Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Absorção, na química, é a remoção de um soluto dissolvido em fase gasosa por um líquido. A
substância absorvida se infiltra na substância que absorve. Trata-se de uma operação unitária e está
limitada as restrições termodinâmicas assim como a destilação, portanto o conhecimento em
termodinâmica das soluções é imprescindível para se projetar ou operar uma coluna de Absorção.
Esse processo de remoção pode ser feito de basicamente duas maneiras:
1 – Por diferença de solubilidade no caso da absorção física.
2 – Por reação química com algum componente na fase líquida. Esse processo é chamado de
absorção com reação química.
Considere um soluto na forma de vapor por exemplo, amônia, misturado com um gás, a ser
chamado de "inerte" por exemplo, ar. Esse nome de inerte deve-se a que ele permanecerá sempre na
fase gasosa, não será transportado. Deseja-se remover o soluto da mistura gasosa ou para
reaproveitamento ou para evitar que essa mistura Ar+Amonia seja lançada na atmosfera.
A retirada do soluto (amônia) será feita através de um solvente, por exemplo, água ou um
"reagente químico" (por exemplo, uma solução ácida). No primeiro caso, a remoção dá-se através da
solubilidade da amônia na água; no outro caso, a amônia reage com o ácido (processo químico).
Dependendo do caso, um ou outro método pode ser mais interessante e econômico. Para o
exemplo em questão, a absorção física é a mais recomendada, pois a água é um ótimo solvente para
a amônia, é barata, não é tóxica, não é tão volátil, não é corrosiva, não é viscosa, nem inflamável e é
quimicamente estável.
Uma outra simplificação muitas vezes adotada, é considerar que a água também seja inerte, isto
é, ela permanece na forma de líquido e praticamente não evapora. Essa simplificação, em geral, é
aceitável porque a quantidade de água evaporada, quando ocorre, normalmente é desprezível em
relação à quantidade de soluto que é absorvido.
Assim, temos um inerte no gás (ar) e um inerte no líquido (água), e o único componente que
passa de uma fase à outra é a amônia.
Portanto, a absorção gasosa envolve a transferência de um componente solúvel de uma fase
gasosa para um absorvente líquido (solvente) relativamente não-volátil.
Nos casos mais simples de absorção gasosa, o solvente não se vaporiza, e o gás contém apenas
um constituinte solúvel. Atingido o equilíbrio, não há mais transferência efetiva de massa.
Quando a absorção gasosa envolve apenas a dissolução do gás no solven te, ela é de natureza
física. Entretanto, em alguns casos o componente gasoso reage quimicamente com o solvente,
ocorrendo absorção química.
L +G =L +G (2)
L G L
= + (3)
G G
L G Y −L X
Y = X + (3)
G G
A equação 4 descreve a reta de operação de coeficiente angular (LS / GS) que passa pelo ponto
(XA2, YA2). Esta reta relaciona as concentrações de gás e de líquido em qualquer altura da torre. Os
dados de equilíbrio de solubilidade do gás no solvente podem ser lançados em termos das mesmas
unidades de concentração, e cada ponto desta curva representa a concentração local. Para uma torre
absorvedora, a reta de operação fica sempre acima da curva de equilíbrio (no caso da absorção)
conforme Figura 2.
Para uma torre retificadora, a reta de operação fica sempre abaixo da de equilíbrio.
A linha de operação será uma reta somente quando calculada com base em razão molar.
Em termos de fração molar ou pressão parcial a linha será uma curva.
L Y −Y
= (6)
G X −X
Note que o valor de x1MAX pode ser calculado usando a Lei de Henry, pois trata-se de um
valor sobre a reta de equilíbrio com ordenada igual a y1, ou seja, x1MAX = y1/m, sendo m a constante
da Lei de Henry.
Estruturad
Figura 4 - (a)Anéis de Raschig, (b) Sela Intalox, (c) Anéis de Pall (d) Anel Espiralado
Cyclohlix, (e) Sela de Berl (f) Anéis de Lessing, (g) Anel Quartelado
Como nenhum recheio possui todas as qualidades desejáveis para a transferência de massa,
vários aspectos devem ser considerados na escolha do recheio. Além dos apresentados anteriormente,
em geral o recheio não deve ser maior do que 1/8 do diâmetro da torre por razões de melhor
distribuição do líquido, utilizando-se no mínimo recheios de 13 mm. O material usado nos recheios
(metal, plástico, cerâmicas ou carvão) é função de condições operacionais como perda de carga e
temperatura.
Os Recheios de forma definida (figura 3) são muito usados devido à sua grande área
superficial, aliada a sua baixa perda de carga; seu custo aumenta com a diminuição de tamanho; a
porosidade varia de 0,45 a 0,95.
As características específicas de cada tipo de recheio (diâmetro nominal, área superficial e
porosidade) estão encontrados tabelados na literatura (Foust, McCabe, Coulson e Richardson). As
dimensões dos recheios exercem influência na altura e diâmetro da coluna e na perda de carga.
A queda de pressão: é um fator importante porque o líquido injetado no topo flui
descendentemente pela ação da força da gravidade; já, para o escoamento ascendente do gás ou do
líquido a pressão no topo da coluna deve ser menor que na base. Como o escoamento descendente do
líquido ocupa os mesmos canais que o escoamento ascendente de gás (geralmente turbulento), ou
líquido, a queda de pressão é uma função das duas vazões. Portanto, para uma coluna de recheio
operando com gás e líquido, a queda de pressão pode ser determinada calculando ΔP somente para o
fluxo de gás e em seguida multiplicando este ΔP por um fator que considere o efeito do fluxo líquido.
O ΔP também pode ser determinado por equações empíricas.
Considerando as condições de escoamento em colunas empacotadas a situação ideal seria
ocorrer uma distribuição uniforme do líquido no topo, levando a formação de filmes líquidos sobre
todas as superfícies do recheio e toda coluna. Entretanto em um caso real o filme líquido tende a se
tornar espesso em alguns locais e finos em outros, formando canais preferenciais ou “Chanelling”. O
fluido tende a se deslocar para regiões com maiores espaços vazios (próximo da parede), formando
estes caminhos.
Uma boa distribuição inicial do líquido e uma razão, R> 10 (D coluna / D recheio) tem-se a
diminuição da tendência de formação dos canais, que é uma contribuição para o mau desempenho
das colunas recheadas.
Outros dispositivos também são utilizados em torres recheadas. O suporte de recheios (pratos
perfurados ou grades) permite a existência de um espaço vazio no fundo da coluna para que o gás
seja convenientemente distribuído. Distribuidores de líquido são utilizados no topo e ao longo da
coluna para impedir o fenômeno da canalização, a principal razão para a baixa performance de
grandes torres recheadas.
iv - Perda de carga: Para a maioria dos recheios de arranjo randômico, a perda de carga é função das
vazões de gás e de líquido, em virtude do escoamento descendente de líquido ocupar os mesmos
canais que o escoamento ascendente de gás, conforme figura 5: L2 > L1 > L0
O parâmetro das curvas é a queda de pressão por perda de carga em polegadas de água por pé de
recheio.
vi - Diâmetro da Torre: Calculado a partir do escoamento das fases através do recheio sem
que haja inundação. Como critério de projeto, o fluxo operacional de gás não deve ultrapassar uma
fração daquele relativo à inundação. O diâmetro é estimado tomando-se como área de escoamento a
da seção transversal da torre, ou seja, a área superficial e não a intersticial.
viii - Altura da Torre: O cálculo da altura de recheio de uma torre de absorção depende da
separação desejada e da taxa de transferência de massa através do recheio, envolvendo balanço
material, coeficientes de transferência de massa e estimativa dos gradientes de concentração para esta
transferência. A determinação do número de estágios de equilíbrio na absorção é feita de forma
semelhante à da destilação, utilizando-se a curva de equilíbrio e a reta de operação, conforme Figura
7.
Partindo do princípio que as vazões, em ambas as fases, são constantes ao longo da torre, o
recheio está uniformemente distribuído e a diferença (ya*- ya) pode ser considerada uma função
linear de ya, a expressão torna-se:
G y −y
H= (8)
K ∙ a ∙ A (y ∗ − y )
Onde a altura da unidade de transferência calcula-se pela seguinte equação:
G
HTU = (9)
K ∙a ∙A
O número de estágios de transferência calcula-se pela seguinte equação:
y −y
N = (10)
(y ∗ − y )
Onde:
(y ∗ − y ) − (y ∗ − y )
(y ∗ − y ) =
(y ∗ − y ) (11)
ln ∗
(y − y )
Pode-se simplificar a equação do cálculo da HTU usando a seguinte equação:
H
HTU = (12)
N
Onde:
H = Altura do Recheio da Coluna ou da seção em questão;
HTU = Altura de unidades de Transferência;
NOZ = Número de Estágios de Transferência;
ya,1 = fração mássica de vapor d'água no ar na entrada da coluna;
ya,2 = fração mássica de vapor d'água no ar na saída da coluna;
ya,2* = fração mássica de vapor d'água no equilíbrio na entrada da coluna;
ya,1* = fração mássica de vapor d'água no equilíbrio na saída da coluna;
x - Coeficiente global de transferência de massa: O coeficiente global de transferência de massa é
calculado para a altura de uma umidade de transferência e para a vazão mássica de ar na coluna. A
equação utilizada é:
G
K ∙a = (13)
HTU ∙ 4
Onde:
Onde:
AAC = altura adimensional da coluna ou da seção em questão;
H = altura do recheio da coluna ou da seção em questão;
HTU = altura de uma unidade de transferência.
xii - Taxa global de transferência de massa: A taxa global de transferência de massa para o soluto
(a) pode ser calculada na fase gasosa utilizando-se a equação:
TG = G(y −y ) (15)
Onde:
TGm = taxa global de absorção do soluto (a) (ga/min);
G = vazão mássica da fase gasosa (g/min);
ya,1 = fração mássica de vapor d'água no ar na entrada da coluna;
ya,2 = fração mássica de vapor d'água no ar na saída da coluna;
= (17)
A Figura 11 mostra que caso a reação seja rápida ela acontece inteiramente na película líquida.
Em tais casos, o mecanismo de transferência de massa absorção física é dominante e o método de
cálculo para o processo inteiramente físico são aplicáveis, a resistência à transferência de massa na
fase líquida diminui devido à reação. No extremo, quando a reação é lenta, esta ocorre no seio do
líquido, e a sua taxa tem pouca dependência com os efeitos de difusão na fase gasosa, líquida ou ainda
na interface. Aqui, o mecanismo de transferência de massa é a reação química.
O número Hatta (Eq. 18) é um grupo adimensional utilizado para caracterizar qual resistência
é determinante no processo, se a reação química ou transferência de massa.
= (18)
Figura 11 - Possíveis perfis de concentração para a fase gás e líquida para absorção com reação
química
(19)
= +
= 1 + (ϕ − 1) 1
(20)
( − 1)
− −
(ϕ − 1)
= 1 + (ϕ − 1) 1 − −(ϕ − 1) 1
(21)
2
−
A Equação 6 foi originalmente relatada por Porter [Trans. Inst. Chem. Eng., 44, T25 (1966)]
A relação de Van Krevelen-Hoftyzer (Figura 12) foi testada por Nijsing et ai. [Chem. Eng. Sci., 10,
88 (1959)] para o sistema de segunda ordem em que o CO2 reage com as soluções de KOH ou NaOH.
Os resultados são mostrados na Figura 13.
= ° (22)
ℎ ∆
Onde:
- KGa = Coeficiente global de transferência de massa baseado no volume;
- nA = Taxa de transferência de massa do soluto transferida da fase gasosa para a líquida;
- hT = Altura total da torre;
- S = Área da secção transversal;
- pT = Pressão total;
- ∆y*1 m Média logarítmica das concentrações molares definida pela equação 23;
∗)
(− ( − ∗)
−
∆ ∗ =
− ∗ (23)
− ∗
Onde y°x pode ser calculado pela lei de Henry:
∗
= (24)
2. OBJETIVOS
Este Módulo Didático foi concebido e projetado para estudos processo de Absorção em Sistema
Líquido – Gás, em uma Coluna formada por pratos com recheio de anéis de Raschig e entender os
fenômenos envolvidos nas transferências de massa envolvendo fases líquida e gasosa.
Esta Coluna de Absorção, utilizando soluções absorventes apropriadas, foi preparada
especificamente para absorção de dióxido de carbono (CO2) em ar atmosférico com o uso de solução
de NaOH em água. A coluna é totalmente transparente para proporcionar a visualização dos
fenômenos fluidodinâmicos envolvido nas fases líquida e gasosa, além de possuir isolamento térmico
a vácuo, sistema de retiradas de amostras e de monitoramento de temperaturas.
Os objetivos didáticos desta bancada são:
1) Operando como uma Coluna de Umidificação (ar-água). Neste caso o objetivo é determinar
Alturas de Unidades de Transferência (HUT) ou (AUT), em função da razão as vazões de ar (G) e de
água (L), bem como, determinar as taxas globais de umidificação do ar, através de coletas de amostras
de ar úmido em função do tempo ao longo da coluna.
2) Estudar processos de absorção com reação química, utilizando-se vários tipos de soluções
absorventes para solução aquosa de Hidróxido de sódio (NaOH) para absorção de uma mistura gasosa
de Ar-CO2.
Nestes casos o objetivo é estudar:
Eficiências de absorção;
Coeficientes convectivos global de transferência de massa;
Determinar número de estágios (ou unidades) de transferência (NUT);
Altura de unidades de transferência (AUT) e
Taxa global de transferência de massa, para cada operação realizada, em função de:
Variações de vazão (tempos de contato) das fases líquida e gasosa;
Variações nas concentrações das fases líquida e gasosa;
Possibilidades de variações nos tipos de recheios;
3. EQUIPAMENTO E MATERIAIS
Equipamento
A Bancada de absorção está apresentado na Figura 14.
2. Bomba Peristáltica;
5. Coluna de Absorção Líquido - Gás para operar em regime contínuo; construída com peças
de teflon e vidro projetada com isolamento térmico a vácuo e totalmente desmontável facilitando
manuseios; limpezas; adição ou subtração de módulos (estágios) de absorção e as eventuais trocas de
recheios.
A coluna é composta por:
MF – Módulo de fundo, com diâmetro interno de 50 mm e altura de 100 mm, com pontos de coleta
de amostra e monitoramento de temperatura;
MA – Cinco Módulos (estágios) de absorção; diâmetro interno de 50 mm e altura de 100 mm;
formados por recheios de anéis de Raschig de 8 mm de tamanho característico, suportados em pratos
perfurados; isolamento térmico a vácuo e com pontos de coleta de amostra e monitoramento de
temperatura;
MT – Módulo de topo, com diâmetro interno de 50 mm e altura de 100 mm, com pontos de coleta
de amostra e monitoramento de temperatura;
6. Regulador de nível, do Módulo de fundo;
8. Vacuômetro buordon;
. Válvulas de Bloqueio:
VAV: de alívio do vácuo do isolamento térmico da coluna de absorção e VT: de topo para
Materiais e Acessórios
• Soluções de Absorção:
Analisador portátil digital de Dióxido de carbono (CO2). Escala de medição até 5.000 ppm
(0,5% volumétrico);
Analisador portátil químico de Dióxido de carbono (CO2). Escala de medição até
5.000 ppm (0,5% volumétrico) até 200.000 ppm (20% volumétrico);
Frasco burbulhador (impinger) de vidro de 150 ml, para coleta/absorção de amostra gasosa
para análises;
Conjunto de agulhas longas especiais, com seringa, para retiradas de amostras em cada
estágio de absorção;
Pera de sução;
Suporte universal com pinça/mufa para bureta, para titulações;
Proveta de 100 ml, de (boca esmerilhada com tampa plástica);
Beckers de 600 ml;
Pipeta graduada de 25 ml;
Pipeta volumétrica de 25 ml;
Pipeta volumétrica de 10 ml;
Erlenmeyer de150 ml, boca larga para titulação;
Bureta de 25 ml;
• Reagentes químicos:
Indicador fenolftaleína, para análises via titulações;
Indicador alaranjado de metila, para análises via titulações;
Hidróxido de sódio, PA, para solução absorvedora de CO2 e titulações ácido-base;
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Obs.: A Coluna de absorção tem isolamento térmico realizado com vácuo.
Para fazer o vácuo, vide figura 15:
a) Primeiramente, fechar as válvulas (VBV) e (VAV), conforme mostradas na figura 12;
b) Em seguida ligar bomba de vácuo (no painel elétrico) e, somente após, abrir a válvula
(VBV);
c) Realizar o vácuo a, no mínimo, -650 mmHg, observado no vacuômetro Buordon;
d) Assim que atingir ao vácuo desejado, fechar a válvula (VBV) e, em seguida, desligar a bomba
de vácuo.
e) Importante: Se for necessário refazer o vácuo, primeiramente, religar a bomba e, somente
após, abrir válvula (VBV).
f) Assim que atingir ao vácuo desejado, primeiramente, fechar a válvula (VBV) e, logo após,
desligar a bomba de vácuo.
NOTA: Nunca abra a válvula (VBV) com a bomba de vácuo desligada se já tiver
vácuo na camisa da coluna, sob pena do óleo da selo da bomba ser sugado para a
camisa. Caso se necessite fazer isto, por algum motivo, primeiramente desconectar a
mangueira do vácuo desta válvula (VBV) ou, então, primeiramente despressurizar a
coluna abrindo a válvula de alívio do vácuo (VAV).
Figura 15
Umidificação de uma corrente de ar: O objetivo é estudar um processo de umidificação operando
como uma Torre de Umidificação ar-água. Neste caso se pode determinar as Alturas de Unidades
de Transferência (HUT) ou (AUT), em função da razão entre as vazões de ar (G) e de água (L), bem
como, determinar as taxas globais de umidificação do ar, através de coletas de amostras de ar úmido
em função do tempo ao longo da coluna, utilizando-se as medidas de umidades pelo princípio da
psicrometria (temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido).
Este experimento será realizado para três diferentes vazões de ar e, para cada uma delas, três
diferentes vazões de água. O ar, advindo do compressor, terá características de “ar seco”, ou seja,
baixa umidade absoluta, devido à compressão e, consequente condensação da umidade que o ar tinha,
no interior do compressor.
Descrição Resumida do Ensaio: O ar, atmosférico, advindo de uma linha (ou compressor de
ar) em condições de umidade baixa, e com vazão regulável através de um rotâmetro, passará em fluxo
ascendente, na coluna de umidificação, em contra corrente com um fluxo de água, de vazão regulável
por uma bomba peristáltica. Durante este contato, a corrente gasosa irá se umidificando ao longo da
coluna. Além das medidas das temperaturas ao longo da coluna, amostras do ar úmido poderão ser
coletadas, além da entrada e saída, em mais seis pontos ao longo da coluna, para análises de
quantificação do grau de umidificação do ar.
Metodologia de análise: O grau de umidificação do ar, função da quantidade de massa de
água trocada/ evaporada na corrente gasosa, será analisada através da variação da umidade absoluta
do ar, deste a entrada até a saída, através de um psicrômetro de bulbo seco e bulbo úmido, que pode
ser conectado nos pontos de coleta de amostras de ar ao longo da coluna. Através das medidas da
umidade absoluta (via equações ou cartas psicrométricas dadas no Anexo (1.A) e dos balanços de
4.1.3. Preparar o Psicrômetro (7), para medir a umidade absoluta do ar que vem do compressor e
que será utilizada durante todo o experimento na coluna de umidificação. Para tanto, colocar água
no reservatório de bulbo úmido com auxílio de uma agulha/seringa de injeção. Tamponar todas as
saídas de ar nos “traps” situados na lateral da Coluna (5); Deixar a Válvula (VT), do topo da coluna
sempre aberta (Nota: seu fechamento parcial será função da necessidade durante a operação da
coluna); fechar temporariamente a válvula (VB5) e a (VB6).
Regule a vazão do ar para, aproximadamente, 10 litros/minuto, com auxílio do Rotâmetro (3); retire
o tampão localizado na entrada do ar na coluna (vide figura 16) e conecte a mangueira do psicrômetro
(que leva o ar para ele). Espere por, aproximadamente, 3 a 5 minutos, para que as temperaturas se
estabilizem (principalmente a de bulbo úmido) e faça as leituras das temperaturas de bulbo seco e
úmido.
4.1.4. Logo após, e tendo em vista a figura 11: abrir as Válvulas (VB1) e/ou (VB2), dos Reservatórios
de alimentação (1); fechar as Válvulas (VB3 e VB4) de fundo da coluna; abrir a válvula (VB5) e
fechar a (VB6). Em seguida, ligar a Bomba peristáltica (2) e regular a vazão de água para L1= 180
ml/min, com auxílio da curva de calibração de vazão desta bomba. Regular/ajustar o nível da solução
(água) no Módulo de fundo (MF), com auxílio do Regulador de nível (6), de modo que o nível de
água de saída fique, aproximadamente, na metade da altura deste módulo de fundo, fazendo um “selo
hidráulico”.
Figura 16
Obs.: Desta forma, todo ar que entrará na coluna, pela sua base, passará somente por ela em fluxo
ascendente e contracorrente com água.
4.1.5. Com auxílio do rotâmetro de ar, regule a vazão para G1 = 9 litros/min.
Obs.: a vazão da fase gasosa produzirá um aumento de pressão estativa que ocorrerá no Módulo de
fundo (MF) o nível da água pode diminuir significativamente neste módulo.
Portanto, reestabeleça o nível anterior fazendo mais ajustes no Regulador de nível.
4.1.6. Espere 3 a 5 minutos, até o regime do processo se estabelecer, e realize as seguintes
determinações:
temperaturas da água, na entrada da coluna (módulo de topo) e na saída (módulo de fundo);
temperaturas do ar na entrada e em cada módulo ao longo da Coluna.
umidade absoluta do ar em cada módulo ao longo da coluna, procedendo da mesma maneira
do item 4.1.3, ou seja, tirando o tampão do trap, no ponto de interesse da amostragem, e
conectando a mangueira que levará esta amostra de ar para o psicrômetro.
4.1.7. Após as devidas determinações realizadas, para o par de vazões (L1 versus G1), mantenha a
mesma vazão de água (L1) e aumente a vazão de ar para (G2)= 18 litros/min. Proceda de maneira
análoga a obs. Do item 4.1.5 a ao item 4.1.6;
4.1.8. Após as devidas determinações realizadas, para o par de vazões (L1 versus G2), mantenha a
mesma vazão de água (L1) e aumente a vazão de ar para (G3)= 27 litros/min. Proceda de maneira
análoga a obs. Do item 4.1.5 a ao item 4.1.6.
NOTA: Ao critério do professor, proceda a todos os cálculos relativos a esta etapa ou guarde os
valores obtidos para processar juntamente com as demais etapas seguintes.
4.1.9. Repita o procedimento dos itens 4.1.5 a 4.1.8 para uma vazão de água (L2) de 300 ml/min;
4.1.10. Repita o procedimento dos itens 4.1.5 a 4.1.8 para uma vazão de água (L3) de 420 ml/min;
4.3.4. Na sequencia, ajustar a vazão da mistura gasosa (ar + CO2) na proporção e na vazão desejada,
com auxílio dos respectivos rotâmetros (3) e (4).
Sugestão: vazão da fase gasosa G1= 10 litros/minuto(*), sendo a vazão de ar (G1a)= 9litros/minuto e
vazão de CO2 (G1C)= 0,5/minuto, ou seja, uma mistura contendo, 5 % volumétrico (50.000 ppm) de
CO2.
Em seguida medir a concentração real, desta mistura gasosa, através do mini-Orsat anexo á Bancada
didática;
(*) Obs.: a vazão da fase gasosa produzirá um aumento de pressão estativa que ocorrerá no Módulo
de fundo (MF) o nível da água pode diminuir significativamente neste módulo.
Figura 17
na fase gasosa: retirar amostras e analisar a
concentração de CO2 nas amostras ao longo da Coluna, inicialmente com auxílio e utilizado o
sistema que contém o analisador mini-Orsat, coletando esta fase gasosa nos pontos retirando-se os
tampões e inserindo a mangueira específica do mini-Orsat. Nota: Se a range da concentração
permitir (for igual ou menor que 0,5%), pode-se utilizar, o sistema que contém o analisador portátil
digital de CO2,
Na fase líquida: Proceder a retiradas das amostras através dos septos com auxílio da agulhas
especiais e seringas, anexas à Bancada didática. Estas amostras líquidas serão analisadas
quimicamente por titulação, conforme metodologia já mencionada anteriormente.
4.3.6. Após as devidas leituras realizadas para o par de vazões (L1 versus G1), mantenha a mesma
vazão da fase gasosa (G1) e concentração, aumentando a vazão da solução de absorção para (L2): 300
ml/min. Proceda análogo aos itens 4.2.3 a 4.2.5;
4.3.7. Após as devidas leituras realizadas para o par de vazões (L2 versus G1), mantenha a mesma
vazão da fase gasosa (G1) e concentração, aumentando a vazão da solução de absorção para (L3): 400
ml/min. Proceda análogo aos itens 4.2.3 a 4.2.5;
Comente.
Exercício proposto: Estime a umidade absoluta final do ar, ao passar por esta coluna de
umidificação, considerando uma vazão de água de 80 ml/min e a do ar 40 l/min, sabendose que a
umidade absoluta inicial do ar é de 0,003 g/g e sua temperatura inicial igual a 23 C e a final 19 C.
Supor a temperatura inicial da água igual a inicial do ar.
5.2.1. Para qualquer uma das possibilidades de ensaio, faça uma tabela e ou gráficos analisando os
gradientes de concentração na fase gasosa e/ou na fase líquida, longo da Coluna, para um par de
vazões (L1 e G1); (L2 e G1); (L3 e G1); e, em cada caso, grafique a curva de operação (a cada módulo
ou globalmente) e a curva de equilíbrio para o sistema em estudo com dados/equações da literatura.
(vide Figuras 2 e 7 na Introdução teórica)
5.2.2. Compare os resultados obtidos no item 5.2.1, para os três pares de vazões: (L1 e G1); (L2 e G1);
(L3 e G1). Analise e comente as eficiências de absorção em cada caso.
5.2.3. A partir dos dados experimentais e das equações apresentadas na Introdução teórica, calcule,
estime ou grafique, as Alturas das Unidades de Transferência (HUT) para as duas ou os três pares de
vazões: (L1 e G1); (L2 e G1); (L3 e G1). Analise e comente.
5.2.4. Tendo em vista os dados do item 5.2.3. e dados de equilíbrio obtidos na literatura, determine a
razão entre ó número de “pratos reais” e “pratos ideais (teóricos)” em cada módulo de absorção ao
longo da coluna. Analise e comente.
5.2.5. Calcule a Taxa global de transferência de massa (TGm) do soluto (a) para a solução
absorvedora, para os três pares de vazões: (L1 e G1); (L2 e G1); (L3 e G1), função das análises e/ou
balanços de massa ao longo da altura da coluna e/ou utilizando-se balanços de massa. Analise e
comente.
Exercício Proposto: Descreva um problema real de emissão atmosférica (um problema ambiental)
com vazão, temperatura e concentração do contaminante em ar, definidos. Proponha uma solução
real, viável tecnicamente, tendo em vista os conhecimentos adquiridos nesta Coluna de absorção.
Agora analise a viabilidade econômica operacional.
6. BIBLIOGRAFIA
FROMENT, G. F. Chemical reactor analysis and design - 2.ed. New York: John Wiley, 1990.
GOMIDE, R. Operações Unitárias – V.3 e v. 4 São Paulo: Gomide, 1980.
LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. São Paulo: Edgar Blücher, 1974.
LUYBEN, W. Process Modeling, Simulation, and Control for Chemical Engineers 2ed.
New York: McGraw-Hill, 1990.
PERRY, R.H. Manual de Engenharia Química. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1980.
FOUST, A. S. et.al. (1982). “Princípios das Operações Unitárias” – Ed LTC, Rio de Janeiro – RJ, 2ª
edição.
GEANKOPLIS, C. J. (1993). “Transport Processes and Unit Operations” – Ed Allyn and Bacon,
London.
BENNETT, C.O. & MYERS, J.E. - Fenômenos de Transporte - McGraw-Hill do Brasil, São Paulo,
1978.
FRANK P. INCROPERA, A.S. et all. Fundamentos de transferência de calor e de massa.
3.ª ed., Rio de Janeiro, 1992.
Artigos e dados coletados na internet.
SOBRE O AUTOR
Este roteiro didático foi elaborado pelo professor Adelamar Ferreira Novais (CRQ:
13.300.311), funcionário do Departamento de Engenharia Química e Alimentos (EQA) da UFSC
(Campus Universitário – Florianópolis) desde 1989. Neste período ministrou as seguintes disciplinas:
Projetos I, Projetos II, Projeto de Conclusão de Curso, Laboratório de Fenômenos de Transferência e
Operações Unitárias I; Laboratório de Fenômenos de Transferência e Operações Unitárias II, Química
Tecnológica e Celulose e Papel. Também apresenta vasta experiência como consultor para indústrias
desde 1991, principalmente no desenvolvimento e otimização de processos e produtos, estudos de
impactos ambientais atmosféricos e tratamento e reaproveitamento de resíduos.