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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE

CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS – CABE


NÚCLEO BÁSICO DE ENGENHARIAS

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

1. DISCIPLINA

Laboratório de Química Geral

2. TÍTULO DA AULA PRÁTICA:

Vidrarias e suas medições.

3. PERÍODO DO RELATÓRIO:

15 de abril de 2023.

4. DOCENTE:

Prof. Me. Juliana Possavatz.

5. DISCENTES:

Alexandre Akio, Douglas Kaique de Campos Peron, Gabriel Marasca dos Santos, João Gabriel
Itacaramby, Lauro Virginio de Souza Portela.

6. RESUMO:
Estudo introdutório sobre conceitos básicos de um Laboratório de Química e o objeto de estudo
da disciplina: a matéria. Esta se divide em: substâncias puras, que podem ser simples e
compostas; e misturas, referidas como materiais, as quais se distinguem em homogêneas e
heterogêneas. Os materiais homogêneos, por terem apenas um aspecto ou uma única fase,
podem ser confundidos com as substâncias. Diferenciam-se umas das outras por propriedades
físicas e químicas específicas. Permite-se, pois, com o estudo prático do laboratório de química,
no que tange às características físicas e químicas de substâncias e materiais, a observação
dos diferentes métodos para classificação. Então, dispondo-se oito tubos de ensaio,
procederam-se três métodos para classificação das amostras: observação e distinção direta;
composição química; finalmente, o fracionamento por evaporação. Os tubos de ensaio
continham: 1) Enxofre (S2); 2) Vinho, ou seja, etanol + água (CH3CH2OH + H2O); 3) Álcool, ou
etanol, (CH3CH2OH); 4) Solução de iodeto de chumbo em água (PbI2 + H2O); 5) Solução de
iodeto de potássio (0,01 mol/L) (KI + H2O); 6) Solução de nitrato de chumbo (0,05 mol/L)
(Pb(NO3)2 + H2O); 7) Desconhecida; e, 8) Desconhecida. A partir da aplicação dos métodos
citados, resultaram: observação das suas fases, apresentando homogeneidade o enxofre (1),
o vinho (2), o etanol (3), a solução de iodeto de potássio (5), a solução de nitrato de chumbo
(6) e as amostras desconhecidas (7 e 8). Através das composições química destas, exceto a 7
e 8, refinou-se a classificação. Assim: substância pura simples apenas o enxofre (1); substância
pura composta o álcool (3); material homogêneo o vinho (2), a solução de iodeto de potássio
(5), a solução de nitrato de chumbo (6); e material heterogêneo apenas a solução de iodeto de
chumbo (4). As amostras 7 e 8 foram classificadas pelo método da evaporação. Ao serem
aquecidas, apresentaram pontos de ebulição diferentes – a 7 ≅ 86ºC, e a 8 ≅ 79ºC, começam
a formar bolhas. Ao se evaporarem completamente, no béquer com a amostra 7 foram notados
cristais brancos semelhantes a cloreto de sódio (NaCl), enquanto no béquer da amostra 8 não
se viu nada. Finalmente, ao serem misturadas as amostras 5 e 6, ambos materiais
homogêneos, um material heterogêneo com duas fases (sólido e líquido) é formado, que pode
ser descrito pela equação: 2KI + Pb(NO3)2  PBI2 + 2KNO3. Sendo PBI2 a fase sólida e 2KNO3,
a líquida.
7. OBJETIVO:

Classificar 8 amostras contidas em tubos de ensaio como substâncias puras (simples e


compostas) e materiais (homogêneos e heterogêneos) a partir dos métodos de observação,
determinação da estrutura química e fracionamento por evaporação.
8. INTRODUÇÃO:

Sabendo-se que é base da Química a classificação e transformação dos materiais


(SILVA et al. apud LIMA & SILVA, 2021), é no laboratório que a maior parte deste trabalho
acontece. Em síntese, uma classificação deve ter fundamentação teórica, objetividade,
generalização, completeza, simplicidade e previsibilidade (FEGER apud LIMA & SILVA, 2021,
p. 484). Neste sentido, O trabalho no laboratório é parte essencial para o ensino científico
(LIBÂNEO apud OLIVEIRA et al. 2018, p. 934). É onde conceitos podem ser fixados e métodos
colocados em prática.
Com base no que foi dito acima, e, de modo sintético, matéria é tudo o que possui
existência concreta, ocupa lugar no espaço e possui massa. Pode ser classificada em
substâncias puras (as simples e complexas) e misturas, ou materiais (heterogêneos e
homogêneos). Mas quais são os métodos efetivos para classificar a matéria?
A primeira distinção se dá de maneira visual: apenas os materiais heterogêneos
possuem duas ou mais fases, ou estados, podendo ser separados por diversos métodos de
separação de mistura: catação, levigação, peneiramento, flotação, dissolução, filtração comum,
centrifugação, decantação, separação magnética, evaporação, destilação simples, destilação
fracionada. A maioria destas técnicas encontra-se no cotidiano não-científico. (BERTON et al.
2020; MOSSANHA, 2014)
As substâncias puras, por sua vez, possuem propriedades físico-químicas específicas
(pontos de fusão e ebulição específicos). As simples são formadas por um único elemento
químico; as complexas, por uma molécula formada por dois ou mais elementos químicos (as
ligações químicas entre estes elementos podem modificar as propriedades individuais). Neste
caso, apenas as substâncias compostas podem sofrer alterações em sua estrutura química
quando reagem com outros elementos, moléculas, em misturas (LIMA & SILVA, 2021, p. 487-
488).
Por outro lado, o trabalho em laboratório exige domínio das “ferramentas” usadas na
manipulação do objeto de pesquisa: as vidrarias e os equipamentos. Dentre os que são
utilizados para o fracionamento, estão:
Balão de destilação – utilizado para ebulição fracionada;
(Bagueta ou) Bastão de vidro – usado para agitar e transportar líquidos; (UFRN, 2022, p. 16)
Béquer (também grafado com becker, copo de, com ou sem volume) – seu nome significa copo
e vem do latim bicarius; (OLIVEIRA et al., 2018, p. 934)
Condensador de bolas (ou de Allihn) – utilizado na vertical para permitir a passagem de vapores
condensados e reter os solventes; (UFRN, idem, ibidem)
Garras (ou pinças) – utilizadas para fixar diferentes tipos de equipamentos;
Haste universal – utilizada para sustentação de peças e vidrarias;
Papel-filtro (qualitativo) – utilizado para filtragem de materiais em duas fases (líquido + sólido);
Termômetro (0ºC a 100ºC) – utilizado para aferir a temperatura; (UFRN, id., ibd.)
Tripé de ferro – nos procedimentos de aquecimento, é utilizado para sustentar a tela de amianto
ou ao triângulo de porcelana;
Funil analítico – utilizado para processos de filtração; (UFRN, id., ibd.)
Tubo de ensaio – tubo de vidro com apenas uma entrada utilizado para testes (ensaios) de
reações químicas em escala diminuta. (UFRN, id., ibd.)
Estas vidrarias citadas não compreendem todos os utensílios úteis para o fracionamento de
materiais em laboratório, mas aqueles utilizados para os processos descritos neste relatório.
9. MATERIAL E MÉTODOS:

Materiais utilizados
 Balão de destilação – 1 unidade;
 Bastão de vidro – 1 unidade;
 Béquer de 50 mL – 4 unidades;
 Condensador – 1 unidade;
 Garras – 1 unidade;
 Haste universal – 1 unidade;
 Papel-filtro (qualitativo) – 1 unidade;
 Termômetro (0ºC – 100ºC) – 2 unidades;
 Tripé de ferro – 1 unidade;
 Funil analítico – 1 unidade;
 Tubo de ensaio – 8 unidades.

Equipamento
 Manta ou chapa aquecedora – 1 unidade;

Procedimentos
a) O primeiro procedimento consistiu em analisar uma lista de amostras dispostas em oito
tubos de ensaio numeradas e listadas da seguinte maneira: 1) Enxofre (S2); 2) Vinho,
ou seja, etanol + água (CH3CH2OH + H2O); 3) Álcool, ou etanol, (CH3CH2OH); 4)
Solução de iodeto de chumbo em água (PbI2 + H2O); 5) Solução de iodeto de potássio
(0,01 mol/L) (KI + H2O); 6) Solução de nitrato de chumbo (0,05 mol/L) (Pb(NO3)2 + H2O);
7) Desconhecida; e, 8) Desconhecida.;
b) As amostras 7 e 8 foram despejadas em seus béqueres com as suas respectivas
numerações. Depois, estes béqueres foram acomodados sobre uma chapa aquecedora.
As temperaturas foram mensuradas e anotadas de minuto em minuto. Porém, estas
anotações foram prejudicadas devido à interferência de uma das garras que suportava
o termômetro do béquer com a amostra 7 no minuto 18. Porém, até este momento, a
evolução da temperatura foi a seguinte, de acordo com o Quadro 1.
Quadro 1 – Evolução da temperatura das amostras 7 e 8
Tempo (minuto) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 18,25 20,9

Temperatura da 26,0 28,5 31,0 35,0 39,0 43,0 44,0 46,0 48,0 50,0 51,0 53,0 86,0 -
Amostra 7

Temperatura da 26,0 27,5 29,0 33,0 35,0 38,0 40,5 43,0 44,5 46,0 48,0 49,0 - 79,0
Amostra 8
c) As amostras 5 de solução de iodeto de potássio (0,01 mol/L) (KI + H2O) e 6 de solução
de nitrato de chumbo (0,05 mol/L) (Pb(NO3)2 + H2O) foram misturadas em um béquer,
resultando em uma mistura: PbI2 + 2KNO3. Através da filtração com papel-filtro e um
funil analítico, num béquer, a fase sólida (PbI2) ficou retida, enquanto a fase líquida
(2KNO3) passou para o béquer.
10. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os três métodos aplicados para a classificação das substâncias resultaram:


a) Em primeiro lugar, e a olho nu e a partir do critério de composição química, as seis
primeiras amostras foram classificadas em: substância pura simples apenas o enxofre
(1); substância pura composta o álcool (3); material homogêneo o vinho (2), a solução
de iodeto de potássio (5), a solução de nitrato de chumbo (6); e material heterogêneo
apenas a solução de iodeto de chumbo (4).
b) As amostras 7 e 8 foram classificadas pelo método da evaporação. Ao serem aquecidas,
apresentaram pontos de ebulição diferentes – a 7 ≅ 86ºC, e a 8 ≅ 79ºC, começaram a
formar bolhas. A amostra 8 cumpriu os requisitos de classificação como substância pura,
pois não deixou quaisquer resíduos no béquer que a continha (água pura?). Por sua
vez, a amostra 7 deixou resíduos com aspecto de cloreto de sódio (NaCl), podendo ser
água salgada. Interferiram neste processo
c) Finalmente, ao serem misturadas as amostras 5 e 6, ambos materiais homogêneos, um
material heterogêneo com duas fases (sólido e líquido) é formado, que pode ser descrito
pela equação: 2KI + Pb(NO3)2  PBI2 + 2KNO3. Sendo PBI2 a fase sólida e 2KNO3, a
líquida separadas por filtração simples.
11. CONCLUSÃO:

O aprendizado tem componentes teórico e prático. A prática em laboratório tende a fixar


melhor, através do método, o percurso para o resultado descrito em publicações por cientistas
já profissionais; além da familiarização com vidrarias e equipamentos laboratoriais. No caso
específico da classificação da matéria em substâncias e materiais, pôde-se observar as suas
diferenças, a metodologia para a separação e a transformação de materiais homogêneos em
heterogêneos.

12. REFERÊNCIAS:

LIMA, C. M. C. F. & SILVA, J. L. P. B. Classificação das substâncias químicas: um conceito


pouco explorado na educação química. Química Nova, v. 44, n. 4, p. 484-492, 2021.

MOSSANHA, R. Processos de separação de misturas: uma abordagem científica de fatos


cotidianos. Medianeira, 2014. Monografia (Especialização Especialista na Pós-Graduação em
Educação: Métodos e Técnicas de Ensino) Pólo UAB do Município de Ibaiti, Modalidade de
Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), 2014.

OLIVEIRA et al. De onde vêm os nomes das vidrarias de laboratório? Química Nova, v. 41, n.
8, p. 933-942, 2018.

UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Química Experimental: Guia de


Laboratório. (n+1)ésima Ed. Natal: Instituto de Química da UFRN, 2022.

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