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A obrigação de restituir – aspectos gerais

Verificados os pressupostos do enriquecimento sem causa, surge uma obrigação específica: a


obrigação de restituir o enriquecimento, tratando-se de uma obrigação que segue as normas genéricas,
salvo a presença de regras específicas que introduzam desvios.
Entre as normas genéricas estão as estruturais: haverá uma prestação principal, eventualmente
acompanhada de prestações secundárias e dos deveres acessórios que ao caso caibam (art.º 762.º, n.º 2,
CC). A obrigação vence-se com a interpelação, observando-se os preceitos comuns quanto ao tempo e
ao lugar da prestação, quando às legitimidades activa e passiva e quanto à sua imputação. O papel do
instituto do enriquecimento sem causa é o de gerar uma obrigação, não o de prever todo um subsistema
atinente à obrigação que origine.

O dever primário derivado de qualquer enriquecimento sem causa é o de restituir o concreto objecto em
jogo, i.e., a coisa adquirida sem causa. O princípio da restituição natural impõe-se, perante a imagem da
responsabilidade civil (art.º 566.º, n.º 1, CC) e, ainda, por ser o mais simples e o mais justo. Estando em
jogo uma coisa fungível, o enriquecido irá restituir, nos termos gerais, algo de equivalente.

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