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O Ensino de Ciências No Ensino Fundamental o PCN de Ciências PDF
O Ensino de Ciências No Ensino Fundamental o PCN de Ciências PDF
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LEITE, Anna Carolina Silva
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ARCHILHA, Rebeca Lopes
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Orientação: CARNEIRO, Ana Luzia Magalhães
Centro Universitário São Camilo
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
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para um ambiente de estudo. As experiências relatadas foram vivenciadas, pela
autora, durante este trabalho. Após o relato as duas autoras compararam a proposta
do professor com a do PCN. Neste relato denominaremos a escola de “Construção”
e o profissional como “professor Joaquim”. A escola observada é localizada em um
bairro nobre da região sul de São Paulo, portanto os alunos que frequentam esta
possuem um nível sociocultural elevado e a mensalidade paga pelas famílias é de
alto valor. Os pais destes alunos são bem formados culturalmente e intelectualmente
e, dessa maneira, cobram da direção e do corpo docente apoio e acompanhamento
qualificado para seus filhos. Sendo esta uma instituição com boa infraestrutura, nas
quais as informações são difundidas, e com adequada formação da equipe os
docentes quase não sofrem barreiras para a realização de sua prática.
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reportagens em mãos, os alunos as apresentaram de forma breve. A cada
apresentação o professor perguntava aos alunos qual problema ambiental estava
sendo retratado. Assim, mediados pelo professor, produziram uma lista com as
questões ambientais vivenciadas pela sociedade moderna. Entre os problemas
levantados estavam: desmatamento, poluição, crescimento acelerado da população,
excesso de lixo, hábitos consumistas, extinção de espécies entre outros.
Como proposto pelo PCN os problemas devem ser acompanhados de hipóteses,
portanto para a aula seguinte “professor Joaquim” convidou os alunos a elaborarem
suas hipóteses para solucionar tal problemática. Na aula seguinte, a problemática e
suas hipóteses foram discutidas. A maioria dos alunos trouxe a ideia da reciclagem e
da reutilização. “Professor Joaquim” mostrou que estas soluções e outras também
usadas para evitar poluição não são suficientes para uma problemática grave como
a que vivenciamos na cidade grande. Os alunos perceberam que para resolver é
preciso olhar para todo o ambiente pensando em como manter o equilíbrio da
natureza. Assim, foram convocados para junto com o professor construírem novos
conhecimentos científicos que responderam as problemáticas estudadas. Como era
início do semestre, o professor, com estas atividades demonstrou quais eram os
objetivos de sua disciplina para aquele ano: conhecer o mundo em que vivemos,
compreender seu modo de funcionar e ser capaz de agir para modificar as
condições ruins que a sociedade moderna tem vivenciado. Por fim, estabelecer um
novo modelo de relação entre os seres humanos e a natureza.
Além de seguir as propostas do PCN a temática trabalhada também está de
acordo com os conteúdos e objetivos daquele para o ensino de ciências: o aluno
deve compreender o mundo, consciente de seu papel, como indivíduo participativo e
parte integrante do universo. Ao entender como a vida na cidade grande influencia o
equilíbrio ambiental o aluno será capaz de construir novos hábitos, transformando a
realidade.
Faz-se necessário, porém, que a maneira com que se abordam as teorias
científicas seja alcançável à realidade do aluno que está em formação. Sendo assim,
as metodologias criadas para a busca de informações são fundamentais para a
aprendizagem ser significativa. Os modos de obter as informações são diversos
dentre eles destacam-se a observação, a experimentação, a leitura, a entrevista e a
excursão ou estudo do meio. Ao buscar informações e confrontar ideias diferentes o
aluno constrói o conhecimento científico (Brasil, 1997).
A experimentação é uma atividade rica para a obtenção de informações
científicas, pois por meio desta há a realização de um fenômeno natural. O aluno
tem a possibilidade de acompanhar e investigar tal fenômeno e suas transformações
(Brasil, 1997). Sendo assim o experimento torna-se significativo e permite que o
aluno construa seu conhecimento (conceitos científicos) para confirmar ou refutar
suas hipóteses.
“Professor Joaquim” iniciou a investigação usando um de seus alunos para
realizar um experimento. Utilizando-se do princípio da ação e reação e das
necessidades básicas do ser humano para sobrevivência, mostrou fenômenos que
ocorrem no desenvolvimento de uma criança para garantir sua vida (por exemplo:
respiração) o que a diferenciam de um ser não vivo. “Joaquim” chamou um aluno
para ficar a frente da turma, com cuidado, puxou os braços, pisou no pé e bateu nas
costas do aluno. O aluno disse que sentiu dores e teve vontade de fazer o mesmo
com o professor. Assim, a primeira hipótese estava formada os seres vivos têm
sentimentos e reagem aos estímulos. O mesmo foi feito com uma mochila e
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percebeu-se que a mochila nada sentiu. Os alunos conseguiram construir com isso o
primeiro conceito.
A observação é um recurso de busca de informação simples, possível em
qualquer realidade, mas enriquecedor. De acordo com o PCN esta permite a
investigação do que se vê por meio de registros, desenhos ou socializações
objetivando-se encontrar novas variantes. Este processo é guiado pelo professor
que proporciona desafios ao mediar o olhar do aluno-observador.
O “professor Joaquim” na semana seguinte levou seus alunos para observar e
registrar o habitat de um aquário. Em pequenos grupos, no laboratório de ciências,
cada aluno deveria buscar agir como um cientista seguindo os princípios de
precisão, clareza e fidelidade que norteiam os registros de pesquisa científica.
Enquanto desenhavam o que observavam, “professor Joaquim” instigava os alunos
a procurar detalhes e reconhecer o modo de funcionamento deste. A observação
precisa fez os alunos perceberem a existência de um ambiente em equilíbrio dentro
do aquário. Como se este fosse uma miniatura de nosso ecossistema. Onde existem
relações de predadores e presas, produtores e consumidores, seres vivos e não
vivos que formam uma cadeia alimentar. Durante esta atividade os alunos, como
proposto pelo PCN, encontravam novas informações a respeito do equilíbrio
necessário para o bom funcionamento do ambiente. Informações que em momento
posterior serviram para entender o que ocorre de forma diferenciada na sociedade
moderna, provocando os problemas ambientais enfrentados (problemática a ser
respondida). Com este exercício os alunos começam a entender e vivenciar uma
pesquisa científica.
O PCN sugere dois tipos de observações. O primeiro estabelece contato
direto com o objeto estudado, por exemplo, a atividade descrita à cima. Outro bom
exemplo do contato direto é o trabalho em estudo do meio.
O segundo modo estabelece “observações” por meio de recursos técnicos.
Observe as fotos a baixo. Qual sensação desperta no observador?
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as fotos observadas acima e muitas outras. Essas imagens despertam no aluno a
sensação de estar em contato com o ambiente e não com a representação
fotográfica deste. Tais fotos podem servir como fonte de investigação, ampliação de
repertório de conhecimento dos seres vivos ou jogos educativos. Todos estes
objetivos seguem a investigação central para encontrar uma resposta à problemática
levantada. Esta rica experiência trabalhada com os alunos, é possível de ser
trabalhada em qualquer realidade e permite o exercício da investigação por meio da
observação como propõe o PCN. Para dar continuidade a esta atividade o professor
poderia levar os alunos para fotografar a natureza presente nos espaços da escola.
Aulas e trabalhos por meio de projetos, que visam apresentar os fenômenos
naturais em conjunto com a busca de transformações no meio, favorecem a
aprendizagem global e tornam-se contextualizados com a realidade dos alunos.
(Brasil, 1997).
Contribuindo com a investigação do funcionamento do habitat “Joaquim” criou
o baralho de seres vivos. Após apreenderem a diferença entre seres vivos e não
vivos os próprios alunos constroem as cartas desenhando seres do habitat
observado no aquário. Cada aluno faz seis cartas em folha sulfite branca (uma folha
foi dividida igualmente em 6 partes formando as 6 cartas que cada aluno construiu).
Após a criação das cartas, o jogo é realizado por meio da montagem de cadeias
alimentares. Estas devem ser reais e completas (iniciar com um ser produtor e
terminar com um ser decompositor). Cada ser vivo pode se ligar com inúmeros
outros seres vivos no papel de alimento ou de consumidor. Esta construção é
realizada em uma cartolina branca produzindo uma grande teia alimentar. Após a
construção, os cartazes ficam expostos na sala para posteriores consultas e
investigações. Este projeto permitiu que os alunos construíssem uma nova hipótese:
a necessidade do equilíbrio em um habitat onde a sobrevivência de um ser vivo
depende do outro, iniciando nos seres produtores (plantas) e terminando nos
decompositores (fungos). Ao entender a necessidade da sobrevivência de um ser
para alimentar outro o aluno compreende um outro fator necessário para o equilíbrio
e é capaz de entender o que causa a extinção (um dos problemas ambientais
levantados no início do curso).
Com o intuito de favorecer aos alunos o reconhecimento do fenômeno natural
da decomposição “Joaquim” entregou aos alunos o protocolo para a realização de
uma experimentação. Esta consistia na preparação e observação da decomposição
de um pão de forma. Os alunos realizaram o experimento em suas casas,
observaram dia-a-dia e anotaram a evolução. Estes deveriam molhar uma fatia de
pão de forma, colocá-la em um saco plástico fechado e deixar guardada em um local
escuro (por exemplo, dentro do armário). Após um mês, levaram o experimento (pão
mofado) para a escola onde em uma atividade em grupo compararam suas
evoluções e resultados com os dos colegas chegando a conclusões para os
fenômenos ocorridos. O desafio dos alunos era compreender porque um mesmo
experimento produziu diferentes resultados (cada aluno trouxe o pão de uma forma
e com diferentes fungos). Como sugere o PCN, os alunos deveriam compreender o
protocolo, elaborar o experimento e produzir um relatório sobre o fenômeno
observado. A hipótese dos alunos foi de que locais diferentes proporcionam
diferentes desenvolvimentos para os fungos (seres decompositores). A partir desta
observação, juntos, “professor Joaquim” e seus alunos chegaram à conclusão que o
desenvolvimento dos seres vivos é diferente dependendo do ambiente em que estão
inseridos. Voltando ao crescimento acelerado da população, uma das problemáticas
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iniciais levantadas, todos perceberam que o excesso de pessoas modifica o
ambiente.
Estas experiências ampliaram a compreensão da necessidade do equilíbrio
de uma cadeia alimentar para manter o ambiente funcionando sem problemas,
ressaltando que um indivíduo eliminado da cadeia alimentar não pode ser
substituído por outro.
Segundo o PCN textos científicos também são fontes de informações. Além
do livro didático, outros portadores são significativos como jornais, revistas, artigos,
folhetos informativos, enciclopédias e sites confiáveis. Estes portadores além de
auxiliar na ampliação da leitura, escrita e universo cultural possibilitam a análise
crítica e contextualizada com a vivência dos alunos (Brasil, 1997).
Alguns temas como a fotossíntese, realizada pelos seres vivos produtores
(plantas) são trabalhadas por meio de textos informativos. A fotossíntese é outro
conceito criado para a compreensão do equilíbrio existente em um habitat,
compreensão fundamental para responder a problemática inicial.
Durante o processo os alunos adquirem novos conhecimentos a partir da
problematização inicial e ao final, devem ser organizados por meio de uma
sistematização. As atividades de sistematizações de conhecimentos podem ser
organizadas por meio de textos, dramatizações, maquetes, relatórios, textos-
sínteses, textos explicativos e outros (Brasil, 1997).
Ao final de cada descoberta “professor Joaquim” instrui seus alunos a lerem o
texto informativo do livro didático a respeito do tema descoberto. Esta leitura auxilia
os alunos na sistematização do conhecimento, pois estes descobrem que as
investigações realizadas os permitiram construir e apreender um conceito científico a
ser estudado. Assim como os cientistas os alunos construíram o conhecimento e
deram significado ao trabalho realizado. A finalização da sistematização é realizada
por meio da construção de um mapa conceitual a partir do texto do livro didático.
Para esta construção o professor ensinou os alunos como conectar conceitos e
construir mapas. No início, os mapas conceituais eram produzidos coletivamente
depois, os alunos passaram a produzi-los sozinhos.
Ao final do primeiro semestre, acompanhados de alguns professores, os
alunos do 6º ano realizaram uma viagem a fim de investigar o habitat de um
determinado ambiente para coletar mais informações para a construção do novo
saber científico. Para dar continuidade ao estudo do equilíbrio ambiental, os alunos
investigaram os diferentes tipos de solos, suas utilidades e funções para a
sociedade. Compreender como os solos agem para a garantia de um equilíbrio
ambiental permite a compreensão do surgimento de muitos dos problemas
ambientais vivenciados pela sociedade moderna. Este estudo é caracterizado pelo
PCN como outro modo de observação o estudo do meio.
Temas como, história das Ciências, das ideias científicas, relação do
indivíduo com o seu corpo, com a sociedade, com a natureza e com os recursos
naturais são de grande relevância no ensino fundamental e conforme apontamentos
dos PCN podem-se também abordar a história das ideias científicas nos anos finais
do ensino fundamental. Ao trabalhar com as questões ambientais “Joaquim”
responde a esta expectativa do PCN trazendo para a sala de aula o questionamento
sobre a relação do aluno com o ambiente no qual este vive, algo presente no
cotidiano do aluno e repleto de significado. Além disto, enquanto o aluno questiona-
se sobre sua relação com o ambiente torna-se consciente e crítico da situação
ambiental em que a sociedade moderna vive.
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Portanto, são metodologias essenciais aquelas que proporcionam a
experimentação, observação, comunicação, comparação, investigação, relação
entre os fenômenos, fatos e ideias contextualizadas com a vivência do aluno por
meio de leitura, escrita, desenhos, organização de tabelas ou gráficos entre outros.
Proporcionando, desta forma, a construção da autonomia e a aprendizagem
significativa.
“Professor Joaquim” continuou investigando, junto com seus alunos, soluções
para as problemáticas propostas. Destacamos algumas das investigações realizadas
durante o primeiro bimestre do ano letivo de 2012. Tais investigações fazem parte
da exploração do bloco temático meio ambiente proposto pelo PCN. No decorrer do
ano os outros blocos temáticos foram investigados por meio de outras didáticas
significativas.
Ao final do ano letivo, com o objetivo de apresentar a solução encontrada
para a problemática os alunos, em pequenos grupos, produzem um vídeo com
planos de ação para a melhoria das condições de vida no planeta. Durante algumas
aulas Joaquim ensinou os alunos a usarem programas de edição de vídeo como o
Windows Movie Maker. Em horários livres, os alunos deveriam reunir-se nos grupos,
e filmar as ações com o uso de celulares ou maquinas fotográficas digitais. A equipe
de TI da escola, assim como o professor e a assistente ficaram a disposição para
auxiliar quando fosse preciso. Os vídeos foram apresentados no auditório da escola
no evento de encerramento do ano letivo para os alunos do 6º ano.
Além do filme, os alunos produziram um texto relatando “O planeta em que
desejo viver no século XXI”. Em ambos os trabalhos finais os alunos revelaram ter
assimilado a complexidade da questão ambiental além de conseguirem conectar
todos os conceitos para responder a problemática inicial. Para acabarmos com os
problemas ambientais a ocupação do ambiente feita pelo homem e o modo como o
homem se relaciona com este deve ser realizada de forma a preservar o equilíbrio.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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transformação das paisagens, geralmente prejudicial para o equilíbrio ambiental,
ocorreu devido à má forma com que o homem se relacionou com o ambiente.
Estas ações dos alunos mostram que o professor atingiu o objetivo de seu
curso: estabelecer um novo modelo de relação entre os seres humanos e a
natureza.
A experiência de “professor Joaquim” mostra que atuar de acordo com as
orientações do PCN é possível e gratificante. A coerência e sintonia entre teoria e
prática tornam o aprendizado do aluno contextualizado, significativo e crítico.
Sabemos que a escola observada pertence a uma pequena parcela da população,
porém acreditamos que a experiência de poucos deve servir de exemplo para que
muitos tenham acesso ao ensino de qualidade conforme propõe o PCN.
4. REFERÊNCIAS
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