Você está na página 1de 132

TRABALHO CIENTÍFICO

APRESENTAÇAO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA CONSTRUÇÃO


DE UMA ESCOLA COMPARTICIPADA. ESCOLA Nº600 BAT - LU

Autor: Ph.D. Doutor João Maria Funzi Chimpolo

Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade

Agostinho Neto
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Incentivos para empreender .................................................................. 7


Figura 2 - Estrutura Orgânica ............................................................................... 45
Figura 3 - Localização do negócio........................................................................ 59
Figura 4 - Planta do piso 1.................................................................................... 60
Figura 5 - Planta do piso 2.................................................................................... 61
Figura 6 - Capacidade produtiva .......................................................................... 62
Figura 7 - Cinco Forças de Porter ........................................................................ 64
Figura 8 - Diagrama dos estudos de viabilidade de um projecto .......................... 66
Figura 9 – Curva do VAL ...................................................................................... 95
Figura 10 – Intersecção de fisher de dois projectos ............................................ 97

i
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Plano de Estudos do Ensino Primário ................................................. 28


Tabela 2- Carga lectiva do ensino Primário .......................................................... 29
Tabela 3 - Análise SWOT ..................................................................................... 63
Tabela 4 - Mapa de investimento.......................................................................... 67
Tabela 5 - Orçamento de tesouraria ..................................................................... 68
Tabela 6 - Demonstração dos resultados ............................................................. 71
Tabela 7 - Estrutura do Balanço ........................................................................... 73
Tabela 8 - Mapa de origens e aplicações de fundos ............................................ 75
Tabela 9 - Custos de investimento do projecto ..................................................... 77
Tabela 10 - Evolução previsional de remuneração com pessoal base mensal .... 79
Tabela 11 - Evolução previsional de remuneração com pessoal base anual ....... 81
Tabela 12 – Evolução previsional de encargos com o pessoal ............................ 82
Tabela 13 – Evolução previsional das retenções de segurança social e Imposto de
Rendimento de Trabalho na fonte lei 19/14 .......................................................... 83
Tabela 14 – Evolução previsional de vencimento e retenções. ............................ 83
Tabela 15 – Evolução previsonal de fornecimento de serviços externos ............. 84
Tabela 16 - Evolução previsional do negócio ...................................................... 85
Tabela 17 - Evolução previsional de pagamento de Imposto de selo decreto
legislativo presidencial n.º 3/14 de outubro ........................................................... 86
Tabela 18 - Depreciação e amortizações do exercício ........................................ 87
Tabela 19 - Evolução previsional das amortizações do empréstimo ................... 88
Tabela 20 - Balanço previsional........................................................................... 91
Tabela 21 - Retorno sobre as vendas .................................................................. 99
Tabela 22 - Retorno sobre o ativo (INVESTIMENTO) ....................................... 100

ii
LISTA DE SIGLAS/ACRONOMOS E ABREVIATURAS

4A´s - Análise, Adaptação, Ativação, Avaliação.


4C´s - Cliente, Conveniência, Comunicação, Custo.
4P´s - Serviço, Preço, Praça (ou ponto), Promoção.
AEN - Área Estratégica de Negócios.
E3 - Eficiência, Eficácia, Efetividade.
FOFA - Vide SWOT.
LTDA - Sociedade limitada é aquela que realiza atividade empresarial, formada por
dois ou mais sócios que contribuem com moeda ou bens avaliáveis em dinheiro
para formação do capital social. A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor
do capital social que eles subscrevem (...).
ME - Acrônimo de Microempresa.
MEI - Acrônimo de Microempreendedor individual.
MVV - Acrônimo de Missão, Visão e Valores.
RSV - Retorno Sobre o Activo
VAL - Valor actual Liquido
RSA - Retorno Sobre o Activo
TIR - Taxa Interna de Rentablidade
SAC - Sistema de Amortizaçao Constante

iii
RESUMO

Em Angola o novo slogan é a diversificação da economia e para tal exige que se


fale de “empreendedorismo” pois consideramos ser de extrema importância para a
sociedade, instituições de uma maneira geral, mas, principalmente, para empresas
de todos os tipos e portes, uma vez que aumenta as hipóteses do desenvolvimento
de novas oportunidades de negócios, bem como vantagens competitivas em todos
os níveis.
O objectivo deste estudo é desenvolver um Plano de Negócios para a construção
de uma Escola Primária. Definiu-se como modelo de pesquisa a pesquisa aplicada,
uma vez que procuramos oferecem as directivas para a implementação do projecto
em todo o processo da investigação.
Ressalta-se que para o referido Plano de Negócios, apresentou-se inúmeras
informações de nível estratégico, como por exemplo: pontos fortes, pontos fracos,
oportunidades, ameaças, layout, despesas, facturamentos etc.
Palavras-chave: Empreendedorismo, Plano de Negócios, Educação, Ensino e
aprendizagem e Escola Primaria.

iv
ABSTRACT

The new slogan in Angola is, diversification of the economy therefore this requires
to speak of "entrepreneurship" because we consider it of utmost importance to the
society institutions in general, but especially for businesses of all types and sizes,
given that increases the chances of developing new business opportunities and
competitive advantages at all levels.
The aim of this study is to develop a business plan for the construction of a primary
school.
As research methodology defines as action research, since they seek to offer
directives throughout the process of this research.
It should be noted that for the said business plan set up numerous strategic level
information, such as: strengths, weaknesses, opportunities, threats, layout,
expenses, etc. facturamentos
Keywords: Entrepreneurship; Business plan; Education, teaching and learning and
Primary School.

v
ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ i

LISTA DE TABELAS .............................................................................................. ii

LISTA DE SIGLAS/ACRONOMOS E ABREVIATURAS ....................................... iii

RESUMO ............................................................................................................... iv

ABSTRACT ............................................................................................................ v

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

CAPITULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................ 6

1.1. O empreendedorismo ................................................................................... 6

1.1.1. Origem do empreendedorismo ............................................................... 7

1.1.2. Período inicial do empreendedorismo .................................................... 7

1.1.3. Conceito de empreendedorismo ............................................................. 9

1.1.4. A importância do empreendedorismo ................................................... 10

1.2. Características do empreendedor ............................................................... 11

1.2.1. O empreendedorismo em África ........................................................... 17

1.3. Historial Do Ensino Primário em Angola ..................................................... 19

1.4. Caracterização Geral do Ensino Primário ................................................... 22

1.4.1. Função social do ensino Primário ......................................................... 23

1.4.2. Objectivos Gerais do Ensino Primário .................................................. 25

1.4.3. Estrutura Curricular............................................................................... 26

1.4.4. Plano de Estudos do Ensino Primário .................................................. 27

1.4.5. Perspectivas que fundamentam as opções tomadas a nível da


sociedade, educação, ensino aprendizagem, princípios gerais de intervenção
educativa. ....................................................................................................... 30

1.4.6. Orientações Didácticas Gerais ............................................................. 32

1.4.7. Estrutura Epistemológica ...................................................................... 33

1.4.8. Análise da Estrutura Conceptual dos Conteúdos. ................................ 34

1.5. Micro E Pequenas Empresas ..................................................................... 35

vi
1.5.1. Conceito de Micro e Pequenas Empresas ............................................ 36

1.6. Plano De Negócios ..................................................................................... 37

1.6.1. A importância do plano de Negócio ...................................................... 38

CAPITULO II. METODOLOGIA UTILIZADA NA INVESTIGAÇÃO ...................... 39

2.1. Modelo de pesquisa. ................................................................................... 40

2.2. Técnica e instrumentos de investigação. .................................................... 41

2.3. Os principais instrumentos e métodos mistos. ............................................ 42

2.3.1. Entrevistas positivas. ............................................................................ 42

2.3.2. Entrevistas negativas. ........................................................................... 42

2.3.3. Método documentário. .......................................................................... 42

2.3.4. Inquérito................................................................................................ 42

CAPITULO III. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E ANÁLISES E DISCUSSÃO


DOS RESULTADOS ............................................................................................. 43

3.1. Apresentação da Empresa ......................................................................... 43

3.1.1. Dados do Empreendedor e do empreendimento .................................. 43

3.1.1.1. Estrutura Orgânica Da Empresa ........................................................ 45

3.1.2. Sector de actividade ............................................................................. 48

3.1.3. Forma jurídica e o Investimento Nacional - Privado Em Angola ........... 49

3.2. Plano de Marketing .................................................................................... 55

3.2.1. Descrição do Serviço ............................................................................ 56

3.2.2. Estudo dos clientes............................................................................... 56

3.2.3. Estudo dos concorrentes ...................................................................... 57

3.2.4. Estudo dos fornecedores ...................................................................... 58

3.2.5. Estratégias promocionais ..................................................................... 58

3.3. Plano Operacional ...................................................................................... 59

3.3.1. Localização do negócio ........................................................................ 59

3.3.2. Layout /Arranjo físico ............................................................................ 60

3.3.4. Necessidade de pessoal ....................................................................... 62

vii
3.3.5. Análise SWOT ...................................................................................... 62

3.4. Plano de Investimento do projecto financeiro ............................................. 65

3.4.1. Estimativa do Investimento Total .......................................................... 65

3.4.1.1. Mapa de investimento ........................................................................ 67

3.4.2. Plano da mão-de-obra .......................................................................... 78

3.4.2.1. Mapa de quadro do pessoal .............................................................. 78

3.4.3. Plano de fornecimento de serviços de terceiros ................................... 84

3.4.3.1. Mapa de custos com fornecimento de serviços externos ................. 84

3.4.4. Plano de exploração ............................................................................. 85

3.4.4.1. Mapa do Volume de negócio ............................................................. 85

3.4.5. Amortização e reentegração ................................................................. 86

3.4.5.1. Mapa de amortização e reintegração ................................................ 86

3.4.6. Plano de pagamento do emprestimo .................................................... 88

3.4.6.1. Mapa de amortizações e prestações do empréstimo ........................ 88

3.4.7. Demonstração de resultados ................................................................ 90

3.4.7.1. Mapa da demonstração de resultados previsional............................. 90

3.4.8. Balanço previsional............................................................................... 91

3.4.8.1. Mapa de Balanço Previsional ............................................................ 91

3.5. Avaliação do Plano de Negócio / Análise e interpretação de dados .......... 92

3.5.1. Indicadores de viabilidade .................................................................... 92

3.5.2. Indicadores de Lucra-actividade / Rentabilidade .................................. 99

3.5.3. Retorno sobre o Investimento ............................................................. 100

3.5.4. Ponto de Equilibrio.............................................................................. 102

CONCLUSÕES ................................................................................................... 103

RECOMENDAÇÕES .......................................................................................... 105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 106

ANEXOS

viii
INTRODUÇÃO

A escola pública em Luanda, de modo geral em Angola, tem sido questionada a sua
qualidade de ensino e preterida muitas vezes por muitas famílias com poder
aquisitivo que preferem matricular seus filhos em escolas privadas de Ensino
Primário.

Nos últimos 15 anos de paz os níveis de escolaridade das pessoas vem mudando,
e devido a necessidade de uma educação mais séria e de qualidade o ensino
privado, tem-se tornado uma opção cada vez mais presente no dia-a-dia dos
cidadãos em Luanda e nas outras províncias do país.
O Estado Angolano, através do Ministério da Educação (MED), começou desde
2004 a experimentar faseadamente uma nova reforma do seu sistema educativo em
substituição da primeira, no período pós-independência, criada em 1977 e
implementada a partir de 1978.
As razões que nortearam a implementação desta segunda reforma estão implícitas
no preâmbulo da Lei de Bases do Sistema de Educação (Lei nº 13/01 de 31
Dezembro).
De acordo com este diploma, são as seguintes:
 Mudança do sistema de democracia popular Mon partidária para o sistema
de democracia multipartidária): sendo a educação um fenómeno social, toda
a mudança de sistema político implica mudança do sistema educativo;
 A passagem da economia planificada para a economia de mercado exige
técnicos formados nesta nova perspectiva;
 As recomendações (imperativos) da Educação Para Todos (E.P.T), entre
outras, o prolongamento da Educação de Base como meio de combater a
pobreza;
 Os avanços registados no desenvolvimento das ciências e tecnologias
sugerem a adaptação do sistema de ensino aos novos desafios do século
XXI.
Nesta perspectiva, a estrutura vertical do Sistema de Ensino foi estabelecida em
três níveis, a saber: (i) um Ensino Primário unificado e unitário de seis (6) classes

1
precedido de uma educação pré-escolar; (ii) um Ensino Secundário de seis (6)
classes, divididas em dois ciclos de três (3) anos cada; (iii) um Ensino Superior.
Como é óbvio, num Ensino Primário unificado e unitário o docente é polivalente:
deve ser preparado para leccionar todas as disciplinas que constituem o currículo
deste nível.
Porém, desde a implementação da Reforma Educativa tem-se verificado na
algumas províncias do país uma certa resistência por parte de alguns professores
em assimilar o regime de monodocência no Ensino Primário de seis (6) classes.
Luanda, tem apresentado um cenário favorável à abertura de novos
empreendimentos, devido ao crescimento e ao desenvolvimento económico
apresentado nos últimos anos, o sector da educação atende uma necessidade
básica da população e desta forma torna-se, mais atraente e adequado à medida
que a população aumenta.
A partir desta observação, verificou-se uma oportunidade de negócio. Portanto, o
presente estudo visa a um plano de negócio que reflecte fielmente a realidade, que
possa auxiliar a tomada de decisão dos investidores, no sentido de investirem o seu
capital.
De acordo aos estudos efectuados, deram-nos a indicação do melhor local para a
sua implementação, e que como projecto-piloto será implementado na área do
Zango III, quadra I junto a primeira paragem de Táxi, esta área é frequentada por
uma grande moldura humana, e tendo em conta o projecto do Governo de
reassentar as populações na sua maioria provenientes de zonas de Risco, acredito
vivamente que será com certeza um grande ponto forte do investimento.
Para a elaboração deste projecto, tivemos em conta as leis e regulamentos do
sector, visando sempre a qualidade na educação, serviços de qualidade com um
sistema de gestão de segurança e saúde e higiene no local de serviços.
Na execução e disponibilização destes serviços no mercado Angolano em especial
na cidade capital, Luanda, irá exigir muito empenho e dedicação para garantir que
se coloque no mercado um serviço de qualidade.
Por se tratar de um serviço que exige rigor, serenidade, conhecimento e qualidade
na educação, primamos pela imagem e especial atenção ao aspecto físico do

2
estabelecimento e também a boa apresentação dos trabalhadores como cartão-de-
visita do estabelecimento.
Pretendo ainda mostrar a importância de se atentar para o fato de que este ramo
de actividade terá seus serviços voltados para atender a família isto é o que torna o
negócio com características particulares, e que estará inteiramente ligado ao
comprometimento e dedicação por parte dos profissionais a ele ligado.
Como sabemos o planeamento é o segredo para qualquer negócio ser bem-
sucedido. O adágio de que falhar no planeamento significa fracasso pois eu acredito
ser verdadeiro quando se trata de dirigir um negócio.
Sem bons planos, um negócio está totalmente à mercê dos fatos, regidos por leis
baseados em probabilidades. Nesta situação, em vez de dirigir um negócio, ele é
que dirigi o empreendedor.
Como evitar o fracasso no negócio? Esta e a pergunta que todos fazemos todos os
dias mas eu gostaria de concluir dizendo que a forma para evitar isso é gastar algum
tempo formulando seus objectivos antes de iniciá-los.
Para tal é preciso em primeiro lugar analisar suas razões para manter seu próprio
negócio, avaliar as aptidões em diferentes áreas e determinar que tipo de negócio
é o melhor para o futuro empreendedor.
Com este plano de negócios trataremos dos procedimentos tomados para que seja
realizado um bom planeamento, a fim de evitarmos surpresas e que o negócio
possa se manter e progredir.

Formulação do problema

- Quais as razões que estão na base da existência em Viana – caso do bairro Zango
III – de elevado número de crianças, em idade escolar (5-14 anos), fora do sistema
de ensino?

Para respondermos esta questão, importa apresentar as hipóteses.

Formulação da hipótese

H1: O reduzido número de escolas públicas e privadas existentes no município,


consequência do exíguo investimento no sector da Educação no país.

3
H2: O processo de reassentamento de famílias, que o governo tem vindo a
efectuar, tem contribuído para o aumento elevado de crianças fora do sistema de
Ensino no município de Viana.

Objectivo geral

Fazer um estudo de viabilidade para se construir uma Escola Comparticipada do


Ensino Primario em Luanda no Municipio de Viana comuna do Zango III.

Objectivos específicos:

1. Criar uma Empresa com um potencial diferenciado na área do Ensino e


Aprendizado.
2. Ser um parceiro social do estado no sector da Educaçao.
3. Contribuir para a melhoraria do processo de ensino- aprendizado no país, em
particular em Luanda.
4. Criar postos de trabalho e gerar lucros.
5. Apresentar aos clientes uma boa opção de negócio.

Delimitação do estudo

O presente trabalho está delimitado num horizonte temporal de 2016 a 2020


atendendo o facto que a infraestrutura já esta terminada e pronta a funcionar desde
2016.

Este trabalho visa o publico alvo especifico atendendo a realidade da zona em que
sera implementada.

Limitações do estudo

Embora a pertinência e a contribuição deste trabalho para a compreensão da


problemática do acesso à escolarização obrigatória em Angola seja irrefutável,
reconhecemos ter algumas limitações intelectuais e outras contingentais resultante
da falta de dados estatísticos da zona do Zango III, uma vez que o processo de
reassentamento ainda não terminou. Também, a quase inexistente bibliografia de
autores nacionais dificultou imenso a nossa pesquisa, o que nos levou a recorrer a
livros de autores estrangeiros: brasileiros, portugueses, cubanos e ingleses, cujo
conteúdo destes difere da nossa realidade.

4
Importância e justificativa do estudo

O investimento na educação de base ou no ensino primário é fundamental para a


criação de uma sociedade melhor e tal é também uma das premissas para o
desenvolvimento do país. Se apostarmos na formação de qualidade do indivíduo,
alicerçada no rigor científico-pedagógico, a partir do ensino primário, ele terá menos
problemas nas classes subsequentes.

Portanto, os países só se desenvolvem se tiverem recursos humanos qualificados,


o que passa necessariamente por um ensino de qualidade a partir da base. Assim,
o nosso trabalho pretende contribuir para a melhoria da oferta de serviços nesta
área, bem como fazer com que os empreendedores comecem, mantém e progridam
nos seus negócios no geral, impactando positivamente, quer na vida económica
como social do país.

Estrutura do trabalho

No primeiro capítulo “Fundamentação Teórica”, definimos antes os termos e


conceitos essenciais para a compreensão do tema. Abordamos em seguida a
História do Empreendedorismo, características do empreendedor, historial e
caracterização geral do Ensino Primário em Angola, micro e pequenas empresas e
plano de negócios. No segundo capítulo, abordamos a “Metodologia
implementada”, apresentando o ponto de vista conceptual, os diferentes métodos,
técnicas e ferramentas utilizadas que dão suporte científico à investigação. No
terceiro capítulo, apresentamos a empresa, o plano de Marketing, o plano
operacional, o plano de Investimento do projecto financeiro e avaliação do plano de
negócio e posteriormente a análise e interpretação de dados.

Traçamos as conclusões a que chegamos, as recomendações e a bibliografia de


suporte.

5
CAPITULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. O empreendedorismo

Atualmente o mundo dos negócios está cada vez mais competitivo e sofre
mudanças constantemente. Para enfrentar estas mudanças e manter-se
competitivo no mercado as empresas utilizam-se cada vez mais do
empreendedorismo como estratégia de negócios que visa a exploração de
oportunidades e a satisfação das necessidades dos clientes de uma forma criativa
e inovadora, assumindo riscos de forma calculada, ou seja, ter coragem para
enfrentar desafios e escolher novos caminhos de forma consciente. Para Leite
(2000), empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações
trabalhando juntas para implementar uma idéia por meio da aplicação da
criatividade, capacidade de transformar e o desejo de tomar aquilo que comumente
se chamaria de risco.
Segundo Menezes (2003) o empreendedor é o indivíduo de iniciativa que promove
o empreendimento a partir de um comportamento criativo e inovador, que sabe
transformar contextos, estimular a colaboração, criar relacionamentos pessoais,
gerar resultados, fazendo o que gosta de fazer, com entusiasmo, dedicação,
autoconfiança, otimismo e necessidade de realização. O empreendedor deve ter
visão e percepção para identificar as oportunidades. Suas atitudes
empreendedoras devem focar as pessoas e não somente as empresas, atitudes
estas que são fundamentais para o sucesso ou o fracasso da empresa.
“Um estereótipo comum do empreendedor enfatiza características como uma
enorme necessidade de realização, uma disposição para assumir riscos moderados
e uma forte autoconfiança”. (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 2004, p.9).
Existem diversas características que são fundamentais em um empreendedor,
dentre elas destaca-se: auto-confiança, foco em oportunidade, conhecer muitas
pessoas, saber calcular e minimizar riscos, poder de persuasão e principalmente
paixão pelo que faz.

6
1.1.1. Origem do empreendedorismo

Desde a época primitiva, se considerar a evolução humana, pode-se dizer que o


homem primitivo já tinha atitudes empreendedoras à medida que precisava, para
sobreviver, inovar na construção de diversas ferramentas para agilizar a caça de
animais.
Segundo Dolabela (2008), o empreendedorismo não é um tema novo ou modismo:
existe desde a primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as
relações do homem com os outros e com a natureza.
“Os indivíduos são atraídos para o empreendimento por inúmeros incentivos
prazerosos ou recompensas”. (LONGENECKER; MOORE; PETTY,
2004, p.6).

Figura 1 - Incentivos para empreender

Compensações de um
empreendimento

Lucro Independência Estilo de vida prazeroso


Libertação dos limites de Libertação da supervisão e Libertação da supervisão e
pagamento padronizado regras de organizações regras da rotina e
para trabalho padronizado burocráticas empregos não-
desafiadores

Fonte: Longenecker; Moore; Petty, 2004, p.7

1.1.2. Período inicial do empreendedorismo

Conforme SEBRAE (2007), um exemplo inicial da primeira definição de empreender


como intermediário é a de Marco Polo que tentou estabelecer rotas comerciais para
o Extremo Oriente.

7
Como intermediário Marco Polo assumia o papel de empreendedor, pois assinava
um contrato como uma pessoa de recursos, onde o capitalista investia e corria
riscos pacificamente enquanto o mesmo corria os demais riscos, como físicos e
emocionais.

Idade Média

“Na Idade Média, o termo empreendedor foi usado para descrever tanto um
participante quanto um administrador de grandes projetos de produção”. (SEBRAE,
2007, p. 6).
Nesta época os empreendedores não corriam riscos, pois trabalhavam com
recursos geralmente fornecidos pelo governo. Como exemplo de empreendedores
da Idade Média tem os clérigos, que eram encarregados de obras arquitetônicas.

Século XVI

No século XVI os europeus desbravaram o mundo, época esta que ficou conhecida
como o período das grandes navegações. Holandeses, ingleses, portugueses e
espanhóis são os grandes representantes desse movimento, expandindo suas
missões empreendedoras as demais continentes do mundo.
A inteligência e a eficácia do trabalho humano cresceram de tal forma que surgiu o
mercantilismo, para dar vazão ao acúmulo da produção de mercadorias e
alimentos, sendo o mesmo a semente de tudo que conhece – se hoje em termos
de empreendedorismo.

Século XVII

No século XVII o empreendedor era aquele que firmava um acordo contratual com
o governo para fornecer serviços ou produtos estipulados, sendo qualquer lucro ou
prejuízo assumido pelo empreendedor.

Foi neste século que Richard Cantillon desenvolveu uma das primeiras teorias do
empreendedor, sendo considerado por alguns o criador do termo. De acordo com
SEBRAE (2007), ele viu o empreendedor como alguém que corria riscos,
observando que os comerciantes, fazendeiros, artesãos e outros proprietários
individuais compram a um preço certo e vendem a um preço incerto, portanto
operam com risco.

8
Século XVIII

O empreendedor foi finalmente diferenciado do fornecedor de capital, que é o


investidor de risco da atualidade, sendo a principal causa para esta diferenciação a
industrialização.

Séculos XIX e XX

No final do século XIX e início do século XX não se distinguia o empreendedor do


gerente. Os empreendedores eram aqueles que organizavam, planejavam, dirigiam
e controlavam.
De acordo com Dornelas (2008), os empreendedores foram frequentemente
confundidos como gerentes ou administradores, sendo analisados meramente de
um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os
empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na
organização, porém muitas vezes a serviço do sistema capitalista.
Já na metade do século XX estabeleceu-se a noção do empreendedor como
inovador, ou seja, aquele indivíduo que além da capacidade de criar e de
conceitualizar, tem também a capacidade de inovar em produtos e serviços
buscando a satisfação dos clientes de forma criativa e satisfatória.

1.1.3. Conceito de empreendedorismo

A palavra empreendedor é derivada da palavra francesa entrepeneur, que foi usada


pela primeira vez em 1725 pelo economista irlandês Richard Cantillon para designar
o indivíduo que assumia riscos.
Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor,
dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos
financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as
consequentes recompensas da satisfação e independência
econômica e pessoal. (SEBRAE, 2007, p. 15).

De acordo com Hitt; Ireland; Hoskisson (2008), a essência do empreendedorismo é


identificar e explorar as oportunidades empreendedoras – ou seja, oportunidades
que os outros não veem ou das quais não reconhecem o potencial comercial. Como
um processo, o empreendedorismo resulta na destruição criativa de produtos

9
existentes (bens e serviços) ou dos métodos para produzi – los e os substitui por
novos produtos e métodos de produção. Pode-se dizer que o empreendedorismo
está ligado a satisfação das necessidades com a disposição para enfrentar crises,
explorando oportunidades e curiosidades com inovação e criatividade.
“O termo empreendedorismo aponta para a execução de planos ou impulsos para
a realização de um negócio ou para a introdução de uma inovação de gestão numa
organização já estruturada”. (CAMARGO; FARAH, 2010, p.22).
De acordo com Dornelas (2008), o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas
e processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em oportunidades.
Conforme SEBRAE (2007), no empreendedorismo a possibilidade de realização
pessoal é grande, é possível unir prazer e trabalho, sendo esta a principal
diferenciação do mesmo, pois ele promove nas pessoas a vontade de criar algo
novo, diferente do que os outros já fizeram, ou seja, o empreendedorismo consiste
essencialmente em fazer as coisas que geralmente não são feitas quando se
relaciona a negócios.

1.1.4. A importância do empreendedorismo

Conforme Longenecker; Moore; Petty (2004), os empreendedores são heróis


populares da moderna vida empresarial. Eles fornecem empregos, introduzem
inovações e estimulam o crescimento econômico.
A presença do empreendedor torna-se cada vez mais fundamental para as
organizações, quando as mesmas avaliam a necessidade cotidiana de criatividade,
do trabalho eficiente, da inserção de novas possibilidades, da criação de uma nova
postura de trabalho, fazendo com que a empresa tenha um centro
espontaneamente criativo, gerando soluções rápidas, constantes e funcionais a
estas organizações.
“Atualmente os empreendedores são reconhecidos como componentes essenciais
para mobilizar capital, agregar valor aos recursos naturais, produzir bens e
administrar os meios para administrar o comércio”. (SEBRAE, 2007, p.2).
O empreendedorismo é importante para a empresa, pois permite que a mesma
mantenha-se competitiva no mercado, através de atitudes inovadoras.

10
1.2. Características do empreendedor

O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador.


Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre
tendo em vista as necessidades das pessoas. A essência do empresário de sucesso
é a busca de novos negócios e oportunidades, além da preocupação com a melhoria
do serviço.
O empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, deve saber persuadir
a terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão
poderá levar todos a uma situação confortável no futuro.
Utilizando energia eperseverança, e uma grande dose de paixão constrói algo a
partir do nada e continuar em frente, apesar de obstáculos, armadilhas e da solidão.
O empreendedor é alguém que acredita que pode colocar a sorte a seu favor, por
entender que a mesma é serviço de trabalho árduo.
Entre os atributos fundamentais de um empreendedor destaca-se a capacidade de
identificar e buscar recursos para aproveitar uma oportunidade.
Existe a concepção do empreendedor nato, aquele que nasce com as
características necessárias para empreender com sucesso. No entanto, como se
trata de um ser social, influenciado pelo meio que em que vive, a formação
empreendedora pode acontecer por influência familiar, estudo, formação e prática.
Para Dolabella (2003, p. 12), para se aprender a empreender, faz-se necessário um
comportamento pró-activo do indivíduo, o qual deve desejar “aprender a pensar e
agir por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e
ocupar o seu espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e
emoção”.
No campo científico e académico, a formação empreendedora pode ser
caracterizada por situações que contribuem directamente para que esta acção
aconteça. Assim, ressalta-se duas características que incidem directamente, a
primeira é a natureza da acção, caracterizada por buscar fazer algo inovador ou
diferente do que já é feito. Neste ponto, o empreendedorismo está ligado
directamente às modificações de processos (ou de serviços). E a segunda é a falta

11
ou inexistência de controlo sobre as formas de execução e recursos necessários
para se desenvolver a acção desejada, liberdade de acção.
Estes dois factores são considerados importantes na acção empreendedora, uma
execução de algo sem controle e sem métodos com uma nova concepção. Isso não
significa que todas as acções de mudanças são empreendedoras. Será se, ambos
os quesitos estiverem presentes. Da mesma forma, nem todas as acções
desenvolvidas, com risco, sem controle dos processos são acções
empreendedoras, pois nem sempre são acções inovadoras.
Filon (1999) estabelece um modelo com quatro factores fundamentais para que uma
acção seja empreendedora (visão, energia, liderança e relações), visando à
formação do profissional empreendedor. Destaca-se como principal característica
as relações, a qual, segundo o autor, se obtém os conhecimentos fundamentais e
necessários dentro de uma estrutura de mercado: as informações necessárias para
a tomada de decisões e o conhecimento da realidade do mercado.
Actualmente, as organizações possuem uma grande necessidade de buscar e
desenvolver profissionais com perfil empreendedor, devido ao fato dos mesmos,
serem os responsáveis pelas modificações, criações e visões inovadoras para se
obter um destaque maior e uma diferenciação positiva frente à concorrência.
Os empreendedores são visionários, dotados de idéias realistas e inovadoras,
baseados no planeamento de uma organização, intervêm no planejado (realizado
pelo administrador) e propõem mudanças. O empreendedor desenvolve um papel
optimista dentro da organização, capaz de enfrentar obstáculos internos e externos,
sabendo olhar além das dificuldades, com foco no melhor resultado.
Além das características acima comentadas, o empreendedor tem um perfil de
liderança para obter êxito em suas actividades, como é o grande responsável em
colocar em prática as inovações, métodos e procedimentos que propôs, deverá
estimular os envolvidos na realização das actividades, de forma a alcançar as metas
traçadas.
Na verdade quando falamos de “Capital Intelectual” é considerado como:
conhecimento, experiência, especialização. Ferramentas ou estratégias utilizadas
para se ter sucesso e ser competitivo.

12
A mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade
gerando novas idéias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de
sucesso que lidera suas concepções e suas atitudes está em pessoas que
conseguem harmonizar esforços individuais ou coletivos e que criam algo novo e
criativo.
Segundo Leite(2000), nas qualidades pessoais de um empreendedor, entre muitas,
destacam-se:
a) iniciativa;
b) visão;
c) coragem;
d) firmeza;
e) decisão;
f) atitude de respeito humano;
g) capacidade de organização e direcção.
Traçar metas, atualizar conhecimentos ser inteligente, do ponto de vista emocional,
conhecer teorias de administração, de qualidade e gestão, são mudanças
decorrentes da globalização e da revolução da informação. O empreendedor deve
focalizar o aprendizado nos quatro pilares da educação: aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, e com isso, ser capaz de
tomar a decisão certa frente à concorrência existente. Novas habilidades vêm sendo
exigidas dos profissionais para poderem enfrentar a globalização com
responsabilidade, competência e autonomia.
Buscam-se profissionais que desenvolveram novas habilidades e competências,
com coragem de arriscar-se e de aceitar novos valores, descobrindo e transpondo
seus limites. O futuro é cheio de incertezas, por isso, é preciso refletir sobre:
habilidades pessoais e profissionais; criatividade; memória; comunicação; como
enfrentar este século. Diferenciar-se dos demais, revalidar seu diploma pessoal e
profissional, rever convicções, incorporar outros princípios, mudar paradigmas,
sobrepor idéias antigas às novas verdades, este é o perfil do profissional que,
trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário das
organizações que aprendem, das organizações do futuro. São mudanças

13
socioculturais e tecnológicas que fazem repensar hábitos e atitudes frente às novas
exigências do mercado.
Conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado,
aprendiz, flexível e quando se tem:
 Positividade
 Organização
 Criatividade
 Inovação
 Foco
Essas qualidades ajudam a vencer a competitividade dos tempos modernos. Pela
experiência pode-se afirmar que a maioria das pessoas, se estimuladas, podem
desenvolver habilidades empreendedoras. Ouve-se e fala-se que o empreendedor
precisa ter visão. Visão pessoal. Uma visão que vem de dentro.
A maioria das pessoas tem pouca noção da verdadeira visão, dos níveis de
significado. Metas e objetivos não são visão. Ser visionário é imaginar cenários
futuros, utilizando-se de imagens mentais. Ter visão é perceber possibilidades
dentro do que parece ser impossível. É ser alguém que anda, caminha ou viaja para
inspirar pensamentos inovadores.
Esse enfoque se volta à disposição de assumir riscos e nem todas as pessoas têm
esta mesma disposição. Não foi feito para ser empreendedor quem precisa de uma
vida regrada, horários certos, salário garantido no fim do mês.
O empreendedor assume riscos e seu sucesso está na “capacidade de conviver
com eles e sobreviver a eles”1 (Degen, 1989, p.11). Gerber (2004), apresenta
algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis
organizacionais, quais sejam:
a) o Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade
excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no
futuro, nunca no passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador,
o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos
mercados;

1
(Degen, 1989, p.11). Gerber (2004) apresenta algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis
organizacionais

14
b) o Administrador, que observa os cenários mercadológicos, planeja, organiza e
controla a organização visando aumentar sua produtividade e sua inserção no
mercado.
c) o Técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica
satisfeito no controle do fluxo de trabalho e é um individualista determinado.
É importante destacar no pensamento de Gerber (2004) o fato dos três personagens
estarem em eterno conflito, sendo que ao menor descuido o técnico toma conta,
matando o visionário, o sonhador, o personagem criativo que está sempre lidando
com o desconhecido. Os riscos fazem parte de qualquer atividade, sendo
necessário aprender a administrá-los, pois eles são um dos fatores mais
importantes que inibem o surgimento de novos empreendedores. Um outro fator
inibidor é o” capital social” que são valores e idéias que sublimemente nos foram
incutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa
formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas.
Dessa forma, um pai engenheiro desperta no filho o ideal de seguir a mesma
carreira, militares, pilotos, esportistas, até pessoas que raramente vão vislumbrar
ou ter interesse numa carreira de empreendedor exercem sua influência na
formação das pessoas.
É de se considerar, porém, que a avaliação mais objetiva do preparo para
empreender é a percepção que a pessoa tem de si própria, refletindo na sua
autoconfiança. Com o potencial empreendedor também isso acontece. O que se
aprende na escola, nas pesquisas, nas observações, vai se acumulando.
O preparar-se para ser empreendedor, portanto, inicia-se com o domínio que se tem
sobre tarefas que se fazem necessárias, o próprio desenvolvimento da capacidade
de gerenciamento. O que falta, na verdade, é motivação para uma tomada de
decisão para se tornar um empreendedor.
Decisões tomadas no cotidiano são inúmeras. Os processos de decisão nem
sempre são simples, objetivos e eficientes como deveriam ser pois, se a intuição
está de um lado; a análise racional está do outro.
Descrevem-se aqui os oito estilos de decisão, relatados por Cohen,(2001):
 Intuitivo: tenta projetar o futuro, com perspectiva ao médio e do longo prazo,
imaginando o impacto dessa ação.

15
 O planejador: situa-se onde está e para onde se deseja ir, com planejamento
e tendo um processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre
que for necessário.
 O perspicaz: diz que além da percepção é necessário conhecimento.
 O objetivo: sabe qual o problema a ser resolvido.
 O cobrador: tem certeza das informações, vê a importância de medir e corrigir
quando o resultado não foi o decidido.
 O mão–na–massa: envolve-se pessoal e diretamente, acredita em grupos
para estudos multidisciplinares.
 O meticuloso: junta opiniões de amigos, especialistas, funcionários, tentando
se convencer da solução a encontrar.
 O estrategista: decide cumprir sua estratégia de crescimento, tendo
percepção do que resolver. Diagnostica o problema para encontrar a solução
e sua resolução com eficácia.
A decisão é de cada um. Interagir, reflectir, deixar a cada um o momento de uma
descoberta e desenvolvendo habilidades específicas para o sucesso da sua escolha
é de responsabilidade única e exclusiva. As características comuns que se
encontram no empreendedor que fez uma escolha, tanto nas universidades como
na sociedade, são difíceis para listar com precisão, porém diferentes autores
chegaram a algumas conclusões. Elas dizem respeito às necessidades,
conhecimento, habilidades e valores.
As necessidades que se referem a conhecimentos, Lezana (1995, p.78) assim
elenca:
 Aspectos técnicos relacionados a negócios
 Experiência na área comercial
 Escolaridade
 Formação complementar
 Experiência em organizações
 Vivência com situações novas.
As necessidades que se referem aos valores, Empinotti (1994), argumenta que são
os existenciais, estéticos, intelectuais, morais e religiosos. É preciso, no entanto, ser
registrado que, no contexto empresarial, essas características podem se

16
desenvolver e atuar de forma positiva ou negativa. É a personalidade do
empreendedor que fará o impacto decisivo para o sucesso.

1.2.1. O empreendedorismo em África

Um relatório, intitulado “Criação de Emprego na África Subsaariana:


Empreendedores. Governos. Inovação", que resultou de um estudo estendido a
quatro mil africanos, dentro de quatro países: Angola, Ghana, Moçambique e
Nigéria, mostrou os seguintes resultados:

 Dos inquiridos, 48% advogam que alargar o acesso à educação e estreitar a


lacuna de competências técnicas, são a chave para impulsionar a criação de
emprego para os jovens africanos;
 Cerca de 33% Refere a importância dos avanços tecnológicos;
 E 31% assinalam a importância do empreendedorismo;
O relatório refere ainda que 38% dos inquiridos acredita que o sector da Educação
até 2020 irá gerar em Angola a maior parte dos empreendedores, seguido dos
sectores da Agricultura e actividades agrícolas (3%) e Recursos Naturais (35%).

No documento é igualmente indicado:

 Que 44% dos inquiridos sublinha a criação de emprego como o tema nacional
de maior importância;
 Enquanto 51% prefere iniciar o seu próprio negócio do que trabalhar para
uma organização;
 34% advoga a necessidade de efectuar reinvestimentos ao nível dos
recursos naturais;
 32% aposta nas redes de apoio;
 23% espera a acção do governo;
 E 23% consideram-se impulsionadores do empreendedorismo.

Estes resultados foram apresentados num encontro que teve lugar em Luanda,
chefiada por membros do executivo angolano, com especialistas da indústria

17
regional e mundial, incluindo o ministro angolano da Economia, Abrahão Gourgel.
Para além destes, fizeram ainda parte do encontro, Felix Bikpo - Director-Executivo
do Fundo de Garantia Africano, José Severino - Presidente da Associação Industrial
de Angola, Max Alier - representante residente do Fundo Monetário Internacional
em Angola e Luís Leitão - Director Executivo da Forbes/Angola.
O Ministro angolano da economia comentou o seguinte: "Estamos gratos pela
pesquisa realizada pela Djembe Communications e a Forbes Insights", referindo
ainda: "Como diz o relatório, é crucial que Angola promova um ambiente que
impulsione o espírito empresarial”.
Abraão Gourgel referiu ainda: “(…) estou convencido que esta é mais uma
contribuição para promover uma cultura empresarial moderna e mais sólida, entre
os nossos empreendedores, e uma atitude que poderá ajudar a gerar muitos novos
empregos e acelerar a diversificação da nossa economia."
Durante o encontro Mitchell Prather, Director-Gerente da Djembe Communications,
afirmou que "entre os quatro países onde foram realizados inquéritos, os angolanos
foram os que mais importâncias deram à Educação e ao próprio sector da
Educação, no sentido de impulsionar a criação de emprego e de proporcionar o
surgimento de uma nova geração de empreendedores angolanos, nos próximos
cinco anos”.
Reforçou ainda que estes indicadores revelam que os jovens angolanos apelam
cada vez mais para que surjam na área da educação infra-estruturas fortes, “de
modo a que seja possível reduzir as lacunas em competências profissionais e tornar
o campo de acção mais equitativo, podendo resultar dai empregos, que estão,
actualmente a ser ocupados por expatriados ou até mesmo, iniciarem o seu próprio
negócio".
Mais de metade dos jovens angolanos inquiridos (51%) mostrou um interesse em
formar o seu próprio negócio, mas referiu a corrupção e a falta de transparência nos
negócios (42 porcento), bem como o acesso inadequado à Educação e à
especialização profissional (32 porcento), como as principais barreiras ao
empreendedorismo.
A Djembe Communications é uma agência de consultoria independente, pioneira no
ramo em toda a África, cuja missão é tornar-se a parceira de eleição para a

18
comunicação na África Subsaariana, combinando um know-how global com as
competências do mercado local e soluções adaptadas e, assim, entregar os
melhores serviços de consultoria aos seus clientes.

1.3. Historial Do Ensino Primário em Angola

Angola, é um país situado na África Austral, ocupa uma área de 1.246.700 km2 e
cuja população é estimada em 25 milhões de habitantes, segundo dados definitivos
do censo 2014. É um país plurilinguístico onde o português é considerado a língua
oficial e de comunicação entre os angolanos, apesar de existirem outras línguas
nacionais como por exemplo: Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe e N'gangela.
O ensino formal, é feito em língua portuguesa; no entanto existem a nível
governamental discussões sobre a possibilidade da inclusão de línguas nacionais
no currículo. Angola foi, durante cerca de 5 séculos, colónia portuguesa e
conquistou a sua independência a 11 de Novembro de 1975. A lei constitucional
angolana consagra a educação como um direito para todos os cidadãos,
independentemente do sexo, raça, etnia e crença religiosa. Em 1977, dois anos
após a independência nacional é aprovado um novo sistema nacional de educação
e ensino cuja implementação se iniciou em 1978 e que tem como princípios gerais
os seguintes:
 Igualdade de oportunidades no acesso e continuação dos estudos
 Gratuitidade do ensino a todos os níveis
 Aperfeiçoamento constante do pessoal docente2.
Este sistema é constituído por um ensino geral de base de 8 classes (das quais as
4 primeiras, obrigatórias), por um ensino pré-universitário com seis semestres, um
ensino médio de 4 anos (com dois ramos, técnicos e normal) e um ensino superior.
Em 1977, Angola dispunha apenas de cerca de 25 mil professores pobremente
formados.
O maior impacto tangível do novo sistema de educação constitui numa explosão
escolar que se traduziu na grande afluência da população às escolas, pois se em
1974 estudavam cerca de meio milhão de angolanos, em 1980 esse número era já

2
Curriculo do Ensino Primario INIDE,

19
superior a 1,8 milhões. Não foi possível manter esses indicadores, pois que o país,
apesar de independente continuou em guerra com acções armadas, cujas
consequências se faziam sentir principalmente nas zonas rurais. Efeitos
profundamente nocivos reflectiram-se nas infra-estruturas escolares. Inúmeras
escolas foram destruídas.
Em 1986, foi efectuado pelo Ministério da Educação um diagnóstico do Sistema de
Educação que permitiu fazer um levantamento auscultação das debilidades e
necessidades do sistema. Com base nesse diagnóstico chegou-se à conclusão da
necessidade de uma nova reforma educativa e foi possível então, traçar as linhas
gerais para a mesma. Em 1990, Angola abandona o sistema monopartidário e
envereda para o sistema político multipartidário o que acarretou mudanças na
política educativa. A guerra em Angola sempre foi uma constante desestabilizadora
e provocadora de um empobrecimento cada vez maior do Estado, das populações
e da já escassa rede escolar.
Grandes fluxos de população dirigiram-se para as cidades consideradas mais
seguras, o que aumentou a já grande concentração de população nas capitais de
certas províncias nomeadamente, Lubango, Benguela, e principalmente Luanda.
Assim, mais de metade da população escolar distribui-se pelas províncias de
Luanda (30%), Benguela (11,4%) e Huíla (13%). Nas restantes províncias, essa
frequência não alcança os 10%. A frágil e sobressaturada rede escolar do país
sucumbe, essencialmente nas províncias citadas. Em Luanda, há muito que não
existe a classe de iniciação. A pirâmide de população escolar no Ensino de Base de
base bastante larga e topo estreito, havendo 70,4% no 1º nível, 10,9% no 2º nível e
5,8% no 3º nível De 1990 à 1992, a taxa bruta de escolaridade atingiu cerca de 82%
no ensino primário, no país.
A partir de 1992, a situação piora estimando-se que o número de crianças em idade
pré-escolar ultrapassa dois milhões, mas somente1% dessas crianças têm
possibilidade de acesso.
No ano lectivo 1994/95 foram matriculados cerca de 101 mil crianças o que equivale
a uma taxa bruta de matrícula na ordem dos 15%. A população em idade escolar
dentro do Sistema Escolar, dos 6 aos 14 anos é de 4.290.000 e fora do sistema é
de 2.020.442, isto é 41,3%.

20
No ano lectivo de 1996, da população angolana em idade escolar dos 6 aos 14
anos, cerca de 70% corria o risco de cair no analfabetismo, por falta de oportunidade
de acesso à rede escolar. Segundo estimativas a taxa de analfabetismo é de 60%.
A população analfabeta com mais de 15 anos em 1995 foi estimada em cerca de 4
milhões de pessoas das quais 2,5 milhões são mulheres.
Para atenuar o fraco poder de absorção da rede escolar, foram criados no ensino
primário, o horário triplo e as turmas pletóricas, com 60 a 80 alunos.
É neste contexto, deveras adverso, que se iniciam os primeiros passos para
preparação da 2ª reforma do Sistema de Educação. Em 2001 a Assembleia
Nacional da Republica de Angola aprovou a Lei de Bases do Sistema de Educação
(Lei 13 / 01 de 31 de Dezembro) Este documento contém o delinear do que se
pretende com esta acção e o novo sistema cuja estrutura integra os seguintes
subsistemas:
 Subsistema da Educação Pré-escolar
 Subsistema do Ensino Geral
 Subsistema do Ensino Técnico-Profissional
 Subsistema de Formação de Professores
 Subsistema da Educação de Adultos
 Subsistema do Ensino Superior
O subsistema do Ensino Geral é constituído por:
 Um Ensino Primário de 6 Classes (básico obrigatório)
 Um Ensino Secundário que integra dois ciclos, com duração de 3 anos cada.
O subsistema de Formação de Professores estrutura-se nos seguintes níveis com
duração de 4 a 6 anos, respectivamente:
 Médio Normal
 Superior Pedagógico
Compreende ainda acções que se enquadram na formação permanente:
 Agregação Pedagógica
 Aperfeiçoamento
De notar que este novo projecto de sistema de educação está a ser preparado em
situação muito precária e em que os investimentos na educação são praticamente

21
nulos, face ao mar de necessidades e dificuldades. A rede escolar não conheceu
aumento significativo, tendo sido
apenas remodeladas algumas dezenas de escolas e construídas outras tantas,
especialmente na província de Luanda e que albergarão a experimentação da
Reforma Curricular.
Face a esta situação, seria apropriado para o sucesso da tarefa ingente que o
Ministério da Educação tem em mãos - a Reforma Educativa - que se fizessem
investimentos de vulto a fim de se poder levar esta tarefa a bom porto.

1.4. Caracterização Geral do Ensino Primário

A Reforma Curricular constitui uma componente fundamental da Reforma do


Sistema Educativo, concitando necessárias e lógicas expectativas por parte, não
apenas de quantos, directa ou indirectamente, se encontram envolvidos no
processo educacional, mas também de muitos outros bem como de vários sectores
da sociedade angolana.
É evidente que estão em causa as opções educacionais seleccionadas que se hão-
de perspectivar na formação das gerações vindouras, esperando-se ver
contemplados nelas os interesses e as necessidades de uma sociedade em
transformação.
A decisão fundamental de uma Reforma Curricular justifica em si o demorado
processo da sua concepção e do seu desenvolvimento, ou seja da sua
experimentação. A Lei de Bases do Sistema de Educação fixa um quadro de
referências que definem as finalidades educacionais e as
orientações básicas para a configuração da estrutura e organização escolares.
A partir da Lei de Bases do Sistema de Educação, foi elaborada a proposta de
reorganização dos Planos de Estudos do Ensino Primário, o que deu início ao
trabalho de pesquisa, auscultação, reflexão e ordenamento de projectos, com a
participação de intervenientes de diversas instituições educativas e não só, como
adiante se refere.
Para os delineamentos e concepção de um modelo curricular, foram tidas em conta
estruturas curriculares de vários países e o perfil desejável dos alunos no final do
Ensino Primário.

22
A equipa concebeu a organização curricular para este ciclo com base nos
pressupostos anteriores que, por sua vez, funcionaram como pistas para ajudar os
autores dos programas escolares a harmonizá-los do ponto de vista curricular.
Relativamente à estrutura, foi adoptado um esquema
( componente) básico que todas as equipas de disciplinas devem respeitar, sem
excessiva rigidez, de modo a garantir a relativa homogeneidade formal dos
conteúdos programáticos.
Como parte das intenções pedagógicas, a articulação vertical e horizontal foi tida
como indispensável.
A nova organização dos planos curriculares fundamenta-se nas propostas
apresentadas pelas equipas de trabalho constituídas para o efeito, que funcionaram
sob coordenação da assistência técnica.
As intenções básicas para as opções pedagógicas tomadas para o Ensino Primário
são:
 Adopção de um esquema básico de desenvolvimento curricular estruturado
nas componentes de Formação Geral
 Articulação das diferentes componentes, tanto do ponto de vista vertical como
horizontal;
 Orientação de toda a acção pedagógica para a formação integral do aluno à
base do desenvolvimento de atitudes, consciencialização de valores
considerando a multiplicidade de culturas e de variações etno-linguísticas
presentes no país e a aquisição de conhecimentos interrelacionados com as
aptidões e capacidades que favoreçam a prossecução de estudos.

1.4.1. Função social do ensino Primário

O Ensino Primário tem como função social proporcionar conhecimentos necessários


com a qualidade requerida, desenvolver capacidades e aptidões, consciencializar
para a aquisição de valores para a vida social (que exige o país) ou para o
prosseguimento de estudos.O próprio carácter da função social do Ensino Primário
impõe o prosseguimento de metas mais exigentes de desenvolvimento, tendo em
vista a realidade sociocultural dos alunos( eliminar o analfabetismo).

23
Características do aluno neste nível etário ao aproximar-se dos sete anos de idade,
a criança apresentam modificações consideráveis no seu comportamento, na sua
linguagem, nas suas interacções com os companheiros e principalmente na
qualidade do raciocínio.
Neste período, o egocentrismo e a fantasia diminuem e ela torna- se capaz de
relacionar-se com a realidade física e social de maneira mais objectiva.A partir dos
sete anos, gradualmente, o pensamento vai- se tornando objectivo e
descentralizado e a criança consegue operar com as informações do ambiente. Os
dados do meio exterior são simbolizados na mente, transformados, organizados e
empregados na solução de problemas.
A criança nesta fase domina os conceitos de distância, de tempo, de classes, de
relações, de número, etc. Finalmente, é preciso enfatizar que neste período a
criança já possui grande parte das habilidades dos adultos, algumas das quais
bastante especializadas. No entanto, o seu desenvolvimento, de maneira geral, é
mais lento e uniforme quando comparado àquele das etapas anterior e superior.
O desenvolvimento cognitivo nesta etapa é caracterizado pelo uso de sistemas
logicamente organizados, entre os quais, a classificação e a seriação.
O desenvolvimento emocional está relacionado com o processo de socialização que
exige da criança a entrada no mundo dos adultos, com a aprendizagem de
habilidades que lhe serão úteis no futuro.
A criança descobre que a aceitação ou rejeição social depende de suas realizações.
Essas experiências, por sua vez, influenciam a forma do autoconceito que, de forma
geral, baseia-se naquilo que os outros dizem a seu respeito. A agressividade (física
ou verbal) é uma das reacções da pessoa submetida à frustração. Uma criança que
fracassa na escola pode desenvolver um comportamento agressivo com o
professor. Outra forma de defesa da rejeição é o retraimento.
A moralidade é basicamente orientada para manter uma relação harmoniosa com
os grupos sociais com os quais o indivíduo interage quotidianamente, tais como a
família, o trabalho, a escola, os companheiros.
O desenvolvimento social, aparece na criança com a necessidade de ter amizades
duradouras e de conviver com os companheiros. A incorporação de valores grupais

24
e os sentimentos de orgulho, de lealdade e solidariedade tornam-se impulsos
poderosos no final deste estágio.
Um aspecto importante da socialização desta etapa é o desenvolvimento da
cooperação. No entanto, a competição aparece como um impulso intenso. Ao
competir, a criança pode descobrir capacidades que, de outra forma, não teria
percebido. Por outro lado a competição pode ser
prejudicial quando dá origem a sentimentos de inferioridade ou quando dá
oportunidade para humilhar os companheiros, tornando-os infelizes.
A cooperação leva acriança a abandonar o egocentrismo e a buscar o diálogo e o
respeito a regras estabelecidas.

1.4.2. Objectivos Gerais do Ensino Primário

A Lei de Bases do Sistema de Educação determina, no seu artigo 18º, que o Ensino
Primário tem os seguintes objectivos:
 Desenvolver e aperfeiçoar o domínio da comunicação e da expressão
 Aperfeiçoar hábitos e atitudes tendentes à socialização
 Proporcionar conhecimentos e capacidades para de desenvolver as
capacidades mentais
 Estimular o espírito estético com vista ao desenvolvimento da criação
artística
 Garantir a prática sistemática de educação física e de actividades
gimnodesportivas para o aperfeiçoamento das habilidades psicomotoras
Perfil dos alunos à saída da 6ª classe. Os objectivos já referidos permitem, depois
de ampliadas as suas dimensões, completar o perfil de saída dos alunos deste ciclo
com os pontos que se seguem:
 A nível do saber
Conhece e aplica instrumentos básicos de comunicação e expressão oral e escrita.
Revela ter adquirido conhecimentos e desenvolvido capacidades de trabalho,
pesquisa, organização, estudo, memorização e raciocínio adequadas às tarefas.
Conhece o meio natural e social que o circunda.
Conhece o corpo nas suas funções e a importância da higiene e da
conservação da saúde.

25
 A nível do saber - fazer
Aplica técnicas de trabalho (estudo, pesquisa, memorização e
raciocínio) a novas situações.
Manifesta o espíritos estético com base nas novas destrezas,
conhecimentos e competências adquiridas ( física, técnica e criação
artística ).
 A nível do ser
Demonstra atitudes correctas de regras e normas de conduta.
Revela atitudes de apreço e respeito pela realidade cultural angolana.
Revela atitudes de respeito pelo meio ambiente, pela saúda e pela
higiene.

1.4.3. Estrutura Curricular

Na escolaridade obrigatória o currículo deve reflectir um projecto educativo,


globalizador, que agrupa diversas facetas da cultura, do desenvolvimento pessoal
e social, das necessidades vitais dos indivíduos para se desenvolverem em
sociedade, destrezas e habilidades consideradas fundamentais.
Neste nível de escolaridade (e particularmente nos quatro primeiros anos), criam-
se condições para proporcionar aos alunos:
 Uma transição sem traumas do meio familiar para o meio escolar
 A aquisição progressiva de que são capazes de aprender o que se lhes
propõe, o que os torna auto – confiantes.
 A aquisição dos conhecimentos básicos que lhe permitam, quer a continuação
dos estudos, quer a passagem para a vida activa, uma vez que se trata da
escolaridade obrigatória.
 Uma aprendizagem globalizadora em que os conteúdos das diversas
disciplinas se organizam à volta de eixos ou núcleos de globalização.
 O uso de metodologias e estratégias que permitam um ensino globalizador,
que os possibilite interpretar a realidade que os cerca como um todo e não
como compartimentos estanques, como é apresentado pelo seu Plano de
Estudos que adiante se apresenta.

26
No artigo 17º da Lei de Bases do Sistema de Educação, define-se que o ensino
Primário, como unificado de seis anos, constituindo a base do ensino geral, tanto
para a educação regular como para a educação de adultos e é o ponto de partida
para os estudos a nível secundário. Por isso deve constituir uma oportunidade para
que os alunos realizem experiências de aprendizagem a vários níveis: do saber –
fazer e do saber – ser .
Os valores éticos, cívicos, culturais e outros que se pretende transmitir através do
processo de ensino, permitirão que as novas gerações sejam dotadas de
conhecimentos lógico, condição necessária para a resolução de questões
problemáticas próprias da vida individual e colectiva.
Atendendo à especificidade psíquica da criança nas primeiras 4 classes, a
experiência aconselhou-nos a introduzir o Estudo do Meio em vez de Ciências
Integradas como disciplina autónoma, para iniciar a criança no conhecimento
sistematizado do meio que a rodeia, como complemento das vivências já adquiridas,
e da Educação Moral e Cívica como elemento fundamental para o desenvolvimento
integral da personalidade humana.
Na escolaridade obrigatória o currículo deve reflectir um projecto educativo,
globalizador, que agrupe diversas facetas da cultura, do desenvolvimento pessoal
e social, das necessidades vitais dos indivíduos para se desenvolverem em
sociedade.
De facto, é neste nível de ensino que se determina em grande parte o futuro dos
alunos, ao tratar-se de uma escolaridade obrigatória traz ainda maiores
responsabilidades à escola e aos professores, porque não é justo obrigar as
crianças e os adolescentes a passarem seis anos na escola para interiorizarem
sucessivos fracassos, que os convencerão de que não são capazes de serem bem
sucedidos no futuro.

1.4.4. Plano de Estudos do Ensino Primário

Para o ensino Primário definiu-se um conjunto de 10 disciplinas consideradas


fundamentais para o desenvolvimento harmonioso e multifacético das crianças,
distribuídos em função ao nível de escolaridade:
HORARIO SEMANAL

27
Tabela 1 - Plano de Estudos do Ensino Primário
Disciplinas Classes 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
Língua Portuguesa 9 9 9 9 8 8
Matemática 7 7 7 7 6 6
Estudo do Meio 3 3 3 3
C. da Natureza. 4 4
História 2 2
Geografia 2 2
Ed. Moral e Cívica 2 2
Ed.M.e Plástica 2 2 2 2 2 2
Ed.Musical 1 1 1 1 1 1
Educação Física 2 2 2 2 2 2

Fonte: Elaboração Própria, dados proveniente do INIDE


Do Plano de Estudos anteriormente apresentado podemos constatar o seguinte:
A: Disciplinas e carga lectiva semanal
1. Nas quatro primeiras classes existem 6 disciplinas com uma carga horária
semanal uniforme de 24 tempos lectivos
2. Nas duas últimas classes existem 9 disciplinas com uma carga horária semanal
uniforme de 29 tempos lectivos.
B: Disciplinas e carga lectiva anual por classe
1. Língua Portuguesa(LPort), para as quatro primeiras classes e considerando um
ano lectivo regular de 30 semanas lectivas teremos para cada classe 270 tempos
lectivos; Para as duas últimas classes teremos 240 tempos lectivos por
classe.(ciclo=1560)
2. Matemática(Mat), para as quatro primeiras classes e considerando um ano lectivo
regular de 30 semanas lectivas teremos para cada classe 210 tempos lectivos; Para
as duas últimas classes teremos 180 tempos lectivos por classe.(ciclo=1200)
3. Estudo do Meio(EstM), para as quatro primeiras classes e considerando um ano
lectivo regular de 30 semanas lectivas teremos para cada classe 90 tempos
lectivos.(ciclo=360)

28
4. Ciências da Natureza(CNat), para as duas últimas classes teremos 120 tempos
lectivos por classe.(ciclo=240)
5. História(Hist), para as duas últimas classes teremos 60 tempos lectivos
por classe.(ciclo=120)
6. Geografia(Geo), para as duas últimas classes teremos 60 tempos lectivos por
classe.(ciclo=120)
7. Educação Moral e Cívica (EdMC), para as duas últimas classes teremos 60
tempos lectivos por classe.(ciclo = 120)
8. Educação Manual e Plástica(EdMP), para as seis classes e considerando um ano
lectivo regular de 30 semanas lectivas teremos 60 tempos lectivos por
classe.(ciclo=360)
9. Educação Musical(EdM), para as seis classes e considerando um ano lectivo
regular de 30 semanas lectivas teremos 30 tempos lectivos por classe.(ciclo=180)
10. Educação Física(EdF), para as seis classes e considerando um ano lectivo
regular de 30 semanas lectivas teremos 60 tempos lectivos por classe.(ciclo=360)
C: Carga lectiva anual por classe
1. Considerando um ano lectivo regular de 30 semanas lectivas, nas quatro
primeiras classes teremos 720 tempos lectivos respectivamente.
2. Considerando um ano lectivo regular de 30 semanas lectivas, para as duas
últimas classes teremos 870 tempos lectivos respectivamente.
D: Carga lectiva do ensino Primário.
Ao terminar o ensino primário com o ano lectivo estimado de 30 semanas o plano
de estudo prevê uma carga de 4620 tempos lectivos.
HORARIO SEMANAL
Tabela 2- Carga lectiva do ensino Primário
Disciplinas Classes 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Ciclo
Língua Portuguesa 9 9 9 9 8 8
Matemática 7 7 7 7 6 6
Estudo do Meio 3 3 3 3
C. da Natureza. 4 4
História 2 2

29
Geografia 2 2
Ed. Moral e Cívica 2 2
Ed.M.e Plástica 2 2 2 2 2 2
Ed.Musical 1 1 1 1 1 1
Educação Física 2 2 2 2 2 2
Total de T.L. semanal 24 24 24 24 29 29
Total de T.L. anual 720 720 720 720 870 870 4620
Total de disciplinas 6 6 6 6 9 9
Fonte: Elaboração Própria, dados proveniente do INIDE

1.4.5. Perspectivas que fundamentam as opções tomadas a nível da


sociedade, educação, ensino aprendizagem, princípios gerais de intervenção
educativa.

O pronunciar-se sobre a natureza, funções e características da educação escolar


supõe, implícita e explicitamente, pronunciar-se sobre o modelo de sociedade para
cuja formação se quer contribuir e o modelo de pessoa e cidadão que se pretende
formar. Estes modelos enunciados de forma clara na Lei de Base do Sistema
Educativo Angolano definem como finalidade do Sistema de Educação a “formação
integral da personalidade com vista à consolidação de uma sociedade progressiva
e democrática” (art.º 1º) A educação escolar é antes de tudo uma pratica social
emboida de forte função socializadora e personalizadora. Isto significa, que a escola
e a educação alicerçam todo o seu programa numa determinada forma de entender
as relações entre o desenvolvimento humano e o contexto social e cultural no qual,
sempre e necessariamente, este desenvolvimento tem lugar.
Não ha pessoa possível à margem de uma sociedade e de uma cultura. Os
processos de individualização - a construção de uma identidade pessoal - e a
socialização - a incorporação activa numa sociedade e numa cultura – são
processos interrelacionados e interdependente; ou se prefere duas vertentes de um
mesmo processo: aquele pelo qual nos formamos como pessoas.
O desenvolvimento é uma construção evolutiva, social e culturalmente mediante,
realizadas e traduzida segundo aprendizagem progressiva. Esta concepção esta na

30
base das teorias construtivas que de uma forma consensual enformam hoje as
interacoes e decisões que pensam, fundamentam e organizam a educação.
Segundo o construtivismo o conhecimento implica sempre um processo de
reconstrução e construção no qual o sujeito, em interacção com os outros, tem o
papel de actor e autor. Essa construção é consentânea com os processos de
desenvolvimento e maturação do indivíduo, a sua marcha no sentido de uma
autonomia cognitiva e ética em colaboração com os seus pares.
A noção de conhecimento construtivista, pressupõe e implica um conjunto de
postulados epistemológicos e antropológicos de relevância incontornável quando se
procura pensar um modelo de ensino em articulação intima com um modelo de
aprendizagem, ou seja se procura estruturar uma teoria do ensino sobre o domínio
compreensivo cientifico das formas e processos
pelos quais aprendemos e nos desenvolvemos.
Estes postulados, quando reflectidos em termos educativos, convertem-se, pela
forca da sua implicação, em princípios estruturadores da acção pedagógica que
devem informar todo o currículo. Com efeito, o assumir-se a natureza pessoal, social
e colaborativa do conhecimento e o modelo activo, funcional e estrutural da
construção, traz à educação escolar, desafios e compromissos importantes, como
entre outros:
 Uma noção de pessoa entendida como um ser em desenvolvimento em e na
relação com os outros e o ambiente social e cultural onde se situa;
 Uma noção alargada de escola, ou seja, uma escola compreendida e integrada
no tecido social e cultural envolvente ;
 Outras formas de compreensão e organização do saber apostados na
articulação da escola e do conhecimento escolar com o conhecimento
quotidiano e a integração programática e funcional de ambos pela
contemplação nas actividades de ensino aprendizagem dos conhecimento
prévios dos alunos bem como a acomodação dos novos conhecimentos
segundo a mesma intencionalidade pratica, fomentando uma aprendizagem
significativa, plástica e mobilizável.
 Outras formas de compreender e gerir o currículo escolar em geral e o plano
de estudos e programas em particular

31
 Modelos de ensino que coloquem a actividade construtiva do aluno e os
processos de crescimento pessoal no centro da intervenção pedagógica,
fomentando metodologias activas e investigarias nas quais os alunos possam
exercer o papel de sujeito na pesquisa e utilização de informação, no
desenvolvimento de hipóteses e sua aplicação, na tomada de decisões e no
comprometimento pessoal com as posições criticamente assumidas.
 Uma perspectiva do desenvolvimento integrado de toda a pessoa, pela própria
compreensão globalizadora do desenvolvimento, onde o conhecimento
cognitivo (o saber), os conteúdos morais e valorativos ( saber ser e estar) e os
procedimentos técnicos e éticos ( o saber fazer e agir) são entendidos como
pilares de um mesmo processo formativo.
 A autonomia da escola como pessoa plural e dos alunos, como condição e
consequência de desenvolvimento.
Só assim, as aprendizagens dos saberes e as formas culturais incluídas no currículo
escolar podem ser fonte de desenvolvimento pessoal dos alunos ajudando-os a
situarem-se individualmente de forma activa, construtiva e critica no contexto social
e cultural de que fazem parte.

1.4.6. Orientações Didácticas Gerais

Epistemológicas/Pedagógicas: selecção, sequencialização e apresentação de


conteúdos.
A selecção, organização e sequencialização dos conteúdos e uma decisão tomada
na conjugação e confluência de diversos campos e factores:
 O modelo curricular adoptado;
 O paradigma educativo e o modelo pedagógico de referência;
 Teorias psicológicas sobre o desenvolvimento cognitivo moral;
 Análise da estrutura conceptual lógica dos conteúdos;
 Análise da estrutura conceptual psicológica dos conteúdos.
Relativamente ao paradigma educativo e ao modelo, ou modelos, pedagógicos que
sustentam, muito se joga no domínio da decisão política: as opções neste terreno,
são, em primeira instância, condicionadas (porque condicionadoras) do modelo de
Sociedade, Homem, e Conhecimento que deseja construir.

32
Mas, na base destas opções e em coerência com as mesmas, é necessário
estruturar uma teoria do ensino cientificamente alicerçada sobre o conhecimento
compreensivo dos processos pelos quais nos formamos e desenvolvemos. É assim
que, em função do desenvolvimento das investigações no campo da epistemologia
genética, o centro das Teorias do ensino e da Aprendizagem, gravita, na
actualidade, em torno do eixo epistemológica de como aprendemos / como
devemos ensinar, ou seja, devemos fundamentar e radicar os nossos processos de
ensino no domínio dos processos de construção do conhecimento e mecanismos
de aprendizagem.
É neste quadro investigativo e compreensivo que devemos situar, a questão da
programação de unidades de ensino. No fundo trata-se como o diz Luís del Carmen
(1996) de dar resposta, cientificamente enformada a questões como:
 Que conteúdos são mais importantes no processo de ensino?
 Como os devemos apresentar aos alunos de forma que resultem
compreensíveis, interessantes e relacionáveis com as suas ideias e
conhecimento prévios?
 Como estabelecer o seu desenvolvimento progressivo?
 Como potenciar as relações entre os diferentes conteúdos que se ensinem?

1.4.7. Estrutura Epistemológica

O primeiro aspecto fundamental a ter em conta quando se fala de estrutura


psicológica do conhecimento é a própria estrutura receptora dos alunos. Esta é
determinada em função dos processos cognitivos gerais, e padrões de
desenvolvimento social e moral, próprios do seu nível de desenvolvimento
(estudados por Piaget e Kolberg) e das ideias prévias dos alunos3.
As representações mentais de todas as pessoas organizam-se segundo estruturas
conceptuais, construídas e solidificadas ao longo do nosso processo de
desenvolvimento. Estas estruturas, para as quais o construtivismo, desde J. Piaget,
chamou a atenção, desempenham uma função mediadora nas relações com o meio
e são, como tal, determinantes na aquisição do conhecimento.

3
O primeiro aspecto fundamental a ter em conta quando se fala de estrutura psicológica do conhecimento é a própria estrutura
receptora dos alunos estudados por Piaget e Kolberg

33
É em função das estruturas conceptuais prévias, ou seja as estruturas
anteriormente formadas e adquiridas, que percepcionamos e aprendemos novos
dados, que interpretamos o real e organizamos as acções.
De acordo com a teoria construtivista (Ausubel 1973) podemos considerar dois tipos
gerais de aprendizagem:
 Mecânica: quando o sujeito não é capaz de estabelecer relações entre os
conhecimentos que já possui e os novos;
 Significativa: quando há relação entre os conhecimentos anteriores e os
novos.
Estes conhecimentos são, assim, integrados na estrutura cognitiva do indivíduo,
dando origem a uma assimilação e acomodação de significados.
A aprendizagem significativa, porque realizada através de uma construção pessoal
e integradora, traduz-se em aprendizagens duradoiras e mais operatórias: a
aprendizagem mecânica, uma vez que não se concretiza numa apropriação pessoal
é rígida (pouco operatória) e facilmente esquecida.
Acima de tudo trata-se de uma aprendizagem que sendo de certa forma exterior ao
sujeito (não há uma integração pessoal dos novos dados nas estruturas conceptuais
prévias) não o modifica não se traduz numa alteração ou aprofundamento
significativo, da sua visão do mundo.
As implicações desta teoria na programação e sequencialização de unidades de
ensino compreende-se, em primeiro lugar, na necessidade de trabalhar os
conhecimentos prévios dos alunos, desmontando e reconstruindo os conceitos que
funcionam como base (pré-requisitos) dos novos dados, analisando e trabalhando
os processos cognitivos subjacentes às operações envolvidas. Com efeito, se a
aprendizagem significativa se produz através da interacção entre a nova informação
e os conhecimentos prévios pertinentes, logo a possibilidade de aprendizagem é
condicionada pelas características dos conhecimentos prévios do aluno, em relação
com os conteúdos que se pretende ensinar.

1.4.8. Análise da Estrutura Conceptual dos Conteúdos.

34
Mas não basta atendermos aos conceitos prévios, sua análise e desmontagem
critica, quando programamos unidades didácticas. Os conceitos organizam-se
segundo estruturas hierárquicas na estrutura cognitiva dos indivíduos. Em função
desta estrutura podem, basicamente,
definir-se três tipos de aprendizagem:
 Aprendizagem sub-ordenada ou inclusiva: realiza-se quando as novas ideias
introduzidas se relacionam de forma subordinada com ideias relevantes de
maior grau de abstracção, ou seja de inclusividade, que são designadas de
ideias inclusoras. A inclusão pode realizar-se por derivação (a ideia não
modifica os atributos do conceito inclusor) ou correlação (há modificação dos
atributos do conceito inclusor).
 Aprendizagem supra-ordenada: produz-se quando os conceitos aprendidos
anteriormente se integram num conceito mais amplo e inclusivo.
É o que acontece com a inclusão, por exemplo de diversas espécies animais no
conceito de vertebrado.Aprendizagem combinatória: realiza-se quando uma ideia
nova é colocada em relação com outras já existentes, mas com o mesmo nível de
generalidade: Estabelecem-se, então, relações de horizontalidade entre as distintas
ideias, precisando as relações e diferenças entre as mesmas.
Usados estrategicamente em diferentes momentos do processo de ensino-
aprendizagem estas três modalidades constituem em si uma ossatura sólida de
organização da própria estrutura cognitiva dos alunos.

1.5. Micro E Pequenas Empresas

Uma empresa é uma unidade económico-social, integrada por elementos humanos,


materiais e técnicos, que tem o objectivo de obter utilidades através da sua
participação no mercado de bens e serviços. Nesse sentido, faz uso dos factores
produtivos (trabalho, terra e capital).
Elas necessitam de ferramentas que auxiliam na tomada de decisão no que tange
ao lançamento de um serviço no mercado.
Uma empresa precisa de estabelecer metodologias concretas para minorar os
riscos de insucesso no lançamento de novos serviços ou de novos serviços. Este

35
guia tem esse objectivo essencial: reunir um conjunto de recomendações práticas
que possam ser introduzidas na gestão das empresas.

1.5.1. Conceito de Micro e Pequenas Empresas

As pequenas e médias empresas (PME) e microempresas têm grande importância


sócio-econômica em Angola e todo Mundo.
Não existe critério único universalmente aceito para definir as micro empresas e
PME. Vários indicativos podem ser utilizados para a classificação das empresas nas
categorias micro, pequena, média e grande, mas eles não podem ser considerados
completamente apropriados e definitivos para todos os tipos de contexto. Como
afirma Filion (1990), a maioria das tentativas de definição dos tipos de empresa nos
mais variados paísesfoi feita não apenas por razões fiscais.
Com elas, visa-se também a estabelecer critérios de identificação de empresas
elegíveis para receber diferentes tipos de benefício oferecidos pelos governos. Por
exemplo, com os critérios de definição, pode-se selecionar empresas admissíveis
em programas de subcontratação (terceirização, etc.) ou de fornecimento de
serviços e serviços a organizações governamentais4.
Os Estados Unidos foram os primeiros a definir oficialmente as pequenas empresas
na lei. Durante a Grande Depressão dos anos 30, instituições foram criadas neste
país para apoiá-las ou estudar projetos de financiamento a elas dirigidos. Esta
iniciativa estava claramente inserida numa lógica de incentivos para a recuperação
econômica do país.
Para os países em geral, a definição do que são a micro, a pequena, a média e a
grande empresas é um elemento de base para a elaboração de políticas públicas
de tratamento diferenciado dos tipos de empresa (Filion, 1991). Assim, pode-se
esperar uma grande variação de definições entre países, cada um tendo uma
conjuntura específica quanto aos tipos de empresa, ao seu papel sócio-econômico
e às prioridades governamentais na promoção do desenvolvimento.

4
Em 1953, com o Small Business Act, os Estados Unidos criaram em sua legislação a primeira definição legal da pequena
empresa no mundo. Contudo, as pequenas empresas já eram objeto de discussão em vários outros países, dos quais o Reino
Unido, onde o Macmillan Committee analisava as dificuldades de financiamento dos pequenos negócios desde o final dos
anos 20 (Filion, 1990,1991).

36
É possível também que dentro de um único país a ação governamental se
desenvolva diferentemente nos níveis federal, estadual e municipal. No mesmo
país, podem existir ainda pessoas, grupos ou organismos variados interessados em
tipos específicos de empresa utilizando diferentes tipos de definição. Estes
elementos geram uma grande pluralidade de definições de PME e microempresas.
O financiamento e o apoio às microempresas e às PME é uma questão complicada
e difícil que, ainda hoje, interessa aos governos. Este é o caso do Angola, onde o
governo é embalado atualmente por uma grande onda de valorização destas
empresas. Por meio do incentivo ao desenvolvimento destas empresas, tem-se em
vista a melhoria da taxa de emprego, da distribuição da renda e, mais globalmente,
do desenvolvimento nacional.
Esforços significativos neste campo foram marcados pela ciração de varias Leis.

1.6. Plano De Negócios

O desenvolvimento Economico e Social é fruto de iniciativas que tem em conta o


bem comum da sociedade como um todo, mesmo que o campo de atuação seja
limitado e reduzida dimensão.
As decisoes de investimento devem utilizar os fundamentos teoricos como base de
atuação, ou seja todo o gestor deve utilizar “o melhor conhecimento disponivel” para
uma decisão de investimento uma vez que este e o garante de que a probabilidade
de Sucesso aumente5.
Segundo Barringer e Ireland (2006), O plano de Negócio é um diagrama sobre a
forma como a empresa compete no mercado, usa os recursos disponíveis, estrutura
as suas relações (quer internas como externas), interage com os seus clientes e
cria valor, de maneira a sobreviver6.
Para Hisrich e Peters (2002), Plano de Negócios é o documento realizado pelo
empreendedor que engloba todos os elementos relevantes para montar um negócio
de raiz.

5
Transformar oportunidades em negócios Criar, pequenas e medias empresas Carlos, Jose Paulo Esperança 2º Edicao
2014.
6
Segundo Barringer e Ireland (2006), O plano de Negócio é um diagrama sobre a forma como a empresa compete no
mercado.

37
O plano de negócios é um forte aliado de empreendedores, segundo Rosa (2007).
O plano de negócios foi criado para o empreendedor organizar as suas idéias, o
plano de negócio descreve por escrito os objetivos de determinado negócio e quais
passos devem ser dados para que estes objetivos sejam alcançados.
Neste sentido, destaque-se que esta pesquisa tem por objectivo desenvolver um
plano de negócios para uma empresa do ramo. Eu acredito que a realização do
presente estudo pelo fato de poder enfatizar que o desenvolvimento de um plano
de negócios e não só, permite que uma empresa, mesmo que já esteja em
funcionamento, possa fazer uma auto-análise que lhe possibilite redefinir
estratégias e acções, as quais consequentemente lhe tornaram mais competitivas.

1.6.1. A importância do plano de Negócio

Se um modelo económico não funciona, então é porque ele falhou no test da


narrativa ou no test dos números (a demostração de resultado e as peças
financeiras não fazem sentido).
Os planos de negócios mostram de que modo as diversa componentes de um
negócio se interligam e completam. O empreendedor tem de ter consciência que,
para que a sua empresa tenha sucesso, não basta ter um bom produto / Serviço.
O plano de negócio é uma ferramenta fundamental para quem quer desenvolverum
projectoempresarial, dadoque é um documento que sistematiza a informaçaosobre
qual é a sua ideia de negócio, permitindo-lhe estruturar e avaliar a sua viabilidade.
Um Plano de negócios bem elaborado é importante visto que permite:
 Fundamentar se o negócio faz sentido (Análise de Viablidade)
 Analisar a forma como todos os elementos do negócio funcionam em conjunto
 Descrever o funcionamento integrado da rede de participantes necessários a
prossecução do negócio.
 Articular a estratégia central da empresa aos stakeholders (desde detetores
de capital ate aos colaboradores)7.

7
Segundo Barringer e Ireland (2006), Um Plano Negócio apresenta-se como um documento que evidenciara de forma
correcta as capacidades dos empreendedores e as possibilidades do Negócio.

38
CAPITULO II. METODOLOGIA UTILIZADA NA INVESTIGAÇÃO

Apresentar-se-á um desenho da metodologia de investigação e definir-se-á os


objectivos, o tipo de investigação, os instrumentos de recolha de dados, o modelo
de pesquisa adoptado e, por último, a explicação de como vão ser tratados e
interpretados os dados.

Para a realização da nossa pesquisa, recorremos aos métodos tradicionais de


pesquisa científica: a empírica e a teórica, mas propriamente a empírica na fase
inicial da pesquisa com a recolha de informações, dados, factos e testemunhos na
base do inquérito efectuado e a análise documental dos artigos, resumo de
investigações e literatura científica em geral, relacionada com o tema da
investigação.

Ao longo do processo de pesquisa, na interpretação, análise e discussão de


resultados, usamos os métodos teóricos na vertente histórica, lógica e analítico –
sintético que foram de grande utilidade para o estudo da bibliografia consultada,
que permitiu precisar os fundamentos teóricos relacionados com o
empreendedorismo, seu estado de evolução nos últimos cincos anos, e como
também fazer uma decantação do objecto estudado para se aferir os pontos forte e
fracos e a sua exequibilidade.

O método geral que prima na concepção e desenvolvimento da investigação é o


dialético materialista por ser um método integrador, geral e uma ferramenta
fundamental para a investigação porque possibilita adoptar posições objectivas
baseadas na lógica da ciência e a partir deste objectivo e das tarefas de
investigação plantadas se determinarão os de carácter teóricos e empíricos.

Dentro dos métodos teóricos se utiliza o analítico - sintético de grande utilidade


para o estudo da bibliografia consultada, que permite precisar os fundamentos
teóricos relacionados com empreendedorismo, estabelecendo uma relação
recíproca entre a análise (desmembrar em várias partes um objecto de
investigação) e a síntese (integração novamente das partes).

39
O método indutivo - dedutivo, fixa as possibilidades de determinar os fundamentos
teóricos que se expressam na bibliografia por diferentes autores e a induzir as
principais regularidades que aportam os instrumentos aplicados, para realizar as
análises que se propõe de maneira que se contribua na transformação que se
deseja em obter novas oportunidades de negócios.

Foi empregado também o método de análise histórico - lógico, com o qual


analisou-se a evolução do tema de investigação e sua direcção nos últimos cinco
anos.

Dos métodos empíricos foi utilizado a análises documental para analisar e estudar
documentos, artigos, resumo de investigações e literatura científica em geral,
relacionada com o tema de investigação.

O método de enfoque de sistema emprega-se para argumentar na concepção de


integrar as diferentes variáveis da investigação que têm um impacto significativo
relacionados com o empreendedorismo.

Inquérito: Foi utilizada esta técnica sob a forma de questionário oral com perguntas,
semifechadas e abertas, com o objectivo de aprofundar a recolha de informações
sobre desenvolvimento de novas oportunidades de negócios.

2.1. Modelo de pesquisa.

Considerando que a actividade de pesquisa ou trabalho cientifico visa aumentar o


conhecimento do homem a respeito do mundo circundante, queremos apresentar e
justificar o tipo de pesquisa que levamos a cabo, através de várias bibliografias de
consultadas e obedecendo cada uma determinado passo e depois, enquadrarmos
a nossa pesquisa, no tipo de abordagem descritiva.

A abordagem descritiva é a pesquisa onde se procura descrever fenómenos,


identificar variáveis e inventariar factos. No concreto iremos descrever e identificar
através das perspectivas construtivas, os processos que influenciam o
empreendedorismo.

Tendo em conta as técnicas e o enfoque específico ligados ao objecto de estudo, a


nossa pesquisa é do tipo aplicada, uma vez que persegue a solução de problemas
40
práticos, imediato a partir de recursos teóricos, isto é a criação de um Plano de
Negócio, com vista a materialização do projecto de construção de uma Escola
Primária no Zango III. E em função das características do objecto pesquisado, ela
é descritiva-exploratória. Descritiva, mediante o emprego de métodos de
recopilação de dados e factos, resenhas, inventários, incluindo generalizações
empíricas sobre o objecto, “correlacionando factos ou fenómenos sem a
interferência do pesquisador” (cf. Rampazzo 2004:53). É exploratória, na medida
em que se vai fazer uma aproximação directa ou contacto físico com o objecto
pesquisado, enquadrando-se, deste modo também na pesquisa de campo, tendo
em conta o quadro físico em que se desenvolverá a pesquisa.

2.2. Técnica e instrumentos de investigação.

Foi nosso objectivo preferencial nesta investigação, estabelecer um quadro


interpretativo das opiniões dos inqueridos acerca da taxa de escolarização infantil e
dificuldade de acesso ao Ensino Primário público e algumas questões sobre o
empreendedorismo. Para tal, buscamos uma metodologia que conduzisse a
construção de um instrumento de pesquisa adequado aos nossos propósitos de
recolha de informações sobre desenvolvimento de novas oportunidades de
negócios e alternativa ao acesso a escolarização obrigatória, o que nos levou a usar
o método do inquérito sob a técnica de entrevista oral com perguntas semi-fechadas
e abertas, recolhidas numa amostragem intencional de mais de 50 inqueridos.

Assim também foram utilizados instrumentos, meios e vias que poderão garantir a
fiabilidade dos resultados esperados tais como: consultas de documentos e
entrevistas.

O questionário de opiniões resultou na vantagem para o nosso trabalho, porque


permitiu simultaneamente aplicar á toda a população alvo do estudo, e obtermos
maior liberdade nas respostas mais rápidas e precisas.

Permitiu-nos ainda ao inquerido concentrar-se, poupar tempo o que facilitou a


classificação e a comparação dos dados obtidos. Houve menos riscos de distorção,
pela não influência do pesquisador em obtermos respostas que materialmente
seriam inacessíveis.
41
2.3. Os principais instrumentos e métodos mistos.

2.3.1. Entrevistas positivas.

Neste tipo de entrevistas são poucas as observações ou inferências pessoais do


avaliador uma vez que, dispõe de inúmeras informações sobre o avaliado,
permitindo-lhe uma avaliação mais objectiva e imparcial.

2.3.2. Entrevistas negativas.

Aqui, são quase sempre imprecisas as informações que o avaliador tem acerca do
avaliado. Tal facto obriga o entrevistador a formular juízos com base em inferências
a partir de um número bastante limitado de dados disponíveis. Dado que, nesse tipo
de entrevistas, o que mais conta é a opinião do avaliador e é fácil concluir sobre as
limitações e falhas do mesmo.

2.3.3. Método documentário.

Consistiu na recolha de bibliografia necessária para o referencial teórico, bem como


os vários pontos de vista de autores que referenciam o empreendedorismo..

2.3.4. Inquérito.

Foi utilizado esta técnica sobre a forma de questionário com perguntas, semi-
fechadas e abertas, com o objectivo de aprofundar a recolha de informações sobre
o empreendedorismo.

42
CAPITULO III. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E ANÁLISES E DISCUSSÃO
DOS RESULTADOS

3.1. Apresentação da Empresa

3.1.1. Dados do Empreendedor e do empreendimento

Ndonga Baptista Fernando César Casado de 33 anos de idade, portador do BI Nº


000372722LA030 passado pelo arquivo de identificação de Luanda aos 18 de
Dezembro de 2010, com o cartão de contribuinte Nº 100375722LA0305, residente
nesta cidade, Município da Maianga, Bairro Alvalade, funcionário Publico exercendo
o cargo de Professor na Escola 1026 (ex 2043).
Licenciado em Engenharia Informática na especialidade de Gestão de Sistema pela
Universidade Privada de Angola .
Actualmente trabalha como Professor e Coordenador de Informática da Escola 1026
Ex 2043 e também como Tecnico de Informatica da Empresa Panalpina Transportes
Mundiais.
Propósito da Posição
 Assegurar o uso efectivo de recursos investido em tecnologia de informação
para prover reais benefícios a Escola
 Seguimento de Planificações a nível da Direcção Provincial e da Repartição
Municipal.
 Dar Suporte aos Professores e a direcção da escola (HELPDESK) a todo o
sistema da Escola.
 Manter contacto com provedores locais.
Cursos e Centros de Formação
 Administratção De Redes Windows (MCSA) Fevereiro de 2012 Centro de
Formação Gaston.
 CompTIA Network+ Certification Novembro 2011 Centro de Formação
Menshen
 Microsoft Certified desktop Support Technician or MCDST Junho 2011 Centro
de Formação Menshen
 Curso de Hardware Junho de 2006 Centro de Formação Fajop

43
 Curso Básico de Secretáriado Fevereiro de 2006 Centro de Formação Fajop
 Curso Completo de Teacher Training Setembro de 2004-Novembro 2004
APRO TIPRO
 Curso Básico de Educação Cívica e Direitos Humanos 15 a 24 de Março 2003
 Curso Básico de HSE Novembro de 2003 “Panalpina”
 Curso Completo da Língua Inglesa Outubro 2000-2002” Snail English School”
A empresa N.B.F.C – em nome individual de Ndonga Baptista Fernandes Cesar
estabelecida uma parceria com o Estado passando a ser Escola Comparticipada nº
600 também chamada de BAT- LU situa-se no Distrito de Viana Comuna do Zango
Bairro do Zango III Rua nª10 casa nª147, esta composta pela parte inferior e
superior (Rés de Chão e I andar) a escada possui 10 degraus, eis as descrições do
Estabelecimento:
A infra-estrutura comporta 7 Salas de Aula. Sendo 3 salas na parte superior do
edifício e 4 na parte baixa do mesmo.
No período da Manha temos pretensão de constituirmos as seguintes turmas: 2 Sala
de Aula para Iniciação, 2 Salas para a Primeira Classe, 2 para a Segunda Classe e
uma para a terceira Classe.
Para o período da Tarde pretendemos constituir as seguintes turmas: 2 Sala de Aula
para a Quarta Classe, 2 Salas para a Quinta Classe, 2 para a Sexta Classe e uma
para a terceira Classe dos meninos mais crescidos.
Temos ainda 2 gabinetes sendo 1 para o Director Geral estando localizado na parte
superior do edifício e 1 para o Director Pedagógico que esta localizado na parte
inferior do imóvel (área principal).
1 Secretaria com um espaço vasto com capacidade de albergar 15 ou mais
encarregados.
1 Sala dos professores com capacidade para 10 Professores.
1 Pátio vasto com capacidade de albergar 200 Crianças
1 Campo Mult-Uso numa área adjacente a escola.
7 Banheiros, estando distribuídos por sexo e hierarquia, sendo 2 na parte superior
do edifício, 4 na parte baixa e uma para direcção nas instalações centrais do imóvel.
1 Tanque de Água com capacidade para mais de 13 Mil litros de Água já com a
respectiva Electrobomba.

44
Água Canalizada e Energia Eléctrica.
As salas estão apetrechadas com Ar-condicionado a fim de garantir um melhor
ambiente e conforto as nossas crianças.

3.1.1.1. Estrutura Orgânica Da Empresa

Figura 2 - Estrutura Orgânica

Director

Sub. Dir. Administrativo Sub.Dir


Pedagógico

Finança
Professores
7 – Manha 7- Tarde
Auxiliares de Limpeza
Vigilante

Seguranças

Fonte: Elaboração Própria


Director Geral:
O director Geral tem a responsabilidade de assegurar a obtenção dos resultados
definidos nos planos operacionais e administrativos, em conformidade com a
missão da empresa, seus princípios e filosofia de negócios, dentro das directrizes
estratégicas e operacionais estabelecidas, por meio da coordenação geral de todas
as áreas da empresa.
Definir as políticas e objectivos específicos de cada área, coordenando a execução
dos respectivos planos de acção, facilitando e integrando o trabalho das equipes,
visando a optimizar os esforços para a consecução dos objectivos da empresa.
Identificar oportunidades, avaliar a viabilidade e fazer recomendações sobre novos
investimentos ou desenvolvimento de novos negócios, visando a garantir um
retorno adequado ao proprietario e resguardar a segurança dos activos da empresa.

45
Manter contactos com a direcção das empresas clientes para identificar
oportunidades de ampliação ou melhoria nos serviços / serviços prestados ou
solução de eventuais problemas contratuais ou operacionais, visando manter a
satisfação do cliente e projectar uma imagem positiva da empresa no mercado.
Conduzir os processos de mudanças na cultura da organização, visando conquistar
o engajamento de todos os seus integrantes e garantir a consolidação de uma
cultura organizacional orientada para a contínua busca da qualidade e de altos
padrões de desempenho individual e colectivo.
Coordenar as negociações para aquisições, fusões, associações, etc. com outras
empresas, visando ao crescimento e consolidação dos negócios.
Manter contactos com a direcção de outras empresas, entidades de classe e órgãos
governamentais, visando a harmonizar esforços que se traduzam em benefícios
para os clientes, o mercado e a comunidade em geral.
Sub Director Pedagógico
O Departamento pedagógico terá como função de planejar, dirigir e coordenar as
actividades de relativas ao processo de ensino e aprendizagem na instituição sendo
o mas directo colaborador do Director geral. É através desse departamento que a
escola irá promover e realizar as actividades curriculares e extra curriculares,
promovendo assim a imagem da Instituição.
As principais actividades deste departamento serão: controlar e indicar o
desempenho dos alunos e dos professores.
Departamento Financeiro
O Departamento Financeiro é uma unidade localizada a nível de execução
programática, com funções essencialmente executivas competindo-lhe:
 Coordenar, dirigir e supervisionar os assuntos relativos à contabilidade,
executando e registando os actos e fatos da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial do Ministério Público;
 Receber, conferir e manter actualizado o arquivo de documentos emitidos por
todas as unidades do Ministério Público, relativos a orçamentos, pagamentos
e prestação de contas;
 Manifestar-se nos processos de efetivação de despesas de alienação, cessão
ou recebimento de bens, direitos e obrigações que envolvam execução

46
orçamentária ou extra-orçamentais, bem como definir a classificação
contabilística da despesa;
 Obter junto à Secretaria de Estado da Fazenda, recursos financeiros
necessários à execução das metas anuais da Instituição e à manutenção das
actividades-meio;
 Emitir ordens de pagamentos e cheques, movimentando as contas correntes
da Instituição, em conjunto com a Direcção Geral;
 Efectuar, quando devido e mediante autorização da autoridade competente, o
pagamento de diárias e/ou ressarcimentos de despesas de membros e
servidores da Instituição;
 Elaborar a prestação de contas da Instituição dentro dos prazos legais;
 Elaborar balancetes e balanço geral do Ministério Público;
 Propor a realização de auditoria económica e financeira;
 Elaborar o cronograma financeiro de desembolso mensal e anual;
 Emitir todos os demonstrativos necessários à consolidação do balanço geral
do Estado;
 Assessorar as unidades do Ministério Público nos assuntos relativos à sua
área de actuação;
 Emitir os empenhos autorizados;
 Providenciar actos referentes à concessão de adiantamentos e promover o
controlo de gastos da espécie;
 Analisar, classificar e contabilizar os documentos recebidos decorrentes das
operações realizadas;
 Controlar e elaborar demonstrativos e gráficos referentes à execução
orçamentária e financeira do Ministério Público; e,
 Classificar a despesa quanto à sua natureza, identificando a categoria
económica, o grupo de despesas a que pertence, a modalidade de aplicação,
até a nível de subelementos de despesa.
Sub Director Administrativo
É um órgão da empresa, encarregado de tarefas e actividades específicas, ou seja,
desde a contratação do funcionário, pagamento de salários, transporte, férias,

47
licença médica, 13º Salário, organização dos horários de trabalho e Rescisão
Contratual dos funcionários.
Gestão de recursos humanos ou gestão de pessoas ou ainda administração de
Recursos Humanos
Conhecida pela sigla RH, é uma associação de habilidades e métodos, políticas,
técnicas e práticas definidas com objectivo de administrar os comportamentos
internos e potencializar o capital humano.
Tem como tarefas o recrutamento e selecção de pessoal, avaliação de desempenho
dos funcionários, treinamento e desenvolvimento de pessoas entre outras funções,
Com o objectivo básico de alinhar as políticas de RH com a estratégia da
organização.
Recursos Humanos é o conjunto dos empregados ou dos colaboradores de uma
organização. Mas o mais frequente deve chamar-se assim à função que ocupa para
adquirir, desenvolver, usar e reter os colaboradores das Empresas.
Auxiliares de Limpeza: Responsável pela higiene e embelezamento da Instituição,
afim de garantir o bem estar de todos.
Seguranças: Responsável pela segurança da Instituição durante o período laboral
e após o período laboral sendo a pessoa que estará na instituição a tempo integral.
Professores: serão os responsáveis directos pelo processo de ensino garantindo
assim o aprendizado dos alunos .
Vigilante: responsável pela segurança dos alunos durante o período de aulas e
após o término de cada período.

3.1.2. Sector de actividade

Por se tratar de um negócio da área do Ensino então nosso foco esta no Ensino
Primário o que abrange a Iniciação até a 6 classe.
O Ensino Primário tem como função social proporcionar conhecimentos necessários
com a qualidade requerida, desenvolver capacidades e aptidões aos mais
pequeninos, consciencializa-lo para a aquisição de valores para a vida social como
exige o país ou mesmo para o prosseguimento de estudos.

48
3.1.3. Forma jurídica e o Investimento Nacional - Privado Em Angola

O nível do investimento privado nacional em Angola até há alguns anos atrás era
caracterizado como quase nulo devido às consequências do período colonial onde
praticamente o angolano não tinha possibilidades de intervir no sector empresarial,
por falta de capital,ficando na condição de empregado, por outro lado a falta de
oportunidades, que estavam somente reservadas aos cidadãos da potência
colonizadora que por vezes nem tinha tambem grande expressão em matéria de
negócios empresariais.
Aliado a isto, foi o sistema político-económico e social adoptado pelas Autoridades
Angolanas logo após a proclamação da Independência Nacional, caracterizada por
uma economia centralizada, onde a iniciativa empresarial era monopolizada. Pelo
Estado, não havendo, por isso, margem para a iniciativa privada.
Surge assim a lei nº 14/03, 18 de Julho que consagrava um sistema de economia
de mercado nos fins dos anos noventa, LEI DO FOMENTO DO EMPRESARIADO
PRIVADO ANGOLANO), um diploma legal que permitia aos operadores privados
nacionais maior inserção na actividade empresarial.
Este diploma Visava fundamentalmente estabelecer as normas, princípios formas
de apoio promocional das empresas privadas nacionais e das correlativas iniciativas
privadas e investimentos nacionais de modo a que em regime de economia aberta
de mercado e de livre concorrência com as iniciativas e investimentos estrangeiros,
pudessem criar oportunidades preferenciais e beneficiar de melhores condições
para o exercício dos seus direitos e liberdades económicas fundamentais.
Apoiava também a promoção de empresas nacionais em todos os sectores de
actividade económica, particularmente o sector agro-pecuário, industrial extractivo
e transformador,tal como o sector comercial, o financeiro, o das pescas agro-
industrial, das obras públicas e construção civil, dos transportes e o dos serviços.
O artigo 7º da lei prevê um tratamento preferencial aos concessionários angolanos,
que tem a função atenuar as condições desfavoráveis e de desigualdade na
concorrência entre investidores nacionais e estrangeiros, bem como contribuir para
a constituição, consolidação e fortalecimento da participação dos cidadãos
angolanos na titularidade da gestão dasatribuindo prioritariamente aos sujeitos

49
privados angolanos que preencham os requisitos de concessão num grau de
prioridade, imediatamente posterior aos direitos de concessão e de preferência,
legalmente atribuídos as empresa públicas e outras pessoas colectivas de direito
publico. Conforme a lei, o Estado Angolano e demais promotores públicos podem
conceder os seguintes tipos de incentivos e apoios:
1. Incentivos Fiscais - isenção ou redução de imposto industrial ou de outros
impostos que incidam sobre o rendimento das actividades ou sobre direitos de
concessão; isenção ou redução de impostos aduaneiros que incidam sobre a
importação de matérias-primas e bens de equipamento; isenção ou redução de
impostos ou taxas sobre a concessão ou gozo de direitos mineiros gerais e
especiais, e direitos fundiários.
2. Apoios Financeiros - os projectos de constituição ou de expansão de empresas
privadas nacionais beneficiam da concessão de apoios, como: subsídios,
financiamentos; capital de risco promocional; acesso a fundos privados de gestão
concertada; garantias dos financiamentos.
3. Apoio Técnico – o Estado, através dos seus serviços técnicos centrais ou
provinciais, os institutos públicos e as empresas públicas, pode fixar nos
procedimentos convencionais do fomento empresarial, a prestação de apoios de
assistência técnica que esteja ao alcance das suas capacidades técnicas próprias.
4. Direitos, privilégios e garantias patrimoniais especiais – direitos de exploração
comercial ou industrial, conjunta ou concorrencial de uma determinada actividade
económica ou de prestação de serviços territorialmente determinada; direitos de
concessão mineira, de exploração conjunta ou concorrencial de uma determinada
área territorial, nos termos e em conformidade com a legislação mineira aplicável;
direitos de concessão de outros recursos naturais ou de exploração conjunta ou
concorrencial de uma determinada área territorial, nos termos e em conformidade
com a legislação aplicável; direitos de exploração e produção petrolífera conjunta,
ou comparticipada de uma determinada área territorial, nos termos e em
conformidade com os contratos petrolíferos e a legislação petrolífera aplicável;
direitos de preferência, em grau imediatamente seguinte as empresa ou pessoas
colectivas públicas, nos casos de venda a terceiros, por parte de investidores
estrangeiros, dos seus direitos de exploração e produção contratuais em

50
concessões mineiras, petrolíferas ou de exploração de serviços públicos, infra-
estruturas ou estabelecimentos do Estado ou das Autarquias locais; direitos de
preferência, em grau imediatamente seguinte às empresas ou pessoas colectivas
publicas, nos concursos de fornecimento de bens e serviços e de empreitadas de
obras públicas, oferecidas que sejam as condições de igualdade de preços e de
qualidade.
5. Apoiar a criação de centros de formação profissional liderados por associações
económicas ou profissionais, bem como a participação destas em feiras e
seminários nacionais e internacionais. Na verdade, trata-se de um instrumento legal
necessário para o fomento do empresariado nacional privado angolano. No entanto
esta lei pecava na medida que não identificava a identidadede responsável pelo
cumprimento das disposições elencadas no próprio diploma.Na lei Lei 17/03 de 25
de Julho (Lei sobre os Incentivos Fiscais e Aduaneiros Investimento Privado) já tinha
os objectivos bem definidos.
DECRETO Nº 39/08, DE 23 DE JUNHO
A modernização do tecido empresarial angolano recomenda a criação de
instrumentos adequados ao desenvolvimento de iniciativas estratégicas de fomento
do empresariado nacional, criando condições que garantam o crescimento
sustentado das capacidades empresariais e financeiras de investidores privados
angolanos.Com este decreto, criou-se o FUNDO DO FOMENTO EMPRESARIAL.
Trata-se de um instrumento de execução da política económica e social do Governo
no processo de reconstrução nacional.
Este fundo integra as participações sociais, activos do sector produtivo com
viabilidade económica e património de sociedades ou entidades públicas e
administrativas que os detenham,tendo como finalidades o seguinte:
a) apoiar a criação de novas unidades de produção com impacto favorável no
sector produtivo nacional e na diminuição da dependência externa em relação
ao actual volume de importações;
b) fomentar a participação de cidadãos nacionais e empresas de direito angolano
na titularidade e gestão de activos nacionais. A politica de aplicações do Fundo
de Fomento Empresarial deve ser orientada por critérios de rentabilidade
económica e financeira, de reforço das estruturas produtivas angolanas e de

51
relevância macroeconómica dos investimentos a realizar, em obediência aos
princípios de:
 Promoção do relançamento da economia real angolana e do fortalecimento
da participação dos cidadãos angolanos na titularidade e gestão das
riquezas nacionais, de acordo com os objectivos traçados pelo Governo;
 Desenvolvimento das actividades de natureza económica e industrial
adequadas ao reforço das estruturas empresariais nacionais, geradoras de
riqueza e criadoras de emprego produtivo, qualificado e socialmente útil ao
fomento da produção nacional;
 Promoção do relançamento da economia real angolana e do fortalecimento
da participação dos cidadãos angolanos na titularidade e gestão das
riquezas nacionais, de acordo com os objectivos traçados pelo Governo;
 Desenvolvimento das actividades de natureza económica e industrial
adequadas ao reforço das estruturas empresariais nacionais, geradoras de
riqueza e criadoras de emprego produtivo, qualificado e socialmente útil ao
fomento da produção nacional.
DECRETO Nº 37/06, DE 7 DE JUNHO
Outro instrumento importante no âmbito do Investimento Privado Nacional, foi a
criação pelo Conselho de Ministros, através do Decreto nº 37/06, de 7 de Junho20,
do BDA - Banco de Desenvolvimento Angolano.
Importa referir, que os programas de desenvolvimento económico-social do
Governo, inserem o fomento e apoio ao empresariado nacional como uma
prioridade estratégica, tendo em vista o aumento da capacidade interna de
produção, o combate à pobreza, a criação de empregos, a gradual substituição das
importações e promoção das exportações e o lançamento das bases para a
competitividade internacional da economia angolana. Uma das formas mais
eficazes de concretizar este desiderato é o fomento da iniciativa empresarial
privada, através da concessão de créditos em condições bonificadas e com prazos
de reembolso alargados. Foi com base nesta visão estratégica do Governo
Angolano que surgiu a necessidade de estabelecimento de um banco de capitais
públicos especialmente vocacionado para o fomento da actividade económica,

52
suprindo assim a lacuna existente no sistema financeiro nacional na ausência de
instituições e mecanismos de financiamento de longo prazo.
Esta instituição é financiada através do fluxo de receitas fiscais extraordinárias
provenientes do aumento do preço de petróleo bruto no mercado internacional, bem
como das receitas fiscais provenientes dos sectores de diamantes e gás natural.
O Banco de Desenvolvimento de Angola é uma pessoa colectiva de direito público,
dotada de personalidade jurídica e de autonomia administrativa, financeira e
património próprio com a natureza de empresa pública com um capital social de
USD 50.000.000. Este banco, enquanto instituição financeira e investimento do
Governo Angolano, tem como objectivo apoiar o desenvolvimento económico e
social do País, de modo diversificado e sustentado, estimulando o aumento dos
investimentos e da produtividade e o fomento a introdução de novas tecnologias.
Dentre os objectivos destacam-se:
 Financiar programas, projectos, obras e serviços que estejam inseridos no
programa de desenvolvimento económico e social do País;
 Mobilizar recursos financeiros e outros, do sector público e privado, nacional e
internacional, destinados a financiar os projectos de desenvolvimento
económico e social;
 Avaliar, planear e monitorar a implementação de projectos de investimento
integrados em programas de desenvolvimento;
 Prover a assistência técnica, especialmente na formação e desenvolvimento
dos recursos humanos com vista à identificação, preparação, avaliação,
financiamento, implementação e gestão de projectos e programas de
desenvolvimento;
 Prover ou mobilizar fundos para financiamento de iniciativas que visam
minimizar o impacto ambiental nos projectos e programas de desenvolvimento;
 Prestar serviços de consultoria, incluindo acções de formação e capacitação
de empresários angolanos e colaborar na realização de auditorias técnicas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO QUADRO JURÍDICO DO INVESTIMENTO
ESTRANGEIRO EM ANGOLA SOBRE A LEI Nº 10/79, DE 22 DE JUNHO

53
O primeiro ensaio sobre a regulamentação do investimento estrangeiro em Angola,
Foi aprovada pelo Conselho da Revolução da República Popular de Angola da Lei
nº 10/79, de 22 de Junho.
Nos termos deste diploma a concessão de autorização para investimentos
estrangeiros seria dada aprnas aos projectos que constassem do Plano Nacional
e, consequentemente, contribuíssem para o desenvolvimento real de Angola.
Igualmente, tais investimentos só deveriam assentar no princípio de respeito à
independência e soberania nacional, e da reciprocidade de vantagens.
No exercício da sua actividade, as empresas com recurso ao investimento
estrangeiro deveriam submeter-se ao controlo das entidades angolanas
competentes no que diz respeito à elaboração de planos de produção anuais, e de
recrutamento e formação de trabalhadores angolanos, entre outras exigências.
E Imperioso dizer que uma das características fundamentais dessa lei é a que vem
consagrada no artigo 5º, que estipula os sectores em não se permitia o investimento
estrangeiro, nomeadamente:
 a defesa;
 instituições financeiras de crédito e seguros;
 comércio externo;
 serviços públicos, tais como educação, saúde, saneamento básico e correios,
bem como abastecimento de àgua e electricidade à população;
 telecomunicações, imprensa, sector editorial, rádio e televisão.
Outra característica a destacar é o facto da lei imperativamente estabelecer uma
proporção para a subscrição do capital social das empresas mistas( 51% para a
parte angolana, 49% para a parte estrangeira).
Esta lei limitava a transferência para o estrangeiro de lucros anuais a um máximo
de 25% do capital investido e deveria ser feita mediante a autorização do Ministério
das Finanças.
Relativamente à autorização dos investimentos, era estabelecido o prazo de cento
e vinte (120) dias, cuja competência era exclusivamente diferida ao Conselho de
Ministros, mediante adopção de uma resolução, após parecer favorável da
Comissão Nacional do Plano e do Ministério das Finanças.

54
A resolução dos litígios entre a parte angolana e oinvestidor estrangeiro deveria
estar prevista no contrato entre as partes, de acordo com a legislação angolana
conforme o artigo 31 do mesmo diploma.
Percebe-se uma centralizacao quanto à autorização dos projectos de investimento
estrangeiro, bem como um excessivo controlo das empresas com capital
estrangeiro por parte das autoridades angolanas.
Esta situação deve-se à conjuntura política internacional daquela epoca, onde o
mundo estava dividido em dois blocos principais - o bloco dos países capitalistas
liderados pelos EUA e o bloco socialista liderado pela então União Soviética - e à
orientação ideológica seguida em Angola após a Independência, com um modelo
de desenvolvimento económico socialista baseado numa economia centralizada e
planificada.
Importa destacar que o clima político, económico e legal vigente não era favorável
nem atractivo para o investimento estrangeiro. Agregado a isto, o facto de vigorar
no País o princípio da propriedade colectiva sobre os meios de produção, portanto,
não compatível com a iniciativa privada característica própria do investimento
estrangeiro.
Esta foi uma das principais razões da escassez/ausência de fluxos de capitais
estrangeiros com destino a Angola.

3.2. Plano de Marketing

Uma empresa precisa de estabelecer metodologias concretas para minorar os


riscos de insucesso no lançamento de serviços ou de novos serviços.
Como sabemos a empresa é uma unidade económico-social, integrada por
elementos humanos, materiais e técnicos, que tem o objectivo de obter utilidades
através da sua participação no mercado de bens e serviços.
Nesse sentido, faz uso dos factores produtivos (trabalho, terra e capital), para tal
elas necessitam de ferramentas que auxiliam na tomada de decisão no que tange
ao lançamento de um serviço no mercado.
Assim sendo o plano de marketing nos ajuda a identificar as oportunidades mais
promissoras do negócio para a empresa. Mostra como ter sucesso, obter e manter
as posições desejadas nos mercados identificados.

55
E claramente a base na qual os outros planos da empresa devem estar montados,
define as metas, princípios, procedimentos e métodos que determinam o futuro
(COBRA, 1990 p. 88).
A estratégia de marketing mais utilizada é a Promoção de serviços, e a organização
dos mesmos de forma a dar maior visibilidade aos clientes dos serviços ofertados.
Faixas com preços promocionais em pontos estratégicos da cidade, com maior
circulação de pessoas.

3.2.1. Descrição do Serviço

O Nosso empreendimento é uma Escola do Ensino Primário nela os Encarregados


de Educaçao poderão encontrar um serviço personalizado.
Serviços:
Numa escola do Ensino primário o investimento inicial é elevado, principalmente
considerando-se os riscos que o modelo de negócio compreende. Por esse motivo,
sua estrutura deve permitir o maior número possível de serviços agregados para
aumentar seu facturamento.
Os serviços a serem oferecidos pelo novo empreendimento englobam:
 Aulas Curricular da Iniciação até a 6 Classe cumprindo com o regulamento do
ministério da Educaçao;
 ATL (Actividades dos Tempos Livres);
 Actividades Extra Curriculares;
 Aulas de Inglês
 Aulas de Informática para os alunos da 3 a 6 classe.
 Venda de Uniformes Escolar

3.2.2. Estudo dos clientes

Volto a referenciar que de acordo aos estudos efectuados, deram-nos a indicação


do melhor local para a sua implementação, e com isto podemos definir o Publico
alvo; Crianças com a idade compreendida entre os 05 aos 14 anos ou seja
Encarregados de Educação cujo os mesmos tenham filhos que necessitem
frequentar o ensino primário (Iniciação a 6 classe). Se levarmos em consideração o
projecto do Governo de reassentar as populações na sua maioria provenientes de
56
zonas de Risco retirando-os destes locais e constituindo moradias condignas no
Zango.
Atendendo o facto que a maior parte desta População provêem de zonas baixas
logo o seus rendimentos não são muito altos em termos de salário dai a razão de
constituirmos uma parceria com o Estado a fim de minimizar os custos dos
encarregados de educação e nós cobrarmos valores mais atractivos do Mercado.

3.2.3. Estudo dos concorrentes

No nosso mercado existem vários concorrentes, tendo em conta a nossa


localização, pensamos que a concorrência não estará tão relevante, mas teremos
que sempre ter em atenção as ameaças do mercado.
A empresa considera concorrentes, directos aquelas que tem serviços idênticos nas
regiões onde vamos nos instalaras tais como Colégios e uma única Escola Estatal
do ensino primário.
Por ser há única Escola Estatal nas Imediações a mesma não tem suprido as
necessidades dos encarregados dai a razão de implementarmos este projecto.
Também existem alguns colégios que passo a sita:
Colegio Betania do I,II Ciclo, Colegio Nando Ensino Primario, Colegio Espirito
Santos I,II Ciclo, Colegio Maravilha Iniciação, I,II Ciclo.
O nosso principal objectivo é dominar o mercado num período de curto e médio
prazo, por isso as nossas instalações serão devidamente equipados de maneiras a
dar resposta no momento oportuno, tendo em conta que há ainda outros aspectos
a concorrer no que diz respeito ao preço, qualidade, higiene e eficiência. Também
temos já as medidas mais eficazes para superar as expectativas dos clientes.
A BAT_LU, Escola Comparticipada nº600, vê como uma oportunidade, pois devido
o seu porte consegue trabalhar com mais agilidade e tomar decisões de forma
eficaz, o que permite manter-se no mercado fazendo face à concorrência.
Quanto à localização a escola esta na área do Zango III, quadra I junto a primeira
paragem de Táxi, após o tange Grande de Água da Odebrecht esta área é
frequentada por uma grande moldura humana.

57
Entretanto a meta é segmentar o mercado, identificando a fatia desse mercado que
mais procura e necessita dos serviços, completando acções de marketing e
estratégias direccionadas com a finalidade de satisfazer e encantar esses clientes.

3.2.4. Estudo dos fornecedores

As organizações necessitam de recursos, dai que aparecem os grandes e pequenos


fornecedores para a mesma exemplo; a Energia, Equipamentos, Serviços e
matérias para que tenhamos sucesso no mercado.
Os fornecedores são organizações que nos proporcionam estes recursos. As suas
saídas serão as nossas entradas, e esses produtos por sua vez afectarão
significativamente a qualidade, os custos e as oportunidades dos nossos Serviços.
Por isso nós iremos seleccionar alguns fornecedores e com quem teremos uma
relação directa e outros que teremos uma relação esporádica. Em alguns casos
iremos recorrer e negociar a concepção de créditos.
Como não gostaria de trabalhar a margem da Lei a Empresa esta 100% legalizada,
isto já é um factor diferencial o que tornará possível a formulação de parcerias com
diversos fornecedores, tais como: de equipamentos de informática, material
didáctico, Imobiliário, Material de Higiene e Segurança, o objectivo é adquirir
produtos e serviços a preços mais acessíveis.
Os principais fornecedores da Empresa são:
 Organizaçoes Milo Velas (materiais Escolar e Consumíveis de Escritório)
 ENDE
 EPAL
 Extremesistemas (Programa de Gestão Escolar)
 Alimenta Angola
 Kero
 Shoprite.

3.2.5. Estratégias promocionais

O desenvolvimento da nossa estratégia de marketing será feito através da


participação em programas de divulgação da escola e dos serviços em cartazes,

58
spots publicitários visíveis, iluminação que desperta atenção a qualquer elemento
que esteja nas proximidades do estabelecimento e nos arredores.
O uso da internet, também será crucial, porque podemos utilizar fotos atraentes com
informação relevante para atrair e conquistar novos clientes, A possibilidade de
fazer inscrição Online também será uma realidade bem como fazer o pagamento
eletrónico principalmente aqueles encarregados que vivem a nesta zona do Zango
e arredores.
Complementaremos a nossa estratégia de promoção e divulgação, recorrendo ao
apoio das Mídias (Rádios-Tv) e em algumas participações nas exposições e feiras,
e movimentos desportivos.
Manteremos boas relações de trabalho com os nossos fornecedores e também os
Cliente ( Encarregados) oferecendo a possibilidade de negociar as parcelas de
pagamento dos serviços e productos.
Manteremos um elevado sentido de aproximação a cada cliente (encarregado)
sendo fiel as suas necessidades, e criando uma base de dados para melhor gerir.

3.3. Plano Operacional

3.3.1. Localização do negócio

Figura 3 - Localização do negócio

Fonte: Google Earth Pro

59
3.3.2. Layout /Arranjo físico

Figura 4 - Planta do piso 1

Fonte: LEOMJO – Projectos e Fiscalização, Lda

60
Figura 5 - Planta do piso 2

Fonte: LEOMJO – Projectos e Fiscalização, Lda

3.3.3. Capacidade produtiva


Atendendo a nossa estrutura, teremos condições de atender no mínimo duzentos
alunos em cada Periodo, e simultaneamente. No segmento de Lan house,
desenvolveremos ações promocionais para diminuição da ociosidade dos nossos
Materias didáticos e não só. Ações voltadas à fidelização de clientes e estímulo da
propaganda boca a boca bem como a responsabilidade social.

61
Figura 6 - Capacidade produtiva

CLIENTE

ALUNOS
ATENDIMENTO CONHECIMENTO
/ENCARREGADOS

Fonte: Elaboração Própria

3.3.4. Necessidade de pessoal

Numa primeira fase pensamos Iniciar com 7 professores no período da manha e 7


no período da Tarde.
1 Diretor geral, 1 Diretor Pedagógico, 2 Vigilantes, 1 funcionária de limpesa,1
Secretario. A estrutura do empreendimento, bem como os proprietários da empresa,
participaram ativamente no dia-a-dia da empresa como parte da Gestão sem
interferir diretamente na gestão interna do empreendimento.

3.3.5. Análise SWOT

E bem verdade que uma das técnicas mais importantes utilizadas para a análise do
Ambiente em que a empresa está ou mesmo estará inserida e a análise SWOT, na
qual deverá considerar o comportamento do mercado, ou seja, as oportunidades e
as ameaças dadas pelo ambiente, e também deve ser bastante claro quais são as
suas capacidades internas, ou seja, os seus pontos fortes e os seus pontos fracos.
Nos Escola comparticipada nº 600 “BAT LU” acreditamos que os pontos que abaixo
nos caraterizam espelham a nossa realidade:

62
Tabela 3 - Análise SWOT
Pontos Fortes Pontos Fracos

 Capacitação dos Quadros  Pouca eficiência no marketing


 Prestação de serviços inovadores  Limitação do mercado alvo
 Diversificação de escolha  Recursos financeiros
 Notoriedade  Quota do mercado
 A relação qualidade /preço
 O uso das novas Tecnologia
Oportunidades Ameaças

 Mercado com pouca concorrência  Novos concorrentes


Local  Lóbis de mercado
 Mercado em crescimento  Concorrentes existentes
 Elevado nº de crianças na Zona do  Elevados índices de pobreza
Zango III extrema
Fonte: Elaboração Própria

Pontos Fortes
Os pontos fortes são características internas, actuais tangíveis ou não que posem
ser potencializados para optimizar o nosso desempenho.
 Tomar uma atitude sem prejudicar a posição ao longo prazo
 Atendimento rápido
 Ambiente saudável
 Qualidade e Diferença no processo de ensino e aprendizado
 Preço justo
 Bela localização
Pontos Fracos
Os pontos fracos são características internas da empresa, tangíveis ou não, que
devem ser amenizados para evitar influências negativas sobre nosso desempenho.
 Pouca Eficiência no Marketing da instalação reconhecendo que precisamos
expandir mais
 Falta de Experiencia por parte de alguns funcionários não docentes.
 Insuficiencia de recursos financeiros.
Oportunidades

63
Oportunidades são situações externas actuais ou futuras que, se adequadamente
aproveitadas, podem influenciar positivamente
 Trabalhar afincadamente afim de organizar as Gestão com o intuito de
participar do projecto do Governo Angola Investe.
 Formar e qualificar os trabalhadores
 Inovar sempre.
 Possibilidade de expandir a área de atuação passando assim para outros
Ciclos.
Ameaças
São também situações externas, actuais ou futuras que, se não eliminadas,
minimizadas ou evitadas podem afectar negativamente
 Numero de concorrentes tende a crescer no ultimo ano.
 Falta de investimento
 Experiencia na área
Figura 7 - Cinco Forças de Porter

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cinco_For%C3%A7as_de_Porter.png?
Rivalidade entre os concorrentes
Tendo em conta a nossa localização, pensamos que a concorrência não estará tão
relevante, mas teremos que sempre ter em atenção as ameaças do mercado.
Consideramos os concorrentes, directos aquelas que tem serviços idênticos nas
regiões onde nos instalamos com maior destaques, o Colégio Espirito Santo Nossa

64
Senhora da Anunciação, e a Escola Publica que fica a mais de 7 Km de distancia
da nossa instituição e outras empresas do mesmo ramo, para tal teremos que:
1. Implementar novos conteúdos e fortalecer a eficiências, e qualidade no
Proceso de Ensino e Aprendizagem implementado outros serviços com
diferentes métodos bem como Implementar uma estratégia de comunicação
e marketing eficaz;
2. Reduzir o impacto de concorrência por intermédio da implementação de
comunicação, redes de Colegios e Escolas Publicas;
3. Participar no processo de regulamentação a fim de estabelecer uma posição
para a empresa.
Ameaças de novos concorrentes
As empresas quando são implementadas, estão sujeitas a este tipo de ameaças. A
Escola Comparticipada nº600 BAT Lu foi criada coma certa missão, objectivo e com
clientes alvos. Poderão surgir vários concorrentes, mas enquanto existir, irá
apresentar um serviço eficiente, eficaz, com qualidade nos e a um preço aceitável,
iremos garantir o melhor posicionamento no mercado.

3.4. Plano de Investimento do projecto financeiro

3.4.1. Estimativa do Investimento Total

Estruturação do estudo da viabilidade económico-financeira de um projecto


de investimento
Tal como já foi referido em capítulo anterior, o estudo da viabilidade financeira de
um projeto resulta de um conjunto de estudos técnicos e económicos realizados
previamente, tal como consta no diagrama seguinte:

65
Figura 8 - Diagrama dos estudos de viabilidade de um projecto

Fonte: MARQUES, A. (2000). Concepção e Análise de Projectos de Investimento.


Assim, o estudo da viabilidade financeira reúne um conjunto de elementos e mapas
financeiros divididos em três peças principais: o Plano de Investimento, o Plano de
Exploração e o Plano de Financiamento, que serão desmembradas seguidamente,
discriminando o processo de apuramento dos valores que devem constar nos
referidos mapas.
Plano de Investimento
O seu conteúdo e valor das alternativas selecionadas na fase dos estudos de
viabilidade. A sua elaboração comporta, pois, a definição, descrição, valorização e
calendarização dos investimentos previsionais de maneira a permitir a elaboração
de um mapa síntese que poderá ter a forma indicada que se apresenta:

66
3.4.1.1. Mapa de investimento

Tabela 4 - Mapa de investimento

Valor do Investimento por Ano 20….. 20…..


Propriedades de investimento
Terrenos e recursos naturais
Edifícios e Outras construções
Outras propriedades de investimento
Total propriedades de investimento
Activos fixos tangíveis
Terrenos e Recursos Naturais
Edifícios e Outras Construções
Equipamento Básico
Equipamento de Transporte
Equipamento Administrativo
Equipamentos biológicos
Outros activos fixos tangíveis
Total Activos Fixos Tangíveis
Activos Intangíveis
Goodwill
Projectos de desenvolvimento
Programas de computador
Propriedade industrial
Outros activos intangíveis
Total Activos Intangíveis
Total do Investimento
IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado)
Fonte: Elaboração Própria

Para Martins, Cruz, AUGUSTO, Da Silva e Gonçalves(2011) É como definir


investimento como uma aplicação de fundos que geram excedentes financeiros,
durante um determinado periodo de tempo, com o objectivo de maximizar o valor
da empresa.
Ainda segundo os mesmo autores, de modo geral, pode-se dizer que a acção de
investir consiste na troca de uma certeza ( a renúncia a uma satisfação imediata e
certa) por uma série de esperança repartidas no tempo.
Segundo Marques Alberto (2006) Investimento significa acumulação de
posibilidades de produção, quer directamente através de projectos produtivos, quer
indirectamente através de peojectos não directamente produtivos mas que,de uma

67
forma ou outra, contribuem para a dinamização da actividade e dos rendimentos
sociais e para a melhoria das condiçõies de vida em geral.
De acordo com Bodie, Kane e Marcus (1998, p. 23-24), investimento implica
comprometer recursos na expectativa de obter benefícios futuros. Ao comprometer
recursos, o investidor incorre num custo de oportunidade, na medida em que
sacrifica a hipótese de poder despender os seus recursos hoje, em ambiente certo,
optando por investi-los numa alternativa que devolverá resultados futuros, em
ambiente de risco e incerteza.
Ainda segundo os mesmos autores, os activos sujeitos à opção de investimento,
podem assumir a forma de activos reais ou de activos financeiros. Os activos reais
abrangem aqueles que detêm a capacidade de produzir bens e serviços de forma a
gerar riqueza. Nesta categoria temos, por um lado, os bens de equipamento,
edifícios, terrenos e activos circulantes, e por outro, os activos intangíveis, como as
patentes, transferência de tecnologia, investigação e desenvolvimento, etc., que
apesar de não deterem representação física imediata, desenvolvem um papel
importante na actividade das empresas no sentido da eficiência e aumento da
competitividade e da diferenciação. Os activos financeiros, como as acções e
obrigações, constituem títulos representativos dos direitos sobre os activos reais.
Através destes, os investidores reivindicam a sua quota-parte nos resultados
obtidos pela produtividade dos activos reais.
O valor do Fundo de Maneio e, consequentemente, o do Investimento em Fundo de
Maneio são obtidos através do orçamento da tesouraria, onde são confrontados os
recebimentos e pagamentos relacionados com o funcionamento da empresa.
ORÇAMENTO DE TESOURARIA
Tabela 5 - Orçamento de tesouraria
Orçamento de tesouraria 20….. 20…..
Funcionamento da empresa.
Necessidades Fundo Maneio
1.Reserva Segurança Tesouraria
2.Clientes
3.Inventários
4.Estado
5.Adiantamentos a Fornecedores
6.Outros devedores de exploração
7.TOTAL (1+2+3+4+5+6)

68
Recursos Fundo Maneio
8.Fornecedores
9.Estado
10.Adiantamentos de Clientes
11.Outros Credores de Exploração
12.TOTAL (8+9+10+11)
Fundo Maneio Necessário (7-12)
Investimento em Fundo de Maneio
Fonte: Elaboração Própria

 Reserva de Segurança Tesouraria:


 A determinar pela empresa, para que o projecto mantenha um nível mínimo
de meios financeiros líquidos ao longo da sua vida útil.
 Clientes:
 Saldo final da conta clientes no final de cada período. Considerando o prazo
médio de recebimento, o saldo final da conta clientes corresponde ao
montante do volume de negócios do período, que irá transitar para o período
seguinte devido ao espaço de tempo que decorre entre a venda propriamente
dita e o devido pagamento por parte do cliente.
 Inventários:
 A partir da definição da rotação das existências (em dias ou em meses),
corresponde ao montante de existências (mercadorias ou matérias-primas)
adquiridas no período, que não foram vendidas/consumidas e,
consequentemente, transitam para o período seguinte.
 Estado:
 Montante a receber (necessidades de fundo de maneio) ou a pagar (recursos
de fundo de maneio) ao Estado, referente a Segurança Social, retenção de
Imposto sobre o Rendimento dos colaboradores e Imposto sobre o Valor
Acrescentado. Depende directamente da política contabilística da empresa, ou
seja, tomando como exemplo o caso do IVA, existem dois regimes de
liquidação: o mensal e o trimestral. Admitindo que o IVA é liquidado
trimestralmente, então o montante que deve integrar o saldo final corresponde
ao último trimestre do ano, que será liquidado no início do ano seguinte. O
mesmo se aplica às restantes obrigações fiscais supra, embora tenham
periodicidade mensal. Em princípio, a empresa apenas terá montante a

69
receber do Estado no que respeita ao IVA dedutível das aquisições de activos
e matérias-primas ou mercadorias e em algumas componentes dos
Fornecimentos e Serviços Externos. Quanto às restantes obrigações fiscais,
representam montantes a entregar às entidades públicas.
 Fornecedores:
 O saldo a apurar para a conta de fornecedores tem em conta o prazo médio
de pagamento definido pela empresa, e inclui fornecedores de mercadorias
e/ou matérias-primas e os de fornecimentos e serviços externos.
 Necessidades de Fundo de Maneio:
 As Necessidades de Fundo de Maneio em cada ano correspondem à diferença
do fundo de maneio desse ano relativamente ao ano anterior.
Plano de exploração
Este plano comporta a elaboração das contas de exploração previsionais para cada
um dos anoas de vida útil esperada para o projecto.
A partir do orçamento de vendas e outros proveitos e das despesas previstas, uns
e outros relacionados exclusivamente com a actividade do projecto devidamente
sistematizados.
Na elaboração do plano de exploração devem ser descritos os pressupostos que
servem de base ao cálculo dos gastos e rendimentos do projecto.
Neste ponto devem ser apresentados os mapas financeiros previsionais referentes
a: vendas, custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, gastos com
o pessoal, etc. Os valores previsionais têm por base os dados históricos conhecidos
da empresa, no caso de esta já laborar no mercado. No caso do projecto considerar
a constituição de uma nova empresa, os dados técnicos referentes à actividade em
que está inserida.
O objectivo prende-se com a reunião dos dados numéricos fundamentais ao cálculo
do cash flow do projecto, em particular do cash flow de exploração.

70
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR NATUREZA
Tabela 6 - Demonstração dos resultados
Demonstração dos resultados 20….. 20…..
+ Vendas e serviços prestados
+ Subsídios à Exploração
+ Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
+ Variação nos inventários da produção
+ Trabalhos para a própria entidade
- Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
- Fornecimento e serviços externos
Gastos com o pessoal
- Imparidade de inventários (perdas/reversões)
- Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
- Provisões (aumentos/reduções)
- Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
- Aumentos/reduções de justo valor
- Outros rendimentos e Ganhos
- Outros Gastos e perdas
= Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
- Gastos/reversões de depreciação e de amortização
- Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
= Resultado Operacional (antes de financiamento e impostos)
- Juros e rendimentos similares obtidos
- Juros e Gastos similares suportados
= Resultado antes de impostos
- Imposto sobre o rendimento do período
= Resultado LÍQUIDO do período
Fonte: Elaboração Própria

A demostração de resultado destina-se a evidenciar a formação do resultado num


detreminado periodo de tempo e é constituida pelas seguintes classes:
Proveitos: Traduzem-se no aumento dos benefícios económico, através das
entradas de dinhero, ou melhoramento de activos ou diminuiçães de passivos que
resultem em aumento das capitas próprio, sem que haja contribuições dos sócios
ou accionistas.
Custos: São as diminuições nos benefícios económicos, através de saidas de
dinheros ou perdas de valor dos activos ou aumento dos passivos que resultem em
diminuição dos capitais próprios, que não estejam relacionados com a distribuição
de resultado aos sócios.

71
Resultados: São as receitas totais do execício líquido dos custos totais. Após a
dedução dos impostos sobre o lucro passam a ser resultados líquidos.
O BALANÇO
O balanço tradicional continua a ser um documento importante para a análise da
situação financeira da empresa. É simplismente um «instantâneo» dos activos
usados pela empresa e dos fundos a eles relacionados. O balanço é um documento
estático relativo a um determinado período de tempo. Por isso se considera como
uma fotografia da situação financeira da empresa num intervalo fixo.
a) Estrutura do Balanço
O balanço é composto de dois grupos de massas patrimoniais: O Activo e o Capital
Próprio e Passivo. O Activo contém, simplismente, uma lista de valores
pertencentes ao negócio (bens e direito).O Capital próprio e o passivo relaciona as
quantias pertencentes aos proprietários e as dividas a terceiros exteriores a
empresa (obrigações). AS quantias desses dois grupos de massas patrimoniais são
iguais porque a empresa tem de identificar exactamente onde foram obitidos os
fundos para adquirir os activos.
Todo dinhero metido no negócio tem uma origem de fundos, enquanto todo o
dinheiro dispendido é uma aplicação de fundos.Por isso o balanço pode ser visto
como um mapa de origem e aplicação de:
Abordagem tradicional do Balanço
(balanço patrimonial)

ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Património do negócio Financiamento do negócio

Abordagem de origem e aplicações de fundos


(balanço de gestão)

APLICAÇÕES ORIGENS

Aplicação de fundos (ou investimento onde o Origem de fundos (ou financiamento onde o
dinheiro foi gasto) dinheiro foi obtido)

72
Segundo o Decreto nº82/01 de 16 de Novembro do Conselho de Ministéros, que
aprova o Plano Geral de Contablidade (PGC), o balanço (patrimonial) de uma
empresa é composto pelos seguintes elementos:
Activos não correntes também designados por activos fixos ou activos permanente
são os bens e direitos de natureza permanente (a mais de um ano),não destinados
a negociação ou aplicações de recursos.Podem ser: Corpóreos e Incorpóreos.
Corpóreos: São aplicações de carécter permanente em activos tangíveis (edifícios,
terrenos, equipamentos relacionados com a sua actividade);
Incorpóreos: são aplicações de carácter permanente em activos intangíveis
(despesas de instalação, de investigação e desenvolvimento, trespasses);
Investimentos em subsidiarias ou associadas e outros activos financeiros: Inclui
participações a longo prazo noutras empresas para fins comerciais(acções de
empresas associadas,imóveis de rendimento,empréstimo concedidos).
Estrutura do Balanço
Tabela 7 - Estrutura do Balanço

DESIGNAÇÃO NOTAS EXERCÍCIO


2014 2013
ACTIVO

Activo não corrente

Imobilizações corpóreas 4

Imobilizações Incorpóreas 5

Investimentos em subsidiárias 6

Outros activos financeiros 7

Outro activos não financeiros 9

TOTAL DO ACTIVO NÃO CORRENTE

Activo corrente

Existências 8

Contas a receber 9

Disponibilidade 10

Outros activos correntes 11

TOTAL DO ACTIVO CORRENTE

TOTAL DO ACTIVO

73
CAPITAL PRÓPRIO

Capital Próprio

Capital 12

Reservas 13

Resultados transitados 14

Resultados do exercício

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO

Passivo não corrente

Empréstimo de médio e longo prazo 15

Impostos diferidos 16

Provisões para pensões 17

Provisões para outros riscos e encargos 18

Outros passivos não corrente 19

TOTAL DO PASSIVO NÃO CORRENTE

Passivo corrente

Contas a pagar 19

Empréstimo de curto prazo 20

Parte corrente dos empréstimoa a médio e longo prazo 15

Outros passivos corrente 21

TOTAL DO PASSIVO NÃO CORRENTE

TOTAL CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Fonte: Elaboração Própria

 Os activos correntes ou activos circulantes englobam todos os bens


realizáveis em até um ano:
Bens (disponiblidade, existências) e direitos(contas a receber)e outros
activos de uma empresa conversíveis no curso do exercício(um ano),em
moeda corrente.
 O capital próprio ou Património líquido:
São os recursos dos sócios ou accionistas com as devidas reservas em
modificações geradas através do lucro ou prejuízo. É capital fornecido pelos
proprietários (capital subscrito, prestações suplementares e prémio de

74
emissão de acções) acumulado com a riqueza criada pela própria empresa
(resultado não distribuidos e que constituem reservas).
 Passivo não corrente ou exigível à médio e longo prazo ou ainda Passivo
circulante:
São todas as obrigações ou divídas de uma empresa reembolsáveis a mais
de um ano.Inclui as rubricas empréstimo a médio e longo prazo,impostos
deferidos provisões para pensões,para outros riscos e encargos e outros
passivos não correntes.
 Passivo corrente ou exigível à curto prazo ou ainda Passivo circulante:
São todas as obrigações ou dívidas de uma empresa exigíveis no curso do
exercício. Inclui as rubricas contas a pagar, empréstimo de curto prazo, parte
corrente dos empréstimos a médio e longo prazo e outros passivos correntes
MAPA DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE FUNDOS
Tabela 8 - Mapa de origens e aplicações de fundos
20... 20...
ORIGENS DE FUNDOS
Meios Libertos Brutos
Capital Social (entrada de fundos)
Outros instrumentos de capital
Empréstimos Obtidos
Desinvestimento em Capital Fixo
Desinvestimento em Fundo de Maneio
Proveitos Financeiros
(1)Total das Origens

APLICAÇÕES DE FUNDOS
Investimento em Capital Fixo
Investimento em Fundo de Maneio
Imposto sobre os Lucros
Pagamento de Dividendos
Reembolso de Empréstimos
Encargos Financeiros
(2)Total das Aplicações

Saldo de Tesouraria Anual (1)-(2)


Saldo de Tesouraria Acumulado
Aplicações / Empréstimo Curto Prazo
Soma Controlo
Fonte: Elaboração Própria

75
 Meios Libertos Brutos: Destinam-se a liquidar os juros, impostos,
dividendos, a reembolsar o capital alheio, podendo também servir para auto
financiamento do projecto.
Meios Libertos Brutos = Resultados Operacionais + Depreciações e Amortizações + Provisões

 Desinvestimento/Investimento em Fundo de Maneio: Montante absoluto


do investimento em fundo de maneio apurado no orçamento de tesouraria.
Quando este é negativo corresponde a um desinvestimento (origem de
fundos); quando positivo corresponde a um investimento (aplicação de
fundos).
 Aplicações/Empréstimos de Curto Prazo: Corresponde valor absoluto
apurado com base no saldo de tesouraria acumulado. No caso de este ser
positivo, o projecto tem um excedente que pode ser aplicado em aplicações
financeiras de curto prazo, obtendo uma taxa de remuneração. O montante
a aplicar deve constar no balanço, na rubrica do activo - meios financeiros
líquidos (caixa e depósitos bancários). No caso de este ser negativo, a
empresa enfrenta uma necessidade de recorrer a financiamento de forma a
manter a liquidez e honrar os seus compromissos de curto prazo. Assim, o
valor absoluto deve transitar para balanço, para a rubrica do passivo corrente
– financiamentos obtidos.

AMORTIZAÇOES
Introdução sobre amortização:
Amortização de uma dívida, portanto, é o processo de extinção progressiva da
dívida através de prestações que deverão ser pagas periodicamente.
As prestações devem ser suficientes para restituir o capital financiado (principal da
dívida) bem como pagar os juros originados pelo financiamento do capital (valor
acessório da dívida).
Ao estudarmos um sistema de amortização, é útil considerarmos cada prestação
como sendo o resultado da soma de duas partes componentes básicas:
Valor da prestação = cota de amortização + juro
Fonte: Manual de Matematica Financeira do curso de Gestão Empresarial Andre Boise Hochmuller
Porto Alegre

76
Os investimentos a realizar no âmbito da implementação do presente projecto,
constam no quadro seguinte, por natureza contabilística e por ano de investimento.

O centro produtivo vai ser construído de raiz, pelo que os montantes associados à
rubrica “Edifícios” referem-se à construção civil e às construções metálicas que vão
constituir o edifício em si e a mão-de-obra do empreiteiro. Para a execução deste
projeto, e após análise das opções disponíveis, a empresa entende que o plano de
investimento vai obedecer ao seguinte mapa, por tipo de activo e por ano de
aquisição, a iniciar em Janeiro de 2017:
Tabela 9 - Custos de investimento do projecto

Moeda : AOA

Item Descrição Qtd Preço Unitário Valor

1 Activo Fixo Tangíveis

Edificio

Administrativo e Comercial 1 29.342.691,32 29.342.691,32

Sub-total 1 29.342.691,32

2 Equipamento Administrativo

Computador

Computadores de marca HP 4 85.000,00 340.000,00

Impressora de Marca HP 5 30.000,00 150.000,00

Sub-total 2 490.000,00

3 Equipamento de Apetrechamento

Quadro de marcador 7 20.000,00 140.000,00

Carteira separada 30 12.000,00 360.000,00

Carteira dupla 38 14.000,00 532.000,00

Carteira para professor 7 12.000,00 84.000,00

Mesa de reunião 1 50.000,00 50.000,00

secretária 3 28.000,00 84.000,00

Cadeira para secretária 4 10.000,00 40.000,00

Armários para arquivo 4 17.000,00 68.000,00

Sub-total 3 1.358.000

77
4 Activo Fixo Intangíveis

Estudo de Viabilidade
Econ.Financeiro 1 500.000,00 500.000

Sub-total 4 500.000,00

Total Geral de
Imobilizado(1+2+3+4) 31.690.691,32

Fonte: Elaboração Própria

A rubrica “Edificio Administrativo e Comercial refere-se directamente ao edifício


principal onde quão de decorrer toda à actividade”. “ Equipamento Administrativo
diz respeito a todo o equipamento que serve de base à execução da actividade
administrativa. Unidade de produção”. “Equipamento de Apetrechamento por sua
vez serve de base à actividade de produção”. “Dentro do Activo fixo intangivel
englobal o plano de estudo de viabilidade economico e financeiro. O investimento
em activo fixo tangível e activo intangível previsto representa um montante total de
31.690.691.32 AOA

3.4.2. Plano da mão-de-obra

3.4.2.1. Mapa de quadro do pessoal

A empresa iniciará a sua actividade com 15 colaboradores e no ano de 2018, o


quadro de pessoal será completo com o recrutamento de mais 2 colaboradores, de
forma a doptar a empresa dos recursos humanos necessários ao seu pleno
funcionamento.

78
Tabela 10 - Evolução previsional de remuneração com pessoal base mensal

Quadro de Pessoal Moeda : AOA

2017 2018 2019 2020 2021 2022

Pessoal Administractivo

Director geral 1 1 1 1 1 1

Director Pedagogico 1 1 1 1 1 1

Secretaria Administrativa

Remuneração Base Moeda


Mensal : AOA

2017 2018 2019 2020 2021 2022

Pessoal Administractivo

Director geral 45.000 45.000 45.000 45.000 45.000 45.000


1 1 1 1 1 1
Director Pedagogico 45.000 45.000 45.000 45.000 45.000 45.000

Secretaria Administrativa 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000

Sub total 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000

Pessoal Técnico

Professores 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000

Técnica de Vigilância 25.000 25.000 50.000 50.000 50.000 50.000

Auxiliar de Limpeza 20.000 20.000 40.000 40.000 40.000 40.000

Segurança 27.000 27.000 27.000 27.000 27.000 27.000

79
Sub total 97.000 97.000 142.000 142.000 142.000 142.000

TOTAL 217.000 217.000 262.000 262.000 262.000 262.000

Pessoal Técnico

Professores 9 9 9 9 9 9

Teécnica de Vigilância 1 1 2 2 2 2

Auxiliar de Limpeza 1 1 2 2 2 2

Segurança 1 1 1 1 1 1

Outros 0 0 0 0 0 0

TOTAL 15 15 17 17 17 17

Fonte: Elaboração Própria

O cálculo dos gastos com as remunerações do pessoal, partiu da definição de um valor base mensal bruto para cada
colaborador, em função das suas competências dentro da organização:

80
A evolução dos valores totais anuais das remunerações foi calculada com base no
valor da remuneração mensal de cada colaborador, por ano, e não foi considerado
nenhuma taxa de crescimento (incremento no valor dos salários) durante os 5
primeiros anos, por se tratar do período em que a empresa deverá honrar o seu
compromisso com o Banco.
Tabela 11 - Evolução previsional de remuneração com pessoal base anual
Moeda: AOA

2017 2018 2019 2020 2021 2022

Pessoal
Administractivo

Director geral 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000

Director Pedagogico 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000

Secretaria Administrativa 360.000 360.000 360.000 360.000 360.000 360.000

Sub total 1.440.000 1.440.000 1.440.000 1.440.000 1.440.000 1.440.000

Pessoal Técnico

Professores 2.475.000 2.475.000 2.475.000 2.475.000 2.475.000 2.475.000

Técnica de Vigilância 300.000 300.000 600.000 600.000 600.000 600.000

Auxiliar de Limpeza 240.000 240.000 480.000 480.000 480.000 480.000

Segurança 324.000 324.000 324.000 324.000 324.000 324.000

Sub total 3.339.000 3.339.000 3.879.000 3.879.000 3.879.000 3.879.000

TOTAL 6.219.000 6.219.000 6.759.000 6.759.000 6.759.000 6.759.000

Fonte: Elaboração Própria

Relativamente aos outros gastos com o pessoal, foram consideradas as seguintes


rubricas:
Segurança social:
Pessoal – 8%
Subsidio de natal – 50%
Subsidio de formação – 5%

81
Subsidio de alimentação foi cálculado com base em uma média ponderada - 3.409,
090 X 22 dias = 75.000 AOA por mês.
Agregando os gastos com as remunerações aos outros gastos com o pessoal, o
total dos gastos com o pessoal é representado pelos valores que constam na tabela
seguinte:
Tabela 12 – Evolução previsional de encargos com o pessoal
Gastos Resumo Moeda : AOA

Descrição 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Segurança
Social

Gerência /
Administração 8,00% 9.600,00 115.200 115.200 115.200 115.200 115.200 115.200

Outro Pessoal 8,00% 9.560,00 69.120 69.120 112.320 112.320 112.320 112.320

Subsídio de
840.000 840.000 960.000 960.000 960.000 960.000
Alimentação 75.000,00

Subsídio de de
96.000 96.000 118.500 118.500 118.500 118.500
Natal 50,00%

Formação 5% 187.200 187.200 214.200 214.200 214.200 214.200

Total de Gasto
com Pessoal 94.160,00 1.307.520 1.307.520 1.520.220 1.520.220 1.520.220 1.520.220

Fonte: Elaboração Própria

Ainda de acordo com as suas obrigações fiscais, as retenções a fazer pela empresa
relativamente aos seus colaboradores, será a seguinte:

82
Tabela 13 – Evolução previsional das retenções de segurança social e Imposto de
Rendimento de Trabalho na fonte lei 19/14
Moeda : AOA

Descrição 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Retenção Segurança
Social Colaborador

Gerência /
Administração 3,00% 43.200 43.200 43.200 43.200 43.200 43.200

Outro Pessoal 3,00% 25.920 25.920 42.120 42.120 42.120 42.120

Retenção IRT
Colaborador 14.304 14.304 14.304 14.304 14.304 14.304

Retenção IRT
Professores 10,50% 259.875 259.875 259.875 259.875 259.875 259.875

Total de Retenções 343.299 343.299 359.499 359.499 359.499 359.499

Fonte: Elaboração Própria

Tabela 14 – Evolução previsional de vencimento e retenções.

Quadro Resumo Moeda : AOA

Vencimentos 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Gerência/Administração 1.440.000 1.440.000 1.440.000 1.440.000 1.440.000 1.440.000

Outro Pessoal 3.339.000 3.339.000 3.879.000 3.879.000 3.879.000 3.879.000

Encargos 184.320 184.320 227.520 227.520 227.520 227.520

Subsídio de Alimentação 840.000 840.000 960.000 960.000 960.000 960.000

Subsídio de de Natal 96.000 96.000 118.500 118.500 118.500 118.500

Formação 187.200 187.200 214.200 214.200 214.200 214.200

1 - Custo com Pessoal 6.086.520 6.086.520 6.839.220 6.839.220 6.839.220 6.839.220

Outro Pessoal

Retenção IRT
Colaborador 274.179 274.179 274.179 274.179 274.179 274.179

2 - Total Retenção 274.179 274.179 274.179 274.179 274.179 274.179

Total (1+2) 6.360.699 6.360.699 7.113.399 7.113.399 7.113.399 7.113.399

Fonte: Elaboração Própria

83
3.4.3. Plano de fornecimento de serviços de terceiros

3.4.3.1. Mapa de custos com fornecimento de serviços externos

O quadro de Fornecimentos e Serviços Externos indicanos os gastos gerais


suportados pela empresa no âmbito do projecto. As estimativas estipuladas estão
claramente sobrestimadas, de forma a actuar como margem de segurança. Foram
considerados Custos Variáveis, ou seja, custos que variam em função do volume
de negócios, os referentes às seguintes rubricas:

Tabela 15 – Evolução previsonal de fornecimento de serviços externos

Moeda : AOA

Descrição Mensal 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Electricidade 4.500,00 54.000,00 60.000,00 60.000,00 60.000,00 60.000,00 60.000,00

Combustiveis 15.000,0 180.000,00 180.000,00 180.000,00 180.000,00 180.000,00 180.000,00

Água 8.000,00 96.000,00 96.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00

Outros Fluidos 11.000,0 132.000,00 132.000,00 132.000,00 132.000,00 132.000,00 132.000,00


Ferramentas e
6.500,00 78.000,00 68.000,00 68.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
Utensilios
Livros e doc.
2.780,00 33.360,00 33.360,00 33.360,00 33.360,00 33.360,00 33.360,00
técnica
Material de
17.000,0 170.000,00 170.000,00 204.000,00 204.000,00 204.000,00 204.000,00
escritório
Alugueres
Transporte 16.000,0 48.000,00 48.000,00 48.000,00 48.000,00 48.000,00 48.000,00
Extra Escolar
Despesas de
5.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 46.000,00 46.000,00 46.000,00
representação
Comunicação 5.550,00 66.600,00 66.600,00 66.600,00 88.800,00 88.800,00 88.800,00
Deslocações e
45.000,0 135.000,00 135.000,00 135.000,00 150.000,00 150.000,00 150.000,00
estadas
Contencioso e
6.500,00 78.000,00 78.000,00 78.000,00 78.000,00 78.000,00 78.000,00
notariado
Conservação e
6.375,00 76.500,00 76.500,00 76.500,00 76.500,00 76.500,00 76.500,00
reparação
Publicidade e
7.500,00 90.000,00 90.000,00 90.000,00 90.000,00 90.000,00 90.000,00
propaganda
Limpeza,
higiene e 7.000,00 84.000,00 84.000,00 110.000,00 110.000,00 110.000,00 110.000,00
conforto
Assistência
7.000,00 84.000,00 84.000,00 84.000,00 84.000,00 84.000,00 84.000,00
ténica
Outros forn. e
3.500,00 42.000,00 42.000,00 42.000,00 42.000,00 42.000,00 42.000,00
serviços
Total 174.205 1.477.4600 1.473.4600 1.537.460 1.572.660 1.572.660 1.572.660

Fonte: Elaboração Própria

84
3.4.4. Plano de exploração

3.4.4.1. Mapa do Volume de negócio

Estima-se que o preço da propina se situa entre os 4.500 AOA e os 5.500 AOA. Na
presente análise estabeleceu-se um preço médio de 5000 AOA.

Tabela 16 - Evolução previsional do negócio

Volume de negócios

2017 2018 2019 2020 2021 2022

Taxa de variação dos preços 0% 0% 10% 10% 10% 10%

202.500 202.500 202.500 202.500

VENDAS - MERCADO NACIONAL

Preço Facturação
Clientes Qtd Unitário Mensal 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Produto A

INICIAÇÃO Alunos 45 4.500,00 202.500,0 2.025.000 2.025.000 2.227.500 2.227.500 2.227.500 2.227.500

Produto B

1ª CLASSE Alunos 45 4.500,00 202.500,0 2.025.000 2.025.000 2.227.500 2.227.500 2.227.500 2.227.500

Produto C

2ªCLASSE Alunos 45 4.500,00 202.500,0 2.025.000 2.025.000 2.227.500 2.227.500 2.227.500 2.227.500

Produto D

3ª CLASSE Alunos 45 4.500,00 202.500,0 2.025.000 2.025.000 2.227.500 2.227.500 2.227.500 2.227.500

Produto E

4ª CLASSE Alunos 70 5.500,00 385.000,0 3.850.000 3.850.000 4.052.500 4.052.500 4.052.500 4.052.500

Produto F

5ª CLASSE Alunos 70 5.500,00 385.000,0 3.850.000 3.850.000 4.052.500 4.052.500 4.052.500 4.052.500

Produto G

6ª CLASSE Alunos 70 5.500,00 385.000,0 4.235.000 4.235.000 4.437.500 4.437.500 4.437.500 4.437.500

TOTAL 34.500,00 1.965.000 20.035.000 20.035.000 21.452.500 21.452.500 21.452.500 21.452.500

Fonte: Elaboração Própria

Em 2017, primeiro ano de actividade, a empresa prevê angariar 20.035.000 AOA


em propinas. Em 2018, a empresa prevê atinge um volume de negócios igual ao
primeiro ano 20.035.000 AOA. Em 2019 a a empresa prevê atinge um volume de

85
negócios superior aos dois primeiros anos no valor de 21.452.500 AOA. E de
formas a tornar o negócio sustentável e determinar os proveitos numa perspetiva
prudente e para evitar a emigração de alunos a empresa prevê arrecadar igual
montante nos anos subsequentes 2020 montante a arrecadar 21.452.500, 202121
montante a arrecadar. 21.452.500 AOA e 2022 montante a arrecadar 21.452.500
AOA perfazendo um volume de negócios bruto do projecto no montante de
125.880.000 AOA

Tabela 17 - Evolução previsional de pagamento de Imposto de selo decreto


legislativo presidencial n.º 3/14 de outubro

Imposto de Selo Previsional

Facturação
Mensal 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Imposto de
19.650,0 200.350,0 200.350,0 214.525,0 214.525,0 214.525,0 214.525,0
Selo

Retenção 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Receitas
1.945.350,0 19.834.650,0 19.834.650,0 21.237.975,0 21.237.975,0 21.237.975,0 21.237.975,0
Liquidas

Fonte: Elaboração Própria

3.4.5. Amortização e reentegração

3.4.5.1. Mapa de amortização e reintegração

As depreciações, amortizações e reintegrações foram calculadas com base no


método das quotas constantes e de acordo com a legislação vigente, tendo em
consideração o activo fixo tangível e o activo tangível que a Empresa irá adquirir
com este projecto.

86
Tabela 18 - Depreciação e amortizações do exercício

Amortizações do Exercício Moeda : AOA

Amortização
Descrição Taxa 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Acumulada

1 Activo Fixo Tangíveis

Edificio

Administrativo e
Comercial 4% 1.173.707,65 1.173.707,65 1.173.707,65 1.173.707,65 1.173.707,65 1.173.707,65 7.042.245,90

2 Equipamento Administrativo

Computador

Computadores de
marca HP 33,00% 112.200,00 112.200,00 112.200,00 112.200,00 112.200,00 112.200,00 673.200,00

Impressora de
Marca HP 25,00% 37.500,00 37.500,00 37.500,00 37.500,00 37.500,00 37.500,00 225.000,00

3 Equipamento de Apetrechamento

Quadro de
marcador 10% 14.000,00 14.000,00 14.000,00 14.000,00 14.000,00 14.000,00 84.000,00

Carteira separada 10% 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 216.000,00

Carteira dupla 10% 53.200,00 53.200,00 53.200,00 53.200,00 53.200,00 53.200,00 319.200,00

Carteira para
professor 10% 8.400,00 8.400,00 8.400,00 8.400,00 8.400,00 8.400,00 50.400,00

Mesa de reunião 10% 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 30.000,00

secretária 10% 8.400,00 8.400,00 8.400,00 8.400,00 8.400,00 8.400,00 50.400,00

Cadeira para
secretária 10% 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 24.000,00

Armários para
arquivo 10% 6.800,00 6.800,00 6.800,00 6.800,00 6.800,00 6.800,00 40.800,00

4 Activo Fixo Intangíveis

Estudo de
Viabilidade
Econ.Financeiro 33% 165.000,00 165.000,00 165.000,00 165.000,00 165.000,00 165.000,00 990.000,00

TOTAL 1.624.207,65 1.624.207,65 1.624.207,65 1.624.207,65 1.624.207,65 1.624.207,65 9.745.245,90

Fonte: Elaboração Própria

87
3.4.6. Plano de pagamento do emprestimo

3.4.6.1. Mapa de amortizações e prestações do empréstimo

Em 2017, ano da aplicação do projecto de investimento , a empresa vai recorrer a


um empréstimo, no montante de 31.691,691 AOA, com taxa de juro de 18% e 20%
com prazo de financiamento de 6 anos (1 ano de carência e 5 anos de reembolso).
Para amortização do empréstimo foi utilizado o sistema de amortização constante
que consiste em um plano de amortização de uma dívida em prestações periódicas,
sucessivas e decrescentes em progressão aritmética, dentro do conceito de termos
vencidos, em que o valor de cada prestação é composto por uma parcela de juros
e outra parcela de capital (ou amortização).
Os valores das prestações são facilmente calculados.
A parcela de capital é obtida dividindo-se o valor do empréstimo (ou financiamento)
pelo número de prestações, enquanto o valor da parcela de juros é determinado
multiplicando-se a taxa de juros pelo saldo devedor existente no período
imediatamente anterior.
No sistema de amortização constante (SAC), a cota de amortização é constante em
todas as prestações e o juro pago em cada uma das prestações corresponde ao
total do juro sobre o saldo devedor do período anterior.
Como o saldo devedor decresce a cada período, o valor do juro vai ficando menor
a cada prestação que, assim, apresentará valores decrescentes.
Segue o quadro do serviço de divida deste empréstimo:

Tabela 19 - Evolução previsional das amortizações do empréstimo

Taxa de juros mensal

Plano de pagamento do Empréstimo no Sistema SAC 0,2

Saldo Devedor Amortizações


t Juros (jt) Prestação (Rt)
(pt) Constantes (A)
0 31.690.691,32 0 0 0

1 31.162.513,12 528.178,20 517.297,72 1.045.475,92

2 30.634.334,92 528.178,20 508.529,96 1.036.708,16

3 30.106.156,72 528.178,20 499.762,20 1.027.940,40

88
4 29.577.978,52 528.178,20 490.994,44 1.019.172,64

5 29.049.800,32 528.178,20 482.226,69 1.010.404,89

6 28.521.622,12 528.178,20 473.458,93 1.001.637,13

7 27.993.443,92 528.178,20 464.691,17 992.869,37

8 27.465.265,72 528.178,20 455.923,41 984.101,61

9 26.937.087,52 528.178,20 447.155,65 975.333,85

10 26.408.909,32 528.178,20 438.387,89 966.566,09

11 25.880.731,12 528.178,20 429.620,14 957.798,34

12 25.352.552,92 528.178,20 420.852,38 949.030,58

Subtotal ano nº1 6.338.138,40 5.628.900,58 11.967.038,98

13 24.824.374,72 528.178,20 412.084,62 940.262,82

14 24.296.196,52 528.178,20 403.316,86 931.495,06

15 23.768.018,32 528.178,20 394.549,10 922.727,30

16 23.239.840,12 528.178,20 385.781,35 913.959,55

17 22.711.661,92 528.178,20 377.013,59 905.191,79

18 22.183.483,72 528.178,20 368.245,83 896.424,03

19 21.655.305,52 528.178,20 359.478,07 887.656,27

20 21.127.127,32 528.178,20 350.710,31 878.888,51

21 20.598.949,12 528.178,20 341.942,56 870.120,76

22 20.070.770,92 528.178,20 333.174,80 861.353,00

23 19.542.592,72 528.178,20 324.407,04 852.585,24

24 19.014.414,52 528.178,20 315.639,28 843.817,48

Subtotal ano nº2 6.338.138,40 4.366.343,41 10.704.481,81

25 18.486.236,32 528.178,20 306.871,52 835.049,72

26 17.958.058,12 528.178,20 298.103,76 826.281,96

27 17.429.879,92 528.178,20 289.336,01 817.514,21

28 16.901.701,72 528.178,20 280.568,25 808.746,45

29 16.373.523,52 528.178,20 271.800,49 799.978,69

30 15.845.345,32 528.178,20 263.032,73 791.210,93

31 15.317.167,12 528.178,20 254.264,97 782.443,17

32 14.788.988,92 528.178,20 245.497,22 773.675,42

33 14.260.810,72 528.178,20 236.729,46 764.907,66

34 13.732.632,52 528.178,20 227.961,70 756.139,90

35 13.204.454,32 528.178,20 219.193,94 747.372,14

89
36 12.676.276,12 528.178,20 210.426,18 738.604,38

Subtotal ano nº3 6.338.138,40 3.103.786,23 9.441.924,63

37 12.148.097,92 528.178,20 201.658,43 729.836,63

38 11.619.919,72 528.178,20 192.890,67 721.068,87

39 11.091.741,52 528.178,20 184.122,91 712.301,11

40 10.563.563,32 528.178,20 175.355,15 703.533,35

41 10.035.385,12 528.178,20 166.587,39 694.765,59

42 9.507.206,92 528.178,20 157.819,63 685.997,83

43 8.979.028,72 528.178,20 149.051,88 677.230,08

44 8.450.850,52 528.178,20 140.284,12 668.462,32

45 7.922.672,32 528.178,20 131.516,36 659.694,56

46 7.394.494,12 528.178,20 122.748,60 650.926,80

47 6.866.315,92 528.178,20 113.980,84 642.159,04

48 6.338.137,72 528.178,20 105.213,09 633.391,29

Subtotal ano nº4 6.338.138,40 1.841.229,07 8.179.367,47

49 5.809.959,52 528.178,20 96.445,33 624.623,53

50 5.281.781,32 528.178,20 87.677,57 615.855,77

51 4.753.603,12 528.178,20 78.909,81 607.088,01

52 4.225.424,92 528.178,20 70.142,05 598.320,25

53 3.697.246,72 528.178,20 61.374,30 589.552,50

54 3.169.068,52 528.178,20 52.606,54 580.784,74

55 2.640.890,32 528.178,20 43.838,78 572.016,98

56 2.112.712,12 528.178,20 35.071,02 563.249,22

57 1.584.533,92 528.178,20 26.303,26 554.481,46

58 1.056.355,72 528.178,20 17.535,50 545.713,70

59 528.177,52 528.178,20 8.767,75 536.945,95

- 0,68 528.178,20 - 0,01 528.178,19

Subtotal ano nº5 6.338.138,40 578.671,90 6.916.810,30

Total 31.690.692,00 15.518.931,19 47.209.623,19

Fonte: Elaboração Própria

3.4.7. Demonstração de resultados

3.4.7.1. Mapa da demonstração de resultados previsional

90
A Demonstração dos Resultados Previsional resulta dos valores determinados através dos mapas exibidos anteriormente.

3.4.8. Balanço previsional

3.4.8.1. Mapa de Balanço Previsional

O Balanço Previsional constitui o mapa de conclusão resultante da conjugação dos anteriores, partindo dos saldos obtidos
para cada conta, respetivamente.

Tabela 20 - Balanço previsional

Fonte: Elaboração Própria

91
3.5. Avaliação do Plano de Negócio / Análise e interpretação de dados

3.5.1. Indicadores de viabilidade

VALOR ACTUAL LÍQUIDO – VAL

Para BARROS, C. P. (2007). Teoricamente, o indicador de rendibilidade mais


consistente em condições determinísticas é o VAL (Valor Actualizado Líquido), que
aglomera os fluxos líquidos actualizados gerados pelo projecto. Este conceito pode
ser entendido como a quantificação do efeito do investimento na riqueza de uma
empresa, pelo que é o mais indicado quando os promotores do projecto assumem
uma óptica de maximização da riqueza.

A fórmula genérica para o cálculo do VAL é dada pela expressão seguinte:

Onde:
t é o número do período
n é o número total de períodos da vida útil do projecto ou do horizonte temporal da
análise
CFt é o valor do Cash Flow, positivo ou negativo, gerado pelo projecto no período t
k é a taxa de actualização
Segundo Marques Alberto (2006) o VAL resulta da compensação, através de uma
diferença entre os beneficios e os custos de uma projecto.

VAL é pois, o valor liquido adicional actualizado, resultante da implementação e


exploração de um projecto durante um determinado periodo de tempo
correspondente à vida útil.

O cálculo deste critério pode ser adaptado de acordo com a óptica de avaliação
pretendida:

a) Óptica do Investidor

92
Na óptica do investidor, tal como já foi referido anteriormente, interessa calcular o
VAL utilizando o Fluxo de Caixa Livre (FCL) para os accionistas para cada período,
actualizado à taxa de retorno exigida pelos accionistas (ke). Assim temos:

b) Óptica do Projecto

Na óptica do projecto, o cash flow relevante no cálculo do VAL constitui o Fluxo de


Caixa Operacional Líquido (FCOL) e deverá ser actualizado utilizando a taxa do
custo médio ponderado do capital (km). A fórmula deverá ser:

Análise de um projecto isolado:

 VAL > 0
A decisão de investir no projecto é viável. Um VAL positivo significa que realizar o
projecto gera retorno suficiente para cobrir o investimento inicial, corresponder à
rendibilidade mínima exigida pelo investidor / fontes de financiamento (de acordo
com a óptica de avaliação), resultando num excedente que corresponde ao valor do
VAL. Significa que gera mais recursos que uma alternativa de investimento com
nível de risco equivalente.

 VAL = 0
 VAL < 0
O projecto é economicamente inviável, devendo ser rejeitado.

Selecção entre projectos:

Se os projectos apresentam condições idênticas em termos de perfil de risco,


montante de investimento inicial e vida útil, é preferível optar pelo projecto que

93
apresenta um VAL mais elevado, dado que apresenta maior capacidade de retorno
do investimento e um excedente (dado pelo valor do VAL) superior. Contudo,
quando estão em causa projectos com diferenças significativas no montante de
investimento necessário, e também em termos de vida útil, a utilização do critério
do VAL torna-se pouco viável, pelo que se deve recorrer a outros critérios para
suportar a decisão.

Limitações deste critério:

 Um projecto com elevados níveis de rendimentos e despesas tem um VAL


muito maior do que um projecto com baixos níveis de rendimentos e
despesas, determinando a rejeição do segundo. Contudo, nestas condições,
é possível que ambos sejam indiferentes perante outros critérios de
rendibilidade. É, portanto, o único critério que sugere a dimensão absoluta
do investimento.
 Perante dois projectos com vida útil diferente, o resultado do VAL pode
determinar indiferença. A diferença de horizontes temporais coloca em causa
a fiabilidade da utilização do VAL como critério de decisão. Neste caso é
aconselhável o recurso à TIR (Taxa Interna de Rentabilidade).
 O interesse atribuído ao projecto é dependente do valor de k, ou seja, existe
um valor de k a partir do qual o VAL correspondente passa a ser negativo,
tornando o projecto inviável. Quanto maior for a taxa de actualização, menor
será o VAL, pois serão necessários montantes superiores de fluxos
financeiros de forma a corresponder à nova taxa de rentabilidade exigida.
 A comparação entre projectos alternativos obriga a que as actualizações
sejam feitas para o mesmo momento de referência, caso contrário invalida a
análise, dado que os valores não são economicamente comparáveis.
 Um determinado VAL, seja qual for o seu valor, tanto pode resultar de um elevado
investimento, como de um investimento com montante pouco significativo em
termos absolutos.

94
TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE (TIR)

A Taxa Interna de Rendibilidade é aquela que torna o valor actual dos benefícios
económicos futuros igual ao valor actual dos respectivos custos, pelo que traduz a
taxa de rendibilidade periódica do capital investido.

Pode ser calculada ao igualar a expressão do VAL a zero:

Quando se efectua o cálculo da TIR através da expressão supra, esta assume o


valor k dado que representa a taxa de juro interna ao projecto, tal como ilustrado na
Figura 9:

Figura 9 – Curva do VAL

Fonte: Elaboração Própria

Actualmente existem ferramentas informáticas de fácil utilização para realizar este


tipo de cálculos de forma instantânea, simplificando o processo. Contudo, este
cálculo pode ser realizado por interpolação linear, resultando numa aproximação ao
valor efectivo da TIR.

Normalmente utiliza-se este critério quando as condições de financiamento,


nomeadamente os juros, não são conhecidas e quando está em causa uma decisão
entre projectos com investimentos e vida útil significativamente distintos.

95
Determinada a TIR do projecto, pode ser comparada com a taxa de financiamento
do próprio projecto, de modo a concluir se este é rentável o suficiente para cobrir as
remunerações do capital próprio e do capital alheio. Pode ainda ser comparada com
a taxa de juro em vigor no mercado financeiro, podendo o investidor optar por
investir nesse mercado ao invés de investir no projecto se este se revelar uma
alternativa menos rentável e/ou de maior risco (ABECASSIS & CABRAL, 1988).

A TIR, como critério de rendibilidade, complementa-se com o critério do VAL,


principalmente em decisões entre projectos.

Análise de um projecto isolado:

Como critério de decisão, a TIR deve ser comparada com a taxa de custo do capital
(k). Contudo, em projectos simples e convencionais, a TIR e o VAL são equivalentes
em termos de conclusão sobre a rejeição ou aceitação do projecto tendo em conta
que:
 VAL ≥ 0 quando TIR ≥ k o projecto é viável, dado que a TIR indica a taxa de
rendibilidade máxima que os investidores podem exigir;
 VAL < 0 quando TIR < k o projecto não é viável pois os investidores estão a
exigir uma taxa de retorno superior à taxa máxima que o projecto pode
apresentar.
Genericamente, quanto mais elevada, mais capacidade terá o projecto de
remunerar o capital investido.
Selecção entre projectos:

Perante uma decisão entre projectos, a TIR e o VAL, isoladamente, podem levar a
decisões divergentes, principalmente devido à influência da taxa de actualização no
valor do VAL. De forma a contornar o antagonismo entre os dois critérios de decisão,
Dudley (1972) criou a taxa de rentabilidade de Fisher. A taxa de Fisher representa
a taxa de actualização para a qual dois projectos distintos obtêm o mesmo VAL
(Figura 2). Permite hierarquizar os projectos pelo valor do VAL e da TIR, partindo
de comparações entre a taxa de Fisher (k’) e as taxas de actualização utilizadas nos
projectos (k).

96
Figura 10 – Intersecção de fisher de dois projectos

Fonte: Elaboração Própria

Segundo o mesmo autor e partindo da observação do gráfico supra, retira-se a


seguinte análise:
 Quando k < k’, o critério de selecção é o VAL, optando-se pelo projecto B,
que tem um VAL superior para esses valores de k.
 Quando k > k’, o critério de selecção passa a ser a TIR, concluindo-se que o
projecto A é o mais viável dado que a TIR é superior.

Limitações deste critério:

 Perante a escolha entre projectos alternativos, quando estão em causa


projectos do tipo não convencional (projectos que apresentam cash flows
intercalares ou finais negativos), é desaconselhado o recurso à TIR, dado
que, devido à distribuição dos cash flows, pode resultar em várias soluções,
dificultando a análise.
 Pressupõe que o custo de capital se mantém constante ao longo do tempo,
logo é desajustado quando se pretende considerar variações futuras no custo
do capital.
 Comparativamente ao VAL, existe dificuldade em apreciar e avaliar o efeito
do investimento na riqueza da empresa. Perante uma decisão entre
projectos, o valor do VAL de um dos projectos pode ser efectivamente mais
interessante do ponto de vista do investidor, mesmo que o valor da TIR

97
correspondente seja menor. Contudo esta deve servir de base para ordenar
os projectos cujo investimento está em causa. (SILVA, 1999)

PERÍODO DE RECUPERAÇÃO ACTUALIZADO (PRA / PR)

O período de recuperação actualizado (PRA) determina o período de retorno do


investimento realizado, ou seja, reflecte quanto tempo é necessário para que os
fluxos gerados pelo projecto cubram na totalidade o investimento que foi realizado
para os obter (BREALEY & MYERS, 1998). O seu valor não faz qualquer referência
à rendibilidade do investimento.
Para Marques Alberto (2006) PR é o período de tempo necessário para que no
período de exploração sejam recuperados os recursos aplicados no período de
investimento.
Refere-se então, ao período de tempo que decorre até que se verifique a seguinte
condição:

Comparativamente à versão original do período de recuperação (PR), o PRA foi


sugerido por Rappaport em 1965, e apresenta a vantagem de considerar o custo do
capital – no seu cálculo intervém o valor dos cash flows actualizados.
De um modo geral, este pode ser comparado com o período de tempo de
recuperação do investimento considerado aceitável pelos promotores do projecto,
devendo ser rejeitados os projectos cujo período de recuperação se revele superior.
Quando não existe um valor fixado, aceitam-se os projectos cujo payback seja
inferior ao período de vida útil do projecto.
Este critério, por si só, é utilizado por pequenas empresas como indicador de
liquidez do projecto a curto prazo, por sugerir a rapidez com que o capital investido
é recuperado, representando significado suficiente para suportar determinadas
decisões de investimento, principalmente quando estão em causa montantes de
investimento reduzidos. Contudo não deve ser entendido como um indicador de
liquidez dotado de carácter sólido, até porque não considera os momentos em que

98
são realizados os cash flow. (BROYLES J. , 2003) Além disso, é preferível utilizar
este critério em conjunto com outros.

Pode ser ainda entendido como uma medida de risco no caso de empresas que
querem o seu capital recuperado o mais rapidamente possível de forma a evitar
riscos decorrentes de ameaças menor risco.
Limitações:

 Não tem em conta o valor dos cash flows posteriores ao período de


recuperação.
 Ignora a distribuição temporal dos cash flows.
 Não quantifica a rendibilidade do projecto.

3.5.2. Indicadores de Lucra-actividade / Rentabilidade

O Retorno sobre as Vendas ou Margem Líquida compara o Lucro Líquido com as


Vendas Líquidas, pois a Margem de Lucro ou Prejuízo Líquido é que irá determinar,
em termos percentuais, o que restou da Receita Líquida apurada. A partir do
resultado deste quociente é que iremos identificar quanto foi consumido desde a
geração da receita e o que sobrou depois dos gastos operacionais e não
operacionais.

Tabela 21 - Retorno sobre as vendas

Fórmula Anos Cálculos Índices


Lucro liquído 7,712,509.00
RSV= X 100 2017 38.88%
Vendas Líquidas 19,834,650.00
Lucro liquído 19,834,650.00
RSV= X 100 2018 -1069.93%
Vendas Líquidas -1,853,821.99
Lucro liquído 21,237,975.00
RSV= X 100 2019 2941.29%
Vendas Líquidas 722,062.70
Lucro liquído 21,237,975.00
RSV= X 100 2020 746.82%
Vendas Líquidas 2,843,769.91
Lucro liquído 21,237,975.00
RSV= X 100 2021 425.60%
Vendas Líquidas 4,990,117.08
Lucro liquído 21,237,975.00
RSV= X 100 2022 297.59%
Vendas Líquidas 7,136,464.27

Fonte: Elaboração Própria

99
Foi verificado que no exercício de 2017, 2019,2020,2021 e 2022 de vendas líquidas
efetuadas, após redução dos custos e demais despesas operacionais, sobrou para
a empresa o equivalente a AOA 38,88%,2941,29%, 746.82%, 425.60%, e 297.59%
de suas vendas totais líquidas são retorno para a empresa e veferifica-se um
aumento no retorno para a empresa em 2019 ( 2941,29%),2020 (746.82%,) e uma
redução 2021(425.60%,) , 2022 (297.59% ) e uma perda em 2018 (-1069.93%) que
é coberta pelas vendas líquidas, pois em termos gerais significa que as vendas são
suficientes para suportar os custos e despesas.

3.5.3. Retorno sobre o Investimento

Esse índice indica a lucratividade que a empresa proporciona em relação aos


investimentos totais representados pelo activo total médio. O retorno sobre
investimentos é um quociente muito importante para avaliar se negócio está sendo
positivo ele envolve a margem de Lucro sobre as vendas e giro do activo
expressando se o negócio é viável ou não. Representa o poder de ganho da
empresa, o quanto ganhou por real investido.

Tabela 22 - Retorno sobre o ativo (INVESTIMENTO)

Fórmula Anos Cálculos Índices


Lucro liquído 7,712,509.00
RSA= X 100 2017 24.33%
Activo total 31,690,691.32
Lucro liquído 19,834,650.00
RSA= X 100 2018 62.58%
Activo total 31,690,691.32
Lucro liquído 21,237,975.00
RSA= X 100 2019 67.016%
Activo total 31,690,691.32
Lucro liquído 21,237,975.00
RSA= X 100 2020 67.016%
Activo total 31,690,691.32
Lucro liquído 21,237,975.00
RSA= X 100 2021 67.016%
Activo total 31,690,691.32
Lucro liquído 21,237,975.00
RSA= X 100 2022 67.016%
Activo total 31,690,691.32

Fonte: Elaboração Própria

Representa que em 2017,2018, 2019,2020,2021 e 2022, para cada AOA 1,00


investido, a empresa obteve um retorno, ou seja, gerou lucro de 24,33%, 62,58%
e 67,016% para os anos seguintes, representando uma variação positiva de 38,25%

100
em relação a (2018 – 2017) e uma variação positiva de 4,43% em relação a (2019-
2018).

VAL positivo significa que realizar o projecto gera retorno suficiente para cobrir o
investimento inicial, corresponder à rendibilidade mínima exigida pelo investidor /
fontes de financiamento (de acordo com a óptica de avaliação).

TIR=0.18
2018 2019 2020 2021 2022
19,834,650.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00
VAL =
(0.18)¹ (0.18)² (0.18)³ (0.18)⁴ (0.18)⁵

19,834,650.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00


VAL =
0.18 0.0324 0.005832 0.00104976 0.000188956

VAL = 110,192,500.00 + 655,493,055.56 + 3,641,628,086.42 + 20,231,267,146.78 +112,396,404,453.95

VAL = 137.034 112,396,404,453.95

TIR=0.2 2018 2019 2020 2021 2022


VAL = 19,834,650.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00
(0.2)¹ (0.2)² (0.2)³ (0.2)⁴ (0.2)⁵

VAL = 19,834,650.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00


0.20 0.04 0.01 0.00 0.00

VAL = 99,173,250.00 + 530,949,375.00 + 2,654,746,875.00 + 13,273,734,375.00 + 66,368,671,875.00

VAL = 82.92

O projecto apresenta um VAL superior a zero o que implica dizer que o projecto é
viavel porque o retorno gerado é suficiente para cobrir o investimento inicial.
PR-PAYBACK - Reflecte quanto tempo é necessário para que os fluxos gerados
pelo projecto cubram na totalidade o investimento que foi realizado.
PR - PAYBACK 2018 2019 2020 2021 2022

19,834,650.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00


PR =
(1+108.55)¹ (1+108.55)² (1+108.55)³ (1+108.55)⁴ (1+108.55)⁵

19,834,650.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00 + 21,237,975.00


PR =
109 12001.2 1314731.734 144028861.4 1577836177

181969.2661 + 1769.654285 + 16.15384679 + 0.147456383 + 0.01346019


PR =

PR = 1837.55

101
3.5.4. Ponto de Equilibrio

A análise do PR dever ser feita em conjunto com outros indicadores e o mesmo é


utilizado frenquentemente em empresas de pequeno porte, entretanto podemos
considerar que o PR é aceitavél por ser inferior ao periodo de duração do projecto.
A TIR, é um indicador de rendibilidade, complementa-se com o critério do VAL,
principalmente em decisões entre projectos e quando TIR ≥ taxa o projecto é viável,
dado que a TIR indica a taxa de rendibilidade máxima que os investidores podem
exigir. Genericamente, quanto mais elevada, mais capacidade terá o projecto de
remunerar o capital investido.
Para : TIR 0.18 TIR 0.2
82.92
TIR = 137.034 =
TIR - 0.18 TIR - 0.2

TIR = 137.034(TIR - 0.18) = 82.92(TIR - 0.2)

TIR = (24.66612 - TIR * 0.18) = (16.584 - TIR * 0.2)


TIR = 24.66612+16.584 -TIR0.18+TIR0.2
TIR = 108.55%

Foi verificado que a TIR é maior que a taxa aplicada no investimento, e tem
capacidade de remunerar o capital investido, ou seja a taxa de retorno exigido é
inferior que o TIR apresentado no projecto, entretanto o projecto é viavél.

102
CONCLUSÕES

1. A materialização deste trabalho teve um resultado positivo e em grande parte


deve-se ao planeamento adequado do negócio, levando em consideração os
mais diversos factores tais como:
 Mercado (Fornecedores e Cliente)
 Concorrência
 Localização
 Operacionalização e outros.
2. No presente trabalho tivemos o propósito de esboçar os caminhos
fundamentais que levam o candidato à empreendedor possa se lançar no
mercado de forma segura, montando seu estabelecimento de ensino,
utilizando informações locais, atendendo a conjuntura economica actual
devendo o empreendedor estar atento com as transformações em sua volta
(Inovar-se a cada dia).
3. Como temos vindo a falar, a rentabilidade também é um indicador de
atratividade. Pois ela indica o tempo necessário para que o empreendedor
recupere o que investiu. Isso significa que, normalmente em três anos e
quatro meses após o início das atividades da empresa, o empreendedor terá
recuperado, sob a forma de lucro, tudo o que gastou com a implementaçao
do negócio.
4. No âmbito financeiro, percebemos que a empresa pode ter prejuízo na ordem
de -1,853,821.99 AOA no segundo ano, e por isso, é muito importante que a
mesma esteja munida de capital de giro suficiente para que sobreviva até os
anos seguintes, quanto seu lucro começa aumentar em função do
incremento de 10% das propinas e do aumento do número de estudantes a
partir de 2019 à 2022.
5. Vimos também que os retornos podem ser muito altos desde que os custos
fixos não subam em grandes proporções, e estes devem ser muito bem
administrados para que a empresa esteja sempre com um cash flow
suficiente.

103
Daí que podemos inferir que com a concretização deste projecto, fruto de
investimento privado, muitas crianças hoje tem acesso à escolarização
básica obrigatória, o que vem confirmar as hipóteses levantadas de que o
processo de reassentamento, associado ao exíguo investimento do Governo
no sector é causa do elevado número de crianças fora do Sistema de Ensino.

6. De acordo com os resultados previsionais e os indices apresentados ao longo


da elaboração do plano de negócio, concluímos que o projecto é viável pelo
facto de que a empresa terá capacidade para remunerar o capital investido
(Pay Back) dentro do prazo estabelecido, bem como, cumprir com as suas
obrigações fiscais e todas outras inerentes a actividade da empresas e obterá
um resultado líquido do periodo do projecto estimado em 21.551.100,99
AOA.

104
RECOMENDAÇÕES

 Que o Governo crie mecanismos de simplificação na legalização dos


estabelecimentos de Ensino.
 Que o Ministério da Educação crie uma comissão de acompanhamento das
escolas Comparticipadas afim de acompanhar a gestão da mesma
principalmente Pedagógica durante 3 Anos.
 Que o Governo possa honrar a tempo com a sua contribuição relativamente a
atribuição de Professores e algumas verbas para manutenção das
infraestruturas.
 Melhorar a relação entre as administrações comunais e as direções das
Escolas Comparticipadas quer um como outro abrindo-se para maior dialogo.
 Que nos seja atribuído 4 professores experientes por parte do Ministério afim
de lecionarmos aulas de alfabetização no período Noturno.

105
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMEIDA, R., DIAS, A. I., ALBUQUERQUE, F. d., CARVALHO, F., &


PINHEIRO, P. (2010). Sistema de Normalização Contabilistica Explicado.
ATF - Edições Técnicas.
2. BODIE, Z., KANE, A., & MARCUS, A. (1998). Essentials of Investments.
McGraw-Hill.
3. CAMARGO, S. H. C. R. V.; FARAH, O. E. Gestão empreendedora e
intraempreendedora: estudos de casos brasileiros. Ribeirão Preto:
Villimpress, 2010.
4. Carlos Duarte, José Paulo Esperança (2014) Empreendedorismo e
Planeamento Financeiro 2ª ediçao
5. Decreto nº82/01 de 16 de Novembro do Conselho de Ministéros, que aprova
o Plano Geral de Contablidade (PGC)
6. DOLABELLA, F. Pedagogia Empreendedora. São Paulo: Cultura Editores,
2003.
7. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser
empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. Rio
de Janeiro. Elsevier, 2003.
8. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus,
2001.
9. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em
negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
10. Filion, Louis Jacques. «Empreendedorismo: empreendedores e
proprietários-gerentes de pequenos negócios.» Revista de administracao
(São Paulo) 34 (1999): 5-28.
11. Filion, Louis Jacques. «O empreendedorismo como tema de estudos
superiores.» Empreendedorismo, Ciencia, Técnica e Arte.
1{\textordfeminine} ed. Brasilia: CNI. IEL Nacional, 2000.
12. GERBER, M. E. Empreender fazendo a diferença. São Paulo: Fundamento
educacional, 2004.

106
13. Hisrich, Robert, Janice Langan-Fox, y Sharon Grant. «Entrepreneurship
research and practice: a call to action for psychology.» American psychologist
(American Psychological Association) 62 (2007):575.
14. HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégia.
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
15. LEITE, E. O Fenômeno do Empreendedorismo. 3 ed. Recife: Bagaço, 2002.
16. LEITE, E. O Fenômeno do Empreendedorismo. Recife: Bagaço, 2000.
17. Ley de Bases do Sistema de Educacao. Ley 13/01. Asamblea Nacional de
Angola. Luanda, Angola. 2001.
18. LONGENECKER, J. G.; MOORE, C. W.; PETTY,J.W. Administração de
pequenas empresas: ênfase na gerência empresarial. São Paulo: Pearson,
2004.
19. Manuel Portugal Ferreira, Joao Carvalho Santos, Fernando Ribeiro serra
(2010) Ser Empreendedor Pensar,Criar e Modar a Nov Empresa, 2ª edição
Lisboa.
20. Marques Alberto (2006) Concepção e Análise de Projectos de Investimentos,
3ª edição Lisboa
21. Martins António.,Cruz Isabel., Augusto Mário.,Da Silva P. Patrícia e
Gonçalves G. Paulo. (2011) Manual de Gestão Financeira Empresarial, 1ª
edição Lisboa.
22. MENEZES, L.C.M. Gestão de Projetos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
23. Renato Pereira (2010) A Dinamica nas Ciências Económicas e Empresariais
1ª edição Lisboa.
24. SEBRAE. Disciplina de empreendedorismo. São Paulo: Manual do aluno,
2007, 67p.
25. SEBRAE: um agente de desenvolvimento. Sebrae.
Disponível em: <http://www.sebrae.com.br>. Acesso em: 20 mai.
2011.
26. Soumodip Sarkar (2014) Empreendedorismo e Inovaçao, 3ª Edição Lisboa.R

107
27. PhD Redento Maria, PhD Ntalani Manuel, Msc. Mário Ndala, Dr. João Pires
Manual de Instrução Para Elaboração, Preparação e Avaliação de
Dissertação e Teses 2 ed.Luanda 2017.

108
ANEXOS

ANEXO 1 – Croquis de localização


ANEXO 2 – Estimativas de investimentos fixos
ANEXO 3 – Plano de investiemnto do proyecto
ANEXO 4 – Proposta de preços
ANEXO 5 – Resumo da Proposta

Descrição Subtotal Total


(KZ) ( KZ )
A-ESTABILIDADE 5.102.586,00

1 - MOVIMENTO DE TERRAS 35.931,00


2 - BETÃO ARMADO 5.066.655,00

B-ARQUITECTURA 16.394.108,00
540.000,00
1 - ESTALEIRO
2 - ARQUITECTURA 15.854.108,00
2.1 - ALVENARIAS 2.119.959,00
2.3 - COBERTURAS 1.066.958,00
2.4 - REVESTIMENTOS 9.276.175,70
2.5 - SERRALHARIAS 2.184.300,00
2.6 - PINTURAS 599.545,30
2.7 - EQUIPAMENTO SANITÁRIO 302.170,00
2.8 - ARRANJOS EXTERIORES 185.000,00
2.9 - DIVERSOS 120.000,00

C-INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 1.107.673,59

C.1 - REDE DE ESGOTOS 354.443,59


C.3 - REDE DE ÁGUAS 753.230,00

D-INSTALAÇÕES ELECTRICAS 1.076.003,11

IV - ALIMENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 192.623,00


V - INSTALAÇÃO DE TOMADAS DE USOS GERAIS 186.400,00
VI - INSTALAÇÃO DE ILUMINAÇÃO 696.980,11

E-QUADRA DESPORTIVA 3.451.096,12

TODOS OS TRABALHOS 3.451.096,12

J-INSTALAÇÕES MECÂNICAS 2.136.225,00

1 - AR CONDICIONADO 1.974.500,00
2 - VENTILAÇÃO DE INSTALAÇÕES SANITÁRIAS 161.725,00

K- TELAS FINAIS 75.000,00

1- ELABORAÇÃO DAS TELAS FINAIS 75.000,00

TOTAL DA EMPREITADA 29.342.691,82


ANEXO 6 – Balanço
ANEXO 7 – Demonstração de Resultados Previsional

Você também pode gostar