Você está na página 1de 200

CURSO MÉDIO

EM TEOLOGIA
RECONHECIDO PELA CGADB

Nome do aluno (a):____________________________________

Unidade:____________________________________________

Professor:___________________________________________

Tel.:_________________. Cel.:__________________________
MÓDULO 15
RELIGIÕES
COMPARADAS
I E II
4 Módulo 15
© Copyright 2012 – CETADI – CENTRO DE EDUCAÇÃO
TEOLÓGICA DA AD IPIRANGA
Todos os direitos reservados ao CETADI
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610
de 19 de Fevereiro de 1998
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios
mecânicos, eletrônicos e xerográficos deste livro.

Central de relacionamento personalizada do CETADI


Atendimento presencial:
Rua Vasconcelos Drumond, 455 – Ipiranga – São Paulo – SP -
CEP. 01548 - 000

Atendimento telefônico:
Fixo: 11 2272 1066 ou 98296 5144 (TIM), 99531 7389 (Vivo)

Atendimento online:
SITE: www.cetadi.com.br E-mail: cetadi@adipiranga.org.br

Atendimento expresso:
11 95782 7575 (só SMS) ou 96033 5777 (OI)
Religiões Comparadas I e I 5
DIRETORIA DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO IPIRANGA

Presidente
Pr. Alcides Fávaro

1º Vice Presidente
Pr. José Leanti Pinto

2º Vice Presidente
Pr. Luiz de Oliveira

3º Vice Presidente
Pr. Daniel Vieira Chagas

4º Vice Presidente
Pr. Evair Gomes

5º Vice Presidente
Pr. José Lima Ribeiro

DIRETORIA DO CETADI

Diretor Administrativo
Pr. Vicente Paula Leite

Diretor Adjunto
Professor Jean Carlos

Secretaria
Auzete Mendes

Cursos EAD
Idalina Mendes

Produção e autoria do texto


Prof Claudio Gracindo
6 Módulo 15
Revisão teológica
Pr. Vicente Paula Leite
Prof Jean Carlos

Revisão de línguas Bíblicas


Prof Jean Carlos

Revisão de versículos
Auzete Mendes

Revisão ortográfica
Pr. Vicente Paula Leite

Gráficos neste módulo


Professor Jean Carlos

Programação didática
Prof Jean Carlos

Designer gráfico, arte e capa


Claudio Gracindo

Pré-diagramação
Prof Jean Carlos

Diagramação
Claudio Gracindo
Religiões Comparadas I e I 7
COMO MELHORAR O APROVEITAMENTO NO CURSO

Metodologia de estudo
Caro estudante,
Um bom êxito nos estudos teológicos, seja no presencial ou
à distância, dependerá também de atitudes próprias. Tenha sempre
o cuidado de orar, de consultar e ler a Bíblia, pois sua leitura diária
facilitará a compreensão da matéria em estudo.
Nosso livro tem como finalidade lhe proporcionar um bom
conteúdo, clareza e objetividade para obtenção do conhecimento
teológico. Porém, não esqueça que você como aluno, deve participar
ativamente das disciplinas.
Lembre-se! Nem sempre o acúmulo de conhecimento é o
mesmo que aprendizado. Aprender significa um crescimento como
um todo na vida.

APROVEITAMENTOS EDUCACIONAIS
Na vida, julgamos que tudo tem ou teoricamente teria que ter
aproveitamento, sendo assim, segue algumas sugestões:
Nas aulas presenciais:

a) Procurar o sentido ou significado de cada terminologia;

b) Participar ativamente das aulas, não deixando que a


‘vergonha’ suplante o aprendizado;

d) Sempre anotar as observações adicionais que os nossos


professores passarão durante as aulas;

e) Nunca esquecer as datas das provas e entrega dos


respectivos trabalhos;

f) Evite faltar, pois um conteúdo perdido irá fazer muita


falta.
No ensino à distância

a) Procurar o sentido ou significado de cada terminologia;


8 Módulo 15
b) Dedicar-se ao menos 30 minutos todos os dias para a
leitura das lições e realizações das atividades.

c) Nunca esquecer a data da entrega das avaliações.

d) Dedicar-se ao estudo, lembre-se, o aluno à distância


estará sem o auxílio do professor como no presencial,
procure meios de consultas.

MATERIAL DE ESTUDO PARALELO E


CONDESCENDENTE
Todo aluno deverá ir montando sua própria mini biblioteca
de consultas, para preparar suas mensagens, estudos e palestras, e
no curso não será diferente, assim sendo, sugerimos para auxílio
dos materiais, os seguintes condescendentes:

a) Bíblia Sagrada, se possíveis diversas traduções e de


estudos

b) Atlas Bíblico e/ou secular, principalmente naquelas


disciplinas com mais particularidades geográficas;

c) Dicionário Bíblico e da língua portuguesa;

d) Enciclopédias Bíblicas.

e) Livros e apostilas adicionais que se aproxime e falem


da mesma disciplina.

LOCAL, TEMPOE AVALIAÇÕES NOS ESTUDOS


No final de cada lição, há questões e atividades para a reflexão,
verificação do conhecimento e fixação do conteúdo abordado. Bem
como, para o ensino a distância uma AVALIAÇÃO finalizando o
aprendizado do livro e, para o ensino presencial uma AVALIAÇÃO
aplicada pelo professor. Torna-se, então, importante que você
aluno disponha de um local próprio e tempo para o estudo. Muitos
alunos, infelizmente, deixam para aplicar-se nos estudos somente
na semana das provas ou próximo dela. O método adotado é quase
Religiões Comparadas I e I 9
sempre o mesmo: decorar. Se tratando, de um curso teológico, onde
o foco principal é o aprendizado das Escrituras e por consequência
vida prática; isto exige a necessidade de tempo e dedicação para a
compreensão das lições e por sequência êxito nas avaliações.
Segue algumas dicas para as avaliações:

a) Antes das respectivas avaliações, revise-a parte por


parte;

b) Durantes as provas, permaneça calmo (a ) e seguro (a ),


pois sua aplicação ao estudo, lhe garantirá êxito.

c) Nunca faça uma avaliação com pressa em terminá-la;

d) Leia atentamente as questões, procure compreendê-las.

e) Procure revisar todas as questões antes de entregar


suas provas;

f) Não esqueça de entregar suas avaliações ao coordenador


para que ele envie ao CETADI;

g) Nunca fique sem fazer suas avaliações para não ter


problema na hora de seu histórico;

h) Sempre entre contato com o CETADI ou com seu


coordenador setorial para acompanhar seu histórico
escolar;

i) Quanto ao curso presencial nas unidades, não falta


excessivamente nas aulas, afim de que não prejudique seu
currículo escolar;

j) Lembre-se, você precisará alcançar uma nota mínima de


6 (seis), caso sendo reprovado, deverá fazê-la novamente
combinando na unidade com o professor, caso esteja no
programa EAD, a secretaria do CETADI informara-lo
que não alcançou a média devida, da qual, será reenviada
novamente sem nenhum custo adicional.
10 Módulo 15
SUMÁRIO
UNIDADE I – RELIGIÕES COMPARADAS I
Lição 01 – Judaísmo
1. Conhecendo a história do povo judeu................
2. O Judeu e as Escrituras..................................................
3. O Shabat..........................................................
4. A Estrela de David: Seu Principal Símbolo..................
5. Hebreus, Israelitas, Judeus e Israelenses..............................
6. O Calendário Judaico....................................
7. Correntes no Judaísmo...........................................
8. Judaísmo Messiânico....................
9. Literatura Hebraica..............................
10. Monoteísmo..........................
11. Revelação...................................
12. Conceitos de vida e morte................................
13. Cabala..........................
14. A Lei e o Judeu........................
15. Sinagoga..........................
16. Cherem............................
17. Cultura....................................................
18. Os concertos de Deus com Abrão...............................
19. O concerto de Deus com Isaque.................
20. O concerto de Deus com Jacó.........
21. O concerto de Deus com Davi............................
22. Israel no Plano Divino para a Salvação................................
23. Recapitulação da lição 1.....................................
12 Módulo 15
LIÇÃO 02 – AULA 01 - ISLAMISMO
1. Alcorão, livro sagrado do Islamismo................
2. Oração dos mulçumanos.........................
3. Ensinos, Crenças e Práticas......................................
4. Fundamentos Ensinados pelo Alcorão.............
5. Recapitulação da lição 2............................

LIÇÃO 03 – AULA 01 - HINDUÍSMO


1. História do Hinduísmo............................................
2. Prática de Fé do Hinduísmo.......................
3. Ensinos do Hinduísmo.....................
4. Recapitulação da lição 3............................

LIÇÃO 04 – AULA 01 - INTRODUÇÃO AO BUDISMO


1. História.......................................
2. Ensinos..............................
3. Recapitulação da lição 4......................

LIÇÃO 05 – AULA 01 - CONFUCIONISMO


1. Confucionismo - Filosofia ou Religião?....................
2. Crenças e Práticas Confucionistas........................
3. Sucessores de Confúcio..................................
4. Processo da Deificação de Confúcio............................
5. Os Cinco Clássicos..........................
6. Os Quatro Livros......................
7. A vida além da morte..................................
8. Refutações apoiadas nas verdades bíblicas................
9. Jeová – Jehovah..............................................
10. Recapitulação da lição 5.................................

UNIDADE II – RELIGIÕES COMPARADAS II


LIÇÃO 01 – AULA 01 - LEGIÃO DA BOA VONTADE
1. As Principais Doutrinas da LBV..............................
1. 1. A Quarta Revelação de Deus aos homens....................
1.2. O que é o Espírito Santo para a LBV...............
2. A LBV é um Movimento Ecumênico.....................
3. Recapitulação da lição 1...............................
Religiões Comparadas I e I 13
LIÇÃO 02 – AULA 01 - O ESPIRITISMO
1. Significado...................................
2. Origens do Espiritismo............................
3. As Doutrinas Espíritas e a Bíblia.......................................
3.1. Comunicação com os Mortos.......................
3.2. Reencarnação ....................................
3.3. O que dizer das Curas do Espiritismo? ............................
3.4. Allan Kardec era racista ...............................
3.5. O Espiritismo prega a Destruição do Cristianismo .......
4. Espiritismo em Nota de Rodapé de Bíblias de Estudos.........
5. Recapitulação da lição 2

LIÇÃO 03 – AULA 01 - TEOSOFISMO


1. Conceito e História.......................................
2. Princípios e ensinos do teosofismo..........
2.1. A respeito de Deus.........................................
2.2. A Reencarnação........................................
2.2.1. A Segurança da Bíblia.....................................................
2.3. A Raça Humana................................
3. Recapitulação da lição 3.............................................

LIÇÃO 04 – AULA 01 - RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS


1. Candomblé e suas Origens...........................
2. Umbanda........................................
3. Quimbanda (macumba).............................
4. Recapitulação da lição 4...............................
5. Bibliografia utilizada neste módulo................
14 Módulo 15

Dia de acerto da mensalidade


________________________

Dia de entrega do trabalho de Religiões Comparadas


__________________________

Dia da prova de Religiões Comparadas


__________________________

Módulo estudado

De à 2014
_________________________________________________
ANOTAÇÕES DO ALUNO
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
RELIGIÕES
COMPARADAS UNIDADE I

O texto religioso judeu mais importante é a


Bíblia Hebraica (que os cristãos chamam o
“Antigo Testamento”), que compreende os
livros da Torá, os Profetas e os Hagiógrafos
(chamados também de Escrituras).
16 Módulo 15

a) Estude esta lição em no mínimo


duas horas;

b) Pesquise cada lição online;

c) Não esqueça de fazer seus


exercícios e tarefas;

d) Faça suas anotações ao longo da


matéria;

e) Tente passar para outras pessoas


o aprendizado deste módulo;

f) Não esqueça de orar antes de


começar o estudo.
1a
LIÇÃO
1 Aula
a

Introdução
ao JUdaísmo
Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar
possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever o sentido etimológico do termo ‘judaísmo’;

• Fornecer a informação que de acordo com o judaísmo Deus


revelou as suas leis e mandamentos a Moisés no Monte Sinai,
na forma de uma Torá escrita e oral;

• Difundir que os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos


que formavam o povo judeu.

Data desta lição


_______________
18 Módulo 15

LIÇÃO 01

1. Conhecendo a história do povo judeu

2. O Judeu e as Escrituras

3. O Shabat

4. A Estrela de David: Seu Principal Símbolo

5. Hebreus, Israelitas, Judeus e Israelenses

6. O Calendário Judaico

7. Correntes no Judaísmo

8. Judaísmo Messiânico

9. Literatura Hebraica

9.1. Antiguidade e diáspora

10. Monoteísmo
Religiões Comparadas I e I 19
11. Revelação

12. Conceitos de vida e morte

12.1. Ressurreição e a vida além-morte

13. Cabala

14. A Lei e o Judeu

15. Sinagoga

16. Cherem

17.1. Vestimentas

17.2. Rituais

17.3. Comidas

17.4 Festas judaicas

17.5 Língua hebraica

18. Os concertos de Deus com Abrão

19. O concerto de Deus com Isaque

20. O concerto de Deus com Jacó

21. O concerto de Deus com Davi

21.1. Jesus Cristo em relação a este concerto

22. Israel no Plano Divino para a Salvação

23. Recapitulação da lição 1


20 Módulo 15
Introdução

O termo “judaísmo” veio ao português pelo termo grego


Ιουδαϊσμός (transl. Iudaïsmós), que, por sua vez, designava algo
ou alguém relacionado ao topônimo Judá - em grego Ιούδα (transl.
Iúda), e em hebraico (transl. Yehudá), é uma das três principais
religiões abraâmicas, definida como a “religião, filosofia e modo
de vida” do povo judeu. As leis básicas e princípios do Judaísmo
derivam da Torá - Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia.
O mais importante ensinamento do Judaísmo é o de que existe um
só Deus, incorpóreo e eterno, que quer que todos os povos façam
o justo e o misericordioso. Todos os seres humanos são criados na
imagem de Deus e merecem ser tratado com dignidade e respeito.

Originário da Bíblia Hebraica (também conhecida como


Tanakh) e explorado em textos posteriores, como o
Talmud, é considerado pelos judeus religiosos como a
expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida
entre Deus com os Filhos de Israel. De acordo com o
judaísmo rabínico tradicional, Deus revelou as suas leis e
mandamentos a Moisés no Monte Sinai, na forma de uma
Torá escrita e oral. Esta foi historicamente desafiada pelo
caraítas, um movimento que floresceu no período medieval,
que mantém vários milhares de seguidores atualmente e
que afirma que apenas a Torá escrita foi revelada. Nos
tempos modernos, alguns movimentos liberais, tais
como o judaísmo humanista, podem ser considerados
nãoteístas. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Juda).

O judaísmo afirma uma continuidade histórica que abrange


mais de 3.000 anos. É uma das mais antigas religiões monoteístas
e a mais antiga das três grandes religiões abraâmicas que sobrevive
até os dias atuais. Os judeus são um grupo etnoreligioso e incluem
aqueles que nasceram judeus e foram convertidos ao judaísmo.

Em 2010, a população judaica mundial foi estimada em


13,4 milhões, ou aproximadamente 0,2% da população
mundial total. Cerca de 42% de todos os judeus residem
Religiões Comparadas I e I 21
em Israel e cerca de 42% residem nos Estados Unidos e
Canadá, com a maioria dos vivos restantes na Europa. O
maior movimento religioso judaico é o judaísmo ortodoxo
(judaísmo haredi e o judaísmo ortodoxo moderno), o
judaísmo conservador e o judaísmo reformista. A principal
fonte de diferença entre esses grupos é a sua abordagem em
relação à lei judaica. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Juda).

1 Conhecendo a história do povo judeu


A Bíblia é a referência para entendermos a história deste
povo. De acordo com as Escrituras Sagradas, por volta de 1800 a.C,
Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e
para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem
um filho chamado Jacó. Este luta, num certo dia, com um anjo de
Deus e tem seu nome mudado para Israel.

Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que


formavam o povo judeu. Por volta de 1700 a.C. o povo judeu
migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por
aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por
volta de 1300 a.C. A fuga do Egito foi comandada por Moisés,
que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai.
Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber
um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.
22 Módulo 15
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi.
Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em
dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de
separação, Deus promete a vinda do Messias que iria juntar o povo
de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.

Em 721 a.C começa a diáspora judaica com a invasão


Babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de
Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da
população judaica.

No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem


o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de
Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes
episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura
e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade
após a criação do estado de Israel.

2. O Judeu e as Escrituras
O texto religioso judeu mais
importante é a Bíblia Hebraica
(que os cristãos chamam o “Antigo
Testamento”), que compreende
os livros da Torá, os Profetas e os
Hagiógrafos (chamados também de
Escrituras).

Depois da destruição do Templo de


Jerusalém pelos romanos, no ano 70
da Era Cristã, os eruditos religiosos
judeus da Terra Santa compilaram os
seis volumes da Mishná para registrar
e preservar a regra da legislação religiosa judia, seus preceitos e
costumes. Durante os cinco séculos seguintes, a Mishná foi
suplementada pela Guemará, registro de comentários, discussões
e debates aportados de eruditos rabínicos de Israel e Babilônia.
Juntos, esses dois textos compreendem o Talmud, que continua
sendo uma fonte viva de estudo, pensamento e comentário religioso.
Religiões Comparadas I e I 23
3. O Shabat

Shabath (do hebraico shabāt; shabos ou shabes na pronúncia


asquenazita, “descanso/inatividade”), também grafado como sabá
(português brasileiro) ou sabat (português europeu), é o nome dado
ao dia de descanso semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo
dia em Gênesis, após os seis dias de Criação. As origens do Shabat
se encontram no Decálogo: “Pois Deus criou o mundo em seis
dias e descansou no sétimo. E Deus abençoou o dia do Shabat e
santificou-o” (Êx 20.11).

O Shabath é, portanto, uma afirmação da Criação Divina:


nesse dia interrompe-se o trabalho, pois assim fez o Criador. O dia de
descanso conscientiza o homem de que ele não domina o mundo, e
de que ele depende do poder supremo de Deus. Recebe no Decálogo
uma segunda explicação: “Lembrem-se que eram escravos no Egito
e o Eterno os libertou; por isso Ele lhes ordenou observarem o dia
do Shabat” (Dt 5.15). O Shabat é assim uma celebração da liberdade.

4. A Estrela de David: Seu Principal Símbolo


A Estrela de David, a estrela de seis
pontas, é considerada o símbolo judaico
por excelência. Dada sua presença
constante nos lares judeus e nas
sinagogas, costuma-se atribuir a ela
um caráter especificamente judaico.

A Estrela de David consiste de dois triângulos superpostos


em direções opostas. Os vértices do primeiro triângulo
representam os três pilares da fé: Deus, Homem e Povo. O
segundo triângulo corresponde aos três grandes momentos
da história: Criação (passado), Revelação (passado que
prossegue no presente) e Redenção (futuro). O primeiro
triângulo simboliza a fé judaica; o segundo – a história
judaica. Juntos constituem a essência dos seus ideais.
24 Módulo 15
Estrela de Davi (em português
brasileiro) ou Estrela de David
(em português europeu) (em
hebraico: dwId !gEm, transl. Magen
David), conhecida também
como escudo supremo de Davi
(David), é um símbolo em
forma de estrela formada por
dois triângulos sobrepostos,
iguais, tendo um a ponta
para cima e outro para baixo,
utilizado pelo judaísmo e por
seus adeptos, além de outras
doutrinas como Santo Daime. Outro nome dado a este símbolo
é “Selo de Salomão”. A palavra magen significa escudo, broquel,
defesa, governante, homem armado, escamas. O substantivo magen,
refere-se a um objeto que proporciona cobertura e proteção ao
corpo durante um combate. (http://pt.wikipedia.org/wiki/)

5. Hebreus, Israelitas, Judeus e Israelenses

(a)
Hebreus são os primeiros judeus, os primeiros
habitantes da terra de Israel, aqueles que usaram pela
primeira vez a língua hebraica. O termo tem um sentido
mais étnico e tribal do que religioso;

(b) Quanto a israelitas e judeus, fazia-se uma distinção


no período entre os séculos X e VIII antes da Era
Comum, quando dez tribos estabeleceram-se no norte
da Terra Santa (Reino de Israel) e duas no sul (Reino
de Judá). Hoje, porém, os dois termos são sinônimos.
Judeus, por definição, são aqueles que aderem ao
Judaísmo como religião. E “israelita” é um termo usado
simplesmente por quem não gosta de ser chamado de
judeu. Popularmente, os três termos (hebreus, judeus e
israelitas) são usados indiferentemente. E mesmo entre
os eruditos, a distinção não é uniforme.
(c) Israelense, por outro lado, é um termo que designa
Religiões Comparadas I e I 25
um cidadão do Estado de Israel, não tem nenhuma
conotação religiosa ou étnica.

6. O Calendário Judaico

Baseados na Torá a maior parte das ramificações judaicas


segue o calendário lunar. O calendário judaico rabínico é contado
desde 3761 a.C. O Ano Novo judaico, chamado Rosh Hashaná (em
hebraico significa, literalmente “cabeça do ano”) é o nome dado ao
ano-novo no judaísmo), acontece no primeiro ou no segundo dia
do mês hebreu de Tishrei, que pode cair em setembro ou outubro.

Os anos comuns, com doze meses, podem ter 353, 354 e 355
dias, enquanto os bissextos, de treze meses, 383, 384 ou 385 dias. O
calendário judaico começa a ser contado em 7 de outubro de 3760
a.C.que para os judeus foi a data da criação do mundo.
Diversas festividades são baseados neste calendário: pode-
26 Módulo 15
se dar ênfase às festividades de Rosh Hashaná, Pessach, Shavuót,
Yom Kipur e Sucót. As diversas comunidades também seguem
datas festivas ou de jejum e oração conforme suas tradições. Com
a criação do Estado de Israel diversas datas comemorativas de
cunho nacional foram incorporadas às festividades da maioria das
comunidades judaicas.

Calendário judaico ou hebraico é o nome do


calendário utilizado dentro do judaísmo. Atualmente
os judeus ortodoxos o utilizam no cotidiano para a
determinação das datas de aniversário, falecimento,
casamento entre outras, enquanto a maior parte dos
judeus o utilizam somente para fixar as festividades, os
serviços religiosos e outros eventos da comunidade. O
calendário hebraico é um calendário do tipo lunissolar
cujos meses são baseados nos ciclos da Lua, enquanto
o ano é adaptado regularmente de acordo com o ciclo
solar. Por isso ele é composto alternadamente por anos
de 12 ou 13 meses. (http://pt.wikipedia.org/wiki/)

7. Correntes no Judaísmo

Existem três correntes judaicas


principais: ortodoxa, reformista e
conservadora.

O judaísmo ortodoxo baseia-se


na imutabilidade da Halachá, a lei
judaica, uma lei que é divina em
origem e conteúdo.

O judaísmo reformista
fundamenta-se na mudança; seu
próprio nome implica um judaísmo
em desenvolvimento.

O judaísmo conservador procura ser um meio termo


Religiões Comparadas I e I 27
entre os dois: Halachá como ponto de partida, com uma dose de
flexibilidade que permita sua aplicação no mundo contemporâneo.

8. Judaísmo Messiânico

O judaísmo messiânico mantém e guarda todos os


mandamentos e tradições, base e sustentáculo da cultura e religião
judaica. Acreditam que o messias Y’shua, filho de Iossef e Miriam,
judeu, que foi circuncidado no oitavo dia, nascido como previram as
Escrituras em Beth-Lehem (Belém; criado em Nazareth é o messias
prometido por Deus, o príncipe da paz e salvador de todo Israel,
como também dos goyim (gentios). Obedecem a Torá, o Tanach e
o Brit Chadascha (Novo Testamento). São, porém desvinculados da
lei oral e escrita rabínica).

Na Inglaterra, o movimento conhecido como Hebreu-


28 Módulo 15
Cristianismo iniciou-se com o princípio básico de reunir
cristãos de origem judaica, tendo em vista o propósito
de conscientizá-los de sua identidade judaica e reavivá-
la. Nos Estados Unidos, uma organização similar foi
fundada em 1915 [...] O moderno Judaísmo Messiânico,
finalmente “estabelecido” a partir da década de 1960,
intitula-se como um movimento originalmente judaico,
fundado por membros judeus e para judeus, embora não
seja reconhecido como tal [...] Estes grupos messiânicos
são apoiados por igrejas evangélicas que atualmente tem
promovido uma aceitação das tradições judaicas como o
uso de músicas e orações em hebraico, adoção de festas
religiosas judaicas, itens como kipá e tefilin [...] O governo
de Israel não reconhece os assim autodenominados
“judeus messiânicos” como judeus para efeitos de aliá
(imigração de judeus a Israel), uma vez que a Lei do
Retorno considera aptos à Aliá filhos ou netos de judeus
que não sigam crenças e costumes estranhos ao judaísmo,
como é o caso do cristianismo. (http://pt.wikipedia.org/)

9. Literatura Hebraica

Iniciada com os escritos bíblicos que, ao longo da história,


permaneceria como sua fonte fundamental de inspiração, a literatura
hebraica é uma das mais antigas da humanidade. Outro de seus traços
característicos é a dispersão no espaço, devido à diáspora judaica.
Os grandes documentos da literatura hebraica são
o Antigo Testamento e os Apócrifos. Partes dos
Pseudoepígrafos e os Peregrinos do Mar Morto, se
produziram antes da conquista da Judéia do Imperador
Tito. A literatura dos judeus se desenvolveu basicamente
em língua hebraica, ainda que também se produziram
obras em grego, arameu e árabe. No século II da era cristã
começou o período talmúdico, que durou até o século
VI. Nesta época se recopilou, editou e interpretou o
Talmud, um trabalho enciclopédico anônimo da religião
e da guerra civil. Também formam parte da literatura
hebraica, a recopilação de halakah, Midrasa (parte do
Religiões Comparadas I e I 29
Talmud) e o material haggadic. No século IV se finalizou
a tradução do Pentateuco e do Profeta. Nos séculos VI e
VII se desenvolveu o Masorá na Palestina. Na Babilônia,
depois do século VI, os gaonim produziram várias obras
literárias de interesse para a literatura hebraica (http://
www.hebraico.net/pthebrew/literature.asp)

9.1. Antiguidade e diáspora

O Antigo Testamento constitui um conjunto de livros


sagrados escritos aproximadamente do século XII ao século I
a.C. Dentro dessa faixa de tempo, cabe
distinguir dois períodos: antes e depois
de 587 a.C., ano em que se iniciou o
regresso do povo judaico de seu exílio
na Babilônia.

A poesia bíblica primitiva baseava-se no


princípio do paralelismo, que consistia na
repetição, nas duas metades do verso, do
mesmo conteúdo ou de conteúdos inter-
relacionados: “Os seus pés levam para a Morte, e os seus passos
dirigem-se para o Xeol.” (Pv 5.5). Dos escritos do segundo período,
não foram todos que chegaram a formar parte do cânon bíblico,
já que foram excluídos numerosos textos de caráter profano ou
que não se ajustavam à ortodoxia. Muitos foram encontrados entre
os manuscritos do mar Morto, que enriqueceram o conjunto da
literatura hebraica antiga.

10. Monoteísmo

O princípio básico do judaísmo é a unicidade absoluta de


YHWH como Deus e criador, onipotente, onisciente, onipresente,
que influencia todo o universo, mas que não pode ser limitado de
forma alguma. A afirmação da crença no monoteísmo manifesta-se
na profissão de fé judaica conhecida como Shemá. Assim qualquer
tentativa de politeísmo é fortemente rechaçada pelo judaísmo, assim
como é proibido seguir ou oferecer prece a outro que não seja YHWH.
30 Módulo 15
O monoteísmo (do grego: μόνος, transl. mónos,
“único”, e θεός, transl. théos, “deus”: único deus) é a
crença na existência de apenas um só Deus. Diferente
do politeísmo que conceitua a natureza de vários deuses,
como também diferencia-se do henoteísmo por ser este
a crença preferencial em um deus reconhecido entre
muitos. [...] O henoteísmo envolve a devoção a um
deus único, ao mesmo tempo em que aceita a existência
de outros deuses [...] O panenteísmo é uma forma de
monoteísmo monista, que sustenta que Deus é todo da
existência. O universo é parte de Deus [...] O monoteísmo
trinitário é a doutrina cristã da crença em um Deus que
é três diferentes pessoas; Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo. (http://pt.wikipedia.org/)

11. Revelação

O judaísmo defende uma relação especial entre Deus e o


povo judeu, manifesta através de uma revelação contínua de geração
a geração. O judaísmo crê que a Torá é a revelação eterna dada por
Deus aos judeus. Os judeus rabinitas e caraítas também aceitam
que homens através da história judaica foram inspirados pela
profecia, sendo que muitas das quais estão explícitas nos Neviim e
nos Kethuvim. O conjunto destas três partes formam as Escrituras
Hebraicas conhecidas como Tanakh.

A profecia dentro do judaísmo não tem o caráter


exclusivamente adivinhatório como assume em outras religiões,
mas manifestava-se na mensagem da Divindade para com seu
povo e o mundo, que poderia assumir o sentido de advertência,
julgamento ou revelação quanto à Vontade da Divindade. Esta
profecia tem um lugar especial desde o princípio do mosaísmo,
seguindo pelas diversas escolas de profetas posteriores (que serviam
como conselheiros dos reis) e tendo seu auge com a época dos
dois reinos. Oficialmente se reconhece que a época dos profetas
encerra-se na época do exílio babilônico e do retorno a Judá. No
entanto o judaísmo reconheceu diversos profetas durante a época
do Segundo Templo, e durante o posterior período rabínico.
Religiões Comparadas I e I 31
12. Conceitos de vida e morte

O entendimento dos conceitos de corpo, alma e espírito no


judaísmo varia conforme as épocas e as diversas seitas judaicas. O
Tanach não faz uma distinção teológica destes, usando o termo
que geralmente é traduzido como alma (néfesh) para se referir à
vida e o termo geralmente traduzido como espírito (ruakh) para se
referir a fôlego. Deste modo, as interpretações dos diversos grupos
são muitas vezes conflitantes, e muitos estudiosos preferem não
discorrer sobre o tema.

12.1. Ressurreição e a vida além-morte

O Tanach, excetuando alguns pontos poéticos e controversos,


jamais faz referência a uma vida além da morte, nem a um céu
ou inferno, pelo que os saduceus posteriormente rejeitavam estas
doutrinas. Porém após o exílio em Babilônia, os judeus assimilaram
as doutrinas da imortalidade da alma, da ressurreição e do juízo
final, e constituíam em importante ensino por parte dos fariseus.

Nas atuais correntes do judaísmo, as afirmações sobre o que


acontece após a morte são postulados e não afirmações, e varia-
se a interpretação dada ao que ocorre na morte e se existe ou não
ressurreição. A maioria das correntes crê em uma ressurreição no
mundo vindouro (Olam Habá), incluindo os caraítas, enquanto
outra parcela do judaísmo crê na reencarnação, e o sentido do que
seja ressurreição ou reencarnação varia de acordo com a ramificação.
32 Módulo 15
Tanakh ou Tanach é um acrônimo utilizado dentro do
judaísmo para denominar seu conjunto principal de
livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode
chamar de uma Bíblia judaica. O conteúdo do Tanakh
é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém
com outra divisão. De acordo com a tradição judaica,
o Tanakh consiste de vinte e quatro livros. A palavra
é formada pelas sílabas iniciais das três porções que a
constituem, a saber: hrAT – Torá = O mais importante
dos livros do judaísmo, 5 livros conhecidos como
Pentateuco ou Chumash – Neviim = 8 livros conhecidos
como Profetas; – Ketuvim = 11 livros conhecidos como
“Escritos”. (http://pt.wikipedia.org/)

13. Cabala

Cabala (também Kabbalah,


Qabbala, cabbala, cabbalah,
kabala, kabalah, kabbala).
Kabbalah é uma palavra de
origem hebraica que significa
recepção. Cabala é o nome
dado ao conhecimento místico
esotérico de algumas correntes
do judaísmo, que defende
interpretação do universo, de
Deus e das escrituras através de
suas naturezas divinas.

A Kabbalah — corpo de sabedoria espiritual mais antigo — contém


as chaves, que permaneceram ocultas durante um longo tempo, para
os segredos do universo, bem como as chaves para os mistérios do
coração e da alma humana. Os ensinamentos cabalísticos explicam
as complexidades do universo material e imaterial, bem como a
natureza física e metafísica de toda a humanidade. A Kabbalah mostra
em detalhes como navegar por este vasto campo, a fim de eliminar
toda forma de caos, dor e sofrimento. (http://pt.wikipedia.org/)
Religiões Comparadas I e I 33
14. A Lei e o Judeu

A lei judaica ortodoxa considera judeu todo aquele que nasceu


de mãe judia ou se converteu de acordo com essa mesma lei, segundo
o judaísmo rabínico. Algumas ramificações como o Reformismo
e o Reconstrucionismo aceitam também a linhagem patrilinear,
desde que o filho tenha sido criado e educado em meio judaico.


Um judeu que deixe de praticar
o judaísmo e se transforme num
judeu não-praticante continua a ser
considerado judeu. Um judeu que não
aceite os princípios de fé judaicos e
se torne agnóstico ou ateu também
continua a ser considerado judeu.

No entanto, se um judeu se converte a uma outra religião, ou


ainda, que se afirme “judeu messiânico” (ramificação que defende
Jesus como o messias para os judeus) geralmente é visto como que
perdido o lugar como membro da comunidade judaica tradicional
e transforma-se num apóstata. Esta pessoa, caso pretenda retornar
ao judaísmo, não precisa se converter, de acordo com a maior parte
das autoridades em lei judaica, mas abjurar das antigas práticas
relativas às outras fés.

As pessoas que desejam se converter ao judaísmo devem


aderir aos princípios e tradições judaicas. Os homens têm de passar
pelo ritual do brit milá (circuncisão). Qualquer converso tem
de passar ainda pelo ritual da mikvá ou banho ritual. Os judeus
ortodoxos reconhecem apenas conversões feitas por seus tribunais
rabínicos, seja em Israel ou em outros locais. As comunidades
reformistas e liberais também exigem a adesão aos princípios e
tradições judaicos, o brit milá e a mikvá, de acordo com os critérios
estipulados em cada movimento.
34 Módulo 15
15. Sinagoga

A sinagoga é o local das reuniões religiosas da comunidade


judaica, hábito adquirido após a conquista de Judá pela Babilônia
e a destruição do Templo de Jerusalém. Com a inexistência de um
local de culto, cada comunidade desenvolveu seu local de reuniões,
que após a construção do Segundo Templo tornou-se os centros
de vida comunitária das comunidades da Diáspora. Na estrutura da
sinagoga destaca-se o rabino, líder espiritual dentro da comunidade
judaica e o chazan (cantor litúrgico).

16. Cherem

O Chérem é a mais alta censura eclesiástica na comunidade


judaica. É a exclusão total da pessoa da comunidade judaica. Exceto
em casos raros que tiveram lugar entre os judeus ultraortodoxos,
o chérem deixou de se praticar depois do Iluminismo, quando
as comunidades judaicas locais perderam a autonomia de que
dispunham anteriormente e os judeus foram integrados nas nações
gentias em que viviam.

Cherém é o mais alto grau de punição dentro do


judaísmo: a pessoa é totalmente excluída da comunidade
judaica. Um dos motivos que podem levar à exclusão
da comunidade judaica é a intermediação de negócios
(ser avalista) com o uso do poder rabinical, o tráfico de
drogas por membros da comunidade, uso de drogas
ou profanação de objetos sagrados judaicos. (http://
pt.wikipedia.org/)
Religiões Comparadas I e I 35
17. Cultura

Cultura judaica é o nome dado ao conjunto de tradições


passadas de geração à geração
pelo Judaísmo oriundas dos tratos
religiosos, do local em que a
comunidade judaica foi radicada e
da era em que a comunidade judaica
viveu.

Cultura judaica lida com os


d i v e r s o s aspectos culturais das
comunidades judaicas, oriundos da prática do judaísmo, de sua
integração aos diversos povos e culturas no mundo, assim como
assimilação dos costumes destes. Entre os principais aspectos da
cultura judaica podemos enfatizar os idiomas, as vestimentas e a
alimentação (Cashrut).

17.1. Vestimentas

Solidéu, símbolo distintivo usado principalmente pelos judeus


rabínicos como temor a Deus. O judaísmo possui algumas tradições
religiosas e culturais em relação à vestimentas, dentre as quais
podemos destacar:

a) Kipá são os chapéus ou toucas utilizado pelos judeus


tanto como símbolo da religião como símbolo de “temor
a Deus”;

b) Tzitzit é o nome dado à franjas do talit, que servem


como meio de lembrança dos mandamentos de Deus.

As regras para vestimentas no judaísmo variam de acordo


com a comunidade judaica, como por exemplo, no uso do kipá (os
caraítas não o usam) ou do tzitzit, pelos judeus ortodoxos. Entre as
vestimentas existem ainda costumes sefaradi (judeus da Península
Ibérica) e asquenazitas (judeus da Europa Central e Europa Oriental).
36 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 37
17.2. Rituais

Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos


(aos 8 dias de vida) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na
vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas (aos 12
anos de idade). Os homens judeus usam a kippá, pequena touca, que
representa o respeito a Deus no momento das orações. Nas sinagogas,
existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo
Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá.

17.3. Comidas

Casher significa apto ou apropriado e o alimento inapropriado


é chamado de treifá. Dentro do judaísmo há diversos preceitos
baseados na Torá e na Halachá que estabelecem as regras para que
um alimento possa ser considerado casher e servir para consumo.

A alimentação dos judeus era baseada em couves, vinhos,


especiarias, molhos, cerveja e muito importante, o pão.
Vestiam-se a rigor para a hora das refeições e comiam
com rapidez. Os judeus não comem carne de porco,
cavalo, camelo, coelho, caranguejo, lagosta e camarão. Na
verdade, à exceção de peixes com escamas, nenhum fruto
do mar é permitido. Há também a proibição de misturar
leite e carne. Devendo haver um espaço de seis horas entre
os alimentos de uma origem. (http://pt.wikipedia.org/)

17.4 Festas judaicas

Yom Tov ou festival é um dia, ou vários dias observados


pelos Judeus como uma comemoração sagrada ou secular de um
importante evento da História Judaica. Em Hebraico, os feriados e
os festivais judaicos, dependendo da sua natureza, são chamados de
yom tov (“dia bom”), chag (“festival”) ou taanit (“jejum”).

As origens das várias festas judaicas geralmente encontra-


se nas mitzvot (mandamentos bíblicos), decreto rabínico, ou na
moderna história de Israel. Eis alguns deles: 1 Rosh Hashanah
38 Módulo 15
— O Ano Novo Judaico; 2 Aseret Yemei Teshuva — Dez Dias
de Arrependimento; 3 Yom Kippur — Dia do Perdão; 4 Sucot; 5
Shemini Atzeret e Simchat Torá; 6 Chanucá — Festival das Luzes;
7 Dez de Tevet; 8 Tu Bishvat - Novo Ano das Árvores; 9 Purim —
Festival das Sortes; 10 Novo Ano dos Reis; 11 Pessach — Páscoa;
12 Sefirah — Contagem do Omer; 13 Lag Ba’Omer; 14 Novas
Festas Nacionais Israelitas/Judaicas; 14.1 Yom HaShoá — Dia da
Memória do Holocausto; 14.2 Yom Hazikaron — Dia da Memória
dos Soldados; 14.3 Yom HaAtzmaut — Dia da Independência de
Israel; 14.4 Yom Yerushalaim — Dia de Jerusalém; 15 Shavuot —
Festa das Semanas — Yom HaBikurim; 16 Dezessete de Tamuz;
17 As Três Semanas e os Nove Dias; 18 Tisha BeAv — Nove de
Av; 19 Dízimo de Animais; 20 Rosh Chodesh — o Novo Mês; 21
Shabbat — O Sábado.

17.5 Língua hebraica

O hebraico (também chamado Lashon haKodesh (“A


Língua Sagrada”) ) é o principal idioma utilizado no judaísmo
utilizado como língua litúrgica durante séculos. Foi revivido como
um idioma de uso corrente no século XIX e utilizado atualmente
como idioma oficial no Estado de Israel. No entanto diversas
comunidades judaicas utilizam outros idiomas cuja origem em sua
maioria surgem da mistura do hebraico com idiomas locais.
Religiões Comparadas I e I 39
O hebraico é uma língua semítica pertencente à família
das línguas afro-asiáticas. A Bíblia original, a Torá, que os
judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de
Moisés, cerca de 3.300 anos atrás, foi redigida no hebraico
dito “clássico”. Embora hoje em dia seja uma escrita
foneticamente impronunciável, devido à inexistência
de vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus têm-
na sempre chamado de Lashon haKodesh (“A Língua
Sagrada”) já que muitos acreditam ter sido escolhida para
transmitir a mensagem de Deus à humanidade. Por volta
da primeira destruição de Jerusalém pelos babilônios
em 586 a.C., o hebraico clássico foi substituído no
uso diário pelo aramaico, tornando-se primariamente
uma língua franca regional, tanto usada na liturgia, no
estudo do Mishná (parte do Talmude) como também
no comércio. O hebraico renasceu como língua falada
durante o final do século XIX e começo do século XX
como o hebraico moderno, adotando alguns elementos
dos idiomas árabe, ladino, iídiche, e outras línguas que
acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada
pela maioria dos habitantes do Estado de Israel, do qual
é a língua oficial primária. (http://pt.wikipedia.org/)

18. Os concertos de Deus com Abrão

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua


parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei
o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que
te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e
em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).

A chamada de Abrão (posteriormente chamado Abraão, Gn


17.5), conforme a narrativa de Gênesis 12 dá início a um novo
capítulo na revelação do Antigo Testamento sobre o propósito
divino de redimir e salvar a raça humana. A intenção de Deus era
que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse
os seus caminhos (Gn 18.19). Dessa família surgiria uma nação
40 Módulo 15
escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras
nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus
Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher
(Gn 3.15; Gn 3.8, 16, 18).

Como vimos já acima, Deus, ao estabelecer comunhão


com Abraão, mediante o concerto (cap. 15 de Gênesis), fez-lhe
claramente várias promessas: Deus como escudo e recompensa de
Abraão (Gn 15.1), descendência numerosa (Gn 15.5) e a terra de
Canaã como sua herança (Gn 15.7; 15.6; 17.8; 12.1-3).

19. O concerto de Deus com Isaque

Deus procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada


geração seguinte, a partir de Isaque, filho de Abraão (Gn 17.21).
Noutras palavras, não bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão;
ele, também, precisava aceitar pela fé as promessas de Deus. Somente
então é que Deus diria: “Eu sou
contigo, e abençoar-te-ei, e
multiplicarei a tua
semente” (Gn 26.24).

Durante os vinte primeiros


anos do seu casamento,
Isaque e Rebeca não tiveram
filhos (Gn 25.20,26). Rebeca
permaneceu estéril até que Isaque orou ao Senhor, pedindo que
sua esposa concebesse (Gn 25.21). Esse fato demonstra que
o cumprimento do concerto não se dá por meios naturais, mas
somente pela ação graciosa de Deus, em resposta à oração e busca
da sua face (Gn 25.21).

Contudo, Isaque também tinha de ser obediente para continuar a receber


as bênçãos do concerto. Quando uma fome assolou a terra de Canaã, por
exemplo, Deus proibiu Isaque de descer ao Egito, e o mandou ficar onde
estava. Se obedecesse a Deus, teria a promessa divina: “... confirmarei
o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai” (Gn 26.3; 26.5).
Religiões Comparadas I e I 41
20. O concerto de Deus com Jacó

Isaque e Rebeca tinham dois filhos: Esaú e Jacó. Era de se


esperar que as bênçãos do concerto fossem transferidas ao
primogênito, isto é, Esaú. Deus, porém, revelou a Rebeca
que seu gêmeo mais velho serviria ao mais novo, e o próprio
Esaú veio a desprezar a sua primogenitura (Gn 25.31).
Além disso, ele ignorou os padrões justos dos seus pais,
ao casar-se com duas mulheres que não seguiam ao Deus
verdadeiro. Em suma: Esaú não demonstrou qualquer
interesse pelas bênçãos do concerto de Deus. Daí, Jacó,
que realmente aspirava às bênçãos espirituais futuras,
recebeu as promessas no lugar de Esaú (Gn 28.13-15).

Como no caso de Abraão e de Isaque, o concerto com


Jacó requeria “a obediência da fé” (Rm 1.5) para a sua perenidade.
Durante boa parte da sua vida, esse patriarca serviu-se da sua
própria habilidade e destreza para sobreviver e progredir. Mas foi
somente quando Jacó, finalmente, obedeceu ao mandamento e à
vontade do Senhor (Gn 31.13), no sentido de sair de Harã e voltar
à terra prometida de Canaã e, mais expressamente, de ir a Betel (Gn
35.1-7), que Deus renovou com ele as promessas do concerto feito
com Abraão (Gn 35.9-13).

21. O concerto de Deus com Davi

... A tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti;
teu trono será firme para sempre (2Sm 7.16).

Embora a palavra “concerto” não ocorra literalmente em 2Sm


7, é evidente que Deus estava estabelecendo um concerto
com Davi. Em Sl 89.3, 4, por exemplo, Deus diz: “Fiz um
concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: a tua
descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono
de geração em geração” (ver também Sl 89.34-36). A promessa
de que o trono do povo de Deus seria estabelecido para sempre
através da descendência de Davi é exatamente a mesma que
Deus fez a Davi em 2Sm 7. Além disso, posteriormente em
2Samuel, o próprio Davi faz referência ao “concerto eterno”
que Deus fez com ele (2Sm 23.5), sem dúvida aludindo a 2Sm 7.
42 Módulo 15
21.1. Jesus Cristo em relação a este concerto

Havia, porém, um aspecto do concerto de Deus com


Davi que era incondicional — que o reino de Davi seria por fim
estabelecido para sempre.

A culminância da
promessa de Deus era que da
linhag em de Davi viria um
descendente que
seria o Rei messiânico
e eterno. Este Rei
dominaria sobre os fiéis em
Israel e sobre todas as
nações (cf. Is 9.6, 7; 11.1, 10;
Mq 5.2, 4). Sairia da cidade
de Belém (Mq 5.2, 4), e seu
g overno se estenderia até
os confins da terra (Zc 9.10).
Ele seria chamado: “O
SENHOR, Justiça Nossa” (Jr 23.5, 6) e consumaria a redenção do
pecado (Zc 13.1). O cumprimento da promessa davídica teve início
com o nascimento de Jesus Cristo, anunciado pelo anjo Gabriel a
Maria, uma piedosa descendente da família de Davi (Lc 1.30-33; cf.
At 2.29-35).

Essa promessa foi um desdobramento do concerto feito


em Gn 3.15, que predisse a derrota de Satanás através de um
descendente de Eva (Gn 3.15); foi um prosseguimento do concerto
feito com Abraão e seus.

O cumprimento dessa promessa abrangia a ressurreição de


Cristo dentre os mortos e sua exaltação à destra de Deus no céu (At
2.29-33), de onde Ele agora governa como Rei dos reis e Senhor dos
senhores. A primeira missão de Cristo como o Senhor exaltado foi o
derramamento do Espírito Santo sobre o seu povo (At 1.8; 2.4, 33).
Religiões Comparadas I e I 43
O régio governo de Cristo caracteriza-se por um chamamento,
dirigido a todas as pessoas, no sentido de largarem o pecado e
o mundo perverso, aceitarem Cristo como Senhor e Salvador e
receberem o Espírito Santo (At 2.32-40).

22. Israel no Plano Divino para a Salvação

Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos


os que são de Israel são israelitas (Rm 9.6).

Em Rm 9-11, Paulo trata da eleição de Israel no passado,


da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura.
Esses três capítulos foram escritos para responder à pergunta que
os crentes judaicos faziam: como as promessas de Deus a Abraão
e à nação de Israel poderiam permanecer válidas, quando a nação
de Israel, como um todo, não parece ter parte no evangelho? Há
três elementos distintos no exame que Paulo faz de Israel no plano
divino da salvação.

O primeiro (Rm 9.6-29) é um exame da eleição de Israel no passado.

Em Romanos 9.6-13, Paulo afirma que a promessa de


Deus a Israel não falhou, pois a promessa era só para os fiéis da
nação. Visava somente o verdadeiro Israel, aqueles que eram fiéis à
promessa (Gn 12.1-3; 17.19). Sempre há um Israel dentro de Israel,
que tem recebido a promessa.

Em Romanos 9.14-29, Paulo chama a nossa atenção para


o fato de que Deus tem o direito de fazer o que Ele quer com
os indivíduos e as nações. Tem o direito de rejeitar a Israel, se
desobedecerem a Ele e o direito de usar de misericórdia para com
os gentios, oferecendo-lhes a salvação, se Ele assim decidir.

O segundo elemento (Rm 9.30-10.21) analisa a rejeição


presente do evangelho por Israel. Seu erro de não voltar-se para
Cristo, não se deve a um decreto incondicional de Deus, mas à sua
própria incredulidade e desobediência (Rm 10.3).
44 Módulo 15
Finalmente, Paulo explica (Rm 11.1-36) que a rejeição de
Israel é apenas parcial e temporária. Israel por fim aceitará a salvação
divina em Cristo. O argumento dele contém vários passos:

a) Deus não rejeitou o Israel verdadeiro, pois Ele


permaneceu fiel ao “remanescente” que permanece fiel a
Ele, aceitando a Cristo (11.1-6).

b) No presente, Deus endureceu a maior parte de Israel,


porque os israelitas não quiseram aceitar a Cristo (Rm
11.7-10; cf. 9.31-10.21).

c) Deus transformou a transgressão de Israel (isto é, a


crucificação de Cristo) numa oportunidade de proclamar
a salvação a todo o mundo (Rm 11.11, 12, 15).

d) Durante esse tempo presente da incredulidade


nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto os
judeus como os gentios (Rm 10.12, 13) depende da fé
em Jesus Cristo (Rm 11.13-24).

e) A fé em Jesus Cristo, por uma parte do Israel nacional,


acontecerá no futuro (Rm 11.25-29).

f) O propósito sincero de Deus é ter misericórdia de


todos, tanto dos judeus como dos gentios, e incluir no
seu reino todas as pessoas que creem em Cristo (Rm
11.30-36; 10.12, 13; 11.20-24).

Esse exame da condição de Israel não se refere à vida ou


morte eterna de indivíduos após a morte. Pelo contrário, Paulo está
tratando do modo como Deus lida com nações e povos do ponto
de vista histórico, isto é, do seu direito de usar povos e nações
conforme Ele quer. Por exemplo, sua escolha de Jacó em lugar de seu
irmão Esaú teve como propósito fundar e usar as nações de Israel
e de Edom, oriundas dos dois. Nada tinha que ver com seu destino
eterno, isto é, quanto a sua salvação ou condenação como indivíduos.
Uma coisa é certa: Deus tem o direito de chamar as pessoas e nações
que Ele quiser, e determinar-lhes responsabilidades a cumprir.
Religiões Comparadas I e I 45

O cumprimento dessa promessa abrangia


a ressurreição de Cristo dentre os mortos
e sua exaltação à destra de Deus no céu
(At 2.29-33), de onde Ele agora governa
como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
A primeira missão de Cristo como o Senhor
exaltado foi o derramamento do Espírito
Santo sobre o seu povo (At 1.8; 2.4, 33).

A oportunidade de salvação está perante a nação de Israel,


se ela largar sua incredulidade (Rm 11.23). Semelhantemente,
os crentes gentios que agora são parte da igreja de Deus são
advertidos de que também correm o mesmo risco de serem
cortados da salvação (Rm 11.13-22). Eles devem sempre
perseverar na fé com temor. A advertência aos crentes
gentios em Romanos 11.20-23, pelo fato da falha de Israel,
é tão válida hoje quanto o foi no dia em que Paulo a escreveu.

Finalmente, as Escrituras estão repletas de promessas de uma


futura restauração de Israel ao aceitarem o Messias. Tal restauração
terá lugar ao findar-se a Grande Tribulação, na iminência da volta
pessoal de Cristo (Is 11.10-12; 24.17-23; 49.22, 23; Jr 31.31-34; Ez
37.12-14; Rm 11.26; Ap 12.6).
46 Módulo 15

23. Recapitulação da lição 1

Nesta lição aprendemos que:


a) Que durante esse tempo presente da incredulidade
nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto os
judeus como os gentios depende da fé em Jesus;

b) Que em Romanos 9.6-13, Paulo afirma que a promessa


de Deus a Israel não falhou;

c) Que a justificação é o dom do perdão de Deus por


amor de Jesus;

d) Que o hebraico é uma língua semítica pertencente à


família das línguas afro-asiáticas.
Religiões Comparadas I e I 47

Para o aluno
48 Módulo 15
2a
LIÇÃO
2a Aula

ao Islamismo
Introdução

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar


possibilitado para responder os seguintes pontos:

• Descrever o sentido etimológico do termo ‘islã’;

• Fornecer a informação que de O livro sagrado do


Islamismo é o alcorão;

• Difundir que os sunitas e xiitas lutam entre si através


dos séculos.

Data desta lição


_______________
50 Módulo 15

1. Alcorão, livro sagrado do Islamismo

2.1. Muçulmanos Xiitas

3. Ensinos, Crenças e Práticas

3.1. O Livro Sagrado - Alcorão

4. Fundamentos Doutrinários Ensinados pelo Alcorão


4.1. Deus

4.2. Espírito Santo

4.3. Humanidade

4.5. Salvação

4.6. A Descrição do Inferno no Islamismo

4.7. A Descrição do Paraíso

5. Recapitulação da lição 2
Religiões Comparadas I e I 51
O Islamismo é uma religião monoteísta, ou seja, acredita na
existência de um único Deus; é fundamentada nos ensinamentos de
Mohammed, ou Muhammad, chamado pelos ocidentais de Maomé.
Nascido em Meca, no ano 570, Maomé começou sua pregação aos
40 anos, na região onde atualmente corresponde ao território da
Arábia Saudita. Conforme a tradição, o arcanjo Gabriel revelou-lhe
a existência de um Deus único.

A palavra islã significa submeter-se e exprime a obediência


à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus
seguidores são os muçulmanos (Muslim, em árabe),
aquele que se subordina a Deus. Atualmente, é a religião
que mais se expande no mundo, está presente em mais de
80 países. (http://www.brasilescola.com/)

1 Alcorão, livro sagrado do Islamismo


O livro sagrado do Islamismo é o alcorão (do árabe alqur´rãn,
leitura), consiste na coletânea das supostas revelações divinas
recebidas por Maomé de 610 a 632. Seus principais ensinamentos
são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade
e justiça nas relações entre os seres humanos.

Cópia do Alcorão - livro sagrado do Islã


52 Módulo 15
2. Oração dos mulçumanos

Após a morte de Maomé, a religião islâmica sofreu


ramificações, ocorrendo divisão em diversas vertentes com
características distintas. As vertentes do Islamismo que possuem
maior quantidade de seguidores são a dos sunitas (maioria) e a
dos xiitas. Xiita significa “partidário de Ali” – Ali Abu Talib, califa
(soberano muçulmano) que se casou com Fátima, filha de Maomé,
e acabou assassinado. Os sunitas defenderam o califado de Abu
Bakr, um dos primeiros convertidos ao Islã e discípulo de Maomé.
As principais características são:

2.1. Muçulmanos Xiitas

Uma das duas maiores Seitas do Islamismo. Surgiu uma disputa


depois da morte de Maomé, sobre quem seria o sucessor legítimo do
profeta. Os xiitas, ou “guerrilheiros”, acreditavam que o genro dele,
Ali, fosse seu legítimo herdeiro. Esta seita, extremamente pequena,
foi popularizada por Safavid, na Pérsia. Atualmente, constitui
Religiões Comparadas I e I 53
aproximadamente 10% da população do mundo muçulmano, mas
certamente compõe a mais expressiva de todas as facções islâmicas.
Os líderes xiitas são chamados Imãs, os quais possuem extrema
autoridade espiritual sobre seus súditos, e buscam manter uma
interpretação do Alcorão estritamente severa e autoritária. Um
exemplo óbvio disso nos tempos modernos foi a liderança do Aiatolá
Khomeini (1900-1989) nos anos 80. Ele chegou ao poder em 1979,
através de um golpe contra o Xá Mohammad Reza Shah Pahlevi.
O início de sua permanência no poder, que durou uma década,
foi marcado pelo sequestro de um grupo de norte-americanos
por 444 dias e, pouco antes de sua morte, apareceu novamente no
cenário internacional, a fim de decretar a sentença de morte contra
Salman Rushdie, autor do livro Versos Satânicos, considerado
por Khomeini e pelos xiitas uma blasfêmia contra o Alcorão.

2.2. Muçulmanos Sunitas

A maioria dos muçulmanos (90%) é composta de sunitas.


Diferentemente dos xiitas, esse grupo é considerado a principal
corrente tradicionalista do Islamismo. Eles aceitaram os quatro
primeiros califas - Abu Bakr, Ornar, Othman e Ali - como os legítimos
sucessores de Maomé. Do ponto de vista político, os sunitas são
radicalmente diferentes dos xiitas. Enquanto estes consideram o
governo como uma instituição de Alá, a fim de estabelecer uma
teonomia na Terra, aqueles acreditam que a fé islâmica é para ser
vivida dentro do contexto dos governos terrenos existentes. De
modo geral, os sunitas são mais tolerantes para com a diversidade;
portanto, mais aptos à adaptação das culturas divergentes do mundo.

Os sunitas e xiitas lutam entre si através dos séculos. O


ódio não é diferente das amargas guerras religiosas que assolaram
a Cristandade, principalmente depois da Reforma, quando os
católicos e os protestantes tentaram resolver muitas de suas
divergências através da espada.
54 Módulo 15
3. Ensinos, Crenças e Práticas

Apesar da grande diversidade étnica e cultural entre os


muçulmanos, os principais dogmas são compartilhados pelos dois
grupos, e servem como ponto de união entre eles.

Todo o pensamento islâmico resume-se na Shahadah: “Não


há Deus além de Alá; Maomé é o profeta de Alá”. Este lema é
utilizado em todos os aspectos da vida muçulmana.

3.1. O Livro Sagrado - Alcorão

Trecho do alcorão com referências as mulheres


Religiões Comparadas I e I 55
O livro sagrado do Islamismo é o Alcorão (grafado Qur’an
em muitos textos). Os muçulmanos acreditam que ele seja a
Revelação de Alá para Maomé, o qual transmitiu os conhecimentos
divinos nos escritos. Embora não haja textos comprovadamente
escritos pelo próprio profeta, seus primeiros seguidores reuniram
seus ensinamentos em forma de tradição oral.

O Alcorão é Formado por 114 Capítulos chamados Suratas.


Cada um Deles é Dividido em Quatro Seções: (a) T í t u l o ;
(b) a bismillah, ou a oração “em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso”; (c) uma menção do local onde a surata foi revelado,
se em Meca ou em Medina; (d) e cartas fawatih, as quais acredita-se
que tenham um significado oculto. A teologia básica do Alcorão será
discutida mais adiante. Os muçulmanos olham para este livro como
o mais importante princípio de autoridade em questões de fé. Onde
o Alcorão mantém silêncio, a Sunna, ou tradição geralmente aceita,
é a autoridade. Onde os costumes aceitos pela maioria mantêm
silêncio, os costumes individuais, ou Adet, tomam a precedência.

3.2. Os Cinco Pilares

Cinco exigências básicas, conhecidas como Os Cinco Pilares, são


requeridas de todos os adeptos do Islamismo. São Elas:

a) Recitação diária da Shahadah. Todos os muçulmanos


têm que pronunciar este credo corretamente pela menos
uma vez na vida. Na verdade, um bom número de adeptos
recita-o muitas vezes por dia;

b) As orações prescritas, chamadas Salat, devem ser


proferidas cinco vezes por dia, com o indivíduo voltado
para Meca. Os períodos do dia são pela manhã, na hora
do almoço; à tarde, depois do pôr do sol; e antes de
dormir. Para o devoto, essas orações servem como um
lembrete de que a shahadah é verdadeira;

c) Doação de esmolas, chamadas Zakat. Enquanto


o Antigo Testamento exigia que os judeus dessem a
56 Módulo 15
décima parte (dízimo) de todos os bens acumulados,
o muçulmano oferta um quarto de seu salário, ou
aproximadamente 2,5% anualmente. As esmolas são
dadas espontaneamente para os pobres, os desabrigados
ou qualquer um que esteja em grande necessidade;

d) Um período de jejum, conhecido como Siyam.


Observado durante o Ramadã (junho/julho), ou o nono
mês lunar no calendário muçulmano, período em que,
conforme se acredita, foi a época em que Maomé recebeu
a revelação do Alcorão. Ele jejuou no decorrer desta data;
por isso, os muçulmanos acreditam que seus seguidores
devem fazer o mesmo;

e) A Haji, ou peregrinação a Meca. Cada muçulmano


deve fazê-Ia pelo menos uma vez na vida. A hajj aumenta
grandemente as chances da salvação e lembra o indivíduo
da grande devoção que deve ter para com Alá.
Religiões Comparadas I e I 57
Além dos Cinco Pilares, outros aspectos importantes da
vida muçulmana incluem a total abstenção de bebidas alcoólicas
e de todas as formas de jogo. Os homens são circuncidados e
considerados superiores às mulheres. De acordo com um versículo
bem conhecido do Alcorão, “os homens têm autoridade sobre as
mulheres pelo que Deus os fez superiores a elas (...)” (Surata 4.34).

Tradicionalmente, as muçulmanas são obrigadas a cobrir


o rosto com um véu, chamado purdah. Embora o seu uso tenha
sido abandonado em muitas partes do mundo islâmico, foi
restabelecido no Irã quando o Aiatolá Khomeini subiu ao poder. O
Alcorão permite a poligamia, ao autorizar o homem a ter até quatro
esposas. Entretanto, muitos deles optam pelos relacionamentos
monogâmicos, embora a estrutura patriarcal seja mantida.

4. Fundamentos Doutrinários Ensinados pelo Alcorão


4.1. Deus

Muitos grupos religiosos não são claros sobre seu


entendimento da doutrina de Deus. Isso não acontece com o
Islamismo, que mantém um monoteísmo estrito. Os muçulmanos
atacam a doutrina cristã da Trindade com grande intensidade, e
acusam a Cristandade de adorar três deuses. O Alcorão afirma,
Acreditai, pois, em Deus e em Seus Mensageiros e não digais:
“Trindade”. Abstende-vos disso. É melhor para vós. Deus é um
Deus único (...) (Surata 4.171).

O Alcorão prossegue e afirma que o próprio Jesus considera


uma blasfêmia dizer que ele foi elevado ao nível da divindade.

Declara que o Cristianismo é politeísta


e nenhuma quantidade de provas
contrárias pode convencê-los do
contrário. Para um muçulmano, o
simples fato de tentar entender os
mistérios da doutrina cristã de Deus é
mostrar desprezo pelo Alcorão sagrado.
58 Módulo 15
O grande mistério da fé cristã, reside na unidade essencial
de Deus dentro da economia divina das três pessoas separadas, Pai,
Filho e Espírito Santo. Para o Islamismo, Deus não participa de
alguma associação divina. Ainda assim, (Novo Testamento, embora
não mencione a palavra Trindade, tem consciente e fortemente
implicada tal doutrina em muitas passagens Mt 28.18-20; Mc 1.9-
11; Jo 1.1; 2Co 13.14 etc.).

E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de


Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão.
E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito,
que, como pomba, descia sobre ele. E ouviu-se uma voz
dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem
me comprazo (Mc 1.9-11).

As três divinas pessoas da Trindade estão presentes no


batismo de Jesus. Deus é revelado nas Escrituras como um só Deus,
existente como Pai, Filho e Espírito Santo (cf. Mt 3.16,17; 28.19; Mc
1.9-11; 2Co 13.14; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2; Jd 20, 21). Esta é a doutrina
da Trindade, expressando a verdade de que dentro da essência una
de Deus, subsistem três Pessoas distintas, compartilhando uma
só natureza divina comum. Assim, segundo as Escrituras, Deus é
singular (i.e., uma unidade) num sentido, e plural (isto, é, trina), noutro.

a) As Escrituras declaram que Deus é um só uma união


perfeita de uma só natureza, substância e essência (Dt 6.4;
Mc 12.29; Gl 3.20). Das pessoas da deidade, nenhuma
é Deus sem as outras, e cada uma, juntamente com as
outras, é Deus;

b) O Deus único existe numa pluralidade de três pessoas


identificáveis, distintas; mas não separadas. As três não são
três deuses, nem três partes ou expressões de Deus, mas
são três pessoas tão perfeitamente unidas que constituem
o único Deus verdadeiro e eterno. O Filho e também
o Espírito Santo possuem atributos que somente Deus
possui (Jo 20.28; 1.1,14; 5.18; 14.16; 16.8,13; Gn 1.2; Is
61.1; At 5.3,4; 1Co 2.10,11; Rm 8.2, 26, 27; 2Ts 2.13; Hb
Religiões Comparadas I e I 59
9.14). Nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo,
foram feitos ou criados em tempo algum, mas cada um
é igual ao outro em essência, atributos, poder e glória;

c) O Deus único, existente em três pessoas, torna


possível desde toda a eternidade o amor recíproco, a
comunhão, o exercício dos atributos divinos, a mútua
comunhão no conhecimento e o inter-relacionamento
dentro da deidade (Jo 10.15; 11.27; 17.24; 1Co 2.10).

4.2. Espírito Santo

O Espírito Santo é mencionado no Alcorão e no Novo Testamento


como o Paracleto (Consolador). Enquanto o Cristianismo ensina
que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade divina, o
Islamismo o considera um instrumento divino de Alá.

Examinemos alguns dos ensinamentos básicos a respeito


do Espírito Santo: “Disse, então, Pedro: Ananias, por
que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?
Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava
em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus (At 5.3,4)”.

É essencial que os crentes reconheçam a importância do


Espírito Santo no plano divino da redenção. Sem a presença do
Espírito Santo neste mundo, não haveria a criação, o universo, nem
a raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Sem o Espírito
Santo, não teríamos a Bíblia (2Pe 1.21), nem o Novo Testamento (Jo
14.26, 1Co 2.10) e nenhum poder para proclamar o evangelho (At
1.8). Sem o Espírito Santo, não haveria fé, nem novo nascimento,
nem santidade e nenhum cristão neste mundo.

Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa,


com sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2).
Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3, 4). O Espírito
Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais,
60 Módulo 15
a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1Co
12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi
enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão
com Jesus (Jo 14.16-18,26). À luz destas verdades, devemos tratá-lo
como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso
coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação (Mc 1.11).

4.3. Humanidade

O Alcorão ensina que a raça humana foi criada conforme está


descrito no relato de Gênesis sobre Adão e Eva. Os seres humanos
são superiores aos anjos, porque receberam um intelecto mais
elevado. Além disso, foi-Ihes concedido o lugar da mais elevada
dignidade e honra em toda a criação.

O propósito principal da humanidade é obedecer e servir a Alá.


Entretanto, sobreposta à nobreza da humanidade, está sua natureza
fraca e pecaminosa. O principal pecado da humanidade é o orgulho,
o qual, definido como amor próprio, leva ao desejo de compartilhar
a natureza de Deus. Já observamos que os muçulmanos rejeitam a
doutrina da Trindade, porque implica na associação do Jesus humano
com Deus. Qualquer confusão entre Criador e criatura é pecado
(Shirk). O objetivo principal da humanidade é adorar o único Deus
e recitar a shahadah, para lembrar sua própria condição de criatura.

O Cristianismo concorda com o Islamismo em muitos


desses pontos. O principal propósito da humanidade de fato é
servir a Deus e obedecer à sua vontade, conforme está expressa
na lei divinamente revelada. A Queda do ser humano da graça foi
decorrência do orgulho. O ato de comer o fruto proibido no jardim
do Éden foi precipitado pelo desejo de Adão e Eva de ser como
Deus. O Cristianismo rejeita a confusão entre o Criador e a criatura.

As duas religiões mundiais diferem com respeito à doutrina


sobre a obtenção ou a restauração do relacionamento correto da
humanidade com Deus/Alá, depois da Queda. Para o Cristianismo,
isso exige arrependimento do pecado e fé na expiação feita por
Jesus Cristo. Para o Islamismo, é uma questão de adesão estrita ao
Alcorão e aos Cinco Pilares.
Religiões Comparadas I e I 61
4.4. Pecado

O Islamismo ensina que Satanás, ou Shaytan, foi lançado


do Céu, quando discordou da vontade divina e rejeitou o lugar de
honra de Adão. A principal atividade de Satanás, corroborada pelo
Alcorão e pela Bíblia, é atormentar o homem e afastá-Io de Deus.
Como já afirmamos, o principal pecado para ambas as religiões é o
orgulho, que resulta em incredulidade (Kafir).

A palavra Pecado é um termo comumente utilizado em


contexto religioso, descrevendo qualquer desobediência à vontade
de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis
Divinas. No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr.
hhatá; em gr. hamartáno) significam “errar”, no sentido de errar ou
não atingir um alvo, ideal ou padrão. Na própria Bíblia é dada a
especificação de pecado: “Todo aquele que pratica o pecado transgride
a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei.” (1Jo 3.4, ARA)

Seguindo os preceitos bíblicos, o pecado está em todos os


homens, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Romanos 3.23). A separação está entre o pecado cometido contra
a carne (pode ser perdoado) e contra o Espírito Santo de Deus (o
qual não pode ser perdoado - Lc 12.10). O pecado nada mais é do
que a transgressão aos mandamentos de Deus, segundo 1Jo 3.4
“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque
o pecado é a transgressão da lei”.

Pecado é um ato, pois “cada um é tentado, quando atraído


e engodado pelo seu próprio desejo. Depois, havendo concebido
o desejo, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a
morte.” (Tg 1.14,15). Para que tenhamos salvação e desfrutemos
da vida eterna, devemos tão somente crer (“Pela graça sois salvos,
por meio da fé...” Efésios 2.8) que Jesus é nosso único e suficiente
salvador, confessar nossos pecados para sermos perdoados (“Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” 1Jo 1.9), também
confessar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador e Senhor
(Mt 10.32-33; Rm 10.9-10).
62 Módulo 15
4.5. Salvação

De acordo com o Alcorão (Surata 10.109), um muçulmano


que espera escapar da ira de Alá e do tormento das chamas do Inferno,
precisa esforçar-se diligentemente, para cumprir os requerimentos
apresentados nos Cinco Pilares. Deus levantou profetas, através da
história, para chamar os homens ao arrependimento.

Por outro lado, o foco central


da Soteriologia cristã reside
na pessoa e obra de Cristo. O
principal aspecto da salvação
está no fato de que a obra
de Jesus, ao morrer na cruz,
é considerada a expiação
suficiente pelo pecado,
independente de qualquer obra
de justiça humana. Esta ênfase
paulina na “justificação pela graça por meio da fé”, independente
das obras da lei (Ef 2.8,9) é revivida repetidamente através da
história da Igreja Cristã. Agostinho, Lutero, Calvino, Karl Barth
e as formas populares de Evangelicalismo e Fundamentalismo
têm insistentemente levantado a bandeira da “graça somente”
com respeito à salvação. Tradicionalmente, a Igreja como um todo
denuncia o Islamismo como uma religião de obras legalistas. O
Alcorão afirma de forma bem clara que a Salvação é alcançada
por esforço e obras: “Aqueles cujas ações pesarem mais na balança
se salvarão. E aqueles cujos pratos forem leves, perder-se-ão a si
mesmos na Geena para sempre (Surata 23.102, 103)”.

Para os cristãos, a salvação dependente exclusivamente da


morte de Cristo. O cerne da questão fica bem claro no livro de
Hebreus, o qual argumenta que deve ser feita expiação com sangue
pelos pecados e isso foi realizado no Antigo Testamento pelo Sumo
Sacerdote, o qual oferecia o sangue de animais sacrificados sobre
o altar diante do Propiciatório de Deus (Hb 9.7). Este sacrifício,
porém, era insuficiente, pois era feito por alguém que precisava
receber expiação pelos seus próprios pecados, bem como pelos
Religiões Comparadas I e I 63
do povo; segundo, este sumo sacerdote tinha que fazer a expiação
anualmente. Deus, porém, colocou um fim nesta imperfeição, ao
oferecer seu próprio Filho, Jesus Cristo, como um sacrifício perfeito
e definitivo (Hb 9.24-28).

Quando essa obra expiatória realizou-se, este Sumo Sacerdote


assentou-se na presença de Deus, no Céu (Hb 10.12), e selou
eternamente sua obra. Por isso, o Cristianismo rejeita a alegação
de Maomé, de ser o verdadeiro profeta de Deus, muito menos de
ser o maior de todos os que foram enviados. Através da confiança
na obra de Cristo, o Sumo Sacerdote, o cristão pode ter a certeza
da salvação, algo que um muçulmano jamais alcançará. “Deus
desencaminha quem Lhe apraz e guia quem Lhe apraz na senda
da retidão” (Surata 6.39). “E quem Deus perde, ninguém o guia”
(Surata 13.33). Os muçulmanos conhecem bem essas referências
do Alcorão para não terem qualquer certeza da salvação eterna, ou
o conforto das palavras tais como: “Nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).

4.6. A Descrição do Inferno no Islamismo

Não há dúvidas de que todo mundo gostaria de ter certeza de


para onde vai depois da morte, mesmo que não creia na eternidade.
Em Jesus Cristo, temos esta certeza (João 3.16). Na Bíblia, Jesus
deu uma descrição bem clara do céu e do inferno, quem vai para lá,
por quê alguns irão para o inferno e outros para o céu, e o desejo
de Deus de que todo homem e mulher vão para o céu (1 Timóteo
2:3,4). Mas, e o que diz o islamismo?

No islamismo, o inferno é um lugar de fogo e tormento.


Alá preparou-o para ser cheio com os Jinni (maus espíritos) e
seres humanos, e ninguém vai escapar. Foi criado tanto para
os injustos como para os justos. No Alcorão, no Sura (um
capítulo do alcorão) Al Hijr 15.43,44, “o Gehenna [inferno]
será a terra prometida de todos eles. Sete portões ele tem, e em
cada portão uma porção destinada a eles”. Também lemos no
Sura Maryam 19.71: “Nenhum de vocês lá está, mas vai descer
até ele [inferno], pois para o vosso Senhor é uma coisa decretada,
determinada. Então, libertaremos aqueles que temiam a Deus”.
64 Módulo 15

Ali Ibn Abi Talib (o terceiro Califa) certa vez perguntou:


“Você sabe com o que se parecem os portões do
Gehenna?” Então ele pôs uma mão sobre a outra
indicando que há sete portões, um em cima do outro, Al
Baidawi (um comentarista) disse: “Ele tem sete portões
através dos quais eles serão admitidos pelo seu grande
número. As camadas que eles vão descer conforme
a sua graduação, são respectivamente: Gahanna, o mais
alto, é para os monoteístas rebeldes; o segundo, Al Laza
[fornalha], é para os judeus; o terceiro é Al Hutama [o
esmagado], que é para os cristãos; o quarto é Al-Sa’ir
[a fogueira], para os Sabaenos; o quinto, Saqar [calor
ardente], é para os adoradores do fogo; o sexto é o
inferno, que é para os incrédulos; e o sétimo é a fossa
para os enganadores”. (http://solascriptura-tt.org/
Seitas/InfernoEParaisoNoIslamismo)

No protestantismo o inferno é o local destituído da presença


de Deus, porém não lhe está oculto, sendo que no cumprir das
profecias esse inferno será lançado no lago que arde com fogo e
enxofre (Ap 20.15).

A Bíblia ensina haver um abismo no qual estão presos


vários seres demoníacos desde a rebelião de Satanás (Ap 9.1), esse
abismo é diferente do local de tormento para onde irão àqueles
que desobedecem a Deus e sua palavra, este é o local onde Satanás
ficará preso por mil anos (Ap 20.2).

No relato de Jesus a respeito do Rico e Lázaro (Lc 16.19-


31), é possível compreender o local para onde iam os que morriam
antes da vinda, morte e ressurreição de Jesus, no qual havia pouca
distância entre o seio de Abraão e o local de tormento, isso muda
pois Jesus levou cativo o cativeiro (Ef 4.8,9), Ele desceu às regiões
inferiores e tem a chave da morte e do inferno (Ap 1.18). Ele morreu
na carne mas estava vivo em espírito e durante os dias de sua morte
ele pregou aos espíritos em prisão (1Pe 3.18-20).
Religiões Comparadas I e I 65
O local de tormento após a morte dos que vivem distante
de Deus na prática do pecado e da desobediência, não é definitivo,
do ponto de vista que ainda haverá uma ressurreição e serão
julgadas todas as nações da terra (Ap 20.12,13) e Deus dará a
cada um segundo às suas obras. Isso indica que definitivamente o
castigo eterno não será o mesmo para todos, mas segundo as suas
obras e a intenção do coração, pois Deus examinará também os
pensamentos ocultos e individuais. Para o protestantismo segundo
a sua compreensão das Escrituras ao morrer ninguém ainda estará
no céu ou no inferno mas num lugar de descanso, ao lado de
Cristo, ou num lugar de tormento, aguardando conscientemente o
julgamento, esse julgamento não é para definir quem será salvo ou
não, pois isso será definido em vida, mas para o recebimento das
recompensas segundo as práticas boas ou más, isto é o galardão.

4.7. A Descrição do Paraíso


A Bíblia diz que os cristãos nascidos de novo vão estar no
céu com Deus, num estado de santa alegria e adoração daquele
que os salvou do inferno. Um retrato do paraíso que espera os
muçulmanos depois que eles saírem do inferno nos foi apresentado
pelo Alcorão; por Maomé, o mensageiro de Alá; e pela maioria
dos antigos e mais recentes sábios muçulmanos. Este retrato está
muito bem apresentado no Sura (um capítulo do Alcorão) 36.55,56;
37.41-49; 47.15; 55.56; 56.22,23; 56.35-37; e 87.31-33:

No cristianismo o Paraíso é um estado intermediário entre a


morte e a ressurreição (Lc 19.16-31). Cristãos estarão com Deus no
céu (Fp 1.21-24; 1Co 15.50-58). Os não cristãos serão lançados no
inferno para sempre (Mt 25.46). E finalmente o Inferno e todos os
infiéis serão lançados no lago de fogo para todo o sempre (Ap 20.14).

O Dr. C. I. Scofield chama a nossa atenção para dois pontos


importantes nas Escrituras acerca do Hades:

“Antes da ascensão do Cristo, as Escrituras dão a entender que


Hades consistia de duas partes, os lugares dos salvos e dos perdidos,
a primeira chamada “Paraíso” e o “Seio de Abraão”, ambas as
expressões veem do Talmud dos judeus, mas foram empregadas por
66 Módulo 15
Jesus e Paulo, em Lucas 16.22 e 23.43; 2Co 12.1-4, conscientes e eram
“consolados” (Lc 16.25). O ladrão crente havia de estar nesse mesmo
dia com Cristo no “Paraíso”. Os perdidos eram separados dos salvos
por “um grande abismo” (Lc 16.26). Um homem que representa os
perdidos do Hades, é o rico de Lucas (16.26). Ele era consciente,
senhor de todas suas faculdades, memória, etc. e “em tormento”.

O Hades “depois” da ascensão de Cristo. No que diz respeito


aos não salvos, a Escritura não revela nenhuma mudança no seu
lugar ou estado. No julgamento do Grande Trono Branco, Hades
comparecerá ali; sua missão será, entregar os “mortos que nele
havia”. Serão julgados, e passarão ao “Lago de Fogo e de Enxofre”
(Ap 20.13, 15). No contexto de Lucas 16.23, o “Paraíso” é retratado
como estando “acima” do Hades. Isso é observado nas próprias
palavras: “E no Hades (o rico), ERGUEU os olhos...”. Quanto ao
“Paraíso” houve uma mudança. Paulo foi arrebatado ao terceiro
céu... ao Paraíso (2Co 12.1-4). O Paraíso, pois, agora está imediata
presença de Deus, “debaixo do Altar”, em “frente do trono” (cf.
Ap 6.9 e 7.9,15). Entende-se que (Ef 4.8-10) indica a ocasião da
mudança: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro”. Acrescenta-se
imediatamente que Ele (Cristo) tinha primeiro “descido às partes
mais baixas da terra?”, isto é, à parte do Hades que era o Paraíso.
As almas que foram mortas durante o período sombrio da Grande
Tribulação, são imediatamente colocadas debaixo do altar que
evidentemente, é parte do Paraíso (Lc 23.43; Ap 6.9 e ss). Durante
o período atual os salvos que morreram estão “ausentes do corpo e
presentes com o Senhor”.

No seu livro “Apocalipse versículo por versículo”, o pastor Severino


Pedro comenta, no capítulo 21, verso 1:

I. “... Um novo céu, e uma nova terra”. No princípio,


portanto, Deus criou os céus e a terra. No texto original
hebraico a palavra para céus é (“shamayim”). A terminação
“im” indica o plural. Isso pretende mostrar que há
mais do que somente um céu. 1. Na Bíblia distingue-
se pelo menos três céus; o céu inferior (auronos), o céu
intermediário (mesoranios) e o superior (eporanios).
Religiões Comparadas I e I 67
(a) Céu inferior. Por céu inferior entendemos o céu
atmosférico, Isto é o (“alto”): onde sobrevoam as aves e
os aviões, passam as nuvens, desce a chuva, se processam
os trovões e relâmpagos. Deus o chamou de “... a face da
expansão dos céus”. Gn 1.20 e Jesus, de “... extremidade
inferior do céu”. Lc 17.24. (b) Céu intermediário. Por
céu intermediário entendemos céu estelar ou planetário,
chamado também o céu astronômico. A Bíblia o chama
de a (“altura”): (c) Céu superior. Esse é chamado de
as (“alturas”). Sl 93.4; At 1.9; Hb 1.3. É declarado em
2Co 12.2, como sendo “...o terceiro céu”, o “Paraíso”;
podemos chamá-lo de “o espiritual”, e de “céu dos céus”
por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13). É o lugar onde
habita Deus (Sl 123.1), Cristo (Mc 16.19), o Espírito Santo
em seu retorno (Ap 14.13), os anjos (Mt 22.30; Jd v.6);
será também a morada dos salvos em Cristo (Jo 14.3).
68 Módulo 15

5. Recapitulação da lição 2

Nesta lição aprendemos que:


a) Que a Bíblia ensina haver um abismo no qual estão
presos vários seres demoníacos desde a rebelião de
Satanás

b) Que o Hades “depois” da ascensão de Cristo. No


que diz respeito aos não salvos, a Escritura não revela
nenhuma mudança no seu lugar ou estado

c) Que enquanto o Cristianismo ensina que o Espírito


Santo é a terceira pessoa da Trindade divina, o Islamismo
o considera um instrumento divino de Alá.Que o
hebraico é uma língua semítica pertencente à família das
línguas afro-asiáticas.
3a
LIÇÃO
3 Aula
a

ao Hinduismo
Introdução

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar


possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever o Hinduísmo é uma das religiões mais
antigas;
• Fornecer a informação que no hinduísmo os animais
como a vaca, rato, e serpentes, são adorados por serem
possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares.;
• Difundir que Agni é o pai dos homens, deus do fogo e
do lar.

Data desta lição


_______________
70 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 71
Introdução

O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas – alguns dos seus


manuscritos considerados por eles sagrados são de 1400 a 1500 a.C.
Também é uma das religiões mais diversas e complexas, possuindo
milhões de deuses. Os hindus possuem uma grande variedade de
crenças básicas e contêm muitas seitas diferentes. Apesar de ser a
terceira maior religião do mundo, o Hinduísmo existe primeiramente
na Índia, Nepal e em menor escala em alguns países ao redor.

Os textos principais do Hinduísmo são: Veda


(considerado o mais importante), Upanishadas,
Mahabharata e o Ramayana. Essas escrituras contêm
hinos, encantamentos, filosofias, rituais, poemas, e
histórias nas quais os hindus baseiam suas crenças. Outros
textos usados pelo Hinduísmo são os Brahmanas, Sutras
e os Aranyakas. (www.gotquestions.org/)

Apesar de o Hinduísmo ser conhecido como uma religião


politeísta, com cerca de 330 milhões de deuses, também tem um
“deus” que é supremo: Brahma.

Acredita-se que Brahma seja uma entidade que habita em


toda área da realidade e existência, por todo o universo.
Acredita-se que Brahma seja um deus impessoal que
não pode ser conhecido e que ele existe em três formas
separadas: Brahma—Criador; Vishnu—Preservador
e Shiva – Destruidor. Essas “facetas” do Brahma são
também conhecidas através de muitas encarnações de
cada uma. É extremamente difícil descrever a teologia
hindu exatamente, já que praticamente todo sistema
de teologia é influenciado de uma forma ou outra pelo
Hinduísmo. (www.gotquestions.org/)

Ao observar outras escolas do Hinduísmo, alguém pode


defender a ideia de que o Hinduísmo seja ateísta, deístico ou até
mesmo niilista. Com tanta diversidade sob o título “hindu”, é preciso
perguntar: o que faz uma religião “hindu” em primeiro lugar? O
72 Módulo 15
ponto principal em questão é se um sistema de crença enxerga os
Vedas como sagrado ou não. Se sim, então é hindu. Se não, então
não é. O assunto mais importante, no entanto, é intangível.

Os Vedas são mais do que simples livros de teologia.


Eles contêm uma rica e colorida “Theo mitologia”, quer
dizer, uma mitologia religiosa que deliberadamente se
mistura com mitos, teologia e história para atingir uma
base em forma de histórias. Essa “Theo mitologia” é tão
bem fixada à história e cultura da Índia, que rejeitar os
Vedas pode ser encarado como rejeitar a Índia. Portanto,
um sistema de crença é rejeitado pelo Hinduísmo se não
adotar a cultura indiana de uma forma ou outra. Se aceitar
a cultura indiana e sua história Theo lendária, então pode
ser enxergado como “hindu”, mesmo se sua teologia for
teísta, niilista, ateísta ou outra. Essa aceitação simultânea
de tantas contradições pode ser uma dor de cabeça para as
pessoas ocidentais que tentam achar consistência lógica
e defesa racional nas opiniões religiosas do Hinduísmo.
(www.gotquestions.org/)

1 História do Hinduísmo
Segundo ensina o hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas
reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as
coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios
direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em
determinada casta é definida pelo seu carma (conjunto de suas
ações em vidas anteriores).

A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual.


O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsâra), atingindo
assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si
mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo
ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza
os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas
religiosas, pelas orações e pela ioga. Assim a pessoa alcança a
“salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação.
Religiões Comparadas I e I 73
2. Prática de Fé do Hinduísmo
São várias as divindades. Agni é o pai dos homens, deus do
fogo e do lar. Indra rege a guerra. Varuna é o deus supremo, rei
do universo, dos deuses e dos homens. Ushas é a deusa da aurora;
Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade.

Animais como a vaca, rato, e serpentes, são adorados por


serem possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares.
Existem três vezes mais ratos que a população do país, os quais
destroem um quarto de toda a colheita da nação. O rio Ganges é
considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham
diariamente, a fim de se purificar.

3. Ensinos do Hinduísmo
Muitos dos elementos que formam a teologia hindu já
foram discutidos anteriormente nas pesquisas históricas. O que
segue é um breve resumo das principais facetas da doutrina hindu,
acompanhadas das comparações com o Cristianismo. Geralmente,
o Hinduísmo é dividido em seis sistemas ou escolas de pensamento,
chamados dharsana (Sankhya, Ioga, Nyaya, Vaisheshika, Purva
Mimamsa e Uitara Mimamsa).
74 Módulo 15
Todos esses sistemas estão preocupados com a
explicação do mundo e com o objetivo mais elevado
da humanidade - a salvação - e todos eles lutam para
alcançar este objetivo por meio da cognição. A mimamsa
mais antiga busca estabelecer um entendimento correto
dos ve­ das e suas conotações [...] como a base para
um comportamento correto. Para todos os outros
sistemas e para os estágios posteriores da purva
mimamsa, o que vale é o conhecimento como meio
de salvação do ciclo de renascimentos, com o estado
final concebido como o advento completo do descanso
da alma individual (Nyaya/Vaishesshika e a Purva
Mimamsa posterior) ou a superação da distância entre a
conscientização individual e a absoluta (Samkhya, Ioga)
e parte da vedanta (HANS KUNG, 154, 155, 1986)”.

3.1. Deus
O cerne do Hinduísmo está em seu conceito de Deus e a
relação e afinidade do homem com esta realidade. Seu conceito
fundamental é que Brahma é o princípio de toda supremacia. É uma
força de vida que reside em tudo o que existe. O Hinduísmo adere
tanto ao Monoteísmo como ao monismo no sentido de que toda
a realidade procede desta única essência. Mesmo assim, é também
politeísta, pois defende a adoração de muitas divindades inferiores,
cuja essência se expressa de forma variada no Universo. Por esta
razão, o Hinduísmo adere também ao Panteísmo.

O Hinduísmo difere profundamente do Cristianismo, do


Judaísmo e Islamismo com respeito às suas doutrinas sobre Deus.
A expressão indiana ekambrahman dvitiyanasti (Brahma é o único
e não há um segundo) lembra o Shema hebraico, “Ouve, ó Israel:
o Senhor nosso Deus é o único” (Dt 6.4). Aparentemente, parece
que o Hinduísmo defende um monoteísmo semelhante ao das
grandes religiões do mundo. Entretanto, a similaridade desaparece
rapidamente, quando descobrimos o que exatamente se quer
dizer com a expressão “Brahma é o único”. Não é o caso, como
no Cristianismo, em que Deus é concebido tanto em termos de
Imanência como de Transcendência.
Religiões Comparadas I e I 75

O hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento,


com crenças que abrangem o monoteísmo, politeísmo,
panenteísmo, panteísmo, monismo e ateísmo, e o seu
conceito de Deus é complexo, e está vinculado a cada uma
das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma
religião henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um
único deus, embora aceite a existência de outros) [...] A
maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma -
o “eu” verdadeiro de cada pessoa, chamado de ātman —
é eterno. [...] Quando Deus é visto como um ser supremo
pessoal (em lugar do princípio infinito), Deus é chamado
de Ishvara (“O Senhor”), Bhagavan (“O Auspicioso”)
ou Parameshwara (“O Senhor Supremo”). Na maior
parte das tradições do vishnuísmo Deus é Vishnu, e o
texto das escrituras desta denominação identifica este Ser
como Krishna, por vezes chamado de svayam bhagavan.
(http://pt.wikipedia.org/)
76 Módulo 15
No Hinduísmo, Brahma é concebido como um criador.
Entretanto, a obra de Brahma na criação consiste em criar novas
manifestações da realidade, a qual é continuamente revelada.

Vishnu é referido como o Preservador. As criações de


Brahma são assim preservadas por ele. Vishnu é adorado
em dez encarnações, as quais são mencionadas na literatura
védica. Quando dharma (ordem) é ameaçada, Vishnu
deixa a esfera celestial e encarna em uma das dez formas
para restaurar e preservar a ordem. [...] 10 é o número
clássico dessas encarnações, que ascende de manifestações
teriomórficas (forma animal) para antropomórficas
(forma humana). Elas são: Peixe (Matsya), Tartaruga
(Kurma), Javali (Varaha), Homem-leão (Narasimha),
Anão (Vamana), Rama-com-o­ Machado (Parasurama),
Rei Rama, Krishna, Buda e a encarnação futura, Kalkin
(ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 15ª ed. Hinduísmo)”.

Em muitas religiões, dá-se o título e as atribuições de Pai


ao Deus supremo. No judaísmo, Deus é chamado Pai porque é
o criador, o governador e o protetor. O cristianismo herdou esta
concepção, dando ênfase à relação Pai-Filho revelada em Jesus Cristo.
Deus, como Primeira Pessoa da Trindade, é agente responsável pela
Criação do Universo, mas a Bíblia diz que ele não é o único, também
tiveram parte o Espírito Santo (Gênesis 1.2) e Cristo Jesus (João
1.1), os três criando assim, por dizer, os reinos vegetal e animal.

3.4.2. Jesus Cristo


No Hinduísmo Jesus tem uma visão mais ampla dentro da
doutrina. Várias correntes hindus aceitam a figura de Jesus como
sendo um Avatar, encarnação de Deus na Terra. Similar ao que
acreditam os budistas, para os hindus Jesus também foi um iniciado
na filosofia Védica.
Religiões Comparadas I e I 77
Para muitos hindus Jesus é uma das encarnações de
Vishnu, a segunda pessoa da Trindade hinduísta.
Especialmente para o movimento Hare Krishna - devido
ao seu caráter ecumênico - Jesus é uma manifestação
direta de Krishna (Deus), que envia um mensageiro para
cada povo, afim de que nenhuma parte do mundo fique
sem a Sua mensagem. Assim, Jesus é um dos enviados
de Krishna para cumprir Sua mensagem pelo mundo.
(www.acidezmental.xpg.com.br/)

Para o Cristianismo Jesus Cristo é a figura principal. A


vida de Jesus é tão determinante para a humanidade
que a contagem do tempo é contabilizada antes
e depois Dele. Sua trajetória é contada na Bíblia,
livro sagrado do cristianismo, e de acordo com as
escrituras sagradas Ele nasceu em Belém de Judá,
no tempo do rei Herodes, e foi criado na região de
Nazaré, por isso também é chamado O Nazareno.
Seu nome tem origem hebraica Yeshua, (Javé/Jeová),
e possui referência no grego como Iesous (Jave
Salva). Ao longo da Bíblia, encontramos diversas
formas que fazem referência a Jesus, até mesmo nas
passagens datadas há séculos antes de seu nascimento
(Velho Testamento) e depois (Novo Testamento).

Pouco se sabe sobre a infância de Jesus. Consta na Bíblia que “quando


Ele estava com 12 anos subiram a Jerusalém, segundo o costume da
festa (Páscoa)... permaneceu o menino em Jerusalém assentado no
meio dos doutores ouvindo-os e interrogando-os [...] E todos que o
ouviam muito se admiravam de sua inteligência e de suas respostas
[...] E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e
dos Homens” (Lc 2.41-52). [...] Ainda de acordo com as Escrituras
“tinha Jesus cerca de 30 anos ao começar seu ministério” (Lc 3.23).
A partir de então são relatadas diversas passagens de curas, milagres
e ensinamentos com princípios éticos como amor e perdão, inclusive
por meio de parábolas, até sua paixão e crucificação – por isso o
termo Cristo, de Cruz, Crucificado. http://www.infoescola.com/)
78 Módulo 15
No Cristianismo, Jesus Cristo é a encarnação singular de Deus.
Ela foi necessária para restaurar a ordem; esta era essencial para
promover a reconciliação entre Deus e o homem, por um ato específico
de expiação. Portanto, Jesus não veio para “preservar” (como no
Hinduísmo), a ordem existente das coisas. Pelo contrário, a obra da
segunda pessoa da Trindade pode ser descrita como a da recriação
e restauração da criação alienada de Deus, por causa do pecado.

Cristo é o termo usado em português para traduzir a


palavra grega Χριστός (Khristós) que significa “Ungido”.
O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo
hebraico Mashyah , transliterado para o português como
Messias. A palavra geralmente é interpretada como o
sobrenome de Jesus por causa das várias menções a “Jesus
Cristo” na Bíblia. A palavra é, na verdade, um título, daí
o seu uso tanto em ordem direta “Jesus Cristo” como em
ordem inversa “Cristo Jesus”, significando neste último
O Ungido, Jesus. (http://pt.wikipedia.org/)

3.4.3. Espírito Santo


Shiva, o terceiro deus da tríade hindu é chamado de destruidor.
Ele é a mais ambivalente de todas as divindades do Hinduísmo. É
um deus que demonstra misericórdia, ou, numa fração de segundos,
torna-se destruidor. Representa o capricho e imprevisibilidade. O
elemento do erotismo é introduzido na adoração de Shiva.

Para a maioria dos cristãos, o Espírito Santo é a terceira


prosopon da Santíssima Trindade - juntamente com Deus Pai e
Deus Filho - e é o Deus omnipotente. Ele é visto como uma das
pessoas do Deus Triuno, que revelou seu Santo Nome YHWH ao
seu povo em Israel, enviou seu Filho Eternamente Gerado Jesus,
e enviou o Espírito Santo para santificar e dar vida à sua Igreja.
O Deus Triuno se manifesta como três “pessoas” (grego koiné:
hypostasis) de uma única substância divina.

A maioria dos cristãos acredita que Deus é espírito


(João 4.24), incriado, onipotente e eterno. O criador e
sustentador de todas as coisas, que resgata o mundo
Religiões Comparadas I e I 79
através de seu Filho, Jesus Cristo. Com este pano de
fundo, a crença na divindade de Cristo e no Espírito
Santo é expressa como a doutrina da Santíssima Trindade,
que descreve uma única “substância” divina já existente
como três pessoas distintas e inseparáveis: o Pai, o Filho
(Jesus Cristo), e o Espírito Santo (1 João 5.7) . De acordo
com esta doutrina, Deus não está dividido, no sentido de
que cada pessoa tem um terço de todo, mas antes, cada
pessoa é considerada como sendo plenamente Deus
(cf. Perichoresis). A distinção reside nas suas relações.
(http://pt.wikipedia.org/)

A Trindade é considerada pela maioria dos cristãos como


um dos núcleos fundamentais de sua fé, tanto que muitos cristãos
consideram os não-trinitários como não-cristãos.

Para os cristãos trinitários, Deus, o Pai não está


completamente separado de Deus Filho e do Espírito
Santo, as outras pessoas divinas. Tais cristãos descrevem
estas três pessoas como uma Trindade. Isso significa que
eles sempre existiram como três “pessoas” diferentes
(grego hypostases), mas eles são um Deus, cada um
tendo plena identidade como o próprio Deus (seriam
portanto uma única “substância”), e teriam uma única
“natureza divina” e poder, e uma única vontade. http://
pt.wikipedia.org/)

Como já vimos supra, que no Hinduísmo, Shiva é o terceiro


“deus” da tríade hindu chamado de “destruidor”, entendemos,
entretanto, à luz da Palavra de Deus, que o destruidor é o próprio
Satanás, eis o que a Bíblia diz: “O ladrão vem apenas para roubar, matar
e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente.” (João
10.10).

Satanás sempre foi o arqui-inimigo de Deus e da humanidade.


Sua função é sempre matar, roubar e destruir, conforme João 10.10.
Ele é descrito em detalhes em Ezequiel 28.
80 Módulo 15
Satanás sempre teve a pretensão de ser maior que Deus,
conforme Isaías 14.12-13: “Como caíste desde o céu, ó estrela da
manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas
as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das
estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação
me assentarei, aos lados do norte.”

Por isto, o diabo quer ser adorado. Veja o exemplo da


tentação de Jesus no deserto, em Mateus 4.9-10: “E disse-lhe: Tudo
isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-
te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só
a Ele servirás.”

Satanás é mentiroso e pai da mentira, e homicida desde o


princípio (João 8.44). Ele anda em derredor, querendo devorar
a quem ele puder (1 Pedro 5.8). Em Apocalipse 12, Satanás é
chamado de: dragão grande e vermelho – destruidor e responsável
pelo derramamento de sangue no mundo (vs. 3); antiga serpente –
lembrando Gênesis (Adão e Eva) (vs. 9); diabo – acusador (vs. 9);
Satanás – adversário (vs. 9).

Um detalhe muito importante que devemos comentar é que


Satanás não é páreo para Deus. Está ABAIXO de DEUS e jamais
terá o mesmo poder que Deus. Satanás é um anjo que se rebelou
contra Deus e levou vários outros anjos com ele, denominados
demônios ou anjos caídos.

Satanás, na sua última tentativa de querer dominar o mundo,


trava uma batalha celestial enquanto a Grande Tribulação ocorre
na terra, conforme Apocalipse 12.7-12, e é expulso do direito de se
apresentar diante do trono de Deus para pedir legalidade:

E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam


contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não
prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi
precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e
Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os
seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no céu,
Religiões Comparadas I e I 81
que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso
Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos
irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de
dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela
palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.
Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que
habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem
grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.

Isto ocorre nos exatos 3 anos e meio de Tribulação, três dias


depois do anticristo ser morto com uma ferida na cabeça. Após
ser expulso, o diabo desce à terra e se incorpora no anticristo,
simulando uma “ressurreição”, na tentativa de imitar a ressurreição
de Jesus Cristo, enganando a muitos.

O objetivo do diabo sempre é destruir o povo de Deus. Em


Apocalipse 12.13, a “mulher” simboliza Israel e o “filho varão”
simboliza Jesus Cristo. Este versículo mostra a perseguição do diabo
ao povo de Deus: “E, quando o dragão viu que fora lançado na
terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem.” O diabo –
destruidor -, será lançado no lago de fogo eternamente, no fim do
Milênio e é derrotado para sempre, conforme Apocalipse 20.7-10:

E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,


e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da
terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para
as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram
o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do
céu, e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago
de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de
noite serão atormentados para todo o sempre.

3.4.4. A Criação
Para o Hinduísmo, Brahma é o deus criador de todo o universo
e de todas as divindades individuais e por ele, todas serão absorvidas.
Ele se transformou em várias coisas, sem nenhuma ajuda externa e
criou a alma humana que, de acordo com os Vedas, constitui uma
parte do poder supremo, como uma fagulha pertence ao fogo.
82 Módulo 15
Brahma, quando da criação do mundo, resolveu dar a
Terra habitantes que fossem criados da sua própria
emanação. Assim, criou através de sua boca, seu filho
mais velho, o Brâmane, que significa o sacerdote, ao qual
confiou os quatro Vedas. De seu braço direito saiu Chátria,
o guerreiro, do esquerdo, a esposa do guerreiro. Das suas
coxas surgiram os Vaissias, do sexo masculino e feminino
(agricultores e comerciantes) e de seus pés, os Sudras
(mecânicos e trabalhadores). (www.infoescola.com/)

Eis, todavia o que diz a Bíblia acerca do Criador: “No


princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Gn 1.1)

Deus, e não Brahma, é o Criador de todas as coisas. Desde o


começo no Livro de Gênesis, a poderosa luz da revelação focaliza
o Todo-Poderoso. Ele é o Princípio, a Causa, a Fonte de tudo o
que existe. Ele criou todas as coisas e as pessoas que tinham de se
encaixar em Seu plano para os séculos. Todo o material necessário
para Sua obra posterior, Ele o criou milagrosamente.

No principio (ber’shith). O autor leva o leitor para além do


limite do tempo, para a eternidade insondável, embora lhe faltem
palavras quando procura dar uma ideia do estado de coisas antes
do limite do tempo. Ele não dá uma indicação de data tangível para
este princípio. Sua narrativa retrocede no tempo que precede o
calendário dos acontecimentos.

Criou Deus. A sublime certeza da revelação baseia-se nesta


grandiosa afirmativa. Deus o fez. Nada mais pasmoso poderia ser
declarado. Elohim é a palavra mais usada para “Deus” no hebraico,
aramaico e árabe. Na realidade é plural em sua forma, mas é usada
com o verbo no singular. Talvez o plural seja melhor explicado
se disséssemos que indica “plenitude de poder” ou dignidade
excepcional e grandeza ilimitada. Neste Um estão reunidos todos
os poderes da eternidade e da infinidade.
Religiões Comparadas I e I 83
Criou. (bara) é um verbo usado exclusivamente para com
Deus. O homem não poderia atingir as alturas do poder inerente
a esta palavra, por ela descreve o milagre completo. Pelo poder
soberano e criativo de Deus algo absolutamente novo foi dado
à luz. Os céus e a terra. Aqui o autor focaliza o interesse sobre
todos os setores do mundo acima, à volta e abaixo. Nesta frase
ele inclui o universo completo como era conhecido (ou poderia
vir a ser conhecido) pelos hebreus, e todo o material primário
necessário para fazer os sóis, os planetas, as estrelas, as nebulosas,
as galáxias, as moléculas, os átomos, os elétrons e todas as coisas e
seres específicos sobre a terra.

Os homens da ciência revelam que nossa galáxia contém mais


do que 100 bilhões de estrelas, e que o nosso sol fica a 240 trilhões
de quilômetros do centro de nossa galáxia. Nossa galáxia é apenas
uma das que compõem um pequeno agrupamento de 19 galáxias,
ficando a mais próxima a 30 milhões de anos-luz (240 milhões de
trilhões de quilômetros). Nossos cientistas pesquisadores, por mão
de poderosos telescópios, certificaram-se razoavelmente de que
existem mais de um bilhão de galáxias. Eles calculam o número
das estrelas destas galáxias em aproximadamente 100 quintilhões.
O poder das luzes de uma dessas galáxias é igual ao de 400 milhões
de sóis. Quando um homem volta os olhos para esta imensa
criação e compara o que vê com a narrativa inspirada do escritor
sobre a sua origem, seu coração tem de se encher de espanto. Ele
conhece a mão de Deus na beleza e ordem do sistema solar e no
poder do átomo. Quer olhe para o sol (positivamente carregado)
atraindo os planetas (negativamente carregados) ou examine o
núcleo (positivamente carregado) no coração do átomo, atraindo
cada elétron (negativamente carregado) no seu equilíbrio, sente a
sabedoria, o poder e a grandeza de Deus. À luz de tudo isso, um
homem reverente inclina-se diante do seu Criador em espanto e
genuína dedicação, e explode em adoração, culto, ação de graças e
incontido louvor. A sublime criação do Senhor é este ser, grandemente
amado, que Ele escolheu para criar à Sua própria imagem.
84 Módulo 15
3.4.5. Carma, Reencarnação e Salvação
O tema centraI do pensamento hindu é a doutrina do
atma, brahma e carma. O carma é a lei da justiça retributiva onde
as ações e obras de uma pessoa resultam em libertação (mocsa)
de um nascimento anterior para um renascimento superior ou
inferior no ciclo da reencarnação, dependendo das ações que foram
praticadas numa existência anterior. A alma (atma) é apanhada neste
processo de vagueação (samsara), cujo final resulta em que atma e
Brahma identificam-se. Um carma continuamente mal resulta no
renascimento em formas de vidas inferiores. Uma das razões por
que a incrível pobreza e problemas sociais existentes nas castas
inferiores não suscitam nenhum pesar e nenhuma simpatia dos
mais bem-sucedidos, é porque acredita-se que qualquer tentativa de
intervenção é uma interrupção no processo cósmico (Lila). Para o
hindu, a realidade é o espírito. Toda a matéria é uma ilusão (Maya).

Portanto, no Hinduísmo, a salvação não é o perdão dos


pecados cometidos contra Deus. Pelo contrário, é uma busca pelo
final de todo o sofrimento terreno, uma fuga da ilusão e o sucesso
em alcançar o Mocsa.

Por sua vez a Bíblia afirma que: “Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não
vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9)

A palavra de Deus nos assegura que a salvação é recebida


pela FÉ baseada unicamente na GRAÇA de Deus. O conceito de
graça é desconhecido entre os cultos e religiões falsas inventadas
pelo homem, mormente no Hinduísmo.

Em nenhum lugar nessa passagem ou em qualquer outro


lugar na Bíblia Deus diz que um homem pode de forma alguma
justificar-se. A expiação pelo pecado foi obra exclusiva de Jesus
Cristo, o Filho de Deus. A Bíblia diz: “Não há salvação em nenhum
outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos
homens pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4.12)
Religiões Comparadas I e I 85
É unicamente Jesus Cristo, que expiou o pecado e nenhum
homem pode oferecer sua própria justiça por seus pecados, porque
todos os homens nascem pecadores e estão sob a condenação do
pecado.

Então o que é a graça? O dicionário define graça como:


“disposição para conceder algo livremente, a condição ou o fato de
dar favor – misericórdia, clemência, perdão. Na teologia significa o
“amor imerecido e favor de Deus para com o homem.” Além disso, a
palavra refere-se à influência divina de Deus para mudar um homem
pecador e torná-lo puro e justificá-lo diante de um Deus santo e justo.

Assim graça pela sua definição é algo que é dado gratuitamente


ao homem por seu Criador e não há requisitos além de recebê-
la livremente. A salvação não é ganhada, nem merecida, mas foi
oferecida como o dom gratuito de Deus.

Romanos 3.23-25 diz: “pois todos pecaram e estão


destituídos da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente
por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. 25
Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé,
pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância,
havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos“.
Observe, o versículo diz que todos são pecadores. Isso estabelece a
necessidade de cada não crente ser justificado.

A palavra “propiciação” significa ter uma dívida totalmente


paga. A dívida de ofensa é removida, tirada do caminho e satisfeita.
O próprio Cristo, através da Sua morte na cruz, derramando o Seu
sangue justo e inocente, pagou nossa dívida de pecado que nós não
podíamos pagar.
86 Módulo 15

4. Recapitulação da lição 3

Nesta lição aprendemos que:


a) Que a Romanos 3.23-25 diz: “pois todos pecaram e estão
destituídos da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente
por sua graça;

b) Que É Deus, e não Brahma, é o Criador de todas as coisas;

c) Que a Trindade é considerada pela maioria dos cristãos como


um dos núcleos fundamentais de sua fé.
4a
LIÇÃO
1a Aula

Introdução
ao Budismo
Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar
possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever o ensino budista, em relação à verdadeira natureza da alma,
ou do ser, provavelmente justifica em parte a alegação de que é uma
forma de ateísmo;

• Fornecer a informação que uma ideia central no pensamento oriental é


a noção de que a Avidya (ignorância) é a raiz de todo o mal;

• Difundir que o budismo não é só uma religião, mas também um sistema


ético e filosófico, originário da região da Índia.

Data desta lição


_______________
88 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 89
1. História

O Budismo foi fundado por Gautama (563-483 a.C.). Relatos


sobre sua vida estão repletos de fatos e fantasias. Com 29 anos de
idade, renunciou o direito legítimo do poder político. Deixou sua
esposa e filho para trás, tornou-se um mendigo, e vagueou de um
lugar para outro, em busca da verdade. Experimentou por algum
tempo o Bramanismo, mas ficou totalmente desiludido. Logo
depois, dedicou-se a um período de intensa meditação e recebeu a tão
esperada Iluminação, que lhe valeu o título de Buda. Gautama passou
o resto de sua vida viajando, ensinando sobre a religião, ou melhor, a
filosofia que lhe daria multidões de seguidores nos séculos vindouros.

O budismo não é só uma religião, mas também um


sistema ético e filosófico, originário da região da Índia.
Foi criado por Sidarta Gautama (563 - 483 a.C.), também
conhecido como Buda. Este criou o budismo por volta
do século VI a.C. Ele é considerado pelos seguidores da
religião como sendo um guia espiritual e não um deus.
Desta forma, os seguidores podem seguir normalmente
outras religiões e não apenas o budismo. O início do
budismo está ligado ao hinduísmo, religião na qual Buda
é considerado a encarnação ou avatar de Vishnu. Esta
religião teve seu crescimento interrompido na Índia a
partir do século VII, com o avanço do islamismo e com
a formação do grande império árabe. Mesmo assim,
os ensinamentos cresceram e se espalharam pela Ásia.
Em cada cultura foi adaptado, ganhando características
próprias em cada região (http://www.suapesquisa.com/)

Num sentido bem estrito, o Budismo não é realmente uma religião,


se esta for definida como uma crença numa entidade divina ou
sobrenatural; ou se oração, sacrifícios e conceitos de uma vida futura
constituem componentes vitais. Gautama não negava a existência
das divindades, mas as consideravam inúteis para a vida cotidiana. O
Budismo, portanto, é chamado de religião do ateísmo prático. Nancy
Wilson Ross, entretanto, destaca corretamente que não é certo
classificar o Budismo como ateísta, no sentido mais profundo do termo:
90 Módulo 15
O ensino budista, em relação à verdadeira natureza da
alma, ou do ser, provavelmente justifica em parte a alegação
de que é uma forma de ateísmo. De fato, o Budismo
não é mais ateísta do que teísta ou panteísta. A acusação,
de ateísmo dificilmente seria bem colocada na porta de
um Mestre que era capaz de declarar sobre o Universo,
ou cosmos, em sua totalidade: “Existe um não nascido,
não originado, não feito, não composto. Onde não há, ó
mendigos, não haveria escape do mundo dos nascidos,
originados, feitos e compostos” (NANCY, p. 29,30, 1980).

2. Ensinos
Gautama abraçava a ideia da Reencarnação: A salvação é o supremo
escape do ciclo de renascimentos.

Roda da Lei: Simboliza os ensinamentos de Buda, o qual


se diz ter posto em movimento a roda do dharma (verdade), para
demonstrar a lei natural das coisas aos cinco ascetas que ouviram o
seu primeiro sermão.


Uma ideia central no pensamento oriental é a
noção de que a Avidya (ignorância) é a raiz de
todo o mal. O Budismo adota esse conceito.
Gautama desenvolveu uma maneira de acabar
com a ignorância de uma forma diferente de
todas as abordagens formuladas em sua época.
Ao considerar o rigor do Ascetismo de um lado
e o Hedonismo descontrolado do outro, como
meios funcionais de se adquirir autodisciplina
e controle, rejeitou ambos como um fracasso,
os quais destruíam o que era fundamental na
natureza humana, ou seja, a paixão e o desejo.
Religiões Comparadas I e I 91

2.1. Os ensinamentos, a filosofia e os princípios


Os ensinamentos do budismo têm como estrutura a ideia de
que o ser humano está condenado a reencarnar infinitamente após
a morte e passar sempre pelos sofrimentos do mundo material. O
que a pessoa fez durante a vida será considerado na próxima vida
e assim sucessivamente. Esta ideia é conhecida como carma. Ao
enfrentar os sofrimentos da vida, o espírito pode atingir o estado
de nirvana (pureza espiritual) e chegar ao fim das reencarnações.

A filosofia budista também define cinco comportamentos


morais a seguir: não maltratar os seres vivos, pois
eles são reencarnações do espírito, não roubar, ter
uma conduta sexual respeitosa, não mentir, não
caluniar ou difamar, evitar qualquer tipo de drogas ou
estimulantes. Seguindo estes preceitos básicos, o ser
humano conseguirá evoluir e melhorará o carma de
uma vida seguinte. (http://www.suapesquisa.com/)
92 Módulo 15
2.2. Os Dados a Seguir Fazem uma Comparação entre O
Budismo e O Cristianismo, com Relação a Deus, Pecado,
Salvação e Moralidade:

2.2.1. Deus
Num agudo contraste com o Cristianismo, o Budismo não
adota a noção de um Deus pessoal, Imanente e Transcendente.
Para o budismo não existe nenhum Deus absoluto ou pessoal.
A existência do mal e do sofrimento é uma refutação da crença
em Deus. Os que querem ser iluminados, necessitam seguir seus
próprios caminhos espirituais e transcendentais.

Enquanto a meditação cristã é focalizada em Deus e na Sua


Palavra, a meditação budista é baseada em si mesmo e em encontrar
a paz interior. Os budistas não acreditam em um Deus pessoal, a
não ser que “Deus signifique a verdade, a realidade final de todas as
coisas, sendo o próprio universo”.

Por outro lado, o cristianismo crê em um só Deus,


eternamente subsistente em três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o
Espírito Santo (Dt 6.24; Mt 28.19; Mc 12.29).

2.2.2. Pecado
Para o budista, o pecado é um conceito conhecido como
Tanha. Este termo muitas vezes é traduzido como “luxúria” e significa
toda a concupiscência ou desejos lascivos que crescem na vida de um
indivíduo. No budismo, todo e qualquer desejo resulta em pecado.

No entanto, cremos na pecaminosidade do homem, que o


destituiu da glória de Deus, e que somente através do arrependimento
dos seus pecados e a fé na obra expiatória de Jesus o pode restaurar
a Deus (Rm 3.23; At 3.19; Rm 10.9).
Religiões Comparadas I e I 93
2.3.3. Salvação
Para o Budismo, a salvação é fundamentada em duas áreas de ênfase:

a) Primeira, a libertação do ciclo de renascimentos, ou


o “cessar de existir”. “Pela destruição da sede (tanha),
a atração é destruída; com a destruição da atração, a
existência é destruída (Vinaya Pitaka)”;

b) Segunda, a salvação também é considerada o cultivo


do caráter e da estatura ética na vida presente pelo
cumprimento da lei e a obediência diligente. A salvação
deve ser obtida pelo próprio budista sem nenhuma ajuda
de fontes externas.

O indivíduo faz o mal por si mesmo; sofre por si mesmo;


por si mesmo deixa de fazer o mal; é purificado por si mesmo.
Nenhum homem pode purificar o outro (BYROM, 365, 1976).

O contraste aqui, entre o Budismo e o Cristianismo, é


claramente visível. O cristão não olha para dentro de si mesmo,
em busca da salvação; mas, pelo contrário, olha para fora, pela fé,
para Cristo. O apóstolo Paulo resume a doutrina cristã da salvação,
de forma sucinta: “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da
fé - e isto não vem de vós, é dom de Deus - não das obras, para que
ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9).

Existem outros ramos do Budismo, zen-budismo, usa


técnicas de meditação, “Pure Land”, tem sua fé em
Amitabha ou Amida Buda e por repetir a frase “Namu-
Amida-Butsu”, Vajrayana derivado do hinduismo, usa
técnicas de ocultismo e é predominante no Tibet, tendo
como símbolo principal o Dalai Lama, ele é considerado
a décima quarta reencarnação de Avalokiteshvara, o
bodhisattva. As escrituras sagradas dos Vajrayana são
os Kanjur(108 volumes) e os Tanjur (225 volumes).
Existe também uma versão popular do budismo que é
basicamente espírita, crê que as pessoas são influenciadas
por espíritos (www.angelfire.com/).
94 Módulo 15
A Bíblia ensina que o homem caiu em pecado, e desde então:
“... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois
disto, o juízo” (Hb 9.27).

Existe somente um caminho de volta a Deus, que é através


da fé: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia,
se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). Esta salvação, contudo, não
se aplica a animais, mas somente aos homens, que foram criados
segundo a imagem de Deus.

CONCLUSÃO
A diferença básica do budismo, e de todas as outras religiões,
está no fato delas tentarem alcançar a Deus ou o nirvana, enquanto
no cristianismo Deus alcança o homem.

Já nas primeiras páginas da Bíblia, vemos o homem tentando


alcançar a Deus por meio de uma torre “... cujo topo chegue até
aos céus...” Isso acabou numa grande confusão, porque o único
caminho para chegar até Deus é através de Seu Filho, o Senhor
Jesus Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém
vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
Religiões Comparadas I e I 95

3. Recapitulação da lição 4

Nesta lição aprendemos que:


a) Que a diferença básica do budismo, e de todas as outras
religiões, está no fato delas tentarem alcançar a Deus ou o nirvana;

b) Que para o budista, o pecado é um conceito conhecido


como Tanha. Este termo muitas vezes é traduzido como “luxúria”;

c) Que num agudo contraste com o Cristianismo, o Budismo


não adota a noção de um Deus pessoal, Imanente e Transcendente.
96 Módulo 15

Para o aluno
5a
LIÇÃO
1a Aula

GLORIFICADO E
SUAS IGREJAS
O SENHOR

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar


possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever que tendo em vista que o Confucionismo trata
primariamente de condutas morais e de ordem social;

• Fornecer a informação que o culto e adoração ao “Supremo


Governador” do mundo era conduzido pelos mais altos dirigentes
da China;

• Difundir que ao norte de Pequim estava o altar dedicado à terra.

Data desta lição


_______________
98 Módulo 15

1. Confucionismo - Filosofia ou Religião?


2. Crenças e Práticas Confucionistas
2.1. Deus
2.2. Adoração dos Ancestrais
2.3. Piedade Filial
2.4. Geomancia
3. Sucessores de Confúcio
4. Processo da Deificação de Confúcio
5. Os Cinco Clássicos
6. Os Quatro Livros
7. A vida além da morte
7.1. Confúcio continua vivo
8. Refutações apoiadas nas verdades bíblicas
8.1. Quanto a natureza humana
8.2. Deidades adoradas no Confucionismo
8.3. Atributos divinos no Confucionismo
8.3.1. Atributos exclusivos de Deus Jeová
9. Jeová - Jehovah -, em Êxodo 6.3
10. Recapitulação da lição 5
Religiões Comparadas I e I 99
Religião oriental baseada nas ideias do filósofo chinês
Confúcio (551- 479 a.C.). Conhecido pelos chineses como Junchaio
(ensinamentos dos sábios). O princípio básico do Confucionismo
é à busca do Caminho (Tao), que garante o equilíbrio entre as
vontades da terra e as do céu.

O confucionismo (Rúxué) ou confucionismo é um


sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu.
Entre as preocupações do confucionismo estão a moral,
a política, a pedagogia e a religião. Conhecida pelos
chineses com “ensinamentos dos sábios”. Fundamentada
nos ensinamentos de seu mestre, o confucionismo
encontrou uma continuidade histórica única. Além
de tradição religiosa, o confucionismo é considerado
uma filosofia, ética social, ideologia política, tradição
literária e um modo de vida. Confúcio, forma latina de
Kung Fu Tsé, filósofo chinês do século VI a.C, compila
e organiza antigas tradições da sabedoria chinesa e
elabora uma doutrina assumida como oficial na China
por mais de 25 séculos. (http://pt.wikipedia.org/)
100 Módulo 15
1. Confucionismo - Filosofia ou Religião?
Tendo em vista que o Confucionismo trata primariamente de
condutas morais e de ordem social, esta religião é frequentemente
categorizada como um sistema ético e não como uma religião. Em
sua visão de reforma, Confúcio advogava justiça para todos como
o fundamento da vida em um mundo ideal, onde os princípios
humanos, cortesia, piedade filial, e virtudes da benevolência, retidão,
lealdade e a integridade de caráter deviam prevalecer.

Seus ensinos advogam que o homem é capaz de ser perfeito


por ele próprio, pelo seu esforço de seguir o caminho dos seus
antepassados. Confúcio aludia que a natureza humana é boa. Este
ensino foi desenvolvido posteriormente por seus discípulos, e
tornou-se uma crença cardeal do Confucionismo.

Confúcio, apesar de estar voltado para este mundo, acreditava


no céu e na sua influência sobre a terra e sobre os homens. Confúcio
influenciou a China em dois grandes preceitos religiosos: o da
veneração e adoração aos ancestrais, e do conceito de piedade filial.

O Confucionismo permaneceu como religião


oficial da China desde sua unificação, no século
II, até sua proclamação como República pelo
Kuomintang em 1911. Durante a Dinastia de Han do
Imperador P’ing (202-221 a.C.), seus funcionários
foram recrutados entre os confucionistas. As
primeiras críticas ao Confucionismo surgiram
com a República. Entre 1966 e 1976, durante
a Grande Revolução Cultural Proletária, foi
novamente atacado por contrariar os interesses
comunistas. Atualmente, apesar de o comunismo
banir todo tipo de religião, 25% da população
chinesa afirma viver segundo a ética confucionista.
Fora da China, o Confucionismo possui cerca
de 6.3 milhões de adeptos, principalmente
no Japão, na Coréia do Sul e em Cingapura.
Religiões Comparadas I e I 101
2. Crenças e Práticas Confucionistas

2.1. Deus

O Confucionismo não só crê que a natureza humana é


divina e boa, como também todos os seus escritos fazem alusão à
uma força suprema no mundo. Três expressões são usadas em sua
referência:

a) Shang Ti, que significa “Supremo Governador”. Esta


expressão é uma designação pessoal, a qual nos Livros
Sagrados do Oriente é sempre traduzida como “Deus;”

b) Tien, que significa “Céu”. Esta expressão impessoal é


usada para as supremas regras morais;

c) Ming, que significa “Decreto”. Esta expressão


impessoal também é usada em relação à ética e à fé no
Ser Supremo.

O culto e adoração ao “Supremo Governador” do mundo


era conduzido pelos mais altos dirigentes da China, os imperadores,
em favor da nação. Segundo a tradição, o poder e autoridade dos
imperadores e reis chineses era concedido pelo céu. O culto era
realizado regularmente todos os anos, depois da noite de solstício
no inverno, no dia 22 de dezembro.

Ofertas queimadas de novilho, de alimentos e de vinho;


acompanhadas de música, luzes e procissões, eram oferecidas ao
redor do grande e redondo altar de mármore branco, constituído
de três níveis, e dedicado ao céu, ao sul da cidade de Pequim. Este
é o maior altar que já existiu na história da humanidade.

Ao norte de Pequim estava o altar dedicado à terra, porém


este era de menos afluência. Inúmeras deidades são adoradas no
Confucionismo, como o sol, a lua, imperadores, montanhas e
rios importantes da China, sem mencionar o culto aos mortos
(antepassados).
102 Módulo 15
2.2. Adoração dos Ancestrais

A adoração aos antepassados, pelas famílias reais e pela plebe,


é a prática da veneração do espírito dos mortos pelos familiares vivos
em sinal de gratidão e respeito. Esta prática foi altamente promovida
e praticada por Confúcio. Para isso, construíram-se templos onde
se realizam ritos de sacrifícios aos mortos. Segundo ensinam,
pessoas importantes e de destaque, depois de mortos, poderiam
influenciar, ajudar e iluminar os imperadores, governantes e o povo.

A existência do espírito destes antepassados, segundo


eles, depende da atenção dada pelos seus familiares.
Também creem que o espírito dos mortos pode
controlar o êxito dos indivíduos com prosperidade,
filhos e harmonia. Para isso, a família deve prover tudo
o que for necessário para que os antepassados vivam
além-túmulo, de maneira similar aos vivos. Isto inclui
a colocação de alimento, armas de guerra e diferentes
utensílios nos túmulos, ou em festivais especiais. Se isto
não for oferecido, eles creem que os espíritos virão em
forma de fantasma e trarão males àqueles que estão
vivos. Até hoje, o povo celebra o Festival dos Fantasmas
(espíritos) Famintos. O ofertante coloca alimento e
vinho em frente a sua casa para satisfazer o espírito
dos antepassados, cujos descendentes vivos não têm
tido cuidado por eles. Consequentemente, o povo vive
sob o medo dos mortos. (http://www.sepoangol.org/)

2.3. Piedade Filial


Prática chinesa da lealdade e devoção dos membros mais
novos da família aos mais velhos, denominada de Hsaio. Todo filho
deve ser leal e devoto à sua família. É esperado que o filho ame e
reverencie seus pais enquanto estiverem vivos, e que chore e os
lamente depois de mortos.

Este é o dever fundamental de todo o homem, segundo o


Confucionismo.
Religiões Comparadas I e I 103
2.4. Geomancia
Prática de adivinhação que se faz deitando pó de terra
sobre uma mesa e examinando as figuras que se formam. Também
chamada de Feng Shui ou Prognosticismo. Essa prática envolve a
observação dos trovões, relâmpagos, voo dos pássaros, e tudo o
que se refere ao céu.

3. Sucessores de Confúcio
Entre os sucessores de Confúcio destacam-se Mêncio Meng-
tseu (371-289 a.C) e Hsun-tzu (315-236 a.C.). Mêncio partiu do
conceito confuciano de benevolência para desenvolver a doutrina da
bondade inata do homem, a qual precisa ser descoberta e aprimorada
por meio da meditação. Hsun-tzu, ao contrário, defende a teoria da
maldade inata. Segundo ele, o homem é mau e indisciplinado por
natureza e somente as regras e leis podem possibilitar a vida social.

4. Processo da Deificação de Confúcio


Desde o início da era cristã, iniciou-se uma veneração
oficial a Confúcio. Por séculos em Pequim, tanto os imperadores
chineses como os mandarins adoravam e faziam rituais de ofertas
e sacrifícios à Confúcio. Uma média de 62.606 animais eram
oferecidos anualmente nos altares de mais de 1.560 templos em
toda China. Click aqui para acessar o suntuoso templo em Taiching
(960-1279), dedicado à Confúcio. O Confucionismo deixou de ser
um sistema ético e se tornou uma religião.

5. Os Cinco Clássicos

a) Shu Ching (Livro dos Documentos), sobre a


organização política de cinco dinastias da China;

b) I Ching (Livro das Mutações), sobre a metafísica;

c) Li Ching (Livro das Cerimônias), sobre a visão social;

d) Shi Ching (Livro das Poesias), sobre a antologia


secular e religiosa;
104 Módulo 15
e) Chun-Chiu (Anais das Primaveras e Outonos), sobre
a história da China.

6. Os Quatro Livros

a) Ta Hsio (Grande Aprendizado), ensinamentos sobre


a virtude;

b) Chung Yung (Doutrina do Meio), ensinamentos sobre


a moderação perfeita;

c) Lun Yu (Anacletos), coleção das máximas de Confúcio,


seus princípios éticos;

d) Meng-Tze (Mêncio), obra do grande expositor de


Confúcio.

No Confucionismo não existe igrejas, clero, ou credo.


Entretanto, a religião influencia as formas de pensamento, educação
e governo do povo chinês. De 125 a 1905 d.C., os membros da
classe de servidores públicos dos mandarins eram nomeados
para os postos governamentais, com base no exame dos clássicos
de Confúcio. Este sistema permitiu que muitos indivíduos de
procedência humilde atingissem a proeminência e premiou a
honestidade do governador e do súdito.

7. A vida além da morte


Entre as várias práticas rituais, privilegia-se o culto aos
antepassados, considerado a base primordial da “religião dos
chineses”. Os mortos não se transformam em divindades mas são
venerados como antepassados que ainda pertencem à família ou ao clã.

O culto é presidido pelo chefe da família ou do clã e realizado


numa sala-templo ou simplesmente diante do altar, colocado no
interior da casa, sobre o qual são expostas as tabuinhas com o nome
dos antepassados.
Religiões Comparadas I e I 105
Isso alimenta a piedade filial, que se prolonga além da morte, não
somente como maneira de superar o trauma da dor, mas, sobretudo,
como maneira de reintegrar o defunto à unidade familiar: o antepassado
continua sobrevivendo e tendo seu lugar nas gerações futuras.

O objetivo é perpetuar e reforçar a organização familiar e do


clã, que poderia se perder com o passar do tempo e das gerações,
mantendo viva, na consciência do indivíduo, sua pertença a um
grupo histórico mais amplo.

7.1. Confúcio continua vivo


“Nós queremos utilizar os ensinamentos de Confúcio para
acelerar os programas de modernização”. Assim falou o presidente
da “Sociedade Chinesa para a Educação” num encontro nacional
em 1984. Dez anos antes, os ativistas da “Revolução Cultural”
quiseram arrancar pela raiz toda tradição confucionista, destruindo
até o túmulo do sábio. Depois da morte de Mao Tse-tung (nove
de setembro de 1976), Confúcio voltou a dominar, em sentido
moral, a vida da China. Hoje, até as máximas autoridades políticas
lembram Confúcio, apresentam-no como símbolo da identidade
chinesa e consideram suas ideias uma ajuda muito válida para a
modernização do país.

8. Refutações apoiadas nas verdades bíblicas

8.1. Quanto a natureza humana


De acordo com o Confucionismo a “natureza humana
é divina e boa”. Contudo, ao observarmos a Bíblia percebemos
que, embora a criação do ser humano tenha sido perfeita na sua
natureza física, psíquica e espiritual, o pecado o destituiu da posição
primacial diante de Deus, tornando-o depravado moralmente,
morto espiritualmente e condenado a perdição eterna, Gn 1.27;
2.20,24; 3.6; Is 59.2; Rm 5.12; Ef 2.1-3. Paulo ao escrever aos
Romanos afirma:
106 Módulo 15
Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos
os homens, por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava
o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo
lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o
qual é a figura daquele que havia de vir (Rm 5.12).

Através da transgressão e queda de Adão, o pecado como


princípio ou poder ativo conseguiu penetrar na raça humana (Rm
5.17,19; Gn 3; 1Co 15.21,22). Duas consequências decorrem disso:

a) O pecado e a corrupção penetraram no coração e na


vida de Adão;

b) E Adão transmitiu a natureza pecaminosa ao gênero


humano, corrompendo todas as pessoas nascidas a partir
de então. Todos os seres humanos passaram a nascer
propensos ao pecado e ao mal (Rm 5.19; 1.21; 7.24; Gn
6.5,12; 8.21; Sl 14.1-3; Jr 17.9; Mc 7.21,22; 1Co 2.14; Gl
5.19-21; Ef 2.1-3; Cl 1.21; 1Jo 5.19).

Paulo não explica como o pecado de Adão é transmitido


aos seus descendentes. Nem diz que toda a humanidade estava
presente em Adão e que assim ela participou do seu pecado e por
isso herda a sua culpa. Paulo não diz, em nenhum lugar, que Adão
foi o cabeça coletivo dos seus descendentes, nem que o pecado de
Adão foi-lhes imputado. Todos são culpados diante de Deus por
causa dos seus próprios pecados pessoais, porque “todos pecaram”
(Rm 5.12). O único ensino no tocante a isso, que tem apoio bíblico,
é que homens e mulheres herdam uma natureza moral corrupta,
bem como a propensão para o pecado e o mal (Rm 6.1).

8.2. Deidades adoradas no Confucionismo


Inúmeras deidades são adoradas no Confucionismo, como
o sol, a lua, imperadores, montanhas e rios importantes da China,
sem mencionar o culto aos mortos (antepassados).
Religiões Comparadas I e I 107
Entretanto, encontramos na Palavra de Deus que a verdadeira
adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram a
majestade do grande Deus do céu e da terra. Sendo assim, a adoração
concentra-se em Deus, e não no ser humano. No culto cristão, nós
nos acercamos de Deus em gratidão por aquilo que Ele tem feito
por nós em Cristo e através do Espírito Santo. A adoração requer
o exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso Deus e
Senhor. A Bíblia recomenda “dai ao SENHOR a glória devida ao
seu nome; adorai o SENHOR na beleza da sua santidade (Sl 29.2);
adorai ao SENHOR na beleza da sua santidade; tremei diante dele
todos os moradores da terra” (Sl 96.9)

8.3. Atributos divinos no Confucionismo


De acordo com a doutrina de Confúcio, ele recebeu “atributos
divinos” à medida que os governantes chineses se estabeleciam no
poder. Paulatinamente ele foi “crescendo em divindade”. Contudo,
não se deu assim com Deus, pelo contrário, todos os seus atributos
são exclusivos dEle.

8.3.1. Atributos exclusivos de Deus Jeová

a) Deus é onipresente. Ele está presente em todos os


lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não
importa para onde formos Deus está ali (Sl 139.7-12;
cf. Jr 23.23,24; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto
fazemos.

b) Deus é onisciente. Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6;


147.5). Ele conhece, não somente nosso procedimento,
mas também nossos próprios pensamentos (1Sm 16.7;
1Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). Quando a Bíblia fala da
presciência de Deus (Is 42.9; At 2.23; 1Pe 1.2), significa
que Ele conhece com precisão a condição de todas as
coisas e de todos os acontecimentos exequíveis, reais,
possíveis, futuros, passados ou predestinados (1Sm
23.10-13; Jr 38.17-20). A presciência de Deus não
subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente
soberano para tomar decisões e alterar seus propósitos
108 Módulo 15
no tempo e na história, segundo sua própria vontade e
sabedoria. Noutras palavras, Deus não é limitado à sua
própria presciência (Nm 14.11-20; 2Rs 20.1-7).

c) Deus é onipotente. Ele é o Todo-poderoso e detém


a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as
criaturas (Sl 147.13-18; Jr 32.17; Mt 19.26; Lc 1.37). Isso
não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu
poder e autoridade em todos os momentos. Por exemplo,
Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado,
mas optou por não fazer assim até o final da história
humana (1Jo 5.19). Em muitos casos, Deus limita o seu
poder, quando o emprega através do seu povo (2Co
12.7-10); em casos assim, o seu poder depende do nosso
grau de entrega e de submissão a Ele (Ef 3.20).

d) Deus é transcendente. Ele é diferente e independente


da sua criação (Êx 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9).
Seu ser e sua existência são infinitamente maiores e mais
elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 8.27; Is
66.1,2; At 17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente
perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele
mesmo é incriado e existe à parte da criação (1Tm 6.16).
A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele
não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Lv
26.11,12; Ez 37.27; 43.7; 2Co 6.16).

e) Deus é eterno. Ele é de eternidade à eternidade (Sl


90.1,2; 102.12; Is 57.12). Nunca houve nem haverá um
tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus
não existisse ou que não existirá; Ele não está limitado
pelo tempo humano (Sl 90.4; 2Pe 3.8), e é, portanto,
melhor descrito como “EU SOU” (Êx 3.14; Jo 8.58).

f) Deus é imutável. Ele é inalterável nos seus atributos,


nas suas perfeições e nos seus propósitos para a raça
humana (Nm 23.19; Sl 102.26-28; Is 41.4; Ml 3.6; Hb
1.11,12; Tg 1.17). Isso não significa, porém, que Deus
Religiões Comparadas I e I 109
nunca altere seus propósitos temporários ante o proceder
humano. Ele pode, por exemplo, alterar suas decisões
de castigo por causa do arrependimento sincero dos
pecadores (Jn 3.6-10). Além disso, Ele é livre para atender
as necessidades do ser humano e às orações do seu povo.
Em vários casos a Bíblia fala de Deus mudando uma
decisão como resultado das orações perseverantes dos
justos (Nm 14.1-20; 2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8).

g) Deus é perfeito e santo. Ele é absolutamente isento


de pecado e perfeitamente justo (Lv 11.44,45; Sl 85.13;
145.17; Mt 5.48). Adão e Eva foram criados sem pecado
(Gn 1.31), mas com a possibilidade de pecarem. Deus,
no entanto, não pode pecar (Nm 23.19; 2Tm 2.13; Tt 1.2;
Hb 6.18). Sua santidade inclui, também, sua dedicação à
realização dos seus propósitos e planos.

h) Deus é trino e uno. Ele é um só Deus (Dt 6.4; Is


45.21; 1Co 8.5,6; Ef 4.6; 1Tm 2.5), manifesto em três
pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19; 2Co 13.14;
1Pe 1.2). Cada pessoa é plenamente divina, igual às duas
outras; mas não são três deuses, e sim um só Deus (Mt
3.17; Mc 1.11).

i) Deus é bom (Sl 25.8; 106.1; Mc 10.18). Tudo quanto


Deus criou originalmente era bom, era uma extensão
da sua própria natureza (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31). Ele
continua sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para
o bem de todas as suas criaturas (Sl 104.10-28; 145.9).
Ele cuida até dos ímpios (Mt 5.45; At 14.17). Deus é
bom, principalmente para os seus, que o invocam em
verdade (Sl 145.18-20).

j) Deus é amor (1Jo 4.8). Seu amor é altruísta, pois abraça


o mundo inteiro, composto de humanidade pecadora (Jo
3.16; Rm 5.8). A manifestação principal desse seu amor
foi a de enviar seu único Filho, Jesus, para morrer em
lugar dos pecadores (1Jo 4.9,10). Além disso, Deus tem
110 Módulo 15
amor paternal especial àqueles que estão reconciliados
com Ele por meio de Jesus (Jo 16.27).

k) Deus é misericordioso e clemente (Êx 34.6; Dt 4.31;


2Cr 30.9; ‘Sl 103.8; 145.8; Jl 2.13); Ele não extermina
o ser humano conforme merecemos devido aos nossos
pecados (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como
dom gratuito a ser recebido pela fé em Jesus Cristo.

l) Deus é compassivo (2Rs 13.23; Sl 86.15; 111.4). Ser


compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento
doutra pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua
compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e
salvação (cf. Sl 78.38). Semelhantemente, Jesus, o Filho
de Deus, demonstrou compaixão pelas multidões ao
pregar o evangelho aos pobres, proclamar libertação
aos cativos, dar vista aos cegos e pôr em liberdade os
oprimidos (Lc 4.18; cf. Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc
1.41; Mc 6.34).

m) Deus é paciente e lento em irar-se (Êx 34.6; Nm 14.18;


Rm 2.4; 1Tm 1.16). Deus expressou esta característica
pela primeira vez no jardim do Éden após o pecado de
Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça humana
conforme era seu direito (Gn 2.16,17). Deus também foi
paciente nos dias de Noé, enquanto a arca estava sendo
construída (1Pe 3.20). E Deus continua demonstrando
paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga
na devida ocasião, pois destruiria os pecadores, mas
na sua paciência concede a todos a oportunidade de se
arrependerem e serem salvos (2Pe 3.9).

n) Deus é a verdade (Dt 32.4; Sl 31.5; Is 65.16; Jo 3.33).


Jesus chamou-se a si mesmo “a verdade” (Jo 14.6), e o
Espírito é chamado o “Espírito da verdade” (Jo 14.17;
cf. 1Jo 5.6). Porque Deus é absolutamente fidedigno
e verdadeiro em tudo quanto diz e faz, a sua Palavra
também é chamada a verdade (2Sm 7.28; Sl 119.43; Is
Religiões Comparadas I e I 111
45.19; Jo 17.17). Em harmonia com este fato, a Bíblia
deixa claro que Deus não tolera a mentira nem falsidade
alguma (Nm 23.19; Tt 1.2; Hb 6.18).

o) Deus é fiel (Êx 34.6; Dt 7.9; Is 49.7; Lm 3.23; Hb


10.23). Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua
Palavra; Ele cumprirá tanto as suas promessas, quanto
as suas advertências (Nm 14.32-35; 2Sm 7.28; Jó 34.12;
At 13.23,32,33; 2Tm 2.13). A fidelidade de Deus é de
consolo inexprimível para o crente, e grande medo de
condenação para todos aqueles que não se arrependerem
nem crerem no Senhor Jesus (Hb 6.4-8; 10.26-31).

p) Deus é justo (Dt 32.4; 1Jo 1.9). Ser justo significa que
Deus mantém a ordem moral do universo, é reto e sem
pecado na sua maneira de tratar a humanidade (Ne 9.33;
Dn 9.14). A decisão de Deus de castigar com a morte os
pecadores (Rm 5.12) procede da sua justiça (Rm 6.23; cf.
Gn 2.16,17); sua ira contra o pecado decorre do seu amor
à justiça (Rm 3.5,6; ver Jz 10.7). Ele revela a sua ira contra
todas as formas da iniquidade (Rm 1.18), principalmente
a idolatria (1Rs 14.9,15,22), a incredulidade (Sl 78.21,22;
Jn 3.36) e o tratamento injusto com o próximo (Is 10.1-
4; Am 2.6,7). Jesus Cristo, que é chamado o “Justo” (At
7.52; 22.14; At 3.14), também ama a justiça e abomina
o mal (Mc 3.5; Rm 1.18; Hb 1.9). Note que a justiça de
Deus não se opõe ao seu amor. Pelo contrário, foi para
satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo,
como sua dádiva de amor (Jo 3.16; 1Jo 4.9,10) e como seu
sacrifício pelo pecado em lugar do ser humano (Is 53.5,6;
Rm 4.25; 1Pe 3.18), a fim de nos reconciliar consigo
mesmo (2Co 5.18-21). A revelação final que Deus fez
de si mesmo está em Jesus Cristo (Jo 1.18; Hb 1.1-4);
noutras palavras, se quisermos entender completamente
a pessoa de Deus, devemos olhar para Cristo, porque
nEle habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).
112 Módulo 15
9. Jeová - Jehovah -, em Êxodo 6.3 (Versão do Rei James, de 1611).

“Jeová ou Javé é uma representação aportuguesada, com


perda sintática da letra h (i.e., pois advém de Jehová), do hebraico,
uma vocalização do Tetragrammaton (“Tetragrama”) (YHWH), o
nome próprio do Deus de Israel na Bíblia hebraica.” (Preface to the
New American Standard Bible)

“O nome (YeHoVaH) aparece cerca de 7 Mil vezes no texto


original das Escrituras Hebraicas, além das 305 ocorrências da
forma (YeHoViH)”. (Brown-Driver-Briggs Lexicon)

“O texto em latim mais antigo a utilizar uma vocalização semelhante


a ‘Jeová’ data do século XIII.” (Raymund Martin, Pugio fidei, escrito
por volta de 1270).

A maioria dos acadêmicos e estudiosos acredita que ‘Jeová’


seja uma forma híbrida tardia (c. 1100 d.C.) derivada da combinação
das letras JHVH com as vogais de Adonai, porém existem evidências
de que ele já teria sido usado na Antiguidade Tardia (século V).
A vocalização histórica se perdeu porque durante o judaísmo do
Segundo Templo, entre os séculos III e II a.C., a pronúncia do
Tetragrama passou a ser evitada, sendo substituída por ‘Adonai’,
“meus Senhores”. Muitos teólogos advogam que o nome Jeová
é uma transliteração errada da palavra Jehová (lê-se: ierrová). A
Palavra Jehová é uma declinação na língua hebraica para Javé.

O Pronunciamento correto e mais aceito do Nome de Deus


para a língua Portuguesa é Jeová ou até mesmo Jah, Javé e Aiaweh,
Porém em outros idiomas este pronunciamento concordemente muda.
Religiões Comparadas I e I 113

10. Recapitulação da lição 5

Nesta lição aprendemos que:


a) Que de acordo com a doutrina de Confúcio, ele recebeu
“atributos divinos” à medida que os governantes chineses se
estabeleciam no poder;
b) Que inúmeras deidades são adoradas no Confucionismo
c) Que no Confucionismo não existe igrejas, clero, ou credo.
Entretanto, a religião influencia as formas de pensamento.
114 Módulo 15

Para o aluno
RELIGIÕES
COMPARADAS UNIDADE II

O texto religioso judeu mais importante é a


Bíblia Hebraica (que os cristãos chamam o
“Antigo Testamento”), que compreende os
livros da Torá, os Profetas e os Hagiógrafos
(chamados também de Escrituras).
116 Módulo 15

Dia de acerto da mensalidade


________________________

Dia de entrega do trabalho de Religiões 2


__________________________

Dia da prova de Religiões 2


__________________________

Módulo estudado

De à 2014
_________________________________________________
ANOTAÇÕES DO ALUNO
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
1a
LIÇÃO
1 Aula
a

da
Boa Vontade
Legião

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar


possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever Alziro Zarur fundou oficialmente, em 1º de janeiro de
1950, a Legião da Boa Vontade;

• Fornecer a informação que em março de 2001, a FJPN recebeu do


Ministério das Comunicações a autorização para o funcionamento
da Rede Mundial de Televisão;

• Difundir que Zarur se entendia como a reencarnação de Allan


Kardec.

Data desta lição


_______________
118 Módulo 15

Histórico
1. As Principais Doutrinas da LBV
1. 1. A Quarta Revelação de Deus aos homens
1.3. O que é a Bíblia para a LBV:
1.4. O que é Jesus para LBV
1.4.1. As Palavras gregas theos e kyrios provam
a Divindade de Cristo
1.4.2. Jesus Tinha um Corpo Fluídico (não Era
Humano)
1.5. A LBV e a Reencarnação
1.6. Para a LBV Satanás é o Grande Irmão
1.7. Não há Trindade para a LBV
2. A LBV é um Movimento Ecumênico
3. Recapitulação da lição 1
Religiões Comparadas I e I 119
Histórico
De acordo com a LBV, Zarur participou de uma sessão espírita
na Federação Espírita Brasileira, no Rio, em 1948, e na ocasião a
médium Emília Ribeiro lhe disse: “Zarur, vi São Francisco ao seu
lado o tempo todo e ele disse que é hora de começar”. A partir
deste acontecimento, ainda segundo a entidade, ele procurou saber
tudo sobre a vida do Santo de Assis. Leu o livro “Il Fioretti” que
tinha em seu acervo e foi percebendo as coisas que deveria realizar.


Em 4 de março de 1949 ele iniciou o programa “Hora da
Boa Vontade”, pregando o “Apocalipse de Jesus”, o que gerou um
grande “impacto” nacional, pois muitas pessoas nunca haviam,
sequer, pensado na palavra apocalipse, que em grego significa
revelação. O público alvo da programação eram as pessoas que
passavam por algum tipo de problema, independentemente de suas
crenças, etnias ou classe sociais.
120 Módulo 15

Com o sucesso do programa, Alziro


Zarur fundou oficialmente, em 1º
de janeiro de 1950, a Legião da Boa
Vontade (LBV), que realizava atividades
voltadas às comunidades carentes.
Um dos principais ideais da LBV é
o ecumenismo, que proporcionaria a
congregação entre as pessoas. Alziro
Zarur não construiu templos, pois dizia:

A LBV não se preocupa em construir templos luxuosos, do


modo que o fazem outras religiões humanas: cada legionário já é
a igreja Viva do Cristo Vivo, do Deus eternamente Vivo. (Revista
Religião de Deus de 25 de dezembro de 1977).

Após a morte de Zarur em 1979, sua esposa Iracy Zarur


sucedeu-o juntamente com seus filhos Paulo e Pedro, tendo tomado
posse numa Assembleia Magna em dezembro de 1979 (Jornal
Última Hora de 5 de dezembro de 1979).

José Simões de Paiva Netto tornou-se o presidente da


instituição em 1980. “Em 2001 José Simões de Paiva
Netto foi alvo de uma CPI” (http://epoca.globo.com/)

Em março de 2001, a FJPN recebeu do Ministério


das Comunicações a autorização para o funcionamento da
Rede Mundial de Televisão, um canal de TV educativa, sem
fins lucrativos, cujo propósito é ser um instrumento de apoio
ao Terceiro Setor. Nesse mesmo período, uma investigação
jornalística do jornal “O Globo” que faz parte das Organizações
Globo, denunciou que o dinheiro doado pela população para
as obras sociais da LBV era usado para outras finalidades.
Religiões Comparadas I e I 121
O nome “Legião da Boa Vontade” tem origem em uma
tradução errada do texto de Lc 2.14 : “Glória a Deus nas alturas,
paz na terra para os homens de boa vontade”. A tradução corrente
“Paz aos homens de boa vontade”, baseada na Vulgata Latina, não
reproduz o sentido usual do termo grego.

Assim, a Legião da Boa Vontade começa sua saga de tentar


corrigir a Bíblia, errando no próprio nome, visto ser este nome
baseado num equívoco de tradução de Lucas 2.14. Por isso,
a Bíblia de Jerusalém traduz por “paz na terra aos homens que
ele ama”. A Versão Almeida revista e atualizada traduz “paz na
terra aos homens que ele quer bem”. Pergunte aos seguidores da
LBV, principalmente àqueles que ligam em nossas casas pedindo
donativos, se a “Boa Vontade” é dos homens ou de Deus, no nome
LBV, e ficaremos surpreendidos com respostas do tipo: As pessoas
que doam dinheiro são de muito boa vontade.

1. As Principais Doutrinas da LBV


As obras assistenciais da LBV fazem com que ela tenha um
enorme prestígio perante à sociedade. Mas, por trás do cuidado
com o corpo está um doutrinamento severo do espírito e da mente.

Zarur se entendia como a reencarnação de Allan Kardec,


por isso afirmou: “O espiritismo não deu a última palavra”. No
livro Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol 2, Zarur reiteradas vezes
afirma ser a reencarnação de Allan Kardec. Por isso, Paiva Neto
afirmou: “Zarur e Kardec são um no Cristo de Deus”

1. 1. A Quarta Revelação de Deus aos homens


Para a LBV Allan Kardec não concluiu sua obra e, por isso,
Alziro Zarur veio completá-la. É em consequência dessa crença
que a LBV se intitula “A Quarta Revelação de Deus aos homens”.
Como tal, a LBV se considera a última revelação de Deus e alega
ser um tipo de religião ecumênica onde se fundem todas as religiões
humanas: “A religião divina, em que se fundem todas as religiões
humanas, ensina: religião, filosofia, ciência e política e são quatro
aspectos da mesma verdade - Deus” (Livro de Deus, p.23).
122 Módulo 15
As quatro revelações são assim descritas:

1ª) a de Deus, confiada por Jesus a Moisés, contida no dez


mandamentos; 2ª) a de Jesus, trazida pessoalmente por ele, e que
está nos quatro evangelhos; 3ª) a dos espíritos, cujos instrumentos
foram no sec. XIX, Kardec e Roustaing; 4ª) a de Deus, do Cristo e do
Espírito Santo, que é a Revelação do Novo Testamento ou do Amor
Universal, incluindo o apocalipse de Deus, dado por João por Jesus
na ilha de Patmos e agora integralmente revelado ao mundo pelo
Espírito da Verdade. Só mesmo a LBV, o campo neutro do Cristo,
poderia fazer esta unificação. (Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol 3)

1.2. O que é o Espírito Santo para a LBV


O Espírito Santo, de modo geral, não era – e não é — um
Espírito Especial, mas uma designação figurada, que indicava – e
indica – o conjunto dos espíritos puros, dos espíritos superiores
e dos bons espíritos. É a Falange Sagrada, instrumento da ordem
hierárquica da elevação moral e intelectual, ministra de Deus – uno,
indivisível, eterno, infinito – que irradia por toda a parte (Jesus, a
Saga de Alziro Zarur, vol 2, p,123).

Mas quem é o Espírito Santo?
O Espírito Santo é o Consolador prometido por Jesus (Jo
14.16, 26; 16.7-9,13,14) não é uma falange de espíritos superiores,
mas um ser pessoal, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Quanto a isso o Novo Testamento não deixa dúvidas (At 5.3,4).
Como parte integrante da Trindade, Ele possui todos os atributos
próprios da Divindade: é onipotente (Jó 26.13; 33.4; Rm 15.13,19);
onisciente (1Co 2.10,11; Ez 11.5); é onipresente (Sl 139.7-10; Jo
14.17); e eterno (Hb 9.14; Sl 90.2).

Jesus disse que o outro Consolador (comparar com Jo 14.16 [outro]


com 1Jo 2.1, onde Jesus é um Consolador e o Espírito Santo é o
outro Consolador) ensinaria todas as coisas, e que faria lembrar
de tudo (Jo 14.26; 15.26). Inicialmente as palavras de Jesus eram
transmitidas oralmente, e, aos poucos, sob a orientação do Espírito
Santo, tais palavras foram relembradas e assentadas por escrito,
surgindo, assim, o Novo Testamento. Além do mais, muitas foram
as verdade reveladas pelo Consolador.
Religiões Comparadas I e I 123
1.3. O que é a Bíblia para a LBV:
Para a Legião da Boa Vontade a Bíblia está repleta de erros e
os cristãos não devem refutar seus erros:

A fé dos cristãos míopes é refutar fatos concretos, e justificar


contradições na Bíblia dos Hebreus. Senhor, não creio que este Livro
Santo tenha, todo ele, inspiração Divina, porque tua santíssima
doutrina não pode rebaixar-se tanto e tanto (Mensagem de Jesus
Para os sobreviventes, páginas.179, 180).

Os líderes espíritas e seus seguidores apreciam provar, com


argumentos pouco convincentes, ser a Bíblia um livro repleto de erros.
Só os incautos caem nessa argumentação. Tais opositores se acham
competentes de corrigir a suposta ‘parte humana’ do Livro Sagrado,
como se eles fossem inspirados por Deus para corrigir o incorrigível!

Para a LBV, a Bíblia é repleta de contradições e, por isso afirmam:

Ora, isso explica a necessidade das revelações


progressivas, cuja finalidade (traçada pelo próprio Jesus)
é corrigir e atualizar a parte humana da Bíblia Sagrada.
Portanto, com todos os erros, de origem humana, a
Bíblia contínua certa, como demonstra a Doutrina do
Céu da LBV (Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol. 2, p.86)

É lamentável o que a LBV faz com a Palavra de Deus, usa-a


para enganar, cita textos os quais lhe interessa e deixa de lado o que
lhe tira a autoridade.

Eis o que diz a Bíblia de si mesma:

a) “Quando vieres traze a capa que deixei em Trôade, em


casa de Carpo, e os livros, especialmente os pergaminhos”
(que eram os livros santos que formaram a Bíblia) (2Tm
4.13);

b) “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia


da Escritura é de particular interpretação. Porque a
124 Módulo 15
profecia nunca foi produzida por vontade dos homens,
mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo
Espírito Santo” (2Pe 1.20 -21);

c) “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei


eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica
sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do
que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10-11);

d) “... Por amor de vós; para que em nós aprendais a não


ir além do que está escrito” (1Co 4.6);

e) “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos (Novo


Testamento) e dos profetas (Velho Testamento), sendo o
próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina” (Ef
2.20 – grifo nosso).

O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2Tm 3.16,


refere-se principalmente aos escritos do Antigo Testamento.
Há evidências, porém, de que escritos do Novo Testamento já
eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta
do período em que Paulo escreveu 2Tm (1Tm 5.18, Lc 10.7;
2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos
divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do
Novo Testamento, isto é, a Bíblia. São (os escritos) a mensagem
original de Deus para a humanidade, e o único testemunho
infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas.

Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A


palavra “inspirada” (gr. theopneustos) provém de duas palavras
gregas: Theos, que significa “Deus”, e pneuo, que significa “respirar”.
Sendo assim, “inspirado” significa “respirado por Deus”. Toda a
Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra
de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não
contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível.
Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia
trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está
Religiões Comparadas I e I 125
isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o
cosmos (2Pe 1.20,21; note também a atitude do salmista para com
as Escrituras no Sl 119).

Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de


que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus
(Dt 18.18; 2Sm 23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas
mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”. Jesus também
ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus
mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto
Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31;
7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura, da parte do
Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).

Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, como


faz a LBV, é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo
(Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27 44,45; Jo 10.35), do Espírito
Santo (Jo 15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1) e dos apóstolos (2Pe
1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar
sua autoridade divina.

1.4. O que é Jesus para LBV

Há quase dois mil anos, Jesus ensinou a verdade, mas não toda
a verdade. Isto ele o declarou com muita clareza, firmando o princípio
das revelações progressivas. (Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol 2).

Para a LBV, Jesus não tinha um corpo real, mas um corpo ilusório:

Jesus não poderia nem deveria, conforme as imutáveis


leis da natureza, revestir o corpo material do homem
do nosso planeta, corpo de lama, incompatível com sua
natureza espiritual, mas com um corpo fluídico, apto a
longa tangibilidade, formado segundo as leis das esferas
superiores, por aplicação e conformação dessas leis aos
fluidos ambientes de nosso planeta” (Jesus, a Saga de
Alziro Zarur, vol 2, p.108).
126 Módulo 15
Jesus, na concepção da LBV, não é Deus: “Agora, o mundo
inteiro pode compreender que Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus
nem jamais afirmou que fosse Deus” (Jesus, a Saga de Alziro Zarur
vol. 2, p.112).

Embora neguem a divindade de Jesus, sempre enaltecem


sua personalidade e seu ensino moral, ao defenderem a doutrina
moral de Jesus, o fazem como forma de apaziguar a negação de sua
divindade.

Como o ensino de Jesus é meramente moral, a expiação é


ridicularizada:

Jesus veio para morrer por nós ou para viver por nós?
Portanto, Jesus, que não morreu por nós, mas viveu por nós,
está mais vivo do que nunca, na direção do planeta que ele
próprio criou. (Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol. 2, p.99).

1.4.1. As Palavras gregas theos e kyrios provam a Divindade


de Cristo

A palavra Deus (theos) é atribuída a Cristo. Apesar de a


palavra theos, “Deus” ser em geral reservada no Novo Testamento
para Deus Pai, há algumas passagens em que é também empregada
em referência a Jesus Cristo. Em todos esses trechos, a palavra
“Deus” é empregada com um sentido denso em referência àquele
que é Criador do céu e da terra, o governante de tudo. Entre
essas passagens encontram-se Jo 1.1; 1.18 (em manuscritos mais
antigos); 20.28; Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1, (citando Sl 45.6) e 2P 1.1”.
Há pelo menos sete passagens no Novo Testamento que se referem
explicitamente a Jesus como Deus. Um exemplo veterotestamentário
do nome Deus aplicado a Cristo encontra-se numa passagem
messiânica bem conhecida. “Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu
nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte...” (Is 9.6).
Religiões Comparadas I e I 127
A palavra Senhor (kyrios) atribuída a Cristo. Às vezes a
palavra Senhor (gr. kyrios) é empregada simplesmente como
tratamento respeitoso dispensado a um superior (Mt 13.27; 21.30;
27.63; Jo 4.11). Às vezes pode simplesmente significar “patrão”
de um servo ou escravo (Mt 6.24; 21.40). Ainda assim, a mesma
palavra é também empregada na Septuaginta (a tradução grega
do Antigo Testamento, de uso comum na época de Cristo) como
uma tradução do hebraico yhwh, “Javé”, ou (conforme traduzido
com frequência) “o SENHOR” ou “Jeová”. A palavra kyrios é
empregada para traduzir o nome do Senhor 6.814 vezes no Antigo
Testamento grego. Assim, qualquer leitor grego da época do Novo
Testamento que conhecesse um pouco o Antigo Testamento grego
reconheceria que, nos contextos apropriados, a palavra “Senhor”
era o nome do Criador e Mantenedor do céu e da terra, o Deus
onipotente. Casos no Novo Testamento em que “Senhor”:

a) Esse emprego da palavra “Senhor” é bem contundente


na palavra do anjo aos pastores de Belém: “... hoje vos
nasceu, na cidade de Davi o Salvador, que é Cristo, o
Senhor” (Lc 2.11). Embora essas palavras nos sejam
familiares pela leitura frequente da história de Natal,
precisamos perceber como seria surpreendente para
qualquer judeu do primeiro século ouvir que algum
recém-nascido era o “Cristo” (ou “Messias”) e, além
disso, que esse Messias era também “o Senhor” - ou seja,
o próprio Senhor Deus!

b) Quando Maria chega para visitar Isabel alguns meses


antes do nascimento de Jesus Isabel diz: “E de onde me
provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?”
(Lc 1.43). Uma vez que Jesus nem havia nascido, Isabel
não podia estar empregando a palavra “Senhor” com
algum sentido de “senhor” humano. Antes, estava
empregando-a no sentido veterotestamentário mais
denso, dando um significado admirável à frase.

c) Vemos outro exemplo quando Mateus diz que João


Batista é o que clama no deserto: “Preparai o caminho do
128 Módulo 15
Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 3.3). Ao fazê-lo,
João está citando Isaías 40.3, que fala do próprio Senhor
Deus chegando para o meio de seu povo. Mas o contexto
aplica essa passagem ao papel de João na preparação
do caminho para a vinda de Jesus. A implicação é que
quando Jesus vier, o próprio Senhor virá.

d) Jesus também se identifica como o Senhor soberano


do Antigo Testamento quando pergunta aos fariseus
acerca de Salmos 110.1: “Disse o Senhor ao meu Senhor.
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo dos teus pés” (Mt 22.44). O significado
dessa frase é que “Deus Pai disse a Deus Filho [o Senhor
de Davi]: Assenta-te à minha direita...” Os fariseus sabem
que ele está falando de si mesmo e se identificando
como alguém digno do título veterotestamentário kyrios,
“Senhor”.

1.4.2. Jesus Tinha um Corpo Fluídico (não Era Humano)


Para a LBV o parto de Maria foi uma ilusão: “Fácil teria
sido, portanto, produzir nos homens, naqueles que porventura o
assistissem, a ilusão do parto de Maria, dando-lhe as características
da realidade” (Jesus – A Saga de Alziro Zarur; vol.2; p.153). Para LBV
o corpo material de Jesus é uma ideia incompatível com sua natureza
espiritual, por isso possuía apenas um corpo fluídico e não físico:

Notai que nenhum historiador de Jesus fala do trabalho


de parto de Maria, nem das consequências que pudessem
ocasionar. Maria tinha de crer num parto real e lembrar-
se dos fatos que lhe cumpria atestar, como se tivessem
ocorrido [...] JESUS não poderia nem deveria, conforme
as imutáveis Leis da Natureza, revestir o corpo material
do homem do nosso planeta, corpo de lama, incompatível
com sua natureza espiritual, mas um corpo fluídico, apto
a longa tangibilidade, formado segundo as leis das esferas
superiores, por aplicação e conformação dessas leis aos
fluídos ambientes do nosso planeta [A Saga de Alziro
Zarur II; José de Paiva Netto; 10ª edição; p.108]”.
Religiões Comparadas I e I 129
De acordo com a LBV a presença de Jesus na Terra foi
apenas espiritual e não física: A presença de JESUS na Terra foi uma
aparição espiritual tangível: “O Espírito tomou todas as aparências
do corpo. O perispírito, que o envolvia, foi feito tangível, de modo
a produzir a impressão perfeita, na medida do que o reclamavam as
necessidades. Mas Jesus Era Sempre Espírito [Idem; p.134]”.

As declarações da LBV contrariam os relatos bíblicos sobre


o parto de Maria (Lc 2.7). Se o parto de Maria fosse ilusório, não
faria sentido dizer o que bebê gerado em seu vente foi circuncidado
ao oitavo dia após o nascimento (Lc 2.21).

O apóstolo João declara: “Porque já muitos enganadores


entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio
em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (2Jo 1.7).

Jesus tinha um corpo real: a) é concebido como homem


no ventre de Maria (Lc 1.31); b) nasce como homem sujeito às
mesmas circunstâncias adversas (Lc 2.7,8); c) foi circuncidado (Lc
2.21-23); d) cresce fisicamente como todos os homens (Lc 2.52);
e) sente fome e sede – tem as mesmas necessidades (Mt 4.2; Lc
4.2; Jo 19.28); f) come e bebe como qualquer homem – precisa
de sustento (Mt 11.19; Lc 7.34); g) cansa-se – enfrenta as variáveis
do ambiente (Jo 4.6); h) dorme – carece de repor as energias (Mt
8.24,25); i) caminha e cansa ao andar (Jo 4.6); j) chega a suar sangue
– um espírito não tem sangue (Lc 22.44); l) é flagelado, crucificado
e sepultado – cumpre todas as etapas da existência humana (Mt
27.58; Mc 15.37; Lc 23.32,33; 24.39; 1Jo 1.1,2).

Veja só o que nos alerta a Bíblia: “Amados, não creiais em


todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conheceis
o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que
Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito
do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no
mundo” (1Jo 4.1-3). Mais adiante o mesmo apóstolo reforçou esse
alerta (2Jo 1.7).
130 Módulo 15
Negando a humanidade de Jesus, obviamente a LBV nega
também a ressurreição corporal, pois como poderia fazê-lo sem
ter corpo? A ressurreição de Cristo corporalmente é fato de
fundamental importância para o Cristianismo. Negar a ressurreição
é negar o Evangelho como afirmou o apóstolo Paulo (1Co 15.3,4).

1.5. A LBV e a Reencarnação


A reencarnação, ou transmigração das almas é uma ideia
religiosa segundo a qual uma parte de um ser distinta do corpo, o
seu espírito ou alma, pode ligar-se a um novo corpo após a morte.
A reencarnação pressupõe que os seres vivos são constituídos por
duas partes, o corpo e o espírito, e que o espírito sobrevive ao
corpo e pode ligar-se a outro corpo após a morte do corpo a que se
encontrava inicialmente ligado.

A LBV aceita a reencarnação como verdade irrefutável:


Só a reencarnação e os séculos de expiação, reparação
e progresso poderiam preparar as inteligências e os corações de
maneira a fazer deles odres novos, capazes de conservar o vinho
novo (Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol. 2, p. 259)

Negando o sacrifício vicário de Cristo e confessando


a reencarnação, a LBV afirma que a salvação (evolução no
plano espiritual) acontece tão somente pelas boas obras.

Todavia, o que adianta obras sem Fé? (Mc 16.15-16; Hb 11.6). A


salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8-9). A fé verdadeira, conquanto,
resulta em caridade (Mt 22.39; 1Co 13.3; Tg 2.14-17; 1Jo 4.20-21).

Eis uma das principais razões para a LBV temer a Bíblia,


pois a mesma, como Palavra de Deus, desmantela a sua teoria
central, que é a reencarnação. Veja o texto de Hebreus: “E, como
aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o
juízo” (Hb 9.27). É claríssima a afirmativa: “o homem só morre
uma vez”. E por quê? Porque ele só nasce uma vez. E, ainda
acrescenta; “vindo depois o juízo”, ou seja, a luz da Palavra de Deus
não há espaço para a teoria da reencarnação. O texto deixa claro,
que ao morrer, o homem será julgado, para ser salvo ou condenado.
Religiões Comparadas I e I 131
1.6. Para a LBV Satanás é o Grande Irmão
Por que odiarmos nós a Satanás, se ele, também, é criação
divina?...Por que não transformar num bom amigo a Satanás, em
vez de o combater? Amigos meus, oremos por Satã, amemo-lo de
todo coração, e respondamos sempre com o perdão aos males que
nos faça, hoje e amanhã. E, um dia, todos nós iremos ver Satanás
redimido, a trabalhar por aqueles que veio tresmalhar dos rebanhos
de Cristo, e reviver! Porque se assim, amigos, não quiserem aqueles
que se chamam “os cristãos”, lavemos, desde já as nossas mãos,
ante às iniquidades que fizeram. Por mim, com honra, eu amo
Satanás, meu pobre irmão perdido nos infernos, com este amor dos
sentimentos ternos, pra que ele, também receba a paz (Mensagem de
Jesus Para Os Sobreviventes, Poema completo: página 130, 132, 133).

Diz-nos parte do poema do fundador da LBV, Alziro Zarur:


“Por que odiarmos nós a Satanás, se ele, também, é criação
divina? [...] Oremos por ele, nosso pobre irmão perdido
nos infernos, com este amor dos sentimentos ternos, pra
que ele, também recebe a paz”. (Mensagem de Jesus Para
os Sobreviventes, Poema completo: p.130/132/133).

No poema apresentado supra, diz-nos o fundador da LBV,


Alziro Zarur: “Por que odiarmos nós a Satanás, se ele, também, é
criação divina? Por que não transformar num bom amigo a Satanás,
em vez de combatê-lo?” É uma desavergonhada mentira. A mentira
é uma destacada característica do diabo. Ele é a fonte geradora
de toda a falsidade (Gn 3.1-6; At 5.3; 2Ts 2.9-11; Ap 12.9). É um
pecado totalmente contrário à mente de Deus, que é a verdade (Ap
19.11). À luz da Bíblia, tal asserção acerca de Satanás só poderá ser
feita por aquele que com o mesmo – Satanás - está pactuado e em
condições de profundas trevas espirituais.

Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um


elevado querubim, criado perfeito e bom. Rebelou-se e tornou-se o
principal adversário de Deus e dos homens (Ez 28.12-15). Satanás
na sua rebelião contra Deus arrastou consigo uma grande multidão
de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que podem ser identificados
(após sua queda) com os demônios ou espíritos malignos.
132 Módulo 15
Satanás, também chamado à serpente, provocou a queda da
raça humana (Gn 3.1-6; 1Jo 5.19). O império do mal sobre o qual
Satanás reina é altamente organizado e exerce autoridade sobre as
regiões do mundo inferior, os anjos caídos (Ap 12.7), os homens
perdidos (Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2Co 4.4;
1Jo 5.19). Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente;
por isso a maior parte da sua atividade é delegada a seus inumeráveis
demônios (Ap 16.13,14; Jó 1.12).

Jesus veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás


(1Jo 3.8), de estabelecer o reino de Deus e de livrar o homem do
domínio de Satanás (Lc 4.19; 13.16; At 26.18). Cristo, pela sua
morte e ressurreição, derrotou Satanás e ganhou a vitória final de
Deus sobre ele (Hb 2.14).

1.7. Não há Trindade para a LBV


Haveis de convir em que há grande presunção da parte dos
homens, especialmente dos que teimam em considerar JESUS uma
das três parcelas de DEUS (embora tenham DEUS por indivisível),
quando pretendem que o mestre revestiu um corpo igual aos vossos
(A Saga de Alziro Zarur II; 10ª edição; p.223).

As Escrituras mostram a existência da Trindade (Mt 28.19;


1Co 12.3-6; 2Co 13.13; 1Pe 1.2; Jd 20,21).

As três divinas pessoas da Trindade estão presentes no


batismo de Jesus. Deus é revelado nas Escrituras como um
só Deus, existente como Pai, Filho e Espírito Santo (cf. Mt
3.16,17; 28.19; Mc 1.9-11; 2Co 13.14; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2; Jd
20,21). Esta é a doutrina da Trindade, expressando a verdade
de que dentro da essência una de Deus, subsistem três Pessoas
distintas, compartilhando uma só natureza divina comum.

Assim, segundo as Escrituras, Deus é singular (i.e., uma unidade)


num sentido, e plural (i.e., trina), noutro. As Escrituras
declaram que Deus é um só uma união perfeita de uma só natureza,
substância e essência (Dt 6.4; Mc 12.29; Gl 3.20). Das pessoas da
deidade, nenhuma é Deus sem as outras, e cada uma, juntamente
com as outras, é Deus.
Religiões Comparadas I e I 133
O Deus único existe numa pluralidade de três pessoas
identificáveis, distintas; mas não separadas. As três não são três
deuses, nem três partes ou expressões de Deus, mas são três pessoas
tão perfeitamente unidas que constituem o único Deus verdadeiro
e eterno. O Filho e também o Espírito Santo possuem atributos
que somente Deus possui (Jo 20.28; 1.1,14; 5.18; 14.16; 16.8,13;
Gn 1.2; Is 61.1; At 5.3,4; 1Co 2.10,11; Rm 8.2,26,27; 2Ts 2.13; Hb
9.14). Nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo, foram feitos
ou criados em tempo algum, mas cada um é igual ao outro em
essência, atributos, poder e glória. (BEP, nota de Rodapé, Mc 1.11)

O Deus único, existente em três pessoas, torna possível desde


toda a eternidade o amor recíproco, a comunhão, o exercício dos
atributos divinos, a mútua comunhão no conhecimento e o inter-
relacionamento dentro da deidade (cf. Jo 10.15; 11.27; 17.24; 1Co 2.10).

2. A LBV é um Movimento Ecumênico


Ao lado do Templo da Boa Vontade existe o chamado
“Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica”, outra invenção
megalomaníaca da LBV – a Religião Divina, em que se fundem
todas as religiões humanas. Hoje também criaram os locais de culto
chamados de Religião de Deus. O convite que fazem é: “Venha
receber um passe e beber um copo de água fluidificada.” Como
propaganda, dizem: “Quem é legionário, não deixa de ser; quem
passa pelo salão de cultos fica, passa a ser legionário.” (Defesa da
Fé nº 16; novembro de 1999; ICP Editora; São Paulo, SP.)

O Ecumenismo irrestrito não é um ensino bíblico, pois


o ecumenismo irrestrito não passa de uma espécie de vale tudo,
definido por Jesus como “o caminho largo que conduz à perdição”
(Mt 7.13,14). Na Bíblia encontramos que Deus não aceita todo tipo
de culto que lhe prestam. Isso se vê no culto de Abel e Caim (Gn
4.1-6). Se todas as religiões são boas e iguais em essências, por que
veio Jesus Cristo, ele mesmo, ensinar um novo caminho? (Mt 5.2;
13.54; Mc 1.21; Jo 7.14; 8.2).
134 Módulo 15

3. Recapitulação da lição 1

Nesta lição aprendemos que:


d) Que de acordo com a LBV o Espírito Santo, de modo geral,
não era – e não é — um Espírito Especial;
e) Que ao lado do Templo da Boa Vontade existe o chamado
“Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica”;
f) Que no o império do mal sobre o qual Satanás reina é
altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo
inferior, os anjos caídos confucionismo não existe igrejas, clero, ou
credo. Entretanto, a religião influencia as formas de pensamento.
2a
LIÇÃO
1 Aulaa

ESPIRITISMO

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar


possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever que a palavra ‘espiritismo’ tem sua origem no vocábulo
francês espiritisme;

• Fornecer a informação que os espíritas não consideram a Bíblia


a Palavra de Deus Allan Kardec dizia que “a Bíblia e um livro
anticientífico;

• Difundir que enquanto o Espiritismo nega a existência dos


demônios, a Bíblia por sua vez, fala deles, como tendo sido criados
por Deus como anjos bons.

Data desta lição


_______________
136 Módulo 15

1. Significado
2. Origens do Espiritismo
3. As Doutrinas Espíritas e a Bíblia
3.1. Comunicação com os Mortos
3.2. Reencarnação
3.3. O que dizer das Curas do Espiritismo?
3.4. Allan Kardec era racista
3.5. O Espiritismo prega a Destruição do
Cristianismo
3.6. O Espiritismo Nega a Existência dos
Demônios
3.7. O Espiritismo Nega que a Morte e Cristo
Sirva para Expiar Pecados
3.8. O Espiritismo Nega a Ressurreição do
Corpo
3.8.1. O Espiritismo não crê que Jesus Ressuscitou
3.9. O Espiritismo Nega a Existência de Céu
3.9. O Espiritismo Nega a Existência do Inferno
4. Espiritismo em Nota de Rodapé de Bíblias
de Estudos
5. Recapitulação da lição 2
Religiões Comparadas I e I 137
1. Significado
“A palavra ‘espiritismo’ tem sua origem no vocábulo francês
espiritisme. É uma doutrina filosófico-religiosa ‘baseada na crença
da comunicação entre os vivos e os mortos’” (Pequeno Dicionário
da Língua Portuguesa, Celso Pedro Luft).

Segundo o Aurélio, é uma “doutrina baseada na crença da


sobrevivência da alma e da existência de comunicações, por meio
da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados
e os desencarnados”. Esta última definição engloba os dois
aspectos básicos do espiritismo: a comunicação com os mortos e a
reencarnação – doutrinas antibíblicas e anticristãs.

Segundo a Doutrina espírita,

O espírito é a individualização do princípio inteligente


do Universo. Quando encarnado - ou seja, vestido de um
corpo humano - é chamado de alma, nesta situação alma e
espírito são as mesmas coisas. A reencarnação, segundo o
espiritismo, é o processo de autoaperfeiçoamento porque
passam todos os espíritos. Para os espíritas, o estado
natural do espírito seria o de liberdade em relação à matéria,
ou seja, a condição de desencarnado. Nesta situação, o
espírito mantém a sua personalidade e suas características
individuais. (http://www.geralforum.com/)

2. Origens do Espiritismo
O espiritismo, enquanto tentativa de contato com os mortos,
faz parte da tradição de vários povos, como os egípcios, caldeus,
hindus, assírios etc.

O espiritismo que hoje se expande no Brasil e no mundo


nada mais é do que a continuação da necromancia e do
ocultismo praticados pelos povos antigos (Porque Deus
Condena o Espiritismo, Jefferson Magno Costa, p.20).
138 Módulo 15
O movimento compreende várias tendências ou
manifestações, desde a umbanda, quimbanda e demais manifestações
afro-brasileiras, passando por organizações místicas e de caridade,
até o espiritismo de mesa ou Kardecismo - este iniciado em
1857, quando foi publicado o Livro dos Espíritos, pelas mãos de
Allan Kardec. Para ele, espírita “é todo aquele que acredita nas
manifestações dos espíritos” (Livro dos Médiuns, p.44).

As práticas espiritualistas envolvendo o ocultismo são bem


antigas. Deus instruiu o povo de Israel, antes de sua entrada na terra
de Canaã, que não imitasse as “abominações” que eram praticadas
ali, como consultar os mortos (Dt 18.9-11).

No dia 23 de março de 1848, na vila de Hydesville, Estado


de Nova Iorque, EUA, as irmãs Margarida e Catarina Fox tiveram
experiências estranhas, comunicando-se com espíritos malignos.
Segundo GASSON (p. 47), a mensagem “dos espíritos” dizia que
elas deveriam proclamar a “nova era” ao mundo. E que “Quando
cumprirem seus deveres, Deus as protegerá e os bons espíritos
permanecerão em vigilância para com vocês”.

As jovens trabalharam 30 anos e não foram protegidas pelos


“bons espíritos”. Ao contrário, Margarida morreu como alcoólatra.
Ela disse que:

O espiritismo é uma praga. Deus tem posto sua marca


contra ele. (...) O espiritismo tem sido e será sempre uma
praga e uma armadilha para aqueles que nele se metem.
Homem algum ou mulher alguma de bom juízo pode
pensar de outro modo (Mensageiro da Paz, n° 1.190, de
junho de 1986).

Em 25 de maio de 1888, o jornal nova-iorquino New York


Herald publicou carta de Margarida Fox Kane, em que ela dizia: “O
espiritismo é fraude do princípio ao fim. É a maior impostura do
século” (idem).
Religiões Comparadas I e I 139
Tempos depois, jornais americanos publicaram reportagem
em que as fundadoras do espiritismo moderno desdisseram o que
falaram contra o espiritismo, por pressão de grupos revoltados
contra elas. Mas, morreram em condições morais deploráveis, sem
a proteção dos “bons espíritos”.

3. As Doutrinas Espíritas e a Bíblia


Os espíritas não consideram a Bíblia a Palavra de Deus Allan
Kardec dizia que “a Bíblia e um livro anticientífico, que se baseia
em costumes que já não são os nossos” (Gênese, p. 87).

Mas, a Bíblia diz: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a


palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8). “O céu e
a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt
24.35). Negar a autenticidade da Bíblia, como livro de Deus, é
característica de seitas ou religiões heréticas.

3.1. Comunicação com os Mortos


É o maior “charme” da doutrina espírita nos tempos
modernos. Ensinam que os vivos podem, através de médiuns,
entrar em contato com entes queridos que morreram.

Entretanto, a Bíblia condena veementemente tal prática:


“Entre ti se não achará... nem adivinha- dor, nem prognosticador,
nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos,
nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem
quem consulte os mortos” (Dt 18.10,11).

A Bíblia condena invocar “espíritos familiares” (Is 8.19,20).


“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e
a doutrinas de demônios” (1Tm 4.1 e 2Tm 2.13).
140 Módulo 15

3.2. Reencarnação
De acordo com Allan Kardec, reencarnar é “Nascer, morrer,
renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei” (O Livro dos
Espíritos, p. 84).

Os proponentes da reencarnação distorcem o texto bíblico


ao propor que o Novo Nascimento é reencarnação, reportando-se
ao diálogo entre Jesus e Nicodemos. Porém, em João 3.3-5, Jesus
fala da regeneração, do nascer da água e do Espírito. Ou seja, “o
que é nascido da carne é da carne e o que é nascido do Espírito é
espírito” (Jo 3.16). A reencarnação, de acordo com o kardecismo,
só é possível na carne.

E outra afirmação de que João Batista era Elias, não suporta


ao exame sério das Escrituras. Por que Elias jamais poderia
reencarnar? Porque ele não morreu, logo não desencarnou (2Rs
2.11). A expressão “no espírito de Elias” (Lc 1.17) não é o mesmo
que reencarnação, pois o próprio João afirmou não ser Elias (Jo
1.21). O que se tem são características pessoais e ministeriais,
porque ambos eram profetas.
Religiões Comparadas I e I 141
Por fim, a Bíblia ensina que: “E, como aos homens está
ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”, Hb
9.27. A reencarnação rejeita a salvação através de Cristo. A salvação
não vem pelas obras (Ef 2.8,9).

3.3. O que dizer das Curas do Espiritismo?


Elas são atribuídas aos “espíritos guias”, ou seja, a pessoas
que já morreram e se comunicariam com os vivos.

Em tais eventos, a glória não é para Jesus, para Deus ou para o


Espírito Santo. Jesus disse: “... Muitos me dirão naquele Dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome,
não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas
maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.21-23).

3.4. Allan Kardec era racista


Aceitando a teoria da evolução biológica, Allan Kardec
também tem sua “teoria da evolução” dos espíritos. Diz o codificador
do espiritismo: “Os negros [...] são uma raça inferior, quer dizer,
primitiva; são verdadeiras crianças às quais pode-se ensinar muita
coisa...” (Revista Espírita, 1862, pp. 97-105).

3.5. O Espiritismo prega a Destruição do Cristianismo

Allan Kardec disse:

É por esse motivo que temos sentido ser nosso dever,


como amigo sincero do Espiritismo, mostrar o que é
o Cristianismo. [...] Se este sobreviver, o Espiritismo
deve morrer; e se o Espiritismo tiver de sobreviver, o
Cristianismo deve desaparecer. São a antítese um do outro...
(Mmd and Matter, junho de 1880— grifo acrescentado;
Seitas e Heresias, Raimundo de Oliveira, CPAD).

Mas, Jesus Cristo afirmou: “Pois também eu te digo que tu


és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela”, Mt 16.18.
142 Módulo 15
3.6. O Espiritismo Nega a Existência dos Demônios
Enquanto o Espiritismo nega a existência dos demônios, a
Bíblia por sua vez, fala deles, como tendo sido criados por Deus como
anjos bons, porém, a semelhança do querubim ungido desobedeceram
a Deus e foram expulsos do céu (Jó 1.6-12; 2.1-7; 1Pe 5.8)

O Novo Testamento menciona categoricamente que


muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna
de Satanás, estão assim devido a um espírito maligno que neles
habita; menciona também o conflito de Jesus com os demônios.
O Evangelho segundo Marcos, descreve muitos desses casos: 1.23-
27,32,34,39; 3.10-12,15; 5.1-20; 6.7,13; 7.25-30; 9.17-29; 16.17.

Os demônios são seres espirituais com personalidade e


inteligência. Como súditos de Satanás, inimigos de Deus e dos
seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos, destrutivos e estão
sob a autoridade de Satanás. São a força motriz que está por trás
da idolatria, de modo que adorar falsos deuses é praticamente o
mesmo que adorar demônios (1Co 10.20).

O Novo Testamento mostra que o mundo está alienado de


Deus e controlado por Satanás (Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 6.10-12). Os
demônios são parte das potestades malignas; o cristão tem de lutar
continuamente contra eles (Ef 6.12).

Os demônios podem habitar no corpo


dos incrédulos, e, constantemente, o fazem
(Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam
através das vozes dessas pessoas. Escravizam
tais indivíduos e os induzem à iniquidade, à
imoralidade e à destruição. Podem causar
doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18;
Mc 9.17-27; Lc 13.11,16), embora nem todas
as doenças e enfermidades procedam de
espíritos maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).
Religiões Comparadas I e I 143
Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (feitiçaria)
estão lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à
possessão demoníaca (At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21). Os
espíritos malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta
era, na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade;
atacarão a Palavra de Deus e a sã doutrina (Mt 24.24; 2Co 11.14,15;
1Tm 4.1). O maior surto de atividade demoníaca ocorrerá através
do Anticristo e seus seguidores (2Ts 2.9; Ap 13.2-8; 16.13,14).

3.7. O Espiritismo Nega que a Morte e Cristo Sirva para


Expiar Pecados

Embora a Bíblia diga “que por um homem entrou o pecado


no mundo” (Rm 5.12), e afirme que “o pecado distancia o homem
de Deus” (Is 59.2); e que o pecado atingiu a toda a raça humana (Ec
7.20; Rm 3.23), por sua vez o espiritismo afirma que:

Arrependimento, expiação e reparação são as três


condições necessárias para apagar os traços de uma
falta e suas consequências […] A expiação consiste nos
sofrimentos físicos e morais, que são a consequência da
falta cometida, seja desde a vida presente, seja, depois
da morte, na vida espiritual, seja em nova existência
corporal, até que os traços da falta tenham se apagado
(1ª Parte–Doutrina; Cap. VII–As Penas Futuras Segundo
o Espiritismo; Código Penal da Vida Futura; §§16º,17º;
p. 81,82).” (KARDEC, Allan; A Gênese; Instituto de
Difusão Espírita; 13ª edição; Araras, SP; 1998).

A Bíblia é enfática em afirmar que a remissão dos pecados foi


realizada por intermédio do sacrifício de Cristo na cruz (Jo 1.29; Rm
3.23-26; Ef 1.7; 1Jo 1.7; Ap 1.5). A expiação das faltas cometidas é
efetuada exclusivamente por Jesus (Jo 1.29,36; At 4.11,12; 1Ts 1.10;
1Tm 2.5,6; 1Pe 2.24; Mt 1.21; Lc 1.77; 24.47; Jo 1.29; 8.24; At 2.38;
3.19; 5.31; 10.43; 22.16; 1Co 15.17; Cl 1.14; 1Pe 3.18), para exibir a
graça e a misericórdia de Deus (Rm 8.32; Ef 2.4,5,7; 1Tm 2.4; Hb
2.9) e o seu amor pela humanidade (Jo 3.16; Rm 5.8; 1Jo 4.9,10).
144 Módulo 15
A expiação feita voluntariamente por Cristo (Hb 10.5-9; Jo
10.11,15,17,18) demonstra, também, o seu grande amor (Jo 15.13;
Gl 2.20; Ef 5.2,25; Ap 1.5). A fé na expiação dos pecados por Cristo
é indispensável para a sua eficácia na vida de uma pessoa (Rm 3.25;
Gl 3.14,15), o que irá complicar fatalmente a situação dos espíritas.

3.8. O Espiritismo Nega a Ressurreição do Corpo


A doutrina espírita não comporta a crença na “Ressurreição
dos mortos” e sim na “Reencarnação do espírito”. A ressurreição é
doutrina bíblica, a reencarnação não é bíblica e sim antibíblica.

Ademais os espíritas não aceitam o sacrifício de Jesus como obra


expiatória, pois preferem conquistar o favor de Deus por meio de
obras de caridade. Apesar de a filantropia ser algo muito bom, não
é por meio de nossas obras que obtemos a graça de Deus uma
vez que nossa justiça não tem valor para Deus e, a justiça divina
consiste em que o Cordeiro de Deus catalizou toda a ira sobre si,
retirando-a de sobre os pecadores, para que todo aquele que nele
crer, não seja condenado à segunda morte (a morte da alma), mas
que tenha a vida eterna.

A Bíblia dá por certa duas ressurreições, primeiro a dos


justos, daqueles que servem a Deus (1Ts 4.16,17; Ap 20.5,6), virão
num corpo glorioso, igual ao de Cristo (1Co 15.48-54) – A outra
ressurreição se dará no Juízo Final (Ap 20.11,12).

3.8.1. O Espiritismo não crê que Jesus Ressuscitou


Observando-se as circunstâncias que acompanharam
as suas diversas aparições, reconhece-se nele, nesses
momentos, todos os caracteres de um ser fluídico. Ele
apareceria inopinadamente e desapareceria do mesmo
modo; foi visto por uns e não pelos outros sob aparências
que não o fazem reconhecer, mesmo por seus discípulos;
mostra-se em lugares fechados onde um corpo carnal
não poderia penetrar […] Jesus, portanto, mostrou-se
com seu corpo perispiritual […]; eles viam Jesus e o
tocavam, para eles deveria ser um corpo ressuscitado
(Cap. XV – Os Milagres do Evangelho; §61; p.61).”
Religiões Comparadas I e I 145
A ressurreição de Cristo, no mesmo corpo (Lc 24.39), foi predita
pelos profetas (Sl 16.10 com At 2.25-31 e 13.34,35); e pelo próprio
Jesus (Mt 16.21; 20.19; 26.32) e assim, veio a se concretizar (Mt 28.6).

A sua ressurreição foi efetuada pelo poder de Deus (At 2.24;


3.15; Rm 8.11; Ef 1.20; Cl 2.12), pelo seu próprio poder (Jo 2.12;
10.17,18) e pelo poder do Espírito Santo (1Pe 3.18). Era necessária
para o perdão dos pecados (1Co 15.17), para a justificação (Rm 4.25;
8.34), para a eficácia da fé (1Co 15.14,17), para provar que Ele é o Filho
de Deus (Sl 2.7 com At 13.33; Rm 1.4). A ressurreição de Cristo é um
princípio básico do Evangelho (1Co 15.13,14) e a sua verdade central
(At 2.23,24; 3.14,15; 4.33; 10.39-41; 17.2,3; Rm 1.4; Rm 10.9; 1Pe 1.3).

O corpo físico de Jesus não pode ter desaparecido com a


finalidade de fomentar uma falsa ressurreição, tendo em vista que
o seu túmulo permaneceu selado e vigiado por sentinelas o tempo
inteiro (Mt 27.62-66). (10)

3.9. O Espiritismo Nega a Existência de Céu


A felicidade dos espíritos bem-aventurados não consiste
na ociosidade contemplativa, que seria, como temos dito muitas
vezes, uma eterna e fastidiosa inutilidade (O Céu e o Inferno, p.
722. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Os espíritas zombam da ideia do céu como lugar de


felicidade eterna. Costumam citar João 14.2: “Na casa
de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu
vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”. E dizem: “A
casa de meu Pai é o Universo; as diversas moradas são
os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem
estâncias adequadas ao seu adiantamento” (O Evangelho
Segundo o Espiritismo, p. 556. Opus Ltda., 1985).

Em que se deve entender a palavra céu? Achais que seja um


lugar, como aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar,
pela eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço
universal; são os planetas, as estrelas (O Livro dos Espíritos, p. 250.
Opus Ltda., 1985).
146 Módulo 15
O texto citado de João 14.2 conclui da seguinte forma: vou
preparar-vos lugar; e no versículo 3 afirma: para que onde eu estiver
estejais vós também. Ora, daí se nota que, primeiro, o céu é um lugar
e, segundo, os que pertencem a Jesus estarão no mesmo lugar onde
Jesus foi. E sabemos que Ele foi para o céu e sentou-se à direita de
Deus (Mc 16.19; Hb 8.1; Ap 3.21). Jesus prometeu mais que os seus
estariam onde Ele estivesse (Jo 17.24). Paulo falou da sua esperança
celestial (Fp 3.20-21); o mesmo falou Pedro (1Pe 1.3).

Enquanto os Espíritas negam a existência do Céu, a Bíblia


por sua vez, deixa claro que a realidade do mesmo é incontestável!
O Céu é descrito como:

a) Lugar eterno: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre


deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus
um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.”
(2Co 5.1); “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre;
cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Sl 45.6);

b) Alto lugar: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que


habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito
no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito
e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos
e vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15);

c) Lugar de paz, sem fome, sem tristeza, dores e choro:


“Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá
sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que
se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará
para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos
olhos toda lágrima” (Ap 7.16,17).

O Céu não é simbólico ou um estado de espírito. É real,


é lugar em vida:

a) Enoque: “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver


a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois,
antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver
agradado a Deus” (Hb 11.5);
Religiões Comparadas I e I 147
b) Elias: “Indo eles andando e falando, eis que um carro
de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e
Elias subiu ao céu num redemoinho” (2Rs 2.11);

c) O Senhor Jesus retornou para lá: “Varões galileus, por


que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre
vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir”
(At 1.1).

A Bíblia descreve homens que foram arrebatados e


contemplaram os céus:

a) Estevão: “Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou


os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava
à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o
Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (At 7:55,56);

b) Paulo: “Se é necessário que me glorie, ainda que


não convém, passarei às visões e revelações do Senhor.
Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos,
foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora
do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem
(se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi
arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais
não é lícito ao homem referir” (2Co 12.1-4);

c) João: “Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e


ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,
dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete
igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes,
Filadélfia e Laodicéia. Voltei-me para ver quem falava
comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio
dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com
vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta
de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva
lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés,
semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa
fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão
148 Módulo 15
direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada
de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua
força. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém
ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu
sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto,
mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho
as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.10-18).

3.9. O Espiritismo Nega a Existência do Inferno


Apesar de crerem os espíritas que a lei do Carma determina
as vidas sucessivas, e que ninguém prestará contas a Deus pelas
faltas cometidas. Ao seu modo, entretanto, os espíritas não negam a
existência do castigo após a morte. Mas, acreditam que o espírito só
poderá ser castigado de duas maneiras: ou reencarnando para sofrer
em uma nova existência, ou sofrendo como espírito errante, no espaço.

Esses, segundo eles, são os espíritos que “precisarão de


luz” e de praticar caridade através do corpo dos médiuns, que
enganosamente se entregam à possessão desses seres astutos, que
não passam de demônios.

Ora, admitindo esse sistema de castigo, todos os doutrinadores


do espiritismo se veem diante da necessidade de negar a existência
do inferno, jamais aceitando que será para lá que irão aqueles que
morrerem em seus delitos e pecados. Eis como se posiciona Allan
Kardec diante desse assunto:

O espiritismo não nega, antes confirma a penalidade futura.


O que o espiritismo destrói é o inferno localizado com suas
fornalhas e penas irremissíveis. (O Céu e o Inferno, Feb, edição 33,
1985, p. 65)

Na página 66, ele continua a sua negação do Inferno:

Seja qual for a duração do castigo, na vida espiritual ou na


terra, onde quer que se verifique, tem sempre um final,
próximo ou remoto. Na realidade, não há para o espírito
mais do que duas alternativas, a saber: punição temporária
Religiões Comparadas I e I 149
e proporcional à culpa e recompensa graduada segundo
o mérito. Repele o espiritismo a terceira alternativa, da
eterna condenação. O Inferno reduz-se à figura simbólica
dos maiores sofrimentos cujo final é desconhecido.
(O Céu e o Inferno, Feb, edição 33, 1985, p. 66)

Diante da aceitação da existência do inferno, bradou


furiosamente o sucessor de Kardec, Leon Denis: “Não acreditamos
num Deus colérico e vingativo, mas em um Deus de justiça e
infinita misericórdia. O Jeová sanguinário e terrível fez sua época.
O Inferno implacável fechou-se para sempre”. (O invisível, FEB,
edição 5, p. 400)

Em sua discussão com o pastor Jerônimo Gueiros sobre


a existência do Inferno, assim se expressou o polemista Carlos
Imbassay na página 159 do livro À MARGEM DO ESPIRITISMO:

Convença-se nosso irmão pastor de que a Bíblia não se refere


ao sofrimento eterno do condenado. Se conseguissem convencer-
nos de que é isso que a Bíblia afirma, nós a renegaríamos como falsa;
e se nos provassem que ela é autêntica, nós renegaríamos o próprio
Deus, porque não podemos adorar uma entidade cujos sentimentos
de amor, justiça e misericórdia sejam inferiores aos nossos. E se há
um Deus capaz de condenar uma de suas criaturas a sofrer eternos
horrores por uma falta momentânea, cometida seja contra quem
for, então esse Deus está muito abaixo da sola dos nossos sapatos.
Nós nos julgaremos, por isso, muito superiores a um tal Deus!

Isto mostra claramente qual é a verdadeira natureza do


espiritismo. Satanás tem-se esforçado para levar os homens a
acreditarem que Deus é um velhinho de longas barbas, muito
“bonzinho”, cheio de presentes para dar a todos, e incapaz de
castigar alguém com severidade, pois não sabe ser justo tanto
quanto misericordioso.

Enquanto os Espíritas negam a existência do Inferno, a Bíblia


deixa claro que a realidade do mesmo é incontestável! O Inferno é
descrito como:
150 Módulo 15
a) Castigo eterno: “E irão estes para o castigo eterno,
porém os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46);

b) Fogo eterno: “Então, o Rei dirá também aos que


estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”
(Mt 25.41);

c) Chamas eternas e Fogo devorador: “Os pecadores em


Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e
eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo
devorador? Quem dentre nós habitará com chamas
eternas?” (Is 33.14);

d) Fornalha acesa: “Mandará o Filho do Homem os seus


anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e
os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha
acesa; ali haverá choro e ranger de dentes [...] Assim será
na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os
maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali
haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.41,42,49,50);

e) Lago de fogo: “E, se alguém não foi achado inscrito


no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de
fogo” (Ap 20.15);

f) Fogo e enxofre: “Seguiu-se a estes outro anjo, o


terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a
besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou
sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera
de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e
será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos
anjos e na presença do Cordeiro” (Ap 14.9,10);

g) Fogo que não apaga: “A sua pá, ele a tem na mão e


limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo
no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível”
(Mt 3.12);
Religiões Comparadas I e I 151
h) Lugar de punição: “Ora, se Deus não poupou anjos
quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os
entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo”
(2Pe 2.4);

i) Lugar de tormento: “No inferno, estando em


tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e
Lázaro no seu seio” (Lc 16.23).

4. Espiritismo em Nota de Rodapé de Bíblias de Estudos


Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou com alta voz, e falou
a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul.
E o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher disse
a Saul: Vejo deuses que sobem da terra. E lhe disse: Como é a sua
figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião, e está envolto
numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o
rosto em terra, e se prostrou (1Sm 28.12-14).

Comparamos as notas de rodapé das Bíblias de Estudo mais


utilizadas atualmente, no que se refere ao encontro do decadente rei
Saul com a feiticeira de En-Dor, invocando o espírito do falecido
profeta Samuel, em uma verdadeira sessão espírita.

Infelizmente, algumas Bíblias de Estudo, afirmam, em suas


notas de rodapé, que o texto encontrado no capítulo 28 do primeiro
livro de Samuel, se tratava, realmente, do espírito de Samuel que
retornara do mundo dos mortos para dar novas mensagens a Saul.
Vejamos algumas delas e seus comentários:

a) Bíblia de Estudo MacArthur, SBB: “O texto


claramente indica que Samuel, e não uma aparição
tornou-se evidente diante dos olhos da médium. Deus
milagrosamente permitiu que o verdadeiro espírito de
Samuel falasse.”

b) Bíblia de Estudo Plenitude, SBB: “Antes que


pudessem fazer qualquer coisa, aparece Samuel, não um
fantasma esconjurado e sem vida, mas um profeta de
152 Módulo 15
Deus novamente pregando a mensagem de Deus ao rei.
Fica Claro que não foi um médium que invocou, mas o
Senhor mais uma vez intervém na vida de Saul para lhe
falar.”

c) A Bíblia de Jerusalém, Editora Paulus: “Pode-se admitir


que a cena ia ser como as sessões desse gênero, com
credulidade por parte de Saul e charlatanice por parte da
mulher, mas que Deus permitiu à alma de Samuel que se
manifestasse verdadeiramente (donde o susto da mulher)
e que anunciasse o futuro (cf. 1Cr 10,13 [LXX]; Eclo
46,20). Pode-se crer mais simplesmente, que o narrador
utilizou essa encenação para exprimir mais uma vez a
rejeição de Saul e sua substituição por Davi...”

Outras Bíblias de Estudo, preferem, perigosa e


comodamente, não tomar posição alguma, dando
possibilidade para a manifestação do verdadeiro espírito
de Samuel manifestar-se naquela sessão espírita:

a)
Bíblia de Estudo Anotada Expandida, SBB:
“Sugerem-se várias explicações para o fato: fingimento
ou imaginação da mulher; ação demoníaca ou permissão
milagrosa de Deus. Se for este último caso, não significa
que o fato possa se repetir, e certamente não por meio de
um médium espírita”;

b) Bíblia de Estudo Profética Tim LaHaye, Editora


Hagnos: “Essa manifestação estranha não aprova de
forma alguma o espiritismo, mas as previsões de derrota
e morte de Saul foram precisas (1Sm 31.6);”

Porém, há Bíblias de Estudo que, de maneira séria, através


de uma hermenêutica correta, afirmam, categórica e
indubitavelmente, que não se tratava do espírito de
Samuel:
Religiões Comparadas I e I 153
a) Bíblia de Estudo de Genebra, SBB & Editora Cultura
Cristã: “Dizer que a aparição foi de Samuel realmente
contraria vários argumentos na área teológica. O diálogo
nos versos seguintes entre o suposto Samuel e Saul
também foi feito por intermédio da mulher, sem nenhuma
evidência de que o verdadeiro Samuel tenha dito qualquer
das coisas mencionadas. Isso sem contar a descrição
vaga e imprecisa que a médium dá, nos próximos versos,
da suposta figura de Samuel e a predição equivocada de
que ‘... amanhã, tu e teus filhos estareis comigo... ‘ (v. 19,
cf. nota). Ainda mais, seria incoerente que, uma vez que
Saul não foi respondido pelo Senhor por várias formas
(nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas,
v. 6), venha agora receber uma resposta por meio do
finado profeta Samuel (se fosse mesmo Samuel falando
pela necromante, o Senhor agora estaria respondendo,
pois Samuel não falaria de si mesmo). O autor do Livro
das Crônicas, ao relatar as causas da morte de Saul (1Cr
10.13-14), diz que este morrera porque ‘interrogara e
consultara uma necromante e não ao SENHOR.’”

b) Bíblia Apologética de Estudo, ICP: “Não se pode


entender que Samuel, um homem santo durante toda
a vida, pudesse depois de morto, prestar-se a obedecer
à pitonisa - mulher abominável - depois de morto,
cometendo um pecado tão claramente proibido por Deus
(Ex 22.18; Lv 20.27; Dt 18.19-22; Is 47.13). Não se pode
conceber que Deus tenha proibido a feitiçaria e a consulta
aos mortos e, depois, permitir que a feitiçaria trouxesse
o espírito de Samuel (Tg 1.17). No texto estudado, a
mulher diz: “Vejo deuses que sobem da terra”. Quem
eram esses deuses? Só podiam ser demônios, passando-
se por espíritos de luz ou adivinhadores (2Co 11.13,14;
Mc 5.9; Lc 8.30) O diabo pode transfigurar-se em anjo de
luz (16.23; 2Co 11.13,14). Os mortos não se comunicam
com os vivos (Lc 16.19-31; Hb 9.27). O resultado dessa
consulta foi trágica para Saul (1Cr 10.13). De acordo
com Deuteronômio 18.20-22, as profecias devem ser
154 Módulo 15
julgadas. E essas do falso Samuel não resistem ao exame.
São ambíguas, imprecisas e infundadas. Vejamos: Saul
não foi entregue nas mãos dos filisteus (28.19), mas se
matou (31.4), indo parar nas mãos dos homens de Jabes
Gileade (31.11-13). Não morreram todos os seu filhos -
“tu e teus filhos estareis” (v.19) - como insinua a obscura
profecia. Pelo menos três ficaram vivos: Is-bosete (2.8-
10), Armoni e Mefibosete (21.8). E apenas três morreram
(31.6; 1Cr 10.2-6). As Escrituras declaram que as palavras
de Samuel nunca caíram por terra (3.19);”

c) Bíblia Shedd, Editora Vida Nova: Apresenta seis


argumentos contrários à manifestação do espírito de
Samuel após sua morte:

1. Argumento Gramatical (1Sm 28.6). O Senhor não lhe


respondeu. O verbo hebraico é completo e categórico. Na
situação presente de Saul, Deus não lhe respondeu, não lhe
responde e não lhe responderá nunca. O fato é confirmado
pela frase: “... Saul interrogara e consultara uma necromante
e não ao Senhor...” (1Cr 10.13-14);

2. Argumento Exegético (1Sm 28.6): Nem por Urim


- revelação sacerdotal (ver 1Sm 14.18); nem por sonhos -
revelação pessoal; nem por profetas - revelação inspiracional
da parte de Deus. Fosse Samuel o veículo transmissor, seria
o próprio Deus respondendo, pois Samuel não podia falar
senão pela inspiração. E, se não foi o Senhor quem falou,
não foi Samuel;

3. Argumento Ontológico: Deus se identifica como


Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó etc. (Êx
3.15; Mt 22.32). Nenhum deles perdeu a sua personalidade,
integridade, ou superego. Seria Samuel o único a poluir-se,
indo contra a natureza do seu ser, contra Deus (1Sm 28.6)
e contra a doutrina que ele mesmo pregara (1Sm 15.23),
quando em vida nunca o fez? Impossível;
Religiões Comparadas I e I 155
4. Argumento Escatológico: O pecado de Samuel
tornar-se-ia mais grave ainda, por ter ele estado no “seio
de Abraão” e tendo recebido uma revelação superior e um
conhecimento mais exato das coisas encobertas, e, por não
tê-las considerado, nem obedecido às ordens de Deus (Lc
16.27-31). Mas Samuel nunca desobedeceu a Deus (1Sm
12.3-4);

5. Argumento Doutrinário: Consultar os “espíritos


familiares” é condenado pela Bíblia inteira (ver 1Sm 28.3).
Fossem os espíritos de pessoas, Deus teria regulamentado
a matéria, mas como não são, Deus o proibiu. Aceitando
a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova doutrina,
que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas.
E nesse caso, para serem aceitas as afirmações proféticas,
como verdades divinas é necessário que sejam de absoluta
precisão; o que não acontece no caso presente (Vejam como
são precisas as profecias a respeito de Cristo: Zc 9.9 e Jo
12.15; Sl 22.18 e Jo 19.24; Sl 69.21 e Jo 19.28-29; Êx 12.46;
Nm 9.12; Sl 34.20 e Jo 19.36; Zc 12.10; Jo 19.37 etc.);

6. Argumento profético (Dt 18.22): As profecias devem


ser julgadas (1Co 14.29). E essas, do pseudo-Samuel, não
resistem ao exame. São ambíguas e imprecisas, justamente
como as dos oráculos sibilinos e délficos. Vejamos: a) Saul
não foi entregue nas mãos dos filisteus (1Sm 28.19): A
profecia é de estilo sibilino e sugeria que Saul viria a ser
supliciado pelos filisteus. Mas o fato é que Saul se suicidou
(1Sm 31.4), e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-
Gileade (1Sm 31.11-13). Saul apenas passou pelas mãos dos
filisteus. Infelizmente, o pseudo-Samuel não podia prever
esse detalhe. (Vejam como são precisos os detalhes acima
a respeito da pessoa de Cristo). b) Não morreram todos os
filhos de Saul (“... tu e teus filhos”, 1Sm 28.19), como insinua
essa outra profecia obscura: Ficaram vivos pelo menos três
filhos de Saul: Is-Bosete (2Sm 2.8-10), Armoni e Mefibosete
(2Sm 21.8). Apenas três morreram, como indicam clara e
objetivamente as passagens seguintes: 1Sm 31.2,6 e 1Cr
156 Módulo 15
10.2,6. c) Saul não morreu no dia seguinte (“... amanhã...
estareis comigo”, 1Sm 28.19): Esta é uma profecia do tipo
délfico, ambígua. Saul morreu cerca de dezoito dias depois
(ver 1Sm 30.1,10,13,17; 2Sm 1.3). Citar em sua defesa Gn
30.33 e Êx 13.14 e afirmar que a palavra hebraica mahar,
“amanhã”, aqui, é de sentido indefinido, é torcer o hebraico
e a sua exegese, pois todos vão morrer, mesmo, em “algum
dia” no futuro; isto não é novidade. d) Saul não foi para o
mesmo lugar de Samuel (“... estareis comigo”, 1Sm 28.19).
Outra profecia délfica. Interpretar o “comigo” por simples
“além” (sheol), é tergiversar. Samuel estava no “seio de
Abraão”, sentia isso e sabia da diferença que existia entre
um salvo e um perdido. Jesus também o sabia, e não disse ao
ladrão na cruz: “... hoje estarás comigo no “além” (sheol),
mas sim, no “Paraíso” (Lc 23.43). Logo, Samuel não podia
ter dito a Saul, que este estaria no mesmo lugar que ele: no
“seio de Abraão”. Se Samuel tivesse desobedecido a Deus
(1Sm 28.16-19), passaria para o inferno, para estar com
Saul? Ou então, Saul, ainda que transgredindo a palavra de
Deus e consultando à necromante (1Cr 10.13), passou para
o Paraíso, para estar com Samuel?;

d) Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD: “A lei de


Moisés proíbe drasticamente a consulta a um médium
(Lv 20.27; Dt 18.10-12), e mostra que a comunicação
com os mortos é impossível (conferir a parábola do rico
e Lázaro). Assim, Saul falou com uma figura que repetiu
temas fundamentais das conversas anteriores de Samuel
com Saul com Samuel (o diabo podia fazer isso, pois
ouviu estas conversas), e predisse a morte de Saul e de
seus filhos (que já estavam condenados pelo Senhor, e,
portanto, a data da morte destes homens já poderia estar
definida por Deus, e ser conhecida pelo inimigo)”;

e) Bíblia de Estudo Vida, Editora Vida: “O espírito dos


mortos pode ser invocado? Não, embora sem dúvida
algo sobrenatural tenha acontecido na casa da médium
àquela noite. A mulher viu um deus que sobe da terra
Religiões Comparadas I e I 157
(1Sm 28.13). Já há muito tempo um grande número
de perguntas desconcertantes tem sido formulado em
torno dessa passagem das Escrituras. Todavia, segundo
a opinião unânime de eruditos conceituados, não foi
Samuel que apareceu, mas um espírito enganador que se
fez passar por ele”;

f) Bíblia de Estudo Dake, Editora Atos & CPAD: “A


mulher não viu Samuel realmente, mas o espírito familiar
que o imitara (v. 9 provas de que este não era Samuel – p.
531)”;

g) Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD: “Samuel


realmente retornou dos mortos para falar com Saul?
Afirmo que não. A feiticeira gritou diante do aparecimento
do suposto juiz, sacerdote e profeta - ela conhecia muito
bem os demônios que costuma contatar. De alguma
forma aquela revelação mostrou a Saul que a feiticeira
lidava com um poder muito maior do que já conhecera.
Na verdade, ela não contemplou o homem de Deus,
mas o próprio Satanás. Deus permitiu que o diabo desse
para Saul uma profecia relativa ao seu destino, apesar de
ser mentirosa, recheada de uma mensagem que o rei já
conhecia. Isto de forma alguma justifica os esforços para
contatar o diabo ou comunicar-se com os espíritos dos
mortos, os quais não aparecem. Deus condena tal prática
(Gl 5.19-21)”;

h) Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD: “Note os


seguintes fatos: (1) o espiritismo é rigorosamente
condenado nas Escrituras (Dt 18.9-12; cf. Ex 22.18; Lv
19.26,31). Os médiuns espíritas não entram realmente em
contato com os mortos, mas, com espíritos demoníacos,
enganadores. O registro desta história não oferece
justificativa alguma para a busca de contato com os
mortos. (2) A mulher ficou atônita e aterrorizada quando
um vulto personificando Samuel apareceu”.
158 Módulo 15

5. Recapitulação da lição 2

Nesta lição aprendemos que:


a) Que a Bíblia descreve homens que foram arrebatados e
contemplaram os céus;
b) Que os doutrinadores do espiritismo se veem diante da
necessidade de negar a existência do inferno;
c) Que a lei do Carma determina as vidas sucessivas, e que
ninguém prestará contas a Deus pelas faltas cometida.
3a
LIÇÃO
1a Aula

TEOSOFISMO

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar


possibilitado para responder os seguintes pontos:
• Descrever que a Teosofia é um corpo de conhecimento
que sintetiza Filosofia;
• Fornecer a informação que em princípio, o teosofismo é
um sistema religioso completamente sincretista;
• Difundir que não há na Bíblia qualquer referência direta
ou indireta à reencarnação.

Data desta lição


_______________
160 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 161
1. Conceito e História

A palavra Teosofia é de origem grega, “theos” (Deus), e “sophos”


(sabedoria), significando literalmente “sabedoria divina”, ou
“conhecimento divino”.

De acordo com a Wikipédia:

A Teosofia é um corpo de conhecimento que sintetiza Filosofia,


Religião e Ciência. Embora essa afirmação não seja reconhecida
universalmente, mas apenas por simpatizantes do ocultismo, pois
creem que tanto hoje como na antiguidade, a Teosofia se constitui na
sabedoria universal e eterna presente nas grandes religiões, filosofias
e nas principais ciências da humanidade, e pode ser encontrada na
raiz ou origem, em maior ou menor grau, dos diversos sistemas de
crenças ao longo da história. (http://pt.wikipedia.org/)

A teosofia foi apresentada ao mundo moderno por Helena Blavatsky,


no final do século XIX, e desde então vem sendo divulgada por
teosofistas em diversos países. Com seu caráter interdisciplinar, a
teosofia proporciona uma ponte entre as diversas culturas e tradições
religiosas. Segundo Blavatsky, “Teosofia é conhecimento divino
ou ciência divina.” (Blavatsky, Helena. A Chave Para a Teosofia,
Editora Teosófica, Brasília, 2004)

[...] Saber Divino”, θεοσοφία (Theosophia) é Sabedoria dos deuses,


como θεογονία (Theogonia), genealogia dos deuses. A palavra
θεός, em grego significa um deus, um dos seres divinos, e de modo
nenhum “Deus”, no sentido que atualmente damos a esse termo.
(Blavatsky, Helena. A Chave Para a Teosofia, Editora Teosófica,
Brasília, 2004)

A fundação da Sociedade Teosófica (17 de novembro de 1875), teve


a participação de H. S. Olcott e de W. Q. Judge. Blavatsky escreveu
várias teorias que disse ter recebido dos “mahatmas” ou mestres
da Índia antiga. A Sociedade Teosófica cresceu rapidamente na
Europa e nos Estados Unidos, seus dois adeptos mais influentes
foram Annie Besant e Rudolf Steiner.
162 Módulo 15

Depois da morte de Madame Blavatsky, em 1891, houve uma


batalha para a liderança da sociedade, da qual Annie Besant emergiu
como líder na Europa e Ásia, ao passo que W. Q. Judge dirigiu o
movimento nos Estados Unidos. Sob Besant a sociedade prosperou.
Em 1911 apresentou Krishnamurti, seu filho adotivo, como o mais
recente Messias encarnado, ao redor de quem ela funda a Ordem
da Estrela da Índia. Ação que parece ter provocado Steiner, quem,
com um número grande de seguidores se afastou da Sociedade
Teosófica e fundou a Sociedade Antroposófica.

As várias divisões e subdivisões continuaram desde aquele tempo


e influenciou numerosas figuras literárias. Os grupos continuam a
transmitir as publicações e os ensinos Teosóficos, disseminando-os
por todo o mundo.

2. Princípios e ensinos do teosofismo

Em princípio, o teosofismo é um sistema religioso completamente


sincretista, isto é, reúne um pouco de cada religião. Desta forma,
ele pretende ser o fundamento das demais religiões. Alega ser a
um só tempo uma religião, um sistema filosófico e uma ciência.
Contudo, para saber o que o teosofismo realmente é, atente para os
seus ensinamentos acerca dos seguintes assuntos:

2.1. A respeito de Deus

O teosofismo ensina que Deus é impessoal e que a Trindade de


Deus é de nomes apenas:

Deus é impessoal e a Trindade é apenas de nome, sendo constituída


de Força, Sabedoria e Atividade. Ensina ainda que Deus tem
uma quarta pessoa que é feminina, que Ele se utiliza para poder
manifestar-Se. A Segunda Pessoa da Trindade (Sabedoria) teria
duas naturezas, uma espiritual: a Razão, e outra material: o Amor.
Resumindo: Deus, no sentido espiritual, é composto de três pessoas:
Força, Sabedoria e Atividade. Por outro lado, no sentido material,
se manifesta através da Matéria. (http://escriturashoje.blogspot.
Religiões Comparadas I e I 163
com.br/)

Na doutrina Teosófica “tudo é um”. Toda a realidade é um todo


unitário. Ou seja, toda a realidade (e aqui estão incluídos Deus, a
humanidade, o universo criado, a terra, o tempo e o espaço) faz parte
do todo. Esta ideia é conhecida como monismo e é basicamente
um conceito hinduísta.

Por outro lado, a ideia bíblica de Deus envolve um Pai pessoal de


amor, a quem os cristãos se dirigem chamando-o de “Aba, Pai”
(Rm 8.15; Gl 4.6). Existem evidências que comprovam a natureza
pessoal de Deus, pois Ele ouve (Êx 2.24; Sl 94.6), vê (Gn 1.4),
conhece (2Tm 2.19), tem vontade (Mt 6.10) e demonstra emoção
(Gn 6.6).

Na Teosofia “tudo é Deus”. “Na teosofia não se admite a figura de


um Deus potente e poderoso presidindo a formação de tudo. Deus
seria o Princípio Transcendental Supremo, chamado de Logos
Cósmico”. (Revista ANO ZERO n. 24, de abril de 1993, p 46)

A teosofia é panteísta: Deus é tudo e tudo é Deus. [...] A teosofia


não acredita no Deus bíblico, nem no Deus dos cristãos. Rechaço
a ideia de um Deus pessoal. O Deus da teologia é um ninho de
contradições e uma impossibilidade. (The Key to Theosophie.
Helena P. Blavatsky, p. 63).

Para o Dr. C. I. Scofield:

A Trindade é a união de três pessoas. Pai. Filho e o Espírito Santo,


em uma só Divindade. As três pessoas são distintas, iguais e por
consequência, coeternos e consubstanciais em uma só individual
natureza. Cada uma dessas pessoas é Deus. E, no entanto só há
um Deus. O vocabulário não se encontra nas Escrituras. Mas veja:
Mt 28.19; 1Co 12.4-6; 2Co 13.13; Ef 2.18; 3.14-17; 4.4-6; 2Ts 2.13-
15; Hb 6.4-5; 1Jo 3.23-24; Ap 1.4-5. (http://pr-isaias-pneuma.
no.comunidades.net/)

Outra indicação da natureza pessoal de Deus é a atividade em que


164 Módulo 15
ele se engaja. A Bíblia descreve um Deus que conhece pessoas
humanas e tem comunhão com elas. No primeiro quadro de seu
relacionamento com elas (Gn 3), Deus chega a Adão e a Eva e
fala com eles, dando a impressão de que se tratava de uma prática
costumeira. Embora essa representação de Deus seja sem dúvida
antropomórfica, ensina que ele é uma pessoa que se relacionava
com as pessoas como tal. Ele é descrito com todas as capacidades
associadas à personalidade: ele sabe, sente, deseja, age.

2.2. A Reencarnação

Reencarnação, na linguagem teosófica, é chamada Carma. É uma


palavra hindu e brâmane usada para exprimir a Lei de Causa e
Efeito.

A lei do Carma ensina o seguinte: as ações e intenções atuais do


homem são efeito daquelas que o precederam e causa das que se
seguirão. Firmado nessa crença, o homem pode operar sua salvação
com uma precisão matemática mediante o aperfeiçoamento
crescente de cada vida que viver aqui. Em busca de apoio nas
Escrituras à lei do Carma, o teosofismo, erroneamente, lança mão
de passagens como Gl 6.7 e Jo 9.2. (www.oucaapalavradosenhor.
com)

A senhora Besant, por exemplo, ensinou que a morte prematura


de uma criança tão somente significa que seus pais foram maus
para alguma criança, na encarnação anterior. O teosofismo ensina
ainda que o homem não fica permanentemente no devachan. Mais
cedo ou mais tarde ele volta à Terra, nascendo como criança para
dar prosseguimento ao seu Carma. Cada existência vivida na Terra
equivale a um dia na escola do Carma. Um elemento muito imperfeito
logo volta do céu. Fica lá uns cem anos somente, enquanto alguém
mais perfeito permanece até dois mil anos.

O Que a Bíblia diz Sobre Reencarnação? O Minidicionário Aurélio


conceitua o verbo Reencarnar da seguinte forma: “1. Reassumir
(o espírito) a forma material. 2. Tornar a encarnar”. Ao contrário
da ressurreição, que é a volta do espírito ao mesmo corpo, a
Religiões Comparadas I e I 165
reencarnação significa o retorno do espírito a um novo corpo,
sucessivamente, até alcançar a evolução.

Na verdade, a não ser por meio de uma exegese forçada, não há


na Bíblia qualquer referência direta ou indireta à reencarnação.
Ao contrário, as Escrituras ensinam que, da mesma maneira
como Jesus veio ao mundo uma só vez, também ao homem está
ordenado morrer uma única vez: “E, assim como aos homens está
ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim
também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar
os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que
o aguardam para a salvação” (Hebreus 9.27). O sacrifício único de
Jesus, ao morrer na cruz, é mais que suficiente para nos libertar dos
pecados e nos conduzir a Deus: “Pois também Cristo morreu, uma
única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos
a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (1 Pedro
3.18).

Todo o ensinamento bíblico é no sentido de que só poderemos


morrer uma única vez até o juízo final de Deus. Jesus não somente
ressuscitou três dias após Sua morte, como também incluiu a
ressurreição entre os Seus milagres (João 11.11-44). Diversas outras
passagens da Bíblia demonstram a realidade da ressurreição (Daniel
12.2; Isaías 26.19; Oséias 6.2; 1 Coríntios 15.21-22; João 5.28-29;
Atos 24.15; Apocalipse 20.6). Em todos esses textos, ressuscitar
significa o retorno do espírito ao seu próprio corpo (ver também 1
Coríntios 15.12-22).

M. Martins, na Revista eletrônica “Chamada da Meia Noite”


apresenta a seguinte indagação com sua respectiva resposta, ei-las:

Então, se não Existe Reencarnação, o que Faço Para ser Salvo?


A resposta está em Atos 16.31: “... Crê no Senhor Jesus Cristo
e serás salvo, tu e tua casa”. Somente através da nossa fé, pura e
incondicional, é que obteremos a salvação, mediante Jesus Cristo.
Ele mesmo disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em
mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25). Não há outro caminho
e nenhuma outra verdade além desta (veja João 14.6). Não adianta
166 Módulo 15
esperar outra existência, pois esta é a única oportunidade. Jesus,
somente Ele, é quem nos dá a vida eterna: “Eu lhes dou a vida
eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão”
(João 10.28). Então, busque hoje mesmo a Jesus Cristo, entregue-
Lhe seu coração e Ele o ouvirá: “Porque: Todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10.13). (http://www.
chamada.com.br)

2.2.1. A Segurança da Bíblia

Consideremos essas palavras de Allan Kardec: “No cristianismo


encontram-se todas as verdades” (O Evangelho Segundo o
Espiritismo, cap. VI, item 5). A Bíblia sempre foi a única base
doutrinária e regra de fé e conduta dos verdadeiros cristãos. Em
2ª Timóteo 3.16 está escrito: “Toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a
educação na justiça”.

Jesus Cristo, tido pelo Kardecismo como a segunda revelação de


Deus aos homens (Moisés seria a primeira), afirmou a solidez e a
inspiração plenária da Bíblia. Em João 17.17, orando ao Pai, Ele diz:
“A tua palavra é a verdade” (cf. Salmo 119.160). Quando tentado,
sempre usando a expressão “está escrito”, Ele respondeu citando o
texto de Deuteronômio 8.3: “Não só de pão viverá o homem, mas
de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4). Em
Mateus 24.35 diz: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras
não passarão”. Ele sempre usou a Bíblia para ensinar, redarguir,
corrigir ou instruir em justiça.

Aos saduceus, que não criam na ressurreição, Jesus respondeu:

Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus


(Mateus 22.29). Jesus ainda nos manda examinar as Escrituras,
pois são elas que testificam da Sua obra redentora: Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas
que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes
vida (João 5.39-40).
Religiões Comparadas I e I 167
Na parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16.19-31), Jesus mais
uma vez demonstra a Sua convicção nas Escrituras ao narrar a
resposta dada pelo patriarca Abraão ao rico, quando este, no Sheol-
Hades (inferno), lhe pedira que enviasse Lázaro aos seus irmãos:
“Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos”
(versículo 29). Jesus reporta-se a Moisés e aos Profetas para nos
informar que nenhuma outra forma de revelação poderia ser
apresentada aos homens (inclusive a mediúnica), pois, por meio de
ambos, foi-nos dada a verdadeira revelação – a Bíblia.

2.3. A Raça Humana

O teosofismo ensina que o homem é um “fragmento divino”, e


seu destino final é voltar para Deus de modo permanente. Isso
é chamado “Nirvane”, ou seja, o fim das reencarnações. Na
linguagem teosófica, são “os homens divinos feitos perfeitos”. São
chamados mahatmas, que significa “mestres, sábios”. Os mahatmas
podem viver sempre no céu, mas podem também habitar nos
“montes sagrados” do Tibete. Isso fazem para auxiliar na evolução
da humanidade. Um mahatma pode também encarnar-se num
teosofista proeminente. Toda sabedoria oculta do teosofismo
deriva desses mahatmas. Há um chefe acima de todos os mahatmas
chamado “Supremo Mestre”. Quando este se encarna, temos um
Cristo. Assim sendo, de acordo com o ensino teosófico, todo
homem é um Cristo em potencial.

O objetivo da vida é despertar o deus que dorme no interior do


ser humano. Cada pessoa é mais do que sublime, porque somos
divinos. Não é o temor do Senhor o princípio da sabedoria, mas o
conhecimento do EU que se torna a própria sabedoria. O homem
traz latentes no seu interior todos os atributos da divindade
que podem ser progressivamente desenvolvidos e atraídos à
manifestação através do pensamento puro e reto comportamento.
(The Key to Theosophie. Helena P. Blavatsky, p. 67)

A Bíblica ensina que o ser humano foi criado à imagem e semelhança


de Deus (Gn 1.26,27). Deus é distinto do homem (Ec 5.2; Nm
168 Módulo 15
23.19; Os 11.9). A própria ignorância do homem sobre a sua suposta
divindade mostra que ele não é Deus. Vejamos algumas diferenças
entre Deus e o homem: a) Deus é Todo-Poderoso (Mt 19.26); o
homem tem poder limitado (Hb 4.15); b) Deus é onipresente (Sl
139.7-12); o homem é confinado no espaço e no tempo (Jo 1.50);
c) Deus é eterno (Sl 90.2); o homem é criado no tempo (Gn 1.26);
d) Deus é verdade (Is 65.16); o coração do homem é enganoso (Jr
17.9).

2.4. Cristo

Diz o teosofismo que cada sub-raça presta uma contribuição


especial à humanidade. A contribuição da sub-raça atual (a 5a) é
prover o homem intelectual. A próxima sub-raça apresentará o
homem espiritual. Ao iniciar-se cada sub-raça, surge um Cristo. Em
outras palavras: o Supremo Mestre do Mundo encarna em alguém.
Por conseguinte, a atual raça-tronco ariana já teve até agora cinco
Cristos, ou seja cinco encarnações do Supremo Mestre do Mundo,
que foram: Buda, na índia (1ª sub-raça); Hermes, no Egito (2ª sub-
raça); Zoroastro, na Pérsia (3ª sub-raça); Orfeu, na Grécia (4ª sub-
raça); Jesus, na Palestina (5ª sub-raça).

Acrescenta o teosofismo que Cristo usou o corpo do discípulo


chamado Jesus. Ora, se a sexta sub-raça está para surgir, significa que
daqui a pouco teremos um novo Cristo. “Dizem ainda os teosofistas
que esse novo Cristo será muito mais poderoso do que o Senhor
Jesus Cristo, pois será o Cristo da sub-raça espiritual, muito superior
à intelectual”. (www.oucaapalavradosenhor.com/2012/08/o-
teosofismo-x-biblia.html)

Para o Teosofismo, será esse o Cristo que unirá todas as religiões


numa só, ensino transmitido pelo teosofismo desde a sua origem,
segundo o qual todas as religiões têm algo certo, que, juntando-se,
formam a religião perfeita. Note que essa infinidade de Mahatmas
e Cristos faz do teosofismo não só uma religião panteísta, mas
também eminentemente politeísta.

A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de


Religiões Comparadas I e I 169
Deus, Salvador e Senhor. Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o
Filho de Deus que se tornou homem e o Salvador da humanidade,
morrendo pelos pecados do mundo.

Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos, acreditam


que Jesus é o Messias profetizado na Bíblia Hebraica. A teologia
cristã ortodoxa ensina que Jesus sofreu, morreu e ressuscitou. Os
cristãos acreditam que Jesus ascendeu aos céus, e a maior parte das
denominações ensina que Jesus irá retornar para buscar sua igreja,
entre outros eventos.

2.4.1. Jesus é o Messias Profetizado no Antigo Testamento

Por ser a profecia única na Bíblia, ela é única para CRISTO. Profecia
nenhuma narrou a vinda de Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio,
Joseph Smith, Mary Baker Eddy, os populares gurus hindus que
têm invadido o Ocidente, ou qualquer outro líder religioso, todos
eles sem as credenciais que distinguem JESUS CRISTO.

Também há mais de 300 profecias do Velho Testamento que


identificam o Messias de Israel. Séculos antes de sua vinda os
profetas hebreus estabeleceram critérios específicos que deveriam
ser preenchidos pelo Messias. O cumprimento dessas profecias nos
mínimos detalhes da vida, morte e ressurreição de JESUS de Nazaré
demonstram indiscutivelmente ser Ele o prometido por DEUS, o
verdadeiro e único Salvador.

Na verdade, as profecias messiânicas do Velho Testamento somente


poderiam ser cumpridas na pessoa de JESUS CRISTO. Existem
centenas destas profecias, para que a possibilidade de convergência
acidental para qualquer homem comum seja completamente
descartada pelas leis da probabilidade. Observemos algumas destas
profecias cumpridas literalmente em JESUS.

2.4.1.1. Em relação ao NASCIMENTO do Messias cumpridos em


JESUS

a) Seria a semente de uma mulher: (Profecia Gn 3.15.


170 Módulo 15
Cumprimento Lc 2.7);

b) Seria descendente de Abraão: (Profecia Gn 18.18.


Cumprimento Mt 1.1);

c) Seria descendente de Isaque: (Profecia Gn 17.19.


Cumprimento Mt 1.2);

d) 4. Seria descendente de Jacó: (Profecia Gn 28.14.


Cumprimento Mt 1.2);

e) 5. Descenderia da tribo de Judá: (Profecia Gn 49.10.


Cumprimento Mt 1.2-3);

f) 6. Seria o herdeiro do trono de Davi: (Profecia Is 9.7.


Cumprimento Mt 1.1;6);

g) 7. Seu lugar de nascimento: (Profecia Mq 5.2. Cumprimento


Mt 2.1; Lc 2.4-7);

h) 8. A época de seu nascimento: (Profecia Dn 9.25.


Cumprimento Lc 2.1-2; 2.3-7);

i) 9. Nasceria de uma virgem: (Profecia Is 7.14. Cumprimento


Mt 1.18);

j) 10. A matança dos meninos: (Profecia Jr 31.15. Cumprimento


Mt 2.16; 17-18);

k) 11. A fuga para o Egito. (Profecia Os 11.1. Cumprimento Mt


2.13-15; 19-20).

Conforme Thompson, na Bíblia de Referência, no verso 21 de


Mateus (cap. 1) cumpre-se 38 profecias veterotestamentárias a
cerca de JESUS, e isso há aproximadamente 1.500. Um milagre!
Não só pelo cumprimento em si, mas também pela unidade
ideológica e pela concatenação literária da narrativa bíblica até o
relato do nascimento virginal de JESUS, o CRISTO de DEUS e
Religiões Comparadas I e I 171
o cumprimento por excelência de todas as promessas de salvação
promulgadas no Antigo Testamento.

2.4.1.2. Em relação ao MINISTÉRIO do Messias cumpridos em


JESUS

a) Seu ministério na Galiléia (Profecia: Is 9.1-2. Cumprimento:


Mt 4.12-16);

b) Como profeta (Profecia: Dt 18.15. Cumprimento: Jo 6.14;


1.45; At 3.19-26);

c) Seria sacerdote, como Melquisedeque (Profecia: Sl 110.4.


Cumprimento: Hb 6.20);

d) O desprezo por parte dos Judeus (Profecia: Is 53.3.


Cumprimento: Jo 1.11);

e) Algumas de suas características (Profecia: Is 11.2.


Cumprimento: Lc 2.52; 4.18);

f) Sua entrada triunfal (Profecia: Zc 9.9; Is 62.11. Cumprimento:


Jo 12.13-14).

2.4.1.3. Em relação a MORTE do Messias cumpridos em JESUS

As seguintes profecias do Antigo Testamento sobre a traição, o


julgamento, a morte e o sepultamento de nosso Senhor JESUS
CRISTO, foram feitas por diferentes pessoas, em épocas distintas,
em um espaço de cinco séculos, de 1000 a 500 a.C. Todas se
cumpriram, literalmente. Tudo isto, porém, aconteceu para que se
cumprissem as Escrituras dos profetas. Mt 26.56a.:

a) Seria traído por um amigo: (Profecia Sl 41.9. Cumprimento


Mc 14.10; 43-45);

b) Seu preço 30 moedas de prata: (Profecia Zc 11.12,13.


Cumprimento Mt 26.15);
172 Módulo 15

c) O traidor não usaria as 30 moedas: (Profecia Zc 11.13.


Cumprimento Mt 27.6-7);

d) O traidor seria substituído: (Profecia Sl 109.7-8. Cumprimento


At 1.18-20);

e) Testemunhas falsas o acusariam: (Profecia Sl 27.12.


Cumprimento Mt 26.60-61);

f) Acusado ficaria em silêncio: (Profecia Is 53.7. Cumprimento


Mt 26.62-63);

g) Seria golpeado e cuspido: (Profecia Is 50.6. Cumprimento


Mc 14.65; Jo 19.1-3);

h) Seria odiado sem motivo: (Profecia Sl 69.4; 109.3-5.


Cumprimento Jo 15.23-25);

i) Sofreria em substituição a nós: (Profecia Is 53.4-5.


Cumprimento Mt 8.16-17);

j) Seria crucificado com pecadores: (Profecia Is 53.12.


Cumprimento Mt 27.38);

k) Suas mãos e pés seriam transpassados: (Profecia Sl 22.16.


Cumprimento Jo 20.27);

l) Seria escarnecido e insultado: (Profecia Sl 22.6-8.


Cumprimento Mt 27.39-40);

m) Dariam a ele fel e vinagre: (Profecia Sl 69.21. Cumprimento


Jo 19.29);

n) Ouviria palavras com zombaria: (Profecia Sl 22.8.


Cumprimento Mt 27.43);

o) Oraria por seus inimigos: (Profecia Is 53.12. Cumprimento


Religiões Comparadas I e I 173
Lc 23.34);

p) Seu lado seria transpassado: (Profecia Zc 12.10. Cumprimento


Jo 19.34);

q) Lançariam sortes sobre suas roupas: (Profecia Sl 22.18.


Cumprimento Jo 19.24);

r) Seus ossos não seriam quebrados: (Profecia Sl 34.20.


Cumprimento Jo 19.33);

s) Seria sepultado com os ricos: (Profecia Is 53.9. Cumprimento


Mt 27.57-60);

t) Os discípulos O abandonaram: (Profecia Zc 13.7.


Cumprimento Mt 26.56);

u) Acusado por falsas testemunhas: (Profecia Sl 35.11.


Cumprimento Mt 26.59-61);

v) Ele sucumbiu sob o peso da cruz: (Profecia Sl 109.24.


Cumprimento Jo 19.17);

w) Crucificado com malfeitores: (Profecia Is 53.12.


Cumprimento Mc 15.27-28);

x) Foi abandonado: (Profecia Sl 22.1. Cumprimento Mt 27.46);

y) Seus amigos ficaram de longe: (Profecia Sl 38.11.


Cumprimento Lc 23.49);

z) Seu coração parou: (Profecia Sl 22.14. Cumprimento Jo


19.34);

aa) Trevas sobre a terra: (Profecia Am 8.9. Cumprimento Mt


27.45).

2.4.1.4. O Messias Seria Sepultado com Rico


174 Módulo 15

Profecia feita em 800 antes de Cristo. Isaías 53.9 “Deram-lhe


sepultura com os ímpios, mas com o rico esteve na sua morte,
embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano
na sua boca.” Cumprimento: Mateus 27.57-60 “Chegada à tarde,
veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também era
discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de
Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue. E José, tomando
o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho e o depositou no seu
sepulcro novo, que havia aberto na rocha. Rolou uma grande pedra
para a entrada do sepulcro e se retirou.”

2.4.1.5. O Corpo do Messias não Ficaria em Decomposição e


Ressuscitaria

Profecia feita em quase 1000 anos antes de Cristo. Salmo 16.10


“Porque não deixara a minha alma no inferno, nem permitirás
que teu santo veja corrupção.” Cumprimento: Lucas 24.39 “Vede
as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e
verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho.”

2.4.1.6. O Messias Subiria aos Céus

Profecia feita em quase 1000 anos antes de Cristo. Salmo 68.18


“Quando subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons
dos homens e até dos rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse
entre eles.” Cumprimento: Lucas 24.50-51; Atos 1:9 “Então
Jesus os levou para Betânia e levantando as mãos, os abençoou.
Abençoando-os ele, apartou-se deles e foi levado ao céu.”

O cumprimento das profecias acima mencionadas, bem como


dezenas de outras, sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo
provam, além de quaisquer dúvidas possíveis, que Ele é o Messias
de Israel, o Salvador do mundo. Ninguém pode examinar os fatos
e permanecer em dúvida honesta (um descrente honesto). Aqueles
que se recusam a crer em face da extraordinária evidência se tornam
indesculpáveis.
Religiões Comparadas I e I 175

3. Recapitulação da lição 3

Nesta lição aprendemos que:


a) Que todo o ensinamento bíblico é no sentido de que só
poderemos morrer uma única vez até o juízo final de Deus;
b) Que na verdade, as profecias messiânicas do Velho
Testamento somente poderiam ser cumpridas na pessoa de JESUS
CRISTO;
c) Que a Bíblica ensina que o ser humano foi criado à imagem
e semelhança de Deus.

LIÇÃO 04 – AULA 01 - Religiões Afro-Brasileiras

Ao término desta lição o (a) aluno (a) deverá estar possibilitado


para responder os seguintes pontos:

• Descrever que o candomblé das diversas “nações” africanas é a


religião afro-brasileira que mais fielmente preserva as tradições dos
antepassados;

• Fornecer a informação que com a colonização do Brasil faltaram


braços para a lavoura. Com isso, os proprietários da terra tentaram
subjugar o índio;

• Difundir que sincretismo é a união dos opostos, um tipo de


176 Módulo 15
mistura de crenças e ideias divergente.

Introdução

Inicialmente restritos aos escravos e seus descendentes, os cultos


afro-brasileiros, especialmente a umbanda, ganharam adeptos da
classe média urbana. São consideradas Religiões Afro-Brasileiras,
todas as religiões que tiveram origem nas religiões africanas, que
foram trazidas para o Brasil pelos escravos.

O candomblé das diversas “nações” africanas é a religião afro-


brasileira que mais fielmente preserva as tradições dos antepassados
e a menos permeável às transformações sincréticas, embora cultue
secundariamente entidades assimiladas, como os caboclos e os
pretos velhos. Predomina na Bahia e tem muitos seguidores no Rio
de Janeiro. A umbanda é francamente sincrética com o cristianismo
e o espiritismo kardecista. O culto afro-brasileiro toma o nome
de pajelança na Amazônia, babaçuê no Pará, tambor-de-mina no
Maranhão, xangô em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, e batuque no
Rio Grande do Sul.

O Candomblé, ao lado de outras correntes espirituais, propicia


um contato mais aberto com o que a Bíblia denomina: demônios,
espíritos das trevas. Podemos observar sua influência na cultura
brasileira, basta visitarmos os museus da Bahia, ou observarmos os
blocos carnavalescos, a cantigas de roda (samba lele tá doente, tá
com a cabeça quebrada…), etc. (www.cacp.org.br/)

1. Candomblé e suas Origens

Há muitos tipos de candomblés, que perpetuam tradições diferentes,


graças à influência das diversas nações africanas, representadas no
Brasil pelos negros que aqui aportaram à época da escravatura.

Com a colonização do Brasil faltaram braços para a lavoura. Com


isso, os proprietários da terra tentaram subjugar o índio pensando
em empregá-lo no trabalho agrícola. Entretanto, o índio não se
Religiões Comparadas I e I 177
deixou subjugar, o que levou os colonizadores a voltarem-se para a
África em busca de mão-de-obra para a lavoura. Começa assim um
período vergonhoso da História do Brasil, como descreve o poeta
Castro Alves em suas poesias ‘Navio Negreiro” e “Vozes D`África
(www.cacp.org.br/)

Acredita-se que os primeiros escravos africanos chegaram ao


primeiro mundo já 1502. Provavelmente, os primeiros carregamentos
de escravos chegaram em Cuba em 1512 e no Brasil em 1538 e isso
continuou até que o Brasil aboliu o tráfico de escravos em 1850 e na
Espanha finalmente encerrou o tráfico de escravos para Cuba em
1866. A maioria dos três milhões de escravos vendidos à América
Espanhola e o cinco milhões vendidos ao Brasil num período de
aproximadamente três séculos, vieram da costa ocidental da África.

1.1. Quem São os Orixás

De acordo com o Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros de Olga


Cacciatore, os orixás “são divindades intermediárias entre Olorum
(o deus supremo) e os homens”.

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força


da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações
dessas forças. A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres
humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós.
Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá
tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores,
comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
(http://ocandomble.wordpress.com/)

Na África eram cerca de 600 orixás, para o Brasil vieram uns 50,
que estão reduzidos a 16 no Candomblé, dos quais só 8 passaram
para à Umbanda. Muitos deles são antigos reis, rainhas ou
heróis divinizados, os quais representam as vibrações das forças
elementares da Natureza – raios, trovões, tempestades, água;
atividades econômicas, como caça e agricultura; e ainda os grandes
ceifadores de vidas, as doenças epidêmicas, como a varíola, etc.
178 Módulo 15
1.2. Os Orixás e o Sincretismo

Sincretismo é a união dos opostos, um tipo de mistura de crenças


e ideias divergente. Os escravos não abriram mão de seus cultos
e suas divindades. Devido a um doutrinamento imposto pelo
catolicismo romano, os africanos começaram a buscar na igreja,
santos correspondentes aos seus orixás. Muitos dos orixás nos
cultos afros encontrarão no Catolicismo um santo correspondente
– por exemplo:

1.2.1. Dias, Orixá, Sincretismo

15/01: Oxalá - Jesus Cristo – Senhor do Bonfim


20/01: Oxóssi - São Sebastião
02/02: Iemanjá - Senhora dos Navegantes, Senhora Aparecida,
Senhora da Imaculada Conceição
19/04: Logun Edé - Santo Expedito
23/04: Ogum - São Jorge
30/05: Obá - Santa Joana d’Arc
13/06: Exú - diabo - Santo Antonio
24/06: Xangô - São João Baptista
26/07: Nanã - Sant’Ana
24/08: Oxumaré - São Bartolomeu
27/09: Ibeji - Santos Cosme e Damião
05/10: Ossaim - São Roque
02/11: Omulú - São Lázaro
04/12: Iansã - Santa Bárbara
08/12: Oxum - Nossa Senhora da Conceição
13/12: Ewá - Santa Luzia

Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da


escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico,
devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os
seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem
dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
(http://ocandomble.wordpress.com/)

Também presentes nos cultos afro-brasileiros estão espíritos que


Religiões Comparadas I e I 179
representam diversos tipos de humanos falecidos, tais como:
caboclos (índios), preto-velhos (escravos), crianças, marinheiros,
boiadeiros, ciganos, etc.

1.2.2. A Bíblia Condena o Sincretismo

O sincretismo religioso entre o catolicismo romano e o espiritismo


africano revela o quanto a igreja romana se afastou do verdadeiro
cristianismo. Ora, o verdadeiro cristianismo abomina toda e qualquer
forma de relação com os demônios. O apóstolo João escreveu:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os
espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem
saído pelo mundo afora”, (1Jo 4.1).

A Bíblia desmente qualquer possibilidade de mediunidade ou


contato com os espíritos dos mortos, os quais, quando morrem,
deixam seus corpos na Terra e seus espíritos vão para um lugar
próprio (Hb 9.27). Se são justos, seus espíritos vão para o Paraíso
e lá ficam até o dia da Ressurreição dos Justos (1Co 15.51-54). Os
espíritos dos ímpios também ressuscitarão um dia, mas na chamada
Segunda Ressurreição, no Juízo Final. Seus corpos ficarão na Terra
e os seus espíritos na Sheol (Hades, Lugar de Tormento) até aquele
Dia. Do lugar onde estão os espíritos dos mortos não há traslado,
nem viagem, nem purgatório, nem qualquer contato com os vivos
na Terra.

1.2.2. Cerimônia em homenagem aos Orixás

A primeira etapa da cerimônia em homenagem a um Orixá consiste


do sacrifício. No sacrifício, mata-se um animal de duas ou quatro
patas, que pode ser galinha, pombo, cabra, bode, carneiro, porco,
galo, tatu, cágado, variando também a cor, branco ou preto,
dependendo da preferência do deus que está sendo homenageado
na cerimônia.

A matança é realizada por um sacerdote denominado de achôgun


ou achégun, que, na verdade precisa sacrificar dois animais, já que
durante o ritual serão realizadas duas oferendas uma dedicada a
180 Módulo 15
Exú, e outra ao santo celebrado na ocasião.

A confraria do candomblé é formada também pelos filhos de santo


e pelos ekedy ou ogan. Estes se referem à moça ou o rapaz que
formam o conjunto de pessoas que participam das cerimônias
como auxiliares dos filhos de santo e que, portanto, não podem cair
em transe. Já os filhos de santo, são na maioria das vezes mulheres,
também são chamadas de iaô e têm a função de incorporar as
entidades.

1.3. Candomblé de caboclo

Manifestação própria de Salvador e municípios vizinhos, na Bahia, o


candomblé de caboclo é uma espécie de candomblé nacionalizado,
que toma por base a ortodoxia do candomblé jejenagô. Trata-
se de exemplo nítido do sincretismo religioso popular no Brasil.
Registram-se nele influências indígenas e mestiças, resumindo-se
os hinos especiais de cada encantado ou caboclo, cantados em
português, a uma declaração de seus poderes sobrenaturais.

1.4. O Relacionamento com as divindades

Os “filhos de santo”, uma vez comprometidos com os orixás, vão


viver em constante medo de suas represálias ou punições. Além do
constante medo de punições em que vive o devoto do orixá, ele
deve ainda submeter-se a rituais e sacrifícios nada agradáveis a fim
de satisfazer os deuses.

1.5. O Que diz a Bíblia

Escrevendo a Timóteo, Paulo declara: “Porque há um só Deus, e


um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”
(1Tm 2.5). E ainda, “Deus não nos deu o espírito de medo” (2Tm
1.7.

A Bíblia é categórica em afirmar que “aquele que teme não é


perfeito em amor, pois no amor não há temor” (1Jo 4.18). Ainda
que haja fracassos na vida do cristão, ele não precisa ter medo de
Religiões Comparadas I e I 181
Deus, pois Ele é grandioso em perdoar (Is 55.7), e que temos um
sumo-sacerdote que se compadece de nossas fraquezas (Hb 4.15).
Este é, de maneira bem resumida, o perfil do Deus da Bíblia –
bem diferente dos orixás, que na maioria das vezes, são vingativos
e cruéis com seus “cavalos”.

Conquanto “aos sacrifícios” precisamos lembrar o que o apóstolo


Paulo disse sobre isto: “Antes digo que as coisas que os gentios
sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero
que sejais participantes com demônios. Não podeis beber o cálice
do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da
mesa do Senhor e da mesa dos demônios”(1Co 10.20,21). Por outro
lado, os sacrifícios de animais no Antigo Testamento apontavam
para o sacrifício perfeito e aceitável de Jesus Cristo na cruz.

A Bíblia diz em Hebreus 10.4: “Porque é impossível que o sangue


dos touros e dos bodes tire os pecados. Somente Jesus pode fazê-
lo, pois ele é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
(João 1.29). “Sem derramamento de sangue não há remissão de
pecados”(Hebreus 9:22), e o “sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos
purifica de todo o pecado”(1Jo 1.7). Concluímos esta parte com
Hebreus 10.12: “Mas este (Jesus), havendo oferecido um único
sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de
Deus.”

2. Umbanda

Introdução

A Umbanda é uma religião de cunho espiritualista (contato e/ou


interferência de espíritos, manipulações magísticas, práticas de cura
através dos espíritos e/ou ervas/poções/conjuros, utilização de
elementos ou instrumentos místicos), é mediúnica (instrumento
pelo qual a prática religiosa se faz presente, especificamente, a
incorporação) que agrega elementos de bases africanas (culto aos
Orixás e ao espírito dos antepassados: Preto-Velhos), indígenas
(Caboclos), que recebeu influência oriental (indiana, inerente
à reencarnação, o kharma e o dharma), e adquiriu elementos do
182 Módulo 15
cristianismo (judaísmo) como a caridade, o auxílio ao próximo e
outros ditos que no sincretismo religioso (associação dos Santos
Católicos aos Orixás africanos) são considerados como o Orixá
Oxalá. Também recebeu influências do Espiritismo, existindo
ramificações que se baseiam nos escritos de Kardec sem serem,
por isso, considerados autenticamente espíritas, livros doutrinários,
como sendo seus livros de aconselhamento e doutrina.

2.1. Modalidade de trabalho

A Umbanda trabalha com sete linhas que são faixas de vibração


espiritual a qual é representada e chefiada por um orixá. Cada linha
é subdividida em Falanges, que por sua vez se subdivide em sub-
falanges, que se dividem em bandas. As bandas se ramificam em
sete legiões que se repartem em sete sub-legiões e estas, por fim se
subdividem em sete povos.

A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada


linha de Santo porque abrange os santos da Igreja Católica em geral.

A segunda é a linha de Iemanjá que engloba as ondinas, caboclas do


mar e outras entidades relacionadas à água.

A terceira, do Oriente ou de São João Batista, é formada por


médicos, sacerdotes, hindus etc.

A linha de Oxóssi é a composta de caboclos e caboclas, ou seja


índios, e é comandada por São Sebastião.

Na quinta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo,


trabalha Santa Bárbara, caboclos e preto-velhos.

A sexta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos,


preto-velhos e soldados romanos.

Por fim, a sétima linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde


trabalha todo o povo das Costa do Congo, de Angola e de todo
povo da África.
Religiões Comparadas I e I 183

2.2. Cultos e Rituais

A Umbanda é uma religião de culto material, baseada na


mediunidade, na magia, com seus rituais e liturgias próprias. Dentre
estes se destacam o ponto riscado e o ponto cantado.

O primeiro é a utilização de um desenho riscado com giz denominado


pemba pelos umbandistas, que dependendo da forma e da cor serve
para chamar determinada entidade ao mundo material.

Já no segundo caso, que é uma espécie de prece evocativa cantada,


existem diversos tipos. Há os pontos de louvor, utilizados apenas
para homenagear determinada entidade ou abrir os trabalhos, os
pontos de descida, cantados para chamar os orixás para que desçam
para incorporar o médium, e os pontos de subida entoados para a
desincorporação.

Os médiuns são também denominados “cavalos” ou “aparelhos”


e os cultos são realizados em Terreiros ou Centros embora seja
frequente a realização de oferendas nas florestas, praias e fontes de
água.

A Umbanda obedece a diversos rituais que além dos já citados


incluem os banhos de ervas consideradas sagradas, defumações
com incensos, o uso de velas e de bebidas alcoólicas e os famosos
passes, onde o médium utiliza a fumaça de seu charuto ou cachimbo
e da imposição de suas mãos nas costas, na frente no braços da
pessoa, realizando movimentos de cima para baixo, no intuito de
neutralizar as más influências que porventura possa estar sofrendo
o indivíduo.

2.3. Surgimento no Brasil

O início do movimento Umbandista se coloca entre a primeira e a


segunda metade do século XIX, junto ao candomblé.

Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás,


184 Módulo 15
embora aos olhos dos brancos eles estivessem comemorando os
“santos católicos”. Em meio a essas comemorações eles começaram
a incorporar espíritos ditos Preto-Velhos (reconhecidos como
espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás,
Yalorixás e antigos “Pais e Mães de senzala”: escravos mais velhos
que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e
sabiam as antigas artes da religião da distante África) que iniciaram
a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material, àqueles que
estavam no cativeiro.

2.4. Ramificações da Umbanda

Hoje temos várias ramificações da Umbanda (Linhas Doutrinárias)


que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se
absorveram características de outras religiões, mas que mantém a
mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade,
respeito e fé. Alguns exemplos dessas ramificações são:

a) Umbanda Popular. Que era praticada antes de Zélio e


conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde
podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos
associados aos Orixas Africanos;

b) Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de


Moraes;

c) Umbanda Branca e/ou de Mesa. Com um cunho espírita


- “kardecista” - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em
grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem
o trabalho dos Exus e Pomba-gira, ou a utilização de elementos
como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria
se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, preto-velhos e
crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas
como fonte doutrinária;

d) Umbanda Omolokô. Trazida da África pelo Tatá Trancredo


da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos
Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
Religiões Comparadas I e I 185

e) Umbanda Traçada ou Umbandomblé. Onde existe uma


diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote
ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões
diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são
feitas em dias e horários diferentes;

f) Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos


oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da
Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a
Aumbhandan: “conjunto de leis divinas”;

g) Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica


e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese
conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma
convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum,
o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência
Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização
do sanscrito;

h) Umbanda de Caboclo. Influência do cultura indígena


brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como
“Caboclo”;

i) Umbanda de preto-velhos. Influência da cultura Africana,


onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás,
e onde o comando é feito pelos preto-velhos;

j) Outras formas existem, mas não têm uma denominação


apropriada. Diferenciam-se das outras formas de Umbanda por
diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas
com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra
Umbanda.

2.5. Hierarquia na Umbanda

A Umbanda admite uma longa hierarquia de Seres Superiores, que


comandam a existência dos homens. São eles:
186 Módulo 15

A tríade superior, que consta de “Obatalá” (o Deus Supremo),


“Oxalá” (Jesus Cristo) e “Ifá” (o Espírito Santo). Não tem corpo
como o dos homens, mais sim um corpo fluídico. Vivem no Astral
Superior.

No médio Astral estão os “Orixás”; Abaixo, estão a ordem dos


“Preto-Velhos”, a dos “Caboclos”, a das “Crianças” e o elemento
ligado terra-a-terra ou o “Exu”. Obatalá, Oxalá e Ifá constituem a
Corte Suprema ou Divina, da qual não participam os Orixás. São
bons. Jamais cometem o mal.

Os Orixás (que correspondem aos santos do catolicismo), constituem


o segundo escalão ou Segunda Corte Celestial. Participam da bem-
aventurança divina, mas não dividem a natureza divina.

No terceiro plano temos, além dos desencarnados (“Eguns”), os


Exus ou espíritos maus, dos quais a Umbanda conhece grande
variedade:

a) “Exu-Rei ou Maioral” – Identificado como Lúcifer; exige


dos homens o tratamento de “Majestade”;

b) “Exu-Rei das Sete Encruzilhadas” – Senhor absoluto de todas


as estradas e caminhos; seus despachos são, por isso, colocados em
encruzilhadas;

c) “Exu Tranca Ruas ou Eliô” – Também manda nas ruas;


possui grande falange de auxiliares;

d) “Exu Veludo” – Tem o poder de proteger ou castigar os


inimigos daqueles que recorrem aos seus incalculáveis benefícios;

e) “Exu Tiriri” – Companheiro de Tranca Ruas;

f) “Exu Quebra-Galho” – Manda principalmente nas matas;


evocado para obter a separação de casais ou para a união ilícita de
homem e mulher;
Religiões Comparadas I e I 187

g) “Exu Pomba Gira” – É a maldade em forma de mulher;


encarrega-se das vinganças e defende principalmente as mulheres;

h) “Exu das Sete Cruzes” – Encarregado da entrada dos


cemitérios;

i) “Exu Tranqueira” – Encarregado das tranqueiras ou entradas


de portas. A esta entidade é preciso saudar no início de qualquer
sessão de Umbanda;

j) “Exu das Sete Portas ou das Sete Chaves”- Faz desaparecer


objetos ou ajuda a descobrir objetos escondidos. Seus despachos
devem ser colocados em lugares onde haja formigueiros, pois gosta
de formigas;

k) “Exu das Sete Poeiras” – Vive a perseguir aqueles que


trafegam pelos caminhos onde o bafejo do progresso ainda não
consegue fazer ruas calçadas;

l) “Exu Morcego” – Trabalha principalmente depois da meia-


noite; tem o poder de transmitir toda e qualquer espécie de moléstia.
É a ele que se fazem as rezas do gado atacado de bicheiras e vermes;

m) “Exu Tranca Tudo” – Ajuda em tudo. Seu despacho


deve conter galo preto, farinha misturada com azeite de dendê,
ovos cozidos e farofa, que sejam colocados de preferência nas
encruzilhadas;

n) “Exu da Pedra Negra” – Muito poderoso. Evocado para se


descobrir tesouros e realizar grandes negócios comerciais. Gosta de
vinho tinto misturado com mel de abelha;

o) “Exu da Capa Preta” – É o fiscal dos demais Exus;

p) “Exu Caveira” – A serviço de Omulum, rei dos cemitérios.


Os despachos devem ser feitos após a meia-noite;
188 Módulo 15
q) “Exu da Meia-Noite” – Ensina a falar imediatamente
qualquer língua e tem o poder de decifrar qualquer enigma;

r) “Exu Pagão” – Dissemina o ódio, a incompreensão e tudo o


que resulta em separação de casais que vivem harmoniosamente;

s) “Exu Ganga” – Tanto cura como mata qualquer individuo;

t) “Exu Quirimbó” – Leva aos jovens ao caminho da


prostituição;

u) “Exu Brasa” – Provocador de incêndios. Tem o poder de


conceder aos praticantes da magia negra o caminhar entre chamas
sem se queimar.

2.6. Umbanda é a Negação Do Cristianismo

Já vimos que a Umbanda, em sua prática da evocação dos espíritos e


em seus trabalhos de magia (branca ou negra, tanto faz) desobedece
a Deus, revoltando-se contra uma ordem clara e repetida do Criador.

Verificamos que a Umbanda, em sua doutrina panteísta, contesta


e deve contestar toda uma longa série de verdade cristãs a respeito
de Deus: Nega a Trindade, a existência de um Deus pessoal e
distinto do mundo; a divindade de Jesus, a redenção por Cristo, a
Graça de Deus, a ressurreição de Cristo, o juízo depois da morte, a
ressurreição final de todos os homens, a existência do inferno, dos
demônios, do diabo etc.

Tudo isso, em outras palavras, é a negação total da doutrina cristã e


por isso do Cristianismo.

3. Quimbanda (macumba)

A Quimbanda é uma via da Umbanda, mais conhecida como


macumba. Entretanto, o seu culto e ritual são diferentes das demais
vias da Umbanda. Nesse tipo de culto são os exus as entidades
cultuadas. Vários nomes e títulos são dados às entidades da
Religiões Comparadas I e I 189
Quimbanda, de tal forma que eles formam um terrível exército
para a prática do mal.

Sem dúvida, o chefe, disfarçado por outros nomes, é o Diabo.


Toda sorte de abusos sociais, libertinagens que escravizam as
pessoas à bebida alcoólica, drogas e outras deturpações físicas são
provocadas por esses espíritos, que são adorados e cultuados com
derramamento de sangue de animais e, em alguns casos, até com
sacrifício humano. Enquanto na Umbanda as cores predominantes
são azul e branca, na Quimbanda são as cores vermelha e preta.

A Quimbanda, também conhecida pelos leigos como macumba, é


uma ramificação da Umbanda que pratica a magia negra. Embora
cultuem os mesmos Orixás e as mesmas entidades, se sirvam das
mesmas indumentárias, e tenham em seus terreiros semelhanças
muito marcantes tais como a presença de gongá repleto de imagens
dos santos católicos simbolizando os orixás, caboclos e pretos
velhos, existem entre as duas religiões diferenças fundamentais e
decisivas. Uma delas é que na Quimbanda são realizados despachos
com animais como galos e galinhas pretas por exemplo, pólvora,
objetos da pessoa a quem se quer prejudicar, dentes, unhas ou
cabelo de pessoas ou animais. Estes despachos costumam-se
realizar à meia-noite em locais como encruzilhadas e cemitérios.
(http://defesadafesoasescrituras. quimbanda-macumba.html)

Outra prática bastante frequente que também se encontra presente


no vodu haitiano sob o nome de paket é o envultamento. Este, diz
respeito à construção de um boneco de pano ou qualquer outro
material, desde que pertencente à pessoa a quem quer se prejudicar,
e a seguir alfinetes ou pregos são utilizados para transpassar o corpo
da imagem.

Os quimbandeiros têm como ponto principal de seu culto a


invocação de Exus que na Quimbanda são considerados espíritos
das trevas, uns já em estado de evolução, e outros, denominados
quiumbas, espíritos atrasadíssimos e que por isso também são
chamados obsessores.
190 Módulo 15
Define Leonardo Azzolini S.J. que:

A magia negra ou diabólica, ou simplesmente feitiçaria, consiste em


um poder oculto, que permite ao mago obter efeitos superiores à
eficiência dos meios realmente empregados (Leonardo AZZOLINI
S.J., La Magia Secondo la Teologia Morale, col. 1832)

A Umbanda cultua muitos Exus, por exemplo: Exu das Almas, Exu
Caveira, Exu das Matas, Exu Tranca Rua. Existem de igual forma,
Exus femininos, como é o caso de Maria Padilha, Pombagira
Mulambo, Cigana, entre outras. Uma das práticas mais conhecidas
da Quimbanda é a Gira dos Exus, ou Enjira dos Exus, cerimônia
realizada, via de regra à meia noite, na qual diversos Exus incorporam
nos médiuns e passam a dançar, beber, fumar, utilizando-se de uma
linguagem bastante grosseira.

Desde a Antiguidade a “magia” - culto aos demônios -, estava tão


difundida, que não poucas vezes, influenciou o Povo Eleito, o qual
era tentado a imitar aos vizinhos.

A Bíblia ressalta essa prática no Egito. O livro do Êxodo (7.11


ss), narra como, tendo Moisés e Arão feito prodígios diante do
Faraó (transformação de uma vara em serpente e as águas do rio
em sangue) os magos do Faraó, pela ação do demônio fizeram
o mesmo. O livro de Isaías (47.12ss) e o de Daniel (1.20; 2.2ss)
mostram a importância da magia entre os babilônios. Também os
gregos romanos nada faziam de importante sem antes consultar as
pitonisas e os oráculos.

Por isso Deus estabeleceu a mais severa das punições para quem
recorresse a mágicos e adivinhos, ou invocasse os espíritos: a pena
de morte (Êx 22.18; Lv 20.27; 19.26-31; 20.6; Dt 18. 9-14).

Conclusão

As Religiões Afro-brasileiras lidam com demônios; a finalidade


de seus rituais é agradar aos orixás com oferendas e sacrifícios;
as saudações são dirigidas aos demônios; os cânticos expressam
Religiões Comparadas I e I 191
homenagens aos demônios; nos rituais de iniciação as filhas de
santo são obrigadas a beber sangue pode; a entregar seus corpos
para serem possuídos pelos demônios; a obedecer cegamente ao
pai de santo etc.

E mais: nas suas festas todas as filhas de santo recebem (incorporam,


ficam possuídas) seus respectivos espíritos-guias. Este não é o
lugar apropriado para um filho de Deus, um crente em Jesus, um
cristão verdadeiro. Religiões Afro-brasileiras e Cristianismo são
irreconciliáveis.

Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder
nesta presente era iníqua (1Jo 5.19; cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12;
Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e
maravilhas de mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de
proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. Sem dúvida,
esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf.
Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12). Por isso vigiemos!

4. Recapitulação da lição 4

Nesta lição aprendemos que:


a) Que Satanás, como “o deus deste século”, exerce vasto poder
nesta presente era iníqua;
b) Que outra prática bastante frequente que também se encontra
presente no vodu haitiano sob o nome de paket é o envultamento;
c) Que os “filhos de santo”, uma vez comprometidos com os
orixás, vão viver em constante medo de suas represálias ou punições.
192 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 193
194 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 195
196 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 197
198 Módulo 15
Religiões Comparadas I e I 199
200 Módulo 15

Você também pode gostar