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PARTE IV – HUET

SUMÁRIO PÁGINA

CONCEITOS BÁSICO
1. Introdução 160
2. Objetivo 160
3. Pequeno Histórico da Exploração de Petróleo 161
4. Análise de Riscos 161
5. HUET 161
6. Procedimentos Antes e Durante o Vôo 162
7. Tipos de Acidentes com Helicópteros 164
8. Ações Imediatas após o Acidente 164
9. Ações após Abandonar a Aeronave - Náufrago na Água 165
10. Resgate de Helicóptero 166
11. Conclusão 169

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1 INTRODUÇÃO

A exploração de petróleo offshore oferece riscos inerentes à própria atividade,desde o


meio de transporte empregado para conduzir o Petroleiro ao seu local de trabalho, assim
como, na exploração de petróleo propriamente dito. Isso leva à necessidade de serem
realizados treinamentos emergenciais com o propósito de minimizar ou até anular as
conseqüências destes riscos. O treinamento de escape de aeronave submersa é um deles.
E porque o treinamento em questão se torna importante para os profissionais do petróleo?
Veja o que diz o Instrutor de Técnicas de Sobrevivência da Força Aérea Britânica, o psicólogo
inglês John Leach que investigou cientificamente o assunto.
Especializado em Neurociência, e, aos 55 anos sendo 25 deles dedicados a esse estudo,
em suas pesquisas conseguiu entender porque muita gente fica paralisada numa emergência.
O que ocorre é que o nosso cérebro não funciona plenamente quando mais precisamos
dele.
No momento em que as vítimas de um acidente percebem a tragédia, elas perdem, no ato,
sua capacidade cognitiva, ou seja, a capacidade de raciocinar. Isso porque a área responsável
pela maior parte do raciocínio reduz drasticamente sua atividade. Sem ela, restam apenas
reações automáticas. Isso ocorre com todo mundo e até mesmo com aquelas pessoas de
mais sangue frio no dia a dia.
As pessoas têm reações diferentes em situação de perigo, porém, isto não significa que
estejam racionais. Muitas tomam a decisão certa por pura sorte; outras fazem isso
mecanicamente, sem o uso do intelecto. São aquelas que vivenciaram uma situação de
emergência antes ou passaram por algum treinamento.
Isso faz muita diferença na hora de um acidente. Basta dizer que, para uma pessoa treinada,
o intervalo de tempo entre a percepção do perigo e a reação do corpo é de apenas 100
milésimos de segundo; para a maioria dos mortais, o mesmo processo leva no mínimo 10
segundos. Esses milésimos de segundo representam o salvamento de uma vida.
Daí decorre a necessidade de um bom treinamento na Helicopter Underwater Escape Traning
(HUET), equipamento de extrema importância para as pessoas que são aerotransportadas
sobre o mar.
Aqueles que já tiveram a experiência real, ou mesmo o treinamento simulado, são unânimes
em afirmar que as possibilidades de salvamento são extremamente aumentadas, com o
conhecimento prévio da situação e das regras de escape.
Estatísticas da Marinha dos Estados Unidos provam que antes da ampla utilização desses
equipamentos, 32% das vítimas de acidentes em que o helicóptero submergia,
afogaram-se.
Essas tragédias, é importante registrar, ocorreram com o helicóptero logo abaixo da superfície,
mas a desorientação e o pânico foram suficientes para impedir o escape.

2 OBJETIVO

O objetivo do treinamento de escape em aeronave submersa é o de capacitar o aluno a


evadir-se de forma coordenada do interior de um helicóptero após o pouso ou queda n’água
seguido de um tombamento.

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3 PEQUENO HISTÓRICO DA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

O interesse econômico pelo petróleo teve início no começo do século XIX, ao ser utilizado
como fonte de energia, substituindo o gás proveniente da destilação do carvão vegetal,
para iluminação pública, o chamado petróleo iluminante.
Este novo emprego fez surgir, além de uma das mais ricas indústrias do planeta, uma nova
e importante metodologia de crescimento, o uso da ciência nas atividades fabris.
No Brasil, as primeiras tentativas de encontrar petróleo datam de 1846, mas apenas em
1897, o fazendeiro Eugênio Ferreira de Camargo perfurou na região de Bofete (SP) o que
foi considerado o primeiro poço petrolífero do país.
Entre as principais tentativas de órgãos públicos organizarem e profissionalizarem a atividade
de perfuração de poços no país estão a criação do Serviço Geológico e Mineralógico do
Brasil (SGMB) em 1907. Durante a década de 30, já se instalava no Brasil uma campanha
para nacionalização dos bens do subsolo.
Em 1939 o governo de Getúlio Vargas instalou o Conselho Nacional do Petróleo (CNP).
Em 1953, a Lei 2004 instituiu a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras).
Com a criação da Petrobras o Brasil saiu do “zero”, já que a indústria era praticamente
inexistente.
Até 1968 os esforços eram concentrados na região Amazônica e no Recôncavo Baiano, no
entanto, desde 1950 devido às análises geográficas havia o conhecimento de que o país
possuía reservas de petróleo em profundidade marítima, ainda sem saber em quais locais
ocorria.
A confirmação ocorreu pela descoberta do primeiro poço offshore (1968) no campo de
Guaricema (SE), e a primeira perfuração, também em 1968 na Bacia de Campos (RJ).
Para que o Brasil pudesse entrar nesta segmentação da indústria do petróleo, por ter uma
profundidade média de seus poços superior aos 1.000 Metros, a necessidade de desenvolver
novas tecnologias era a única opção.
Depois de tomada a decisão a Petrobras iniciou uma trajetória original, através do sistema
de produção flutuante.

4 ANÁLISE DE RISCOS

Através da identificação e mapeamento das Ameaças e vulnerabilidades decorrentes do


embarque através do vetor aéreo, somos levados a analisar três fontes principais, que nos
obrigam a gerenciar este risco através de medidas mitigatórias e/ou eliminatórias, a saber:
a Avanço tecnológico na perfuração de petróleo versus ambiente hostil.
b Backgroud histórico do treinamento de HUET no mundo e no Brasil.
c Análise estatística de segurança de vôo.

5 HUET

Os treinamentos de HUET vêm comprovadamente através das estatísticas, salvando vidas


ao redor do mundo.
O treinamento de escape em aeronave submersa condicionará o tripulante a determinados
procedimentos que serão importantes para seu salvamento, tais como, sempre verificar a
janela ou a porta mais próxima pela qual seja possível o abandono da aeronave e a rota a
seguir para alcançá-la.
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Porque o modelo da MULTILINK?


Módulo de treinamento /maquete, de concepção Canadense, de funcionamento manual,
que de acordo com a filosofia de segurança operacional, mitiga e/ou elimina todos os riscos
decorrentes da simulação.
Convém ressaltar, que os treinados mergulham na piscina e procuram boiar. Isso tem o
propósito de mostrar a dificuldade de boiar com roupa e sapato.
Vale ratificar, que após o briefing na piscina de posicionamento e da discrição do exercício,
são realizados quatro mergulhos no módulo, simulando as mais diversas possibilidades de
emergência subaquática, como travamento de portas, sendo o último com olhos vendados
para simular situação com baixa visibilidade.

6 PROCEDIMENTOS ANTES E DURANTE O VÕO

Corroborando com tudo o que foi dito até o presente momento, é inegável observar que
para a sobrevivência ante a emergência aeronáutica sobre o mar, os procedimentos antes
e durante o vôo fazem diferença.
Ao ensejo da conclusão deste item, elencam-se abaixo, alguns tópicos de suma importância:
1 A atenção ao Briefing de Operações Aéreas, antes do embarque.
2 Utilizar corretamente o cinto de segurança.
3 Ter atenção ao uso correto do colete salva-vidas.
4 Estar sempre em atenção durante todo o vôo, logo é indubitável cumprir a
recomendação de NUNCA DORMIR EM VÔO.
Neste caso os procedimentos para evadir-se da aeronave serão bastante prejudicados.

Como muito bem leciona o neurocientista Cannon, na descrição da Síndrome de Emergência,


em momentos de “stress”, as glândulas supra-renais secretam quantidades abundantes
de adrenalina que prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração,
eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos e contrai outros.

Quando lançada na corrente sanguínea, devido a quaisquer condições que ameacem a


integridade física do corpo (fisicamente ou psicologicamente, medo), a adrenalina aumenta
a frequência dos batimentos cardíacos (cronotrópica positiva) e o volume de sangue por
batimento, eleva o nível de açúcar no sangue (hiperglicemiante), maximiza o fluxo sanguíneo
para os órgãos vitais no momento, tais como cérebro e pulmões, assim como para a
musculatura e “queima” gordura nas células adiposas.

Isto faz com que o corpo esteja preparado para agir instantaneamente de forma vigorosa,
logo se estivermos dormindo durante o vôo, tal síndrome não se desenvolverá.

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7 TIPOS DE ACIDENTES COM HELICÓPTEROS

Podemos dizer que existem 3 tipos de acidentes com helicópteros quando em vôo sobre o
mar, a saber:
1. Pouso n’água controlado - AMERISSAGEM
2. Entrada n’água voando com controle
3. Entrada n’água sem controle

8 AÇÕES IMEDIATAS APÓS O ACIDENTE

1 Posicione a mão guia no teto/janela e com a outra mão abra as portas através do dispositivo
de ejeção das portas de emergência.
2 Com a mesma mão, soltar o mecanismo do cinto de segurança e suspensório se tiver
usando.
3 Sair da aeronave com a mão guia. Ao subir erga os braços acima da cabeça de modo a
não colidir com alguma peça que por ventura esteja flutuando, e, ao chegar à superfície
inflar o colete salva-vidas (se a superfície não estiver incendiada)

ATENÇÃO:
1. NÃO INFLE O COLETE-SALVA-VIDAS DENTRO DA AERONAVE
Inflar o colete salva-vidas no interior da aeronave poderá impedir a sua saída pela janela
de emergência.

2. NÃO SOLTE O CINTO DE SEGURANÇA.


Aguarde o fluxo de entrada d’água cessar,assim como o giro da aeronave.Espere a
parada dos movimentos bruscos da aeronave. Tão logo os rotores parem ou o helicóptero

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submerso fique relativamente estável, solte o cinto de segurança e suspensórios e rume


para a saída pela rota planejada.

3. Não entrar em pânico. MANTENHA A CALMA


Isto será de suma importância, pois a situação dentro de um helicóptero acidentado no
mar pode facilmente conduzir ao pânico, diminuir sensivelmente as possibilidades de
abandono.
A desorientação e a falta de ar dificultam o raciocínio.

9. AÇÕES APÓS ABANDONAR A AERONAVE

NÁUFRAGO NA ÁGUA
Para o náufrago na água as prioridades PROTEÇÃO E LOCALIZAÇÃO permanecem as
mesmas. O perigo é a perda do calor. A temperatura da água do mar estando abaixo de
33ºC o corpo perde calor para água.
Após abandonar a aeronave o sobrevivente deverá ter o seguinte procedimento:
• Ao atingir a superfície, inflar o colete salva-vidas. Caso ele não infle, fazê-lo oralmente;
• Afastar-se da aeronave, pois a mesma ao afundar poderá arrastar o sobrevivente.
• Agrupar-se imediatamente amarrando as balsas uma às outras.
• Se existir somente um bote salva-vidas, trazer os demais passageiros para dentro do
mesmo lançando os cabos para puxá-los.
• Aplicar primeiros socorros nos que estiverem com algum ferimento.
• Permanecer vestido, mesmo com a roupa molhada para diminuir a perda de calor e a
exposição ao sol e a agentes químicos acarretando em queimaduras.
• Mantendo-se agrupados será mais fácil o grupo ser avistado pelas aeronaves de busca,
como também, os sobreviventes ficarão psicologicamente em melhor estado.
• Movimentar-se o mínimo possível para reter energia e calor.
• A posição que propicia a menor perda de calor é denominada POSIÇÃO HELP. Pernas
flexionadas e cruzadas de encontro ao peito, e os braços envolvendo o colete salva-
vidas.

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Havendo mais de um náufrago na água a prioridade será ficar juntos:


• Reduzirá a perda de calor.
• Tornar um alvo mais visível.

10. RESGATE DE HELICÓPTERO

O helicóptero freqüentemente é uma parte importante na operação de resgate. Eles podem


chegar rapidamente no local da emergência, principalmente quando as distâncias de terra
são significativas, estando dentro de sua autonomia.

O helicóptero poderá utilizar: Alça de Salvamento (SLING), Cesta de Salvamento, Puçá


de Salvamento e a Padiola de Salvamento.

 ALÇA DE SALVAMENTO (SLING)


Cuidados que devem ser tomados quando do resgate por helicóptero:
• Deixar o cabo do guincho tocar a água para que seja feita a descarga da energia estática.
• Durante a subida não retire o colete salva-vidas.
• Tente evitar o giro do corpo abrindo as pernas
• Não tente ajudar o tripulante ao embarcar. Haverá sempre um mergulhador para ajudar
o sobrevivente na subida;
• Este é um tipo resgate por alça. Aproxime a alça de forma que a mesma permaneça
entre você e o içamento.
• A alça deverá ser colocada sob os braços e as correias apertadas.

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 PUÇÁ

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 CESTA DE SALVAMENTO

 MACA DE SALVAMENTO

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11. CONCLUSÃO

Ao ensejo da conclusão desta apostila, é sobremodo importante assinalar que nunca


devemos esquecer os itens abaixo:
 NÃO DURMA EM VÔO.
 MANTENHA A CALMA A QUALQUER CUSTO.
 NÃO INFLE O COLETE DENTRO DA AERONAVE.
 CINTOS DE SEGURANÇA SEMPRE AJUSTADOS.

NINGUÉM É SOBREVIVENTE ATÉ QUE SEJA SALVO!!!!!


APENAS OS TOLOS NÃO RESPEITAM O MAR, E SOMENTE OS
TOLOS NÃO SE PREPARAM E NÃO USAM OS EQUIPAMENTOS
NECESSÁRIOS PARA ENFRENTAR TAIS EVENTUALIDADES.

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