que requerem processos de fabricação


completamente diferentes (plástico moldado e aço)

a) Mat.: plástico, Qte.: 1.000.000 unidades/ano,


Tol.: ±0,01in

b) Mat.: Aço 1015, Qte.: 100 unidades/ano,


(a) (b) Tol.: ±0,001in

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
.

Exemplo de um arranjo celular

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
e) Arranjo de processo contínuo
– equipamentos agrupados de acordo com
processamentos necessários para a fabricação
do produto;
– lida com fluidos e pós ao invés peças discretas;
– o produto flui fisicamente;

-Matéria prima Processo I


- Energia

Processo III Processo II

Gasolina Subprodutos
Óleo
Exemplo de arranjo de processo contínuo
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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
– Existe uma relação entre o tipo de produção e o
arranjo do sistema de manufatura:
Arranjo de projeto
Variedade de Produto

Arranjo funcional
Job Shop Arranjo celular

Arranjo em linha
- Batch Production
- Manufatura
Quantity Flow line
Celular
Produção em massa
1 100 10.000 1.000.000
Quantidade de produto

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
 Operações de manufatura
– Independente do tipo de produção há funções básicas que
devem ser realizadas para conversão da matéria prima em
produto acabado. No caso de produtos discretos tem-se:

Atividades
• Processamento físicas
realizadas
• Montagem Agregam valor ao produto
no chão de
• Manuseio e armazenamento de material fábrica,
tocam
• Inspeção e teste Necessárias para o produto
coordenar e regular as
• Controle atividades físicas

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
.

Matéria 1. Processamento Produto


prima 2. Montagem acabado
3. Manuseio de
material
4. Inspeção e
testes

Recebimento Despacho
Controle

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
1) Operações de processamento

• Energia (mecânica, térmica, química, etc.) é usada


para transformar a matéria prima num estado mais
próximo do final;
• A mudança de forma, a remoção de material, a
alteração de propriedade físicas ou outra alteração
agregam valor ao material;
• Operações de processamento podem ser
classificadas em quatro categorias:

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
– Processos primários: dão ao material sua forma
inicial (lingotamento de metais, moldagem de
plástico, etc...);
– Processos secundários: são aqueles que dão ao
material sua forma final (torneamento, furação,
fresamento, estampagem, forjamento, etc...);
– Operações para melhoria de propriedades físicas:
não alteram a geometria física do material, más
sim suas propriedades físicas (tratamento
térmico, etc...);
– Operações de acabamento: visa, por exemplo,
melhorar a aparência ou proteção superficial
(polimento, pintura, cromagem, etc...);

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
2) Operações de montagem
• Os processos de montagem e união constituem o
segundo maior tipo de operação de manufatura e
incluem uniões permanentes (soldas, rebites, etc....),
semi-permanentes (parafusos, grampos, etc...)
outras;

3) Manuseio e armazenamento de material


• Na maioria das plantas de manufatura os materiais
passam mais tempo sendo transportados e
armazenados que processados;
• Em alguns casos, a maior parte do custo de mão-de-
obra está associada ao manuseio, movimentação e
armazenamento de material;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
4) Inspeção e teste

• A inspeção objetiva determinar se o produto satisfaz


os padrões e especificações estabelecidas no projeto
(dimensões, tolerâncias geométricas, etc...);

• O teste visa verificar as especificações funcionais do


produto. Normalmente realizado por meio de
protótipos;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
5) Controle
• Incluem o controle das operações de processamento
e montagem a nível de chão-de-fábrica e o
gerenciamento de atividades a nível de planta:
– Controle a nível de chão-de-fábrica: envolve o
alcance de certos objetivos de performance pela
manipulação adequada das entradas do
processo;

– Controle a nível de planta: inclui uso efetivo da


mão-de-obra, manutenção dos equipamentos,
movimentação de material na fábrica, despacho
de produto de qualidade no prazo e manter o
custo de operação da planta no nível mais baixo
possível;
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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
Sistemas de suporte da manufatura
– O modelo abaixo representa o ciclo de processamento
de informação numa típica empresa de manufatura;

Projeto

Funções Chão Planejamento


Cliente de de da manufatura
negócio fábrica

Controle da
manufatura

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
1) Funções de negócios
– São os principais meios de comunicação com o cliente, o
ciclo de informação começa e termina aqui. Incluem:
• Vendas e marketing,
• Previsão de vendas,
• Entrada de encomendas,
• contabilidade, etc...
– Uma encomenda origina-se tipicamente no departamento
de vendas e marketing, e pode ter as seguintes formas:
• Encomenda segundo especificações do cliente;
• Encomenda de um item de propriedade do fabricante;
• Encomenda baseada em previsões de demanda
futura de produtos do fabricante;
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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
2) Projeto de produto
– Para encomendas segundo especificações do cliente o
departamento de projeto não será envolvido no processo;
– Para encomendas de itens do fabricante o departamento
de projeto será responsável pelo desenvolvimento e
projeto;
– As principais saídas do departamento de projeto são:
• Desenhos;
• Especificações;
• Lista de materiais;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
3) Planejamento da manufatura
– Envolvem a engenharia de manufatura, engenharia
industrial e o controle e planejamento da produção para
elaboração dos seguintes planos:
– Planejamento do processo: consiste na determinação
da seqüência de operações de processamento e
montagem necessárias para produzir o produto =>
Plano de Processo (lista operações a serem
realizadas e as máquinas a utilizar, etc);
– Planejamento mestre da produção: consiste na
determinação dos produtos a serem fabricados, quando
e em que quantidade devem ser entregues => Plano
Mestre de Produção - PMP (lista os produtos, suas
quantidades e datas de entrega);

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
– Planejamento de requisitos de materiais: A partir do
PMP planeja-se os componentes e subconjuntos que
perfazem o produto, requisita-se matéria-prima e
encomenda-se produtos comprados. Todos estes itens
devem estar disponíveis quando necessário;
– Planejamento de capacidade: O PMP não deve prever
qtdes maiores do que planta é capaz de produzir
(Capacidade da Planta). O Planejamento de Capacidade
lida com o planejamento da mão-de-obra e dos recursos
de máquinas da planta;

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Sistemas de Produção
Definições e Conceitos Básicos
4) Controle da manufatura
– Consiste do gerenciamento e controle das operações na
planta para se implementar os planos de manufatura.
Inclui:
• Controle de chão-de-fábrica: lida com monitoramento
do progresso do produto durante seu
processamento, montagem, transporte e inspeção na
fábrica;
• Controle de estoque: tenta manter um balanço entre o
perigo de um estoque muito pequeno (risco da falta
de material) e a despesa de ter um estoque muito
grande (aumento de custo);
• Controle de qualidade: tem a função de assegurar
que o material satisfaça aos padrões e especificações
estabelecidos no projeto;
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