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Gramática
a) Explicitar aspetos da a) Semântica – 3.1
semântica do português a) formas de
(G12; 19) expressão do Grupo II
tempo 20%
b) Construir um conhecimento b) Ponto 1 – retoma
reflexivo sobre a estrutura dos conteúdos 2.1 5 pontos
e o uso do português 3 itens de resposta 2.2 5 pontos
de 10º ano e
(G12; 17) restrita 2.3 5 pontos
11º anos –
sintaxe: funções
sintáticas e a
frase complexa:
coordenação e
subordinação
Total – 40 pontos
Escrita
a) Planificar a escrita de textos a) Planificação
(E12; 10)
b) Escrever textos de diferentes b) Texto de opinião
géneros e finalidades (E12;
11)
1 item de resposta
c) Redigir textos com coerência c) Redação / Grupo III Item
extensa
e correção linguística textualização 30% único – 60 pontos
(200 a 300 palavras)
(E12; 12)
d) Rever os textos escritos d) Revisão
(E12; 13)
A
Lê o texto.
21-11-1909
______________
Fernando Pessoa, Poesia do eu, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, p. 37.
2. Explica em que sentido o sujeito poético pode afirmar que, nessa terra sonhada, «O amor não é
amor» (verso 13).
Lê o texto.
_ Onde sabee1 que como o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela,
_ e esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade
_ os mais mantimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras
_ cousas. E iam-se muitos aas liziras2 em barcas e batees, depois que Santarem esteve por
5 Castela, e dali tragiam muitos gaados mortos que salgavom em tinas, e outras cousas de
_ que fezerom grande açalmamento3; e colherom-se4 dentro aa cidade muitos lavradores
_ com as molheres e filhos, e cousas que tiinham; e doutras pessoas da comarca d’arredor,
_ aqueles a que prougue5 de o fazer; e deles6 passarom o Tejo com seus gaados e bestas e o
_ que levar poderom, e se foram contra7 Setuval, e pera Palmela; outros ficarom na cidade e
10 nom quiserom dali partir; e taes i8 houve que poserom todo o seu9, e ficarom nas vilas que
_ por Castela tomarom voz.
_ Os muros todos da cidade nom haviam mingua10 de boom repairamento11; e em
_ seteenta e sete torres que ela teem a redor de si, foram feitos fortes caramanchões de
_ madeira, os quaes eram bem fornecidos d’escudos e lanças e dardos e bestas de torno12, e
15 doutras maneiras com grande avondança13 de muitos viratões14.
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Fernão Lopes, in Teresa Amado (apresentação crítica), Crónica de D. João I de Fernão Lopes (textos escolhidos),
Lisboa, Seara Nova Comunicação, 1992, p. 72.
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1 sabei; 2 lezírias(grandes campos do Ribatejo); 3 abastecimento; 4 refugiaram-se; 5 a quem entendeu por bem; 6 e alguns; 7 em
direção a; 8 aí; 9 «que poseram todo o seu» – que puseram em segurança os seus haveres; 10 necessidade; 11 reparação,
fortificação; 12 «beestas de torno» – armas que disparavam setas a grandes distâncias; 13 abundância; 14 setas grandes
4. Indica duas atitudes tomadas pelos «da cidade» (linha 1) derivadas do conhecimento do «grande e
poderoso cerco» (linha 2) que se aproximava.
GRUPO II
Lê o texto.
_ 12-fevereiro (sexta). Que ridículo e mesmo estúpido dizer-se de um livro que está bem
_ escrito. Não é «bem escrito» que está. Está é sentido, originalmente, original nas observações,
_ inteligente na reflexão. E por isso que não se pode imitar. Pode-se é ser original de outra
_ maneira. Há realmente livros que são apenas «bem escritos». São os livros banais, com
25 palavras trabalhadas ao torno, frases que se pretendem «despojadas», reduzidas ao «essencial»,
_ e cruas. Mas como o que nelas está não representa um sentir originário, nem uma observação
_ imprevista, nem uma reflexão que nos surpreenda pela justeza e profundidade, o que delas
_ resulta é uma construção pretensiosa, estéril e quase sempre irritante. Decerto um romance
_ (como a poesia segundo Mallarmé e como creio já ter dito), faz-se com palavras. Pois com que
30 é que havia de fazer-se? Mas antes disso faz-se com o impulso animador a essas palavras e que
_ assim não passa bem por elas mas por entre elas, fazendo delas apenas um apoio para passar
_ além, como o som passa pelas cordas mas existe por entre elas e é nesse som o indizível que
_ nos emociona. O que nos fica de um livro «bem escrito» é essa emoção que já não lembra as
_ palavras e vive por si. Eis porque tal livro é inimitável e apenas poderá repetir-se, ou seja
35 plagiar-se. Imitar verdadeiramente esse livro é recompor uma emoção afim1 e inventar outras
_ palavras que traduzam esse sentir, ou seja que lhe sirvam de pretexto ou estratagema para que
_ esse sentir (e pensar/sentir) se realize como a música nas cordas de um instrumento. O escritor
_ medíocre imagina que todo o seu trabalho deve incidir no trabalhar uma frase. Ora não é a
_ frase que tem de se trabalhar: é aquilo que há de passar por ela. Os autores célebres que
40 trabalharam a frase, na realidade trabalharam apenas aquilo que haviam de exprimir; testaram
_ na frase a realização de uma expressão. O escritor medíocre dá como já adquirido o que haveria
_ a dizer e todo o seu esforço é secar o período, burilar2 ou envernizar o vocábulo. E no fim de
_ contas, este é que «escreve bem». Mas quem assim escreve bem, escreve bastante mal. Não
_ digo rasamente que o «conteúdo» preceda a sua «expressão». Mas o que preexiste à expressão
45 não é um puro nada. Exprimir é operar e concretizar esse algo. Mas esse algo existe. Escrever
_ bem, como se diz, é realizar pela escrita um «bem» que aí se revela mas que está antes e depois
_ disso em que se revela. Escreve-se bem com o espírito e a sensibilidade – não com um
_ dicionário. Embora seja no dicionário que está toda a obra-prima. Como na pedra está toda a
melhor escultura.
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Vergílio Ferreira, Conta-corrente 4, Lisboa, Bertrand Editora, 1982, pp. 24, 25 e 26.
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1 idêntica, parecida; 2 retocar para aperfeiçoar
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite
obter uma afirmação correta.
1.1 A morte da irmã – «É morta minha irmã.» (linha 10) – a que se refere o diarista na entrada
do dia 8 de fevereiro, é de natureza
(A) física. (B) psíquica. (C) temporal. (D) familiar.
1.2 A utilização das palavras destacadas em «procurei-o para me sentar. Estavam lá dois
sujeitos,» (linhas 15 e 16) contribui para a construção da coesão
(A) referencial.
(B) interfrásica.
(C) temporal.
(D) frásica.
1.4 Para o diarista, um bom livro não se pode imitar porque quem tenta imitar não consegue
(A) reproduzir as mesmas emoções do autor do livro original.
(B) utilizar o mesmo material verbal do autor do livro original.
(C) ser justo e profundo como o autor do livro original.
(D) refletir nem sentir de modo original.
GRUPO III
É através do sonho ou dos sonhos que a Humanidade tem tantas vezes chegado à realização de
grandes conquistas de vária ordem, desde tecnológicas até culturais e históricas.
Redige um texto de opinião, no qual comproves esta perspetiva, apresentando, pelo menos, dois
argumentos e respetivos exemplos.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e deve estruturar-se em três partes lógicas.
CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO
Grupo I ..................................................................................................................... 100 pontos
A
Pergunta 1 ............................................................................................................................ 20 pontos
Aspetos de conteúdo (C) .................................................................................................... 12 pontos
Cenário de resposta:
O sujeito poético sonha com um espaço inexistente onde a inconsciência reina, onde não há consciência da
morte ou do amor e os problemas que acarreta. Trata-se de um espaço que vive num tempo mítico
caracterizado pela inconsciência em que vivem as crianças.
Cenário de resposta:
«impossível jardim», no último verso do poema.
B
Pergunta 4 ........................................................................................................................................ 20 pontos
Aspetos de conteúdo (C) .............................................................................................................. 12 pontos
Cenário de resposta:
A primeira atitude foi recolher no interior da cidade os mantimentos que pudessem conseguir; a segunda foi
fazer reparações nas muralhas de Lisboa.
Cenário de resposta:
Esta enumeração comprova os bons preparativos de defesa realizados.
Pontuação
17 12 11 8 5
Parâmetro
(A) – Trata, sem desvios, o tema – Trata o tema proposto, – Aborda lateralmente o
Tema e proposto. embora com alguns tema proposto.
tipologia – Mobiliza informação desvios. – Mobiliza muito pouca
ampla e diversificada – Mobiliza informação informação relativamente
relativamente à tipologia suficiente, relativamente à à tipologia textual
textual solicitada: produz tipologia textual solicitada: produz um
um discurso coerente e solicitada: produz um discurso geralmente
sem qualquer tipo de discurso globalmente inconsistente e, por vezes,
ambiguidade. coerente, apesar de ininteligível.
algumas ambiguidades.
Pontuação
12 11 9 5 3
Parâmetro
Pontuação
6 4 3 2 1
Parâmetro