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LIÇÃO Nº 4 – A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES

Os sacerdotes foram constituídos para servir o povo de Israel.

INTRODUÇÃO
- Os sacerdotes foram constituídos para servir o povo de Israel. Nós também não devemos buscar ser
servidos, a exemplo do Senhor (Mt.20:28; Mc.10:45).

I – A POSIÇÃO DOS SACERDOTES E DOS LEVITAS NO POVO DE ISRAEL

O plano divino era de que Israel fosse um “reino sacerdotal”, mas, quarenta dias após a promulgação da lei,
ante o fracasso dos israelitas e a circunstância de que só a tribo de Levi se posicionou ao lado do Senhor
(Ex.32:26), somente a tribo de Levi foi separada para esta função (Dt.10:8).

O sacerdócio não foi dado a toda tribo de Levi, mas tão somente à família de Arão (Ex.28:1), mas todos os
levitas foram separados para se dedicarem ao serviço do Senhor, auxiliando os sacerdotes, cuidando da
guarda dos sacerdotes e da congregação (Nm.3:6-8; 18:1-6). Eram considerados como “dádivas” do povo ao
Senhor, em lugar de todo primogênito (Nm.3:9-13). Tinham Deus como sua herança (Dt.10:9). Assim, nós,
devemos também ser propriedade do Senhor (I Co.1:30), Cristo é o nosso Mestre e Senhor (Jo.13:13). Jesus
fez a vontade d’Aquele que O enviou (Jo.4:34). Ele também nos enviou (Jo.20:21), e, seguindo seu exemplo
(I Pe.2:21), devemos fazer sua vontade, vivendo em função d’Aquele nos chamou para a luz (I Pe.2:9).

Assim como os levitas foram, como também todo o Israel, comprados com o sangue dos cordeiros na
primeira Páscoa, sangue que prefigurava o sangue inocente de Cristo, que nos comprou por bom preço
(I Co.6:20; 7:23), preço altíssimo, Seu sangue vertido na cruz (I Pe.1:18,19).

Os levitas não tinham direito a uma herança em Canaã, miravam a cidade celestial (Hb.11:9,10), ser
completamente desprendidos das coisas terrenas. Sendo assim, por necessidade, que todos temos
(Mt.6:31,32), o Senhor tomou providências para que os levitas não ficassem desamparados: 48 cidades da
herança dos israelitas para os levitas habitares (Nm.35:2-8), que fossem sustentados pelos dízimos
(Nm.18:24), sendo os dízimos dos dízimos fornecidos pelos levitas ao sumo sacerdote (Nm.18:26-28), pelos
dízimos do terceiro ano (Dt.26:12,13). Tinham, com seus familiares, direito a parte dos sacrifícios, exceto de
holocausto e pelo pecado (Lv.6:16-18; 7:32-36; 10:12-15). Assim como os levitas, não podemos nos
embaraçar com as coisas da vida, pois nossa herança é o Senhor, somo sacerdotes no tempo da Graça. Da
nossa militância depende o nosso galardão (II Tm.2:4,5).

Os levitas deviam cuidar do “ministério do tabernáculo”, exercendo ali as mais variadas tarefas, nos
dias de hoje, muitos acham que levida é dedicar-se a música, ideia surgida porque Davi ouganizou entre
levitas todo o serviço de louvor (I Cr.25). Eles cuidavam da segurança do tabernáculo e, depois, do templo,
como vemos nas atribuições dos porteiros (I Cr.26:1-19) e da administração dos bens trazidos pelos
israelitas em suas ofertas e dízimos (I Cr.26:20-28), na purificação de todas as coisas (I Cr.23:28). Diferente
dos sacerdotes das nações pagãs, que faziam parte da elite do governante, tendo imensos privilégios, como
no caso da fome no governo de José (Gn.47:22), em Israel, os sacerdotes e seus auxiliares, os levitas,
eram servidores do restante do povo. Aprendamos que como sacerdotes de Deus devemos servir, como os
levitas que serviam as pessoas em geral, mesmo os estrangeiros que estivessem em Israel Ex.12:49; 20:10;
Lv.16:29; 17:12; 18:26; 24:16; Nm.9:14; 15:14-16,29; I Rs.8:41-43; II Cr.6:32,33). Jesus não veio para ser
servido, mas para servir (Mt.20:28; Mc.10:45). Os mais honrados são os que servem “Bem sabeis que pelos
príncipes dos gentios são estes dominados e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim
entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal (Mt.20:25b-28).

Os levitas e sacerdotes deviam guardar as coisas sagradas, seriam os primeiros a fazer esta diferenciação,
para, então, poder devidamente ensinar os israelitas a diferença entre o santo e o profano (Lv.10:10). a falta de
distinção do caráter sagrado e santo das coisas na adoração a Deus, traz circunstâncias, como a morte
fulminante de Nadabe e Abiú (Lv.10:2), Uzá (II Sm.6:3- 7; I Cr.13:7-10) e de Ananias e Safira (At.5:1-11).
II – A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES

1- Ao contrário do profeta, que trazia a mensagem de Deus para o povo, o sacerdote levava as ofertas do
povo a Deus. Ele era o intercessor do povo junto ao Senhor, pedia o perdão dos pecados em favor do povo
(Lv 16:15,16). Eis um dos motivos pelos quais Arão foi escolhido para ser o sumo sacerdote e sua
descendência, linhagem sacerdotal. Arão tinha compaixão, no caso do bezerro de ouro conclamou o povo a
que se humilhasse e pedisse perdão ao Senhor (Ex.32:25). No caso do erro oculto, o sacerdote deveria obter
o aplacar da ira de Deus ao povo (Lv.4:13-21). Os incrédulos não temem a Deus e estando afastados dele,
Deus os não ouve (Is.59:1-3; Jo.9:31). Devemos interceder por todos os homens (I Tm.2:1). A intercessão
foi um dos motivos que levou Jesus a encarnação (Is.59:15,16). A intercessão dos sacerdotes gera bem
aventurança (Sl.32:1,2). Sem tal circunstância, não poderia o povo ter condições de prosperar, o que foi muito
bem observado pelo rei Ezequias (II Cr.29:3-11).

2- Distinguir entre o santo e o profano, como também ensinar ao povo. Não beber vinho ao entrarem no
tabernáculo (não é ter uma vida dupla, é ter reverência) e fazer a diferença entre o imundo e o limpo
(Lv.10:10), lepra (Lv.13-14), dos fluxos corporais (Lv.12,15), entre outras disposições. Eram referências de
pureza, diferença e santidade. Estavam submetidos a regime rigoroso (Lv 21). Nós como sacerdotes da nova
aliança, devemos ser referência espiritual e moral (Mt.5:13-16), astros que resplandecem o mundo (Fp.2:15).

Os sacerdotes, imediatamente antes do cativeiro babilônico, já não faziam a diferença (Ez.22:26), resultando
na terra impura (Ez.22:24), que consequentemente fez o povo chegar ao limite da desobediência e a punição
máxima prevista, que era o exílio (Lv.26:30-35; Dt.28:64-68).

Os sacerdotes não podiam se contaminar com morto, exceto pais, filhos irmãos e irmãs Lv.21:1-3). Já o sumo
sacerdote não poderia se contaminar com morto algum (Lv.21:11).Não podemos sacrificar nossa comunhão
com o Senhor por compromissos familiares os sociais, amemos ao Senhor acima de todos, só assim somos
dignos dele (Mt 10:37)

Aos sacerdotes não era permitido ter em sua família mulheres prostituta, não podiam casar com repudiadas
(Lv.21:7,8) e quando a filha de um sacerdote se prostituísse, deveria ser ela queimada a fogo (Lv.21:9). O
sumo sacerdote, por sua vez, somente poderia se casar com uma mulher virgem (Lv.21:12,13).

Os sacerdotes, ainda, não podiam adotar costumes próprios dos sacerdotes de cultos gentílicos, como fazer
calva na cabeça, não reparar os cantos da sua barba nem dar golpes na sua carne, atitudes que era recorrentes
entre os sacerdotes dos deuses das nações (I Rs.18:28). Não imitemos os sacerdotes de outros cultos.

Os sacerdotes, também, não podiam se contaminar por príncipe entre os seus povos (Lv.21:4) e isto mostra a
distinção que deve haver entre Igreja e Estado. Os sacerdotes não podiam se intrometer no poder político,
tanto que Deus nunca indicou sacerdote para ser rei. Quando sacerdote foi rei, no período
intertestamentário, vemos, assim, que não havendo profecia, há corrupção (Pv.29:18).

3- A terceira função dos sacerdotes era a de ensinar a lei aos filhos de Israel (Lv.10:11). Os sacerdotes e
levitas deveriam bem conhecer a lei para poder ensiná-la (II Cr.17:7-9; Ne.8:4- 8), em caráter supletivo, já
que a missão do ensino era dos pais (Dt.6:6-9; 11:18-21), tanque que a leitura a cada sete anos, na festa dos
tabernáculos, visava, sobretudo, suprir eventual negligência neste ensino doutrinário doméstico (Dt.31:9-13).

Os sacerdotes entravam no exercício efetivo do ministério aos vinte e cinco anos de idade (Nm.8:24),
quando já se podia ir à guerra aos vinte anos, deixavam este cinco anos para um aprimoramento no estudo da
lei. Tarefa de ensino que não findava aos 50 anos (Nm.8:25,26), mas perdurava até o final da vida.

A falta de ensino é fatal para o povo de Deus. O reino de Israel foi destruído porque lhe faltou o
conhecimento (Os.4:6). Havia uma ordem sacerdotal espúria, que havia sido criada por Jeroboão (I
Rs.12:31; II Cr.11:14,15).
O período dos juízes foi particularmente trágico para os israelitas, porque não havia o ensino da lei
(Jz.2:10,11). Houve a tentativa de rompimento deste círculo com a criação da escola de profetas (I
Sm.19:20). Não fosse Esdras, o escriba, por Providência Divina, que ensinou a lei ao povo (Ed 7:25), que
estava a ponto de perder a identidade misturando-se com os povos (Ed.9:1-3), certamente o povo judeu não
existiria na atualidade. Faz parte, inclusive, da Grande Comissão, o ensino (Mt.28:20.

Vivemos tempos de falsos mestre (Mt.24:4,5,11,24; II Pe.2:1), precisamos priorizar a palavra de Deus, quem
a despreza se torna presa fácil do inimigo.

4- A quarta função dos sacerdotes e levitas era a de julgar as causas no meio do povo. Os que ensinam e
conhecem a lei eram os mesmos que a aplicavam. Ainda que líderes tribais, o rei e levitas tivessem também
essa função (II Cr.19:6-11). E para exercer a justiça, os sacerdotes e levitas deveriam ter credibilidade e vida
de retidão, senão geraria revolta, como ocorreu quando Samuel instituiu seus dois filhos para julgar o povo
(I Sm.8:1-5).

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Ev. Caramuru Afonso Francisco

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