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separatistas-no-mundo

Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Outubro | 2014

Planejamento

Movimentos separatistas
no mundo
Paula Peres

Em seu artigo “Yes or no?” (VEJA 2395, 15 de


outubro de 2014), o colunista Claudio de Moura
Castro relata a experiência de presenciar, na
Escócia, o plebiscito que decidiu sobre a independência escocesa
do Reino Unido. Os escoceses não são o único povo a lutar por
mais autonomia. Fatores de ordem cultural, econômica ou
religiosa costumam envolver movimentos separatistas. Veja uma
lista de povos e regiões que buscam sua independência até hoje:

Escócia, no Reino Unido Lutando há séculos por sua independência, a Escócia


realizou, em setembro deste ano, um referendo para decidir a separação do
Reino Unido. Com 55,3% do total de votos, o ?Não?, indicou a manutenção da
anexação. O período que precedeu o plebiscito foi de intensas manifestações da
população em geral e de autoridades, tanto para pedir a independência quanto a
permanência.

Catalunha, na Espanha Inspirados no movimento escocês por mais autonomia, os


catalães, nação que vive no norte da Espanha, também querem lutar por sua
independência. Foi marcado um referendo para consultar a população catalã
sobre a independência, em 9 de novembro de 2014. Apesar da consulta estar
tecnicamente suspensa pelo Tribunal Constitucional Nacional da Espanha, o
sentimento separatista cresceu rapidamente. Em setembro, mais de 1,8 milhão
de pessoas compareceram a um protesto a favor da independência, enquanto as
manifestações de apoio à permanência da unidade territorial espanhola são
quase inexistentes.
Bascos, na Espanha O País Basco - que, na verdade, não é um país - é uma das
regiões autônomas da Espanha. Na ditadura de Francisco Franco (1939-1975), os
movimentos de independência da região foram duramente reprimidos, e o
idioma basco, proibido. O sentimento de recusa à dominação hispânica deu
abertura para a criação do grupo radical pró-independência ETA (Euskadi Ta
Askatasuna, ou 'Pátria Basca e Liberdade', em basco), que realizou diversos
atentados terroristas até 2011, quando anunciou trégua. Em setembro deste ano,
o mesmo grupo solicitou uma consulta democrática ao povo basco sobre sua
independência, inspirados no processo catalão.

Crimeia Quando ucranianos nacionalistas tomaram o poder depois da queda do


presidente Viktor Yanukovych, em fevereiro de 2014, a Crimeia, localizada no sul
do país, aproveitou a ausência de governo para iniciar um movimento pró-
separatismo da Ucrânia e anexação pela Rússia. Após referendo de consulta à
população, que apoiou a anexação, a região deixou de ser uma república
autônoma dentro da Ucrânia para ser incorporada à Rússia, embora a capital
ucraniana não reconheça.

Palestina, no Oriente Médio A secular disputa entre israelenses e palestinos


envolve posse de terras, fontes de água e espaços sagrados. Em 1947, a ONU
havia decidido pela partilha da Palestina, com a criação de dois estados: um judeu
e um muçulmano. Na prática, somente o estado de Israel foi criado. Depois do
assassinato de jovens judeus em junho deste ano, atribuído ao grupo Hamas, os
ataques aconteceram com grande intensidade. A força bélica desproporcional de
Israel é evidente: até agosto, 2016 pessoas morreram do lado palestino, reduzido
praticamente à Faixa de Gaza, enquanto do lado israelense ocorreram 67 mortes.
Caxemira, na Índia A Caxemira localiza-se no norte da Índia, em uma região
estratégica de acesso ao sul da Ásia. Desde o fim da colonização britânica, é
disputada pelo Paquistão. Desde os anos 1980, guerrilheiros separatistas
favoráveis à unificação com o Paquistão atuam no local, causando a morte de
mais de 25 mil pessoas desde então. Ao mesmo tempo em que a Índia acusa o
governo paquistanês de apoiar os guerrilheiros, grande parte da população da
Caxemira é muçulmana e quer a anexação ao Paquistão, o que é sempre negado
pelo governo indiano.

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