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Quinta-feira – A vida cristã é uma arte do escutar, agir e praticar-viver – (29.06.

2017)

Gn 16,6b-13.15-16; Sl 105; Mt 7,21-29 (// Lc 13,25-27; 6,47-49)

Há uma “prece” – ao mesmo tempo singela e profunda de John Henry Newman: “Senhor, não fiques
escondido dentro de mim! Que minha pobre presença humana faça lembrar, ao menos de longe, Tua divina
presença!” – Como se reconhece o cristão? Quais vestígios da identidade do discípulo de Jesus? Como
podemos saber que estamos a seguir Jesus: construir sobre a rocha? – Será que a nossa vida permite a
quem nos veem e se encontram conosco discernir que somos discípulos cuja vida é coerente: dizer e viver? –
Nossa vida traduz três palavras-chave de quem construiu sua vida na sobre: falar, fazer e escutar? – “Nem
todo o que diz a mim, ‘Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus” (7,21) – e Jesus acrescenta: “Muitos dirão
a mim naquele dia, ‘Senhor, Senhor, não é verdade que no teu nome profetizamos, e no teu nome demônios
expulsamos, e no teu nome muitos milagres fizemos?’” (7,22). O Divino Mestre apenas responderá: “‘Nunca
vos conheci!’ Afastai-vos de mim vós, que praticais a iniquidade” (7,23b). Ora, por que esta oposição? Porque
podemos falar, agir, mas nos falta uma atitude essencial e necessária: o fundamento do falar e do agir, o
escutar (Dt 6,4-6; Ap). Jesus nos diz: “Todo aquele que escuta de mim as estas palavras e as pratica...”
(7,24a). Vejamos: o binômio falar-agir não está completo, porque iludir-enganar. O binômio certo é outro:
“escutar e agir, viver-praticar”. Impressiona-nos como Jesus exemplifica isto mediante uma imagem simples e
eficaz: “... aquele que escuta estas minhas palavras e as pratica, compararei-o a um homem sábio, o qual
edificou/ construiu sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos e se
abateram contra aquela casa, e ela não caiu/ desabou, estava firmada/ alicerçada sobre a rocha” (7,24-25).
Mas todo o que ouve de mim estas minhas palavras, e não as praticam, será comparado a um homem tolo/
insensato, o qual construiu a sua casa sobre a areia (7,26).

– A solidez vida cristã consiste em escutar, experimentar, viver, praticar as Palavras de Jesus e os Seus
valores.

– Atualmente frente a um pragmatismo que reduz tudo a cálculos e interesses corremos o risco de agir como
Sara, que à sua maneira, constrói sobre a areia – constrói sobre sua vontade e seu poder, sobre as suas
capacidades e forças para resolver a sua situação e assegurar o futuro de uma descendência ao seu marido.
– Ela, no entanto, esquece de confiar na Promessa de Deus. – Isto não sói acontecer conosco: quando
ouvimos a Palavra de Deus e no afã da pressa cotidiana esquecemos de fundar nossa vida Nele, mas
também quando procuramos uma resposta, uma solução mecânica, um caminho alicerçado exclusivamente
em nossas forças e capacidades. – Não esqueçamos a advertência de Nosso Senhor: “É pelos nossos
frutos que mostraremos quem somos” (Mt 7,16-20).

– A liturgia usa “o altar de pedra, forte e sólido” como “símbolo de Jesus”. No altar Jesus faz-se “frágil, um
pedaço de pão” para todos, para nos fortalecer. “Que Ele nos acompanhe nesta celebração e nos ensine a
ouvir e a agir” a partir “da escuta, e não das nossas palavras”.

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