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Autoria:

Equipe de Desenvolvimento Sampling


Prezado aluno,

A Sampling considera a vida como o bem mais precioso. É por isso que
escolhemos como nossa missão valorizá-la!

No trabalho você desempenha suas tarefas e tem a oportunidade de


transformar a sua vida e a de outras pessoas, para isso, conhecimento é
fundamental.

Este treinamento foi desenvolvido, com todo cuidado, para contribuir na


construção do conhecimento, habilidade e atitude necessários para que
você adquira competências essenciais para a preservação da vida.

Esperamos que você desfrute de todos os momentos deste treinamento:


as aulas teóricas, onde importantes informações serão apresentadas ou
relembradas; as aulas práticas, que vão colocá-lo, de forma controlada, em
situações semelhantes as que você poderá encontrar em situações de
emergência e os intervalos das aulas, que devem ser aproveitados para
solucionar dúvidas e desenvolver os temas aprendidos.

Queremos melhorar sempre, pois assim exige a dinâmica da qualidade e


para isso precisamos que você registre na avaliação de reação, ao final do
curso, qual a sua impressão sobre a nossa atuação.

Valorize a vida!
SUMÁRIO
Introdução ..................................................................................................... 5
1. SEGURANÇA NAS AERONAVES ........................................................... 6
1.1. Triângulo da Segurança ........................................................................ 8
1.2. Briefing no Transporte Aéreo................................................................. 9
1.3. Equipamentos de Emergência do Helicóptero .................................... 11
1.4. Equipamentos de Sobrevivência e Segurança.................................... 12
2. RISCOS EM OPERAÇÕES SOBRE A ÁGUA ....................................... 25
2.1. Riscos Ambientais ............................................................................... 25
2.2. Emergência no Helicóptero ................................................................. 26
2.3. Fatores Causadores de Fatalidades Pessoais .................................... 26
3. PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIA ................................................ 28
3.1. Queda com Aviso ................................................................................ 28
3.2. Queda sem Aviso ................................................................................ 33
3.3. Escape Submerso ............................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 36
INTRODUÇÃO
Comparado com outras alternativas disponíveis e experimentadas na
indústria offshore, o helicóptero tornou-se o principal meio de transporte
de pessoal, pequenas cargas e serviços de apoio, por ser seguro,
confiável e eficiente.
Como toda máquina, demanda cuidados e manutenção para evitar
acidentes com passageiros e tripulação. Têm acontecido melhorias
significativas na segurança das aeronaves em função da análise da
história dos acidentes envolvendo helicópteros procedida pelos
fabricantes. Levando-se em consideração o número de horas voadas
pelas aeronaves em todo o mundo, as estatísticas sobre pousos
forçados e quedas são favoráveis à garantia de segurança atestada
pelos fabricantes e empresas que utilizam esse meio de transporte.

A experiência mostra que não há dois acidentes iguais envolvendo


aeronaves, dessa forma é impossível planejar cada contingência. No
entanto o treinamento é de suma importância para aumentar as chances
de sobrevivência no caso de um sinistro, embora não garanta
completamente a sobrevivência das pessoas se houver queda do
helicóptero.

Sobreviver ao impacto da queda não garante sobrevivência até a


chegada do resgate, as ações e respostas do acidentado é que vão
determinar as chances pessoais de sobrevivência.

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1. SEGURANÇA NAS AERONAVES
O helicóptero começou a ser desenvolvido a partir do final do século XIX
e ao longo do tempo passou a ser um
meio de transporte seguro, confiável e
eficiente. Está condicionada a essa
afirmação a qualificação e experiência do
piloto e tripulação, a utilização
competente dos recursos técnicos da
aeronave e o seguimento rigoroso da sua carta de manutenção
aprovada.

As qualidades próprias que produzem os efeitos desejáveis às


aeronaves fazem com que a queda seja
difícil. Geralmente o sinistro, quando
ocorre, na maioria das vezes é por
deficiência funcional de ordem
operacional ou mecânica, que torna
quase sempre possível um pouso
controlável na perda de altitude.

Estudos de acidentes ocorridos com helicópteros utilizados na atividade


offshore revelam que os seguintes fatores agravam a situação da
tripulação e passageiros, o que requer, para sua minimização, uma
preparação adequada:

Desorientação – a possibilidade de escape de uma aeronave após


pouso forçado, particularmente na água, depende sobremaneira da
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obediência ao procedimento que garante a orientação até o momento
propício à saída. Os treinamentos vêm cada vez mais se revelam, como
sendo o ponto fundamental para a manutenção da referência para o
escape.

Pânico – qualquer procedimento será prescindido por uma pessoa


tomada pelo pânico. A confiança no equipamento e a observância aos
procedimentos contribuirão para a redução dessa reação que pode
facilmente envolver uma pessoa.

Ignorância ou falta de conhecimento – os treinamentos e os


procedimentos pré-vôo conduzem à familiarização do equipamento de
segurança de bordo ao condicionamento ao procedimento de
emergência.

Falta de entendimento dos procedimentos de evacuação – é


fundamental que não haja qualquer dúvida acerca de instruções
passadas aos passageiros. É atribuída ao equipamento a garantia de
desempenho seguro e confiável, todavia, esses requisitos ficam
submissos ao binômio máquina-pessoa.

Por conseguinte, a sobrevivência é uma


questão de conhecimento
pormenorizado do equipamento e
procedimentos na aeronave e
treinamento específico, de modo a haver
uma contínua preparação para agir
corretamente no momento apropriado.

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Sobrevivência é questão de:
ƒ conhecimento
ƒ treinamento
ƒ preparação
ƒ atitude.

Para ajudar numa emergência, lembre-se:


ƒ conhecimento e treinamento preparam;

ƒ atitude positiva e confiança em sua própria habilidade aliviam as


tensões;

ƒ use o medo para trabalhar para você e não contra.

1.1. Triângulo da Segurança


Inerente ao vôo há o risco de queda ou pouso forçado. A combinação
dos pontos a seguir forma o triângulo de segurança.

O risco é um dos integrantes permanentes do triângulo. O caminho para


se alcançar as condições de segurança desejáveis é necessariamente
dependente da evolução tecnológica dos equipamentos e da revisão
contínua dos procedimentos.

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1.2. Briefing no Transporte Aéreo
Reunião realizada com os passageiros, ocasião em que lhes são
passadas informações básicas que orientam acerca dos equipamentos
e procedimentos de emergência durante a permanência a bordo e na
aproximação ou afastamento da aeronave.
Além de ser vital é um requerimento legal e da companhia, que
passageiros que viajam a bordo de um helicóptero recebam um briefing
antes de cada vôo.

O briefing pode ser realizado de várias formas: vídeos, cartões, piloto,


Médico ou Técnico de Segurança (da unidade para terra).

O objetivo é conscientizar os passageiros de que a segurança no


transporte não pode ser negligenciada.

ATENÇÃO
O que está em jogo é a sua vida e também a de
seus companheiros.

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1.2.1. Recomendações Tratadas no Briefing
ƒ Aproxime-se do helicóptero somente quando piloto autorizar através
de sinalização convencionada – braço estendido e polegar para cima;
ƒ Quando estiver se aproximando ou afastando,
faça-o sempre ligeiramente abaixado;
ƒ Nunca se aproxime do rotor da cauda;
ƒ Mova-se pelas laterais dentro da área de
segurança;
ƒ Não se aproxime das áreas de exaustão dos
motores;
ƒ Não toque em antenas e pitot estático;
ƒ Carregue objetos longos horizontalmente;
ƒ Não se locomova com artigos soltos – chapéus, óculos;
ƒ Não fume;
ƒ Esteja atento às bóias
e aos outros sistemas
do helicóptero;
ƒ Saiba como operar as
portas e saídas de emergência; primária e alternativa;
ƒ Saiba como inspecionar, vestir e operar o colete salva-vidas;
ƒ Saiba a localização e liberação dos equipamentos eletrônicos de
emergência e de sobrevivência;
ƒ Use protetor auricular;
ƒ Reconheça e procedimento acerca de cargas perigosas;
ƒ Relate ao piloto qualquer restrição médica, se houver;
ƒ Saiba como operar o cinto de segurança – atenção especial deve ser
dada a esse equipamento. Alguns casos fatais foram causados por

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problemas com a liberação do cinto de segurança, o qual deve
atender aos seguintes propósitos;
ƒ Minimizar os efeitos do impacto, conforme o rigor do toque da
aeronave e no solo ou na água:
- Prevenir a desorientação – corretamente atado ao corpo, o
mantém posicionado qualquer que seja a posição da cabine
garantindo a referência de saída em momento próprio;
- Posição correta – ajuste - no impacto o cinto folgado proporcionará
lesões no corpo e coluna em função do impacto pela quebra de
inércia;
- Efeito pendular – balanço brusco no
impacto certamente causará contusões
graves ou mesmo fraturas, podendo ser
evitadas ou amenizadas assumindo-se a
posição de impacto;
- Liberação do cinto – de acionamento simples através de
mecanismo na fivela requer, porém, atenção especial prévia quanto
ao funcionamento. Voe íntimo do cinto de segurança.

1.3. Equipamentos de Emergência do Helicóptero


Os seguintes equipamentos de emergência do helicóptero são
essenciais para segurança e sobrevivência:

ƒ extintor de incêndio – usado em ação primária contra incêndio a


bordo, na medida em que se espalha o agente extintor na cabine;

ƒ kit de primeiros socorros;

ƒ TLE, EPIRB – usados para sinalização e localização;

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ƒ caixa preta – gravador de operação da aeronave, independe da
ação da tripulação.

Toda aeronave utilizada no transporte offshore, no Território Nacional,


por força da legislação brasileira, deve ser equipada, com no mínimo
dois motores, flutuadores e caixa preta, além de outros equipamentos.

A caixa preta é constituída de sistemas eletrônicos de gravação que


registram automaticamente todos os dados relativos ao vôo, bem como
os últimos 30 minutos de conversação na cabine de comando, que são
informações de vital importância. Deve possuir, ainda, um transmissor
de sinais (beacon) justamente para facilitar a localização, também
favorecida pelas suas cores laranja ou vermelha. Resistem a grandes
impactos, pressão e temperaturas acima de 1.000ºC por tempo
determinado.

1.4. Equipamentos de Sobrevivência e Segurança

1.4.1. Equipamento Pessoal – Colete Salva-vidas


O modelo de colete utilizado no transporte aéreo para unidades
marítimas é o inflável da Classe I, podendo ser do tipo pochete ou
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jaqueta. Também regulado pelo SOLAS, possui as seguintes
especificações:
- É provido de dois compartimentos distintos;
- Possui meios de inflar com um único movimento;
- Possui meio de ser inflado com a boca;
- Permite que a flutuação ocorra com um só compartimento.

Vestindo o Colete Salva-vidas

1. 2. 3.

4. 5. 6.

1. Instale o colete atando primeiro o cinto frontal;


2. Passe o tirante na virilha atando-o no cinto frontal;
3. Posicione os tirantes frontais na virilha;
4. Libere os comandos de acionamento no colete do invólucro;
5. Acione a ampola de gases para inflar o colete;
6. Infle o colete oralmente pelo tubo de enchimento.
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Os itens 4 e 6 referem-se à operação do colete.

1.4.2. Equipamento Coletivo – Bote Salva-Vidas Inflável


Os procedimentos relativos ao bote
salva-vidas, bem como sua
localização e liberação, são itens
fundamentais dentre os tópicos
abrangidos no briefing de
segurança. A tripulação e
passageiros devem sempre ter em
mente que a principal finalidade do
bote é a proteção contra os elementos naturais hostis do mar, visto que
a permanência prolongada na água comprometerá rapidamente a
sobrevivência.

Dentre outras, o bote salva vidas deve ter as seguintes características:


ƒ Ter resistência para permitir durabilidade prolongada no mar;
ƒ Ser inflado com CO2 (dióxido de carbono) e N (nitrogênio) por
acionamento manual, através de cilindro de gases;
ƒ Possuir rampa ou escada para embarque;
ƒ Ter cobertura de toldo a ser instalado ou fazendo parte quando
inflado;
ƒ Ter cor contrastante com o mar (laranja ou vermelho);
ƒ Ser projetado para acomodar no mínimo seis pessoas.

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Lançamento do Bote Salva-vidas
O modo de liberação do bote deve ser considerado de acordo com as
condições do mar que afetam a estabilidade da aeronave, o que
demanda modificações de procedimentos.
Embarque direto – condições amenas de mar podem tornar possível o
pouso com subseqüente estabilidade da aeronave, quando o melhor é
permanecer nesta. Por precaução, entretanto, deve-se lançar o bote
salva-vidas mantendo-o preso à aeronave para um embarque direto,
caso haja possibilidade da mudança das condições do mar.

O bote normalmente encontra-se O bote deve ser retirado pela alça do


embaixo do assento ou na parte suporte;
traseira da aeronave;

Destaque a proteção do sistema de Segure firmemente pela argola do cabo e


disparo; pelo tirante;

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Jogue o bote para fora da aeronave, mas não solte o tirante, pois ele evita que o
bote se afaste impelido pelo vento.

Embarque sem pular, tirando antes o No interior do bote você encontra


sapato e qualquer outro objeto que recursos para sobrevivência –
possa danificá-lo. palamenta – utilizáveis até o resgate.

Lançamento indireto - as condições de mar ou estado da aeronave


podem requerer o embarque indireto no bote, que sucede ao escape
com o helicóptero invertido.
Atenção especial deve ser dada à retirada dos equipamentos de
emergência e sobrevivência.

Afastando-se da aeronave sinistrada até um ponto seguro, os


passageiros devem seguir um plano detalhado para o embarque.

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Procedimento para Embarque no Bote Salva-vidas

Os passageiros devem estar em grupo próximo ao ponto de


acionamento.
Acionada a inflação do bote, os náufragos devem agarrar-se às
guirlandas mantendo-se rentes a estas. Para se proteger de condições
inóspitas imediatas, os botes são projetados para admitir o embarque
rápido quando estão 25% inflados, concorrendo também para essa
agilidade, a pressão adicional do cilindro de gases para enchimento
rápido, cujo excedente é automaticamente liberado por válvulas de
alívio.
Os mais habilitados e dispostos devem ser os primeiros a embarcar,
para ajudar os outros a subirem no bote.
Inicia-se a contagem das pessoas e, quando necessário, a procura de
sobreviventes.

Ações Vitais Iniciais


As condições adversas fazem suscitar naturalmente uma liderança
dentre os sobreviventes, o qual, por argumentos plausíveis, se fará
impor aos demais que seguirão as suas ordens e orientações. A
liderança deve apresentar preparo adequado a superar e administrar os
efeitos físicos e psíquicos negativos aos quais os náufragos poderão
estar submetidos.

As ações vitais iniciais constam basicamente do seguinte:


ƒ designar uma pessoa para verificar danos e providenciar reparos;
ƒ manter um vigia para observar unidades de resgate;
ƒ lançar âncora flutuante;
ƒ administrar primeiros socorros;
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ƒ distribuir comprimidos para enjôo;
ƒ controlar a ração;
ƒ instalar refletor radar e ativar EPIRB e TLE;
ƒ providenciar leitura dos manuais e familiarizar-se com os
equipamentos de sinalização e localização;
ƒ manter-se em boas condições bem como o equipamento;
ƒ manter os sobreviventes ativos e com o pensamento positivo e
ƒ fazer um plano.

Manuseio do Bote Inflável


É necessário que todos os itens de emergência sejam retirados do
helicóptero.

O kit de sobrevivência (palamenta) supre os sobreviventes com artigos


essenciais para manter a vida e a confiança, podendo ser usado em
conjunto com itens de emergência do helicóptero.

Apesar de os botes não serem os equipamentos mais confortáveis,


eles proporcionam proteção contra os elementos naturais e certo
conforto até o resgate.

Para assistir os sobreviventes a formularem um plano de ação de


sobrevivência o POLC ajuda a lembrar o processo:

P – Proteção contra os elementos naturais: feche o bote, jogue a


âncora;
O – Organização: leia o manual, faça um plano;
L – Localização: ative EPIRB, equipamentos;
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C – Conforto: mantenha-se o mais confortável possível, torça as
roupas, confie no bote e conserve-o sempre seco.

1.4.3. Palamenta
O equipamento a seguir está disposto nos botes para uso em situações
de emergência. Esse equipamento deve estar disponível conforme
determinado pelas exigências dos organismos internacionais. Os itens
da palamenta estão dispostos de acordo com as instruções do
Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA-135) e
consta dos seguintes itens:

- fole; - manuais de sobrevivência;


- bússola; - pó marcador de mar;
- canivete flutuante; - ração sólida;
- foguete de sinalização; - ração líquida – água
- cilindro de CO2; enlatada/ensacada;
- espelho sinalizador – metal/vidro; - saco para coleta de água;
- estojo de pesca; - tira de reboque;
- estojo de reparos; - tiras retro-refletivas;
- esponja; - âncora flutuante
- lanterna de mão; - aro flutuante;
- livreto de instrução; - par de remos.
- luz de localização;

Para auxiliar as unidades de busca (SAR) na localização dos náufragos,


consta na palamenta, para localização diurna, o pó marcador de mar e
para a noturna, os artefatos pirotécnicos. Algumas versões de

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aeronaves possuem uma rádio baliza de emergência como item da
palamenta.

1.4.4. Pirotécnicos
Os pirotécnicos representados pelos foguetes de sinalização e fachos
iluminativos devem ser manuseados com cuidado, pois eles podem ser
muito perigosos em mãos erradas, se usados fora das instruções ou por
brincadeiras impróprias. Leia previamente, sempre, as instruções
cuidadosamente e trate-os com respeito.

Foguete de Sinalização

Para situações que exijam que um sinal seja visto a média e longa
distância, o foguete pára-quedas deve ser usado. A cerca de 300m de
altura, ele libera um artefato que desce aceso suspenso por um pára-
quedas e queima durante, no mínimo, 40 segundos, produzindo luz
vermelha intensa – 30.000cd. A vantagem da altura é que ela aumenta a
distância e o sinal pode ser visto em boas condições de visibilidade até
uma distância de 41 milhas (75,9km). Entretanto uma parte da precisão
fica sacrificada, uma vez que o artefato é tocado pelo vento. Um foguete
pára-quedas nunca deve ser usado se aeronaves estiverem nas
proximidades, pois são uma ameaça à segurança das mesmas. Eles
poderão, no entanto, permitir que qualquer embarcação na área da
busca se oriente no rumo a seguir, aproximando-se dos sobreviventes
que podem, então, usar outros meios de atrair atenção. Apropriado para
o uso noturno, mas durante o dia em condições especiais, tais como dia
nublado, no amanhecer ou anoitecer, esse pirotécnico poderá ser
também utilizado com alguma eficácia.

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Facho Iluminativo Manual Luz Vermelha

Esse tipo de sinal pode ser usado também de dia, em condições


especiais, ou propriamente à noite para indicar posição a qualquer
unidade que possa prestar apoio de resgate que estiver razoavelmente
próxima aos sobreviventes.
O artefato queima como uma luz vermelha extremamente brilhante que
dura no mínimo 60 segundos, podendo ser vista, em boas condições de
visibilidade, até uma distância de 5 milhas (7,2 Km).

Produz, além da luz, fumaça e fagulhas incandescentes, portanto,


quando usá-lo em uma balsa inflável, faça-o a sotavento, evitando o
risco de furá-la com as fagulhas e, em todos os casos, afaste-o do rosto
e evite olhar diretamente para a chama que pode ser prejudicial aos
olhos e levar a uma cegueira temporária.

Se o resgate proceder de outra embarcação no mar, a eficiência de


qualquer artefato manual sob longas distâncias fica muito dependente
da altura das ondas e condições de visibilidade.

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As chances de resgate pelo ar, entretanto, aumentam com o uso desses
recursos.

Além dos artefatos sinalizadores, os náufragos podem ainda contar com


eficazes equipamentos eletrônicos de emergência existentes na
aeronave, que possibilitam a indicação de posição para o sistema de
busca e salvamento (SAR) com precisão absoluta. As balizas
eletrônicas indicadoras de emergência (EPIRB e TLE), estão integradas
ao Sistema Marítimo Global de Socorro e Segurança (GMDSS)

1.4.5. EPIRB

É um rádio baliza flutuante indicador de posição que


emite automaticamente sinais de socorro em
freqüência pré-determinada, captados por satélites,
permitindo a identificação da embarcação pelo sinal
codificado e a sua localização.

A EPIRB equipa embarcações, plataformas e algumas


aeronaves.

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No caso de abandono da aeronave, a EPIRB deve ser levada acionada
manualmente e deixada flutuando, presa ligeiramente afastada do bote
inflável.

Entretanto, em casos que não seja possível esse acionamento, em


algumas aeronaves, durante o afundamento, esta será liberada por
sistema hidrostático, por flutuação livre, momento em que começa a
transmitir automaticamente.

Especificamente designada para detecção de satélite, a EPIRB reúne


enormes aperfeiçoamentos que, além da sua cobertura global, permite a
inclusão de dados codificados que podem informar o país de origem da
unidade em perigo, identificação, precisão de localização de 3 Km ou
mais

Existem muitos tipos de rádio-sinais disponíveis, sendo todos similares


em operação. É, entretanto, aconselhável que você se familiarize com o
tipo disponível em sua instalação e verifique, em intervalos regulares, se
o nível da bateria está correto e se o aparelho está funcionando bem.

1.4.6. Transmissor Localizador Eletrônico

Para o nosso estudo, a baliza eletrônica mais importante é a conhecida


por TLE OU ELT que equipa todas as aeronaves.

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Essa baliza utiliza a freqüência 406 Mgz, que envia sinais indicativos de
pedido de socorro para os satélites do sistema. SAR, que formaliza a
emergência e proporciona a orientação para as unidades de busca.

1.4.7. Transmissor Localizador Portátil (PLB)


Em regiões de extremo rigor de dificuldade para se localizar pessoas,
usa-se a baliza portátil PLB.

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2. RISCOS EM OPERAÇÕES SOBRE A
ÁGUA
O lado esquerdo do triângulo de segurança relaciona-se ao risco.
Como passageiro você precisa ter conhecimento dos tipos de riscos a
que está exposto:
ƒ ambientais;
ƒ emergências no helicóptero;
ƒ fatores causadores de fatalidades;
ƒ problemas de escape com o helicóptero submerso.

2.1. Riscos Ambientais


A condição meteorológica é um tipo de risco ambiental que interfere
frontalmente na segurança do vôo de aeronaves, por isso é preciso
estar bastante atento. A baixa visibilidade decorrente de nuvens baixas,
nevoeiro ou temporal influenciará na decisão de realizar um vôo.

Os instrumentos meteorológicos sofisticados atuais contribuem


substancialmente para reduzir uma das causas diretas de queda. A
baixa visibilidade é uma causa potencial que pode causar dificuldade ao
piloto. Havendo necessidade de realizar o vôo, este pode ser operado
por meio do recurso IFR, que utiliza instrumentos especiais de vôo e
navegação.

Ao entrar em um helicóptero é necessário familiarizar-se imediatamente


com a localização das saídas, formas de chegar a elas e o que fazer
caso surja uma emergência.

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O estado do mar que prevalece no momento da queda pode afetar a
estabilidade do helicóptero. Os pesos do motor, da transmissão e do
rotor principal, localizados na parte alta da aeronave, elevarão o seu
centro de gravidade, antecipando a probabilidade de inversão do
helicóptero.

2.2. Emergência no Helicóptero


O piloto é provavelmente a primeira pessoa a observar um problema
com o helicóptero. Suas orientações podem ajudá-lo na ocorrência da
emergência.

As emergências que mais afetam a operação de helicópteros são:


ƒ operações de vôo – falha do motor (auto-rotação);
ƒ falha de sistema – hidráulico e mecânico ou de lubrificação;
ƒ falha mecânica – vibrações incomuns;
ƒ fogo no helicóptero – motor ou cabine
ƒ nunca jogue nada da cabine ou ejete janela ou porta durante o vôo,
exceto quando orientado pelo piloto do helicóptero.

2.3. Fatores Causadores de Fatalidades Pessoais


Em muitos acidentes as pessoas sobrevivem ao impacto da colisão,
mas depois perecem por razões menores que, se observadas,
poupariam muitas vítimas no acidente:

ƒ cinto fora de posição – problemas com prisão no cinto;


ƒ evacuação desordenada – aguarde as instruções da tripulação;
ƒ desorientação embaixo d’água – perda de visão, senso de balanço,
gravidade e orientação;

26
ƒ problemas com os mecanismos de saída primária e alternativa –
reconhecer e saber operar esses mecanismos prevenirá o
surgimento de problemas na escape da aeronave;
ƒ afogamento;
ƒ exposição aos elementos naturais do mar.

27
3. PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIA
O Procedimento forma a base do triângulo. Ele dá orientação tanto para
quando o helicóptero que está estabilizado sobre a água ou quando
invertido.

Desde o momento em que o piloto do helicóptero declara “Emergência


no Helicóptero” até que você tenha adotado a posição de impacto,
lembre-se do seu check list e aja de acordo.

Há dois cenários possíveis:


ƒ Queda com aviso: notícia com mais de 60 segundos;
ƒ Queda sem aviso: queda súbita - preparar para impacto.

3.1. Queda com Aviso


A checagem pré-queda consiste de cinco passos. Eles são designados
para prevenir problemas e eliminar riscos a
você e outros passageiros, preparando a todos
mentalmente para a queda. Os passos são:
ƒ cinto de segurança: afivelado e seguro;
ƒ saídas: saiba como alcançar as saídas;
primária e alternativa, com os olhos
fechados, visualize a operação do mecanismo de abertura;
ƒ objetos soltos: assegure-se de que nenhum objeto tais como: óculos,
canetas, dentaduras esteja solto, caso contrário, ele pode se
transformar em um projétil. Devem ser colocados dentro da
vestimenta ou sob as pernas;

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ƒ colete salva-vidas: confira se o acionador de inflação está livre e é de
fácil manuseio. Não o infle até que você esteja na superfície. Se ainda
utilizar o do tipo pochete, as sobras de cinto devem ser enroladas para
evitar que se prendam impedindo o escape.

Em condições normais, o colete deve ser preferencialmente inflado na


superfície, situação que favorece o náufrago afastando-se para se livrar
de perigos existentes na superfície (combustível derramado que pode
incendiar-se ou destroços da aeronave atingi-lo).

Nunca infle o colete quando ainda a bordo


da aeronave, caso contrário o escape da
cabine pode ser dificultado por obstrução
ou dificuldade de mergulho para saídas
abaixo com esta cheia d´agua.

Todavia algumas dificuldades específicas podem ser superadas com o


acionamento subaquático do colete:
ƒ escape profundo – retarda a chegada à superfície, pode ser que o
náufrago não tenha fôlego suficiente para emergir;
ƒ escape à noite ou em águas turvas – a dificuldade de orientação para
a superfície é atenuada pela ascensão natural do colete inflado e
ƒ inabilidade natatória do náufrago.

Nestes casos, se houver fogo na superfície, o único recurso é abrir uma


clareira por meio de movimento circular enérgico dos braços, sempre
avançados, para restabelecimento da respiração de fôlego e afastar-se
mergulhando.

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Posição de Impacto: confortavelmente ajustado ao corpo o cinto de
segurança minimiza os efeitos do impacto. Qualquer que seja o tipo de
cinto, assume-se as posições abaixo para minimizar os danos do
impacto decorrente do efeito pêndulo. O cinto previne desorientação,
garantindo a referência para as saídas primárias e alternativas.

3.1.1. Abandono na Superfície


Os procedimentos para abandono na superfície devem seguir as regras
básicas de evacuação da aeronave.

Estudos em todo o mundo mostram que ainda ocorrem problemas nas


evacuações até quando os helicópteros mantêm-se relativamente
estáveis e flutuando. O pânico contagiante contribui para que
evacuações seguras transformem-se em desastres.
Se uma evacuação é conduzida corretamente e de maneira controlada,
as chances para uma saída rápida do helicóptero para o bote inflável
são boas.
É importante ter em mente que sempre há chances de um helicóptero
que flutua na posição correta inverter-se rapidamente.

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Os pontos a seguir devem ser considerados ao executar o abandono na
superfície:

Pouso forçado sob controle

ƒ mantenha-se sentado com o cinto de segurança atado;

ƒ aguarde instruções da tripulação;

ƒ quando autorizado, libere o cinto de segurança e mova-se para a


saída escolhida;

ƒ acione saídas primárias (portas) ou alternativas (janelas);

ƒ cheque se não há movimento dos rotores;

ƒ lance ou conduza botes infláveis;

ƒ retire e conduza os equipamentos eletrônicos de emergência


(TLE/ELT, EPIRB);

ƒ saia ordenadamente para os botes;

ƒ inicie as ações vitais iniciais.

É muito difícil um helicóptero sofrer uma queda, o mais provável é e que


aconteça um pouso de emergência.

As estatísticas mostram que existe de 80% a 90% de chances de se


sobreviver a um pouso forçado no mar, bastando para isso manterá
calma e seguir as instruções da tripulação.

Faz parte do seu plano de sobrevivência manter-se atento e alerta a


tudo relativo ao vôo desde como e quando chegar ao aeroporto até o
desembarque. Não durma durante o vôo, pois um despertar súbito não
31
lhe dá instantaneamente o correto discernimento sobre o que está
acontecendo em um caso de queda sem aviso.

- não saia do helicóptero até que o movimento do


rotor tenha cessado.

- não infle, sob nenhuma circunstância, o colete


salva-vidas. Espere até sair do helicóptero.

- o helicóptero deve ser mantido o mais estável e


balanceado possível. Qualquer desequilíbrio de
peso pode levá-lo ao emborcamento.

- evacuação desordenada pode gerar pânico,


gerando desequilíbrio de peso.

Após o abandono, se for preciso ir diretamente para a água, os


seguintes pontos devem ser observados:
ƒ os equipamentos eletrônicos de emergência devem ser retirados e
conduzidos até mesmo numa imersão invertida;
ƒ quando sair do helicóptero tente localizar sobreviventes e junte-se a
eles. Não é recomendável ficar sozinho no mar;
ƒ uma vez em grupo, adote a formação Círculo de Sobrevivência;
ƒ procure qualquer objeto que possa ajudar na flutuação. Alguns
assentos de aeronaves são adequados a esse auxílio. Partes do
vestuário (camisas, calças ou macacões) também podem ser usadas;
ƒ se estiver só, adote a posição HELP.

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3.2. Queda sem Aviso
Lembre-se que discutimos que há fases críticas de vôo, sobretudo as
que se verificam nas aproximações ou partidas da instalação. Nesses
momentos - pousos e decolagens (alta propensão a acidentes) - é
improvável que o piloto tenha tempo suficiente para avisar os
passageiros. Ao tornar-se óbvio que a queda acontecerá, adote a
posição de impacto até que o helicóptero se choque com a água.

3.2.1. Inversão do Helicóptero


Em um pouso forçado no mar é muito pouco provável que o helicóptero
fique estabilizado sobre a água, uma vez que o seu centro de gravidade
fica muito alto devido ao peso dos motores, rotor principal e
transmissão. Não há qualquer possibilidade de controle de estabilidade,
e as condições do mar previamente já garante essa certeza. Fique
preparado, portanto, para as ações relativas a inversão do helicóptero
Escape Submerso

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Caso o helicóptero inverta, siga os passos descritos a seguir:

ƒ se o helicóptero permanecer estabilizado sobre a água as ações serão


empreendidas ou dirigidas pela tripulação;
ƒ os equipamentos de segurança e sobrevivência devem ser removidos
e colocados perto da saída escolhida. Para um abandono sobre o
mar, às amarras do bote inflável devem primeiramente ser soltas e
depois desdobradas.

3.3. Escape Submerso


É muito comum que a aeronave ao sofrer o impacto vire por completo.
No entanto, mantendo a calma e seguindo os procedimentos descritos
no item anterior, é possível lidar com essa emergência tão delicada.

esperar - referência - abrir saída – cinto de segurança – saída


ƒ espere até que todo movimento tenha cessado, a cabine do
helicóptero tenha se enchido de água – respiração profunda e
relaxante;
ƒ estabeleça um ponto de referência para a saída – mantenha-se
orientado um ponto fixo – cinto afivelado;
ƒ solte e lance a porta ou janela de saída – segure-se à saída;
ƒ libere o cinto de segurança;
ƒ saia do helicóptero puxando-se para a saída sem nadar.

Uma vez na superfície, cuidado com destroços e combustível. Inicie os


procedimentos de sobrevivência.

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Prezado treinando,

O presente manual serviu para o acompanhamento do Curso HUET.


Mantenha-o como um precioso arquivo técnico, realizando freqüentes
leituras ou consultas para retenção dos conceitos aqui apresentados.

Em segurança, por mais que saibamos, nunca saberemos o suficiente,


mas esse pouco deve ser partilhado. Seja um multiplicador, transmita o
que você aprendeu nos treinamentos, simulados a bordo e até nas
conversas informais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IMO Search and Rescue Manual

International Safety Management Code

Manual do Curso Básico de Segurança Industrial – BSI – Consórcio


M&O Sampling

Manual Internacional Aeronáutico de Busca e Salvamento (IAMSAR)

Manual de Proficiência em Embarcações de Resgate – Consórcio M&O


Sampling

Safety of Life at Sea (SOLAS)

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