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Quais são os principais elementos de um

pneu?
Para começar, a borracha utilizada para a sua fabricação é especial.
Trata-se de uma mistura que envolve borracha sintética e natural,
além do petróleo — na verdade, o que é chamado negro de fumo, um
derivado dele que confere resistência ao produto. Além disso,
podemos incluir na lista aço, náilon e poliéster.

Veja, em detalhes, quais são as partes do pneu do seu carro:

● lonas: formam a estrutura do pneu a partir de cordas de fibra,


que são entrelaçadas e cobertas com borracha, garantindo
flexibilidade sem tornar a peça elástica;
● talões: feitos de aço e revestidos por borracha, conferem a
vedação hermética entre a jante da roda e o pneu propriamente
dito;
● cinta: feita de folhas de fios de aço, é o que torna os pneus
rígidos e resistentes;
● flanco: espessura adicional de borracha que vai do piso até o
talão, responsável pela estabilidade lateral do pneu. É neste
local, também, que ficam as informações do fabricante do pneu;
● piso: é aquela parte mais macia do pneu, que entra em contato
com o solo. Sua consistência garante a aderência e o
amortecimento necessários para seu conforto e segurança —
desde que você cumpra seu papel ao dirigir bem;
● lamela e sulco: texturas do piso que são responsáveis por fazer
com que a lama, a água ou a neve se dispersem do pneu;
● coluna: trata-se de um reforço para a área central do pneu, que
é a mais vulnerável.

E como ele é feito?

Todos os elementos que mostramos na lista acima são


cuidadosamente estruturados para que os pneus tenham a
performance adequada a cada tipo de situação. Veja como isso é
feito:

● mistura: são cerca de 30 ingredientes usados na composição da


borracha utilizada no pneu, de acordo com o desempenho
esperado para ele;
● corte: após a mistura ser devidamente realizada, a borracha é
cortada em faixas, as quais formarão a estrutura do pneu;
● construção: a montagem começa de dentro para fora, a partir
dos itens têxteis, seguindo para as cintas de aço e, depois, os
talões, as lonas, o piso e os demais componentes. Tudo é feito
na máquina de construção, onde o produto já começa a tomar a
forma que conhecemos, mas ainda é chamado de pneu verde;
● cura: a partir desse momento, o pneu verde será vulcanizado na
máquina de cura. Aqui, todas as partes são comprimidas,
moldando sua forma final. É nesta etapa, também, que as
informações do fabricante são fixadas no pneu;
● inspeção: com tudo pronto, antes de ser colocado à venda, o
pneu será inspecionado para garantir que os padrões de
qualidade e segurança tenham sido atendidos.

Qual a vida útil de um pneu?


Se você pensa que a vida útil de um pneu pode ser observada apenas
a partir do desgaste da borracha, está enganado. Trata-se de um
produto manufaturado e composto por diversos elementos, como
vimos até aqui. Portanto, sua durabilidade também deve ser medida
considerando fatores importantes.

Aqui, vale o alerta para aquelas pessoas que usam pouco o carro e,
por isso, acabam deixando de lado os cuidados mais aprofundados
com os pneus. O primeiro ponto a ser observado é a data de
fabricação do item. Independentemente do seu uso, o prazo da
garantia contratual oferecida pelos fabricantes é de cinco anos. Isso
deve ser respeitado para garantir o desempenho, a segurança de
todos e a qualidade das peças do carro.

Umidade, temperatura e pressão são agentes do clima que interferem


na deterioração dos componentes dos pneus. Portanto, mesmo que,
aparentemente, eles estejam em estado perfeito, devem ser trocados,
pois a estrutura pode estar comprometida em lugares que não são
visíveis.

Um exemplo disso são os estepes. Você pode nunca ter usado o pneu
reserva do seu carro, mas já deve ter percebido como ele fica
desgastado, mesmo sem nunca tocar o solo.

Como saber o ano de fabricação do pneu?


Muita gente não sabe identificar as informações importantes sobre os
pneus do carro, mas esse é um aprendizado que vale a pena. Na
lateral deles, há uma série de códigos.

A data de fabricação do pneu corresponde aos quatro últimos dígitos


dessa numeração — os dois primeiros indicam a semana, e os dois
finais se referem ao ano. Por exemplo, se o seu pneu tiver 1218,
significa que foi fabricado na décima segunda semana de 2018. Ao
descobrir isso, é só adicionar cinco anos e você saberá até quando
vale o seu pneu.

Como calibrar um pneu?


Não vale se esquecer: os pneus devem ser calibrados, pelo menos, a
cada 15 dias. Mas, se você usa muito o carro, especialmente
para viagens, deve fazer isso todas as semanas. Um bom recurso é
aproveitar para calibrar os pneus toda vez que abastece.

Mas você sabe qual é a pressão adequada para o jogo que tem no
seu veículo? A resposta é simples e está no manual do fabricante. Ali,
você perceberá que deve considerar o número de passageiros
transportados e até mesmo a carga no porta-malas para definir quanto
deve usar para a calibragem.

O ideal é fazer isso com os pneus frios, ou seja, sem que tenha
rodado mais do que cinco ou seis quilômetros. Isso, porque a
temperatura mais alta faz o ar se expandir, podendo levar a máquina a
errar na leitura. Outra dica que quase ninguém se lembra de seguir:
calibre o estepe, para que ele esteja pronto para ser usado, se
necessário. Nele, você pode usar até três libras a mais do que o
previsto no manual.

E o rodízio, quando deve ser feito?


Você já deve ter ouvido falar nesse procedimento, que consiste,
basicamente, em trocar os pneus de lugar de tempos em tempos,
mudando os do eixo traseiro para o dianteiro e vice-versa. Isso é feito
para aumentar a vida útil dos pneus, reduzindo o desgaste irregular da
borracha.

O recomendável é que o rodízio seja realizado a cada sete mil


quilômetros ou de acordo com o que está determinado no manual do
fabricante. Aliás, esse livrinho que costuma ficar dentro do porta-luvas
é seu melhor parceiro sobre as quatro rodas, viu? Para determinar
como será feito o rodízio, é bom conversar com um profissional que
entenda do seu carro.

Afinal, os veículos que têm tração 4×4, por exemplo, precisam fazer a
troca cruzada dos pneus, ou seja, em X, mas outros modelos têm
recomendações diferentes. Outra coisa: sempre que o rodízio for feito,
será necessário passar por balanceamento e alinhamento, sobre os
quais falaremos a seguir.

Como fazer alinhamento e balanceamento


do pneu?
Há algumas situações que indicam quando o carro está precisando
passar pelo alinhamento e balanceamento dos pneus. As mais
comuns são as trepidações do volante durante a rodagem ou quando
ele começa a puxar para a direita ou para a esquerda. Não
negligencie esses procedimentos, pois eles servem para garantir a
segurança e manter a vida útil dos pneus.

Alinhamento e balanceamento devem ser feitos periodicamente, não


apenas quando acontece o rodízio ou troca de pneus. Vias
esburacadas, por exemplo, podem prejudicar o desempenho e
antecipar a necessidade de uma visita ao mecânico para isso. O
mesmo vale para ruas de paralelepípedo ou cidades que têm muitas
lombadas.

Mas o que é balanceamento?

É o procedimento responsável por deixar o conjunto que compõe a


roda e o pneu equilibrado, ou seja, com o peso uniformemente
distribuído. Ele deve ser realizado quando:

● o carro tiver rodado, em média, 10 mil quilômetros;


● houver troca de algum dos pneus ou de todos;
● quando for feito o rodízio;
● se houver reparos na câmara.

Já o alinhamento, como diz o nome, serve para que as quatro rodas


permaneçam paralelas, no mesmo ângulo, quando o carro estiver
parado em linha reta. Precisa ser realizado se o volante começar a
puxar o veículo para um lado ou para outro involuntariamente.

Mais uma vez, é o manual de fabricação do veículo que vai determinar


a periodicidade dos procedimentos para que você possa prevenir
problemas. Estar atento a esse prazo é sempre melhor do que esperar
que ocorram problemas que o forcem a buscar a manutenção. As
inspeções feitas por seu mecânico de confiança também ajudam a
identificar se há necessidade de balanceamento ou alinhamento do
conjunto.

Vale lembrar que essa manutenção é fundamental para que a vida útil
dos seus pneus seja preservada — e custa caro comprar novos,
certo? O desgaste da borracha é muito grande, além da possibilidade
de problemas com a suspensão e o desconforto e insegurança que
essas falhas podem proporcionar.

Qual a medida ideal? Como ler essa


medida?
Você sabe qual o tamanho do pneu ideal para o seu veículo? Essa é
uma informação importante e que muitas pessoas não têm ideia de
como descobrir. Com isso, podem acabar comprando um jogo
inadequado para o carro, tornando-o menos seguro.

Para começar, saiba que as medidas dos pneus não são aquelas que
constam na etiqueta do Inmetro. É na lateral dele que você vai
encontrar essas informações, onde há uma série de letras e números
que indicam a sua identidade ou modelo. Por exemplo, se, nos pneus
do seu carro, estiver inscrito 205/55R16, você terá:

● largura do pneu em milímetros: 205mm, ou seja, 20,5


centímetros;
● perfil 55: trata-se do percentual de largura do pneu em relação a
altura;
● tipo de construção R: seu pneu é radial;
● diâmetro da roda 16: o aro tem 16 polegadas, ou 40,64
centímetros.

No mesmo local, você vai encontrar as informações sobre outras


características do pneu, como o índice de carga. Trata-se da carga
máxima suportada para que você trafegue em segurança com aquele
conjunto. Também está lá o índice de velocidade máxima permitido,
sendo A, a mais baixa, e Y, a mais alta.

Em quais casos trocar de pneu?


Você sabia que a legislação regulamenta qual a altura mínima dos
sulcos em seus pneus? Segundo a lei, eles devem ser de, pelo
menos, 1,6 milímetro para serem considerados seguros para trafegar.
Se estiverem abaixo desse valor, já podemos dizer que você está
dirigindo um carro com pneus carecas. Caso seja pego em uma
fiscalização com eles assim, poderá, até mesmo, ter o carro
apreendido.

Mas você não precisa de uma régua para verificar se está dentro do
limite permitido. O marcador TWI, bem na base do sulco, determina,
em relevo, o desgaste da borracha. Você vai encontrá-lo com a
inscrição da sigla ou com a imagem de um triângulo na lateral do
pneu. Se ele estiver visível, é hora de fazer a troca.

Como fazer a troca do pneu?


Ficar com o pneu murcho no meio de um dia de trabalho ou de uma
viagem é uma situação chata, não é mesmo? Saiba que o esforço é
grande, mas não é tão complicado assim realizar essa tarefa, em
especial se estiver com pressa e em local de difícil acesso para pedir
ajuda.

Atenção desde o início

A primeira recomendação é que você pare o carro em um espaço


plano. Ao estacionar para realizar a troca, também preste atenção à
sua segurança. O veículo não pode deslizar, e o ideal é que o solo
seja firme. Não se esqueça de usar o pisca-alerta e o triângulo para
sinalizar que está com problemas.

O câmbio deve se manter no modo estacionado (se for automático),


em marcha ré ou em primeira (se for manual). Puxe o freio de mão.
Proteja as rodas dianteiras e traseiras com algo pesado, como pedras,
para que o carro não deslize.

Carro preparado, e agora?

Coloque o macaco embaixo da lataria do veículo, próximo do pneu


que deverá ser trocado. Você deve encaixá-lo em uma canaleta que
está presente em todos os veículos justamente para essa função. O
manual do fabricante ajudará você a encontrar essa estrutura. Garanta
que o estepe já esteja por perto.

Ao levantar o macaco, verifique se ele está perpendicular ao chão no


momento em que você perceber que o carro está apoiado firmemente,
mas deixe, ainda, que o pneu toque levemente o chão, para facilitar o
trabalho. Com tudo certo, retire a calota e comece a afrouxar os
parafusos usando a chave de roda no sentido anti-horário. Ainda não
é o momento de desprendê-los completamente, ok?
Você vai precisar de força nesse momento. Para isso, use o peso do
seu corpo para ajudar a girar a chave de roda (você pode, até mesmo,
pisar nela para girá-la, mas tenha cuidado para que ela não solte de
uma vez, fazendo com que você caia no chão). Depois disso, suba um
pouco mais o macaco para que o veículo não toque mais o solo, com
espaço suficiente para a retirada do pneu furado e encaixe do estepe.

Não se esqueça de sempre checar a estabilidade do carro sobre o


macaco nesse momento. Se não estiver adequada, o melhor é baixar
e reiniciar o procedimento. O carro não deve ficar inclinado.

Retire totalmente os parafusos e remova o pneu murcho. Até finalizar


o processo, você pode deixá-lo embaixo do carro, para que, se houver
algum problema e o macaco ceder, ele ajude a amortecer o impacto.

Hora de colocar o pneu novo

Agora é a hora de colocar o estepe no eixo, alinhando bem o aro às


cavidades onde se encaixarão os parafusos. Uma observação
importante: a válvula da câmara de gás fica sempre virada para fora,
ok? Cuidado para não colocar o pneu ao contrário!

Aperte os parafusos com as mãos o máximo que conseguir — no


começo, isso será fácil. Depois, use a chave de roda para terminar de
apertar. Dica: vá apertando cada parafuso aos poucos, e não um
completamente de cada vez, para que eles fiquem encaixados
corretamente, sem entortar a estrutura.

Antes de terminar de apertar os parafusos, desça o carro até próximo


do solo, apoiando levemente nele. Somente após isso, aperte mais
uma vez todos os parafusos, aproveitando a firmeza do chão para
ajudar a fazer essa força. Quando não puder mais apertar, desça o
carro do macaco completamente e coloque a calota de volta.

O antigo pneu pode ser levado ao borracheiro, para que você


descubra se é possível fazer reparos ou se terá que comprar um novo.
Se houver apenas pequenas fissuras, ele poderá remendá-las, e o
custo não será tão alto.
Quais são os principais cuidados a se
tomar?
Já vimos muitas informações sobre os pneus, mas além disso, temos
mais algumas dicas para que o seu carro circule por aí com segurança
e conforto. Veja o resumo que preparamos para não se esquecer de
nada:

● o rodízio de pneus deve ser feito, em média, a cada 10 mil


quilômetros, mas pode ser antecipado se você ou seu mecânico
perceberem que há irregularidade nas marcas de desgaste da
borracha;
● caso o volante comece a trepidar ou a puxar o carro para um
dos lados de forma involuntária, é hora de levar o carro para
balanceamento e alinhamento;
● freadas bruscas (mesmo para carros com sistema ABS) e
acelerações repentinas são inimigas da vida útil dos pneus,
portanto, o melhor é dirigir com mais suavidade;
● as medidas dos pneus recomendadas pelo fabricante devem ser
respeitadas. Isso porque, ao usar esses itens em tamanhos
maiores ou menores, é possível que a segurança, a
dirigibilidade e o desempenho sejam prejudicados;
● procure desviar das vias muito esburacadas e passe a
velocidades mais baixas por buracos e lombadas, para evitar
danos à estrutura. Essa atitude acaba adiando a necessidade de
balanceamento e alinhamento, assim como o risco de furos ou
rasgos;
● não passe de lado pelas valetas e lombadas — muita gente
acredita na lenda de essa que é a melhor forma de preservar os
pneus, mas o ideal é que os eixos estejam alinhados e passem
por elas ao mesmo tempo;
● subir em guias que não sejam rebaixadas também prejudica a
estrutura dos pneus, portanto, evite essa manobra ao máximo;
● preste atenção ao solo onde vai estacionar o seu carro: alguns
produtos químicos podem ser bastante prejudiciais à borracha,
danificando suas propriedades básicas;
● lembre-se, sempre, de obedecer aos limites máximos de carga e
de velocidade recomendados para os pneus que estiver
utilizando em seu veículo;
● nunca deixe de fazer a manutenção preventiva no carro,
pedindo ao seu mecânico de confiança que verifique o estado
dos pneus, o alinhamento, o balanceamento e, claro, a data de
validade do produto.

Agora sim você entende de pneus!

Ao se imaginar procurando um guia que mostrasse tudo sobre pneus


para você, pensou que aprenderia tanta coisa sobre o assunto?
Cuidar da manutenção desses itens é essencial para que o conforto e
a segurança do motorista e de todos os passageiros seja garantida.

Além disso, você terá benefícios como economia de combustível, já


que, quando há problemas com os pneus, o carro poderá ficar mais
pesado. Isso força o desempenho do motor e acaba gastando mais do
que o seu planejamento previa.

Esperamos que nosso guia completo, com tudo sobre pneus, tenha
ajudado você a entender melhor sobre as medidas ideais, a
composição e a necessidade de calibragem, balanceamento e
alinhamento para manter seu veículo mais seguro e prolongar a vida
útil do conjunto.

Agora você já sabe quando deve realizar todos esses procedimentos,


incluindo a troca dos pneus, para que possa inserir esses dados em
sua programação de revisão de carro.

Se você gostou deste conteúdo, temos mais uma dica para ajudar
você a cuidar melhor do seu automóvel! Veja nosso artigo com
o manual completo para uma direção perfeita! Até lá!

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