Antes, a responsabilidade civil tinha na culpa um de seus grandes pilares.
Com o afastamento da culpa como elemento essencial da responsabilidade civil, a ausência de
nexo causal passou a ser, junto com a comprovação de inexistência de dano, uma das principais linhas de defesa daqueles que respondem objetivamente pelos danos causados.
No entanto, não demorou para doutrina e jurisprudência se atentarem que o fundamento da
responsabilidade civil baseada no risco não se compatibilizava com estas excludentes. Isto porque, uma vez que nestes casos a responsabilidade objetiva se baseia na ideia de seguro coletivo, não demonstrava-se razoável que a parte que o agente econômico se eximisse de responsabilidade pelos riscos prováveis que expressamente assumiu dentro do escopo de sua atividade econômica.
Neste sentido, em casos em que a responsabilidade se baseia no risco, passou-se a adotar
doutrina desenvolvida por Josserand, e no Brasil importada por Agostinho Alvim, que divide o caso fortuito nas modalidades interno e externo