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Ánalise Orgânica Qualitativa
Ánalise Orgânica Qualitativa
DOURADOS-MS
MARÇO 2011
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
DOURADOS-MS
MARÇO 2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................3
2. OBJETIVO..............................................................................................5
3. METODOLOGIA...................................................................................6
3.1 MATERIAIS E REAGENTES.............................................................6
3.1.1 Materiais................................................................................................6
3.1.2 Reagentes..............................................................................................6
3.2 Procedimento Experimental....................................................................8
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................11
5. CONCLUSÃO.........................................................................................20
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................21
1. Introdução
Na análise orgânica qualitativa o valor de um material é determinado em parte pelas
substâncias das quais ela é composta. As operações necessárias para determinar suas
composições são conhecidas como análise qualitativa. A análise qualitativa é uma série de
testes, as respostas a estes identificam os elementos e compostos que compõem o material.
Cada substância é única. Cada um tem, por exemplo, uma determinada cor , textura
e aparência. Essas propriedades são, no entanto, muitas vezes insuficientes para
positivamente identificar a substância, embora eles certamente contribuem para a sua
identidade. É preciso avaliar geralmente outras características físicas e químicas para
identificar sem dúvidas a composição exata de um material. Com 92 elementos que
ocorrem naturalmente e uma infindável variedade de combinações possíveis, não é uma
tarefa fácil de provar com certeza a composição exata de uma substância desconhecida.
Algumas das propriedades físicas mais comuns medidas para identificar uma
substância desconhecida são: ponto de fusão, cor, ponto de ebulição , textura, densidade,
maleabilidade, condutividade elétrica , maleabilidade, condutividade térmica, índice de
refração e coeficiente de expansão linear. A maioria das propriedades listadas apresentam
valores numéricos mensuráveis que podem ser comparados com os valores conhecidos dos
elementos e compostos encontrados tabelados em livros de referência diferentes.
(Nicholas, 1964)
Os materiais orgânicos, que se baseiam principalmente em um carbono em
estrutura, representam um problema particular para a análise qualitativa, devido à presença
de muitos carbonos para os átomos . Distinção entre vários compostos orgânicos baseia-se
no arranjo dos átomos de carbono e outros destes que não estão dentro de um composto. É
possível dividir os compostos orgânicos em grupos com base nesses acordos e muitas vezes
a análise qualitativa para a identificação do grupo é suficiente em vez de identificar um
composto especial. Alguns dos mais comuns grupos funcionais orgânicos, como são
chamados, e do arranjo de átomos característica do grupo são listados aqui. O símbolo R
representa um acordo subjacente de átomos de carbono e hidrogênio. R 1 pode ou não ser o
mesmo que R 2: R-COOH ácidos, álcoois R-OH; aldeídos R-COH; aminas R-NH 2, ésteres
R 1-COO-R 2, éteres R-1 ou 2; hidrocarbonetos RH; cetonas R 1-CO-R 2. (Slowinski e Masterton,
1990)
3.1.1 Materiais
Tubo de ensaio
Rolha
Proveta de 10ml
Pipeta graduada de 1ml
Pipeta graduada de 2ml
Pipeta de Pasteur
Pipetador
Espátula
Placa de Petri
Banho-Maria
Béquer de 50ml
Capela
3.1.2 Reagentes
Água destilada;
Iodo metálico (I2) - P.A.
Hidróxido de Potássio metanólico (KOH) -2mol/L-1
Éter Etílico (C2H5)2O – P.A.
Permanganato de Potássio (KMnO4) - 1%
Nitrato de Prata (AgNO3) - 0,1m/L-1
Reagente de Lucas
Fenol (C6H5OH) – 99%
Cloreto Férrico etanólico (FeCl3) – 1%
1,4-Dioxano (C4H8O2) – P.A.
Hidróxido de Sódio (KOH) – 97%
Nitrobenzeno (C6H5NO2) – P.A.
Hidróxido de sódio (NaOH) - 10%; 2,5M
Sulfato Ferroso amoniacal (Fe(NH4)2.(SO4)2 . 6H2O) – (98,5 – 101,5%)
Ácido Sulfúrico (H2SO4) - 3M;
Solução de iodo
Sulfeto de Carbono (CS2) – P.A.
Álcool terc-butilico (CH3C)3OH – P.A.
Álcool sec-butílico (C4H10O) – P.A.
Acetona (C3H6O) – P.A.
Álcool etílico (C2H6O) – P.A.
L-de cisteina (C3H7NO2S) – P.A.
Fenol (C6H5OH) – P.A.
3.2 Procedimento Experimental
- Amostras
A - Álcool etílico
B - Álcool terc-butilico
C - Álcool sec-butílico
1- Acetona
2- Álcool etílico
3- L-de cisteina
4- Fenol
Foi dissolvida uma pequena quantidade de fenol em 0,4ml de água destilada em um tubo
de ensaio. Posteriormente, adicionaram-se 2 gotas de uma solução alcoólica de cloreto
férrico, e assim observou-se a mudança de coloração deste para a análise.
4.1.1 Tubo 1 e amostra 1 (acetona)- Pôde-se verificar que a amostra 1 sendo esta de
acetona, houve a mudança de coloração do incolor para o castanho-escuro, onde o iodo
sólido se dissolveu totalmente, indicando a presença de oxigênio no composto analisado,
uma vez que a acetona possui uma carbonila no carbono secundário. Assim, pôde-se então
observar tal reação:
(precipitado marrom-triiodoacetona)
4.1.2 Tubo 2 e amostra 2 (álcool etílico)- Observou-se um resultado positivo, onde se
obteve uma coloração marrom, já que pela fórmula estrutural do álcool etílico pode-se
observar a presença de um grupo hidroxila, podendo então confirmar a presença de
oxigênio na molécula deste composto. Vale destacar também que se teve como produto um
aldeído (etanal):
4.1.3 Tubo 3 e amostra 3 (L- de cisteina)- Em relação a este teste observou-se que quando
em repouso, podia verificar uma coloração castanha em volta dos cristais de iodo e quando
se agitava tal coloração sumia. Apesar de a L-de cisteina apresentar oxigênio em sua
estrutura molecular, sua reatividade com o iodo não é grande, o que não torna evidente a
presença da molécula de oxigênio deste composto através deste teste. Obs: reação não
encontrada.
4.1.4 Tubo 4 e amostra 4 ( fenol)- O fenol, sendo esta a amostra utilizada no quarto tubo,
não apresentou mudança de coloração após adicionar os cristais de iodo, a mistura
continuou incolor e não dissolveu tais cristais. Vale destacar que apesar de não ter mudado
a cor de tal mistura, o fenol apresenta uma molécula de oxigênio em sua composição
molecular, isso ocorre devido o fato de ser difícil à realização deste teste para o fenol, pois
o iodo não se dissolve bem em solução fenólica, o que se torna praticamente impossível
detectar a presença de oxigênio neste caso. É importante mencionar que se caso a reação
ocorresse seria da seguinte forma:
4.2 Teste 02 - Pesquisa de hidroxila
4.2.1 Tubo 1 e amostra 1 (acetona)- Neste teste obteve-se um resultado negativo para a
presença de hidroxila na molécula. De fato, ocorreu uma mudança de cor na mistura, do
incolor para levemente amarelada, porém sem a presença de precipitado, o que indicou
então a ausência de hidroxila na molécula.
4.2.2 Tubo 2 e amostra 2 (álcool etílico)- Já em relação a este teste se obteve um resultado
positivo, em que a mistura ficou densa e turva, indicando assim a presença de hidroxila na
molécula.
4.2.3 Tubo 3 e amostra 3 ( L-de cisteina)- Verificou-se que houve uma mudança de cor,
sendo esta amarelada, e uma separação de fases ao adicionar CS2 na mistura, porém
concluiu-se que não era precipitado e sim KOH ainda em fase de dissolução.
Esse teste tem por finalidade indicar os compostos que possuem ligações duplas ou triplas,
devido à pronta disponibilidade dos elétrons as ligações C=C e CC sofrerem uma série de
reações químicas incomuns em outras classes de substâncias orgânicas. O teste é positivo se a
solução violeta do íon permanganato se descorar imediatamente e formar um precipitado
marrom (MnO2).
R R'' H2O HO OH
+ MnO4 + MnO2
R R''
R' R''' R' R'''
(solução (precipitado
violeta) marron)
4.3.2 Tubo 2 e amostra 2 (álcool etílico)- Nada aconteceu também nesse teste, onde
conservou-se a coloração violeta do íon permanganato por não possuir dupla ligação ou
tripla na amostra utilizada. Vale destacar que para que ocorresse uma reação seria
necessário primeiramente reagir o álcool etílico com água para a formação de um aldeído, e
depois com o oxidante, e daí sim poderia então obter a formação de um precipitado, como
mostra a reação seguinte:
4.3.3 Tubo 3 e amostra 3 (L-de cisteina)- Obteve-se também um resultado negativo para
este teste, ou seja, a coloração do íon de permanganato permaneceu. Isso ocorreu devido os
átomos de oxigênio do agente oxidante não terem hidrogênios ligados ao carbono que
apresenta o grupo OH para atacarem, o que resultou então na permanência da coloração do
permanganato de potássio na amostra, ou seja, não sofreu nenhuma reação, indicando assim
a ausência de ligações duplas ou triplas entre carbonos. Isso pode ser verificado através da
sua estrutura molecular:
4.3.4 Tubo 4 e amostra 4 (fenol)- Diferentemente dos testes anteriormente efetuados este
obteve-se um resultado positivo, isto é, houve a formação de um precipitado marrom,
indicando então as ligações duplas entre os carbonos no fenol. Isso pode ser observado
através da sua estrutura:
Esse teste tem por principio indicar a presença de halogênios no composto e a partir da
cor do possível precipitado deduzir sua espécie. Haletos de alquila precipitam haletos de
prata quanto tratados com solução de nitrato de prata. O cátion prata favorece reação por
mecanismo SN1, assim, a reatividade dos haletos cresce na ordem: primários secundários
terciários.
AgNO3
R X AgX + R ONO2
4.4.2 Tubo 2 e amostra 2 (álcool etílico)- Também nada verificou-se após adicionar 15
gotas de nitrato de prata em 0,5ml desta amostra, o que indicou também a ausência de
haleto no composto.
4.4.3 Tubo 3 e amostra 3 (L-de cisteina)- Neste teste teve-se como resultado uma turvação
na mistura, ou seja, à formação de um precipitado, mas pode-se perceber na identificação
de haletos na constituição, que a L-de cisteína de acordo com a literatura não apresenta
nenhum haleto, como pode ser verificado através de sua estrutura molecular:
4.4.4 Tubo 4 e amostra 4 (fenol)- Aqui por ventura também apresentou um tipo de
mudança, sendo esta a de coloração, do incolor para um marrom claro, mas também
percebe-se através da sua estrutura a ausência de qualquer tipo de haleto:
O teste de Lucas consiste na formação de cloretos de alquila por reação de álcoois com
uma solução de cloreto de zinco em ácido clorídrico concentrado.
ZnCl2
ROH + HCl RCl + H 2O
Sob as condições extremante ácidas do teste, os álcoois geram carbocátions intermediários que
reagem com o íon cloreto. Assim, a reatividade aumenta na ordem álcool primário secundário
terciário alílico benzílico. Vale destacar que este teste é muito limitado, e é indicado
somente para álcoois razoavelmente solúveis em água.
Este teste teve como finalidade confirmar a presença de um álcool primário, secundário, e
terciário em suas respectivas amostras correspondentes, seja na A, B, ou C.
Depois de colocar 3ml do reagente de Lucas em 3 tubos de ensaio, adicionar 0,5ml de
cada amostra de álcool, e em seguida fechar os tubos utilizando uma rolha, agitar e deixar
em repouso, observou-se cada amostra por 5 minutos obtendo os seguintes resultados:
4.5.1 Amostra A- Nesta amostra foi utilizado como composto o álcool etílico, em que se
obteve como resultado uma solução clara, isto é, incolor e de fase única, sem mesmo algum
tipo de turvação, onde estas características confirmaram ser um álcool primário na amostra
A.
ZnCl2
H3CCH2OH + HCL H3CCH2Cl + H2O
4.5.2 Amostra B- Sendo como composto desta amostra o álcool terc- butílico, em que após
efetuar a mistura dos reagentes obteve-se como resultado duas fases que se separaram
imediatamente em razão da formação de um cloreto terciário, confirmando assim ser um
álcool terciário na amostra B.
CH3 CH3
| ZnCl2 |
H3C__C__OH + HCl H3C__C__Cl + H2O
| |
CH3 CH3
4.5.3 Amostra C- Essa amostra se referiu ao álcool sec-butílico, em que depois de efetuar
tais misturas pôde-se verificar que a solução clara se tornou turva, sendo isto estar
relacionado à separação das gotas finamente divididas do cloreto presente no reagente de
Lucas. Portanto, tomando como base as características apresentadas de um álcool
secundário ao efetuar o teste de Lucas, sendo as mesmas obtidas, fez-se confirmar que a
amostra C se referia a um álcool secundário.
+ HCl + H2O
ZnCl2
Os fenóis formam complexos coloridos com íon Fe3+. A coloração pode ser azul, violeta,
verde ou vermelha. Entretanto, o teste não é positivo para todos os fenóis. Certos enóis
também reagem positivamente.
Depois de ter dissolvido uma pequena quantidade de fenol sólido em 0,4ml de água e
terem adicionado 2 gotas de solução alcoólica de FeCl3 em um tubo de ensaio, observou-se
que houve uma mudança de coloração para o violeta, devido a formação de um complexo
(composto capaz de receber mais de 8 elétrons na camada de valência), resultando portanto
em positivo para a presença de fenol. Segue abaixo tal reação:
Neste teste, as substâncias que contém o grupamento CH 3CO- (grupo acetila) ou CH3CHOH -
reagem com solução de iodo em meio fortemente básico, produzindo um precipitado
característico de iodofórmio e um íon carboxilato:
O
R
CH3
I2 / HO O HO O
R R + CHI3
OH CI3 O
(precipitado
R H amarelo)
CH3
Logo depois de ter adicionado 4 gotas da amostra 1 (acetona) em um tubo de ensaio e
dissolver 2ml de 1,4-dioxano puro e 1ml de solução de NaOH a 10%, foram adicionadas
cerca de 30 gotas da solução de iodo, onde pôde-se verificar neste mesmo momento após
agitar, uma turvação na mistura, mas não obteve-se a mudança de coloração como se
deveria obter (coloração típica do iodo), isto é, a mistura permaneceu mesmo após a adição
de 30 gotas da solução de iodo, incolor. Assim, aqueceu-se este por aproximadamente 2
minutos em banho-Maria a uma temperatura de 80ºC, e posteriormente colocou-se mais 5
gotas da solução de iodo, onde pôde-se então observar uma separação de fases, cujo um
precipitado branco se formou na fase inferior, mais sendo esta separação de fases
desaparecida logo após de ter adicionado ao tubo de ensaio 10 gotas da solução de NaOH a
10% (sendo este adicionado a mistura com a finalidade de remover o excesso de iodo
presente no meio) e 5ml de água destilada para diluir a mistura reacional, e mesmo depois
de ter deixado em repouso por 15 minutos nada verificou-se. Entretanto, deveria se obter
como resultado uma fase única com coloração amarelada e a continuação do precipitado,
em que seria então constatada a presença de iodofórmio, o que não ocorreu.
Portanto, o resultado esperado não foi obtido.
Com base neste teste as substâncias orgânicas que possuem grupos oxidantes são capazes
de oxidar hidróxido ferroso II (azul) a hidróxido férrico III (marrom). A reação ocorre
principalmente com compostos alifáticos ou aromáticos mononitrados, que são reduzidos a
aminas. Compostos nitrosos, hidroxilaminas, nitratos ou nitritos de alquila e quinonas
também podem oxidar o hidróxido ferroso.
5. Conclusão
Portanto, através destes testes percebeu-se que nem sempre se tornou eficaz para
determinar o que era proposto, principalmente em relação ao teste de haletos de alquila,
mais especificamente em relação às amostras de L-de cisteina e fenol, e também em relação
à pesquisa de oxigênio, que se tornou negativa para o fenol devido este apresentar pouca
reatividade em meio fenólico, onde deveria se obter um resultado positivo. De fato, exceto
estes mencionados anteriormente obteve-se os resultados esperados, isto é, pode-se
caracterizar a partir destes testes e através das propriedades de cada reação as
características dos grupos funcionais.
6. Referências Bibliográficas
Nicholas D., e TS Ma. Orgânica Cheronis Analysis. Grupo Funcional, New York:
Interscience Publishers, 1964.
http://content.yudu.com/Library/A145da/QumicaOrgnicaPrticaE/resources/15.htm,
acessado em 24 de março de 2011 às 20h17min.
http://www.portalimpacto.com.br/docs/BronzeVestF4Aula23e24.pdf, acessado em 25 de
março de 2011 às 11h54min.