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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ENGENHARIA DE MÉTODOS
1. Introdução ..................................................................................................................... 05
1. INTRODUÇÃO
leves alternadamente. Os resultados obtidos mostraram que, com a carga de 9,75 kg/pá, um
homem obteria, em um dia, a tonelagem máxima de material deslocado. Assim, uma pá
pequena era fornecida ao operário que movimentava o minério de ferro e uma pá grande era
usada pelo operário que deveria movimentar o carvão, de tal forma que em ambos os casos o
peso do material por pá era 9,75 kg.
Foi instalada uma sala de ferramentas e compraram-se pás especiais, que eram
entregues aos operários quando necessárias. Além disso, taylor criou um departamento de
planejamento que determinava antecipadamente o trabalho que seria realizado.
Depois de três anos e meio em Bethelehem, Taylor obtinha a mesma produção com
140 homens, produção que, anteriormente requeria 400 a 600 homens e o custo do manuseio
de material foi reduzido de 7 a 8 cents para 3 a 4 cents por tonelada.
Enquanto Taylor estava ligado principalmente ao estudo de tempos, um de seus
discípulos FRANK B. GILBRETH (1868-1924), auxiliado por sua esposa LILIAN M.
GILBRETH aperfeiçoava seus trabalhos juntando-lhes o estudo de movimentos, onde o
objetivo era de reduzir a fadiga provocada pela execução de um certo trabalho.
A história do trabalho dos GILBRETH é longa e fascinante. Os conhecimentos de
psicologia de Lilian Gilbreth e a formação de Frank Gilbreth como engenheiro se
complementavam, de forma a permitir-lhes que levassem adiante trabalhos que envolviam a
compreensão do fator humano, bem como o conhecimento de materiais, ferramentas e
equipamentos. Suas atividades foram bastante diversificadas, incluindo invenções e melhorias
na construção civil, estudos sobre a fadiga, a monotonia, a transferência de habilidades entre
operários e o desenvolvimento de técnicas como o gráfico do fluxo do processo e o estudo de
micromovimentos.
Após a guerra de 1914-1918, o desenvolvimento do Estudo do Trabalho
prosseguiu em ritmo acelerado, coroando-se em 1932 com a criação da simplificação do
trabalho por ALLAN H. MOGENSEN.
Outro americano H.B. MAYNARD, contemporâneo de Mongensen ocupou-se em
confrontar o trabalho dos pioneiros. Observou que, o objetivo de todos os que trabalhavam no
campo era o de conseguir máxima efetividade do trabalho; isto, porém, não seria obtido
através de tentativas isoladas, tais como: análise dos movimentos do operador,
cronometragens, ou maiores e melhores incentivos, mas sim pela fusão de todas as técnicas já
provadas.
A esta abordagem coordenada e sistemática da melhoria dos métodos de trabalho,
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Maynard deu o nome de Engenharia de Métodos, que também é chamada de: Estudo do
Trabalho, Estudo de Tempos e Movimentos, Estudo de Métodos e Tempos.
Figura 1 — Sistema
Assim, Sistema de Produção pode ser definido como um processo pelo qual
elementos são transformados em produtos úteis.
O processo é o produtivo, um procedimento organizado de transformação
industrial. os elementos são as entradas básicas: mão-de-obra, equipamentos e matéria-prima.
os produtos úteis são as saídas (produtos acabados). (ver figura 2).
Figura 2 — Sistema de Produção – Modelo Simples
- Mão-de-obra
PROCESSO
- Equipamentos PRODUTIVO Produto acabado
- Matéria Prima
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empresa, o Sistema de Produção, e os seus componentes, convergem seus esforços para buscar
otimizar a utilização dos recursos (entradas).
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO
Quantidades produzidas
TEMPO Empregado na Produção
O ambiente do sistema é aquilo que não está situado dentro do sistema, mas que
exerce influência sobre o seu funcionamento. Por outro lado, o sistema pode fazer
relativamente pouco a respeito das características ou do comportamento do ambiente.
A figura 3 (três) mostra o sistema de produção de uma empresa industrial, com os
seus componentes básicos e o seu ambiente; a figura mostra ainda as relações dos
componentes entre si e com o ambiente.Compõem o ambiente, basicamente, os seguintes
setores: vendas, distribuição, pessoal, compras, contabilidade administrativa e financeira.
Os recursos são os meios de que o sistema dispõe para executar suas tarefas
específicas.Ao contrário do ambiente, os recursos são controlados pelo sistema, dentro de
certas limitações.
Os recursos básicos do sistema de produção de uma empresa industrial são: mão-
de-obra, equipamentos e matéria-prima.
Por outro lado, a análise do trabalho envolve o Homem e, não resta dúvida, que
todos os resultados finais da empresa estão alicerçados no trabalhador direto, verdadeira célula
produtiva e real unidade de produção, sobre a qual se apóia toda a estrutura organizacional da
empresa.
Figura 4 — Um Sistema de Produção de Uma empresa Industrial e o seu Ambiente
Consumidor
Vendas Controle Pessoal Pagamento de mão-de-
Distribuição
de obra
Pedidos -Previsão de Contratações
-Resposta prazos
Demissões
consumidor Produto Produtividade
-Andamento de
-Pedidos Acabado da Mão-de- SISTEMA
produção
aceitos obra DE
Plano de -Tempo padão
-Previsões PRODUÇÃO
Produção -Novos
de vendas
Métodos
Fabricação
Novos
Pedidos de Manutenção
-Custo de Métodos
Corretiva
Vendas
material
informações
p/inspeção
-programa
inspeção
-padrões de Engenharia de Métodos
Planejamento e Controle de
Controle da
qualidade
Manutenção Estoques
Produção Programa de
-plano de produção compras
Tempo
-serviços prioritários
tempo padrão Padrão
defeitos de máquinas que interferem na Compras
Controle de Qualidade
qualidade relatório
classificação dos produtos
-Padrões de qualidade
-Resultados de testes
Contabilidade Administrativa Contabilidade
Dados p/ custo de
Financeira
produção
Fornecedor
Empréstimos
Faturas
Figura 5 — Exemplo de um Organograma Simplificado de uma Empresa Industrial Focalizando o Setor de Produção
Presidente
Conselho da Comissão de Planejamento
Diretoria Salário Organização
Engenharia de Métodos
missão
resultando
PROJETO DE MÉTODOS
Preocupa-se em encontrar o melhor método de
executar uma determinada tarefa.
PADRONIZAÇÃO E TREINAMENTO
Consiste na repetição do método em todos os
postos de trabalho onde ocorre aquela tarefa.
MEDIDA DO TRABALHO
Visa determinar o tempo-padrão necessário para
executar uma tarefa específica.
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C) Projeto de Métodos
a) Escolha do Trabalho
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Reações humanas
b) Registro do Trabalho
O LOCAL onde
A SEQÜÊNCIA em que realizam-se as atividades
A PESSOA através da qual
OS MEIOS através dos quais
Com o propósito de:
ELIMINAR
COMBINAR tais atividades
REORDENAR
SIMPLIFICAR
PROJETO DE MÉTODOS
a fim de melhorar os Métodos de Produção
ESCOLHER
o trabalho a estudar
REGISTRAR
o método atual com todos os detalhes dos gráficos
EXAMINAR
os fatos com espírito crítico considerando
O QUE - ONDE - QUANDO - QUEM - COMO
ESCOLHER
o melhor método utilizável nas circunstâncias presentes
DEFINIR
o novo método
APLICAR
controlar a aplicação
OBJETIVOS
Melhoria da disposição da fábrica e dos postos de trabalho;
Melhoria das máquinas;
Melhores condições de trabalho;
Redução da fadiga;
O que permite uma melhor utilização dos materiais,dos equipamentos e mão-de-obra;
d) Medida do Trabalho
MEDIDA DO TRABALHO
a fim de fornecer um padrão do esforço humano
ESCOLHER
o trabalho a medir
DEFINIR
a técnica a utilizar
MEDIR
TEMPO-PADRÃO
OBJETIVOS
Melhoria do Planejamento e Controle da Produção;
Determinação de Custos-Padrão;
Estabelecimento de bases para planos de Incentivo Salarial;
Obtenção de base correta de Controle de Custo da mão-de-obra.
TEXTO 01
1. Introdução
O estudo de tempos e métodos (ETM) é uma das mais tradicionais técnicas de engenharia de
produção. Basicamente, elas buscam a racionalização do processo produtivo objetivando o
aumento da produtividade.
Taylor e o casal Gilbreth, foram os que mais desenvolveram, no final do século IXX e início do
XX, os princípios que ainda hoje são utilizados. Ford também usou e intensificou o ETM na
Ford Mortor Company em 1913, através da linha de montagem. “O sucesso dessa nova
organização apareceu nos resultados de produção: o tempo de montagem do chassi reduziu-se
de 12 horas e 8 minutos para 1 hora e 33 minutos. E essa atividade ficou separada em 45
operações extremamente simplificadas” (Fleury, 1987, p. 24).
Embora essas técnicas tenham sido responsáveis por boa parte dos ganhos de produtividade
obtidos em determinada época, elas são alvo hoje de muitas críticas e um certo “desprezo”
pelos estudiosos da engenharia de produção. São notórias as críticas ao chamado
Taylorismo/Fordismo.
Pretende-se mostrar aqui que, embora bem fundamentada em alguns aspectos, a excessiva
crítica ao ETM, tem encoberto o relacionamento deste com as assim denominadas “modernas
técnicas de engenharia de produção”, bem como obscurecido os benefícios que ainda hoje ele
pode proporcionar.
2. Relacionamento entre o Estudo de Tempos e Métodos e as Modernas Técnicas de
Engenharia de Produção
2.1. Técnicas para estudo dos métodos
O Fluxograma é uma técnica do ETM para descrever o processo produtivo. Segundo ela, todo
processo pode ser descrito em termos de: operação, transporte, inspeção, estocagem e
demora. Existem diversos tipos e formas de uso dos fluxogramas, em função da situação que
se deseja descrever.
O just-in-time mais do que uma técnica é uma filosofia cuja meta é “eliminar qualquer função
desnecessária no sistema de manufatura que traga custos indiretos, que não acrescente valor
para a empresa, e que impeça melhor produtividade ou agregue despesas desnecessárias no
sistema operacional do cliente” (Lubben, 1989, p. 9).
Obviamente, o ETM tradicional não incorpora totalmente o conceito de eliminar o que não
agrega valor, mas certamente busca, a partir da descrição do fluxo, racionalizar os pontos
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BARNES, Ralph Mosser. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. 6ª ed. São Paulo,
Edgard Blucher, 1977. 635 p.
CAMPOS, Vicente Falconi. Qualidade Total. Padronização de Empresas. Belo Horizonte, Fundação Christiano
Ottoni, 1992. 124 p.
FLEURY, Afonso. Organização do Trabalho. 1ª ed. São Paulo, Atlas, 1987.
HAMMER, Michael & Champy, James. Reengenharia: Revolucionando a Empresa em Função dos clientes, da
convivência e das grandes mudanças da gerência. Rio de Janeiro, Campus, 1994. 189 p.
HAY, Edward J.. Just-in-Time: um exame dos novos conceitos de produção. São Paulo, Maltese, 1992. 232 p.
LUBBEN. Richard T.. Just-in-Time. São Paulo, McGraw-Hill, 1989. 302p.
MASIERO. Gilmar. Gestão Econômico-Administrativa Japonesa. RAE - Revista de Administração de
Empresas. São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, SET/OUT, 1993, Pesquisa Bibliográfica, p. 109-116.
SCHONBERGER, Richard J.. Técnicas Industriais Japonesas: nove lições ocultas sobre a simplicidade. São
Paulo, Pioneira, 1984. 309 p.
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TEXTO 02
Resumo
O presente artigo tem por finalidade identificar a forma de atuação do setor de Métodos e
Tempos em uma empresa que adota o Sistema de Manufatura Enxuta (ou Sistema Toyota de
Produção – TPS). Esta pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa onde os autores, através
de um estudo de caso aplicado em uma empresa calçadista, interagiram com a situação
estudada, participando do contexto como observadores. Os resultados mostram que as
técnicas da Engenharia de Métodos são perfeitamente aplicáveis em organizações que
adotam, em suas plantas, novos sistemas de gestão.
Palavras chave: Sistemas de Gestão da Produção, Engenharia de Métodos, Manufatura
Enxuta.
1. Introdução
Embora existam fortes críticas aos princípios da administração científica, não há como negar a
sua contribuição para o desenvolvimento da indústria e da economia mundial (ELIAS, 1996).
Tomando por base seus princípios, em pouco mais de um século, a produtividade do
trabalhador manual aumentou em aproximadamente 50 vezes (DRUCKER, 2000). Apesar de
todo o progresso ocorrido nos últimos anos na forma das tecnologias avançadas de manufatura
(AMT`s), observa-se que estes princípios continuam sendo aplicados nas empresas, quase
sempre servindo de base para os novos modelos e técnicas de gestão e muitas vezes acrescidos
de alguns novos conceitos apenas assumindo uma outra “roupagem”. O Sistema Toyota de
Produção (TPS) é um desses novos modelos de gestão e tem como objetivo atender as
necessidades do cliente no menor prazo possível, com produtos da mais alta qualidade e ao
mais baixo custo possível (SHINGO, 1996).
Com a finalidade de verificar como a Engenharia de Métodos contribui nos tempos atuais para
a Engenharia de Produção, este artigo tem o propósito de identificar a forma de atuação do
setor de Métodos e Tempos em uma empresa que adota o TPS.
Para tanto os autores abordaram o problema através de uma pesquisa qualitativa e descritiva; e
utilizaram como técnicas de investigação a documentação direta, a documentação indireta e o
estudo de caso. Para o estudo de caso foram utilizados os seguintes critérios na seleção da
empresa a ser estudada: localização geográfica, possuir em sua estrutura organizacional um
setor de Métodos e Tempos atuante e, utilizar o TPS como sistema de gestão da produção.
Nessas condições, a pesquisa foi realizada em uma das fábricas de uma empresa pertencente à
indústria calçadista, localizada no município de Santa Rita-PB.
2. A implementação do TPS na empresa objeto do estudo de caso
A empresa objeto do estudo de caso faz parte de uma holding nacional que foi fundada em
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1907 e possui hoje onze fábricas localizadas em várias regiões do país. É líder de mercado nos
segmentos em que atua, entre eles: confecções, calçados esportivos, bolas esportivas, lonas,
coberturas, etc.
A unidade fabril objeto da pesquisa, foi inaugurada em 1987 e encontra-se situada na cidade de
Santa Rita, na Paraíba. A referida unidade produz calçados esportivos das linhas náutica e
futebol de salão, e é uma das quatro fábricas pertencentes à divisão de calçados esportivos da
companhia. Seu efetivo, atualmente, é de 1.900 funcionários distribuídos nos diversos setores
fabris e de apoio (administração, recursos humanos, produção, planejamento e controle da
produção, manutenção e engenharia industrial). É responsável por uma produção diária de
16.000 mil pares, totalizando uma média de 360.000 mil pares de calçados por mês.
Até o final da década de 90 o sistema de gestão da produção adotado apresentava as
características do modelo clássico taylorista-fordista, hoje considerado pouco eficiente. Diante
da necessidade de um aumento de produtividade e da busca pela eliminação de desperdícios, a
empresa optou pela implementação do Sistema Toyota de Produção.
2.1. Principais dificuldades na fase de implementação
Em todo processo de mudança é comum surgirem dificuldades que devem ser superadas de
forma rápida e eficaz, evitando-se dúvidas, quanto à credibilidade do processo em implantação.
Dessa forma as principais dificuldades encontradas foram:
- baixo grau de escolaridade, dificultando o processo de assimilação dos novos
conhecimentos e a utilização de novas ferramentas. Diante desta dificuldade a empresa
investiu em projetos educativos e conseguiu elevar o grau de instrução de seus
funcionários;
- resistência à mudança, existente nos diversos níveis, sendo mais visível na média gerência
devido ao medo do não cumprimento das metas estabelecidas. Para superar esse problema
a empresa formou grupos de apoio que passaram a responder conjuntamente com a média
gerência pelas ações realizadas e resultados obtidos;
- prazos curtos determinados pela alta gerência, devido à necessidade de mudança rápida em
função das exigências de mercado e concorrência acirrada;
- alto índice de quebra de equipamentos, já existente anteriormente, mas não perceptível
devido ao desbalanceamento e altos estoques em processo. A recuperação da produção
posteriormente ao conserto destes, dava-se pelo aumento da velocidade da linha e
conseqüentemente da eficiência. Este problema foi resolvido pela implantação de um
programa de gerenciamento da manutenção, MPT (Manutenção Preditiva Total);
- baixo grau de multifuncionalidade, devido ao próprio modelo de gestão, baseado na
execução de monotarefa por parte dos operadores. Este vem sendo modificado pela
exigência do novo modelo, através do treinamento no maior número de operações
possíveis.
Algumas denominações e conceitos foram mudados e algumas técnicas novas foram criadas
mas a base, para muito do há de novo, são técnicas e ferramentas já adotadas até então pela
Engenharia de Métodos. O que se percebe é um incremento que possibilita uma abordagem
diferente, adaptada à nova realidade dos sistemas produtivos, permitindo enxergar não só os
problemas de forma diferente como também as possíveis soluções.
Gerência
de Eng. Industrial
Inspetor Monitor
Auxiliar Apontador de qualidade de TTO
de Standard de produção
demanda.
Através do treinamento de mão-de-obra, a Engenharia Industrial informa aos Recursos
Humanos o desempenho de funcionários recém contratados que se encontram em período de
experiência. É através dessa informação que acontece a efetivação ou não do funcionário.
Através do balanceamento de mão-de-obra, informa ainda, a necessidade de contratação.
Por fim, para o Setor de Produção, a Engenharia Industrial fornece informações como o
método padrão a ser seguido em todas as etapas do processo, a quantidade de mão-de-obra e
equipamentos necessários para a produção dos volumes solicitados, as especificações fabris e o
padrão de qualidade aceitável para cada produto.
3.1. As mudanças no setor em função do TPS
A Engenharia Industrial percebeu a necessidade de adequação das ferramentas e técnicas
utilizadas pela Engenharia de Métodos frente à nova forma de gestão da produção e percepção
trazidas pela implantação do Sistema Toyota de Produção na empresa. O resultado foi a
adequação de recursos tecnológicos disponíveis no mercado e algumas mudanças na forma de
realização das etapas de Engenharia de Métodos (projeto de métodos, padronização,
treinamento e medida do trabalho).
O projeto de métodos, seja para análise do processo ou de operações, passou a ter como foco
principal a redução das perdas, classificadas por Ohno (1997) em sete grandes grupos: perdas
por superprodução, por espera, por transporte, pelo processamento em si, por estoque, por
movimentação e pela fabricação de produtos defeituosos. Como os trabalhos realizados pelo
setor já buscavam a otimização dos recursos utilizados no processo produtivo, o desperdício
era combatido, entretanto, na óptica do TPS ele deixa de ser um problema que era resolvido
por conseqüência da racionalização e passa a ser o foco, aumentando a intensidade de atuação
sobre ele. Alguns conceitos como autonomação, poka-yoke e kaizen passaram a fazer parte de
todos os projetos. Este último difundindo no chão-de-fábrica a busca obsessiva pela melhoria
contínua. Os conceito de autonomação e kaizen, e os dispositivos poka-yoke passaram a fazer
parte de todos os projetos.
A padronização das operações recebeu uma enorme contribuição com a adoção dos padrões
operacionais que são formulários com a visualização do processo que mostram as relações
existentes entre a seqüência de operações e o layout físico, indicando o takt time e o estoque
padrão. É uma ferramenta que proporciona controle visual tanto para o supervisor quanto para
a gerência. A inclusão de fotos, através do uso de câmera digital, contribuiu para uma melhor
visualização da seqüência de operações (passo-a-passo) que deve ser executada pelo operador
multifuncional dentro de um determinado tempo de ciclo. Este formulário é afixado em local
visível no próprio posto de trabalho, uma vez que serve de orientação para o operador, de
forma que ele mantenha a sua rotina de operações. Ajuda ao supervisor a verificar se os
operadores estão realmente seguindo as operações padrão e ainda auxilia a gerência a avaliar a
habilidade do supervisor em implementar melhorias contínuas nas operações.
O treinamento da mão-de-obra que já era realizado quando das contratações, mudanças de
métodos, mudanças de função e reciclagens, passou a ter como foco aumentar o índice de
multifuncionalidade das células de produção. Esta tarefa, juntamente com a padronização das
operações, foi significativamente simplificada pela aquisição de uma câmera digital. Este
equipamento contribuiu para um melhor tratamento das informações dentro da unidade fabril.
A memorização das atividades através de imagens proporcionou uma melhoria na qualidade
dos estudos realizados pelos profissionais de Métodos, ajudando-os na elaboração de
instruções de trabalho, agora incorporando imagens, ilustrando os passos para a realização da
38
tarefa.
O estudo de tempos é outra atividade desempenhada pelo setor que sofreu algumas
modificações. Como o TPS prega a prática da multifuncionalidade e o rodízio entre funções,
bem como, a existência de um coringa (espécie de líder e que domina o maior número de
operações) por célula de produção, não considera para efeito de cálculos nenhum percentual
de acréscimo para recuperação de fadiga e necessidades fisiológicas. Para os casos de
recuperação de fadiga o próprio rodízio de funções proporciona isso, já para o caso de
necessidades fisiológicas o coringa se encarrega de substituir o funcionário nestes momentos.
Outras mudanças mais ocorreram não apenas na unidade fabril estudada mas também na
companhia. No momento não é oportuno comentá-las, uma vez que não estão diretamente
ligadas à Engenharia de Métodos, objeto desta pesquisa.
4. Análise e Conclusões
O TPS, comprovadamente, trouxe inúmeros benefícios à empresa estudada. Os números
apresentados em indicadores de desempenho (embora não tenham sido objeto desta pesquisa)
são bastante animadores. No entanto, é importante observar a contribuição que a Engenharia
de Métodos oferece ao sistema e reconhecer o seu mérito.
A pesquisa registrou a forma de atuação do Setor de Métodos e Tempos em uma empresa
calçadista que utiliza o TPS como sistema de produção e concluiu que:
- Embora a prática das técnicas utilizadas pelo setor de Métodos e Tempos seja pouco
difundida na maioria das organizações, sabe-se que estas são perfeitamente utilizadas
mesmo diante dos novos modelos de gestão;
- a estrutura do Setor de Métodos e Tempos em uma empresa calçadista permanece
inalterada quando esta adota o TPS como sistema de produção.
- todas as técnicas utilizadas pelo Setor não só podem ser aplicadas com êxito como são
essenciais para o sucesso do novo sistema.
- embora exista uma coordenação responsável pela implementação do TPS na empresa
estudada, o Setor de Métodos e Tempos é o principal elemento responsável pelo
desenvolvimento e operacionalização no processo produtivo, obviamente contando com a
participação de todos os envolvidos e sob a gestão da coordenação de TPS;
- o TPS na realidade apresenta uma abordagem conceitual. Na prática, ou seja, para que o
mesmo seja operacionalizado são utilizadas as técnicas de Engenharia de Métodos,
algumas delas aperfeiçoadas pelo próprio TPS, outras não.
Referências
DRUCKER, Peter (2000). – Desafios Gerenciais para o Século XXI. 2ª ed. São Paulo: Pioneira.
ELIAS, Sérgio José Barbosa (1996). – Estudo de Tempos e Métodos e as Modernas Técnicas de Engenharia de
Produção. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 16, Piracicaba. CD.
Piracicaba.
OHNO, Taiichi (1997). – O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre:
Bookman.
SHINGO, Shigeo (1996). – O Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da Engenharia de Produção. 2.a
ed.
UNIDADE II
PROJETO DE MÉTODOS
40
Figura — Características
– Características
Figura8 10 deProblema
de um um Problema
Estado A Estado B
Pão
Cidade A
? Torrada
Cidade B
Figura 11 — Restrições
Espaço
Restrições de
xx x x x xx xxx x xxx
Soluções
xxx x xx xx x x x x x x xx
xx x x x x x xx x xx x
x x xx x xx x xx x xx
xx x x x x xx x
para cada alternativa, a fim de possibilitar a escolha da alternativa de mínimo custo total
(critério estabelecido).
Objetivos
Registrar o Processo;
Melhorar os Métodos;
44
Permite
Informa
Construção do Fluxograma
SIMBOLOGIA DA ASME
Matéria-prima no depósito
Cortar na dimensão
Calandragem
Aguardar montagem
Aguardar transporte
LEVANTAR O FLUXO
Etapas do Processo;
Seqüência de Execução.
B) Mapofluxograma
.1.1.1.1.1.1.1.
.1.1.1.1.1.1.2.
.1.1.1.1.1.1.3.
.1.1.1.1.1.1.4.
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.1.1.1.1.1.1.5.Figura 16 — Mapofluxograma
MAPOFLUXOGRAMA
Fornece
Usos
Sobre a planta do arranjo físico é desenhado o fluxo do processo que passa através
dos centros de trabalho que realizam o processamento. A linha de fluxo é em geral contínua,
acompanhando o processamento do início ao fim. No mapofluxograma de atividades, adota-se
uma convenção gráfica que identifica as atividades realizadas durante o processamento, que
são desenhados sobre a linha de fluxo, junto ao centro de trabalho correspondente. No
mapofluxograma de percurso, a linha de fluxo contém a identificação, por meio de setas, do
sentido de movimento.
Para facilitar e aprimorar as deduções sobre a situação de trabalho a serem feitas a
partir do mapofluxograma, a planta deve ser desenhada em escala. Na planta deverão estar
apresentadas: a localização das estações de trabalho envolvidas, as áreas de armazenamento e
espera, máquinas, equipamentos, bancadas, mesas, corredores, portas, passagens e áreas de
serviço. Além desses elementos citados, deve-se tomar o cuidado de representar na planta os
dispositivos e condições fixos, que constituem restrições a mudanças no arranjo físico ou no
fluxo, exemplos: equipamentos pesados com fundação própria, colunas e componentes
estruturais, etc.
Construção do Mapofluxograma
Levantar: ETAPAS DO PROCESSO;
SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO;
PLANTA BAIXA DO EDIFÍCIO.
atividades de modo a serem realizadas numa mesma estação de trabalho ou bancada, ou pelo
mesmo operador.Observe-se que estas duas análises acima apenas são possíveis quando é
usado o mapofluxograma de atividades.
e) Retornos
f) Cruzamentos de fluxo
DEPÓSITO
Calandra
ESCRITÓRIO
Determine a atividade a ser estudada. Decida se o objeto a ser seguido é uma pessoa,
produto, peça material ou impresso. Não mude de objeto durante a construção do gráfico
do fluxo do processo.
Escolha pontos definidos para o início e o término do gráfico, a fim de que se garanta a
cobertura da atividade que se deseja estudar.
O gráfico do fluxo do processo deverá conter uma coluna para a distancia percorrida (em
metros) uma para o símbolo e uma para a descrição. Devem ser empregados os cinco
símbolos da ASME. Cada passo do processo produtivo deve ser indicado para que a
56
Fábrica de Produtos
Especiais-FPE
Almoxarifado de Caixas
Expedição
57
7. ANÁLISE DE OPERAÇÕES
Uma tarefa pode ser definida como um conjunto de ações humanas que torna
possível um sistema atingir o seu objetivo. Em outras palavras é o que faz funcionar o sistema,
para se atingir o objetivo pretendido. A análise da tarefa realiza-se em dois níveis:
IV. Descrição da tarefa – global;
V. Descrição das ações – detalhado.
A descrição da tarefa abrange os aspectos gerais da tarefa, tais como:
VI. Objetivo – Para que serve a tarefa;
VII. Características Técnicas – Quais são as máquinas e materiais;
VIII. Operador – Que tipo de pessoa trabalha;
IX. Aplicações – Localização do posto no sistema produtivo;
X. Condições Operacionais – Como trabalha o operador;
XI. Condições Ambientais – Como é o ambiente em torno do posto: Temperatura,
umidade, iluminação, ventilação, ruídos, vibrações, gases e vapores;
XII. Condições organizacionais – Qual a forma de organização do trabalho.
A) Gráfico Homem-Máquina
GRÁFICO HOMEM-MÁQUINA
representa
O TRABALHO COORDENADO DE UM
OU MAIS HOMENS EMPREGADOS NA
OPERAÇÃO DE UMA OU MAIS MÁQUINAS;
consiste
entrega o café ao freguês. Este então, paga ao balconista, que registra a venda, dá o troco ao
freguês e coloca o dinheiro na caixa registradora.
O trabalho do comprador, do balconista e do moedor de café está apresentado no
gráfico homem-máquina que segue.
HOMEM MÁQUINA
FREGUÊS Tempo VENDEDOR Tempo MOEDOR Tempo
em 5 em 5 Em 5
Pede ao comerciante 1/b 5 Ouve a ordem 5 Parada 5
de café (marca e trituração)
Espera Pega o café e 15 Parada 15
coloca na
15 máquina, acerta a
moagem e liga o
moedor.
21
RESUMO
FREGUÊS VENDEDOR MOEDOR
Tempo parado 48 s 21 s 49 s
Tempo de trabalho 22 49 21
Tempo total do ciclo 70 70 70
Utilização em porcentagem Atividade do freguês= Atividade do balconista= Utilização da máquina=
22 49 21
= 31% = 70% = 30%
70 70 70
O gráfico de operações ou o gráfico das duas mãos é uma ajuda simples e efetiva
para a análise de uma operação, uma vez que, o estudo do referido gráfico, permite eliminar os
movimentos desnecessários e dispor os movimentos restantes em uma melhor seqüência,
promovendo um equilíbrio entre o trabalho executado pelas duas mãos.
Para a construção de um gráfico das duas mãos é necessário simplesmente
observar o operador em seu trabalho.
O primeiro passo na execução de um gráfico de operações é desenhar um esquema
do local de trabalho, indicando os conteúdos dos diversos depósitos e a localização de
ferramentas e materiais. Após isso, observa-se o operador, anotando mentalmente seus
movimentos, observando cada uma das mãos em separado. Registra-se os movimentos ou
elementos para a mão esquerda no lado esquerdo de uma folha de papel, e, de maneira
análoga, registra-se os movimentos da mão direita no lado direito da folha.
Dois símbolos são usados na construção do referido gráfico. O pequeno círculo
indica um transporte, como, por exemplo, o movimento da mão em direção a uma peça, e o
círculo maior denota ações do tipo agarrar, posicionar, etc.
62
REGISTRO DE OPERAÇÕES
GRÁFICO DE OPERAÇÕES
procura
MELHORAR O MÉTODO
Legenda:
Caixa 1 - conjunto
Caixa 2 - Parafuso
Caixa 3 - Arruela de retenção
Caixa 4 - Arruela de aço
Caixa 5 - arruela de borracha
65
I. Materiais
IV. Máquina
A. Preparação
1) A máquina deve ser preparada pelo próprio operador?
2) Pode-se reduzir o número de preparações empregando-se lotes econômicos?
3) Existe espera para obtenção de desenhos, ferramentas e calibres?
4) Há espera para se inspecionarem as primeiras peças produzidas?
B. Operação
!) Pode-se eliminar a operação?
2) Pode-se combinar operações?
3) Pode-se aumentar a velocidade de corte?
4) Pode-se empregar alimentação automática?
5) Pode-se dividir a operação em duas ou mais operações mais simples?
68
6) Podem duas ou mais operações ser combinadas em uma única? Considere o efeito de tais
combinações no período de treinamento dos operários.
7) Pode-se mudar a seqüência de operações?
8) Pode-se reduzir os refugos e perdas?
9) Pode a peça ser pré-posicionada para a operação seguinte?
10) Pode-se reduzir ou eliminar as interrupções?
11) pode-se combinar uma operação com uma inspeção?
12) As condições de manutenção da máquina são adequadas?
V. Operador
Esta lista de perguntas, apesar de incompleta, mostra alguns dos elementos que
devem ser considerados quando se fizer um estudo completo para se encontrar a melhor
maneira de se executar o trabalho. Esta lista é um exemplo, típico de uma folha de verificação
que pode ser preparada para uso em uma fábrica específica.
69
4 - Deve ser empregado o movimento manual que corresponde à classificação mais baixa de
movimentos e com o qual seja possível executar satisfatoriamente o trabalho.
Classificação
1o) Movimento dos dedos;
2o) Movimento dos dedos e pulsos;
3o) Movimento dos dedos, pulsos e ante-braço;
4o) Movimento dos dedos, pulsos, ante-braço e braço;
5o) Movimento dos dedos, pulsos, ante-braço, braço e ombro.
Esta classificação implica em mudanças de postura.
70
5 - Os movimentos suaves, curvos e contínuos das mãos são preferíveis aos movimentos em
linha reta, que necessitam mudanças bruscas de direção.
6 - Os movimentos parabólicos são mais rápidos, mais fáceis e mais precisos do que os
movimentos restritos ou controlados.
A.4 - Ritmo
12 - Deverão ser usados depósitos e caixas alimentadoras por gravidade, para distribuição de
material o mais perto do local de uso.
13 - A distribuição da peça processada, deve ser feita por gravidade sempre que possível.
17 - As mãos devem ser aliviadas de todo o trabalho que possa ser executado mais
convenientemente por um dispositivo, um gabarito, ou um mecanismo acionado a pedal.
20 - Deve-se localizar alavancas e volantes em posições tais que o operador possa manipulá-
los com alteração mínima da posição do corpo
UNIDADE III
MEDIDA DO TRABALHO
73
Que se entende por “um bom dia de trabalho”? Um padrão de produção é uma
resposta a essa pergunta, e o campo de medição do trabalho fornece uma metodologia e um
fundamento racional para a determinação de um bom dia de trabalho para diferentes tarefas.
Os padrões de produção estabelecem quantas peças, montagens, etc., devem ser produzidas
por minuto, hora ou dia ou, então, indicam o tempo-padrão conferido para a produção de uma
unidade do trabalho. Não é importante saber se os padrões são expressos em termos de peças
por unidade de tempo ou em tempo gasto para a produção de uma peça; contudo, eles são
comumente denominados de “tempos-padrão”, quando expressos em unidades de tempo.
Embora os padrões de produção sejam estabelecidos para determinar qual a produção a se
esperar de um trabalhador, eles incluem alguma coisa mais do que apenas trabalho. Na
realidade, os padrões de produção incluem também padrões para as tolerâncias aceitas para
descanso, atrasos decorrentes da própria tarefa, tempo concedido para a satisfação de
necessidades pessoais e, quando o trabalho é pesado, uma tolerância para a fadiga física. Pode-
se ver que são difíceis os problemas de medição do trabalho e de determinação de bons
padrões de desempenho, que se apliquem coerentemente a diferentes tarefas. Então, porque se
incomodar em determiná-los? Por que esses padrões são importantes?
Dados fornecidos
bem como de outros custos. Essas decisões exigem, necessariamente, uma estimativa de qual a
produção a esperar por unidade de tempo.
Os padrões de produção também oferecem dados básicos usados diariamente nas
operações de uma fábrica. Por exemplo, a programação ou a atribuição de tarefas à maquinas
requer o conhecimento das necessidades de tempo previstas para as diversas encomendas. Para
a fabricação sob encomenda, devemos estar em condições de fornecer aos fregueses
potenciais, uma proposta contendo o preço e o prazo de entrega. O preço da proposta baseia-
se geralmente nos custos previstos de mão-de-obra, materiais, despesas gerais, mais o lucro. O
custo da mão-de-obra é comumente o maior componente individual nessas condições. Para
estimar o custo da mão-de-obra, é preciso uma avaliaçào do tempo necessário para a execução
das várias operações.
Finalmente, os padrões de produção fornecem uma base para o controle do custo
da mão-de-obra. Medindo a atuação do trabalhador em comparação com o padrão de
produção, podem-se calcular os índices de trabalho para trabalhadores individuais, grupos,
divisões, departamentos e até mesmo fábricas. Esses índices tornam possível comparar as
execuções de tarefas de tipos completamente diversos. Os sistemas-padrão de custo de mão-
de-obra e de incentivos salariais se baseiam nos padrões de produção. Os padrões de produção
têm utilidades tão variadas, tanto no projeto quanto na operação e controle dos sistemas de
produção, que devemos considerá-los como dados verdadeiramente fundamentais.
as realizações passadas podem ter sido fundadas em métodos diferentes. Tendo sido
demonstrado que os ritmos de produção dependem grandemente dos métodos de execução das
tarefas, os padrões baseados em registros de obras anteriores podem não ser suficientemente
dignos de confiança. Um outro grande defeito dos padrões baseados em estimativas e
realizações anteriores é que eles tendem a ser fortemente influenciados pela velocidade de
trabalho dos indivíduos que executaram as tarefas durante o período que foi objeto dos
registros existentes. Foram operários lentos ou rápidos?
inclua 95 por cento da população. Na figura 14, um padrão de execução de cerca de 0,48
minutos por ciclo é do tipo de padrão que cerca de 95 por cento dos indivíduos pode exceder.
Se adotarmos o padrão nesse nível, poderemos esperar que praticamente todos os empregados
na tarefa serão capazes de atingir ou ultrapassar o padrão.
Alguns administradores industriais acham que não é bom estabelecer padrões
mínimos de execução, tais como esses, com receio de que eles venham a encorajar a aceitação
de níveis de execução relativamente baixos. Esses preferem dizer que a execução padrão é
aproximadamente a média da distribuição (0,395 minutos na figura 14) e esperam que a
maioria dos trabalhadores atinjam esse padrão, enquanto alguns ficarão aquém e outros além
do padrão. Ambos os sistemas de determinar padrões são usados, embora a prática de
determinar os valores mínimos aceitáveis seja mais comum do que a dos valores médios.
Até aqui, discutimos somente a duração do trabalho. A distribuição da figura 14
mostra quanto tempo se levou em média para executar a tarefa. Usando o nível mínimo
aceitável como padrão básico de execução, chamaremos a duração do trabalho nesse nível de
tempo normal. O tempo normal tirado da figura 26 é de 0,48 minutos. Dessa forma, o tempo-
padrão total é dado pela soma de : tempo normal + tolerância pessoal + tolerância para espera
+ tolerância para fadiga.
Discutiremos depois, as várias tolerâncias, mas a questão fundamental agora é a
seguinte: “Como determinar o tempo normal, na situação corrente, em que só temos um ou
poucos trabalhadores executando a tarefa?” Raramente encontraremos um grande número de
trabalhadores executando uma mesma tarefa, de modo que ordinariamente não podemos
estabelecer uma distribuição. Sem o conhecimento da distribuição, como poderemos encontrar
o nível que 95 por cento dos trabalhadores possam atingir ou ultrapassar, isto é, o valor do
tempo normal? O enfoque usado na industria para resolver esse problema é denominado
avaliação de desempenho ou avaliação de ritmo.
77
35,00%
30,00% 31,4%
25%
25,00%
20%
20,00%
16,2%
15,00%
10,00%
0,00%
0,28-0,31 0,32-0,35 0,36-0,39 0,40-0,43 0,44-0,47 0,48-0,51 0,52-0,55 0,56-0,59 0,60-0,63
1
9. CRONOMETRAGEM
78
Elemento
3. A decomposição da operação em elementos e a descrição dos elementos deve ser feita com
clareza e precisão de detalhes, de modo a permitir a utilização rápida e fácil por outras
pessoas, bem como a sua incorporação num sistema de padronização de elementos, sempre
que possível.
4. Os elementos manuais (ou do operário) devem ser separados dos elementos da máquina,
bem como os constantes dos variáveis, sempre que possível.
Elemento constante
Elemento variável
Exemplo:
Na soldagem de costuras de latas, o tempo para alcançar o ferro de solda é
constante, enquanto o tempo para soldar a junção lateral da lata é variável, dependendo
diretamente do comprimento da peça.
Leitura Contínua
Abrir o dispositivo 28
Retirar a peça 35
Leitura repetitiva
Unidade de tempo
transtornos. Talvez, algum dia se torne exeqüível. Mas, não podemos esperar até lá. Para
trabalhar bem e com rapidez, devemos adotar a nossa unidade decimal de tempo.
De fato, tanto no cronômetro de décimos de hora como no de décimos de minutos,
o mostrator apresenta 100 divisões. Isto quer dizer que um centésimo de uma volta completa
do ponteiro é a nossa unidade de tempo. Tratando-se de cronômetro de minutos, a unidade
pode ser indicada assim 0,01 min ou seja, um centésimo de minuto.
Lembre-se, porém, que durante o estudo você está bastante atarefado. Não pode
permitir- se o luxo de anotar zeros e virgulas. Assim se o tempo é 16 centésimos, ao invés de
0,16 escreve simplesmente 16.
Método estatístico
2
40 n ' x 2
x 2
n
x
Sendo:
n = tamanho da amostra que desejamos determinar;
n’= número de observações do estudo preliminar;
x = valor das observações.
x x2
7 49
6 36
7 49
7 49
6 36
x 33 x 2
219
40 5(219) ( 33) 2
2
n 8,81 9observ.
33
1) Cronometre (a) dez leituras para ciclos de 2 min ou menos, (b) cinco leituras para ciclos de
mais de 2 min.
2) Determine a amplitude R. Esta é obtida pela diferença entre o maior valor H e o menor
valor L(H-L=R).
3) Determine a média X. Esta é a soma das leituras dividida pelo número total de observações
(que será 5 ou 10). Esta média pode ser aproximada pelo valor maior mais o valor menor
dividido por 2, isto é, (H+L)/2.
4) Determine R/X, ou seja, amplitude dividida pela média.
5) Determine o número de leituras necessárias da tabela 1. Leia na primeira coluna o valor
R/X; na coluna relativa à dimensão da amostra será encontrado o número de observações
necessário (para um nível de confiança de 95% e um erro relativo de 10%, divida o
número encontrado por 4).
6) Continue as observações até que seja obtido o número requerido.
89
Elemento 1 0,07 0,09 0,06 0,07 0.08 0,08 0,07 0,08 0,09 0,07
Elemento 2 0,12 0,13 0,12 0,12 0,11 0,13 0,12 0,11 0,13 0,12
Elemento 3 0,56 0,57 0,55 0,56 0,57 0,56 0,54 0,56 0,56 0,55
Exemplo: A figura 29 mostra um estudo de tempos para dez ciclos consecutivos de uma
operação constituída de três elementos. É o seguinte, o procedimento seguido para a
determinação do número de leituras necessário a fim de fornecer um erro relativo de 5% e
um nível de confiança de 95%.
1) Cronometre, a figura 18 fornece dez ciclos para cada elemento. Neste exemplo será usado o
elemento 1.
3) determine a média X.
0,76
X 0,076 de minuto
10
5) Determine o número de leituras necessário da tabela 1. Como 0,395 é mais próximo de 0,40
do que de 0,38, o número de leituras correspondentes a 0,40 é 27.
90
5 10 X 5 10 X 5 10
R= amplitude do tempo para amostra que é igual ao valor maior do estudo de tempo elementar
menos o valor menor do estudo de tempo elementar.
X = valor médio de tempo do elemento para a amostra (para 10% de erro relativo e 95% de
nível de confiança, divida a resposta por 4).
Na prática, alguns autores e certas empresas como a General Electric têm adotado,
para determinar o número de ciclos que deve ser cronometrado, uma tabela que se baseia no
tamanho do ciclo.
91
Minuto Até até até até até até até até até até mais de
por ciclo
0,10 0,25 0,50 0,75 1,0 2,0 5,0 10,0 20,0 40,0 40,0
Númerode
ciclos
200 100 60 40 30 20 15 10 8 5 3
recomendado
média. Devemos lembrar que o observador aplicará o seu fator de ritmo ao tempo selecionado
para o elemento. Por esta razão, a mesma consideração cuidadosa que damos à determinação
do fator de ritmo deve ser dada à determinação do tempo selecionado.
Depois de determinado o tempo para cada elemento, o passo seguinte no
estabelecimento do tempo-padrão é a determinação do fator de ritmo.
movimentos numa fase de “tempo” particular, de modo que o observador localiza sua atenção
no ritmo com que o operário está trabalhando e julga esse ritmo baseado no conceito normal.
O assunto da avaliação do ritmo é um ponto de grandes controvérsias. Sem dúvida
alguma, ele tem recebido a sua dose de criticas e de queixas. Nos nossos dias, nenhuma
cronometragem é de valor se ela não apresentar o reajuste dos valores de tempo registrados
por meio do fator de avaliação do ritmo, que o analista estimou durante a tomada dos tempos.
Faça-se o leitor esta pergunta: “Você é capaz de julgar os homens?” Por exemplo, suponha o
leitor que fosse um oficial de transito numa rodovia, e que tivesse de estabelecer a velocidade
de 80 quilômetros por hora como velocidade normal de carros viajando por aquela rodovia.
Pela observação, ou pela experiência, é perfeitamente possível dizer se o carro vai indo a cem
quilômetros por hora. Isto em relação ao normal, seria um ritmo de 125%; pode-se também
dizer que o carro vai a uma velocidade de 60 quilômetros, o que representaria um ritmo de
75% sobre o normal. Assim também se procede na industria, ao fazer a análise e a
cronometragem de certa operação para estabelecer uma quantidade definida de produção que
esperamos se obtenha naquela operação por hora, de um operário normal, trabalhando num
ritmo normal, com dispêndio normal de energia e de esforço, e sob condições normais.
Os fatores a serem considerados na avaliação do ritmo são basicamente:
Rapidez e precisão dos movimentos
Esforço.
esforço normal baseado no seu conhecimento do significado de esforço normal com respeito à
operação.
Ao fazer uma observação de estudos de tempos o analista deve avaliar os
elementos da operação em termos de uma normal, que recebe o índice de 100%, como
dissemos anteriormente. Cada elemento é avaliado para cima ou para baixo desta normal de
100% para nivelar o tempo consumido pelo operário.
Afirmamos que o esforço varia de medíocre a excelente. Assumindo que
tentaremos conservar fora do quadro todos os operários excepcionais, tanto quanto possível, e
sempre que possível, esforçar-nos-emos para estudar um operário bom mais que um operário
medíocre ou outro excepcional, de modo que possamos ser capazes de manter os dados mais
em linha com o que deveriam ser em termos da normal.
É obvio que um esforço medíocre será evidenciado pela falta de espirito por parte
do operário, um retardamento proposital do ritmo da operação. Haverá um retardamento
deliberado de esforço, e considerável atenção da parte do operário para muitas condições
externas.
Tem-se verificado que no processo de avaliação, do mesmo modo que em outro
processo qualquer onde haja necessidade de uma comparação, é necessário que comecemos a
medição com um instrumento definido, ou com um valor padrão. Isto assim deve ser a fim de
que possamos determinar o ritmo ou o nível de esforço com que o operário está trabalhando.
Tem sido nossa experiência que se obtêm os melhores resultados pela
determinação do máximo que possa ser atingido por um operário excelente em circunstancias
normais e comparar a execução de cada operação com aquele valor teórico para determinar o
nível de esforço do operário. Por exemplo, tem-se verificado que um operário excelente,
trabalhando em condições normais, será capaz de realizar uma operação num nível de cerca de
125% quando comparado com o normal de 100% para um operário médio. Ao avaliar a
execução de um operário consideramos o nível excelente como sendo 125%.
Recomenda-se que os níveis em que o analista classifica o operário, sejam
considerados em termos de porcentagem. Recomenda-se igualmente que a avaliação de todos
os elementos seja feita em incrementos de 5% para cima ou para baixo do nível de 100%,
tendo-se sempre em mente que o operador excelente atingirá sempre o nível de 125%. Assim,
o ritmo de um operário deve ser avaliado em 90%, 95%, 100%, 105%, 110%, etc.
O conhecimento do serviço submetido à operação e à observação é extremamente
importante como pré-requisito para uma avaliação correta do ritmo do operário. O observador
95
deve estar meticulosamente familiarizado com o tipo de trabalho que está estudando para ser
capaz de apresentar um grau correto de avaliação do esforço empregado pelo operário,
especialmente com respeito às ferramentas usadas pelo operário.
A título de exemplo, lembramo-nos do caso de um grupo de analista de estudo de
tempo de uma grande companhia, que estavam sendo orientados a uma série de sessões de
treinamento para avaliação. Fizeram-se várias tentativas com o fito de determinar se todos os
analistas pensavam do mesmo modo em termos de nivelamento das varias operações e se o
termo “operário normal” significava a mesma coisa para todos. Mostraram a estes analistas
varias operações em curso na oficina, sob variadas condições, e foi-lhes pedido que avaliassem
o esforço do operário em cada operação. Em cada caso diferente, o operário executava a
operação em três ou quatro níveis diversos de esforço a fim de testar o conhecimento e a
habilidade de cada observador.
Num caso particular um operário montou três parafusos num dispositivo de uma
máquina usando uma chave de fenda de catraca “Yankee”. Ele realizou todos os elementos
com exceção do aperto real dos parafusos com a chave, e num ritmo bem acima do normal. O
elemento de apertar os parafusos, em si, foi executado bem abaixo do normal, ao contrário de
todos os outros, com o intento de confundir os observadores, se possível.. Todos os
observadores do grupo, menos um, avaliaram o serviço acima do normal, pelo fato de que não
estavam realmente tomando em consideração que a operação de apertar os parafusos não foi
executada numa média normal de esforço. O erro foi imediatamente apontado ao grupo. Para
provar o fato o operário realizou a operação de apertar os três parafusos ao mesmo nível de
esforço com que tinha realizado os outros elementos da operação.
Seria igualmente difícil para o observador fazer avaliações apropriadas das
operações em execução numa oficina de máquinas ou de prensas, por exemplo, se ele não
tivesse tido experiência com aquele tipo de operação, ou conhecimentos das máquinas ou do
equipamento em uso. Mesmo para um analista de estudos de tempos e movimentos já treinado
e experimentado é difícil avaliar operações tais como polir, retificar, soldar e outras. Certos
tipos de operações resultam na exigência de considerável conhecimento do observador. Tal
conhecimento, por sua vez, é conseqüência de um tipo de treinamento altamente especializado
ou de experiência
Neste ponto, estamos prontos para aplicar os fatores de avaliação do ritmo
empregado em cada operação, elemento por elemento, expressos em porcentagens na folha de
96
cronometragem. Devemos, pois, retomar nossa discussão no ponto em que estávamos falando
da observação física da operação.
O observador deve focalizar sua atenção no operário durante alguns ciclos, se
assim o for permitido pela natureza da operação e pelo tamanho do lote. Ele deve tentar
determinar em sua mente o nível do ritmo do operário, baseado nos critérios percentuais de
valores que já temos discutido.
Quando o observador estiver satisfeito com a avaliação mental genérica da
operação, ele estará em condições de avaliar com mais facilidade o ritmo de cada elemento.
Isto se deve fazer tanto quanto possível durante a observação. Não deve ser feito mais tarde,
quer o operário e o observador estejam ainda na cena da operação, quer depois que o
observador já tenha voltado ao escritório, onde poderia vir tentar registrar avaliações de
memória.
Para maior precisão, recomenda-se que o observador avalie o ritmo de cada
elemento da operação, isto é, que faça a avaliação mais dos elementos individuais do que da
operação como um todo, e a partir desse todo, aplicar o mesmo fator a todos os elementos.
Tempo normal = tempo selecionado x ritimo percentual =0,80 x 110 = 0,88 de minuto
100 100
Tolerância pessoal
Todo operário deve ter tempo reservado para as necessidades pessoais, e, por esta
razão, as tolerâncias pessoais serão consideradas em primeiro lugar. A duração desta tolerância
pode ser determinada através de um levantamento continuo ou então por amostragem do
trabalho. Para trabalho leve, onde o operador trabalha 8 horas por dia sem períodos de
descanso pré-estabelecidos, o trabalhador médio usara para tempo pessoal de 2 a 5% (10 a 24
min) por dia.
Embora a necessidade de tempo pessoal varie mais com o indivíduo do que com o
tipo de trabalho, é um fato que os empregados precisam de maior tolerância pessoal quando o
trabalho é pesado e é executado em condições desfavoráveis, particularmente em atmosfera
quente e úmida. Nestas condições, é possível que os estudos venham a mostrar que mais do
que 5% do tempo deve ser reservado às tolerâncias pessoais.
98
Nas empresas dos E.U.A. tomaram-se tantas medidas para eliminar a fadiga que
esta já não possui a mesma importância anterior. De fato, a fadiga tem conseqüências tão
pequenas em alguns tipos de trabalho que nenhuma tolerância é realmente necessária. Há
varias razoes para isso. Encurtaram-se a duração do dia de trabalho e o número de dias
trabalhados por semana; melhoraram-se máquinas, equipamentos de manuseio mecânico,
ferramentas e dispositivos, de forma que o trabalho de um dia é feito mais facilmente, e o
operador trabalha com maior conforto físico do que anteriormente.
É claro que ainda existem certos tipos de trabalho que envolvem esforços físico
pesado, sendo executados em condições adversas de calor, umidade, poeira e perigo de
acidente, requerendo, desta forma, descanso para o operador. A fadiga resulta de um grande
número de causas, tanto mentais quanto físicas.
99
Figura 30 — Tabela de tolerâncias pessoais e para a fadiga usada por uma empresa,
envolvendo principalmente operações de manuseio e com carrinhos de mão.
As tolerâncias dadas incluem o tempo para necessidades pessoais.
Por cento
Levar volumes de 32 kg de um estrado na altura da cintura a uma pilha na altura dos ombros
Levar volumes de 27 kg de um estrado na altura da cintura a uma pilha na altura dos ombros
Puxar um carrinho manual de 4 rodas em condições normais (peso bruto 1,150 kg; diâmetro das rodas 28 cm)
Despejar sal de um caminhão para uma caldeira de 1m de altura (peso da pá 3 kg, peso do sal(9 kg)
Puxar um carrinho de mão de 4 rodas, carregado (peso bruto 680 kg) diâmetro das rodas 28 cm)
Telefonar
A experiência nos mostra que uma pessoa necessita de descanso quando seu
trabalho é árduo. A determinação do intervalo de tempo a ser concedido para o descanso é um
problema muito complexo. O tempo necessário para o descanso varia com o indivíduo, com a
duração do intervalo do ciclo durante o qual a pessoa está sobrecarregada, com as condições
sobre as quais o trabalho é executado e com muitos outros fatores. Algumas empresas,
baseadas em larga experiência, chegaram a tolerâncias para a fadiga que parecem ser
satisfatórias (Figura 30 ). Algumas organizações envolvendo trabalho físico pesado, como, por
exemplo, o empilhamento de caixas pesadas em armazéns ou caminhões, experimentaram
diversas combinações de períodos de repouso e de trabalho até que se obtivessem tolerâncias
satisfatórias.
Períodos de descanso organizados, durante os quais não se permitem que os
operários trabalhem, constituem uma das melhores soluções para o problema. A duração ótima
e o número de períodos de descanso precisam ser determinados. O plano mais comum é o que
fornece um período de descanso durante o meio da manhã e um durante o meio da tarde. A
duração desses períodos, ordinariamente, varia de 5 a 15 min cada um.
Deve-se repetir que a tolerância para a fadiga não é necessária em muitos dos
trabalhos leves da fabrica, e que os períodos de descanso organizados fornecem tempo
suficiente para repouso a outro grupo de operações fabris. A quantidade de trabalhos pesados
nas fabricas modernas está gradualmente diminuindo, devido ao maior uso de máquinas e de
equipamentos mecanizados de manuseio; conseqüentemente, o problema da tolerância para a
fadiga diminui de importância para o analista de estudo de tempos.
perdido devido à variação ocasional no material e interrupções pelos supervisores, sendo que
estes casos têm que ser incluídos no padrão. Cada espera inevitável deve se constituir em um
desafio para o analista e para o mestre, devendo ser feito todo esforço possível a fim de
elimina-las. O tipo e a freqüência da ocorrência de esperas para uma dada classe de trabalho
pode ser determinada através de estudos contínuos ou de amostragens do trabalho feitas
durante período de tempo suficientemente extenso para fornecer dados de confiança.
x
número de observações classificadas
p de
número total
observações
n
E que
p(1 p)
S p
n
Queremos determinar a extensão dos atrasos bem como quanto tempo os operários
estão gastando para atender às necessidades pessoais. Nosso procedimento é o seguinte:
“trabalho”, “atrasos” e “necessidades pessoais” foram calculadas para cada metade do dia e
para o total da amostragem.
Uma ultima verificação da percentagem de atraso de 9,97 por cento mostra que o
número de observações feitas foi adequado para manter o desvio de 1,0 por cento que
caracteriza a precisão do tempo de atraso. A consistência dos dados poderá ser verificada,
estabelecendo-se um diagrama de controle das proporções obtidas, para ver se alguma
subamostra cai fora dos limites da precisão. Outros testes estatísticos também poderiam ser
executados, comparando-se as observações da manhã com as tardes.
( )( )( )
avaliação média
tempo total de tempo de trabalho em do desempenho
estudos em
minutos
x decimais tirados de
amostragem
x em decimais
Tempo normal =
número total de peças produzidas
Vantagens
observado continuamente por um dia inteiro, é pouco provável que ele siga exatamente sua
rotina.
6) A menos que seja necessária avaliação de ritmo, não é necessário o uso de analistas de
estudos de tempos, treinados como observadores, em um estudo de amostragem do trabalho.
Entretanto, se se pretender estabelecer um tempo-padrão ou índice de atividade, deverá ser
usado um analista experiente em estudos de tempo.
7) Um estudo de amostragem do trabalho pode ser interrompido a qualquer tempo sem afetar
os resultados.
8) As medidas na amostragem do trabalho podem ser feitas com um erro relativo máximo pré-
estabelecido. Desta forma, os resultados são mais significativos para aqueles não familiares
com os métodos usados na coleta das informações.
10) Os estudos de amostragens do trabalho são menos fatigantes e menos monótonos de serem
realizados.
Desvantagens
3) Ao ver o observador, o operador pode alterar sua maneira de agir. Se isto ocorrer, os
resultados deste estudo terão pouco valor.
ANEXO I
ANEXO II
3. MÉTODOS DE TRABALHO
Fazem parte integrante do posto (ordens, modos prescritos de operar, etc.)?
Como são apresentados (num quadro, oralmente, etc.)?
Com que nível de detalhes?
Por quem os métodos de trabalho são apresentados?
Que margem de iniciativa é deixada ao operador?
4. CONTROLE
Quem controla?
Quando?
Onde?
Como?
9. A MÃO-DE-OBRA
Seleção
Treinamento
Remuneração
Possibilidade de promoção
Formação necessária
Existência de trabalho em equipe
Sinais visíveis de acidentes ou doenças do trabalho (dermatose, tosse,
ferimentos, etc.)
Sinais de estresse
118
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DRUCKER, Peter. Desafios gerenciais para o século XXI. São Paulo: Pioneira, 2000.