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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E


SANEAMENTO BÁSICO

Fichamento de Estudo de Caso

Renan Maia Armaroli

Trabalho da
disciplina
Avaliação de
Impactos
Ambientais
Tutor: Prof.
Ricardo Finotti
Leite
Rio de Janeiro
2019

ESTUDO DE CASO: A B Lab e a Evolução da Avaliação de Impacto


A pergunta é: como você se comporta quando está à frente do mercado? Quão
longe você pode ir para satisfazer o mercado?

REFERÊNCIA: Bart Houlahan, co-fundador da B Lab

Em 2006, foi fundada por Jay Coen Gilbert, Bart Houlahan e Andrew
Kassoy uma organização norte-americana sem fins lucrativos, chamada B Lab.
Foi fundada para dar apoio a empresas privadas que visavam oferecer
benefícios sociais e ambientais. Suas três principais áreas de atuações eram:
fortalecimento da comunidade em relação a negócios com fins sociais, criação
de um ambiente legal para dar mais suporte a eles e promoção de um conjunto
comum de padrões e avaliações para criar a accountability.
Apesar de não ter sido inventado o termo "investimento de impacto” até
um ano após a fundação da B Lab, ela desempenhou um papel importante
nessa prática relativamente nova, que procurava gerar valor ambiental ou
social positivo com retornos financeiros. Era particularmente importante para a
B Lab, saber como o impacto poderia ser medido.
Medir o sucesso no setor privado era, em geral, uma tarefa
relativamente simples, desde que o retorno financeiro fosse o parâmetro
principal. Medir o impacto social ou ambiental, no entanto, é muito mais
complicado. Nos últimos anos, foram feitos muitos esforços para criar sistemas
para medir o impacto social dentro e através das organizações.

O trabalho inicial da B Lab sobre a avaliação do impacto era parte de


seu primeiro esforço para criar uma comunidade vibrante de empresas com o
mesmo pensamento.
Assim, a B Lab criou uma certificação chamada B Corp, com uma
definição ampla de responsabilidade fiduciária e corporativa que incluía
diversos interesses das partes interessadas.
Com o tempo, a B Lab estava desenvolvendo seu próprio sistema de
impacto, e outros em filantropia e investimentos voltados para a missão
estavam confrontando com questões de medição similares.
Em 2007 e 2008, a Fundação Rockefeller reuniu líderes de fundações e
instituições financeiras e do campo do desenvolvimento internacional para
discutir o “investimento de impacto”. Vários compromissos foram feitos,
incluindo a Iniciativa de Investimento de Impacto de $38 milhões da própria
Rockefeller.
Foi trabalhado em conjunto com a Rockefeller e a Acumen Fund, um
fundo de investimento de impacto sem fins lucrativos e com apoio financeiro
adicional da USAID, a B Lab começou a desenvolver um conjunto de
definições, métrica e metodologias que poderiam ser usados para descrever e
medir os impactos sociais e ambientais das empresas. Grande parte foi
baseada na Avaliação de Impacto B original. Outra parte veio do Acumen Fund,
com o auxílio técnico e o levantamento de dados da Hitachi, da Deloitte e da
PriceWaterhouseCoopers, foi o IRIS.
O IRIS forneceu também a taxonomia subjacente para as principais
iniciativas da B Lab, o Sistema de Avaliação de Investimento de Impacto Global
(GIIRS), que era um sistema que transformava a Avaliação de Impacto B em
uma ferramenta de avaliação significativa para investidores de impacto. Como
a maioria das perguntas da Avaliação de Impacto B havia sido adequada para
as empresas nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, os fundos
pioneiros, tendo a experiência de investir em mercados emergentes, ajudaram
a B Lab a modificar a Avaliação de Impacto para se adequar melhor às
empresas dos países em desenvolvimento.
O GIIRS foi visto como uma etapa crítica para o objetivo final dos
mercados de capital social eficientes. Em seu plano inicial para o GIIRS, a B
Lab esperou combinar

a ampla inclusão com a geração de receitas. Em um ano, a B Lab recebeu no


GIIRS diversas assinaturas de empresas, fundos e investidores novos. A
resposta do
mercado deixou claro que já era hora de rever o GIIRS 1.0. Após algumas
melhorias a B Lab ouvia que o GIIRS não estava sendo usado tanto quanto ela
havia previsto.
Em 2012, Coen Gilbert, Houlahan e Kassoy decidiram realizar uma
pesquisa significativa para aprender mais sobre o uso e a demanda do GIIRS e
com aval da Fundação Rockefeller, a B Lab contratou a Monitor
(posteriormente adquirida pela Deloitte) para realizar essa análise de mercado.
A Monitor descobriu que enquanto alguns usuários do GIIRS, valorizavam as
avaliações e as pontuações de terceiros, instituições financeiras de pequena e
grande escala consideravam-nas de valor médio. As fundações de grande
porte indicavam que o GIIRS era útil para fins de instrução e auxílio técnico,
mas não necessariamente para a orientação do investimento.
Apesar da pesquisa realizada pela Monitor mostrar que nem todos
queriam as avaliações do tipo GIIRS, haviam muitas ferramentas que os
investidores queriam e estavam dispostos a pagar por elas, e a B Lab poderia
fornecê-las.
Em outubro de 2013, a B Lab lançou um novo produto, o B Analytics,
que representava uma resposta mais expressiva para a demanda de mercado
em relação a medição e avaliação. O B Analytics representou uma abordagem
diferente da B Lab, ampliando o escopo, convidando e incentivando mais
empresas e investidores a participarem, dando a eles várias ferramentas
analíticas e de relatório.
Ao “ampliar o escopo” para diversas empresas e fundos, a B Lab teve de
apostar grande: Em outubro de 2013, ela lançou a plataforma em nuvem B
Analytics, gastando $2 milhões em tecnologia. Em junho de 2014, após ter
lançado o produto no mercado em menos de um ano, o B Analytics teve mais
de 1.400 usuários, com 87 fundos usando a plataforma online.
Enquanto se preparava para lançar o B Analytics, a B Lab estava
desejando também mudanças adicionais na Avaliação de Impacto B (que
poderia retroalimentar o GIIRS). Em janeiro de 2014, ela divulgou o V4 da
avaliação de impacto, incluindo as

mudanças que refletiram o “aprofundamento” da abordagem da B Lab para


avaliar o impacto do modelo de negócios. Essas mudanças foram uma
resposta aos dados do mercado que indicavam a demanda dos gerentes de
fundo e de outros por pontuações mais detalhadas e mais significativas do
impacto e dos resultados do modelo de negócios (IBM).
A B Lab aprendeu que as empresas participantes estavam divididas
entre as que focavam no impacto do produto e aquelas que estavam tentando
atingir o impacto operacional. Antes, era usado uma única ferramenta,
combinando duas abordagens de investimento. Agora, com a separação, a
avaliação fica muito mais significativa para o impacto de uma empresa.
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