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Caro estudante, você lembra o que é um fluido?

Em geral, a
matéria pode se apresentar em três estados: sólido, líquido ou
gasoso. Os gases e líquidos podem ser agrupados e
classificados como fluidos. Os fluidos podem escoar, já os
sólidos não possuem essa propriedade. Nesse tratamento
introdutório, consideraremos fluidos ideais (incompressíveis e
sem viscosidade).

Para fluidos em repouso, utilizamos os conceitos de hidrostática.


Por exemplo, quando aplicamos uma componente de força
normal à superfície do fluido, sem permitir que ele escoe,
geramos pressão. A intensidade da pressão é:

; onde p=pressão; F=força normal e A=área de aplicação.

Para uma força de intensidade constante, a pressão será maior


quanto menor for a área na qual ela é aplicada. A pressão é uma
grandeza escalar com unidade, no SI, , que recebe o nome de
pascal (Pa).

Além disso, cada fluido pode ser especificado a partir da


sua densidade (ou massa específica). Para materiais
homogêneos, temos:

; em que = densidade (massa específica), m= massa total e V =


volume ocupado.

A densidade é uma grandeza escalar, com unidade no SI é . Se


a massa específica do fluido é constante em qualquer situação,
dizemos que ele é incompressível. Uma referência importante é
a massa específica da água, de aproximadamente (1000 kg de
água são necessários para preencher um recipiente com volume
de 1).

A pressão em um ponto no interior de um fluido é calculada pela


soma da pressão externa com a que é causada pela altura da
coluna, como mostra a figura 1.

Figura 1 – Pressão hidrostática


Fonte: A autora.

Portanto, temos que a pressão no ponto A da figura 1 é:

; onde = pressão externa.

Um caso comum de pressão externa aplicada é a pressão


atmosférica, que atua sobre todos os recipientes abertos. Ao
nível do mar, seu valor é .

O princípio de Stevin estabelece que a diferença entre as


pressões de dois pontos em um fluido em repouso (homogêneo
e incompressível) independe da forma do reservatório e é igual ao
produto entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a
diferença entre as profundidades dos pontos (). Logo, pontos que
estão a uma mesma profundidade devem estar submetidos à
mesma pressão.

Figura 2 - Princípio de Stevin (pontos na mesma profundidade)

Fonte: A autora.

Pela figura 2, temos que .

Vejamos a situação a seguir.

Figura 3 – Pressão hidrostática

Fonte: ÇENGEL; Yunus A.; CIMBALA John M. Mecânica dos


fluidos: fundamentos e aplicações. 3. ed. Porto Alegre: AMGH,
2015. p. 80.

Dos gráficos abaixo, qual representa corretamente a pressão ao


longo da linha que passa pelos pontos ABCDEFG?

Figura 4 – Representações gráficas para a variação de pressão


ao longo da linha AG
Fonte: A autora.

O correto é o gráfico representado pela letra E, pois a pressão é


a mesma em todos os pontos de um plano horizontal em um dado
fluido, independentemente da geometria, desde que os pontos
estejam interconectados pelo mesmo fluido.

Você sabe como funciona um elevador hidráulico? O princípio


de Pascal estabelece que a pressão aplicada a um fluido
enclausurado é transmitida sem atenuação a cada parte do
fluido. Veja a figura 5.

Figura 5 – Elevador hidráulico

Fonte: KNIGHT, Randall D. Física: uma abordagem estratégica.


2. ed. v. 2. Bookman. p. 454.

Considerando a figura 3 e utilizando o princípio de Pascal,


temos:

Em palavras, uma pequena força exercida sobre um pistão


pequeno pode sustentar um carro grande. Veja mais sobre esse
assunto no capítulo 15 do livro: KNIGHT, Randall D. Física: uma
abordagem estratégica. 2. ed. v. 2. Bookman. Faça login na sua
biblioteca virtual e copie o link disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577805
389/cfi/34!/4/4@0.00:0.00>. Acesso em: 28 maio 2017.

Você se lembra por que um navio é capaz de flutuar na água?


O princípio de Arquimedesdefine que um corpo total ou
parcialmente imerso em um fluido é sustentado por uma força
cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
Chamamos essa força de empuxo (ou força de sustentação).
Assim, temos:

Veja que o volume de fluido deslocado será igual ao volume


submerso do objeto que está no fluido. Então, quanto maior o
volume imerso, maior o empuxo.

Se o objeto estiver em equilíbrio (força resultante sobre ele é


nula), podemos então obter que:

(equação 1);

Mas o peso do objeto é ;

Logo, retornando na equação 1, temos ;

Ou seja, podemos relacionar o volume deslocado do fluido com


o volume total do objeto: .

; em que = vazão volumétrica, V = volume escoado e =


intervalo de tempo e a unidade, no SI, da vazão volumétrica é .

Em palavras, dizemos que a vazão é o volume de determinado


fluido que passa por uma determinada seção por um
determinado intervalo de tempo.

Podemos também quantificar a vazão em massa (vazão mássica


– ) como sendo a quantidade de massa do fluido que escoa em
um determinado intervalo de tempo. Relacionamos a vazão
mássica com a vazão volumétrica da seguinte forma:

Para descrever o comportamento de um fluido ideal que escoa


ao longo de um tubo, utilizamos a equação de Bernoulli, a qual
utiliza a lei da conservação da energia e é dada por:

; em que:
p = pressão ao longo da tubulação; = densidade (massa
específica) do fluido; v = velocidade de escoamento; g =
aceleração da gravidade e h = altura em relação ao referencial.

Outro conceito muito relevante na hidrodinâmica é a equação da


continuidade, que relaciona a área disponível para escoamento
com a velocidade do fluido. Ela nos diz que, quanto menor a
seção (área) do tubo (por onde o fluido escoa), maior a velocidade
de escoamento:

Perceba que, quando utilizamos o dedo polegar para fechar um


pouco a saída de água de uma mangueira, a intenção é
aumentar a velocidade de saída do líquido. A equação da
continuidade explica esse fato.

Resumo:

Neste material, lembramos os conceitos básicos sobre fluidos


ideais nas condições estática e dinâmica. Na hidrostática (fluidos
sem movimento), revisamos os conceitos de pressão, densidade
(massa específica), princípio de Stevin, princípio de Pascal e
princípio de Arquimedes (empuxo). Na hidrodinâmica (fluidos em
movimento) estudamos sobre vazão, equação de Bernoulli e
equação da continuidade.

Referências bibliográficas:

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth S.


Física 2. 5. ed. v. 2. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e
Científicos, 2003.

KNIGHT, Randall D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed.


v. 2. Porto Alegre: Bookman Companhia Editora, 2009.

ÇENGEL; Yunus A.; CIMBALA John M. Mecânica dos fluidos:


fundamentos e aplicações. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
Estudante, você se lembra do conceito de força? Em nosso
cotidiano, exercer uma força significa puxar ou empurrar alguma
coisa. A força é uma grandeza vetorial. A relação da força com
o movimento dos objetos é estudada pelas leis de Newton.

A primeira lei de Newton define que se nenhuma força resultante


atua sobre um corpo, então a velocidade desse corpo não pode
mudar, ou seja, o corpo não pode sofrer aceleração, estando em
equilíbrio.

A segunda lei de Newton determina que a força resultante que


age sobre um corpo é igual ao produto da massa do corpo pela
aceleração. Matematicamente, temos:

A terceira lei de Newton estabelece o princípio da ação e reação.


Quando dois corpos interagem, as duas forças decorrentes da
interação possuem sempre o mesmo módulo, a mesma direção,
porém sentidos contrários. As forças do par ação e reação atuam
sempre em corpos distintos, e por isso nunca se cancelam.

Lembre-se de que quando duas ou mais forças atuam,


simultaneamente, sobre um objeto, podemos calcular a força
total ou força resultante somando vetorialmente todas as forças
que atuam sobre ele:

Que tal lembrarmos algumas forças especiais? Veja a tabela a


seguir.

Tabela 1 – Forças especiais

Fonte: A autora.

Em engenharia, muitas vezes as forças são também encontradas


com o conceito de esforços. Portanto, esforço corresponde à força
que atua no material e pode ser classificado em esforço normal
(ou axial) e esforço cortante (ou transverso).

Ao estudarmos forças, é muito comum nos depararmos com


situações envolvendo polias (ou roldanas). Existem polias fixas
e móveis. Uma única polia serve para alterar a direção de
aplicação de uma força. Já a associação de várias polias pode
ser capaz de “multiplicar” uma força e, assim, reduzir
drasticamente o esforço necessário para elevar um objeto
pesado.

A força aplicada em um corpo rígido pode causar tanto


movimento de translação como de rotação. Estudamos a
rotação por meio do conceito de torque (ou momento de uma
força).

O momento de uma força ou torque é uma grandeza vetorial


que calcula a tendência de rotação que uma força pode provocar
em um objeto (em alguns materiais didáticos também definida
pelo símbolo ).

Dizemos que as forças causam aceleração linear e torques causam


aceleração angular nos objetos.

Devemos nos atentar que a tendência de rotação (torque) é


sempre calculada em relação a um ponto ou a um eixo de
referência.

A intensidade do torque é dada por ; em que F = intensidade da


força, d = distância perpendicular entre ponto (ou eixo)
analisado até a linha de ação da força F (d é também chamado
de braço de alavanca ou braço do momento). A unidade, no SI,
do torque é (newton-metro).

Imagine um objeto sofrendo a influência de uma força , conforme


figura 3. Se ele está fixado a um eixo que a atravessa o ponto O,
com liberdade para girar, então a força causará a rotação do
objeto.

Figura 3 – Torque
Fonte: PLESHA, Michael E.; GRAY, Gary L.; COSTANZO
Francesco. Mecânica para Engenharia: Estática. Porto Alegre:
Bookman, 2014.
p.180.

Estudante, lembre-se de que podemos também apresentar o


conceito de torque envolvendo o conceito de produto vetorial. A
abordagem vetorial facilita o cálculo do torque, especialmente
em situações tridimensionais.

; em que é o vetor posição traçado do ponto (ou eixo) de


interesse até qualquer ponto sobre a linha de ação da força e é
o ângulo medido entre as direções de e , como representado na
figura 4. Veja que o braço de alavanca é .

Figura 4 – Abordagem vetorial para cálculo do torque

Fonte: (Modificada). PLESHA, Michael E.; GRAY, Gary L.;


COSTANZO Francesco. Mecânica para Engenharia: Estática.
Porto Alegre: Bookman, 2014. p.181.

Observe que, quanto maior d, maior a tendência de rotação, ou


seja, menos esforço precisamos fazer para provocar a rotação
do objeto. Isso explica a localização das maçanetas nas portas,
não é mesmo? Quanto mais distante a maçaneta estiver do eixo
de rotação da porta, maior o braço de alavanca e, portanto,
menos esforço temos de fazer para abrir ou fechar (girar) a porta.

Encontramos a direção e sentido do torque da regra da mão


direita ou por meio do cálculo do produto vetorial.

Na regra da mão direita, quando o polegar apontar nos sentidos


positivos dos versores, admitimos ser um vetor torque “positivo”
e temos a tendência de rotação no sentido anti-horário. Do
contrário, admitimos um vetor torque “negativo” e temos a
tendência de rotação no sentido horário.

Quando estudamos o movimento de rotação, além do torque,


muitas vezes analisamos também o momento de inércia e a
aceleração angular.

O momento de inércia é calculado em relação ao eixo de


rotação e nos fornece uma ideia do quão difícil é fazer o objeto
girar ou pará-lo quando já estiver movimento giratório.

A aceleração angular mede a variação da velocidade angular


em um intervalo de tempo. Essas grandezas torque, momento
de inércia e aceleração angular se relacionam da seguinte
forma:

Em engenharia, podemos também encontrar o torque como


momento fletor e momento torsor.

Se várias forças atuam no objeto e queremos saber o torque


(momento) resultante, basta calcular individualmente cada
torque em relação ao ponto (ou eixo) de interesse e em seguida
somar vetorialmente os resultados.

Reveja mais sobre torque acessando, na sua biblioteca virtual, o


capítulo 4 do livro Mecânica para Engenharia: Estática,
disponível no link:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788565837
309/cfi/195!/4/2@100:0.00>. Acesso em: 2 jun. 2017.

Devemos lembrar também dos vários tipos de reações que


podem ocorrer nos apoios e pontos de apoios (chamados de
forças e torques reativos) que auxiliam na sustentação dos
objetos.

Como regra geral, se o apoio restringe a translação do objeto em


uma direção, então ele exerce uma força (reação) sobre o objeto
naquela direção. Se a rotação é impedida, então o apoio exerce
um torque sobre o objeto. Normalmente, não conhecemos os
sentidos das forças reativas. Então, podemos adotá-los
arbitrariamente e a resolução da situação nos mostrará se de
fato adotamos o sentido correto.

Tabela 2 – Tipos de apoio

A melhor maneira de enxergar todas as forças e torques que


atuam sobre um objeto é desenhar um diagrama de corpo livre
(DCL). Esse é o passo mais importante, pois é por meio do DCL
que definimos claramente o objeto a ser estudado e assim
obtemos as equações para a solução do problema. A omissão
de uma força que atua no corpo analisado, ou a inclusão de uma
força que não atua no corpo, fornecerá resultados errados. Por
isso, devemos ter muito cuidado e atenção na sua construção.

Lembre-se de que o diagrama é um esboço que mostra o objeto


livre de seu entorno e com todas as forças e torques que
atuam sobre ele. Veja abaixo um fluxograma para obtermos um
diagrama de corpo livre.

Fluxograma 1 – Procedimento para traçar um diagrama de corpo


livre

Fonte: A autora.

A seguir, temos um exemplo de diagrama de corpo livre para


uma estrutura, composta de uma viga de massa m, engastada
no ponto A e sujeita a três forças externas F1, F2 e F3, como
mostra a figura 5.

Figura 5 – Diagrama de corpo livre

Fonte: MERIAM, James L.; KRAIGE, L. Glenn. Mecânica para


Engenharia: Estática. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. p. 87.
Resumo:

Neste material, revisamos os conceitos de força, torque e


diagrama de corpo livre. Estudamos a relação da força com o
movimento dos objetos por meio das três leis de Newton e
retomamos as forças especiais como normal, peso, tração, atrito
e elástica. Vimos que forças causam aceleração linear,
enquanto torques causam aceleração angular (rotação) nos
corpos.

Ainda, ressaltamos que a melhor maneira de enxergar todas as


forças e torques que atuam sobre um objeto é desenhar um
diagrama de corpo livre. Esse é o passo mais importante, pois
é por meio desse diagrama que definimos o objeto a ser
estudado e, assim, obtemos as equações para a solução do
problema.

Referências bibliográficas:

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl.


Fundamentos de Física 1: mecânica. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC
Livros Técnicos e Científicos, 2009, v.1.

HIBBELER, Russel Charles. Estática. 2. ed. São Paulo:


Pearson, 2009.

BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON, JR E. Russel; MAZUREK,


David F.; EISENBERG, Eliot R. Mecânica Vetorial para
Engenheiros: Estática. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.

KAMINSKI, Paulo Carlos (Org.) et al. Mecânica Geral para


Engenheiros. 1. ed. v. 1. São Paulo: Edgard Blücher, 2011.
SEARS, Francis Weston; ZEMANSKY, Mark W.; YOUNG, Hugh
D. Física 1: Mecânica. 12. ed. v. 1. São Paulo: Pearson, 2008.

NUSSENZVEIG, Herch M.. Curso de Física Básica. 1. ed. v. 3.


São Paulo: Edgard Blücher, 2011.

SERWAY, Raymond A.; JEWETT JR, John W. Princípios de


Física. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

TIPLER, Paul A. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio


de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2009.

YOUNG, Hugt. Física I: mecânica. 12. ed. São Paulo: Pearson,


2010.

CHIQUETTO, Marcos; VALENTIM, Bárbara; PAGLIARI,


Estéfano. Aprendendo Física. 1. ed. v. 3. São Paulo: Scipione,
1996.

PLESHA, Michael E.; GRAY, Gary L.; COSTANZO Francesco.


Mecânica para Engenharia: Estática.Porto Alegre: Bookman,
2014.

MERIAM, James L.; KRAIGE, L. Glenn. Mecânica para


Engenharia: Estática. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
Estudante, você se lembra quais são as condições para que um
objeto ou estrutura estejam em equilíbrio estático?

A Estática lida, principalmente, com a descrição das condições


necessárias e suficientes para manter o equilíbrio de forças e
torques em estruturas.

Podemos dividir nosso estudo em estática de pontos materiais e


estática de corpos rígidos.

A primeira lei de Newton define que se a força resultante sobre


um corpo é nula, então o corpo não pode sofrer aceleração,
estando em equilíbrio.

Assim, para objetos com dimensões desprezíveis (ponto


material), essa é a condição necessária e suficiente para garantir
o equilíbrio.

Veja que, pela segunda lei de Newton, se a força resultante é


nula, então a aceleração também é nula. Logo, um corpo que
não tem aceleração está em equilíbrio.

Para resolver as situações de equilíbrio, uma dica valiosa é


aplicar o princípio de independência dos movimentos:
movimentos em direções diferentes, perpendiculares, são
independentes e podem ser estudados separadamente. Assim,
para o equilíbrio:

; ;.

Lembre-se de que, para calcular as componentes das forças em


relação aos versores , é necessário realizar a projeção vetorial.

Neste material estamos enfatizando o equilíbrio estático, ou


seja, quando o objeto está em repouso (velocidade e aceleração
nulas). A título de curiosidade, lembre-se de que, quando o
objeto se move com velocidade constante não nula, temos o
caso particular do equilíbrio dinâmico.

Os problemas de equilíbrio para ponto material podem ser


solucionados utilizando o procedimento descrito no diagrama a
seguir.

Diagrama 1 – Procedimento para solução de problemas de


equilíbrio de ponto material

Veja a seguir um diagrama que ilustra as condições de equilíbrio


em uma partícula sujeita à ação de três forças.

Diagrama 2 – Equilíbrio de ponto material

Diagrama de corpoEquações para o


Situação livre equilíbrio
.

No eixo x, temos:

No eixo y, temos:

.
Conclusão: Para o equilíbrio, a força deve cancelar a projeção da
força na horizontal e a força deve cancelar a projeção da força na
vertical.
Fonte: A autora.

Para garantir o equilíbrio estático de objetos cujas dimensões


são relevantes (corpo rígido ou corpo extenso) é necessário
garantir que o objeto não sofre translação nem rotação. Em
outras palavras, o objeto não pode ter aceleração linear nem
angular. Logo, as condições para o equilíbrio estático dos corpos
rígidos são:

a se a força resultante é nula, não se inicia uma translação


(aceleração linear nula).

a se o torque resultante é nulo, não se inicia uma rotação


(aceleração angular nula).

Para a aplicação bem-sucedida das equações de equilíbrio é


preciso uma completa especificação de todas as forças e dos
torques que atuam sobre o corpo. Assim, é fundamental
desenhar o diagrama de corpo livre mostrando todas as
interações que as vizinhanças exercem sobre o objeto. Lembre-
se das forças (reações) de apoio.

Aplicando o princípio de independência dos movimentos para o


equilíbrio estático dos corpos rígidos, temos:

;;.

;;.

Logo, as seis equações acima precisam ser satisfeitas para


garantir o equilíbrio estático do corpo extenso.

Os torques sempre são calculados em relação a um ponto (ou


eixo) de referência. Para facilitar o desenvolvimento das
equações acima, escolha o ponto que esteja na linha de ação do
maior número de forças desconhecidas (incógnitas).

Os problemas de equilíbrio para um corpo rígido podem ser


solucionados utilizando o procedimento descrito no diagrama a
seguir.
Diagrama 3 – Procedimento para solução de problemas de
equilíbrio de corpo rígido

Caro estudante, lembre-se de que o diagrama de corpo livre é o


passo mais importante na solução de problemas (de ponto
material e de corpo rígido). A omissão de uma força que
atua no corpo analisado, ou a inclusão de uma força que não
atua no corpo, fornecerá resultados errados. Veja a seguir um
diagrama que ilustra as condições de equilíbrio em um pórtico
(dois pilares que sustentam uma barra).

Diagrama 4 – Equilíbrio de corpo rígido

Um corpo rígido, ou uma combinação rígida de elementos


tratada como um único corpo, que possui mais apoios externos
ou restrições do que o necessário para manter uma posição de
equilíbrio é chamado estaticamente indeterminado. Apoios que
podem ser removidos sem destruir a condição de equilíbrio do
corpo são denominados redundantes. O número de elementos
de apoio redundantes presente corresponde ao grau de
indeterminação estática e é igual ao número total de forças
externas incógnitas menos o número de equações de equilíbrio
independentes disponíveis. Por outro lado, corpos que são
apoiados pelo número mínimo de restrições necessário para
assegurar uma configuração de equilíbrio são
chamados estaticamente determinados, e para esses corpos as
equações de equilíbrio são suficientes para determinar as forças
externas incógnitas (MERIAM; KRAIGE, 2013).

Tabela 1 – Equilíbrio e classificação de estruturas

Classificação das
Características estruturas
Número de reações é estritamente igual ao
número de equações de equilíbrio.
Possuem equilíbrio estático. Isostática
Número de reações é inferior ao número de
equações de equilíbrio. Não possui
equilíbrio estático. Hipostática
Número de reações é superior ao número
de equações de equilíbrio. Possuem
equilíbrio estático. O grau de
hiperestaticidade define quantos apoios
podem ser removidos sem destruir a
estática da estrutura. Hiperestática
Fonte: A autora.

Em muitas situações de equilíbrio podemos nos deparar com


carregamentos, ou seja, quando uma grande área da superfície
de um corpo está sujeita a cargas distribuídas. No caso, temos
força distribuída por unidade de área (uma pressão P). Nessa
situação, é importante lembrar que a intensidade da força
resultante é proporcional à área total sob o diagrama de carga.

No tocante à localização, a força resultante tem uma linha de


ação que passa pelo centro geométrico (centroide) da área
definida pelas cargas distribuídas.

Figura 1 – Cargas (forças) distribuídas

Fonte: MERIAM, James L.; KRAIGE, L. Glenn. Mecânica para


Engenharia: Estática. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. p. 182.
Reveja mais acessando na sua biblioteca virtual o capítulo 5 do
livro Mecânica para Engenharia: Estática, disponível no link:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-
3040-1/cfi/6/30!/4/2/4@0:30.4>. Acesso em: 13 jun. 2017.

Resumo:

Neste material, fizemos uma abordagem sobre equilíbrio


estático, contemplando as condições necessárias e suficientes
que garantem a estática de pontos materiais e de corpos rígidos.

Para a estática de pontos materiais, precisamos apenas garantir


que a força resultante é nula sobre o objeto. Já no caso de
corpos rígidos, além da força resultante nula, precisamos
garantir que o torque resultante sobre o corpo também é nulo.

Quando analisamos o equilíbrio de corpos rígidos, precisamos


nos preocupar também com as forças e torques reativos que os
apoios exercem sobre o corpo ou estrutura. A quantidade de
reações comparadas com o número de equações de equilíbrio
caracterizam o tipo de estrutura.

Em muitas situações, as forças, em vez de serem aplicadas em


um único ponto, encontram-se distribuídas sobre uma área de
contato finita com objeto. Devemos trabalhar essas situações
utilizando o conceito de cargas distribuídas.

A estática é um dos assuntos mais importantes pata a


engenharia. Assim, não esqueça de buscar novas fontes de
consultas e refletir sobre o conteúdo apresentado.

Referências bibliográficas:
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl.
Fundamentos de Física 1: mecânica. 8. ed. v. 1. Rio de Janeiro:
LTC Livros Técnicos e Científicos, 2009.

HIBBELER, Russel Charles. Estática. 2. ed. São Paulo:


Pearson, 2009.

BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON, JR E. Russel; MAZUREK,


David F.; EISENBERG, Eliot R. Mecânica Vetorial para
Engenheiros: Estática. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.

KAMINSKI, Paulo Carlos (Org.) et al. Mecânica Geral para


Engenheiros. 1. ed. v. 1. São Paulo: Edgard Blücher, 2011.

SEARS, Francis Weston; ZEMANSKY, Mark W.; YOUNG, Hugh


D. Física 1: Mecânica. 12. ed. v. 1. São Paulo: Pearson, 2008.

NUSSENZVEIG, Herch M. Curso de Física Básica. 1. ed. v. 3.


São Paulo: Edgard Blücher, 2011.

SERWAY, Raymond A.; JEWETT JR, John W. Princípios de


física. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

TIPLER, Paul A. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio


de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2009.
YOUNG, Hugt. Física I: mecânica. 12. ed. São Paulo: Pearson,
2010.

CHIQUETTO, Marcos; VALENTIM, Bárbara; PAGLIARI,


Estéfano. Aprendendo Física. 1. ed. v. 3. São Paulo: Scipione,
1996.

PLESHA, Michael E.; GRAY, Gary L.; COSTANZO Francesco.


Mecânica para Engenharia: Estática.Porto Alegre: Bookman,
2014.

MERIAM, James L.; KRAIGE, L. Glenn. Mecânica para


Engenharia: Estática. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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