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1 Sumário
2 DINÂMICA DO PNEU ..................................................................................... 5
2.1 PNEU E ARO: CONCEITOS BÁSICOS ........................................................... 6
2.1.1 Pneus e informações laterais ........................................................................... 6
2.1.2 Componentes do pneu .................................................................................. 11
2.1.3 Principais materiais dos pneus de borracha .................................................. 12
2.1.4 Pneus radiais ................................................................................................. 13
2.1.5 Pneus não radiais .......................................................................................... 14
2.1.6 Diferenças entre pneus radiais e diagonais ................................................... 15
2.1.7 Funções do pneu: um resumo ....................................................................... 17
2.1.8 Banda de rodagem (Tread)............................................................................ 17
2.1.9 Área de contato (Região de contato do Pneu) (Tireprint) ............................... 20
2.1.10 Rodas e Aros ................................................................................................. 20
2.2 SISTEMAS DE COORDENADAS DO PNEU E SISTEMAS DE FORÇAS NO
PNEU ............................................................................................................ 21
2.2.1 Sistemas de coordenadas do pneu pela SAE ................................................ 23
2.3 FORÇA LATERAL ......................................................................................... 24
2.3.1 Pneu estático ................................................................................................. 24
2.3.2 Pneu sob movimento ..................................................................................... 25
2.3.3 Torque de auto alinhamento e rastro pneumático (pneumatic trail) ............... 26
2.3.4 Rastro mecânico, rastro pneumático, ângulo de deriva e torque de
esterçamento ................................................................................................. 27
2.3.5 Força lateral, torque de auto alinhamento e ângulo de deriva........................ 29
2.3.6 Efeito do carregamento no pneu na força lateral ........................................... 31
2.4 FORÇA LONGITUDINAL ............................................................................... 33
2.4.1 Força de tração ............................................................................................. 33
2.4.2 Força de frenagem ........................................................................................ 35
2.4.3 Taxa de escorregamento longitudinal ............................................................ 36
2.5 FORÇA DE CAMBER (FORÇA DE CAMBAGEM) ......................................... 40
2.6 RAIO EFETIVO DA RODA ............................................................................ 45
2.7 Resistência de rolagem ................................................................................. 47
2.7.1 Deformação e resistência de rolagem ........................................................... 50
2.7.2 Efeito da velocidade no coeficiente de atrito de rolagem ............................... 50
2.7.3 Efeito da pressão e da carga no coeficiente de atrito de rolagem .................. 52
2.7.4 Efeito do ângulo de deriva na resistência de rolagem .................................... 55
2.7.5 Efeito do ângulo de câmber na resistência de rolagem.................................. 55
2.8 FORÇAS NO PNEU ...................................................................................... 56
5
2 DINÂMICA DO PNEU
Fig. 2:
Pneus pneumáticos são o único meio para transferir forças entre a estrada e
o veículo. Os Pneus são requeridos para gerar forças necessárias para controlar as
manobras do veículo quando em movimento. A Fig. 3 ilustra uma vista da seção
transversal de um pneu em um aro mostrando as dimensões dos parâmetros que
são utilizados em pneus padrão. A altura do flanco do pneu é um número que deve
ser somado ao do aro a fim de calcular o raio da roda. A largura da seção (ou
largura do pneu) é a maior dimensão do pneu quando o pneu não está sob
carregamento.
Os Pneus são requeridos a ter certas informações impressas nas paredes
laterais. A Fig. 4 ilustra a vista da seção transversal de uma amostra de um pneu
para mostrar as informações impressas nas paredes laterais de um pneu.
7
Os códigos impressos nesse pneu são (1) Tamanho do pneu; (2) Máxima
pressão de enchimento; (3) Tipo de construção do pneu; (4) M&S denota pneus para
lama e neve; (5) Número de aprovação para da marca pelo país/continente; (6)
Número de identificação do departamento de transporte do país; (7) País de
fabricação; (8) Fabricante, marca do pneu ou nome comercial.
A informação mais importante na lateral do pneu é o tamanho do pneu,
indicado por (1). A fim de compreender melhor o formato do número do pneu, um
exemplo é mostrado na Fig. 5, onde algumas nomenclaturas são discutidas na
sequência.
8
P 215 / 60 R 15 96 H
P Carro de passageiros
215 Largura do pneu [mm]
60 Razão de aspecto [%]
R Radial
15 Diâmetro do aro [pol]
96 Taxa de carregamento
H Taxa de velocidade
Fig. 5: Amostra do tamanho de um pneu e o significado de seus códigos.
hT
sT = x100. (1)
wT
Em geral, as razões de aspecto variam de 35, para carros de corrida, até 75, para
pneus usados em veículos utilitários.
R representa o tipo de construção do pneu. Neste caso, R indica que o pneu
tem construção do tipo radial. O código também pode ser indicado pela letra B
indicando construção do tipo ‘bias belt’ ou D indicando construção diagonal do pneu.
15 Representa o diâmetro do aro. Este número em [pol] indica o diâmetro do
aro para o qual o pneu é projetado para ser ajustado.
96 Taxa de carregamento ou índice de carregamento. O índice de
carregamento indica a carga máxima projetada que cada pneu pode suportar. A Fig.
6 indica alguns dos mais comuns índices de carregamento com suas respectivas
capacidades de carga. A taxa de carregamento é geralmente válida para
velocidades abaixo de 210 km/h.
H taxa de velocidade. A taxa de velocidade indica a máxima velocidade que
pode ser mantida pelo pneu por dez minutos sem sofre ruptura ou falha. A Fig. 7
apresenta uma tabela que indica os índices mais comuns das taxas de velocidade e
seus significados. A taxa máxima de velocidade de um pneu é relacionada com suas
aplicações típicas na tabela da Fig. 8.
9
Fig. 6: Índice de carregamento indicando capacidade máxima de carga para cada pneu.
Exemplo 1
Peso de um carro e taxa de carregamento de seus pneus. Suponha-se que um carro possua
2000 kg, pergunta-se qual a taxa de carregamento do pneu?
Solução:
Solução: Note-se que cada pneu suporta uma carga de 500 kg. Analisando a tabela da Fig. 6,
infere-se que o índice de carregamento deve ser maior que 84.
Exemplo 2
Altura do pneu com base nos números do pneu. Seja um pneu que tem o seguinte número
P215/60R15 96H, obtenha a altura do pneu em [mm].
Solução:
Analisando o número do pneu, nota-se que sua razão de aspecto é 60% e possui 215 [mm] de
largura. Da Eq. (1), tem-se
hT
sT = x100,
wT
onde sT = 60 100 e w T = 215 . Portanto, a altura do flanco do pneu pode calculada como
sT w T 60 * 215
hT = = = 129mm
100 100
Esse valor corresponde à altura do pneu a partir do aro até superfície.
Exemplo 3
Cálculo do diâmetro e do raio pneu. Supondo que certo pneu tem o seguinte número de
identificação P235/75R15, obtenha o raio total do pneu.
Solução: Para calcular o raio total do pneu, inicialmente obtém-se a altura do flanco do pneu.
Como a largura do pneu é 235 [mm] e a razão de aspecto é 75%, tem-se
75 * 235
hT = = 176,25mm
100
Esse valor corresponde à altura do flanco do pneu. A numeração do pneu indica que ele possui
um diâmetro e 15 pol, portanto um raio de 7,5 pol = 190,5 mm. Logo, o raio do pneu pode ser
calculado fazendo
R = 176,25 + 190,5 = 366,75mm
Esse raio corresponde ao raio do aro somado ao valor do flanco do pneu.
11
Exemplo 4
Código da taxa de velocidade. Um pneu possui o seguinte código P235/70R15 100H, qual é a
velocidade máxima que esse pneu suporta com que carga máxima?
Solução: A letra H indica o índice de máxima velocidade, onde pela tabela a máxima
velocidade é 210 km/h. Ademais o código 100 indica a carga máxima que o pneu pode suportar,
onde pela tabela, é de 800 kg. Portanto, a velocidade máxima é 210 km/h suportando um peso
máximo de 800 kg.
Nos pneus de construção radial, as cordas das telas vão de talão a talão e
estão orientadas de modo a formarem um ângulo sensivelmente igual a 90º em
relação à linha média do piso. Esta estrutura é estabilizada por cintas
14
Na construção diagonal (ou bias ply) as cordas das telas vão de talão a talão
e estão orientadas, de modo a formarem ângulos alternados próximos de 30º,
embora qualquer outro ângulo possa ser empregado.
Fig. 12: Pneus de construção diagonal: arranjos possíveis na montagem das telas.
Fig. 14
rodagem reta na estrada. Por outro lado, o pneu diagonal, Fig. 15b), tem menos
contato com a estrada e a banda de rodagem e a lateral distorce sob carregamento
lateral.
Fig. 16
Fig. 21
Fig. 22:
Fig. 23: Ilustração dos ângulos de câmber e de deriva. (a) vista frontal do pneu e a medida do ângulo
de câmber. (b) Vista superior do pneu e a medida do ângulo de deriva.
ou carregamento da roda;
Estes são os sistemas de forças que são aplicadas no pneu a partir do solo.
Todas outras possibilidades de forças são aplicadas no eixo da roda. A tração e a
frenagem aplicadas a partir do veículo sobre o eixo do pneu é chamada de torque T
da roda.
como uma mola linear sob uma pequena força lateral, Fy , com uma rigidez lateral,
k y , na forma
Fy = k y y. (2)
valor máximo FyM . Nesse ponto, a força lateral aproximada permanece constante e
Fig. 25: Vista frontal de um pneu defletido lateralmente (esquerda). Vista inferior de um pneu defletido
lateralmente (direita).
Fig. 26: Vista inferior da área de contato do pneu girando sob força lateral.
Fig. 27: Distribuição de tensão 𝜏𝑦 , força resultante lateral 𝐹𝑦 e o rastro pneumático 𝑎𝑥𝛼 para um pneu
girando sob um positivo ângulo de deslizamento 𝛼.
tensão, a força lateral resultante, Fy , pode ser assumida distante do centro da área
Mz = Fyax. (4)
Fig. 28:
Fig. 29: Torque de auto alinhamento versus ângulo de deriva para diferentes tipos de carregamento.
vy
α = tan−1 . (5)
vx
30
Fig. 30: Força lateral como função do ângulo de deslizamento 𝛼 para um carregamento vertical
constante.
radiais são ilustrados na Fig. 31. O rastro pneumático a xα aumenta para pequenos
ângulos até atingir um valor máximo e decresce para zero e assumindo até mesmo
para valores negativos para altos ângulos de escorregamento. Logo, o gráfico do
Fig. 31: Torque auto alinhante, 𝑀𝑧 , como função do ângulo de deslizamento 𝛼 para uma carga vertical
contante.
31
Fig. 32: comportamento da força lateral em função do ângulo de deslizamento 𝛼 de uma amostra de
pneu para diferentes carregamentos normais
Fig. 33: Efeito do carregamento na força lateral como uma função do ângulo de deslizamento 𝛼
apresentado de uma forma adimensional.
32
Conforme mostra o diagrama, o torque motor produz uma reação para frente
da roda, isto é, uma força de tração, FT , da estrada para o pneu. Esta força
Fig. 36: Distribuição das força e da velocidade de deslizamento, consierando a área de contato de um
pneu sob torque de tração MT .
Fig. 37: Distribuição de forças e escorregamento de velocifade na área de contado do pneu sob toque
de frenagem, MB.
Fig. 38: Um pneu girando no solo para mostrar a distância percorrida sem escorregamento 𝑑𝐹 e a
distância verdadeira 𝑑𝐴 .
faz com que a distância que o pneu sob tração (ou frenagem) seja menor do que em
a roda sob rolamento livre. Este fenômeno é usualmente referido como deslizamento
longitudinal, pois ocorre deslizamento na banda de rodagem no final da área de
contado do pneu.
SAEJ670 (Milliken, 1995) define deslizamento longitudinal, s , como a
diferença entre a velocidade angular da roda sob tração (frenagem), , e a
velocidade angular da roda girando livremente, 0 , matematicamente
s = − 0 . (6)
− 0
SR = , (7)
0
Rh
SR = − 1, (8)
v
Quando o pneu está sob tração (ou frenagem) sob a mesma velocidade,
pode-se fazer
v = R (9)
Rh
SR = −1 (10)
R
Rh = R . (11)
Logo, a taxa de deslizamento quando a roda está patinando deve ser nula, SR = 0 .
Se um pneu está girando a certa velocidade angular, mas a velocidade linear do
centro do pneu é nula, então de acordo com a equação anterior, a taxa de
deslizamento do pneu será nula ou 0% (nenhum deslizamento que resulte em tração
ocorre na parte de trás da banda de rodagem). Isso é comumente observado em
uma superfície congelada, onde o pneu que recebe o torque permanece girando a
uma velocidade angular, enquanto o veículo não se move para frente.
Em outra situação extrema, quando sob frenagem com a roda travada, a
velocidade angular da roda é nula, = 0 . Logo, a taxa de deslizamento deve ser
sr = −1 ou de 100%.
Outra forma de definir a taxa de deslizamento longitudinal pela norma SAE,
é em termos da diferença entre a velocidade atual do pneu 𝑣𝑥 e a velocidade
equivalente/efetiva 𝑅𝜔 𝜔. A Fig. 38 ilustra um pneu girando no solo. A distância ideal
que o pneu percorreria sem escorregar é denotada por 𝑑𝐹 , enquanto a distância
verdadeira que o pneu percorre é 𝑑𝐴 . Assim, para um pneu girando, 𝑑𝐹 > 𝑑𝐴 , e para
um pneu escorregando, 𝑑𝐹 < 𝑑𝐴 .
A diferença 𝑑𝐹 − 𝑑𝐴 é definida como escorregamento do pneu e, portanto, a
taxa de escorregamento é dada por
𝑑𝐹 − 𝑑𝐴
𝑠=
𝑑𝐴
Para obter o valor instantâneo de 𝑠, deve-se medir a distância percorrida em
um período de tempo infinitesimal, obtendo
𝑑̇𝐹 − 𝑑̇𝐴
𝑠=
𝑑̇𝐴
Se a velocidade angular do pneu é 𝜔𝜔 , então 𝑑̇𝐹 = 𝑅𝑔 𝜔𝜔 e 𝑑̇𝐴 = 𝑅𝜔 𝜔𝜔 , onde
𝑅𝑔 é o raio geométrico e 𝑅𝜔 é o raio efetivo. Portanto, a taxa de escorregamento
pode ser definida baseada na velocidade verdadeira 𝑣𝑥 = 𝑅𝜔 𝜔𝜔 e na velocidade de
rolamento livre 𝑅𝑔 𝜔𝜔 na forma
𝑅𝑔 𝜔𝜔 − 𝑣𝑥
𝑠=
𝑣𝑥
ou
39
𝑅𝑔 𝜔𝜔 − 𝑅𝜔 𝜔𝜔 𝑅𝑔
𝑠= = −1
𝑅𝜔 𝜔𝜔 𝑅𝜔
A taxa de escorregamento é positiva para quando o veículo é acelerado e negativa
para quando o veículo é freado.
Para acelerar ou frear um veículo, forças longitudinais devem ser
desenvolvidas entre o pneu e o solo. Quando um momento é aplicado ao eixo de
rotação do pneu, ocorre taxa de escorregamento e uma força longitudinal 𝐹𝑥 é
gerada na área de contato do pneu. A força 𝐹𝑥 é proporcional a força normal dada
por
𝐹𝑥 = 𝐹𝑥 𝑖̂
𝐹𝑥 = 𝜇𝑥 (𝑠) 𝐹𝑧
onde 𝜇𝑥 (𝑠) é chamado coeficiente de atrito longitudinal e é uma função da taxa de
escorregamento 𝑠 como ilustra a Fig. 39. O coeficiente de atrito alcança um valor de
pico na aceleração em 𝜇𝑥 (𝑠) = 0,1, antes de cair para um valor aproximadamente
constante 𝜇𝑑𝑠 . O coeficiente de atrito 𝜇𝑥 (𝑠) pode ser assumido como sendo
proporcional a s, quando s é muito pequeno. Matematicamente, pode-se escrever
𝜇𝑥 (𝑠) = 𝐶𝑠 𝑠 𝑠 << 1
Fig. 39: Coeficiente de atrito longitudinal como uma função da taxa de deslizamento 𝑠, em aceleração
e frenagem.
Exemplo 5
Prove que a taxa de escorregamento, considerando norma SAE, está no intervalo 0 < 𝑠 < ∞
quando o pneu está sob torque propulsor.
Solução:
Quando o torque propulsor é aplicado ao pneu, a banda de rodagem à frente e na região da área
de contato do pneu está sujeita a compressão. Portanto, a velocidade do pneu quando se desloca
sob torque propulsor será menor do que em rolamento livre de modo que se pode escrever
𝑅𝜔 𝜔𝜔 < 𝑣𝑥
𝑅𝜔 𝜔𝜔 < 𝑅𝑔 𝜔𝜔
Logo, considerando a equação da taxa de deslizamento
𝑅𝑔𝜔𝜔 − 𝑅𝜔𝜔𝜔 𝑣𝑥 − 𝑅𝜔𝜔𝜔
𝑠= = ,
𝑅𝜔𝜔𝜔 𝑅𝜔𝜔𝜔
infere-se, portanto, que 𝑠 > 0. Ademais, o raio equivalente/efetivo de um pneu sob aceleração é
menor do que o raio geométrico
𝑅𝜔 < 𝑅𝑔
Note-se que o momento propulsor pode se tornar grande o suficiente para ultrapassar o
coeficiente de atrito longitudinal e, com isso, o veículo não se mover. Nesse caso, 𝑣𝑥 = 0 e,
portanto, 𝑠 = ∞. Portanto, isso mostra que a taxa de deslizamento está no intervalo 0 < 𝑠 < ∞
para quando o veículo está acelerando.
A força lateral FYc gerada pelo pneu pode ser aproximada pela equação
Fig. 40: Area de contato de um pneu reto e de um pneu sob efeito de cambagem, girando levemeente
em um piso plano.
A medida que a roda gira, a banda de rodagem não defletida entra na região
de contato do pneu e se defletem lateralmente e longitudinalmente. De qualquer
forma, devido ao formato da área de contato, a banda de rodagem entra na zona de
contato do pneu que ficam mais próximas ao lado que sofre cambagem tem mais
tempo para ser alongado lateralmente. Devido a tensão lateral desenvolvida ser
proporcional ao alongamento lateral, a banda de rodagem não uniforme lateral gera
uma distribuição de tensão assimétrica e mais tensão lateral é desenvolvida no lado
sob cambagem. O resultado da distribuição de tensão lateral não uniforme de um
𝐹𝑦 = ∫ 𝜏𝑦 𝑑𝐴
𝐴𝑃
𝐹𝑦 = −𝐶𝛾 𝛾
42
𝑀𝑧 = 𝑀𝑧 𝑘̂
𝑀𝑧 = 𝐹𝑦 𝑎𝑥𝛾
𝐹𝑧 = ∫ 𝜎𝑧 𝑑𝐴,
𝐴𝑃
𝑀𝑥 = 𝑀𝑥 𝑘̂
𝑀𝑥 = −𝐹𝑧 𝑎𝑦𝛾
O ângulo de camber tende a girar o pneu sobre o eixo x e fazer com que o plano do
pneu se alinhe com o eixo z. O braço de camber 𝑎𝑦𝛾 é proporcional ao ângulo de
𝑎𝑦𝛾 = 𝐶𝑦𝛾 𝛾
43
Fig. 41: Força de camber 𝐹𝑦 para diferentes ângulos 𝛾 sob uma carga constante.
Fig. 42: Variação da força de camber 𝐹𝑦 como uma função da força normal 𝐹𝑧 para diferentes ângulos
de camber de uma amosta de pneu radial.
distância 𝑎𝑦𝛾 do centro da banda de rodagem. Ambas as distâncias 𝑎𝑥𝛾 e 𝑎𝑦𝛾 são
𝐹𝑦 = −𝐶𝛼 𝛼 − 𝐶𝛾 𝛾
𝑀𝑧 = 𝐶𝑀𝛼 𝛼 + 𝐶𝑀𝛾 𝛾
Fig. 44: Exemplo de força lateral como função dos ângulos 𝛾 e 𝛼 sob um constante carregamento
𝐹𝑧 = 400𝑁.
Considere uma roda carregada verticalmente a qual está girando em uma superfície
reta como mostra a Fig. 45. O raio efetivo R w (chamado de raio de giração) é pode
ser aproximado por
Rg − Rh
R w Rg − (13)
3
Fig. 45: Raio efetivo R w comparado com o raio do pneu Rg e o carregado pelo peso R h .
x
Rw = , (14)
Rh Rw Rg. (15)
da roda de pneus radiais quando carregados, Rh , é menor que dos não radiais.
Logo, o raio efetivo de pneus radiais, R w , é mais próximo ao raio da roda quando
não carregada Rg . Como uma boa aproximação, para um pneu não radial,
Rh 0,92Rg .
47
Exemplo 6
Rotação do pneu
O código de um pneu está impresso na sua lateral com a seguinte numeração P235/75R15.
Suponha-se que um veículo esteja se movendo com uma velocidade de 180 km/h e percorra
uma distância de 100 Km . Obtenha o número de voltas da roda para quando o pneu é inflado
sob condições padrão. Na sequência, obtenha o número de voltas do pneu para quando o
mesmo é inflado sob pouca pressão de modo que o raio efetivo fica R Rh 0,92Rg .
Solução:
A altura geométrica do flanco pneu pode ser obtido como:
75
hT = 235 * = 176,25mm
100
Na marcação do pneu, nota-se que o aro possui diâmetro de 15pol.
Com isso, o raio geométrico pode ser calculado como
2ℎ 𝑇 + 15 ∗ 2,54 ∗ 10 2 ∗ 176,25 + 15 ∗ 2,54 ∗ 10
𝑅𝑔 = = = 366,9 𝑚𝑚
2 2
Em condições padrões, o raio efetivo do pneu pode ser calculado como
R 0,98Rg 0,98 * 366,9 = 359,6mm
Ao percorrer uma distância de 100 Km, o número de voltas da roda pode ser calculado como
d 100 * 103
n1 = = = 44259
2 R 2 * 3,14 * 359,6 * 10−3
Logo, sob condições normais a roda deve fazer 44259 voltas.
Agora, assumindo que o carro viaja a mesma distância com o pneu sob baixa pressão, onde o
raio efetivo é dado por
R 0,92Rg = 330,8mm
Então, o número de voltas que o pneu faz é obtido como
d 100 * 103
n1 = = = 48112
2 R 2 * 3,14 * 330,8 * 10−3
Portanto, o pneu faz mais voltas quando está sob baixa pressão, o que pode ser um dos fatores
para aumento do consumo de combustível.
distribuição de pressão no contato faz com que a tensão normal σ z seja maior na
parte dianteira da marcação do pneu do que na parte de trás da marcação do pneu.
A energia dissipada e a tensão de distorção provocam a resistência de rolagem.
A Fig. 46 e a Fig. 47 ilustram um modelo de distribuição normal de tensão
através da área de contato e sua força resultante FZ para um pneu que gira.
48
Mr = −Mr ˆj
(16)
Mr = FZ Δx
Fr = −Fr ˆi
1 (17)
Fr = Mr ,
Rh
49
Δx
Fr = FZ (18)
Rh
x
r = (19)
Rh
Fr = − Fr ˆi
(20)
Fr = μrFZ
Exemplo 7
Um modelo para tensão normal de um pneu girando
Assumindo que a tensão normal de um pneu girando possa ser modelada como
𝑥 2𝑛 𝑦 2𝑛 𝑥
𝜎𝑧 = 𝜎𝑧𝑀 (1 − 2𝑛 − 2𝑛 + )
𝑎 𝑏 4𝑎
onde para pneus radiais 𝑛 = 3 ou 𝑛 = 2 e para pneus não-radiais 𝑛 = 1. Supondo que o peso do
veículo seja de 800kg, e que 𝑛 = 3, determine o valor médio da tensão 𝜎𝑧𝑀 no pneu. Suponha que a
área de contato seja dada por 𝐴𝑃 = 4 𝑥 𝑎 𝑥 𝑏 = 4𝑥5𝑐𝑚𝑥12𝑐𝑚.
Solução:
A força normal pode ser calculada como
𝐹𝑧 = ∫ 𝜎𝑧 (𝑥, 𝑦)𝑑𝐴
𝐴𝑃
onde
800 ∗ 9,81
𝐹𝑧 =
4
e
𝑥6 𝑦6 𝑥
𝜎𝑧 (𝑥, 𝑦) = 𝜎𝑧𝑀 (1 − 2𝑛
− 2𝑛
+ )
0,05 0,12 4 ∗ 0,05
50
Fig. 48
n
μr = μi v ix (21)
i=0
51
Praticamente dois ou três termos podem ser suficientes para ajustar a curva a dados
experimentais de modo que a função de aproximação pode ser posta na forma
μr = μ0 + μ1v 2x (22)
Fig. 49: Comparação entre o modelo e os dados experimentais para o coeficiente de atrito de um
pneu radial girando.
Fig. 51: Ilustração das ondas circunferenciais em um pneu girando sob velocidade crítica.
Na Eq. (23), o parâmetro K é 0,8 para pneus radiais e 1,0 para pneus não radiais.
1800 2,0606 2
0,085 + p + p v x v x 46 m s 165 km h
r = (24)
1800 + 3,7714 v 2 v x 46 m s
p p
x
Fig. 53:
inflado sob uma pressão de 35 psi a 26 ºC, sua nova pressão a -6 ºC será de 23 psi.
Nessa pressão, o pneu funcionaria subinflação.
Mr cos irá prevenir o giro do pneu. Logo, o ângulo de câmber irá afetar a
resistência de rolagem de acordo com
Fr = −Fr ˆi
1 1 (25)^
Fr = Mr cos + Mz sen
Rh Rh
1 x
Fr = Mr e Fr = Fz ,
Rh Rh
escreve-se
Mr
Fz =
x
x 1
Fr = Fz cos + Mz sen . (26)
Rh Rh
𝑀𝑥 = 𝑀𝑥 (𝐹𝑧 , 𝛼, 𝑠, 𝛾 )
𝑀𝑦 = 𝑀𝑦 (𝐹𝑧 , 𝛼, 𝑠, 𝛾 )
𝑀𝑧 = 𝑀𝑧 (𝐹𝑧 , 𝛼, 𝑠, 𝛾 )
𝐹𝑦 = −𝐶𝛼 𝛼 − 𝐶𝛾 𝛾
onde 𝐶𝑠 é o coeficiente longitudinal de deslizamento, 𝐶𝛼 é a rigidez lateral e 𝐶𝛾 é a
rigidez de câmber.
Quando o pneu tem uma combinação de entradas 𝛼, 𝑠, 𝛾, as forças no pneu
são chamadas de forças combinadas no pneu. A força combinada do pneu mais
importante é a força de cisalhamento visto os deslizamentos longitudinais e laterais.
No entanto, desde que os ângulos e deslizamentos estejam dentro da faixa linear do
comportamento do pneu, uma superposição pode ser utilizada para estimar as
forças de saída.
Aceleração e frenagem alteram a força lateral 𝐹𝑦 gerada em qualquer ângulo
de deriva 𝛼. Isso ocorre porque a força longitudinal puxa a impressão do pneu na
direção da força motriz ou de frenagem e, portanto, o comprimento do deslocamento
lateral da impressão do pneu também muda.
A Fig. 55 ilustra como um ângulo de deriva afeta a taxa de força longitudinal
𝐹𝑥 ⁄𝐹𝑧 como uma função do ângulo de escorregamento 𝑠. A Fig. 56 ilustra o efeito do
ângulo de deriva 𝛼 na taxa de força lateral 𝐹𝑦 ⁄𝐹𝑧 como função do ângulo de
deslizamento 𝑠.
58
Fig. 55: taxa de força longitudinal 𝐹𝑥 ⁄𝐹𝑧 como função da taxa de deslizamento 𝑠 para diferentes
ângulos de deriva 𝛼.
Fig. 56
Referencias: