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Marx constatou que existe uma mercadoria especial no capitalismo, diferente de todas as

outras, que tem o atributo de produzir um valor maior do que aquele necessário para
comprá-la. Tal mercadoria é justamente a força de trabalho. Q​uando um capitalista
compra a força de trabalho de 8 horas de um operário que produz o equivalente a 160 reais
num dia, ele não tem qualquer necessidade de pagar estes 160 reais para seu empregado. Na
verdade, ele ​só paga um valor correspondente ao mínimo necessário para a subsistência
do operário e sua família, ​que no nosso exemplo, supomos serem 80 reais [1]. Ou seja, é
como se das oito horas de trabalho, em apenas 4 horas o operário trabalha para si mesmo, e
nas 4 horas restantes ele “entrega” gratuitamente 4 horas de trabalho ao capitalista. ​Este
trabalho “gratuito”​, que Marx chamava de roubo, é justamente a mais-valia.

mais-valia absoluta​, ou seja, ​aumentando a jornada de trabalh​o. Se no nosso exemplo, o


operário trabalha 10 horas em vez de 8, ele deverá produzir 200 reais. Se seu salário continuar
equivalente a 4 horas de trabalho (80 reais), a mais-valia vai aumentar para 6 horas (120
reais).

a mais-valia relativa é produzida ​quando o aumento de produtividade barateia os


produtos que fazem parte da cesta de consumo do operário. ​Se, por exemplo, com o
barateamento do custo de vida do operário, uma jornada de 3 horas for suficiente para
produzir o seu salário, sobrarão 5 horas de mais- valia ao capitalista, ou seja, uma hora a mais
que no nosso exemplo anterior.

A expropriação da terra que antes pertencia ao produtor rural, ao camponês, constitui a base
de todo o processo.

as noções de “desenvolvimento desigual” e do “desenvolvimento geográfico desigual”


desenvolvidas por Neil Smith e David Harvey, respectivamente. As duas noções apontam
para um processo de acumulação capitalista espacialmente desigual entre os territórios, que só
é realizada a partir da dominação do imperialismo como forma de subjugar nações inteiras aos
interesses econômicos dominantes. Para Smith o pressuposto do desenvolvimento desigual é a
produção da natureza pelo capital, subjetiva e objetivamente, sendo a diferenciação e a
igualização em termos da tecnologia mobilizada para apropriar-se da natureza (degradando a
paisagem) responsável pela criação do espaço no capitalismo do século XX. Harvey, no
esforço de construir uma teoria unificada do desenvolvimento geográfico desigual, como
nomeia, considera de igual modo a natureza, mas a incorporando como uma das abordagens
da sua teoria que considera ainda o historicismo, o construtivismo, o ambientalismo e a
geopolítica da realidade. Se do ponto de vista da abordagem metodológica tendem a
transcender a Geografia, em direção a um marxismo heterodoxo, no que diz respeito à
discussão das escalas do desenvolvimento apresentam uma discussão proveitosa sobre
conceitos-chave da Ciência Geográfica.

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