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INTRODUÇÃO AS TÉCNICAS

TERAPÊUTICAS MANUAIS E POSTURAIS

HISTÓRIA, TERMINOLOGIAS E CONCEITOS BÁSICOS DAS


PRINCIPAIS TÉCNICAS DE TERAPIA MANUAL E
POSTURAL
Prof° Msc. Ronan Romeno Varela de Melo
TÉCNICAS TERAPÊUTICAS MANUAIS
ORIGEM, APLICAÇÕES E
INDICAÇÕES DA TERAPIA
MANUAL
A HISTÓRIA DA TERAPIA MANUAL

■ Origens na índia, China, Japão, Grécia e Roma


(2000 a 1500 a.c.)
– Texto médico chinês Nei Ching

■ Hipócrates no século V a.C


– Termo “anatripsis”, que significa "friccionar
pressionando o tecido”

■ Técnicas Atuais
DESENVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS
■ Das abordagens comumente aplicadas, as técnicas de Cyriax e a
osteopática foram criadas por médicos, enquanto as abordagens de
Maitland e de McKenzie foram desenvolvidas por fisioterapeutas.

FONTE: DUTTON, MARK. FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA


APLICAÇÃO CORRETA DAS TÉCNICAS
■ DURAÇÃO, TIPO E IRRITABILIDADE DOS
SINTOMAS
– Essas informações oferecem ao
fisioterapeuta algumas diretrizes para a
determinação da intensidade da
aplicação de uma técnica selecionada

■ O PACIENTE E A POSIÇÃO DO
FISIOTERAPEUTA
– O posicionamento correto do paciente é
essencial tanto para ajudá-lo a relaxar como para
garantir a utilização da mecânica mais segura
para o corpo.
– Diminuição da atividade muscular
– Redução da resistência durante a aplicação da
técnica.
APLICAÇÃO CORRETA DAS TÉCNICAS
■ POSIÇÃO DA ARTICULAÇÃO A SER TRATADA
– A posição da articulação a ser tratada deve ser
apropriada para o estágio da lesão e para a
habilidade do fisioterapeuta.

■ CONHECIMENTO DAS FORMAS RELATIVAS DAS


SUPERFÍCIES ARTICULARES
– Se a superfície da articulação for convexa em
relação à outra superfície, o deslizamento ocorrerá
na direção oposta ao movimento do osso angular.
– Se a superfície articular for côncava, o
deslizamento articular ocorrerá na mesma direção
do movimento do osso.
APLICAÇÃO CORRETA DAS TÉCNICAS
■ COLOCAÇÃO DAS MÃOS
– O contato com o paciente deve ser
maximizado. A mão deve amoldar-se à
área em tratamento, de maneira que as
forças sejam distribuídas sobre uma área
maior.
– Toques leves e seguros inspiram
confiança no paciente.
– O posicionamento preciso das mãos é
essencial para aumentar a eficácia da
estabilização e para a transmissão
precisa de força.
APLICAÇÃO CORRETA DAS TÉCNICAS
■ DIREÇÃO DA FORÇA
– DIRETA: em direção da barreira ou da restrição
de movimento,
– INDIRETA: afastando-se da barreira ou restrição
do movimento.

■ ESPECIFICIDADE
– Precisão do procedimento em relação a seus
objetivos. Sempre que possível, as forças
geradas por determinada técnica devem ocorrer
no ponto em que são necessárias.
APLICAÇÃO CORRETA DAS TÉCNICAS
■ QUANTIDADE DE FORÇA
– A quantidade de força usada depende do
objetivo do procedimento manual e de vários
outros fatores, que incluem os seguintes itens:
■ Idade, sexo e estado de saúde geral do
paciente;
■ Barreira aos movimentos e sensação de final do
movimento;
■ Tipo e gravidade do distúrbio do movimento.

■ REFORÇO DOS GANHOS


– Os ganhos de movimento devem ser reforçados
pelos benefícios mecânicos e neurofisiológicos
do movimento ativo.
INDICAÇÕES PARA TERAPIA MANUAL

 Dores musculoesqueléticas brandas.


 Condições musculoesqueléticas não irritáveis,
 Dor causada pelo movimento e que desaparece
muito rápido.
 Dor musculoesquelética intermitente.
 Dor relatada pelo paciente, aliviada pelo
repouso.
INDICAÇÕES PARA TERAPIA MANUAL

 Dor relatada pelo paciente em movimentos


ou posições.
 Dor alterada por mudanças relacionadas
com a postura sentada ou a de pé.
 Trigger points
 Retrações e encurtamentos musculares e
Rigidez corporal
CONTRAINDICAÇÕES PARA A TERAPIA MANUAL
 Infecção bacteriana.
ABSOLUTAS
 Malignidade.
 Infecção sistémica localizada.
 Suturas sobre o local de tratamento.
 Fratura recente.
 Estado febril.
 Condição circulatória aguda.
 Feridas abertas no local de tratamento.
 Osteomielite.
 Hipersensibilidade da pele.
 Dor grave e constante, incluindo a dor que
perturba o sono,
 Irradiação extensiva da dor.
 Irritação grave (dor provocada com facilidade
e que não desaparece em poucas horas).
CONTRAINDICAÇÕES PARA A TERAPIA
MANUAL
RELATIVAS
 Efusão ou inflamação articular.
 Artrite reumatoide .
 Presença de sinais neurológicos.
 Osteoporose.
 Hipermobilidade.
 Gravide
 Tonturas.
 Terapia com esteroides ou com anticoagulantes.
BANDEIRAS VERMELHAS
INTERVALO.....
BASES FISIOLÓGICAS
DA TERAPIA MANUAL
MECANISMOS PROPRIOCEPTIVOS
■ A PROPRIOCEPÇÃO
– é considerada uma variação especializada da modalidade sensorial do toque, que
desempenha importante papel na coordenação da atividade muscular e envolve a
integração de entradas sensoriais relacionadas à posição estática das articulações
(sensibilidade da posição articular), ao movimento das articulações (sensibilidade
cinestésica), velocidade dos movimentos e força da contração muscular da pele, dos
músculos e das articulações.
MECANOCEPTORES
■ Tipo 1 PEQUENAS TERMINAÇÕES DE RUFFINI
– assinalar a real posição ou mudanças na
posição das articulações.
– localizados na cápsula articular e nos
ligamentos.
– regulação reflexa do tônus postural, para a
coordenação da atividade muscular e para
indicar a consciência perceptiva da posição
articular.
■ Tipo 2 CORPÚSCULOS DE PACINI
– perceber o movimento das articulações.
– Localizados no tecido adiposo, nos ligamentos
cruzados, nos anéis fibrosos, nos ligamentos e
nas cápsulas fibrosas.
– Controle da atividade da unidade motora dos
motores primários das articulações.
– disparam durante mobilização articula ativa ou
passiva ou com a aplicação de tração.
MECANOCEPTORES ■ Tipo 3 GRANDES TERMINAÇÕES DE RUFFINI
– detectar grandes quantidades de tensão.
– ativos apenas nos extremos de movimento
ou quando técnicas manuais vigorosas são
aplicadas na articulação.

■ Tipo 4 NOCICEPTORES
– uma rede de fibras nervosas não
mielinizadas.
– inativos em condições normais, tornando-
se ativos com deformações mecânicas
acentuadas ou sob tensão.
– ativos em resposta a irritações químicas ou
mecânicas diretas.
FUSO MUSCULAR
■ Função de comparar o seu comprimento com o do
músculo que o circunda.
■ Dentro de cada fuso muscular existem 2 a 12 fibras
musculares esqueléticas, longas, finas e
especializadas, chamadas fibras intrafusais.
■ Um rápido alongamento aplicado ao músculo produz,
de maneira reflexa, a rápida contração das fibras
musculares agonistas e sinergistas (extrafusais).
■ Isso produz uma leve contração e relaxamento do
músculo e elimina qualquer espasmo durante o
movimento.
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI (OTG)

■ função de proteger as inserções musculares da tensão


ou da avulsão, usando uma sinapse inibitória pós-
sináptica do músculo no qual ele está localizado.
■ previne a contração ou alongamento excessivos dos
músculos
A FÁSCIA
■ Schleip et al. caracterizam a fáscia como “tecidos colagenoso
fibrosos que fazem parte de um sistema de transmissão de
força tensional amplo do corpo”.

■ CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS
– A fáscia é conectada a todos os outros tecidos do corpo,
microscópica e macroscopicamente;
– A fáscia é bastante inervada – participando na
propriocepção e na sensação de dor ;
– A fáscia é funcional, não passiva. Ela é dinâmica e ativa –
participando no movimento e na estabilidade;
A FÁSCIA

■ PROPRIEDADES DA FÁSCIA
– ELASTICIDADE: são capazes de retornarem a seu formato e tamanho originais quando
uma carga é removida.
– TIXOTROPIA: A quantidade de resistência da fáscia aumenta proporcionalmente à
velocidade de aplicação de força.
– PLASTICIDADE: Uma mudança permanente do tecido fascial submetido a uma carga
repetida de maneira excessiva ou frequente.
A FÁSCIA
■ TIPOS DE FÁSCIA
– Fáscia superficial: Uma camada superficial
de tecido conectivo frouxo e gordura
circunda o tronco e as extremidades.
Permite deslizamento entre eles mesmos e a
fáscia mais densa e mais profunda que
envolve e reveste o músculo.

– Fáscia Profunda: estende-se profundamente


no corpo, circundando os músculos
principais, tendões, ligamentos e
aponeuroses do tronco, estendendo-se para
os membros e fornecendo proteção e
lubrificação. A transferência de força
durante a contração muscular é uma
característica importante da fáscia profunda.
A FÁSCIA

■ Fáscia meníngea: Ela está encaixada dentro da


fáscia axial, circundando e protegendo as
estruturas do sistema nervoso.
■ Fáscia visceral e mediastina:
– fáscia visceral envolve efetivamente todos
os órgãos principais, cobre os revestimentos
pleurais e peritoneais e forma as bainhas
neurovasculares.
– fáscia mediastinal, forma a cavidade
compartimental central do tórax, alojando
órgãos principais, bem como estruturas
neurais e vasculares.
PONTOS DE GATILHO MIOFASCIAIS

■ “Um ponto extremamente irritável no


músculo esquelético que está associado
com um nódulo palpável hipersensível em
uma banda tensa” (Simons et al 1998);
■ Geralmente os pontos-gatilho se
desenvolvem como um resultado do uso
excessivo do músculo local e são
frequentemente associados com outras
disfunções (Dommerholt et al 2012);
A DOR

■ A dor é sentida por todos os indivíduos em


qualquer parte do corpo.
■ Ela não é mais considerada apenas uma sensação
e o sintoma de várias doenças, mas uma
experiência emocional altamente individualizada,
cuja avaliação é bastante difícil.
A DOR

■ O sistema nociceptivo é um sistema inerte que requer


estimulação forte, intensa e potencialmente prejudicial
antes de tornar-se ativado.
– 1. Deformação mecânica como resultado da
aplicação de forças mecânicas suficientes para
estressar, deformar ou danificar uma estrutura.
– 2. Calor ou frio excessivo.
– 3. A presença de irritantes químicos em
quantidades ou concentrações suficientes.
A DOR

■ FATORES EMOCIONAIS
– como expectativa, ansiedade e medo,
podem influenciar a percepção da dor.
– Quanto maior a tensão no indivíduo,
mais forte é sua percepção da dor;
inversamente, quanto mais relaxado o
sujeito, menos intensa a dor parece
ser.
CICLO DA DOR

■ uma contração muscular


prolongada que leva a uma dor
profunda dentro do próprio
músculo.
■ A dor, por sua vez, resulta em
uma contração reflexa do mesmo
músculo ou de músculos.
CONTROLE DA DOR PELA TERAPIA MANUAL

■ Teoria do controle do portal da dor.


■ Controle do Fuso-Muscular.
■ Estímulo à produção de endorfinas, serotonina e acetilcolina no sistema nervoso central, que
acentuam a analgesia
TERAPIA MANUAL
■ BENEFÍCIOS
– Mobilização do tec. Muscular e outros tecidos
profundos
– Liberação de aderências
– mobilidade das fibras musculares
– Equilíbrio da função muscular
agonista/antagonista
– Melhora do movimento entre os segmentos
corporais
– Relaxamento muscular
– alívio da dor
– Alívio de congestões capilares, melhora do
fluxo (sangue e linfa);
INTERVALO.....
PRINCIPAIS TÉCNICAS
MANUAIS
TÉCNICAS MANUAIS
■ Técnicas de massagem
– Deslizamentos, amassamentos, rolamentos e
fricção

– Estimulação das terminações nervosas


sensitivas
– Alívio de congestões capilares, melhora do
fluxo
– Mobilização do tec. Muscular e outros
tecidos profundos
TÉCNICAS MANUAIS
■ Massagem friccional transversa de Cyriax
– aplicação de massagens repetidas
transversalmente às fibras no músculo, nos
tendões, nas bainhas dos tendões e nos
ligamentos.
– aumentar a mobilidade e a extensibilidade de
tecidos musculoesqueléticos específicos, como
músculos, tendões e ligamentos e na
prevenção e no tratamento dos tecidos
inflamatórios cicatriciais.
– é indicada para lesões agudas ou subagudas
em ligamentos, tendões ou músculos;
inflamações crônicas nas bolsas; e aderências
em ligamentos, músculos ou entre tecidos
TÉCNICAS MANUAIS

■ Liberação e relaxamento miofascial


– deslizamento lento que aplica uma força tensional
moderada e sustentada à fáscia superficial ou à
fáscia profunda e ao músculo associado.

– Restauração da mobilidade entre as fáscias;


– Alongamento viscoelástico e deformação da fáscia;
– Alinhamento estrutural normalizado;
– Equilíbrio muscular agonista/antagonista;
– Melhor movimento entre os segmentos corporais
TÉCNICAS MANUAIS
■ Pompages
– Alongamento e tração da articulação de modo lento,
suave e progressivo;

– Mobilizações fasciais
■ Ação circulatória - o terapeuta retém a fáscia durante
alguns segundos (o tempo de sentir sua mão sendo
tracionada para o ponto inicial pela elasticidade);
■ Ação na musculatura e articulações - entre 20-30s
■ Ação circulatória e muscular - tempo de retorno deve
ser o mais lento (rompimento de barreiras);
■ Ação na articulaçõe tempo acessório.
TÉCNICAS MANUAIS
■ Trações
– produzir uma separação dos componentes articulares,
promovendo um aumento do espaço articular.

■ Alivia o espasmo muscular


■ Reduz o intumescimento
■ Melhora a circulação
■ Evita a formação de aderências
TÉCNICAS MANUAIS
■ Técnicas de músculo-energia
– utiliza as contrações musculares do
paciente para relaxar e alongar os músculos
e normalizar o movimento articular.

■ Inibição recíproca
■ Melhorar a amplitude de movimento
■ Relaxamento muscular
TÉCNICAS MANUAIS

■ Compressão isquêmica de Jones


– Eliminar a hiperirritabilidade, pela interrupção
mecânica das terminações nervosas sensitivas
que medeiam a atividade do ponto atividade do
ponto-gatilho (trigger points)

– Pressão pressão continua continua com os


dedos por um período entre 20 – 60s.
– Levar a posição de não dor (encurtamento)
TÉCNICAS MANUAIS
■ Mobilizações articulares
– Melhora a amplitude de movimento causada por
disfunções articulares, agindo principalmente
nas alterações geradas sobre mecânica articular.
TÉCNICAS MANUAIS
■ Mobilização neural
– movimentos oscilatórios e/ou brevemente
mantidos
– restaurar o movimento e a elasticidade do
sistema nervoso

■ Diminuição da dor
■ Diminuição da parestesia
■ Aumento do fluxo axoplasmático
■ Liberação de aderências
Obrigado pela
atenção!

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