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União Hipostática
União Hipostática
DEFINIÇÃO DE TERMOS
Teantropia
União Hipostática
Significa dizer, a perfeição na união das duas naturezas em uma só pessoa. A segunda pessoa
da Trindade, o Cristo pré-encarnado tomou Ele mesmo a natureza humana ficando eterna e
verdadeiramente a divindade e a humanidade unidas em uma só pessoa.
Essas duas naturezas de Cristo são inseparavelmente unidas sem confundir ou requerer
identidades separadas, tornando-se eternamente o Deus-homem. Completamente Deus e
completamente homem. Duas naturezas distintas em uma só pessoa para sempre.
O termo hipostasia deriva de hipostasis que significa “o modo de ser pelo qual qualquer
existência substancial recebe uma individualidade independente e distinta”. A expressão
hipostasia é puramente teológica e se aplica apenas a Cristo em quem existe a união de duas
naturezas. A história não registra nenhum outro exemplo de qualquer ser igual a Cristo. Ele é a
incomparável pessoa teantrópica. Essa pessoa única com duas naturezas, sendo a revelação
de Deus aos homens é a manifestação da humanidade ideal e perfeita.
FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA
As Controvérsias Históricas
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Os Ebionitas
Os erros que perturbavam a paz da igreja primitiva sobre esta e outras questões surgiram ou
do judaísmo ou das filosofias pagãs. Os judeus que se professavam cristãos não puderam, em
muitos casos, como aprendemos no próprio Novo Testamento, emancipar-se de suas próprias
opiniões e preconceitos anteriores. Por uma má interpretação de suas Escrituras, foram
levados a esperar um Messias que seria cabeça de sua nação no mesmo sentido que o foram
Davi e Salomão. Por isto rejeitaram a Cristo, que veio como varão de dores, não tendo onde
reclinar a cabeça. Alguns, mesmo sob a evidência de suas doutrinas e milagres que
apontavam para o Messias prometido, perseveraram em considerá-lo um mero homem.
Esse foi o caso da seita conhecida como os ebionitas. O significado desse nome é duvidoso.
Embora corporativa e caracteristicamente mantivessem esse conceito da pessoa de Cristo
como homem comum, faz-se evidente, não obstante, à luz dos registros fragmentários dos
antigos escritores, que divergiam grandemente entre si e estavam divididos em diferentes
classes. Alguns haviam misturado as suas opiniões judaicas, mais ou menos, aos elementos
da filosofia gnóstica. Isso se devia ao fato de que muitos dos mestres do gnosticismo eram
judeus. Por isso, é que os pais da igreja fazem referência aos ebionitas judeus e aos ebionitas
gnósticos. O que os levara a perderem suas características corporativas (HODGE, 2001, p.
779-780).
Os Gnósticos
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sem estar sujeito a contaminação e a servidão das quais viera liberar os homens. Para resolver
tal dificuldade, eles adotaram várias teorias:
Alguns afirmavam que Cristo não tinha um corpo real ou que carecia de alma humana, mera
aparência sem substância ou realidade. Por isso foram chamados “docetistas”, significando o
verbo grego “doquéu” (δοκεω= aparentar, parecer ser).
Segundo essa classe de gnósticos, toda a vida terrena de Cristo foi uma ilusão. Ele nem
nasceu, nem sofreu, nem morreu. Outros admitiam que ele tinha um corpo real, mas negavam
que fosse material. Ensinavam que tal corpo, fora formado de alguma substância etérea ou
celestial, e trazido por Deus ao mundo. Embora nascido da virgem Maria, não era da
substância dela, mas simplesmente veio dela, como um molde, e assim sua substância etérea
foi conformada. Foi em oposição a essa heresia gnóstica que os antigos credos enfatizavam a
declaração de que, quanto à sua natureza humana, Cristo é consubstancial conosco.
Outros como os ceríntios, afirmavam que Jesus e Cristo eram distintos. Jesus era um homem
ordinário filho de José e de Maria. Cristo era um espírito ou poder que desceu sobre Jesus no
momento de seu batismo, tornando-se seu guia e guardião, e capacitando-o a realizar
milagres. No momento de sua paixão, o Cristo se foi, voltando ao céu, deixando o homem
Jesus para que sofresse sozinho. Nada é tão claramente exposto nas Escrituras que o fato de
Cristo ser verdadeiramente homem; e nada é mais essencial ao ser de Cristo como Salvador
dos homens do que haver sido verdadeiramente homem, por essa razão todas estas teorias
gnósticas foram rejeitadas como heréticas (HODGE, 2001, p. 780-781).
Os Arianos
Os Apolinários
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Uma vez que a doutrina gnóstica que negava a natureza humana de Cristo foi rejeitada, a
próxima tentativa foi dirigida não contra a negação dessa natureza mas contra sua integridade.
Muitos dos antigos pais, especialmente os da escola de Alexandria, haviam apresentado
conceitos deste elemento da integridade da pessoa de Cristo, o qual o removia mais ou menos
da classe dos homens ordinários. Não obstante, afirmavam que ele era verdadeiramente
homem. Os apolinarianos, assim chamados por causa de Apolinário, eminente bispo de
Laudicéia, adotando a distinção platônica entre “soma” (σωμα =corpo”psique”ψυχη=
almae “pneuma”πνευμα= espíritocomo três sujeitos ou princípios distintos na
constituição do homem, admitiam que Cristo possuía um corpo genuíno “soma” (σωμα =
corpoe uma alma animal “psique” (ψυχη= almamas não um espírito racional ou mente
“pneuma” (πνευμα = espírito). Nele o Filho eterno, ou Logos, supriu o lugar da inteligência
humana. Os apolinarianos foram levados a adoção dessa teoria em parte pela dificuldade de
conceber como duas naturezas completas poderiam unir-se a uma vida consciente. Se é Deus,
ou o Logos divino, deve ter uma inteligência infinita e uma vontade soberana. Se é um homem
perfeito, então deve ter uma inteligência finita e uma vontade humana. Como, pois, é possível
que seja ele uma só pessoa? Isto seria incompreensível. Apolinário admitia que a “psique”
(ψυχη = alma) e “pneuma” (πνευμα =espírito) nos homens ordinários, ainda que dois
princípios distintos, estejam unidos em uma vida consciente. A “psique” (ψυχη= alma) tem sua
própria vida e inteligência, e assim tem o “pneuma” (πνευμα= espírito) e não obstante as
duas coisas são uma só.
Mas uma segunda e mais forte indução da teoria apolinariana foi a doutrina que então era
sustentada, por muitos, pelo menos pelos pais platonistas, de que a razão do homem é parte
do Logos divino ou razão universal. De modo que, a diferença entre o homem e Deus, no que
diz respeito à inteligência do homem, é meramente quantitativa.
Se esse é o caso, então é difícil conceber como poderia haver em Cristo ao mesmo tempo uma
parte do Logos e o todo do Logos. A parte teria, a predominância do todo, ou compreendida no
todo. A despeito da força desse argumento dirigido contra alguns de seus oponentes, era tão
poderosa a convicção da igreja de que Cristo era um homem perfeito, possuindo em si todos
os elementos de nossa natureza, que a doutrina apolinariana foi condenada no concílio geral
de Constantinopla, reunido em 381 d.C., e logo desapareceu (HODGE, 2001, p. 781).
Os Nestorianos
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Os Eutiquianos
Os Eutiquianos eram os seguidores de Êutico, um ciriliano tão zeloso que levou a deificação da
humanidade de Cristo ao ponto de hesitar em admitir que seu corpo era da mesma natureza
que o nosso. Os Eutiquianos foram levados ao extremo oposto dos Nestorianos. Afirmavam
que não havia duas, mas apenas uma natureza em Cristo. Tudo acerca de Cristo era divino,
mesmo Seu corpo.
O divino e o humano em Cristo estavam unidos em um só, que constituíam um (tertium quid),
ou terceira natureza. Os Eutiquianos eram freqüentemente chamados de monofisistas, porque
virtualmente reduziram as duas naturezas de Cristo a uma só. O Eutiquianismo foi condenado
pelo Concílio de Calcedônia, em 451 d.C. Desde então, a controvérsia monofisista sofreu uma
reformulação. Alguns seguidores desse pensamento agora passaram a ensinar que Cristo só
tinha uma vontade. Em 681 d.C., o Concílio de Constantinopla, o sexto Concilio Ecumênico,
condenou a doutrina Monofisista, declarando que em Cristo há duas naturezas distintas, uma
humana e uma divina, e que portanto existem necessariamente duas inteligências e duas
vontades, sendo a vontade humana submissa a vontade divina (THIESSEN, 1989, p. 203).
O pensamento Ortodoxo
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A Definição de Calcedônia
“Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar
um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito
quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma
racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós,
segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a
divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade,
por nós e para nossa salvação, nascido da virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo,
Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis,
indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes
é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa em
uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho,
o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio
acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o credo dos santos pais
nos transmitiu” (GRUDEN, 1994, p. 459-460).
Louis Berkhof
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O Dr. Louis Berkhof nos fala acerca de seu pensamento quanto as naturezas de Cristo unidas
em sua única pessoa.
O termo natureza denota a soma total de todas as qualidades de uma coisa, naquilo que faz
uma coisa ser o que é.
O termo pessoa denota uma substância completa, dotada de razão e, conseqüentemente, um
sujeito responsável por suas ações.
Uma pessoa é uma natureza acrescida de algo, a saber, uma subsistência ou individualidade
independente. Assim sendo, o Logos assumiu uma natureza humana não personalizada, que
não existia por si mesma.
A. Há somente uma pessoa no mediador, o Logos imutável, o Logos fornece a base da
personalidade de Cristo. Contudo, não seria correto dizer que a pessoa do Mediador é somente
divina. A encarnação fez dele uma pessoa complexa, constituída de duas naturezas. Ele é o
Deus-homem.
B. A natureza humana como tal não constitui uma pessoa humana. O Logos não adotou uma
pessoa humana, mas simplesmente assumiu uma natureza humana.
D. A pessoa divina, que possuía uma natureza divina desde a eternidade, assumiu uma
natureza humana, e agora tem ambas. Essa verdade deve ser afirmada contrariamente
àqueles que, embora admitindo que a pessoa divina assumiu uma natureza humana,
comprometem a integridade das duas naturezas concebendo-as como fundidas ou misturadas,
resultando em uma terceira realidade, uma espécie de natureza divino-humana.
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A Unipersonalidade de Cristo
A doutrina das duas naturezas numa só pessoa transcende a razão humana. É expressão de
uma realidade supersensível e de um mistério incompreensível, que não tem analogia na vida
do homem, não acha suporte na razão humana e, portanto, só pode ser aceita pela fé na
autoridade da Palavra de Deus. Por essa razão, há necessidade de atentar para os ensinos da
Escritura sobre esse ponto.
A. Na Escritura não há evidência de uma personalidade dupla. Não há distinção entre uma
pessoa e outra na vida interna do Logos, como a que vemos em ralação ao trino Ser divino,
onde uma pessoa se dirige a outra como em “Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me
disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gere” (Sl 2:7); e também em “Tendo Jesus falado estas
coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que
o Filho te glorifique a ti” (Jo 17:1). Além disso, Jesus nunca fez uso do plural ao referir-se a Si
próprio como Deus fez em “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam
pela terra” (Gn 1:26). E em “Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como
um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da
árvore da vida, e coma, e viva eternamente” (Gn 3:22).
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divino como em “sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque,
se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1ªCo 2:8) e também
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no
qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1:13-14). Por outro lado, atributos e ações
divinos são proferidos como pertencente à pessoa, enquanto Ele é tratado com um titulo
humano como em “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o
Filho do Homem que está no céu” (Jo 3:13) e em “deles são os patriarcas, e também deles
descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.
Amém!” (Rm 9:5).
A união das duas naturezas em uma só pessoa é um mistério que não podemos compreender
e que, por esta mesma razão, é freqüentemente negada. Às vezes é comparada com a união
do corpo e da alma do homem; e até há um vislumbre de pontos de similaridade. No homem há
duas substâncias, a material e a espiritual, intimamente unidas e, contudo, não misturadas;
assim também o Mediador.
Tudo que acontece no material ou no espiritual do homem é atribuído à pessoa; assim tudo o
que se dá nas duas naturezas de Cristo é atribuído à sua pessoa.
Naturalmente, a comparação é defeituosa. Ela não ilustra a união do divino e o humano, do
infinito e o finito. Tampouco ilustra a unidade das duas naturezas em uma só pessoa. No caso
do homem, o corpo é material e a alma é espiritual. É uma união maravilhosa mas não tão
maravilhosa como a união das duas naturezas em Cristo o Logos eterno (BERKHOF, 2002, p.
295-298).
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Há certas declarações negativas que devem ser feitas aqui. A união entre as duas naturezas
não é comparável ao relacionamento do casamento, pois as duas partes naquela união
permanecem duas pessoas distintas no final das contas. Tampouco são as naturezas unidas
pelo tipo de laço que une os crentes a Cristo. A natureza divina também não habitou em Cristo
da mesma maneira que EIe habita no crente, pois nesse caso seria um homem cheio de Deus,
mas não o Próprio Deus. Conforme visto anteriormente, os Nestorianos tinham uma idéia muito
parecida com essa, mas este conceito de personalidade dupla em Cristo não é bíblico.
Tampouco ocupou o Logos o lugar do espírito humano em Cristo, como afirmavam os
apolinários, pois nesse caso Cristo teria se unido a uma humanidade imperfeita. Nem
tampouco se combinaram as duas naturezas para formar uma terceira, que realmente significa
que a divina absorveu a humana, conforme afirmavam os Eutiquianos, pois nesse caso Cristo
não seria um homem verdadeiro. Também Cristo não assumiu a natureza divina gradualmente,
como alguns outros citados por THIESSEN têm afirmado, pois nesse caso a realidade de Sua
Divindade dependeria de sua apropriação consciente pela humanidade de Cristo, e não seria
um fato per se. Essas já foram as opiniões sustentadas por alguma seita no passado; mas a
Igreja, de modo geral, as condenou definitivamente como sendo insustentáveis, porquanto não
Bíblicas.
Há também algumas declarações positivas que podem ser feitas para explicar esta união.
Como as teorias que acabamos de mencionar não admitem realmente uma verdadeira união
das duas naturezas, é, antes de mais nada, necessário mostrar que as duas naturezas são
ligadas uma à outra inseparavelmente, de modo a constituírem uma única pessoa com duas
vontades. Como prova deste fato THIESSEN mostra que Cristo uniformemente fala de Si
próprio como sendo uma única pessoa.
Não há intercâmbio de "Eu" e "Tu" entre as naturezas humana e divina como vemos em “E a
vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (Jo 17: 23). Os atributos e poderes de ambas naturezas são atribuídos ao único
Cristo, e da mesma maneira, as obras e dignidades do único Cristo são atribuídas a qualquer
uma das duas naturezas, de uma maneira inexplicável, exceto pelo princípio de que essas
duas naturezas são orgânica e indissoluvelmente unidas. As constantes demonstrações
Bíblicas do valor infinito da expiação de Cristo e da união da raça humana com Deus que foi
obtida por Ele, são compreensíveis apenas quando Cristo é considerado, não como um homem
de Deus, mas como “Deus-homem”, em quem as duas naturezas estão tão unidas que o que
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cada uma faz tem o valor das duas, a consciência cristã universal reconhece em Cristo uma
personalidade única e indivisível, e expressa este reconhecimento em seu culto de cântico e
oração. (THIESSEN, 1989, p. 216-217).
Se, então, as duas naturezas de Cristo estão indissoluvelmente unidas em uma única Pessoa,
qual é, em segundo lugar, a natureza exata desta união? A resposta já foi, em grande parte,
antecipada no parágrafo anterior. Pode ser reiterada aqui como uma interpretação da natureza
dessa união, como foi ali enunciada como a prova dela. Nenhuma análise psicológica exata da
personalidade singular de Cristo é possível; podemos apenas dizer coisas que estão
claramente evidenciadas nas Escrituras ou que possam ser deduzidas a partir delas como
segurança.
Não é Teantrópica
A pessoa de Cristo é teantrópica mas não a Sua natureza. Isto é, podemos falar do
Deus-homem quando desejamos nos referir à pessoa; mas não podemos falar da natureza
humano-divina, e sim falar da natureza divina e da humana de Cristo. Isto é evidente pelo fato
de que Cristo tinha uma inteligência e vontade infinitas, e uma inteligência e vontade finitas;
que Ele tinha uma consciência divina e uma consciência humana. Sua inteligência divina era
infinita; Sua inteligência humana se desenvolvia. Sua vontade divina era onipotente; Sua
vontade humana somente tinha o poder da humanidade não decaída. Em Sua vontade divina,
Ele disse: “Eu e o Pai somos um”; em Sua vontade humana, disse: “Tenho sede”. Mas deve-se
destacar o fato de que Ele ainda é o Deus-homem na Glória.
É Pessoal
A união das duas naturezas em Cristo é chamada de hipostática, isto é, pessoal. As duas
naturezas, ou substancias, constituem uma união pessoal (hipostasis).
Foi uma pessoa divina, e não simplesmente uma natureza divina, que assumiu a humanidade,
ou se encarnou.
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Conclusão
Com base nesse ensaio teológico advogo que na pessoa única de Jesus repousa toda a
essência de Deus. Deus esse que buscou o homem quando assumiu em si a natureza
humana, podendo assim, padecer nossos sofrimentos, mas sem pecado, tornou-se nosso
substituto no pagamento da pena que nos era imposta por nossa transgressão; visto que de
outra maneira nosso sacrifício jamais teria o empirismo humano e o valor divino.
A Jesus Cristo, toda honra, glória, louvor, domínio e majestade para todo sempre.
Pr. Celso Adriano da Silva, é pastor da Igreja Batista da Esperança e professor do Seminário
Teológico Batista Potiguar.
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