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A importância da intervenção da fisioterapia no processo de


reabilitação de pacientes vitima de acidente no trânsito com fratura em
tíbia e fíbula

Rocilmar Carvalho Damasceno1


E-mail: rossycarvalhorr@yahoo.com.br
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós Graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase nas Terapias Manuais – Faculdade Ávila

Resumo
Os acidentes no trânsito tem se tornado um fator incapacitante da população, em meio à
imprudência por parte dos condutores de veículos automotores e a falta de uma fiscalização
mais rigorosa, muitos jovem vão a óbito quando não, tornam-se limitados fisicamente por uma
sequela traumática de um acidente no trânsito. Alguns cuidados simples são suficientes para
prevenir ou minimizar este que, sem duvida, é uma dos maiores problemas de saúde pública no
nosso pais. Objetivos: verificar por analises bibliográficas se a atuação da fisioterapia iniciada
precocemente auxiliar no processo de reabilitação e retorno as atividades diárias dos pacientes
como sequelas traumatológicas seja de ordem motora ou neurológica, e realizar um
levantamento bibliográfico, realizando um estudo minucioso com escopo de adquirir
conhecimentos e organizá-los de forma clara. Como recurso metodológico foi utilizadaa revisão
de literatura sobre o tema proposto, como a consulta de livros, periódicos, sites científicos, entre
outros, com o intuito tão somente de reunir pontos importantes sobre a problemática. Resultado:
foram pré-selecionado 73 artigos dos quais após analise utilizou-se apenas 36. Conclusão:
observou-se que o tratamento fisioterapêutico quando iniciado precocemente auxilia na
prevenção de contraturas e aderências que limitam o movimento fisiológico dos pacientes sendo
assim de fundamental importância a pratica dos exercícios e recursos disponíveis na
reabilitação como o fim de minimizar sequelas quando não for possível extingui-las. Hoje
existem várias técnicas presentes para o tratamento, auxiliando no fortalecimento e alongamento
muscular que serão descritas no presente artigo, sendo apontadas as mais empregadas na
atualidade.
Palavras-chave: Reabilitação; acidente de trânsito; fratura de tíbia.

1 Introdução
Os acidentes de trânsito constituem um grande problema de saúde pública, sendo uma das
principais causas de óbito no mundo: 1,2 milhão de pessoas morrem todos os anos por acidentes
de trânsito, sem contar lesões que deixam um número maior de pessoas com sequelas graves e
incapacitadas.
Com relação aos motociclistas, o maior risco de óbito foi verificado entre os jovens de 15 a 39
anos. Em 2006, a maior parte das internações nos hospitais do SUS no Brasil ocorreu devido ao
atropelamento de pedestres, seguida pelos acidentes com motocicleta. Para os indivíduos de 15 a
19 e de 20 a 39 anos, os acidentes de moto são a principal causa (37,8% e 40,1% dos casos,

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Pós-graduando em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase nas Terapias Manuais
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Fisioterapeuta,Mestre em Engenharia Biomédica
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respectivamente), seguidos pelos atropelamentos. Entre os indivíduos de 40 a 59 anos, os


atropelamentos vem em primeiro lugar (38% dos casos) e depois, os acidentes com moto (20,5%)
e os de causa indeterminada (20%) (SBOT, 2006).
Como sabe-se o trânsito exige decisões rápidas e é necessário considerar o estilo de conduzir, os
julgamentos e a tomada de decisões, entre elas, as de ultrapassagem, mudança de pista e avançar
sinal. Geralmente nos jovens, a tomada de decisões é marcada pela impulsividade, ousadia e
confiança excessiva em sua própria destreza. O consumo de álcool é o fator mais associado aos
acidentes no transito, pois altera as habilidades psicomotoras e a capacidade da tomada de
decisão.
Por sua vez o trânsito brasileiro é considerado um dos piores e mais violentos do mundo e, na
medida em que aumenta o número de veículos em circulação, aumentam as vítimas de acidentes.
De acordo com o departamento de transito do estado de Roraima no ano de 20012 tivemos um
total de 4922 vitimas que sofreram algum tipo de lesão corporal.
Dentre as sequelas físicas presentes nos acidentados no transito destacasse a fratura em membros
inferiores, a fratura é a perca de continuidade óssea, podendo ocorrer por uma ação direta de uma
força ou indireta por tração, torção ou compressão do osso lesado. Diz-se fratura fechada quando
não há contato com o exterior, aberta quando há comunicação com o meio exterior e exposta
quando o peça óssea fraturada se insinua para fora do corpo. Além disso, as fraturas podem ser
dividas em transversais, obliquas, espirais ou comunicativas.
O modo como um osso se fratura geralmente esta relacionada com o modo de como a força é
aplicada. A tíbia e a fíbula são componentes ósseos da parte distal da perna e são responsáveis
pelo apoio de peso e pela inserção muscular. A tíbia é o osso longo que mais sofre fraturas, as
fraturas são normalmente por um trauma direto sobre a área.
As complicações após a imobilização decorrente do período de recuperação e consolidação de
fratura são rigidez articular, atrofia muscular da parte distal da perna e possivelmente da
musculatura da parte proximal da coxa e quadril, assim como um padrão anormal da marcha. É
importante que o fisioterapeuta realize uma avaliação para determinar o tipo de conduta e
tratamento há ser executado na reabilitação inclusive é importante observar amplitude de
movimento, mobilidade articular, flexibilidade muscular, comprometimento de força,
propriocepção, equilíbrio e marcha, o fisioterapeuta precisa também determinar as necessidades
funcionais que serão impostas ao paciente e estabelecer objetivos a curto e a longo prazo de
acordo com essas necessidades.
Segundo Greve e Amatuzzi (1999), a prevenção de tais complicações deve ser o princípio básico
de qualquer plano de tratamento, particularmente no tratamento que, para bons resultados, deve
ter início precoce. O tratamento precoce minimiza os efeitos negativos do imobilismo,
propiciando uma reabilitação total e mais rápida do paciente, diminuindo seu tempo de
recuperação e melhorando sua qualidade de vida, mesmo posterior a sua limitação. Não é raro
encontrarmos pacientes apresentando sinais do imobilismo enquanto aguardam, por exemplo, a
consolidação óssea de fraturas, ou quando permanece por um tempo prolongado em tração
esquelética no leito. Portanto este presente artigo vem com o intuito de reafirmar o que as
literaturas dizem a respeito da intervenção fisioterapêutica precocemente no processo de
reabilitação de pacientes vitimas acidente de transito como sequelas motoras após imobilização.

2 Fundamentação Teórica

2.1 Acidente de trânsito


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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as lesões por acidentes de trânsito constituem
um crescente problema de saúde pública e uma das principais causa mortis de adultos jovens no
mundo além de ser um dos maiores causadores de incapacidade fisica. A estimativa mundial de
vítimas fatais em decorrência de acidentes de trânsito é de 1,2 milhão de pessoas por ano, a
maioria constituída de adultos jovens com idades entre 15 e 44 anos.
Diversos fatores de risco interagem para a ocorrência de lesões por acidentes de trânsito: os que
influenciam a exposição ao risco, como econômicos e demográficos; os que influenciam
diretamente no envolvimento em acidentes, como velocidade inapropriada ou excessiva, o uso de
álcool ou outras drogas, ser jovem, ser usuário vulnerável (como idosos, crianças e pobres),
dirigir na escuridão, fatores mecânicos, defeitos e outros problemas relativos à via de tráfego; os
que influenciam na gravidade do acidente e os que influenciam na gravidade das lesões pós-
acidente (ARAUJO, 2009).
O reconhecimento dos efeitos danosos advindos dos acidentes de trânsito como um relevante
problema social, considerado por muitos como uma "epidemia silenciosa" ou "doença
devastadora da sociedade moderna", leva-nos a entendê-los não mais como um produto do
"acaso" ou uma conseqüência do desenvolvimento, mas sim como produto da ação humana e,
portanto, controlável e evitável por medidas preventivas (SALLUM E KOIZUMI, 1999).

2.2 Anatomia
É importante conhecer as estruturas anatômicas da perna e do joelho, suas localizações e funções,
para que se compreenda o que foi perdido o que permanece integro e o que recuperar no processo de
reabilitação.

2.1.1 Estruturas ósseas


A articulação do joelho é a maior articulação sinovial do corpo. Ela consiste da articulação entre o
fêmur e a tíbia, que é de suporte de peso, da articulação entre a patela e o fêmur, que permite que a
tração do músculo quadríceps femoral seja direcionada anteriormente sobre o joelho para a tíbia sem
o desgaste do tendão (DRAKE, 2005).
Segundo Malta e Barreto (1995) a tíbia é um osso altamente especializado para suporte de carga,
com estrutura cortical densa e de vascularização relativamente pobre. Quando lesada, se receber
tratamento adequado, as fraturas de tíbia em geral evoluem para consolidação e recuperação
funcional do paciente, entretanto, devido à suas particularidades, podem ocorrer dificuldades e
complicações na sua evolução.
Segundo Ferreira, Ishida e Leite (1998), a mobilidade ampla e o eventual desalinhamento do
membro estarão presentes nas fraturas de tíbia associadas a fraturas de fíbula, pois nas fraturas
isoladas de tíbia, a mobilidade no foco de fratura não será muito evidente, pela estabilização
gerada pela fíbula.

2.1.2 Estruturas musculares


Os dois principais grupos musculares que atuam sobre o joelho são os músculos isquiostibiais e o
quadríceps femoral. Os músculos isquiostibiais incluem os músculos bíceps femoral (cabeça longa),
semimembranoso e semitendinoso. O grupo muscular quadríceps femoral inclui os músculos reto
femoral, vasto medial, vasto intermédio e vasto lateral (KONIN, 2006).

2.1.2.1 Músculos anterolaterais


Psoas Maior: origina-se dos processos transversos, corpos e discos intervertebrais de T12 a L5 e
se insere no trocanter menor. Flete o tronco sobre a coxa; flete a coxa sobre a pelve, além de
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rotação lateral da coxa. Ilíaco: origina-se do lábio interno da crista ilíaca, fossa ilíaca, asa do
sacro e ligamentos sacrilíacos anteriores e se insere no trocanter menor, junto ao psoas maior.
Exerce a mesma função do precedente e são considerados como um único músculo (iliopsoas).
Psoas menor: origina-se do corpo de T12-L1 e se insere na eminência iliopúbica. Auxilia o psoas
maior. Tensor da Fáscia Lata: origina-se da espinha ilíaca ântero-superior e lábio externo da
crista ilíaca e se insere no côndilo lateral da tíbia. Flete abduz e roda medialmente a coxa; auxilia
na extensão e rotação lateral do joelho. Sartório: origina-se da espinha ilíaca ântero-superior e se
insere na borda medial da tuberosidade da tíbia. Flete abduz e roda lateralmente a coxa; auxilia na
flexão e rotação medial do joelho. Quadríceps femoral: Constituído por 4 ventres que ocupam a
região anterior da coxa.São eles: Reto femoral, Vasto Lateral, Vasto Medial e Vasto Intermédio.
Originam-se de locais diferentes, sendo que para baixo se reúnem em um tendão único que se
insere na tuberosidade da tíbia. Estendem o joelho; o reto femoral auxilia na flexão da coxa
(SOBOTTA, 2010).
• Reto femoral: origina-se da espinha ilíaca ântero-inferior.
• Vasto lateral: origina-se do trocanter maior e lábio lateral da linha áspera do fêmur.
• Vasto Medial: origina-se da linha espiral e lábio medial da linha áspera do fêmur.
• Vasto Intermédio: origina-se das faces anterior e lateral do corpo do fêmur.

Figura 1 - Músculos da Coxa - Vista Anterior.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

2.1.2.2 Músculos Mediais

Pectíneo: origina-se da linha pectínea do púbis e se insere na linha pectínea do fêmur. Aduz e
flete a coxa. Adutor Longo: origina-se do corpo do púbis e se insere na linha áspera do fêmur (no
lábio medial e terço médio). Aduz a coxa. Adutor Curto: origina-se do corpo e ramo inferior do
púbis e se insere uma parte na linha pectínea e outra na linha áspera. Aduz a coxa e auxilia na
flexão. Adutor Magno: Porção adutora: origina-se do ramo inferior do púbis e se insere na
tuberosidade glútea, linha áspera e linha supracondilar medial. Aduz e flete a coxa. Porção
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extensora: origina-se da tuberosidade isquiática e se insere na linha supracondilar medial e


tubérculo adutor. Aduz e estende a coxa. Grácil: origina-se do corpo e ramo inferior do púbis e se
insere na parte superior da face medial da tíbia. Aduz a coxa. Flete e roda medialmente a perna
(SOBOTTA, 2010).

2.1.2.3 Músculos Posteriores

Semitendinoso: origina-se da tuberosidade isquiática e se insere na face medial da parte


superior da tíbia. Semimembranoso: origina-se da tuberosidade isquiática e se insere no
côndilo medial da tíbia, proximal e posteriormente. Bíceps femoral: Porção Longa:
origina-se da tuberosidade isquiática e se insere na face lateral da cabeça da fíbula.
Porção Curta: origina-se do lábio lateral da linha áspera e linha supracondilar lateral e se
insere junto ao precedente (SOBOTTA, 2010).

2.1.2.4 Músculos glúteos superficiais

Glúteo Máximo: origina-se da face externa da asa do ílio, face dorsal do sacro e cóccix e
ligamento sacrotuberal e se insere na tuberosidade glútea do fêmur e tracto iliotibial.
Estende e roda lateralmente a coxa. Glúteo Médio: origina-se no ílio, entre as linhas
glúteas posterior e anterior e se insere na face lateral do trocanter maior. Abduz e roda
medialmente a coxa. Glúteo Mínimo: origina-se no ílio, entre as linhas glúteas anterior e
inferior e se insere na face anterior do trocanter maior. Realiza a mesma função do
glúteo médio (NETTER, 2000).

Figura 2 - Músculos da Coxa - Vista Posterior.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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Os isquiotibiais desempenham uma importante influencia na inclinação ântero-posterior da pelve,


afetando indiretamente na lordose lombar. Portanto, a flexibilidade alterada dos IT pode
ocasionar desvios posturais significativos e afetar a funcionalidade da articulação do quadril e
coluna lombar (CARREGARO, et al, 2007).

2.1.2.5 Músculos Anteriores


Tibial Anterior: origina-se do côndilo lateral e face lateral da tíbia (metade superior) e se insere
na base do 1° metatársico e face medial do cuneiforme medial. Faz flexão dorsal e inversão do
pé. Extensor Longo do Hálux: origina-se da face anterior da fíbula (1/3 médio) e membrana
interróssea e se insere na base da falange distal do hálux (face dorsal). Estende o Hálux e
dorsiflete o pé. Extensor Longo dos Dedos: Origina-se do côndilo lateral da tíbia, ¾ proximais da
fíbula e membrana interróssea e se insere na falange média e distal dos 4 dedos laterais. Estende
os 4 dedos e dorsiflete o pé. Fibular Terceiro: origina-se de 1/3 inferior da fíbula (face anterior) e
membrana interróssea e se insere na base do 5º metatársico. Dorsiflete o pé e auxilia na sua
eversão (SOBOTTA, 2010).
Músculos Laterais Fibular Curto: origina-se dos 2/3 inferiores da face lateral da fíbula e se insere
na base do 5° metatársico. Fibular Longo: origina-se da cabeça e 2/3 superiores da face lateral da
fíbula.

Figura 3- Musculatura da perna – Vista anterior.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

2.1.2.6 Músculos Posteriores

Gatrocnêmio: Ventre Lateral: origina-se do côndilo lateral do fêmur. Ventre Medial:


origina-se na fossa poplítea, acima do côndilo medial. Ambos se inserem na face
posterior do calcâneo (tuberosidade do calcâneo), através do tendão calcâneo. Realizam
a flexão plantar. Sóleo: origina-se na parte proximal e posterior da fíbula e linha do sóleo
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na tíbia e se insere junto ao precedente. Atua na flexão plantar do pé. Os 2 ventres do


Gastrocnêmio, juntamente com o sóleo, formam um grupo muscular denominado tírceps
sural. Plantar: origina-se da fossa poplítea do fêmur, acima do côndilo lateral e se insere
medialmente ao tendão calcâneo. Auxilia na flexão plantar e na flexão do joelho.
Poplíteo: origina-se da face lateral do côndilo lateral do fêmur e menisco lateral e se
insere na face posterior da tíbia, acima da linha do músculo sóleo. Auxilia na flexão do
joelho. Flexor Longo do Hálux: origina-se dos 2/3 inferiores da fíbula, posteriormente, e
membrana interróssea e se insere na base da falange distal do hálux. Flete o hálux e
realiza flexão plantar do pé. Flexor Longo dos Dedos: origina-se do 1/3 médio da face
posterior da tíbia, abaixo da linha do sóleo e se insere na base da falange da falange
distal dos 4 dedos laterais. Flete os 4 dedos laterais e realizam flexão plantar. Tibial
Posterior: origina-se dos 2/3 proximais da face posterior da tíbia e da fíbula e da
membrana Interóssea e se insere na tuberosidade dos ossos navicular, cuneiformes e
bases do II, II e IV metatársicos. Promovem a flexão plantar e inversão do pé
(BACELAR, 2011).

Figura 4 – Músculos da perna – Vista Posterior.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

2.2 Meniscos
A articulação do joelho apresenta dois meniscos que se fixam nos platôs tibiais, medial e lateral,
este tem formato mais circular formato de (O). Ele apresenta uma fixação posterior sobre o
musculo poplíteo e pode se fixa ao ligamento cruzado posterior por meio dos ligamentos menisco
femurais anterior e posterior, ele também é mais móvel e nos sujeito a lesão (KONIN, 2006).
Os meniscos apresentam três funções principais: estabilização, nutrição e absorção de impacto
outra característica importante e que seu suprimento neurovascular e limitado sendo assim eles
não presentam terminações nervosas. Tornando-os indolores as lesões destas estruturas, exceto
quando estruturas adjacentes estão comprometidas (KONIN, 2006).
As lesões do menisco podem ocorrer quando o joelho em posição flexionada ou parcialmente
flexionada é submetido a uma força rotacional de grande magnitude, fazendo com que o menisco
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seja comprimido entre o fêmur e a tíbia, levando à lesão. As rupturas são mais frequentes em
pacientes jovens e relacionadas a episódios traumáticos como nos acidentes automobilístico.
As lesões são classificadas de acordo com a localização, relacionando-se à vascularização
meniscal, e quanto ao padrão da lesão. Quanto ao padrão de lesão, são classificadas como
verticais, horizontais e complexas (CARREGARO, et al. 2007).

Figura 5 – Estruturas dos meniscos.


Fonte: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/lesao_meniscal/lesao_meniscal.htm

2.3 Ligamentos
O Joelho é uma das articulações mais susceptíveis a lesões ligamentares, pois se encontra no
meio de dois grandes braços de alavanca fêmur e tíbia e dependendo do esporte praticado sofre
um número maior de forças rotacionais. Os ligamentos desempenham a função de estabilizar o
joelho em resposta a forças externas, podendo atuar isoladamente ou interagindo com outros
ligamentos e assim permitem o estudo dos principais mecanismos de lesão (SILVA, 2010).
Os ligamentos cruzados entrelaçam-se e são os principais estabilizadores rotacionais do joelho. O
ligamento cruzado posterior é o principal estabilizador contra o movimento posterior da tíbia
sobre o fêmur e controla a extensão e hiperextensão. Além disso, atua como eixo central de
rotação do joelho. As lesões ligamentares combinadas são mais facilmente causadas com a
posteriorização ou com as forças em varo e valgo aplicadas com o joelho hiperextendido. A lesão
ocorrida com o joelho hiperextendido pode vir associada com lesão da cápsula posterior. Essas
lesões normalmente estão associadas a traumas de grande intensidade sendo a maioria ocasionada
por acidentes de trânsito.
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O LCA fixa-se antero-lateralmente a espinha tibial posterior. Funde-se ligeiramente com o corno
anterior do menisco lateral e corre posterior, lateral e proximamente para se fixar na parte
posterior da superfície medial do côndilo femoral lateral. E também um opositor a rotação interna
e externa da tíbia em relação ao fêmur, principalmente na extensão do joelho, e limita a
deformação em valgo e varo quando em extensão (BRITO, SOARES e REBELO, 2009).

Figura 6 - ligamentos do Joelho – Vista anterior.


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

3 Definição de Fratura

Figura 7- Classificação dos tipos de fratura.


Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Fraturas+Cominutivas&lang=3
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Define-se fratura como sendo uma interrupção na continuidade do osso, que pode ser um
rompimento completo ou incompleto. Existem dois tipos principais de fraturas: fechada (não há
comunicação entre a superfície externa do corpo e a fratura) e aberta (há comunicação entre a
fratura e a pele) e várias subdivisões que são denominadas de acordo com a posição das partes
fraturadas do osso (ROSA FILHO, 2000).

3.1 Métodos de Fixação das Fraturas


Umas das técnicas aliadas ao tratamento das fraturas, utilizadas em larga escala pela
traumatologia, é a redução por meio de tração. Esta técnica tem indicação na manutenção pré-
operatória ou como tratamento conservador.
A tração é um método antigo de tratamento de fraturas que necessita da permanência do paciente
no leito, recebendo força da tração por meio de polias e pesos. Sendo uma forma contínua de
tracionar o membro fraturado (GRADISAR, 1993).

Figura 8 – Tabela demonstrativa dos métodos de fixação usados nas fraturas


Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbort/v46n5/04.pdf

A tração contínua pode ser aplicada cutaneamente ou através da forma esquelética, que consiste
na transfixação de pinos ou fios diretamente ao osso. Dependendo do sentido da deformidade a
ser corrigida, a força de tração pode ser aplicada oblíqua, vertical, ou horizontalmente (TUCCI
NETO e LAREDO FILHO, 2000).
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Os três métodos mais frequentemente utilizados foram: fixador externo (32,0%), haste
intramedular bloqueada não fresada (30,0%) e imobilização gessada (22,5%). Não houve
diferença estatisticamente significante entre estes três métodos. A seguir, a haste intramedular
bloqueada fresada com 11,6% das escolhas, placa com 7,3% e placa em ponte com 7,1%. Os
demais métodos foram selecionados por menos de 4,0% dos participantes.
Os diferentes métodos de fixação podem influenciar na mobilidade articular pós-operatória, nos
cuidados com a lesão de partes moles e quanto à quantidade de carga a ser permitida neste
membro, no processo de reabilitação e recuperação do paciente (BALBACHEVSKY, et al.
2005).

3.2 Complicações Presente na Recuperação de Fraturas

3.2.1 Síndrome do Imobilismo


É considerada uma das principais complicações que ocorre no período pós lesão e inicio do
tratamento, a síndrome do imobilismo se caracteriza por um conjunto de alterações que ocorrem
no indivíduo que permaneceu acamado ou imobilizado por algum recurso em um período
prolongado de tempo. Os efeitos da imobilização são definidos como uma diminuição na
capacidade funcional dos sistemas locomotor, capacidade respiratória, e vascular, afetando os
tecidos como o: conjuntivo, muscular e ósseo, assim como as articulações. Segundo Silveira et al
(2007) relata que a imobilização é um recurso utilizado para proteger as estruturas danificadas, de
um determinado segmento, mas diante da falta de estimulação física, ocorre uma deficiência na
remodelação natural dos tecidos, pois a imobilização rígida e a amplitude de movimento reduzida
levam a alterações teciduais adversas. Sendo que a mobilidade é fundamental para a manutenção
ou restauração da amplitude de movimento (ADM), a mobilização precoce da articulação além de
contribuir para a manutenção da mobilidade, impede comprometimentos articulares e musculares,
limitação funcional ou incapacidade na realização do movimento. Para cada semana de
imobilização completa no leito, no entanto o paciente passa a perder de 10 a 20% de seu nível
inicial de força muscular. Por volta de 4ª semanas, 50% da força inicial podem está perdida. A
falta de atividade física pode levar o indivíduo ao transtorno físico global tornando-o suscetível a
uma série de fatores de risco entre eles e diminuição da flexibilidade.

3.2.2 Contraturas
A imobilização imposta para a consolidação de uma fratura não e saudável para a cartilagem
articular, os ligamentos e a musculatura circundante a área imobilizada, embora seja necessário
para o reparo ósseo. Durante o período de imobilismo correm uma atrofia muscular e o
enfraquecimento dos ligamentos imobilizados. Sendo assim as contrações musculares ativas
também previnem tais sequelas, como também a mobilização nas articulações acima e abaixo do
local da lesão e reparo auxiliam no reparo dos tecidos moles evitando assim a perda da
mobilidade (BRODY e HALL, 2012).
a contratura e definida como o encurtamento adaptativo dos tecidos moles , encurtamento esse
passível de ocorrem em pacientes com a capacidade de movimentação diminuída ou anulada.
Independente do grau de comprometimento da contratura, podemos também dividi-la em
contratura miogênica e contratura artogenica (DELIBERATO, 2002).
Na miogênicas há diminuição do comprimento total do musculo, sendo possível constatar
diminuição do numero de sarcomero em serie. O outro tipo refere-se a um encurtamento
adaptativo que produz prejuízo funcional que resulta diretamente de patologias envolvendo a
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própria articulação, como por exemplo a cartilagem, capsula ou sinovia, na maiorias dos casos o
comprometimento e multidirecional (DELIBERATO, 2002).

4 Tratamentos Fisioterapêuticos
A avaliação constitui uma peça fundamental no processo de reabilitação, pois e nela que o
profissional traçara suas condutas e estabelecera o prognostico de cada paciente. Antes de
tratarmos da síndrome do imobilismo temos que avaliar os graus de amplitude articular, sendo
assim, podemos avaliar da seguinte forma segundo Magge (2002). a) Inspeção: edema, coloração,
posicionamento; b) Palpação: bloqueio do joelho e tornozelo, tônus muscular, mobilidade
articular em micromovimentos, aderências articulares e sensibilidade; C) Goniometria: Os graus
de amplitude são de imensa importância para direcionar o grau de recuperação funcional de uma
articulação.
A prioridade número um é reduzir o edema, especialmente quando há dano grave nos tecidos
moles. Se o paciente estiver no hospital com a perna elevada, o fisioterapeuta deverá encorajar os
movimentos dos artelhos e do quadril e as contrações estáticas dos músculos próximos do
tornozelo e do joelho.
Após a remoção do aparelho de fixação, um programa intensivo de tratamento é necessário para
readquirir a função total. Inicialmente, o programa inclui um número maior de exercícios sem
carga e a seguir progride para apoio parcial e total com carga, quando o paciente ganha arco de
movimento e potência muscular.
A intervenção fisioterapêutica nas fraturas traumáticas não visa somente à reabilitação do
seguimento lesionado, mas também prevenir possíveis alterações que possa desenvolver
possíveis distúrbios funcionais ou até mesmo deformidades.
Há inúmeros tipos de intervenções fisioterapêuticas que podem ser usadas para impedir a
imobilidade dos tecidos moles e, consequentemente a perda de ADM. Brodye e Hall (2012)
relatam que após o lesão do tecido conjuntivo, as relações entre os tecido são alteradas. Apos essa
lesão ou imobilização, o nervo pode estar aderido aos tecidos adjacentes, as fáscias podem não
deslizar uma sobre a outra. Técnicas como contração muscular ativa, movimentos ou mobilização
articular passiva, uso de certas modalidades de massagem restauram essas relações. Tais condutas
ficam a critério do profissional empregar a mais adequada no período e para a necessidade
desejada. Porem a literatura nos apontam os alongamentos que são procedimentos que
proporcionam o aumento da flexibilidade dos tecidos musculares.
Segundo Kisner e Colby (2005), existem outras formas de impedir as complicações do
imobilismo como: O posicionamento adequado no leito com o intuito de manter os segmentos
corpóreos e articulações o mais próximo da postura normal esse posicionamento visa prevenir as
pressões em áreas de pressão que geram lesões de decúbito prolongado.
Os exercícios metabólicos: visam manter o metabolismo em atividade constante e uniforme, pois
com sua diminuição haverá uma possibilidade maior de aderências e diminuição da massa
muscular, assim como diminuição do aporte sanguíneo para o tecido lesionado que carece de um
aporte adequado para sua regeneração.

4.1 Exercícios isométricos


Segundo Kisner e Colby (1998) “o exercício isométrico é uma forma de exercício que ocorre
quando um músculo se contrai sem uma mudança apreciável no comprimento do músculo ou sem
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movimento articular visível”. Embora não seja feito trabalho físico, uma grande quantidade de
tensão e força resultante é produzida pelo músculo.
Os exercícios isométricos têm a vantagem de ser fácil execução para a maior parte dos músculos,
requerendo pouco tempo e apresentado pouca sensibilidade muscular. Por serem estáticos, esses
exercícios são úteis quando o movimento articular é doloroso ou contraindicado.
Segundo Battistella e Shinzato (1995) sobre a transferência de força isométrica para uma situação
dinâmica, e sabe-se que o ganho de força ocorre principalmente no ângulo no qual o exercício foi
realizado.
Contudo, os autores acima dizem que estes exercícios são de grande valia, pois são capazes de
fortalecer um músculo sem a necessidade de movimento articular, propriedade extremamente útil
em patologias articulares. Também sendo favorável, em condições que exigem imobilização
como, por exemplo, durante o tratamento de fraturas.
Os exercícios isométricos são usados na fase inicial da reabilitação sem perigo de aumentar a
irritação da articulação, visto que esta se mantém imóvel. Suas vantagens são: aumentam a força
muscular estática; contribuem para evitar a atrofia; ajudam a diminuir o edema, pois os músculos
funcionam como bomba que colaboram na remoção do líquido (MALONE, MCPOIL e NITZ,
2000).

4.2 Alongamento
O alongamento estático é uma técnica que consiste em alongar passivamente um segmento à
máxima amplitude possível, utilizando força manual ou mecânica e mantendo-o por um período
específico de tempo. Esse tipo de exercício seria responsável pela redução da resistência
muscular, devido ao aumento da viscoelasticidade da unidade motora, resultando no aumento do
comprimento muscular (ALMEIDA, et al., 2009).
Parece não haver uma definição consensual para flexibilidade na literatura especializada.
Diferentemente da elasticidade, que remete à propriedade de um tecido retornar ao seu formato
inicial, o termo flexibilidade pode ter a simples definição de “a capacidade de dobrar”. Além
disso, encontra-se o termo extensibilidade, definido como a amplitude na qual a articulação pode
ser movida passivamente, considerando-se a influência do comprimento muscular.
A definição adotada, no estudo, considera flexibilidade como a capacidade de movimentar uma
articulação através da sua amplitude de movimento (ADM) disponível, sem atingir demasiado
estresse músculotendíneo.
Os alongamentos também possuem uma característica de ganho de força muscular, pois levam os
músculos a amplitudes onde o braço de alavanca permite um maior torque. Alongamento
Manual: se dar por uma força externa aplicada no final da amplitude de forma sustentada ou
intermitente normalmente indicado numa fase inicial do tratamento e pode ser feito de forma
passiva. Auto-alongamento: é um tipo de exercício de flexibilidade que o próprio paciente realiza
sozinho, independente da ADM. Os alongamentos podem ser realizados com alguns recursos que
aumentam seu potencial e seus efeitos com resultados alcançados em um período de tempo
menor. Sendo esses recursos a faixa elástica, espaldar, bastões e etc. Para recuperar um paciente
até o nível máximo de atividade funcional, os exercícios terapêuticos são combinados com a
aplicação de princípios de aprendizagem motora. O treino de coordenação, equilíbrio e agilidade,
assim como atividades preparatórias de mobilidade são enfatizadas no retorno às atividades
funcionais, sendo esta uma das primeiras metas a serem atingidas durante a reabilitação de um
paciente.
14

Diversas técnicas são utilizadas na manutenção e restauração do movimento. Dentre estas, os


dispositivos mecanoterapêutico são de suma importância para o fisioterapeuta no emprego de
técnicas de reabilitação.

4.3 Mecanoterapia
Pelo fato da paciente acometido por fratura, se submeter a um tempo prolongado de imobilização
devido o tratamento conservador, um das alterações que o mesmo irá apresentar será alterações
do equilíbrio, pois ao deambularmos estão em pleno gozo de estímulos que favorecem o
equilíbrio e propriocepção e quando acometidos pelas fraturas temos esses estímulos estagnados
devido o tratamento conservador de imobilização.
As barras paralelas são um recurso mecanoterapêutico utilizado para reduzir a ação do peso
corpóreo nos membros inferiores, podemos utilizar durante no processo de reabilitação para
descarga de peso, treinamento de marcha, equilíbrio, exercícios de propriocepção e correção
postural sempre que possível deve-se recomendar a marcha com carga minimizar os efeitos
deletérios da imobilização e evitar a atrofia muscular. Diante da barra paralela, é imprescindível a
presença de espelhos que possibilitam ao doente visualizar o treinamento efetuado, pode ajudar
no estímulo para realização dos exercícios e da postura assumida melhorando com feed-back
visual o padrão correto de marcha e postura.

5 Metodologia
Para elaboração do mesmo foi realizada uma busca de artigos em pesquisados em bases
eletrônicas e busca manual de citações nas publicações inicialmente identificadas por um período
de 6 meses, e as literaturas abordadas com no máximo 20 anos de publicação. As bases
eletrônicas pesquisadas foram LILACS (LiteraturaLatino-Americano em Ciências de Saúde),
Bireme, Scielo dentre outros. Os títulos e os resumos de todos os artigos identificados na busca
eletrônica foram revisados.
Quando possível, os estudos que pareceram preencher os critérios para sua inclusão foram
obtidos integralmente. A partir dessa ação, foi criada uma lista de artigos para serem incluídos no
estudo.
Os critérios de inclusão foram: artigos de pesquisa publicados em periódicos sobre vítimas de
acidentes de trânsito, em que houvesse dados sobre a caracterização gravidade de lesão e tipo de
trauma ou abordassem as regiões corpóreas afetada, reabilitação nas fraturas de membros
inferiores de estudos publicados em português.

6 Resultados e Discussão
Desde a promulgação do Código de Trânsito Brasileiro, houve um despertar de consciência para
a gravidade dos acidentes de transito. No entanto, o estágio dessa conscientização e sua tradução
em ações efetivas ainda são extremamente discretos e insuficientes para representar uma solução
para essa problemática que atinge todo o país.
O acidente de trânsito é uma ocorrência que afeta diretamente o cidadão, porquanto a esse são
impingidos aspectos relacionados com a morte, com a incapacitação física, perdas materiais,
podendo provocar sérios comprometimentos de cunho psicológico, muitas vezes de difícil
superação.
Estudo nacional, analisando a distribuição de lesões por região corpórea em vítimas de acidente
de transporte, constatou que os ocupantes de moto apresentaram número significativamente
maior de lesões em membros superiores, inferiores e cintura pélvica em relação às demais
15

vítimas, enquanto que os atropelamentos e acidentes de auto, número maior de lesões em


cabeça/pescoço e face (CALIL, et al. 2009).
Segundo Bruschini (1998) relata em seu estudo que as alterações ocorridas nas lesões no período
de regeneração pode altera a evolução natural de cicatrização da fratura, causando assim,
complicações em músculos e ossos. Até mesmo uma fratura considerada “simples” pode
desencadear eventos, que culminam em complicações e prejuízos à saúde. Na maioria das
fraturas, a consolidação se processa conforme a expectativa. A função das partes lesionadas é
gradualmente refeita, e pouca ou nenhuma incapacidade permanece. Entretanto nem todas
evoluem bem, podendo ocorrer possíveis complicações. A intervenção da fisioterapia nas fraturas
traumáticas, não visa somente reabilitar o seguimento lesionado, mas, também, prevenir possíveis
complicações que podem acometer principalmente o tecido ósseo e muscular em recuperação. A
intervenção fisioterapêutica tem como objetivo impedir possíveis complicações, causada pelo
imobilismo prolongado.
A fixação biológica da fratura do terço distal da tíbia é benéfica e tecnicamente possível de ser
executada. As vantagens são: diminui as lesões sobre as partes moles, não compromete a
vascularização óssea e apresenta pequena taxa de complicações principalmente quando
comparada com a redução aberta e fixação interna. Estas fraturas, sem envolvimento articular,
podem ser tratadas de duas maneiras: haste intramedular bloqueada, ou placa em ponte utilizando
a técnica minimamente invasiva (LABRONICI, 2008).
O tratamento da síndrome do imobilismo pode ser realizado por diversos recursos dentro do
arsenal fisioterapêutico onde possuímos recursos térmico, elétricos, fototerapêuticos dentre
outros. Sendo que na visão deste trabalho tratamos de imobilismo e por esse motivo a
cinesioterapia é abordada, tratando o imobilismo com mobilidade, ou melhor, movimento, sendo
assim, outros recursos diferentes da cinesioterapia clássica não serão abordados.
Cinesioterapia: é o tratamento a partir do movimento, sendo esse movimento de forma
coordenada e dentro dos limites anatomofisiológicos do paciente. Tendo esse princípio como
base pode observar que o tratamento com cinesioterapia deve obedecer a avaliação previa de
forma que devemos tratar os achados clínicos que foram encontrados na avaliação como foi
relatado acima. Sendo então umas das modalidades terapêuticas mais utilizadas no campo de
reabilitação segundo (LIANZA, 1995).

7 Conclusão
O presente artigo objetivou elencar e refletir sobre algumas características das pessoas vitima de
acidente de transito. As literaturas apontaram população vitima é composta predominantemente
por homens, jovem. Citou o aumento crescente dos acidentes motociclísticos e dos óbitos
associados a imprudência no transito. Demonstrou que a grande maioria das pessoas que
procuram o atendimento o devido a sequelas motoras extremamente graves causadas
principalmente em membros inferiores, principalmente a fratura dos ossos da perna tíbia e fíbula.
Ao longo dessa pesquisa, pode-se concluir que o paciente com sequelas motoras causadas por um
trauma tem um ótimo prognóstico funcional se tratado precocemente, e que a fisioterapia é de
fundamental importância na reabilitação deste paciente. Com um tratamento adequado é possível
alcançar independência e o retorno à vida social e profissional.
16

As condutas realizadas durante a reabilitação variam conforme a necessidade do paciente, com


destaque para mobilizações passivas, exercícios ativo assistidos e ativos, exercícios resistidos,
exercícios metabólicos, transferências e tomadas de peso, treino de equilíbrio e prescrição de
muletas.
Ressalta-se a importância de serem executados movimentos passivos e, posteriormente, ativos de
flexo-extensão do joelho, quadril e tornozelo, com abstinência total de carga no membro já nos
primeiros dias de pós-operatório. A mobilização precoce é prioritária e constitui aspecto
importante no processo de recuperação bem como a pratica de exercícios isométricos. Caso o
paciente não possa deambular, devem ser realizados exercícios ativos e passivos ainda no leito,
os quais progridem, assim que possível, para atividade em cadeira de rodas e, finalmente, para
deambulação.

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