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7
estratégias para
ter o maior retorno
possível dos links
patrocinados
• A agência ideal • Anúncios que funcionam
• Quanto gastar • A personalização
• O canal adequado • As palavras certas
• Como medir o resultado
Adriane Zagari,
da HZ: mão de obra
especializada para
o Salão do Automóvel
o fantástico
mercado
de eventos janeiro 2013 | edição 57 | R$10,90
As grandes oportunidades em 2013 para vender
produtos e serviços em eventos de entretenimento,
negócios e relacionamento
22
PME 57 - SUMARIO.indd 4
Empreendedores da
reportagem de capa: não
faltam oportunidades para
fazer negócios no setor
de eventos durante 2013
1/10/13 7:20:08 PM
8 Carta ao Leitor
9 Rede Social Exame PME
10 Exame PME na Internet
64 Vendas
Como defnir uma
política de remuneração que estimule
14 Cartas os vendedores — próprios ou
representantes — a alcançar as metas
Capa
22 Eventos EspECial
O caminho para as pequenas
e médias empresas aproveitar
a expansão do setor para vender
70 Internacionalização
As histórias de cinco
pequenas e médias empresas
produtos e serviços para grandes brasileiras que estão ganhando
espetáculos, congressos, feiras e outros dinheiro na África, cuja economia
eventos de negócios cresceu 5% ao ano na última década
24 Negócios livros
82
O que fazer para participar Empreendedorismo
50
do mercado de feiras, convenções Em Te Real Problem Solvers,
e outros eventos corporativos empreendedores contam
como criaram negócios sociais
30 Relacionamento que atacam as mazelas da humanidade Júlio Maia,
Como fornecer para eventos
de relacionamento com clientes, da Cabletech:
sEçõEs
fornecedores e funcionários a expansão
aconteceu
com capital
36 Entretenimento 17 Para Começar próprio
As oportunidades do mercado
de shows, que deve crescer mais 44 Grandes Decisões
de 30% nos próximos quatro anos A revendedora de painéis solares
Neosolar pode crescer mais rápido
EmprEsas depois de uma nova norma do
48 Expansão
O empreendedor catarinense
Marcio Ferreira transformou a
governo. Os sócios precisam escolher
para que público preferem vender
50 Finanças
Como os sócios
da Cabletech conseguiram melhorar
na capital. Em 2012, sua empresa,
a fabricante de sofwares Resource,
faturou mais de 300 milhões de reais
a produtividade e ganhar mercado
ao reinvestir todo o lucro obtido 59 Na Prática
nos primeiros 15 anos da empresa Se faltar planejamento, vendedores
e empreendedores correm o risco
mundo
44
de chegar a 2014 no maior bagaço
54 Sustentabilidade
Os empreendedores Logan
Green e John Zimmer, fundadores
67 Para Pensar
A chateação de lidar com clientes que
da americana Lyf, conseguiram devem, não pagam e não estão nem aí
juntar passageiros que não encontram
táxis e motoristas que circulam com 80 Inovação&Tecnologia
fotos fabiano accorsi
assentos vazios
86 Por Dentro da Lei
FazEr mElhor Raphael Pintão e seu
irmão Pedro, da
60 Marketing
O que deve ser levado
em conta na hora de montar uma
88 Onde Encontrar
90 Abaixo dos 40
Neosolar: público certo
estratégia de divulgação com links Florian Hagenbuch, da Printi, que CAPA | Foto Daniela Toviansky/Maquiagem
patrocinados em sites de busca vende cartões e folhetos pela internet e cabelo Élcio Farias (Maizena) Ag. First
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Presidente Executivo: Fábio Colletti Barbosa
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meu coração
é africano
Q uando o editor Gladinston silvestrini suge-
riu que a nossa revista publicasse uma reporta-
gem sobre os muitos bons negócios que as pequenas e
médias empresas brasileiras podem fazer na África, nem chegamos
migo apenas uma mochila e me hospedei em casas de habitan-
tes locais. Peguei malária, que foi tratada por lá mesmo.
Metas
A utilidade
Livros do marketing
Qual é a importância
Preços do marketing para
o crescimento de uma
Estratégia pequena ou média
empresa? Os autores
Custos das três melhores
respostas ganharão
Clientes
um exemplar do
livro Marketing para
Escambo
Franquias, dos
autores Denis Santini
Exportação
e Filomena Garcia.
Inovação
Internet
Vendas
entregar
Marcas Tarcio Blanco é dono
de uma loja virtual
Gestão de artigos esportivos
em Campinas. Ele quer
E o prêmio vai para... Pessoas saber qual é a melhor
Uma discussão sobre como premiar forma de fazer as
vendedores gerou muito interesse.
Sócios entregas dos produtos.
O empreendedor cearense Dermeval “Muitos itens ficam
e-commerce
Francisco disse que, na sua empresa, caros demais se forem
o pessoal de vendas decide que prêmios despachados pelo
Franquias
quer ganhar. “Eles podem escolher desde correio”, diz. Alguns
cursos de aperfeiçoamento até tablets”, diz. membros disseram que ele deve
Cobrança
O paulista Waldir Santos disse que, na sua procurar uma transportadora
empresa, preferem o prêmio em dinheiro. especializada em poucos volumes.
Agronegócio
A vez da África
A economia africana vem crescendo 5% ao ano
na última década. As empresas que vendem
produtos para o consumidor final devem faturar
cerca de 400 bilhões de dólares até 2020.
Veja três estudos que dão uma dimensão
do potencial do continente que está chamando
a atenção de empreendedores do mundo inteiro.
> INFRAESTRUTURA
Dados mostram que países como a África do Sul
investiram muito para receber grandes projetos.
> mERCADO CONSUmIDOR
Uma pesquisa confirma que é crescente
o número de consumidores no continente.
> DESENVOLVImENTO ECONÔmICO
Projeções indicam um futuro promissor para uma
economia que vem ganhando destaque no mundo.
para o lançamento
fabiano accorsi
de produtos, congressos,
Renato Pinto, da
Proeng: investimento
feiras e outros tipos
de evento de negócios.
Negócios
hiperlocais
Excelente a reportagem de capa da última
edição de Exame PME (A Era da (Hiper)
Localização, dezembro). Usadas de forma
incipiente por muito tempo, as
ferramentas de localização geográfca
evoluíram e ganham cada vez mais
importância nas estratégias de
marketing das empresas. O conteúdo
que atualmente pode ser acessado
em tablets e smartphones conectados
à internet tornou-se a versão
moderna, ampliada e atualizada
das antigas listas amarelas.
André Damasceno
O Melhor do Marketing — Vitória, ES
@omelhordomkt
Ao cruzar dados sobre o comportamento sei a prospectar novos clientes entre as com- des mais urgentes nas quais estou envolvido.
dos consumidores e a região onde eles mo- panhias ligadas ao agronegócio (Em Fase de Tudo isso me ajuda a focar no “como fazer” e
ram, é possível fazer recomendações de com- Engorda, dezembro). Há um bom potencial não no “o que fazer”.
pra bastante certeiras. Recentemente, minha de crescimento nesse setor, que precisa inves- Jailson Roberto Alves | IGO
empresa criou um aplicativo para celulares e tir em profssionalização e em controles mais — Joinville, SC
tablets que ajuda os clientes a localizar ofertas rígidos para cumprir exigências feitas por contato@igogestaointeligente.com.br
em lojas e restaurantes de shoppings. seus compradores internacionais e atender a
José Paulo Pinto | GPshopping legislação socioambiental.
— São Paulo, SP Saulo Mattos Riether processos chatos
@GPshopping — Americana, SP Sempre contratei empresas para fazer a lim-
peza e a segurança do escritório de minha
A reportagem sobre hiperlocalização me deu agência de marketing (Chatice Terceirizada,
a ideia de divulgar meus serviços de consul- só com muita disciplina dezembro). Para evitar problemas, procuro
toria por mensagens de texto para empresas Hoje, há muitos aplicativos para tablets e pesquisar o histórico dos fornecedores para
do interior de São Paulo, região onde traba- smartphones para ajudar a administrar a saber se cumprem as leis trabalhistas e têm
lho. Agora, vou buscar um fornecedor que agenda (Compromissos na Palma da Mão, estrutura adequada para prestar os serviços.
possa me ajudar com essa nova estratégia. Inovação & Tecnologia, dezembro). Eu utilizo Ricardo Corrêa | Siteina
José Luiz Messias | JPL alguns, mas acredito que o mais importante — São Paulo, SP
— Pindamonhangaba, SP para quem quer se organizar é a disciplina, ricardo@siteina.com.br
sem a qual não há tecnologia que dê jeito.
Daniela Toviansky
vendas
rubensvieira.com
Fernanda nudelman
pto de Contato – São Paulo, SP
Informações
privilegiadas
A ideia A publicitária
Fernanda Nudelman,
de 31 anos, dona da Pto
ana Paula Paiva/valor/FolhaPress
de Contato — empresa
que ganha dinheiro
administrando espaços
em escritórios coletivos
—, reuniu dados como
telefone e e-mail de
seus clientes. “Uso essa
agenda para fazer
recomendações de uns
para os outros”, diz ela.
“Isso movimenta os Peter Ostroske, Andre Beisert e Helena Linhares, do olook: vitrine diferente para cada consumidor
negócios, o que é bom
para a minha empresa.” ComérCio ElEtrôniCo
A lista passou a ser
requisitada por muitas
pessoas que não eram
Como descobrir o que o cliente deseja
clientes. Em 2012, Em 2011, ao fundar o site que as clientes devem revelar da cliente. “O sistema tam-
Fernanda passou olook, que vende sapatos, preferências em corte de ca- bém ajudou a gerenciar me-
a cobrar mensalidade bolsas e acessórios femininos, belos, moda, entre outros as- lhor os estoques”, diz Helena.
pelas consultas. os sócios Peter Ostroske, de pectos ligados à aparência. “Passamos a comprar mais
30 anos, Andre Beisert, de 33, Um software analisa as res- peças de cores vibrantes, por
Pró A lista poderia e Helena Linhares, de 35, ti- postas e as compras feitas. exemplo.” Os sócios preveem
ajudar a ampliar
nham dúvidas quais modelos Os dados permitem montar receitas de 50 milhões de
a clientela e as receitas
da Pto de Contato. agradariam mais. Eles então vitrines virtuais com indica- reais neste ano — cinco vezes
criaram um questionário em ções personalizadas para ca- mais que em 2012.
Contra Os clientes
53%
da lista poderiam
deixar de pagar pelo marCas
serviço depois de copiar
os dados desejados.
das famílias brasileiras consumiram ao menos um produto
Resultado A maioria com a marca própria do estabelecimento onde fizeram com
dos assinantes paga pras em 2012, segundo pesquisa da consultoria Kantar World
todos os meses. panel. Para 87% dos entrevistados, a qualidade é o
O faturamento da Pto principal motivo para comprálos. Muitos deles são
de Contato cresceu 35% feitos por pequenas e médias empresas e vendidos
no ano passado em
comparação com 2011. a preços menores do que os da concorrência.
Currículos insuficientes
Um estudo da consultoria McKinsey com 8 100 empregadores,
educadores e profissionais recém-formados do Brasil e de
outros países mostrou o tamanho da distância entre a forma-
ção que os jovens recebem nas escolas e as habilidades ne-
cessárias para o mercado de trabalho. Para boa parte dos
empregadores entrevistados, é esse o principal motivo para
a demora no preenchimento de empregos disponíveis — um
problema que também afeta pequenas e médias empresas.
Os empregos existem...
Média de vagas em aberto conforme o porte da empresa(1)
Pequenas Médias Grandes
3
13
27
Jorge Barouki,
...mas faltam bons candidatos
Empregadores que consideraram a qualificação ruim o principal
da Brava: pratos
motivo para a demora no preenchimento dos cargos (em %)
de porcelana
de volta a bordo
53 48 45 32 30
compEtição
profissionais recém- 83
err
Índ
formados é adequada 36
Inglat
ia
às necessidades do
• Público-alvo será como os que
Tenho uma empresa existiam no passado —
mercado de trabalho 61 51
(em %)
de limpeza de aeronaves refeições em louça 31
e fornecimento de de porcelana, garfo de
serviços para aeroportos verdade e copo de vidro. 43 83
há 18 anos. Percebi 67
que o barateamento • Mercado Br h
a
Para seguir
em frente
Ter ideias para aumentar as
vendas. Manter os custos em
níveis saudáveis. Administrar
a produtividade dos funcio-
nários. Na vida de um em- Para nunca
preendedor, é preciso supe- faltar clientes
rar uma montanha de desa- “A soma dos valores
fios. Há de ter disposição — e de cada orçamento que
manter o pensamento posi- mando para os clientes
tivo. Para ajudar a manter o tem de dar 8. Na
astral sempre em alta, vários numerologia, o 8 traz
abundância nos negócios.”
empreendedores têm suas
Gustavo Calazans
próprias crenças. Pode ser GuStavo calaZaNS
um ritual, uma superstição, aRQuitetuRa
um amuleto — qualquer coi- — Escritório de arquitetura
São Paulo, SP
sa que tenha um significado
especial. Conheça alguns
exemplos de empreendedo-
res que fazem parte desse
grupo e como eles se man-
têm motivados.
Para renovar
as forças
“Pus no escritório
uma capa
da revista The
Economist que,
em 2009, trouxe
uma reportagem
sobre o potencial
do Brasil.
Ela me motivou
Para aumentar
a empreender. a confiança
Olhá-la renova “Quando jogo pôquer nos
minhas forças.” cassinos de Las Vegas,
sempre trago comigo
Radamés Martini
Social BaSe
algumas fichas que
— Rede social ganhei. Coloco-as no
para empresas bolso quando vou
Florianópolis, SC visitar clientes. Isso
me deixa seguro.”
foToS felipe goMboSSy
Tiago Luz
uNdeRdoGS
Michel Teo Sin
— Consultoria em
marketing digital
São Paulo, SP
A ideia foi
do cliente
Às vezes, a inovação parte
de um pedido do cliente. Foi
o que ocorreu na paulista
Aromas e Cia., que faz velas
com essências usadas em
hotéis. Por sugestão de um
de seus clientes, a empreen-
dedora Rosana Hollo, de 50
funCIonárIos
É tão pouco
32
que não dá
para estimar
Conversas com Bate-papo com
Nunca Pelo menos uma Até 1 hora 13 amigos na internet colegas nos corredores
vez por semana Entre 1 e 2 horas
Menos de uma
vez por mês Quase todos os dias Entre 2 e 3 horas
9 Telefonemas para
resolver problemas
Saídas da empresa
por motivos pessoais
O mercadO
de eventOs
ban
está
bOm
cOmO as pequenas e médias
empresas pOdem aprOveitar
a expansãO dO setOr para
vender prOdutOs e serviçOs
para grandes espetáculOs,
cOngressOs, feiras e
OutrOs eventOs de negóciOs
carla aranha e christian miguel
fOtOs daniela tOviansky e marcelO cOrrea
NEGÓ
CIOS
AS OpORTUNIDADES NO mERCADO DE FEIRAS,
CONVENÇÕES E OUTROS EVENTOS CORpORATIVOS
O
administrador pau- dos resorts no país, onde acontecem boa par- país. O motivo fundamental está no aumen-
lista marcelo Cohen, te das grandes convenções. Geralmente, elas to da relevância da economia brasileira no
de 33 anos, já fez passeios de duram três ou quatro dias, e servem para vá- mundo. Um estudo da consultoria KPMG
dar inveja a muita gente. Ele rias atividades, como lançamento de campa- feito em parceria com a revista EXAME
andou de camelo na região nha de metas, cursos de liderança, apresenta- apontou que, em 2011, só a cidade de São
das pirâmides do Egito, nadou em meio aos ção de resultados e planejamento. Em várias Paulo recebeu 8,4 bilhões de dólares em in-
recifes de corais no mar das Maldivas e co- delas, é possível levar o marido ou a mulher. vestimentos diretos de multinacionais — em
nheceu quase todas as praias do Nordeste Nos intervalos, é hora de relaxar na praia, na 2006, foram 609 milhões de dólares. “O Bra-
brasileiro. Em nenhum desses casos as via- sauna ou bater bola — e, claro, fazer contatos. sil é hoje o centro da América Latina”, diz Ma-
gens foram a turismo. Ele aproveitou alguns “Os clientes nos encomendam convenções rienne Coutinho, sócia da KPMG responsá-
intervalos que às vezes aparecem quando em que muitas vezes comparecem mais de vel pela pesquisa. Entre as multinacionais
tem de fazer algum trabalho para a sua em- 500 pessoas”, afrma Marcelo. que participaram da pesquisa, mais de 45%
presa, a Platinum Viagens e Eventos, que A Platinum atende grandes empresas, co- escolheram o Brasil para instalar seus centros
organiza convenções de empresas em resorts mo Porto Seguro, Volkswagen e Mercedes- decisórios para a América Latina — em vez
e hotéis do Brasil e do exterior. “Esse merca- Benz. “Elas reúnem profssionais de todos os de países como México ou Chile.
do está fervendo”, diz Marcelo. No ano pas- escritórios no país para encontros anuais”, diz Esse tipo de movimentação acaba impul-
sado, o faturamento da Platinum ultrapas- Marcelo. A Platinum foi fundada em 2000, sionando uma cadeia de empreendedores
sou 82 milhões de reais — cerca de 30% mais quando Marcelo percebeu que várias gran- que vai além daqueles envolvidos diretamen-
que em 2011. “Neste ano, devemos atingir des empresas estavam terceirizando seus de- te com a produção do evento, como Marcelo,
quase 100 milhões de reais”, diz ele. partamentos de viagens e de eventos. Seu pai, da Platinum. Periodicamente, a maioria des-
Não faltam oportunidades para pequenas André Cohen, de 70 anos, sócio no negócio, sas empresas precisa convocar funcionários
e médias empresas aproveitarem o momento conhecia bem o setor por ter trabalhado em de alguma região ou unidade de negócios pa-
para crescer no setor de eventos corporati- agências que reservam passagens e hotéis pa- ra algum tipo de encontro interno, em que os
vos. É cada vez maior o número de conven- ra executivos. “Havia espaço para iniciar uma executivos prestam conta de resultados ou
ções, feiras, congressos, viagens de negócios e empresa de eventos que envolvesse viagens e detalham estratégias para determinada linha
eventos menores, como coquetéis para rece- atividades de lazer”, diz André. de produtos ou setor de atuação.
ber executivos e clientes estrangeiros. Sozi- Convenções não são exatamente uma no- Apresentações desse tipo são a especiali-
nho, o mercado de convenções cresceu tanto vidade. O que está acontecendo é que elas dade dos empreendedores Eduardo Adas, de
que hoje representa metade do faturamento têm sido bem maiores e mais frequentes no 47 anos, e Joni Galvão, de 44. Em 2003, eles
MArCElo
Politi
Tramezino — São Paulo, SP
Sanduíches para eventos de empresas
Faturamento 800 000 reais(1)
Conquista Em menos de um ano, ganhou grandes clientes, como o Grupo Accor
Cenário As verbas das grandes empresas para eventos corporativos, como recepções,
coquetéis e reuniões da equipe de vendas, dobraram nos últimos quatro anos
1. Em 2012 Fontes Empresa e Associação de Marketing Promocional
rElA
CiOnA
mEntO
COmO fOrnECEr pArA EvEntOs dE rElACiOnAmEntO
COm CliEntEs, fOrnECEdOrEs E funCiOnáriOs
O
paulista Carlos Gal- timativa é que o faturamento da empresa mente 350 milhões de reais no Brasil em
vão, de 43 anos, per- chegue a 51,3 milhões de reais, três vezes 2012. Segundo um estudo da consultoria
deu a conta de quantas vezes mais do que em 2012. Deloitte, no mundo todo as verbas para esse
participou de maratonas, O Grupo Latin é um exemplo de empresa tipo de patrocínio chegam a 31 bilhões de
provas de natação e de ciclis- que está aproveitando as oportunidades sur- dólares por ano. “As empresas no Brasil ain-
mo nos últimos anos. Ele calcula ter percor- gidas nos últimos anos à medida que gran- da estão descobrindo que eventos esporti-
rido no ano passado mais de 1 000 quilôme- des empresas passaram a investir mais em vos e de relacionamento são importantes
tros correndo, nadando e pedalando em eventos de relacionamento com clientes, para tornar os clientes mais féis e fortalecer
competições realizadas em cidades como fornecedores e funcionários. Segundo esti- suas marcas”, afrma Rogério Lüdorf, con-
São Paulo, Salvador e Florianópolis. Boa mativas da Associação de Marketing Pro- sultor da Deloitte.
parte dessas provas foi organizada por sua mocional (Ampro), que reúne empresas do A ideia que deu origem ao Grupo Latin
empresa, o Grupo Latin, agência de marke- setor, a verba destinada pelas 100 maiores apareceu na década de 90, quando Galvão
ting esportivo fundada por Galvão em São companhias do país a eventos de relaciona- passou uma temporada de estudos em Chi-
Paulo há pouco mais de uma década. Seu mento chegou a 8,7 bilhões de reais em cago, nos Estados Unidos. Atleta amador
negócio é promover eventos, como marato- 2012, quase o dobro de 2008. “O volume de desde a juventude, ele começou a participar
nas e provas de triatlo, patrocinados por recursos aplicados no setor deve manter o de corridas de rua e outros tipos de compe-
grandes empresas. No ano passado, o Grupo ritmo de crescimento nos próximos anos”, tição, geralmente custeadas por grandes em-
Latin organizou mais de 50 competições pa- diz Kito Mansano, presidente da Ampro. Pa- presas. “Foi quando comecei a pensar em
ra grandes clientes, como Volkswagen, Nes- ra muitos empreendedores, essa expansão abrir um negócio para promover eventos
tlé e Sony. “Sempre gostei muito de praticar tem aberto grandes oportunidades. “Existe esportivos”, diz ele.
esportes”, diz ele. “Faço questão de estar pre- um bom mercado para pequenas e médias De volta ao Brasil, Galvão conseguiu um
sente na maioria das provas promovidas por empresas que forneçam produtos e serviços emprego como corretor de ações na bolsa de
minha empresa.” para a organização de eventos de relaciona- valores, onde permaneceu até 2001, quando
Em 2013, Galvão deve suar bastante a ca- mento”, diz Paulo Sérgio Dortas, sócio da decidiu pedir demissão para pôr seus planos
misa — ele planeja organizar 65 competi- consultoria Grant Torton Brasil. em prática. Ele procurou os organizadores
ções, como corridas de rua e provas de tria- Com o Grupo Latin, Galvão vem ocu- da prova de triatlo Ironman, nos Estados
tlo. Além dos patrocínios, o Grupo Latin fca pando um dos pedaços com maior poten- Unidos, e propôs a eles organizar uma edi-
com o dinheiro pago pelos atletas pela ins- cial de crescimento nesse mercado. Os even- ção brasileira. Para dar a largada, Galvão foi
crição nas competições — neste ano, sua es- tos esportivos movimentaram aproximada- em busca dos patrocinadores. “A prova co-
MArCElo
BErtoli
Askme — São Paulo, SP
Programas de relacionamento para clientes, funcionários e fornecedores
Faturamento 3,5 milhões de reais(1)
Conquista Tem grandes clientes, como a construtora Cyrela e a fabricante de bebidas
Brown-Forman, dona das marcas Jack Daniel’s e Finlandia Vodkas
Cenário Em quatro anos, aumentou 70% o volume de recursos destinados pelas grandes
empresas a ações de marketing de relacionamento
1. Em 2012 Fontes Empresa e Associação de Marketing Promocional e Empresas/Pesquisa com 100 empresas
ENtrE
tE Ni
mENto
Como pArtiCipAr do mErCAdo dE shows, quE
dEVE CrEsCEr mAis dE 30% Até 2016
p
ouco antes de Bono porte precisam de uma série de produtos e to desse mercado está no bolso dos especta-
Vox entrar no palco pa- serviços fornecidos por pequenas e médias dores. De acordo com o IBGE, de 2009 a
ra iniciar o último dos três empresas”, diz Estela Vieira, diretora de mídia 2011 o rendimento dos trabalhadores brasi-
shows que a banda irlandesa e entretenimento da PwC. leiros aumentou, em média, 8,3%. O cenário
U2 fez em São Paulo em Na lista estão, por exemplo, sofwares para tende a esquentar ainda mais com a aproxi-
abril de 2011, o empreendedor André controle de iluminação, geradores, material mação da Copa do Mundo e da Olimpíada
Bertolucci, de 39 anos, olhou para as arqui- para montagem de cenários e programas de nos próximos três anos. “Nunca vivemos no
bancadas lotadas do estádio do Morumbi. controle de acesso, como os fornecidos pela Brasil um momento tão favorável aos negó-
“Eu estava feliz, com a sensação de dever Smart. Nos últimos anos, já passaram pelas cios relacionados ao setor de entretenimen-
cumprido”, diz Bertolucci. Sua empresa de catracas da empresa multidões de fãs atraí- to”, diz Estela, da PwC.
controle de acesso a eventos, a paulistana dos por artistas internacionais, como os can- Antigamente, o Brasil estava no fm da lista
Smart, foi responsável por monitorar a entra- tores Paul McCartney e Madonna e as ban- de roteiros dos principais artistas estrangei-
da dos 90 000 fãs que assistiram a cada uma das americanas Kiss e Metallica. No ano pas- ros. Eles demoravam a vir e, quando vinham,
das apresentações da banda. “O trabalho co- sado, a Smart teve um faturamento de 3,1 já estavam velhos — foi o caso, por exemplo,
meçou duas semanas antes dos shows e en- milhões de reais — 25% mais do que em de Frank Sinatra, que tinha 65 anos em 1980
volveu 650 pessoas”, diz Bertolucci. 2011. “Os grandes espetáculos foram funda- quando se apresentou no Brasil. Isso mudou.
Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mentais para a nossa expansão”, diz Bertolucci. Um levantamento feito por Exame PME em
mais comum que os funcionários da Smart “Metade das receitas veio deles.” A outra parte sites especializados em entretenimento e de
trabalhem em grandes eventos de entreteni- foi obtida pelo atendimento a pequenos produtoras de eventos mostrou que no ano
mento. E, ao que tudo indica, não faltarão eventos, como casamentos e formaturas, e passado foram apresentados 307 shows in-
oportunidades de negócios para empreende- fornecimento de equipamentos de acesso, ternacionais nas cidades de São Paulo, Rio de
dores como Bertolucci. De acordo com esti- como leitores ópticos e catracas. Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte,
mativas da consultoria PwC, o mercado de Quando, além dos ingressos, são levadas Brasília e Florianópolis, ante 235 em 2010.
shows no país deve crescer anualmente 7,3% em conta as receitas com patrocínios, esses Pouco a pouco, também se popularizam
em média até 2016. Para este ano já estão shows representam um mercado considerá- pelo país eventos menos grandiosos, mas que
confrmados espetáculos de artistas como vel. No ano passado, eles movimentaram, atraem muita gente jovem — às vezes duran-
Elton John e Bruce Springsteen e dos conjun- segundo o estudo da PwC, 225 milhões de te mais de um dia. É o caso dos festivais de
tos Pearl Jam, Iron Maiden e Te Cure — e há dólares — 30% mais do que em 2007. Uma rock e de música alternativa, como o Lollapa-
vários outros em negociação. “Eventos desse das principais explicações para o crescimen- looza e o Planeta Terra, que aconteceram em
EriCh
burgEr
Recicleiros — São Paulo, SP
Coleta seletiva e reciclagem de lixo de grandes eventos
Faturamento 800 000 reais(1)
Conquista Foi responsável pela coleta e reciclagem do lixo de festivais como SWU e Planeta Terra
Cenário Uma lei de 2010 obriga as cidades a fixar normas para coleta e reciclagem de lixo em grandes eventos
1. Em 2012 Fontes Empresa e Ministério do Meio Ambiente
Equipamentos que geram energia da luz do sol | Faturamento 1,2 milhão de reais(1)
conquista Vendeu mais de 500 sistemas de energia solar apenas em 2012
1. Em 2012 Fonte Empresa
Energia de sobra
Uma nova norma do governo abre espaço para a revendedora de painéis
solares Neosolar acelerar a expansão. Os sócios agora precisam decidir
se preferem vender os produtos para consumidores ou empresas camilla ginEsi
marcelo correa
lEonardo lEtEliEr
sitawi — Rio de Janeiro, RJ
Fundo que investe em empresas com impacto social
Daniela Toviansky
Treinar uma equipe própria
•Perspectivas As empresas sempre buscarão formas
de cortar custos para se tornar mais competitivas.
Muitas estão dispostas a fazer investimentos altos na
compra de novos equipamentos, desde que isso tra-
ga uma economia significativa no longo prazo. Tam- alExandrE lafEr frankEl
bém cresce rapidamente o número de negócios que Vitacon — São Paulo, SP
adotam práticas ecológicas, muitas vezes para aten-
Incorporadora de prédios comerciais e residenciais
der uma exigência feita pelo próprio cliente.
faturamento 470 milhões de reais(1)
•Oportunidades As empresas já cortaram custos em 1. Em 2012 Fonte Empresa
várias áreas. Porém, no Brasil, ainda são poucas as
fábricas que usam energias alternativas em sua pro- Locar os equipamentos para terceiros
dução. Como a nova norma editada pelo governo •Perspectivas O número de imó- •O que fazer Hoje, a Neosolar ar-
traz uma vantagem financeira para as que gerarem veis vendidos foi recorde nos últi- ca com os custos de estoque en-
mais energia solar do que precisam, a Neosolar ga- mos anos, e o mercado ainda deve quanto os equipamentos ficam à
nhou um bom argumento para conquistá-las. continuar aquecido por um bom espera de compradores. Raphael
•O que fazer Raphael e Pedro devem oferecer um tempo. Cada vez mais, as novas e Pedro deveriam locar esses pro-
atendimento completo para as empresas. Em vez construções seguirão padrões ri- dutos para moradores de casas e
de apenas revender as placas e os painéis solares, gorosos de sustentabilidade, reu- condomínios. Os irmãos também
eles precisam ter equipes próprias muito bem trei- tilizando a água das chuvas e podem procurar construtoras dis-
nadas, capazes de explicar todas as características aproveitando a energia solar. postas a comprar esses produtos
de seus produtos e também habilitadas a instalar os •Oportunidades As construtoras para instalar nos novos empreen-
painéis nas empresas — e cobrar mais por isso. Os vivem em busca de produtos que dimentos. Essas empresas costu-
sócios podem criar alguns centros regionais de trei- possam diminuir o custo de manu- mam fazer encomendas com an-
namento e, assim, formar instaladores em todo o tenção dos imóveis — empreendi- tecedência — o que ajudará no
Brasil. Para fazer isso, os irmãos provavelmente pre- mentos mais econômicos são mais planejamento e na administração
cisarão buscar recursos de investidores. valorizados pelos compradores. do fluxo de caixa.
Um novo
rumo
Como o catarinense Marcio Ferreira fez
de uma fábrica de tobogãs para parques
aquáticos um negócio que fatura 60
milhões de reais ao ano vendendo barcos
mAURício olivEiRA
N
o ano passado, o es- desse aproveitar a estrutura e a mão de obra
taleiro Fibrafort, de disponíveis na Fibrafort. Depois de avaliar
Itajaí, no litoral catarinense, diversas alternativas, ele decidiu fabricar
vendeu mais de 850 lan- uma lancha de fbra. “Desenvolvi um mo-
chas e faturou 60 milhões delo de baixo custo, que pudesse ser com-
de reais, 12% mais que em 2011. Cerca de prado por pessoas interessadas em adquirir
70% das receitas vieram de longe do litoral sua primeira embarcação”, diz ele. Durante
— os principais clientes da empresa são em- dez anos, ele continuou produzindo um
preendedores, executivos e profssionais li- único modelo de barco e os equipamentos
berais que vivem no interior do Brasil e usam para parques aquáticos. Em 1998, Ferreira
os barcos para navegar em rios, lagos e repre- transformou de vez a Fibrafort num esta-
sas para pescar ou passear nos dias de folga. leiro. “O barco vendia bem e percebi que o
A história da Fibrafort é um exemplo de mercado náutico era bastante promissor”,
como, às vezes, um empreendedor precisa afrma Ferreira.
abandonar seu plano de negócios inicial pa- No começo dos anos 90, quando resolveu
ra enfm encontrar o caminho do cresci- produzir lanchas, Ferreira se preocupou em
mento. Quando o catarinense Marcio Fer- formar uma rede de revendedores capaz de
reira, de 43 anos, fundou a empresa, em ampliar a área de atuação da empresa. Na
1989, seu objetivo era produzir tobogãs e época, grandes cadeias de varejo — como
peças de fbra de vidro para parques aquáti- Mesbla e Hermes Macedo — passavam por
cos. Pouco tempo depois ele percebeu dois difculdades e fechavam lojas. “Comecei a
problemas nesse mercado — havia pouca procurar bons vendedores que estavam dei-
regularidade nas encomendas e frequente- xando de trabalhar para essas redes e propus
mente era necessário lidar com buracos no que se tornassem representantes da Fibra-
caixa. “Em certos momentos, a fábrica fcava fort”, diz. “Eles conheciam muita gente nas
ociosa e o dinheiro parava de entrar, mas as suas cidades e sabiam quem era o potencial
contas continuavam vencendo”, diz ele. “Vi comprador das lanchas.” Além disso, ele fe-
que era preciso encontrar algum modo de chou acordos com concessionárias de motos
usar melhor a capacidade de produção.” e automóveis para ampliar a rede.
Ferreira começou uma busca por algum Aos poucos, Ferreira formou uma rede de
produto de fbra de vidro com o qual pu- representantes para levar a Fibrafort a quase
786
2011 2012
Faturamento (em milhões de reais)
53 60
2011 2012
1. Projeção Fonte Empresa
Não recorri a
empréstimos em
busca de dinheiro —
e evitei gastar recursos
com o pagamento de juros
FABIANO ACCORSI
— júlio mAiA
próprias
investir na produção local, a Cabletech
conseguia garantir entregas mais ágeis, o
que facilitou o fechamento dos primeiros
contratos com as empresas de TV a cabo.
Hoje, a Cabletech tem entre seus clientes
forças
grandes operadoras, como NET e Sky.
A expansão do mercado de TV paga no
país — atualmente apenas 28% dos municí-
pios brasileiros contam com o serviço —
deve continuar impulsionando os negócios
da Cabletech. Para aumentar suas receitas,
no ano passado, Maia decidiu diversifcar
seus produtos. Além de cabos, a empresa
Durante 15 anos, o engenheiro Júlio Maia passou a produzir as pequenas antenas pa-
reinvestiu os lucros da fabricante de cabos rabólicas usadas por operadoras de TV via
satélite. “O objetivo é dobrar o faturamento
Cabletech para aumentar a produtividade da Cabletech nos próximos anos”, afrma
da empresa e ganhar mercado Maia. Os donos da Cabletech também es-
tão em negociações para formar uma em-
Yuri VasConCElos presa em sociedade com um grupo inter-
nacional que produz cabos de fbra óptica.
Não é tão raro encontrar empreende-
o
dores reticentes em tomar dinheiro em-
empreendedor Júlio de ser privatizadas, e o setor estava em ex- prestado para impulsionar a expansão. Na
maia, de 60 anos, é o pansão. “Naquela época, muitos fornece- pesquisa As 250 Pequenas e Médias Em-
tipo de pessoa que gosta de dores de cabos passaram a se dedicar ape- presas que Mais Crescem, realizada em
ter cautela com suas fnan- nas a atender as companhias telefônicas”, 2012 por Exame PME em parceria com a
ças. “Não gosto de fazer dívi- diz Maia. “Percebi que havia pouca gente consultoria Deloitte, 69% dos donos das
das”, diz ele. Ao fundar a Cabletech, fabrican- fabricando insumos para as operadoras de empresas em crescimento afrmaram ter a
te de cabos coaxiais de Caçapava, no interior TV por assinatura, e vi aí uma oportunida- geração de capital próprio como principal
paulista, ele levou esse princípio para os ne- de.” Maia chamou dois colegas da antiga fonte de recursos. “Muitos empreendedo-
gócios. “Nos primeiros 15 anos de existência empresa onde trabalhava — uma fabrican- res, especialmente nos estágios iniciais de
da Cabletech, o lucro foi todo reinvestido te de fos elétricos — para criar uma fábrica uma empresa, acabam optando por rein-
nos negócios”, diz ele. “Eu e meus dois sócios de cabos coaxiais, usados nas redes de vestir os lucros no negócio”, diz Maurício
tínhamos um salário e, fora isso, decidimos transmissão de TV por assinatura. Galhardo, sócio da consultoria Praxis Bu-
não retirar dinheiro da empresa.” Na época, os principais concorrentes da siness. “O risco de seguir esse caminho é
A austeridade fnanceira foi um dos pi- Cabletech não produziam cabos coaxiais deixar de aproveitar boas oportunidades
lares da expansão da Cabletech, que no no Brasil. Esse tipo de produto era impor- por falta de fôlego fnanceiro.”
ano passado faturou 169 milhões de reais.
Desde que foi fundada, em 1995, a empre-
sa cresce a taxas que variam de 45% a 60%
ao ano. “No início da empresa, não recorri metro a metro
a bancos em busca de dinheiro”, afrma A evolução do faturamento e dos preços praticados pela Cabletech
Maia. “Com isso, evitei gastar com o paga-
mento de juros um dinheiro que foi pre- Faturamento Preço por unidade(1)
cioso para a consolidação do negócio.” A (em milhões de reais)
empresa só reviu a estratégia há pouco 169 0,73
mais de dois anos, quando Maia sentiu que
0,57
a Cabletech estava sólida o bastante para 112 0,46
tomar empréstimos.
Maia criou a empresa em 1995, um pe- 67
ríodo agitado para o mercado de teleco-
municações no Brasil. As empresas de tele- 2008 2010 2012 2008 2010 2012
fonia, que eram estatais, haviam acabado
1. Em reais por metro de cabo Fonte Empresa
Caronas pagas
Como a americana Lyft aproveita a falta de táxis em metrópoles
como São Francisco para ganhar dinheiro
1
diou 50 000 caronas e conseguiu aportes de
mais de 10 milhões de dólares.
O sistema funciona assim: o passageiro passageiros desassistidos
se cadastra no banco de dados da Lyf, bai- Os 1 700 táxis de São Francisco são poucos
xa um aplicativo no celular, fornece seus para atender à demanda, e o número de passageiros
dados pessoais e o número do cartão de deve crescer mais que o de táxis — uma tendência
no mundo todo. Segundo a ONU, a cada dia mais
crédito. Quando precisar de uma carona,
2
de 200 000 pessoas se mudam para áreas urbanas
ele informa à Lyf sua localização e o desti-
no desejado por meio do aplicativo. A fer- Lugares disponíveis
ramenta mostra a localização dos motoris- A maioria dos automóveis nos Estados Unidos
tas mais próximos. O passageiro escolhe circula com apenas uma pessoa. Nas estradas,
3
qual deles deseja. O aplicativo mostra ao 80% dos assentos estão livres. A Lyft já cadastrou
motorista escolhido onde o caronista está. mais de 300 motoristas, que recebem 80% do valor
Quando acaba a corrida, o aplicativo suge- da carona. Os 20% restantes ficam com a empresa
re um valor a ser doado ao motorista pela
carona. O valor é debitado no cartão de Ganhos para os dois lados
Quem ficar satisfeito com o serviço pode fazer uma
crédito do usuário e o motorista recebe doação ao motorista, debitada em seu cartão de
80% do valor. O resto fca com a Lyf. crédito. Uma carona da Lyft tem saído por cerca de
Nos estudos para avaliar o potencial do 20% menos do que uma corrida de táxi. Além disso,
mercado da Lyf, Green e Zimmer encontra- motoristas e passageiros dão notas uns para os outros
ram estimativas interessantes. Em São Fran-
cisco, a segunda cidade mais densamente
povoada dos Estados Unidos, há apenas
1 700 táxis. É muito pouco. São quase 4 500
habitantes por táxi. Em Nova York, a primei- “Nossa seleção é mais rigorosa do que a de média, 20% menos do que um táxi comum.
ra cidade mais densamente povoada, há um muitas companhias de táxi”, diz Zimmer. Há ainda obstáculos pela frente. Recente-
carro para 630 pessoas. Se o modelo da Lyf Ao fnal de cada viagem, o motorista pode mente, os sócios das duas empresas tiveram
emplacar, há mercado no país todo. A maio- dar uma nota ao caronista. Ele é chato? Pagou de dar explicações à California Public Utili-
ria dos automóveis americanos circula com alguma coisa? Os passageiros também ava- ties Commission (CPUC), órgão responsá-
apenas uma pessoa. Nas estradas, 80% dos liam os motoristas, numa escala que vai de vel por verifcar os serviços utilizados pela
assentos estão livres. A tendência é aumen- zero a 5. Quem tiver média menor que 4,5 po- população do estado. Em novembro do ano
tar cada vez mais o número de passageiros de ser convidado a se retirar. As notas podem passado, a CPUC multou cada uma em
em potencial. Segundo a ONU, cerca de ser consultadas pelos passageiros e pelos mo- 20 000 dólares por falta de licença para o ti-
200 000 pessoas mudam-se para áreas urba- toristas, de forma que os dois lados podem po de serviço que oferecem. Além das auto-
nas a cada dia no mundo todo. verifcar se vale ou não a pena dividir o trajeto rizações, a CPUC exige o pagamento de se-
Os sócios começaram vendendo o servi- com aquela pessoa. Está dando certo. Há guro para motoristas e passageiros. As duas
ço a universidades, que o oferecem a seus pouco tempo, a Lyf mandou um e-mail para empresas negociam com a CPUC para en-
alunos. Hoje, a Lyf já tem como clientes sua comunidade de usuários dizendo que contrar uma maneira de regularizar seus
mais de 150 instituições de ensino, além de precisaria mudar algumas regras para manter serviços sem descaracterizá-los.
O homem
da tecnologia
O paulista Gilmar Batistela tinha 17 anos quando deixou as
lavouras de café no interior e procurou emprego em São Paulo.
Hoje, é dono da Resource, que faturou mais de 300 milhões
de reais em 2012 fornecendo softwares para grandes empresas
A
ssim como muitas crianças que cresceram na O primeiro serviço foi no almo-
roça, o empreendedor Gilmar Batistela, de 52 xarifado da Telesp (antiga empresa de
anos, começou a trabalhar ainda pequeno nas plantações de telefonia do estado). Minha função
café que seus pais ajudavam a administrar em Monte Castelo, era carregar aparelhos de PABX e ore-
cidadezinha do interior paulista. Sem perspectivas de melhorar lhões para todo canto. No horário do
de vida, foi estudar na capital e procurar trabalho. Desde o primeiro emprego, almoço, eu passeava pelas salas, senta-
como empilhador de peças num almoxarifado, percorreu uma trajetória que o va em alguma mesa e fngia que estava
levou a criar a Resource, que desenvolve sofwares e integra sistemas. No ano pas- digitando na máquina de escrever. Eu
sado, faturou mais de 300 milhões de reais vendendo para bancos, varejo e indús- pensava que alguém poderia me ver
trias. “Competimos com multinacionais como IBM e Accenture”, diz Batistela. ali e me promover para trabalhar den-
Neste depoimento a Exame PME, ele conta sua história. tro do escritório. Quanta ingenuidade!
Ficava horas ali sozinho. Eu não tinha
passei a infância em Monte como fcar em Monte Castelo. Uma dinheiro para comer fora e levava
Castelo, cidade com apenas 4 000 ha- forte geada havia desvastado as lavou- marmita de casa.
bitantes do interior de São Paulo. Meus ras. Nesse período, meus pais já ha-
pais eram agricultores e tínhamos uma viam conseguido comprar alguns pe- Um tempo depois, participei de
rotina bastante puxada. Aos 7 anos de daços de terra, mas mesmo as famílias um processo seletivo para trabalhar
idade, eu já conciliava os estudos com com posses estavam empobrecendo. na aérea fnanceira da Vasp (compa-
o trabalho. Acordava bem cedinho e Quando podiam, os jovens migravam nhia aérea que não existe mais). A
caminhava 7 quilômetros até a escola. para as cidades maiores da região ou função exigia habilidade em calcula-
À tarde, quando voltava, pegava a en- para a capital do estado. Foi o que fz. dora elétrica, e fui reprovado nos tes-
xada e ia para a roça ajudar meu pai tes. Minha sorte foi que a gerente para
nas plantações de café. Em janeiro de 1978, com 17 a qual a vaga tinha sido aberta me cha-
anos, cheguei a São Paulo. Fui morar mou num canto e disse que era de
Durante o ensino médio, em de favor na casa de parentes. Minha Monte Castelo e conhecia minha fa-
meados dos anos 70, comecei a so- intenção era procurar emprego e fazer mília. Ela decidiu me dar uma chance.
nhar em fazer engenharia, um curso faculdade. Foi difícil conseguir traba-
sotisfcado para a época. Os professo- lho fxo na cidade grande. Diziam que Em pouco tempo provei a ela que
divulGaçãO
res diziam que eu levava jeito para a eu não tinha nenhuma habilidade. E era capaz de aprender o serviço. Com
coisa, pois tirava excelentes notas em era verdade. Comecei, então, a aceitar estabilidade no emprego, em janeiro
matemática. Além disso, não havia alguns bicos temporários. de 1979 me matriculei na faculdade.
rEsourcE
siva. Optei por matemática com ênfa- dou de jeito nenhum e não consegui-
se em processamento de dados. Foi mos resolver o problema. Tivemos de
durante o curso que tive contato pela jogar no lixo um trabalho que havia
primeira vez com programação de consumido 1 milhão de dólares e um
sofwares. Me apaixonei pela ideia de Faturamento (em milhões de reais) 310 (1)
ano inteiro de dedicação. Para a em-
pegar uma máquina e conseguir pro- presa não quebrar, precisei demitir
gramá-la para fazer o que quisesse. Me 250 metade dos 300 funcionários.
transformei num verdadeiro nerd. Na
época, os programas de computador 204 o episódio afetou a imagem da
tinham primeiro de ser escritos à mão Resource. Não conseguíamos novos
por meio de um fuxograma de dados. contratos. Percebi que os próprios em-
Eu passava madrugadas em claro para 118 pregados ajudavam a espalhar boatos
dominar os cálculos. 96 negativos. No fnal daquele ano, numa
tentativa desesperada de recuperar a
Quando me formei, em 1982, já credibilidade da empresa, mandei or-
trabalhava no departamento de tecno- ganizar uma festa de arromba para os
logia da Vasp. Depois, fui para a em- funcionários. Sorteamos um carro e
2008 2009 2010 2011 2012
presa de confeções e calçados Alparga- uma moto. Sabe que funcionou? As
tas como analista de sistemas, uma pessoas pensavam: a empresa não de-
posição acima da de programador ini- Funcionários ve estar quebrando, senão como esta-
ciante e que demanda uma visão maior ria sorteando um carro?
das necessidades da empresa. Um no-
vo mundo se abriu para mim. Perdi a Aos poucos, retomamos o cres-
timidez e ganhei aptidão para negociar 1 000 1 200 2 000 2 500 2 800 cimento. A partir de 2004 abrimos f-
e me relacionar com executivos de di- liais em 13 cidades do país. Hoje, re-
versas áreas de negócios. Em 1991, giões como Sul, Norte e Nordeste se-
com 30 anos, fui chamado para traba- diam grandes grupos empresariais
lhar com um conhecido que prestava 2008 2009 2010 2011 2012 regionais que estão se profssionali-
serviços de TI para o então Unibanco. zando e precisam das tecnologias que
Ele propôs que eu abrisse minha pró- Países a Resource oferece. Também abrimos
4
pria empresa para ajudá-lo a atender onde atua fliais no Chile e na Argentina e reati-
às demandas do banco. Achei que era Enfrentamos duas grandes cri- vamos o escritório de Miami. Em
um desafo promissor. Pedi demissão ses na trajetória da Resource. A pri- 2007, iniciamos a aquisição de dez
e montei o escritório que foi o embrião meira foi em 2000, quando a internet concorrentes e carteiras de clientes
da Resource. No início, só havia três se disseminou pelo mundo. Na época, (Brasil, Estados mais fortes que a Resource em deter-
mesas — a minha, a de um programa- a empresa faturava cerca de 20 milhões Unidos, Chile minadas áreas de atuação, como in-
dor e a de uma estagiária. de reais. As companhias americanas e Argentina) dústrias e varejo. Isso diminuiu nossa
1. Previsão para 2012
demandavam profssionais de TI que Fonte Empresa dependência do setor fnanceiro.
com o tempo, meus ex-emprega- quisessem se mudar para os Estados
dores também passaram a encomen- Unidos. Vi ali a oportunidade de inter- Ainda não penso em me afastar
dar sofwares. O negócio foi ganhando mediar o envio de brasileiros como do comando da empresa. Sempre tive
escala. Desde a época do Unibanco, mão de obra especializada. Abri duas muita vontade e persistência para su-
sempre mantive um relacionamento fliais da Resource, em Nova York e em perar desafos e vencer na vida — uma
bacana com o mercado fnanceiro. A Miami. Mas cinco dias antes de o pri- atitude que vejo faltar entre muitos jo-
partir de 1996, fomos conquistando meiro grupo embarcar, em 11 de se- vens que chegam ansiosos ao mercado
grandes clientes, como Credicard, ban- tembro, aconteceu o atentado às torres hoje em dia e querem reconhecimento
co Noroeste, Itaú, Bradesco, Santander gêmeas. A economia americana parou imediato. Ainda tenho dois grandes
e Citi. Hoje, o setor representa 60% do e as contratações foram canceladas. O sonhos a realizar: transformar a Re-
faturamento da Resource. Acredito plano de internacionalização da Re- source numa fornecedora global de
que essa relação de confança venha da source foi por água abaixo. TI e alcançar 1 bilhão de reais de fatu-
minha preocupação em construir um ramento até 2017 — sozinho ou com
negócio que preza a transparência. Em 2002, houve outro momen- a ajuda de sócios estratégicos que ve-
Nunca escondi números, por exemplo. to delicado. Fomos contratados por nham a entrar no negócio. Também
Faço questão de ser auditado. Os ban- três bancos para montar um grande estamos negociando para breve a
cos pedem nossos balanços para ates- portal de comércio eletrônico. Para is- aquisição de mais concorrentes.
tar a saúde fnanceira da empresa. so, importamos uma metodologia de — Com reportagem de Bruno Vieira Feijó
e
ntão você preten- 1. objetivos Você quer que sua
de aumentar as ven- empresa venda mais. Mas o quê? Para
das neste ano? Não me quem? Onde? Defna um objetivo
diga — em décadas tra- principal. Vender em novas praças?
balhando na área de consultoria de Conquistar grandes clientes? Vender
vendas, nunca aconteceu de alguém um produto novo? Aumentar a recei-
me procurar para que eu ajudasse a ta por cliente? Defna também um
vender menos do que no ano anterior. período. Por exemplo, ganhar X gran-
Como aumentar as vendas? des clientes no Sul do país até o fm do
Muitos anos atrás, quando comecei ano. Cuidado para não fxar objetivos
minha carreira de vendedor, procurei demais. Escolha no máximo dois, que
ler um montão de livros que prome- sejam viáveis e estratégicos. Na dúvi-
tiam ensinar formas de vender mais. da, apenas um.
Na maior parte das vezes, elas se con- 2. Forças e fraquezas Anali-
centravam no sujeito que acorda 1 se cada um dos aspectos fundamen-
hora mais cedo, trabalha 1 hora a mais tais que impactam na venda de seu
ou sacrifca parte do domingo para se produto ou serviço. Quais são os pon-
organizar para a semana. tos fortes e os fracos em qualidade,
Só que trabalhar mais não é ga- preço, pós-venda? Faça uma lista de
rantia de bons resultados — princi- ações para aproveitar melhor os pon-
palmente se as coisas estiverem sen- tos fortes e diminuir os fracos.
do feitas do jeito errado. Parece ób- 3. execução Sabendo aonde vo-
vio o que estou dizendo, mas não cê quer chegar e com uma visão rea-
deve ser, pois é o que vejo na maioria lista das forças e fraquezas de sua em-
das empresas. Põe-se um pouco de presa, aí, sim, você pode construir
pressão aqui, estica-se a jornada de um plano. Exemplo: atingir o local X
trabalho um tantão ali, mata-se um num tempo Y, fazendo isso para apro-
punhado de fns de semana, traba- veitar os pontos fortes e aquilo para
lha-se nas férias e — numa perspec- minimizar os fracos. Pode ser neces-
tiva otimista — as metas de vendas sário fazer alguns ajustes para execu-
acabam sendo cumpridas. Todo Não sei por que tantas pessoas Quem não tar seu plano. Seu time de vendas está
mundo, incluindo você, passa o ano não reservam um tempo para se pre- se planeja preparado para pôr em prática o pla-
correndo mais do que o coelho da parar — em vendas e noutras áreas passa o ano nejado? É necessário contratar mais
Alice e chega no Réveillon no maior dos negócios. Elas afrmam não ter correndo gente? O trabalho demanda um trei-
bagaço. Se você desconfa que é isso tempo. Mas planejar não pressupõe mais do que namento especial? Deve-se mexer na
que pode acontecer na sua empresa gastar mais tempo — e sim usá-lo de o coelho política de comissões?
em 2013, é melhor fazer alguma coi- outra forma. Se o plano for acertado, Esses pontos marcam, em linhas
sa já, enquanto o ano ainda está no a produtividade vai aumentar. Um
da Alice gerais, o caminho a ser percorrido. Há
getty imageS
começo. O que seria? Resposta: ter planejamento de vendas efcaz deve o que se detalhar sobre cada um deles.
uma estratégia para a área de vendas abarcar alguns pontos fundamen- Pretendo aprofundá-los nas colunas
com base no planejamento. tais. Veja quais são. das próximas edições.
Link
patrocinado
vaLE
a pEna? depende.
Saiba o que fazer
para ter o maior retorno
possível da verba que
sua empresa destina
para esse tipo de
publicidade na internet
Bruno viEira fEijó
o sitE mais
adEquado
É difícil planejar uma campanha de links patrocinados que não contemple anúncios em
buscadores como Google, Yahoo! ou Bing. Uma das principais vantagens desses sites é
permitir a associação do anúncio às palavras usadas pelos consumidores em suas pes-
quisas na internet. Dependendo dos objetivos da empresa, no entanto, pode ser interes-
sante anunciar em outros tipos de site. A rede social LinkedIn, em que profssionais di-
vulgam seus currículos e mantêm contatos profssionais, trabalha com um tipo de anún-
cio semelhante ao do Google, exibido a pessoas selecionadas de acordo com sua locali-
zação geográfca e o cargo que ocupam nas empresas onde trabalham. “O LinkedIn é um
bom canal para os anúncios de empresas cujo foco é vender para outras companhias”,
diz Ricardo Zacho, sócio da agência de marketing paulista MZclick. O Facebook, rede
social mais popular do mundo, permite segmentar os links patrocinados para públicos
bastante específcos — como para quem declara ter flho recém-nascido, por exemplo,
ou proprietários de bichinhos de estimação. “O Facebook não costuma gerar vendas por
impulso e é mais indicado para as empresas interessadas em lançar ou reforçar uma
marca no mercado”, afrma Zacho.
a palaVra
rário do almoço, a média de conversão de plexas, nos quais a concorrência é menor.
cliques em vendas pode ser mais baixa do “Eles são mais difíceis de ser encontrados em
cErta
que no fm da tarde”, diz Paula. “Anunciar no farmácias locais”, diz ele. “Deu certo, e as ven-
momento errado é um desperdício.” das começaram a crescer.”
avaliação dE
cadastros bastante detalhada e já sabe, por exemplo, que
seus clientes de Campinas preferem um modelo de calças
rEsultados
jeans diferente do mais vendido em Fortaleza pode criar
anúncios diferentes para cada cidade”, diz Fábio Ricotta,
diretor da agência de marketing mineira MestreSEO. Re-
centemente, duas tecnologias criadas pelo Google amplia-
ram ainda mais as opções de segmentação. Uma delas
ajuda a localizar em tempo real pessoas que estão espalha- O empreendedor Gustavo Furtado, de 30 anos, da paulista Tricae, loja vir-
das em 350 aeroportos do mundo fazendo pesquisas em tual de produtos para crianças e gestantes, mantém dois engenheiros dedi-
tablets ou smartphones enquanto aguardam seu voo. A cados a aperfeiçoar as estatísticas dos links patrocinados da empresa. Para
outra ferramenta foi batizada de remarketing — consiste fazer o trabalho, eles avaliam relatórios fornecidos pelos sites em que a em-
em rastrear usuários que já visitaram o site do anunciante presa divulga os anúncios — um dos mais importantes mostra quais os
no último mês e veicular anúncios específcos para eles termos buscados pelos usuários que suscitam cliques nos anúncios. O ob-
enquanto estiverem pesquisando no Google. “O remarke- jetivo é descobrir as palavras-chave que não geram retorno. “Defnimos
ting dá uma nova chance para conquistar um potencial metas para os anúncios e diariamente substituímos os que apresentam re-
cliente que já demonstrou interesse por um produto ou sultados abaixo do esperado”, diz Furtado. “A troca diária de palavras-chave
serviço da empresa”, diz Ricotta. aumenta 30%, em média, os resultados de um anúncio.”
Wesley Gomes,
da Wesco, com seus funcionários
Ao premiar os vendedores que
mantêm os bons clientes e vendem
produtos mais rentáveis,
o faturamento cresceu 30%
Quanto pagar
aos vendedores
Como definir uma política de remuneração que estimule
o departamento comercial a alcançar as metas
Carolina Dall’olio
1
Como funCiona
VariáVEl
Quem vende ganha. Quem não vende não
recebe nada. O modelo de remuneração
100% variável funciona para representantes
comerciais, que são vendedores autônomos.
Quando é adEQuado
O modelo de remuneração variável funcio-
na principalmente para empresas que que-
rem expandir para novos mercados. Serve
também para negócios que passam a ter
manter vendedores fxos, que só fecharão pe-
didos de vez em quando”, diz Tonini Junior.
ExEmplo
A imobiliária Paulo Roberto Leardi tem 48
A principal vantagem desse sistema é o baixo clientes espalhados por várias cidades e fa- funcionários e nenhum deles vende sequer
custo fxo. Por outro lado, há pouco controle zem vendas miúdas para cada um deles. uma casa. Esse trabalho fca a cargo de 360
sobre seu trabalho. A empresa não pode tra- “Quando a atuação da empresa é capilariza- corretores autônomos espalhados pelas zo-
tá-los como empregados, cobrando o cum- da, fca muito caro manter vendedores con- nas sul e oeste de São Paulo. Eles recebem
primento de expediente ou fxando metas. tratados para abastecer todas as regiões”, diz apenas uma comissão, que varia de 3% a 4%
“Não dá nem para exigir que os representan- Luiz Paulo Tonini Junior, consultor da Praxis do valor dos imóveis — a média do mercado
tes trabalhem uniformizados”, diz o advoga- Business. A remuneração totalmente variá- é de 2,5%. “Como as casas que vendemos
do Daniel Chiode, especializado em contra- vel é adequada também para empresas que custam no mínimo 300 000 reais, não faltam
tos de vendas. “Esse tipo de coisa costuma ser vendem produtos de alto valor, vendidos corretores interessados em trabalhar conos-
interpretado como prova de vínculo empre- com pouca frequência — como acontece com co, mesmo sem salário fxo”, diz Germano
FABIANO ACCORSI
gatício pela Justiça do Trabalho.” Segundo a os fabricantes de máquinas industriais, subs- Leardi Neto, de 35 anos, dono da imobiliária.
legislação trabalhista, vendedores contrata- tituídas somente de tempos em tempos. “É No ano passado, a Leardi faturou estimados
dos precisam ter a garantia de receber ao me- melhor pagar uma comissão maior para re- 100 milhões de reais. “Nossas receitas dobra-
nos um salário-mínimo como salário fxo. presentantes do que arcar com os custos de ram em relação a 2011”, diz Leardi.
fixo + VariáVel
Como funCiona neração fxa. “A conta pode ser ajustada sem- exemplo
Os vendedores são funcionários da empresa, pre que as vendas oscilarem muito”, diz ele. O economista Wesley Gomes, de 35 anos,
recebem ao menos um salário-mínimo fxo e dono da Wesco, vende fo dental, enxaguante
comissões sobre as vendas. Nesse formato, o Quando é adeQuado bucal, odorizadores e outros produtos de hi-
desafo é dosar o peso da remuneração variá- Pagar salários fxos complementados com giene para bares e restaurantes, que põem
vel. Pagar comissões muito altas e salários f- comissões funciona principalmente para esses produtos à disposição dos consumido-
xos baixos ajuda a manter os custos fxos sob empresas que têm receitas recorrentes e pre- res nos banheiros. Gomes criou um modelo
controle, mas pode ser um problema quando cisam manter um bom relacionamento com de remuneração que funciona assim: ao fe-
as vendas caem — se o valor das comissões os clientes. “Nesses casos, é preciso ter profs- char a primeira venda para um cliente, o ven-
diminui muito, é comum que os vendedores sionais que conheçam as necessidades dos dedor recebe uma comissão de 80%. Nos
enfrentem problemas com suas fnanças pes- consumidores e o perfl dos compradores meses seguintes, esse percentual é de 5%.
soais, o que pode prejudicar seu desempe- responsáveis por fechar os pedidos”, diz Tos- Além disso, Gomes paga um salário fxo de
nho. Por outro lado, comissões baixas e salá- cano. Esse modelo também é adequado para 900 reais. Cada produto recebe uma pontua-
rios fxos altos tendem a deixar os vendedores empresas com produtos muito inovadores e ção de acordo com sua lucratividade. A cada
acomodados. Segundo Leonardo Toscano, lançamentos frequentes, como fabricantes de 300 pontos acumulados por semana, o ven-
da Excelia, a empresa pode estimar que 70% sofwares, que precisam investir em treina- dedor ganha 150 reais. “Desde que implanta-
da renda do vendedor seja referente a comis- mento e para quem perder vendedores toda mos esse sistema, as vendas subiram 30% e a
sões e os outros 30% correspondam à remu- hora pode ser um problema. rentabilidade aumentou”, diz ele.
3Como funCiona
sistema misto
Em alguns casos, as empresas precisam for-
mar áreas comerciais que misturam vende-
dores fxos e representantes. Nessas situações,
comum que o negócio tenha duas metas dis-
tintas: vender mais para os mesmos clientes e
conquistar novos mercados. Isso exige dois
perfs distintos de vendedores. “Para abrir
cozinhas de grandes empresas. Alguns com-
pram os equipamentos desde a década de 90,
outros só conheceram a Engefood recente-
mente. “Não há como ter vendedores iguais,
o mais importante é delimitar a função de ca- novos mercados, é preciso contar com pro- sob uma mesma política de remuneração,
da equipe. Que tipo de cliente será atendido fssionais que sejam desbravadores e se sin- com clientes de características tão diferentes”,
pelos representantes e qual fcará a cargo dos tam atraídos por uma remuneração inteira- afrma o engenheiro José Carlos Reis, de 53
vendedores? É possível que um grupo repasse mente variável”, diz Toscano. “O outro é um anos, dono da Engefood. “Cada vez que al-
contatos para os outros colegas? Há regiões vendedor mais técnico e bem relacionado. terno as metas de expansão da empresa, eu
do país em que a empresa trabalhará apenas São pessoas que entendem bem as necessida- repenso a estrutura da equipe comercial e a
com representantes? Como defnir a comis- des dos clientes e as características de cada política de remuneração.” A Engefood tem
são paga a cada um? “Todas essas regras pre- produto e às quais vale a pena pagar um salá- crescido 30% ao ano e faturou 45 milhões de
cisam ser estabelecidas com clareza para não rio fxo e uma comissão sobre as vendas para reais em 2011. Metade da equipe é formada
gerar confusão entre os profssionais de cada não perdê-las para a concorrência.” por vendedores fxos, que ganham salários
equipe e evitar que o cliente não saiba a quem fxos e uma comissão de 3% sobre as vendas.
recorrer”, afrma Toscano, da Excelia. exemplo O restante são representantes comerciais que
Fundada em 1990 em São Caetano do Sul, atuam fora de São Paulo e recebem uma co-
Quando é adeQuado na Grande São Paulo, a Engefood vende missão de 6%, sem remuneração fxa. “Ao fa-
Principalmente para empresas que já forma- equipamentos para cozinhas industriais. zer essa divisão, conseguimos tomar espaço
ram uma base fxa de clientes. Nesta fase, é Seus clientes vão desde padarias de bairro até da concorrência”, diz Reis.
odeio quem
tamento fnanceiro assim como a vi-
rose está para a medicina. E há os que
alegam ter levado calote do cliente. Se
o
tecer, não é para enviar um e-mail.
ano era 1990, e eu para pagar, na sexta-feira, uma refor- É preciso Você pessoalmente deve procurar seu
tinha 18 anos. Na- ma na casa dela. Relatei minha situa- ter uma credor, explicar a situação e sempre,
quela segunda-feira fe- ção. Disse que era só produzir a mer- reserva de sempre, sempre, propor alternativas
chei contrato com um cadoria, entregar e receber — tudo dinheiro — como devolver a mercadoria, pagar
novo cliente para vender canetas pa- isso antes de sexta. Ela emprestou. ou crédito a dívida com um serviço ou produto
ra brindes, pelo qual receberia o Corri para comprar o material, ace- ou fazer um parcelamento (com juros
para poder
equivalente a 10 000 dólares à vista lerei a produção, paguei hora extra. e nunca maior do que três vezes).
na entrega. Eu precisava de 3 000 dó- Na quarta, fz a entrega e recebi o che- crescer nos E jamais mande alguém em seu lu-
lares para comprar matéria-prima — que. Depositei. Dois dias depois, o negócios gar. Você é o dono, você é quem deve.
só que, como eu era muito novo, não cheque voltou. Fiquei afito. Eu de- Nesse momento, não existe diferença
tinha nenhum crédito na praça. Pen- pendia daquele dinheiro para honrar entre pessoa física e jurídica. Um co-
so daqui, procuro dali, até que, como a palavra com minha irmã. Liguei pa- nhecido meu, falido, costumava dizer:
getty images
por milagre, encontro minha irmã ra o cliente. Expliquei que tinha com- “Eu quebrei, mas foi só na jurídica”. Se-
Elaine saindo do banco. Ela tinha promissos fnanceiros urgentes na- rá isso possível mesmo?
aquela quantia. Só que o dinheiro era quele dia. Me disseram que o dono • sidney@sidneysantos.com.br
Marcos
Brandalise
Brazafric
Importadora e exportadora
— Nairóbi, Quênia
Faturamento
15 milhões
de dólares(1)
Juliana Borges
vêm de um contrato com o Ministério da Agricultura sudanês para viu a oportunidade e, em 2004, começou a exportar produtos brasi-
plantar 80 000 hectares de algodão nos próximos cinco anos. Em leiros e a investir em projetos de irrigação e de agricultura.
2012, na primeira etapa do projeto, a empresa cultivou 7 200 hectares. A agricultura é um dos setores com maior potencial de cresci-
Pelo acordo, Hegg é responsável por levar ao país técnicas de plantio mento na África. Segundo um estudo da Organização das Nações
Faturamento
29o milhões
de reais(1)
Márcia WErLE
eViNiciUS PUHL
Biotechnos
Equipamentos para
produzir biocombustíveis
— Santa Rosa, RS
Faturamento
4 milhões
de reais(1)
CONTINENTE
investidores privados”, diz ele. “Também estou negociando um pro-
jeto de 1 bilhão de reais para implantar usinas de açúcar e álcool no
Sudão.” Hegg também estuda oportunidades no Sudão do Sul e na
˜
EM EXPANSaO
Etiópia. Para levar seus planos adiante, ele tem investido no desen-
volvimento da mão de obra local. No ano passado, a Bsac enviou
um grupo de 18 agrônomos sudaneses para um estágio de seis me-
ses em fazendas de algodão em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
As projeções para a expansão “Agora, quero inaugurar uma escola técnica agrícola no país”, diz
do produto interno bruto... (em %) Hegg. “Os melhores alunos farão parte dos estudos no Brasil.”
África Mundo
5 3,2
2,1
4,1
1,6 TEMPO
2009 2010 2011
2009
2010 2011
DE MUDANÇA
–3,4
O gaúcho Marcos Brandalise, de 53 anos, tem sido teste-
munha de um período de grandes transformações na Áfri-
ca. Ele chegou ao continente no fnal dos anos 80 para trabalhar
numa companhia de aviação em Angola — na época, o país era de-
...e para o aumento da população vastado por uma guerra civil que matou mais de 1 milhão de pes-
de 2010 a 2020 (em % ao ano) soas. De lá, foi transferido para o Quênia, de onde os aviões da em-
presa decolavam para sobrevoar áreas de confito em países como
2,3 1,6 1,3 1,2 0,1 –0,3 Somália e Congo, lançando de paraquedas caixas de mantimentos
África
enviadas por organizações de ajuda humanitária. “Muita coisa mu-
Índia
dou desde então”, diz ele. “A África está renascendo e abrindo novas
América Latina
oportunidades para os empreendedores.”
Sudeste Asiático
Hoje, Brandalise vive em Nairóbi, capital do Quênia. Nos últimos
China
anos, ele vem aproveitando uma fase de relativa paz e prosperidade
Europa
na região para fazer negócios. Brandalise é dono da Brazafric. A em-
presa faturou 15 milhões de dólares no ano passado vendendo uma
lista de produtos que inclui de chuveiros elétricos a máquinas utili-
zadas pelos agricultores nas lavouras de café e grãos.
Conclusão Como é comum na trajetória de muitos empreendedores, Bran-
Com o crescimento acelerado da economia
e da população, a África vai precisar investir em dalise buscou inspiração para abrir sua empresa nas difculdades
infraestrutura e na produção de alimentos que enfrentava como consumidor. Ao se mudar para Nairóbi, no
fm da década de 90, ele e sua família perceberam como o mercado
Quem pode aproveitar local era carente de produtos e serviços. “Havia um pouco de tudo,
Fornecedores de setores como telecomunicações mas com pouca variedade e quantidade”, afrma ele. “Percebi uma
e logística, além de empresas que criem produtos e boa oportunidade para trazer produtos importados que atendes-
serviços para aumentar a produtividade das lavouras sem à demanda dos consumidores locais.”
Além do Quênia, a Brazafric tem escritórios em países do leste da
fontes McKinsey, OIT e ONU
África, como Moçambique, Etiópia, Uganda, Ruanda e Tanzânia.
Apesar de ainda ser um bolsão de pobreza, a economia da região
vem registrando um crescimento constante nos últimos anos. O
Unidas para Agricultura e Alimentação, o continente tem 20% das PIB dos países do leste africano aumentou 6,8% em 2011 — uma
terras disponíveis para a agricultura no mundo, mas apenas meta- expansão superior à do continente, que foi de 4,2% no mesmo pe-
de é cultivada — e, ainda assim, com pouca produtividade, devido ríodo. Neste ano, a região deve crescer mais 7%, de acordo com pro-
aos baixos investimentos em fertilizantes e tecnologia para au- jeções do Fundo Monetário Internacional.
mentar o rendimento das lavouras. “Muitos países africanos têm Agora, Brandalise está investindo a fm de levar mais empresas
condições climáticas e solos semelhantes aos do Brasil”, diz Celso brasileiras para o leste africano. Desde o ano passado, a empresa or-
Marcondes, coordenador para a África do Instituto Lula, que fo- ganiza a Brazil Eastern Africa Expo, uma feira de produtos brasilei-
menta projetos de transferência de tecnologia brasileira para a ros — a segunda edição, prevista para julho, já tem 40 expositores
mArCELo CorrEA
África. “Há um potencial enorme para exportar serviços, máqui- confrmados. “De modo geral, muitos empreendedores brasileiros
nas e insumos agrícolas brasileiros.” ainda enxergam na África um continente cheio de problemas”, diz
Hoje, Hegg passa 60% do mês no Sudão. Nos próximos anos, ele ele. “Com a feira, quero que os brasileiros venham aqui e vejam co-
pretende expandir seus negócios na África. “Além do contrato com mo esta pode ser uma terra repleta de oportunidades.”
UMA NOVA
ENERGIA A África
Até algum tempo atrás, a gaúcha Márcia Werle, de 39
anos, andava à procura de novos mercados para sua empre-
sa, a Biotechnos. Com sede em Santa Rosa, no interior do Rio
vai ÀS COMPRAS
Grande do Sul, seu negócio é fabricar equipamentos utilizados na Evolução das vendas
produção de biocombustíveis de matérias-primas como óleo de ao consumidor 1,4(1)
cozinha usado e babaçu. “Eu estava avaliando as oportunidades de (em trilhões de dólares)
exportação para países como China e Coreia do Sul”, diz ela. 0,9
“Nunca passou pela minha cabeça investir na África, que para
mim era sinônimo de miséria.” 0,4
Sua opinião começou a mudar em 2009, depois de conhecer
África do Sul, Angola e Moçambique numa viagem organizada pe-
2000 2010 2020
lo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Foi quando ela percebeu que havia um enorme mercado para os
produtos da Biotechnos na África, onde há demanda por fontes de Aumento do PIB
energia alternativa — mais de dois terços da população africana não per capita africano (em dólares)
têm acesso à eletricidade, e é comum residências, empresas e órgãos
públicos ser iluminados por geradores barulhentos movidos a óleo 2000 717
diesel. “Voltei de lá impressionada”, diz Márcia. “Desde então, crescer 2010 1 667
na África tornou-se prioridade em nossas estratégias.”
Assim como a Biotechnos, muitas outras pequenas e médias 2020 2 419(1)
empresas que hoje operam ou exportam para a África foram in-
centivadas por missões empresariais promovidas por entidades
como federações estaduais de indústrias e a Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). “A última mis-
são empresarial que promovemos, no fnal de 2011, levou 53 em-
3Oascenderam
MILHÕESdaDE AFRICANOS
linha da pobreza
presas à África e gerou 122 milhões de dólares em negócios”, afr- para a classe média emergente
ma Mauricio Borges, presidente da Apex. de 2000 a 2010 (2)
NO RASTRO de tirar de lá apenas os vivos. Para a maioria dos povos desse peda-
local onde a Vale começava a investir 1,7 bilhão de dólares para pecializou em projetos de reurbanização, recuperação de territórios
abrir a segunda maior mina de carvão a céu aberto do mundo. No degradados e estudos de impactos sociais de grandes obras. Desde
meio do projeto, seus funcionários descobriram que não teriam então, conquistou grandes clientes no Brasil, como a Vale e a em-
Faturamento
15 milhões
de dólares(1)
Álvaro JucÁ
e KÁtia Mello
Diagonal
Projetos de reurbanização
e recuperação ambiental
— São Paulo, SP
Faturamento
1oo milhões
de reais(1)
NEGÓCIOS
cinco vezes, chegando a 22 bilhões de dólares.
Em 2009, por causa do contrato com a Vale, a Diagonal abriu um
escritório em Maputo, capital de Moçambique. Atualmente, lá tra
COM O BRASIL
balham cerca de 100 funcionários — 90% deles moçambicanos.
Além da Vale, eles atendem clientes locais, como o Ministério para
Coordenação da Ação Ambiental de Moçambique. A empresa
ainda tem outras três bases em Moçambique e uma no Malawi.
Trocas
22
Hoje, 10% das receitas da Diagonal, que giram em torno dos 100
comerciais milhões de reais por ano, vêm da África. “Nossos planos são que,
entre o Brasil 2010
até 2020, os negócios africanos representem 30% das receitas”, diz
e os países Kátia. “Nosso futuro está aqui.”
africanos(1)
(em bilhões de dólares)
AFRICANOS
4
2000
EMERGENTES
Numa avenida do bairro de Talatona, em Luanda, ca-
pital de Angola, prédios neoclássicos e condomínios luxuo
trutura e moradia popular com os governos locais. Investimentos África, é importante chegar primeiro”, afrma Spaniol. “Por en
como esses ajudaram a aumentar o comércio entre o Brasil e a quanto a concorrência aqui ainda é pequena, o que aumenta as
África nos últimos anos — de 2000 a 2010, a soma das importa chances de crescer rapidamente.”
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Mercado de aplicativos 10,8
acoplá-lo a lixeiras
comuns e um sensor
só os aparelhos e de publicidade para
smartphones no mundo
que para o trabalho se
elas forem removidas
A popularização de smartphones aumen- (em bilhões de dólares)
tou o mercado de aplicativos e anúncios
1. Preços colhidos em dezembro de 2012 Fonte Empresas
Anúncios
veiculados nesses aparelhinhos. Segundo Aplicativos
um estudo da consultoria americana 6,2
KPCB, no ano passado a produção des-
ses conteúdos movimentou 19 bilhões de
dólares em todo o mundo — um aumen-
to de 2 600% em cinco anos. As receitas 3,7 3,8
de aplicativos cresceram mais que as de
publicidade e responderam por dois ter- TrX 15
ços desse mercado no ano passado. O 1,5 Triturare, R$ 829
1,2
estudo mostra que a atenção para con- 0,7 Emite menos barulho
0,35 0,35 que outros modelos do
teúdos de smartphones está aumentan-
mesmo porte. Também
do, o que pode ampliar a visibilidade e as 0,7 1,9 5,2 14,6 19 destrói crachás de PVC
receitas de anúncios neles veiculados. 2008 2009 2010 2011 2012 e cartões de crédito
Fonte 2012 Internet Trends/KPCB
por um mundo
melhor
Um grupo de empreendedores
conta como usou as experiências em
suas empresas para criar negócios
cuja meta é resolver alguns dos
grandes problemas sociais
do planeta LucIana baRREtO
O
empreendedor pre-
mal Shah era ainda
uma criança quando pre-
senciou uma cena que
lhe marcaria para sempre: na Índia, ele
caminhava ao lado da mãe trazendo
na mão uma moeda de 1 rúpia india-
na — o equivalente a cerca de 30 cen-
tavos de real. O dinheiro caiu no es-
goto. “Não pegue, fcou suja”, disse-lhe
a mãe. Logo em seguida, os dois vi- Para Stanford University Press, o livro é
ram uma senhora mergulhar a mão tornar um compilado de artigos e depoi-
na vala, pegar a moeda, erguer os bra- o mundo mentos de empreendedores sociais
ços e agradecer a Deus, olhando para um lugar que foram bem-sucedidos ao usar
o céu. “Aquela cena mudou a minha melhor ferramentas de gestão para “tornar o
vida”, diz Shah. Anos mais tarde, Shah não é mundo um lugar melhor”, como vá-
viria a criar o Kiva, um site de micro- rios deles dizem.
preciso
crédito que hoje arrecada mais de Todos os personagens têm algo im-
1 milhão de dólares por semana — o rejeitar portante em comum — eles acredi-
Fotos divUlgação de tara CapsUto, John Briggs e aBBy gray
dinheiro é convertido em emprésti- o lucro tam que fazer o bem é parte de suas
mos para empreendedores pobres de obrigações como empreendedores.
mais de 50 países. Eles afrmam também que apenas
A trajetória de Shah e de seu site é boa vontade não é o bastante para
contada num dos artigos do livro Te uma iniciativa social dar certo. Assim
Real Problem Solvers: Social Entrepre- como todo empreendedor bem-su-
neurs in America (algo como “Os em- cedido, os empreendedores sociais
preendedores sociais que de fato re- procuram entender um mercado,
solvem o problema”), ainda sem tra- pensar em meios de obtenção de re-
dução no Brasil. Editado por Ruth ceitas que garantam a existência do
Shapiro, presidente da consultoria empreendimento no longo prazo e
americana Keyi Strategies, e recém- conseguir escala para diluir custos.
lançado nos Estados Unidos pela São desafos típicos de qualquer ne-
O melhor
de cada lado
Lições das empresas para
o empreendedorismo social
GEStãO
Assim como em muitas
empresas, a administração
de vários negócios sociais
americanos é profissional.
Muitos têm conselhos
de administração e fundos
de capital que participam
da gestão para alcançar
as metas sociais estipuladas
InOVaçãO
O empreendedorismo social
pode gerar negócios em
mercados inexplorados.
O microcrédito, por exemplo,
nasceu sem finalidade lucrativa.
Em 2008, no entanto,
62% das maiores instituições
de microempréstimo tinham
condições de gerar lucro
ExpERIêncIa
Nos Estados Unidos, muitos
dos empreendedores sociais
já tinham sido bem-sucedidos
como fundadores de empresas
lucrativas. É o caso de
GEtty IMAGEs/AFP
Yunus, do
asilos. A Mia Senior formata serviços Grameen: ciados graças ao apoio de algum fun- por Muhammad Yunus, que recebeu
de assistência contínua às residências, “Tudo é uma do de capital. Uma das seções do livro o prêmio Nobel da Paz em 2006 por
questão de
como visitas de enfermeiros, assisten- fazer certo.
traz depoimentos de quatro investi- seu trabalho em microcrédito com o
tes sociais e serviços personalizados Se você dores da área, que explicam o concei- banco Grameen, de Bangladesh.
de transporte. “Ajudamos o governo a fizer certo, to de empreendimento social, falam Ao longo de seu artigo, Yunus conta
cortar custos com uma solução mais qualquer coisa como funciona um aporte e alertam a já conhecida história de seu banco, o
humana”, diz Conchy. é possível” para as difculdades de medir resulta- Grameen, pioneiro no conceito de
Outro exemplo de empresa que dos nesse tipo de negócio. O fundo microcrédito. Ele também apresenta
tem uma missão social e também Omidyar Network, por exemplo, alguns de seus projetos recentes. Um
busca o lucro é o Shorebank, banco criado por Pierre Omidyar, fundador deles é uma parceria entre o Grameen
criado no início da década de 70 do eBay, optou por investir tanto em e a Danone, que produziu um iogurte
com o objetivo de emprestar capital organizações sem fns lucrativos barato e com vitaminas para reduzir a
a afro-americanos, que tinham dif- quanto em empresas cuja missão seja desnutrição de crianças em Bangla-
culdade para obter crédito. “Quería- socialmente relevante — como é o ca- desh. Yunus é uma unanimidade no
mos provar que eles pagariam seus so de uma empresa de lâmpadas de campo do empreendedorismo social
compromissos tão corretamente baixíssimo custo, que têm substituído — seu conceito de microcrédito foi
quanto os brancos”, escreveu no livro as lâmpadas de querosene em regiões copiado no mundo inteiro e serviu de
Mary Houghton, presidente e co- pobres do planeta. modelo até mesmo para bancos con-
fundadora do Shorebank. Ao fnal do livro, há ainda artigos vencionais que buscam lucro. “Tudo é
De forma semelhante aos empreen- assinados por Bill Drayton, fundador uma questão de fazer certo”, escreveu
dimentos convencionais, muitas vezes da Ashoka, entidade especializada em Yunus no livro. “Se você fzer certo,
os empreendimentos sociais são ini- apoiar empreendedores no mundo, e qualquer coisa é possível.”
cliEntEs
curtas
Decoração
Explicação
por escrito
perigosa
Os empreendedores Decorar as empresas em
do Mato Grosso épocas especiais do ano,
do Sul agora precisam como o Carnaval, é uma prá
dar satisfação por tica bastante comum — mas
escrito aos clientes é bom que os empreendedo
que tiverem pedidos
res tomem alguns cuidados
de crédito negados
— uma lei estadual antes de escolher as ser
aprovada recentemente pentinas, plumas e másca
exige que os motivos ras de Pierrô com que pre
sejam esclarecidos tendem enfeitar seus esta
por carta. Hoje, a multa belecimentos. Um shopping
para as empresas de Porto Alegre foi conde
que não cumprirem
a determinação nado a pagar 57 000 reais
pode chegar a quase de indenização por danos
9 000 reais. morais a uma consumidora
que se machucou no Natal
de 2009. A mulher havia
levado os netos ao local pa
ra ver o Papai Noel e, ao
tentar fotografar as crian
ças, desequilibrouse e caiu
sobre um pirulito revestido
com material cortante. Na
decisão, os desembarga
dores disseram ter faltado
zelo pela segurança dos
clientes. Os advogados do
De moto, o shopping center já recorre
risco é maior ram da condenação.
O Tribunal Superior
do Trabalho condenou
uma geradora de
energia do Rio Grande
do Sul a indenizar um
funcionário que perdeu publicidadE
a perna num acidente
de trânsito — ele
utilizava uma moto
Preços sem comparação
Uma empresa pode fazer Imbé, no litoral gaúcho, pe- de outros varejistas. A Justi-
para se locomover no
publicidade comparando diam para proibir as lojas do ça deu ganho de causa ao
trabalho. Os ministros
entenderam que a seus preços com os dos con- Walmart da região de distri- Super Bom por entender
empresa tinha de arcar correntes? Não. Foi o que buir cartazes e folhetos pro- que, com esse tipo de publi-
com os danos, uma decidiu a Justiça do Rio mocionais nos quais afirma- cidade, o Walmart estava
vez que o obrigava Grande do Sul ao julgar uma vam que os concorrentes induzindo os consumidores
a andar num meio de ação movida por uma pe- cobravam mais caro — as a não fazer compras nas lo-
transporte considerado
quena rede de varejo. No peças publicitárias apresen- jas de seus competidores,
menos seguro do
que o automóvel. processo, os sócios do su- tavam uma tabela compara- ferindo, desse modo, o direi-
permercado Super Bom, de tiva entre seus preços e os to de livre concorrência.
— Com reportagem de Débora Pinho
Consultores Associados
presa e com o sindicato dos trabalhadores.