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ESQUEMA AP2 – RTMM

SUYANE BRASIL – FISIOTERAPIA UFPI 2014.2

INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES DA MASSAGEM / COMPONENTES DA MASSAGEM

INDICAÇÕES
- Estão relacionadas aos benefícios da massagem:
*Anatômicos  respostas mecânicas (diminuição do edema), resultados objetivos mensuráveis
(perimetria).
*Bioquímicos  respostas mecânicas e reflexas, resultados e objetivos subjetivos.
*Fisiológicos  respostas reflexas, percepções.

CONTRAINDICAÇÕES
- Absoluta.
- Em uma área específica.
- Cautela.

OBJETIVOS FINAIS DA MASSAGEM


- Mudança terapêutica  cura.
- Controle do estado  tto de compensações, doenças crônicas, etc.
- Cuidado paliativo  doenças terminais, doenças psiquiátricas, etc.

INDICAÇÕES DA MASSAGEM
- Reparo do tecido  a massagem diminui a formação de tecido cicatricial e mantém a flexibilidade
do mesmo.
- Processo inflamatório prolongado (inflamação terapêutica).
- Dor aguda e crônica  que tenha sua causa bem definida.
- Pinçamentos de plexos nervosos.
- Afecções de origem psicológica/mental.
- Problemas circulatórios.
- Redução do estresse.

CONTRAINDICAÇÕES DA MASSAGEM
- Sinais de alerta  pacientes que devem ser encaminhados para buscar diagnósticos mais
precisos:
*Pacientes com sintomas vagos ou inexplicáveis de cansaço, fraqueza muscular e dores.
*Deve-se evitar massagem em todo o processo infeccioso (febre, náusea e letargia).
*Câncer  feridas que não cicatrizam, hemorragia incomum, perda de peso inexplicável,
aparecimento de nódulos, rouquidão ou tosse persistente, mudança na função do intestino ou da
bexiga.
- Câncer  contraindicação relativa  a massagem pode favorecer a disseminação da doença
(metástases); a massagem pode ter efeitos benéficos, tais como alívio da dor, fortalecimento do
sistema imunológico entre outros.
- Gravidez  massagens abdominais nos 3 primeiros meses ou enquanto durarem os enjoos.
- Uso de medicamentos  o profissional precisa ter conhecimento de todos os medicamentos que
o paciente faz uso, pois a massagem pode contribuir excessivamente ou inibir o efeito deste
medicamento, causando danos ao paciente  a massagem pode ser benéfica para tratar os efeitos
colaterais de alguns medicamentos.
- Locais de perigo  olhos, região inferior ao ouvido (nervo facial, carótida), linfonodos, região
anterior do punho (nervo mediano, artérias radial e ulnar e veia cubital mediana), fossa poplítea.
- Absolutas  processos infecciosos, processos trombolíticos.
COMPONENTES DA MASSAGEM
1. DIREÇÃO DO MOVIMENTO DAS MÃOS
- Centrípeta.
- Centrífuga.
- Na direção das fibras musculares.

2. INTENSIDADE DE PRESSÃO DAS MÃOS


- Leve, moderada ou forte  tipo de movimento; volume dos tecidos; grau de relaxamento muscular;
deve ser modificada gradualmente.

3. FREQUÊNCIA DOS MOVIMENTOS DAS MÃOS


- Lenta ou rápida  tipo de movimento.
- Efeito desejado  rápida = estimulação / lenta = relaxamento.

4. RITMO
- Deve ser regular e uniforme durante toda a massagem.
- Estimula a reorganização dos ritmos fisiológicos.

5. MEIOS UTILIZADOS
- Mãos do terapeuta.
- Lubrificante  óleos, cremes, gel, etc.  diminuem o atrito; favorecem o deslizamento e o melhor
contato com a pele.
- Equipamentos  sala com iluminação adequada, som ambiente, aromas relaxantes, macas,
colchonetes, triângulos, rolos e travesseiros, bolas, etc.

6. POSIÇÃO DO TERAPEUTA
- Confortável.
- Que permita realizar os movimentos da massagem sem acumular sobrecarga para si.

7. POSIÇÃO DO PACIENTE
- Maior relaxamento e conforto.
- Região a ser trabalhada desnuda e a favor da gravidade.

8. DURAÇÃO DO TRATAMENTO
- Idade do paciente.
- Intensidade dos sintomas.
- Dimensões da área a ser tratada.

9. FREQUÊNCIA
- Condições patológicas do paciente.
- Tipo de técnica utilizada.

TÉCNICAS DE MASSAGEM

1. DESLIZAMENTO

- Passagem das mãos ou parte delas sobre o corpo, variando a pressão exercida  superficial ou
profundo.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
- Propicia o contato inicial com o paciente.
- Não pode haver perda de contato com a região massageada.
- Utilizada para iniciar e finalizar as sequências de massagem.

EFEITOS
- Ativação do fluxo sanguíneo e linfático.
- Estímulo ao peristaltismo intestinal.
- Redução da dor.
- Influência sobre o SNA.
- Diminuição da dor referida.

CONTRAINDICAÇÕES
- Lesões cutâneas.
- Veias varicosas.
- Áreas hipersensíveis.
- Neoplasias;
- Infecções.
- ICC.

DESLIZAMENTO SUPERFICIAL
- Início e finalização das sequências de massagem.
- Efeitos  reflexos  estimula receptores superficiais na pele  reação parassimpática
(relaxamento).
- Direção das mãos  centrípeta, centrífuga ou na direção das fibras musculares (não tem grande
influência na circulação).
- Pressão  leve sem perder o contato.
- Ritmo  constante.
- Frequência  lenta (relaxar) ou rápida (estimular).
- Forma de realização  palpa das mãos, dedos abduzidos, polegar, etc.

DESLIZAMENTO PROFUNDO
- Efeitos  inibidor (fusos neuromusculares e OTG); estimula a circulação. Remoção de
metabólitos e alongamento da fáscia superficial.
- Direção das mãos  centrípeta ou na direção das fibras musculares.
- Pressão  moderada a forte, sem perda de contato.
- Ritmo  constante.
- Forma de realização  palpa das mãos, dedos abduzidos, polegar etc.
- OBS  caso seja utilizada somente uma das mãos, o movimento de retorno deverá ser o
deslizamento superficial.

2. TÉCNICAS DO TECIDO CONJUNTIVO

- Técnicas que mobilizam e promovem o remodelamento do tecido conjuntivo  rolamento

ROLAMENTO
- Manobra deslizante em que o tecido superficial é agarrado, levantado e rolado sobre o tecido
subjacente.
- Efeitos  separação e alongado da fáscia; ganho de AM; alívio da dor.
- Direção das mãos  longitudinal ou transversal às fibras musculares.
- Pressão  moderada a forte, promovendo o levantamento do tecido.
- Ritmo  constante.
- Frequência  lenta.
- Forma de realização  polegar em oposição aos dedos (falanges distais).
- Contraindicações  hiperemia aguda, processo agudo e intolerância do paciente.
- OBS  é necessário haver atrito.
3. PETRISSAGE

- Manipulações no tecido mole (não deslizantes), com pressão firme, objetivando atingir o tecido
muscular.
- Tipos  amassamento, compressão, fricção.
- Efeitos  alongamento e liberação de aderências musculares, redução de edemas, aumento da
circulação, redução da dor e fadiga.
- Contraindicações  fase aguda, doenças dermatológicas, intolerância do paciente.

AMASSAMENTO
- Preensão (levantamento) + compressão + movimentos de deslocamento e rolamento transversal
(torção) realizados nos músculos.
- Utilizados para estimular o trofismo muscular.
- Deve ser realizado em associação com o deslizamento superficial.
- Direção das mãos  centrípeta e na direção das fibras musculares.
- Pressão  intermitente (moderada a forte, sem perda de contato).
- Ritmo  constante.
- Frequência  lenta (relaxar) ou rápida (estimular).
- Forma de realização  falanges ou palmas das mãos (em forma de C); polegar em oposição.

COMPRESSÃO
- Aplicação da preensão e tração repetitivas atingindo músculos e pele.
- Deve ser realizada em associação com o deslizamento superficial.
- Pode ser trabalhado bilateralmente (simultaneamente).

FRICÇÃO
- Aplicação de movimentos profundos, mobilizando o tecido superficial sobre o subjacente.
- Muito utilizada na liberação de cicatrizes.
- Deve ser aplicada em associação com o deslizamento superficial.
- Efeitos  liberação de aderências musculares e cutâneas; ativação da circulação (inflamação
controlada).
- Contraindicações  processo agudo, exacerbação da dor e doenças dermatológicas.
- Direção das mãos  movimentos transversais, circulares ou longitudinais.
- Pressão  moderada a forte (gradual).
- Ritmo  constante.
- Frequência  lenta.
- Forma de realização  polpa digital.

4. PERCUSSÃO

- Golpeamentos sistemáticos em diversas partes do corpo abrangendo diferentes movimentos das


mãos.
- Tipos  tapotagem, punho-percussão, dígito-percussão, cutiladas.
- Efeitos  ativação da circulação; estimulação ou relaxamento muscular; alívio de dor; remoção
de secreção; estímulo da tosse.
- Contraindicações  osteoporose, hemoptise, neoplasias, áreas dolorosas, edema agudo
pulmonar, ICC, dispneia, PO imediato e fraturas de costelas.

PERCUSSÃO TORÁCICA
- Utilizada como técnica de remoção de secreção.
- Golpeamentos manuais  energia mecânica transmitida aos pulmões  mobilizações das
secreções pulmonares.
- Localização  segmento torácico correspondente ao local onde a secreção foi auscultada.
- Direção das mãos  ascendente ou descendente.
- Pressão  moderada a forte (gradual).
- Ritmo  constante.
- Frequência  rápido.
- Forma de realização  de acordo com o tipo de percussão, utilizando ambas as mãos
alternadamente.
- OBS  não percutir sobre proeminências ósseas; interpor uma camada de tecido na região a ser
percutida.

5. VIBRAÇÃO

- Manobra produzida pela tetanização dos músculos do braço e antebraço, transmitida pelos punhos
e mãos ao tórax do paciente, consistindo de movimentos rítmicos e rápidos.
- Efeitos  atua no tixotropismo do muco brônquico; desloca as secreções pulmonares,
conduzindo-as para as grandes vias aéreas.
- Localização  segmento torácico correspondente ao local da secreção.
- Direção das mãos  ascendentes ou descendentes.
- Pressão das mãos  moderada a forte.
- Ritmo  constante.
- Frequência  acompanhando a expiração.
- Forma de realização  palma das mãos ou falange distal.
- Contraindicações  osteoporose, hemoptise, neoplasia, áreas dolorosas, edema agudo
pulmonar, ICC, dispneia, PO imediato, fratura de costelas.

6. DRENAGEM POSTURAL

- De acordo com as posições de decúbito.


- Fowler ou sentada.
- Tredelemburg ou inclinada.
- Lado acometido virado para cima.

PONTOS GATILHOS E TÉCNICAS DE INIBIÇÃO MUSCULAR

PONTO GATILHO
- Local hiperirritável no músculo esquelético, associado a um nódulo hipersensível palpável e uma
faixa tensa.
- Localiza-se geralmente na região do ventre muscular.
- Repercussões  comprimento muscular (retração devido ao processo álgico), fraqueza muscular
(desuso), dor referida, resposta de sobressalto, fenômenos autônomos (náuseas, sudorese).

PONTO GATILHO – FISIOPATOLOGIA


- Hipótese do fuso muscular.
- Hipótese do processo neuropático.
- Hipótese do tecido cicatricial.
- Hipótese dos botões terminais e da crise de energia.

PONTO GATILHO – SINTOMATOLOGIA


- Dor, queimação ou hipersensibilidade no músculo envolvido.
- Dor referida (segue padrões)  trapézio, peitoral maior, ECOM.
- Distúrbios autônomos e propioceptivos.
- Edema e celulite.
- Distúrbios do sono.

PONTO GATILHO – ACHADOS CLÍNICOS


- Faixas tensas no músculo.
- Nódulos sensíveis e dolorosos.
- Reconhecimento da dor pelo paciente à compressão do nódulo.
- Resposta de espasmo local.
- Limitação de AM.
- Fraqueza muscular.
- Piora da sintomatologia com o alongamento.

PONTO GATILHO – CLASSIFICAÇÃO


 ATIVO:

- Produz dor mesmo sem compressão digital.


- Muito sensível à palpação.
- Reflete o padrão de dor referida para o músculo.
- Compromete a flexibilidade e a força muscular.
- Provoca reação de espasmo ao ser estimulado.
 LATENTE:

- Não causa dor espontânea (assintomática).


- Sensível à palpação.
- Produz padrão de dor referida somente durante sua compressão.
- Altera a flexibilidade e a força muscular.
- Pode provocar reação de espasmos ao ser estimulado.
 SATÉLITE

- Desenvolvem-se vários pontos gatilhos nas proximidades do primário.


- Resolve-se espontaneamente com a resolução do ponto gatilho primário.

PONTO GATILHO – FATORES PERPETUANTES


- Assimetrias de membros.
- Problemas posturais.
- Agressões repetitivas.
- Fatores nutricionais.
- Problemas psicológicos.
- Disfunções vicerais.
SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL
- Presença de pontos gatilhos em diversos músculos.
- O paciente queixa-se de diversos padrões de dores referidas se manifestam.
- Bons resultados com as técnicas de inibição de pontos gatilhos.
- Síndrome da dor miofascial (dor é localizada, não tem preferência por sexo e nem idade) x
Fibromialgia (dor difusa crônica, preferência por sexo feminino).

ABORDAGENS TERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DOS PONTOS-GATILHOS


- Técnica de Jones.
- Técnica de liberação posicional.
- Técnicas de energia muscular.
- Crioterapia (sprays).
- Injeções locais.

TERAPIA DE LIBERAÇÃO POSICIONAL


- Princípio  posicionar passivamente o músculo em uma posição de máxima aproximação entre
sua origem e inserção.
- OBS importantes  técnica passiva; deve ser realizada lentamente de forma a não provocar
nenhum tipo de contração do paciente; associar o posicionamento aos ciclos respiratórios.
- Efeitos  normalização da tensão muscular e fascial; redução da dor; e da hipomobilidade;
melhora da circulação e do edema.
- Procedimentos  1º tempo = paciente colocado em posição de maneira lenta e suave, sem força
e indolor; 2º tempo = solicitar três ciclos respiratórios, e a cada final da expiração respiratória de 3
a 5 segundos; 3º tempo = retorno lento e suave a posição inicial e sem contração muscular.

POMPAGES

TECIDO CONJUNTIVO
- Envolve em diversos níveis as fibras musculares.
- Nas extremidades dos músculos, o TC formará os tendões.
- O TC muscular (fáscia) é, portanto, o elemento mecânico de transmissão de força da contração
muscular.
- Constitui 70% do nosso corpo (ossos, cartilagens, aponeuroses).
- Células  blastos (osteoblastos, condroblastos, fibroblastos, etc)  secretam colágeno e elastina.
- O tensionamento do tecido é um fator excitante para a produção do colágeno:
*Tensão contínua e prolongada  moléculas se instalam em série  ocorre o alongamento do
tecido.
*Tensão curta e repetitiva  moléculas se instalam em paralelo  ocorre o espessamento do
tecido,
- Substância fundamental  feixes conjuntivos colagenosos; rede de elastina; liquido lacunar 
linfa intersticial  intensa atividade metabólica (nutrição celular e eliminação)  circulação lacunar.
- Densificação  redução dos espaços lacunares  comprometimento da circulação lacunar 
perturbação das funções de nutrição e eliminação.

FÁSCIA
- Membrana de TC que reveste uma estrutura com a função de proteção.
- São contínuas no nosso corpo, formando um esqueleto fibroso  globalidade.
- O mínimo tensionamento em uma região reflete sobre o todo.
- Apresentam fibras dispostas em planos sobrepostos que se cruzam.
 FÁSCIA SUPERFICIAL

- É mais superficial.
- Origina-se na região posterior da cabeça, revestindo todo o corpo a partir do pescoço.
- Não existe na face, onde os músculos se ligam diretamente à pele.
- É mais frouxa, principalmente em regiões que sofrem mais pressão.
- A linfa que circula por esta fáscia irá nutrir o epitélio da pele.
 APONEUROSE SUPERFICIAL

- É o verdadeiro invólucro do corpo.


- Tem poucas inserções fixas.
- Possui espessura variável, tendo a capacidade de desdobrar-se.
- Envolve profundamente o sistema muscular pelas suas expansões.

GLOBALIDADE
- Músculo + fáscia  conjunto funcional indissociável e não mais uma unidade funcional.
- Função fásica (dinâmica)  relacionada à mobilidade  voluntária.
- Função tônica (estática)  relacionada à estática  reflexa.

OBJETIVO DO TRABALHO FASCIAL


- Restabelecer suas funções.
- Restabelecer seu comprimento ideal (tensão fascial).
- Estimular a circulação de líquidos lacunares.
- Abrir interlinhas articulares.
- Facilitar a nutrição da cartilagem articular.
- Melhorar o metabolismo como um todo.
- Aliviar as condições álgicas.

POMPAGE
- Técnica de fácil aplicação que produz benefícios imediatos ao paciente.
- Exerce ação direta sobre o tecido conjuntivo.
- Consiste em um tensionamento de um segmento corporal.
- Pompage x Mobilização/tração articular e Alongamento.
- Efeitos  relaxamento, melhora na circulação, melhora a nutrição da cartilagem articular.
- Indicações  contraturas, estases líquidas, encurtamentos, retrações, dores articulares, dores
musculares.
- Realizada em 3 fases  tensionamento, manutenção e retorno.
- Tipos  muscular = 20 a 40s de manutenção
articular = 15 a 20s de manutenção
circulatória = acima de 30s; intensificando a fase de retorno.

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