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Um Mundo Forjado em

Guerra
Volume 1

Panon Corvo da Tempestade

1ª Edição
2012
A obra Um Mundo Forjado em Guerra – Volume 1 escrita por Panon Corvo da Tempestade é
uma produção de Lucas Tagliari Spanholi (Panon) e Aline Cristina Souza dos Santos (Aniere)
com uma licença Creative Commons – Atribuição Não Comercial – Sem Derivados 3.0 Não
Adaptada. Para ver uma cópia desta licença, visite:

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sumário
Capítulo 1 – Os Mitos Antigos .......................................................................................... 5
Os Titãs e o Modelamento do Universo .......................................................................... 5
A Traição de Sargeras ................................................................................................. 5
A Corrupção dos Eredars e o Vôo dos Draeneis ............................................................... 7
O Ordenamento de Azeroth ........................................................................................ 10
Os Deuses Antigos .................................................................................................... 11
As Revoadas Dragônicas e os Grandes Aspectos ........................................................... 12
Capítulo 2 – A Era Primitiva .......................................................................................... 17
A Ascensão da Civilização dos Trolls ............................................................................ 17
Os Kaldorei e a Nascente da Eternidade ....................................................................... 18
A Guerra dos Antigos ................................................................................................ 21
A Fragmentação do Mundo ......................................................................................... 28
Monte Hyjal e o Presente de Illidan ............................................................................. 31
A Guerra dos Sátiros e os Druidas da Foice .................................................................. 33
A Árvore do Mundo e o Sonho Esmeralda ..................................................................... 36
Exílio dos Elfos Superiores ......................................................................................... 37
As Sentinelas e a Longa Vigília ................................................................................... 39
Capítulo 3 - O Mundo Novo ........................................................................................... 41
A Fundação de Quel'Thalas ........................................................................................ 41
Arathor e a Guerra dos Trolls ..................................................................................... 44
Os Guardiões de Tirisfal ............................................................................................. 46
O Despertar do Anões ............................................................................................... 48
Os Sete Reinos ......................................................................................................... 49
Aegwynn e a Caçada do Dragão ................................................................................. 51
Guerra dos Três Martelos ........................................................................................... 52
O Último Guardião .................................................................................................... 56
Capítulo 4 –A Corrupção dos Orcs .................................................................................. 59
A Colonização de Draenor .......................................................................................... 59
O Pacto Sombrio ....................................................................................................... 60
O Surgimento da Horda e o Extermínio dos Draeneis ..................................................... 61
Capítulo 5 – A Horda e a Aliança ................................................................................... 65
O Portal Negro e a Queda de Ventobravo ..................................................................... 65
A Aliança de Lordaeron e a Segunda Guerra ................................................................. 69
A Destruição de Draenor ............................................................................................ 76
Capítulo 6 – Prelúdio para a Perdição ............................................................................. 79
O Nascimento do Lich Rei .......................................................................................... 79
O Trono Congelado ................................................................................................... 80
A Batalha de Grim Batol ............................................................................................ 82
Letargia dos Orcs ...................................................................................................... 84
A Nova Horda ........................................................................................................... 85
A Guerra das Aranhas ............................................................................................... 87
Kel'Thuzad e o Seita dos Malditos ............................................................................... 88
A Aliança se Despedaça ............................................................................................. 91
Capítulo 7–O Retorno da Legião Ardente ........................................................................ 93
A Ruína de Lordaeron ................................................................................................ 93
A Corrupção da Nascente do Sol ................................................................................. 97
A Destruição de Dalaran ............................................................................................ 98
A Jornada para Kalimdor............................................................................................ 99
O fim da Longa Vigília .............................................................................................. 103
A Batalha do Monte Hyjal .......................................................................................... 105
Capítulo 8 – As Trevas se Confrontam ........................................................................... 107
A Ascenção do Traidor .............................................................................................. 107
O Tormento dos Elfos Sangrentos .............................................................................. 109
Guerra Civil nas Terras Pestilentas ............................................................................. 111
O Lich Rei Triunfante ................................................................................................ 114
Capítulo 1 – Os Mitos Antigos

Os Titãs e o Modelamento do Universo

Ninguém sabe exatamente como o universo começou. Alguns teorizam que


uma explosão cósmica catastrófica espalhou infinitos mundos na imensidão da
Grande Treva - mundos que um dia teriam formas de vida maravilhosas e terríveis.
Outros acreditam que o universo foi criado por uma única entidade todo-poderosa.
Embora as origens exatas do universo caótico permaneçam incertas, está claro que
uma raça de seres poderosos surgiu para trazer estabilidade a vários mundos e
assegurar um futuro seguro para os seres que seguissem seus passos.

Os titãs, deuses colossais de pele metálica, dos cantos distantes do cosmo,


exploraram o universo recém nascido e se fixaram nos mundos encontrados para
trabalhar neles. Eles moldaram os mundos elevando imponentes montanhas e
cavando vastos oceanos. Espiraram céus e criaram atmosferas. Tudo partindo de
um plano, criar ordem a partir do caos. Eles deram poder a raças primitivas para
cuidar e manter a integridade dos seus respectivos mundos.

O Panteão

Comandado pela elite conhecida como o Panteão, os titãs trouxeram ordem


a mais de cem milhões de mundos espalhados ao longo da Grande Treva durante
os primeiros anos da criação. O benevolente Panteão, que buscava proteger estes
mundos estruturados, sempre estava vigilante contra a ameaça de ataque das vis
entidades extradimensionais da Espiral Etérea. A Espiral Etérea, uma dimensão
etérea de magias caóticas que, conectada a inúmeros mundos, era lar de um
número infinito de seres malignos que só buscavam destruir a vida e devorar as
energias do universo. Incapazes de conceber o mal em qualquer forma, os titãs
tentaram achar um modo de terminar com a constante ameaça desses demônios.

A Traição de Sargeras

Com o passar do tempo, entidades demoníacas da Espiral Etérea fizeram seu


espaço nos mundos dos titãs, e o Panteão elegeu seu maior guerreiro, Sargeras,
um gigante nobre de bronze fundido, para agir como sua primeira linha de defesa.

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Sargeras levou a cabo os seus deveres durante milênios incontáveis, procurando e
destruindo estes demônios onde quer que eles pudessem estar. Durante as eras,
Sargeras encontrou uma raça demoníaca poderosa que estava brigando para
ganhar o poder e domínio do universo físico.

Sargeras foi forçado a lidar com um grupo com intenção de romper a ordem
dos titãs: os Nathrezim, também conhecidos como Senhores do Medo. Esta raça
escura de demônios vampíricos conquistou vários mundos povoados possuindo seus
habitantes e os transformando em sombras. Os abomináveis Senhores do Medo
enganaram nações inteiras pondo umas contra as outras, as manipulando em ódio
irrefletido e desconfiança. Embora os poderes quase ilimitados de Sargeras fossem
mais que suficiente para derrotar os vis Nathrezim, ele estava muito incomodado
pela corrupção das criaturas e o mal o consumia. Incapaz de entender tal
depravação, o grande titã começou a cair em uma grande depressão. Apesar de
seu crescente desconforto, Sargeras facilmente derrotou os Nathrezim
aprisionando-os dentro de um canto da Espiral Etérea, mas a corrupção deles o
afetou profundamente.

Nathrezim

Com dúvida e desespero Sargeras se sentiu subjugado, ele não só perdeu


toda a fé em sua missão, mas também na visão dos titãs de um universo ordenado.
Eventualmente ele começou a acreditar que o conceito de ordem era loucura, e que
caos e depravação eram os únicos absolutos na escuridão solitária do universo. Os
titãs da mesma categoria dele tentaram o persuadir de seu erro e acalmar suas
furiosas emoções, mas ele considerou as suas convicções mais otimistas como ego
servido de ilusões. Partindo de seus ranques, Sargeras teve a ideia de achar seu
próprio lugar no universo. Embora o Panteão estivesse triste com sua partida, os
titãs nunca poderiam ter predito o quão distante seu irmão caído iria, então eles
elegeram Aggramar, que fora o segundo em comando de Sargeras para substituí-lo
na frente de batalha dos exércitos titânicos.

Quando a loucura de Sargeras finalmente consumiu os últimos vestígios de


seu espírito valoroso, ele culpou os titãs como responsáveis pelo fracasso da
criação. Decidindo, afinal, desfazer seus trabalhos ao longo do universo, ele
planejou formar um exército imbatível que incendiaria o universo físico.

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Enquanto sua confusão e miséria o afundavam cada vez mais, até mesmo
sua forma titânica foi pega pela corrupção que infestou seu coração outrora nobre.
Os seus olhos, cabelos e barba estouraram em fogo, e sua pele metálica de bronze
dividiu-se abrindo e revelando um forno infinito de ódio devastador.

Sargeras, o Titã Caído

Na sua fúria, Sargeras quebrou as prisões dos Nathrezim e deixou os


repugnantes demônios livres. Estas criaturas espertas se curvaram diante a vasta
raiva do Titã Caído e se ofereceram para servi-lo de qualquer modo malicioso que
eles pudessem.

A Corrupção dos Eredars e o Vôo dos Draeneis


(~25.000 anos atrás)

Algum tempo depois os eredars, uma raça brilhante com afinidade para a
magia, atraíram a atenção de Sargeras para o seu mundo natal, Argus. O Titã
Caído ofereceu poder além da imaginação para os três lideres dos eredars –
Kil’Jaeden, Arquimonde e Velen – em troca de lealdade inquestionável. Uma visão
perturbadora veio até Velen, que viu os eredars transformados em impronunciáveis
demônios, os futuros líderes do exército de Sargeras que iria crescer até
proporções colossais e dizimar toda a vida.

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Kil’Jaeden Arquimonde Velen

Apesar das tentativas de Velen de alertar seus amigos, Kil’Jaeden e


Arquimonde decidiram aceitar a oferta de Sargeras. Velen desesperou-se com a
decisão de seus antigos companheiros e então rezou por ajuda. Para a sua surpresa
e alivio, suas preces foram respondidas pelos benevolentes naaru. Esses seres de
energia haviam, assim como Velen, previsto o mal que seria causado pelo Titã
Caído.

Os naaru ofereceram-se para guiar Velen e quaisquer outros crentes para


segurança. Velen quietamente reuniu aqueles entre os seus seguidores eredar que
pareciam confiáveis e os batizou “Draeneis” (“Exilados” em eredun). Os draeneis
conseguiram escapar por pouco, antes que Sargeras voltasse para cumprir sua
promessa. Furioso pela traição de seu antigo companheiro, Kil’Jaeden jurou
perseguir Velen e seus seguidores draeneis até os confins da existência.

Naaru

Quando Sargeras voltou para Argus ele transformou os eredars em


demônios. Sargeras escolheu seus dois campeões para comandar seu exército
demoníaco de destruição. Kil'Jaeden, o Enganador, que foi escolhido para procurar
as raças mais escuras do universo e as recrutar para servir ao titã. E Arquimonde, o
Corruptor, que foi escolhido para conduzir os vastos exércitos de Sargeras em
batalha contra qualquer um que poderia resistir ao poder da Legião.

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O primeiro movimento de Kil'Jaeden foi escravizar os vampíricos Nathrezim
sob seu terrível poder. Os Senhores do Medo serviram como seus agentes pessoais
ao longo do universo, deleitando-se em prazer ao localizar e subjugar raças
primitivas para seu mestre corromper. O Primeiro entre os Senhores do Medo era
Taecondrius, o Conspurcador. Taecondrius serviu Kil'Jaeden como o soldado
perfeito e concordou em levar em nome de Sargeras o testamento ardente para
todos os cantos escuros do universo.

Taecondrius, o Conspurcador

O poderoso Arquimonde também escolheu seus agentes. Chamando os


maléficos Lordes Abissais Annihilans e o líder bárbaro deles, Mannoroth, o
Destruidor, Arquimonde esperou estabelecer uma elite lutadora que expurgaria a
criação de toda a vida.

Annihilan

Uma vez que os exércitos de Sargeras foram recrutados e estavam prontos


para seguir seu comando, ele lançou suas forças enfurecidas na vastidão da Grande

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Treva. Ele batizou o seu exército de Legião Ardente e a partir desta data ainda
obscura eles consumiram e queimaram tantos mundos quanto possível na sua
profana Cruzada Ardente pelo universo.

O Ordenamento de Azeroth

Inadvertidos da missão de Sargeras de desfazer seus incontáveis trabalhos,


o Panteão continuou movendo-se de mundo em mundo, moldando e ordenando
cada planeta quando eles viam que era necessário. Ao longo de sua viagem eles
acharam um mundo pequeno que seus habitantes posteriormente viriam a chamar
de Azeroth. Conforme os titãs passaram pela paisagem primordial, eles
encontraram vários seres elementais hostis. Estes elementais, que adoravam uma
raça de seres entrópicos conhecidos apenas como os “Deuses Antigos”, juraram
expulsar os titãs para manter o seu mundo intocado pelo toque metálico dos
invasores.

O Panteão, perturbado pela propensão dos Deuses Antigos para o mal,


empreendeu uma guerra contra os elementais e seus mestres extradimensionais.
Os exércitos dos Deuses Antigos foram conduzidos pelos tenentes elementais mais
poderosos: Ragnaros, o Senhor do Fogo; Therazane, a Petramáter; Al'Akir, o Lorde
dos Ventos e Neptulon, o Caçador das Marés. As forças caóticas deles se
enfureceram pela extensão do mundo e colidiram com os colossais titãs. Embora os
elementais fossem poderosos além da compreensão mortal, as forças combinadas
deles não puderam parar o poderoso Panteão. Um por um, os senhores
elementares caíram, e suas forças dispersaram.

Ragnaros, O Senhor do Fogo Therazane, a Petramáter

Al’Akir, o Lorde dos Ventos Neptulon, o Caçador das Marés

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Para manter seus espíritos furiosos longe do mundo físico, os elementais
foram banidos para um plano abissal onde eles combateriam um contra o outro
para toda a eternidade sem o poder dos Deuses Antigos. Com a partida dos
elementais, a natureza se acalmou e o mundo estabeleceu uma harmonia e
tranquilidade. Os titãs viram que a ameaça foi contida e então começaram a
trabalhar.

Os titãs criaram várias raças para lhes ajudar a formar o mundo. Para lhes
ajudar a esculpir as cavernas em baixo da terra, eles criaram os earthens, seres
mágicos de pedra viva. Para ajudar-lhes a dragar os mares e erguer a terra do
chão, os titãs criaram imensos, mas gentis, gigantes. Por muitas eras os titãs
moldaram a terra, até que finalmente tivessem um continente perfeito. No centro
deste continente, eles fizeram um lago de energias cintilantes que serviria como
fonte da vida para o mundo. Suas potentes energias criariam os ossos do mundo e
permitiram à vida criar raízes no solo rico. Com o passar do tempo, plantas,
árvores, monstros, e criaturas de todo tipo começaram a prosperar no continente
primordial. Como um crepúsculo caiu no dia final do trabalho deles, os titãs
nomearam o continente de Kalimdor (“Terra da Eternidade Estrelada” na língua dos
titãs).

As criações dos Titãs

Os Deuses Antigos

Após a partida do Panteão uma grande calamidade se abateu sobre o jovem


mundo de Azeroth. As entidades entrópicas de puro caos conhecidas como Deuses
Antigos voltaram dos confins vazios da Grande Treva e o mundo cedeu em suas
fundações diante de seus inimagináveis poderes sombrios. As criações dos titãs
foram destruídas ou sofreram um destino muito pior, tornando-se aflitas pela
“Maldição da Carne”, que lentamente transformaria seus corpos.

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Yogg’Sarron, um dos Deuses Antigos

Quando os titãs descobriram o que havia ocorrido com suas jovens criações
eles retornaram. O Panteão enfrentou os Deuses Antigos, o que causou a maior
batalha que Azeroth viria a conhecer. Os titãs foram vitoriosos nesse confronto
entre deuses, mas o domínio maligno dessas entidades caóticas sobre Azeroth
havia crescido tanto que destruí-los iria acarretar na aniquilação do plano, pois a
sua infecção os havia ligado simbioticamente à criação dos titãs. Então em vez de
destruí-los o Panteão neutralizou seus poderes prendendo-os abaixo da superfície
do mundo pelo resto de sua existência.

Depois disso os titãs recriaram as raças que haviam sido infectadas pela
Maldição da Carne, dessa vez mais resistentes à corrupção dos Deuses Antigos, e
empregaram uma série de mecanismos de defesa, como deixar vigilantes que
ficaram para trás nas instalações de Ulduar, Uldaman e Uldum.

As Revoadas Dragônicas e os Grandes Aspectos

Satisfeitos pelo pequeno mundo que tinha sido ordenado e acreditando que
o seu trabalho estava terminado, os titãs prepararam-se para deixar Azeroth.
Porém, antes de partiram, eles carregaram as maiores espécies do mundo com a
tarefa de cuidar de Kalimdor, para que não houvesse qualquer força que ameaçasse
sua tranquilidade perfeita. Naquela época havia muitas revoadas Dragônicas, e
dentre elas cinco se destacavam. Foram estas cinco revoadas que os Titãs
escolheram para pastorear o mundo que brotava. A partir do colossal proto-dragão
Galakrond o Panteão criou cinco dragões para liderarem suas respectivas revoadas
e os imbuíram de uma porção de seus poderes. Estes dragões majestosos ficaram
conhecidos como os Grandes Aspectos, ou os Aspectos Dragônicos.

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Galakrond e os Aspectos

Aman'Thul, o Patrono do Panteão, deu uma porção de seu poder cósmico


para o volumoso dragão de bronze, Nozdormu. O Patrono incumbiu Nozdormu de
vigiar o próprio tempo e policiar os caminhos em eterna mudança do destino. E
para assegurar que ele faria bem o seu trabalho, lhe concedeu a visão de sua
própria morte, de forma que o dragão pudesse agir de forma imparcial. O estoico e
honorável Nozdormu ficou conhecido como “o Atemporal”.

Nozdormu, o Atemporal

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Eonar, a Padroeira de Toda a Vida, deu uma porção do seu poder à leviatã
vermelha, Alexstrasza. Desde então Alexstrasza seria conhecida como “a Mãe da
Vida”, e ela trabalharia para salvaguardar todas as criaturas deste mundo. Devido à
sua imensa sabedoria e compaixão ilimitada para com todas as coisas vivas,
Alexstrasza foi coroada a Rainha dos Dragões recebendo assim o domínio sobre o
seu tipo.

Alexstrasza, a Mãe da Vida

Eonar também abençoou a irmã mais jovem de Alexstrasza, a dragonesa


verde Ysera, com uma porção de influência sobre a natureza. Ysera entrou em um
transe eterno, conectada ao recém surgido Sonho da Criação. Conhecida como “a
Sonhadora”, ela iria manter vigília sobre as áreas selvagens a partir de seu reino, o
Sonho Esmeralda.

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Ysera, a Sonhadora

Norgannon, o Guardião do Conhecimento e Mestre-Mago, concedeu ao


dragão azul, Malygos, uma porção de seu vasto conhecimento. Dali em diante,
Malygos seria conhecido como “o Tecelão de Feitiços”.

Malygos, o Tecelão de Feitiços

Khaz'Goroth, o Forjador de Mundos, deu parte de seu poder para o poderoso


dragão negro, Neltharion, que posteriormente viria a ser chamado de “o Guardião
da Terra”. Ele recebeu o domínio sobre a terra e os lugares profundos do mundo.
Ele encarnou a força do mundo e serviu como o maior partidário de Alexstrasza.

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Neltharion, o Guardião da Terra

Assim os Cinco Aspectos foram encarregados da defesa do mundo na


ausência do Panteão. Com os dragões preparados para salvaguardar a criação
deles, os titãs deixaram Azeroth para trás para sempre. Infelizmente era só uma
questão de tempo antes que Sargeras soubesse da existência do mundo recém-
nascido.

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Capítulo 2 – A Era Primitiva

A Ascensão da Civilização dos Trolls


(~16.000 anos atrás)

Muito tempo antes dos orcs e humanos colidirem em sua Primeira Guerra, o
mundo de Azeroth era um só continente volumoso, cercado pelo mar. Aquele
grande continente, conhecido como Kalimdor Primordial, abrigou várias raças e
criaturas que competiam pela sobrevivência entre os elementos selvagens do
mundo que despertava. No centro do escuro continente estava o lago misterioso de
energias incandescentes que viria a ser chamado de Nascente da Eternidade. Esse
lago era o verdadeiro coração da magia e poder natural do mundo. Tirando suas
energias da infinita Grande Treva além do plano, o lago agia como uma fonte
mística, que enviava suas potentes energias pelo mundo para nutrir a vida em
todas suas formas maravilhosas.

Entre as muitas raças que surgiam no continente, uma se sobressaiu


crescendo até formar um império. Eram os trolls da tribo Zandalar, da qual todos
os trolls modernos descendem. No geral, os Zandalari valorizavam o conhecimento
acima de todo o resto, mas uma porção significativa da tribo possuía uma sede de
conquista em vez disso. Esses trolls descontentes eventualmente partiram para
formar suas próprias tribos. Com o passar do tempo os remanescentes da tribo
Zandalar passaram a ser considerados como uma casta autoritária de sacerdotes
para todos os trolls. Os Zandalari trabalharam sem descanso para registrar e
preservar a história e as tradições dos trolls, e esses sábios atuaram para o bem da
civilização troll como um todo. Amplamente respeitados pelos seus iguais, os
Zandalari permanecem até os dias de hoje envolvidos com as políticas do seu povo.

Trolls Zandalari

A partir das tribos que se separaram dos Zandalari, dois impérios troll
ascenderam. O Império de Gurubashi nas selvas do Sudeste e o Império Amani nas
florestas meridionais. Muitas tribos menores acabaram mais longes das terras
civilizadas, parando no extremo Norte onde se estabilizaram na região que depois
passaria a ser conhecida como Fenda do Norte. Essas tribos formaram uma nação
menor chamada Drakkari, mas esse reino nunca atingiu o tamanho e a
prosperidade dos impérios do sul.

Os dois impérios dos trolls tinham pouco amor um pelo outro, mas seus
conflitos raramente chegavam até o ponto da guerra. Naquela época o maior
inimigo deles era um terceiro império, a civilização de Azj’Aqir. Os aqirs eram uma

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raça de insectóides inteligentes que reinavam nas terras do extremo oeste. Esses
sagazes insectóides eram extremamente expansionistas e incrivelmente malignos.
Os aqirs eram obcecados em erradicar toda a vida não insectóide das terras de
Kalimdor.

Aqir

Os trolls combateram os aqirs por mil anos, mas nunca conseguiram obter
uma vitória definitiva. Eventualmente, devido à persistência dos trolls, Azj’Aqir
partiu-se ao meio. Seus cidadãos partiram para colônias isoladas nas regiões
extremas do continente. Duas cidade-estado dos aqirs emergiram, Azjol-Nerub nas
tundras do Norte e Ahn’Qiraj no deserto do Sul. Embora os trolls suspeitassem que
houvesse outras colônias de aqirs sob Kalimdor, suas existências nunca foram
verificadas. Com os insectóides exilados, os dois impérios troll retornaram aos seus
negócios, sem nenhum dos dois expandir muito longe de suas fronteiras originais.
Seguindo a queda do império de Azj’Aqir uma pequena tribo de trolls se
estabeleceu no deserto, fundando uma cidade estado que viria a ser o centro do
poder na região, Zul’Farrak.

Os Kaldorei e a Nascente da Eternidade


(~14.000 anos atrás)

Dois milênios após a ascensão dos Zandalari uma pequena tribo de trolls
negros se separou do império Gurubashi e cautelosamente construiu seus alicerces
no centro do continente, às extremidades da Nascente da Eternidade. Esses
humanoides ferais e nômades, puxados pelas energias estranhas do lago,
construíram casas simples em suas costas tranquilas. Com o passar do tempo, o
poder cósmico da Nascente afetou a tribo, tornando-os mais fortes e sábios, além
de virtualmente imortais. A tribo adotou o nome Kaldorei ("crianças das estrelas"
em sua língua nativa). Para celebrar a sociedade deles que estava brotando, eles
construíram grandes estruturas e templos ao redor das margens do lago.

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Eluna

Os Kaldorei, ou elfos noturnos como eles seriam conhecidos depois,


adoravam a deusa da lua, Eluna, e acreditavam que ela dormia dentro das
profundezas vislumbrantes da Nascente da Eternidade durante as horas de luz do
dia. Os sacerdotes e videntes dos Kaldorei estudaram o lago com uma curiosidade
insaciável, determinados a descobrir os seus poderes e segredos ocultos. Conforme
sua sociedade cresceu, os elfos noturnos exploraram a vasta extensão de Kalimdor
e encontraram seus outros habitantes. As únicas criaturas que foram capazes de
conte-los eram os antigos e poderosos dragões. As grandes bestas serpentinas
eram reclusas, mas eles faziam muito para salvaguardar as terras conhecidas de
ameaças em potencial. Os Kaldorei descobriram que os dragões ficaram
responsáveis como os protetores do mundo, e concordaram que era melhor deixar
eles e seus segredos sozinhos.

Com o tempo, a curiosidade dos Kaldorei os levou a encontrar e ajudar


várias entidades poderosas, entre elas estava Cenarius, um semi-deus das florestas
primordiais. Cenarius acabou se apaixonado pelos inquisitivos elfos noturnos, e
muitas vezes gastava seu tempo os ensinando sobre o mundo natural. Os
tranquilos Kaldorei desenvolveram uma empatia forte pelas florestas de Kalimdor e
se fascinavam com o equilíbrio harmonioso da natureza.

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Cenarius

Como a idade aparentemente infinita, a civilização dos elfos noturnos


ampliou seu território e sua cultura. Seus templos, estradas e habitações foram
espalhados pelo escuro continente. Nesse período Azshara ascendeu ao trono, e
então a capital do império foi renomeada Zin-Azshari em homenagem à bela e
talentosa rainha dos Kaldorei. Azshara construiu um imenso e maravilhoso palácio
na costa da Nascente da Eternidade que abrigou seus servos mais prestigiados
dentro de seus elegantes corredores. Os servos dela, a quem ela chamava de
Quel’Dorei (“Altaneiros” em darnassiano), a amaram loucamente por todo seu
reinado e se acreditavam superiores ao resto dos seus irmãos. Embora a Rainha
Azshara fosse amada igualmente por todas as pessoas, os Altaneiros foram
secretamente invejados e repugnados pelo resto dos elfos noturnos.

Rainha Azshara

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Compartilhando da curiosidade dos sacerdotes para com a Nascente da
Eternidade, Azshara ordenou aos Altaneiros que examinassem seus segredos e
revelassem seu verdadeiro propósito no mundo. Os Altaneiros então estudaram o
lago incessantemente, até que eles desenvolveram a habilidade de manipular e
controlar suas energias cósmicas. Como o progresso de suas experiências, os
Altaneiros aprenderam que eles podiam usar os poderes que haviam descoberto
para criar ou destruir conforme a sua vontade. Os Altaneiros descuidadamente
tinham tropeçado em magia arcana primitiva e decidiram dedicar-se a seu domínio.
Embora eles concordassem que aquela magia era perigosa para se controlar
irresponsavelmente, Azshara e os Altaneiros dela começaram a praticar os seus
feitiços despreocupadamente. Cenarius e muitos estudantes dos Kaldorei
advertiram sobre a calamidade que resultaria de brincar com as artes claramente
voláteis da magia arcana. Mesmo assim, a rainha e os seus seguidores continuaram
obstinadamente ampliando os poderes recém descobertos.

Conforme seus poderes cresceram, uma mudança distinta ocorreu com


Azshara e os Altaneiros. A classe alta, arrogante e indiferente ficou crescentemente
calosa e cruel com os seus compatriotas Kaldorei. Uma mortalha escura e pesada
ocultou a antiga beleza da rainha. Ela começou a se retirar dos assuntos de seu
povo e se recusou a interagir com qualquer um que não fossem os seus fiéis
sacerdotes Quel’Dorei.

Um jovem estudante chamado Malfurion Tempesfúria que tinha gastado


muito de seu tempo estudando as artes primitivas do druidismo começou a
suspeitar que um poder terrível estivesse corrompendo os Altaneiros e a amada
rainha deles. Embora ele não pudesse conceber o mal que estava por vir, ele sabia
que as vidas dos Kaldorei logo mudariam para sempre...

Os irmãos Tempesfúria e a sacerdotisa Tyrande

A Guerra dos Antigos


(~10.000 anos atrás)

O uso despreocupado da magia arcana pelos Altaneiros enviou ondulações


de energia da Nascente da Eternidade que espiralaram para a Grande Treva. As

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ondulações fluidas de energia foram sentidas por terríveis mentes estrangeiras.
Sargeras, o Titã Caído e grande inimigo de toda a vida sentiu as ondulações e foi
atraído ao seu distante local de origem. Espiando o mundo primordial de Azeroth e
sentindo as energias ilimitadas da Nascente da Eternidade, Sargeras foi consumido
por uma fome insaciável. O grande deus sombrio do vazio resolveu destruir o
mundo e reivindicar suas energias para si.

Sargeras e a Legião Ardente

Sargeras juntou a sua vasta Legião Ardente e começou a viajar para o


mundo despreocupado de Azeroth. A Legião era composta por um milhão de
demônios berrantes, arrancados de todos os cantos distantes do universo, e eles
tinham sede de conquista. O tenente de Sargeras, Arquimonde, e seu segundo em
comando Mannoroth, prepararam seus asseclas infernais para atacar.

O primeiro dos Altaneiros a ser subjugado pelo êxtase terrível de sua magia
foi o lorde Xavius, um Quel’Dorei habilidoso na arte da politica que havia
substituído seus dois olhos por gemas negras magicas. Ele passou a venerar o Titã
Caído como se fosse um deus, e concordou em lhe conceder uma entrada para
invadir seu mundo. Ele conseguiu convencer a rainha Azshara e os demais
Altaneiros a se entregarem a corrupção inevitável da magia arcana. Para mostrar a
sua submissão à Legião os Altaneiros ajudaram sua rainha abrindo um vasto portal
dentro das profundezas da Nascente da Eternidade.

Uma vez que todas as suas preparações tinham sido feitas, Sargeras
começou a invasão catastrófica de Azeroth. Os guerreiros demoníacos da Legião
Ardente assaltaram o mundo através da Nascente e sitiaram as cidades dormentes
dos Kaldorei. Conduzida por Arquimonde e Mannoroth, a Legião proliferou em cima
das terras de Kalimdor, deixando somente cinzas e tristeza em seu caminho. Os
bruxos malignos invocaram infernais flamejantes que chegavam em meteoros
destrutivos e se chocavam com os pináculos graciosos dos templos de Kalimdor.
Um bando ardente de assassinos sanguinários conhecidos como Demonarcas
marcharam pelos campos do continente enquanto matavam tudo em seu caminho.
Matilhas de canis vis selvagens saquearam a zona rural sem oposição. Embora os
valentes guerreiros Kaldorei se esforçassem para defender sua pátria ancestral,
eles foram forçados a ceder lentamente, centímetro por centímetro, perante o
ataque furioso da Legião.

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A Legião Ardente marcha sobre Kalimdor

Recaiu sobre Malfurion a responsabilidade de encontrar ajuda para seu povo.


Malfurion cujo próprio irmão, Illidan, praticava as magias arcanas dos Altaneiros,
estava enraivecido pela corrupção crescente entre a classe alta. Após convencer
seu irmão a abandonar a obsessão perigosa dele, Malfurion saiu para achar
Cenarius e reunir uma força de resistência. A jovem e bonita sacerdotisa, Tyrande
Murmuréolo, concordou em acompanhar os irmãos em nome de Eluna. Embora
Malfurion e Illidan compartilhassem um amor pela desejável sacerdotisa, o coração
de Tyrande pertencia só ao druida. Illidan ficou recendido ao ver seu irmão engajar
um romance com Tyrande, mas soube que a sua preocupação não era nada
comparada à dor de seu vício mágico.

O jovem Illidan O jovem Malfurion A jovem Tyrande

Illidan, que tinha se tornado dependente da magia arcana, lutou pelo


controle contra a fome opressiva que sentia para pegar uma vez mais a energia da
Nascente. Porém, com o apoio paciente de Tyrande, ele pôde se conter e ajudar
seu irmão a achar o recluso semi-deus. Cenarius, que vivia dentro da sagrada

23
Clareira da Lua aos pés do distante Monte Hyjal, decidiu apoiar os Kaldorei,
achando os dragões antigos e recrutando-os para ajudá-los. Os dragões,
conduzidos pela grande leviatã vermelha Alexstrasza, concordaram em enviar suas
poderosas revoadas para matar os demônios e seus mestres malignos.

Os Kaldorei pedem ajuda a Cenarius

Cenarius chamou os seus companheiros eternos, os Antigos e reuniu um


exercito de espíritos das florestas encantadas e homens-árvore ancestrais,
conduzindo-os contra a Legião em uma agressão terrestre ousada. Conforme os
aliados dos elfos noturnos convergiram contra o templo de Azshara e a Nascente da
Eternidade, a guerra estourou. Apesar do poder dos seus novos aliados, Malfurion e
seus colegas perceberam que a Legião não poderia ser derrotada apenas com força
marcial.

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Antigos

Conforme a batalha titânica cresceu em fúria ao redor da cidade capital de


Zin-Azshari, a rainha desiludida esperou antecipadamente pela chegada de
Sargeras. O senhor da Legião Ardente estava se preparando para atravessar a
Nascente da Eternidade e entrar no mundo saqueado. Quando sua sombra
gigantesca se aproximou da superfície bravia da Nascente, Azshara juntou os seus
mais poderosos seguidores Altaneiros. Só unindo as suas magias em um feitiço
focalizado eles poderiam criar um portal grande o bastante para o Titã Caído entrar.
Para garantir isso, a rainha ordenou que Xavius criasse um encantamento que
impediria qualquer um que não fosse um Quel’Dorei de acessar as energias da
Nascente, mas o seu plano falhou quando Malfurion derrotou o lorde.

Insatisfeito com o desempenho de seu servo, Sargeras impôs sobre Xavius


uma punição por suas falhas. Por um tempo, o titã torturou o seu espirito sem
corpo, mas eventualmente ele lhe mostrou uma forma de piedade. Ele decidiu que
o lorde ainda poderia ser posto em uso afinal. Ele retornou Xavius à vida, mas não
como ele era antes. Para demonstrar os traços dele que valorizava, e para marca-lo
eternamente como um aliado e servo da Legião, Sargeras transformou e desfigurou
o corpo do lorde Xavius. Ele criou para ele um novo corpo, um corpo com pernas e
chifres de carneiro, garras afiadas e uma longa cauda leonina, conservando as suas
características gemas no lugar dos olhos. Foi assim que Xavius se tornou o primeiro
Sátiro, mas não o único, pois o Titã Caído lhe incumbira de uma nova missão,
converter o maior numero possível de Altaneiros em sua nova espécie.

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Lorde Xavius

A batalha se enfurecia pelos campos ardentes de Kalimdor quando uma


mudança terrível de situação se desdobrou. Neltharion, o Aspecto Dragônico da
Terra, convenceu os seus irmãos Aspectos a lhe concederem o seu poder para criar
um artefato poderoso denominado Alma Dragônica para derrotar os exércitos da
Legião Ardente. Mas a ligação de Neltharion com as profundezas do mundo fez com
que ele tivesse entrado em contato com os Deuses Antigos, que haviam infectado a
sua mente. Então eles começaram a sussurrar palavras de loucura para o Aspecto
Negro, que começou a se romper enquanto chamas raivosas estouravam da pele
escura dele. Se auto renomeando Asa da Morte, o dragão ensandecido se virou
contra seus quatro irmãos e com um único golpe da Alma Dragônica exterminou
quase toda a Revoada Azul. Em sua loucura, ele teria matado mais aliados se não
tivesse sido impedido pelo consorte da Rainha Dragônica, Korialstrasz, que já sabia
da traição pois havia vindo do futuro graças a uma anomalia temporal.

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Asa da Morte e a Alma Dragônica

A traição súbita de Neltharion foi tão destrutiva que as cinco revoadas nunca
se recuperaram verdadeiramente. Feridos e chocados, Alexstrasza e os outros
dragões foram forçados a abandonar seus aliados mortais. Malfurion e seus
companheiros, agora desesperadamente excedidos em número, quase não
sobreviveram à conclusão da batalha. Xavius aproveitou a oportunidade para tentar
matar o druida, mas uma jovem Kaldorei que havia sido salva por Tyrande no inicio
da guerra chamada Shandris Plumaluna acertou-lhe uma flecha no ombro, a partir
da qual Malfurion fez crescer um grande carvalho que consumiu o corpo do sátiro.

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Shandris Plumaluna

Malfurion, convencido que a Nascente da Eternidade era a ligação umbilical


dos demônios com o mundo físico, insistiu que deveria ser destruída. Os
companheiros dele, sabendo que a Nascente era a responsável por sua imortalidade
e poderes, ficaram horrorizados pela ideia inconsequente. Mas Tyrande viu a
sabedoria da teoria de Malfurion e então convenceu Cenarius e seus companheiros
a atacar violentamente o templo de Azshara e achar um modo de acabar com a
Nascente da Eternidade.

A Fragmentação do Mundo

Sabendo que a destruição da Nascente o impediria de brandir novamente a


magia, Illidan egoistamente abandonou o grupo e foi advertir os Altaneiros do plano
de seu irmão. Devido à insanidade trazida pelo seu vicio mágico e o ciúme de seu
irmão com Tyrande, Illidan não sentiu nenhum remorso em trair Malfurion e apoiar
Azshara e os seus seguidores. E além disso Illidan jurou proteger o poder da
Nascente da Eternidade de qualquer maneira, não importando os meios necessários
para isso.

Eventualmente Illidan foi levado perante Sargeras, que lhe deu um presente
em retorno pela sua ajuda. Mesmo ainda estando do outro lado do portal, o Titã
Caído queimou os olhos do elfo noturno e os substituiu por orbes flamejantes que
permitiram ao Illidan enxergar através de todas as formas de magias, e tatuagens
arcanas cobriram todo o seu corpo. A rainha dos Altaneiros ficou fascinada por este
“novo Illidan”, mas ele não correspondeu as suas investidas, permanecendo
cauteloso quanto aos seus novos aliados. Desse dia em diante Illidan se tornou o
primeiro de uma nova classe de guerreiros élficos, os Caçadores de Demônios.

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Illidan, o Caçador de Demônios

Inadvertido da traição de seu irmão, Malfurion conduziu seus companheiros


até o centro do templo de Azshara. Eles causaram uma tempestade na principal
câmara de audiência quando acharam os Altaneiros no meio do seu sombrio
encantamento final. O feitiço comunal criou um vórtice instável de poder nas
profundezas turbulentas do lago. Como a sombra de Sargeras chegava cada vez
mais perto da superfície, Malfurion e seus aliados se apressaram em atacar.

Zin-Azshari

Azshara, tendo recebido a advertência de Illidan, estava mais que preparada


para eles. Quase todos os seguidores de Malfurion caíram perante os poderes da
rainha enlouquecida. Tyrande, enquanto tentava atacar Azshara por trás, foi pega
pelos sátiros remanescentes de Xavius. Embora conseguindo derrotar os Quel’Dorei
corrompidos, Tyrande sofreu feridas dolorosas nas mãos deles. Malfurion entrou em
um frenesi assassino quando viu seu amor cair, ele estava decidido a acabar com a
vida de Azshara.

Broxigar, um orc veterano da primeira e segunda guerra entre sua raça e os


humanos, havia viajado no tempo até este período junto do consorte da Alexstrasza
e sabia que os Kaldorei e seus aliados precisariam de mais tempo para fechar o
portal. Então ele pulou das costas de um dragão para o centro da Nascente da
Eternidade, decidido a segurar os demônios no Espiral Etérea tempo suficiente para

29
que Malfurion pudesse concluir o seu plano. Brox estava armado apenas com um
machado de madeira mágico que fora criado por Cenarius, mas ele matou tantos
demônios que no final estava lutando sobre uma montanha de seus corpos e
chamando por mais quando atraiu a atenção de Sargeras. O orc conseguiu um feito
inimaginável, ele causou uma ferida na perna do Titã Caído antes que esse
acabasse com a sua vida.

Broxigar, o Vermelho

Enquanto batalha se engrandeceu dentro e fora do templo, Illidan apareceu


das sombras perto da costa da grande Nascente. Produzindo um jogo de sete
frascos especialmente feitos, Illidan ajoelhou-se e encheu cada um com as águas
vislumbrantes do lago. Convencido que os demônios esmagariam a civilização dos
elfos noturnos, ele planejou roubar as águas sagradas e manter suas energias pra
si mesmo.

A batalha entre Malfurion e Azshara lançou o feitiço cuidadosamente feito


pelos Altaneiros em caos. O vórtice instável nas profundidades da Nascente
explodiu e acendeu uma cadeia catastrófica de eventos que viriam a fragmentar o
mundo. A explosão volumosa agrediu o templo em suas bases e enviou tremores
que rasgaram a terra torturada. Conforme a batalha horrorosa entre a Legião e os
aliados dos elfos noturnos se engrandeceu mais e mais ao redor e sobre a cidade
arruinada, a Nascente da Eternidade entrou em colapso desmoronando.

A Fragmentação do Mundo

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A explosão catastrófica resultante quebrou a terra e destruiu os céus. Depois
dos terremotos causados pela implosão da Nascente as fundações do mundo foram
sacudidas, os mares se apressaram em encher a ferida aberta na terra. Tinham
sido dinamitados quase oitenta por cento do grande continente de Kalimdor,
enquanto sobrava apenas um punhado de continentes separados que foram
cercados pelo novo e bravio mar. O centro do novo oceano, onde uma vez a
Nascente da Eternidade estava, virou uma tempestade tumultuosa de fúria e
energias caóticas. Esta cicatriz terrível, conhecida como Voragem, nunca deixaria
de girar furiosa. Permaneceria como uma lembrança constante da catástrofe
terrível... E a era utópica que estava perdida para sempre.

De alguma maneira, contra todas as probabilidades, a rainha Azshara e a


elite de seus Altaneiros conseguiram sobreviver à provação. Torturados pelos
poderes que eles tinham libertado, Azshara e seus seguidores foram arrastados
para baixo do mar furioso pela implosão da Nascente. Amaldiçoados eles se
transformaram e assumiram novas formas, se tornando as odiosas serpentes
nagas. A própria Azshara se expandiu com ódio e raiva, enquanto se transformava
em uma monstruosidade, refletindo a maldade e a malícia que sempre se
esconderam dentro de seu coração sombrio. Lá, no fundo da Voragem, as nagas
construíram para si uma nova cidade, Nazjatar, da qual elas reconstituiriam o seu
poder. Mas levou mais de dez mil anos antes das nagas revelarem a sua existência
para o mundo da superfície.

Azshara, a rainha das nagas

Monte Hyjal e o Presente de Illidan

Os poucos elfos noturnos que sobreviveram à explosão catastrófica se


reuniram e juntos construíram balsas para lentamente fazer seu caminho até o
único grande continente à vista. De alguma maneira, pela graça de Eluna,
Malfurion, Tyrande, e Cenarius tinham sobrevivido à Fragmentação do Mundo. Os
heróis cansados concordaram em conduzir os sobreviventes e estabelecer uma
nova casa para as pessoas. Conforme eles viajaram em silêncio, eles inspecionaram
os destroços de seu mundo e perceberam que suas paixões tinham forjado a
destruição ao seu redor. Embora Sargeras e sua Legião tivessem sido banidos do
mundo com a destruição da Nascente da Eternidade, Malfurion e seus
companheiros pararam para ponderar o custo terrível da vitória.

Havia muitos Altaneiros que sobreviveram intactos à Fragmentação. Eles


viajaram para a costa da nova terra junto com os outros elfos noturnos. Embora
Malfurion desconfiasse dos motivos dos Quel’Dorei, ele estava satisfeito que eles
não pudessem causar nenhum dano real sem as energias da Nascente.

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Monte Hyjal

Conforme os Kaldorei chegaram à costa da sua nova terra, eles descobriram


que a montanha sagrada de Hyjal tinha sobrevivido à catástrofe. Buscando
estabelecer uma casa nova para eles, Malfurion e os elfos noturnos escalaram os
declives de Hyjal e alcançaram seu ápice varrido pelo vento. Eles desceram nas
planícies arborizadas, e se aconchegaram entre os cumes enormes da montanha,
eles acharam um lago pequeno e tranquilo. Para seu horror, eles perceberam que
as águas do lago tinham sido maculadas por magia arcana.

Illidan, que também havia sobrevivido à Fragmentação, tinha alcançado o


ápice de Hyjal antes de Malfurion e os outros elfos. Em uma tentativa desesperada
causada pelo seu vicio mágico, Illidan tinha derramado três dos frascos que
continham as águas preciosas da Nascente da Eternidade no lago montês para
manter os fluxos de magia no mundo. As energias potentes da Nascente
acenderam depressa e se fundiram em uma nova Nascente da Eternidade. O
triunfante Illidan, acreditando que a Nascente era um presente para as gerações
futuras, ficou chocado quando Malfurion o caçou. Malfurion explicou ao seu irmão
que a magia era caótica e que seu uso conduziria inevitavelmente a corrupção e
conflitos. Ainda assim, Illidan recusou-se a renunciar seus poderes arcanos, pois ele
já havia se entregado ao vicio magico que as energias demoníacas provocam.

Sabendo bem aonde as ideias de Illidan eventualmente o conduziriam,


Malfurion decidiu lidar de uma vez por todas com o poder de seu irmão louco. Com
a ajuda de Cenarius, Malfurion prendeu Illidan dentro de uma prisão subterrânea
vasta onde ele permaneceria preso e impotente até o fim dos tempos. Para
assegurar a retenção de seu irmão, Malfurion designou a jovem vigilante Maiev
Cantonegro para ser a carcereira pessoal de Illidan.

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Maiev Cantonegro

Temendo que destruindo a nova Fonte eles pudessem provocar uma


catástrofe ainda maior, os Kaldorei decidiram deixá-la intocada. Porém, Malfurion
declarou que eles nunca mais praticariam novamente as artes da magia arcana.
Debaixo dos olhos alertas de Cenarius, eles começaram a estudar as artes antigas
do druidismo que os permitiria curar a terra saqueada e recultivar suas florestas
amadas na base do Monte Hyjal.

A Guerra dos Sátiros e os Druidas da Foice


(~9.900 anos atrás)

Por muitos anos, os elfos noturnos trabalharam incansavelmente para


reconstruir o que eles puderam da sua antiga pátria. Deixando seus templos
quebrados e estradas cobertas, eles construíram suas casas novas entre as árvores
verdes e colinas sombreadas à base do Hyjal. Os Kaldorei adotaram amplamente o
druidismo em sua sociedade, e Malfurion se tornou um grande Shan’Do (“Mestre” em
darnassiano). Mas a arte do druidismo ainda não havia sido devidamente explorada, o
que resultou em uma serie de escolas desenvolvendo as mais diversas técnicas.

Mas esta paz não duraria por muito tempo, pois muitos dos sátiros corrompidos
por Xavius também sobreviveram ao grande desastre que dividiu os continentes, e
continuaram a converter cada vez mais Kaldorei para os seus ranques. Ate que seus
números haviam crescido o bastante, e aliados a demônios remanescentes da invasão,
iniciaram uma serie de ataques às cidades de seus antigos irmãos.

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A Guerra dos Sátiros

A série de conflitos que se sucedeu passou a ser conhecida como a Guerra dos
Sátiros, apesar deles não terem sido a maior ameaça enfrentada pelos Kaldorei
naquele período. A verdadeira ameaça veio de uma das escolas do druidismo, os
Druidas da Matilha. Esses druidas assumiam a forma de lobos e lutavam com a
ferocidade do Antigo Goldrinn, mas eles perdiam completamente o controle sobre si
mesmos, atacando tanto inimigos quanto aliados. Devido a essa instabilidade da forma
da matilha, Malfurion proibiu os druidas de utiliza-la.

Goldrinn

Mas muitos ignoraram o conselho de seu Shan’Do e acabaram se perdendo para


a sua besta interior, tornando-se animais selvagens e jamais retornado para as suas
formas verdadeiras. Mas houve um entre estes druidas rebeldes que conseguiu manter
um grau de controle ao ponto de se transformar conforme desejava, Ralaar
Presardente era seu nome, apesar dos seus companheiros Druida da Matilha
chamarem-no apenas de Primeiro Alfa.

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Ressentido com a morte de seu amigo Arvell, um companheiro druida que
morreu por se recusar a se transformar na forma da matilha devido à proibição de
Malfurion, Ralaar acreditava que a forma lupina era pura em sua essência e que a sua
raiva poderia ser canalizada de maneira positiva. Ele convenceu a sacerdotisa de Eluna
e amante de Arvell, Belysera, a canalizar o poder da deusa em um cajado. Em posse
deste cajado, e do dente de Goldrinn ele forjou uma foice que serviria para controlar a
forma da matilha. Mas quando ele tentou utiliza-la algo deu errado, o espirito
selvagem do Antigo que odiava a deusa rejeitou o seu poder, e Ralaar e os demais
Druidas da Matilha acabaram se transformando em criaturas deformadas, metade lobo
e metade elfo: worgens.

Worgens

Os worgens passaram então a ser chamados de Druidas da Foice, e eles


atacaram tanto os sátiros quanto os Kaldorei ao longo da guerra. E para piorar a
situação, qualquer um que fosse mordido por um worgen e sobrevivesse rapidamente
se transformaria em um também.

Belysera e a Foice de Eluna

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Vendo o erro que havia cometido em seu desejo por vingança, Belysera levou a
Foice de Eluna até Malfurion para que este desse um fim no problema dos worgens.
Com a ajuda de Cenarius, Malfurion criou uma armadilha para os Druidas da Foice, e
utilizando-se da arma que Belysera lhe entregara prendeu-os na dimensão etérea e
conhecida como Sonho Esmeralda. E após o termino da guerra, fundou com a
aprovação de Cenarius o Círculo Cenariano, uma ordem cujo proposito seria unificar
todas as escolas e estabelecer uma tradição segura para o druidismo.

A Árvore do Mundo e o Sonho Esmeralda


(~9.000 anos atrás)

Há tempos, os dragões que tinham sobrevivido à grande Fragmentação do


Mundo saíram dos seus domicílios secretos. Alexstrasza, Ysera e Nozdormu
desceram nas clareiras tranquilas dos druidas e inspecionaram os frutos do trabalho
dos elfos noturnos. Malfurion que tinha se tornado um Arquedruida de imenso
poder, cumprimentou os dragões poderosos e lhes falou sobre a criação da nova
Nascente da Eternidade. Os grandes dragões ficaram alarmados por ouvir tais
notícias e especularam que enquanto a Nascente permanecesse a Legião Ardente
poderia um dia retornar para assaltar o mundo mais uma vez. Malfurion e os três
dragões fizeram um pacto para manter a Fonte segura e garantir que os agentes da
Legião nunca mais achariam um modo de invadir seu mundo.

Alexstrasza, a Mãe da Vida, colocou uma única semente encantada dentro


do coração da Nascente da Eternidade. A semente, ativada pelas potentes águas
mágicas, deu vida a uma árvore colossal. As raízes poderosas da árvore cresceram
nas águas da Nascente, e seu pálio verde parecia raspar o telhado dos céus. A
imensa árvore seria um símbolo perpétuo do laço dos Kaldorei com a natureza, e
suas energias se estenderiam para curar o resto do mundo com o passar do tempo.
Os elfos noturnos deram para sua Árvore do Mundo o nome de Nordrassil ("Coroa
dos Céus" em Darnassiano).

Os Dragões criam Nordrassil

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Nozdormu, o Atemporal, colocou um encanto em Nordrassil para assegurar
que enquanto a árvore colossal permanecesse de pé os elfos noturnos nunca
envelheceriam ou cairiam doentes.

Ysera, a Sonhadora, também colocou um encanto na Árvore do Mundo


unindo-a ao seu reino, o Sonho Esmeralda. O Sonho, um mundo espiritual vasto e
em constante mutação, existe fora dos limites do mundo físico. Do Sonho, Ysera
regulou o fluxo da natureza e o caminho evolutivo do mundo. Os druidas, inclusive
o próprio Malfurion, foram ligados ao Sonho Esmeralda pela Árvore do Mundo.
Como parte do pacto místico, os druidas concordaram em dormir durante séculos
de forma que seus espíritos poderiam vagar nos caminhos infinitos do Sonho de
Ysera.

Sonho Esmeralda

Exílio dos Elfos Superiores


(~7.300 anos atrás)

Com o passar dos séculos, a nova sociedade dos elfos noturnos cresceu forte
e se expandiu ao longo da floresta que eles vieram a chamar de Vale Gris. Muitas
das criaturas e espécies que eram abundantes antes da Fragmentação do Mundo,
como pelursos e javatuscos, reapareceram e floresceram na terra. Debaixo da
liderança benevolente dos druidas, os elfos noturnos desfrutaram uma era de paz
sem precedente e tranquilidade sob as estrelas.

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Javatusco Pelurso

Porém, muitos dos sobreviventes Altaneiros originais começaram a ficar


inquietos. Como Illidan antes deles, eles se tornaram vitimas da sede que vinha da
perda de suas desejadas magias. Eles foram tentados a obter as energias da
Nascente da Eternidade e retomar a prática de suas magias arcanas. Dath'Remar, o
Imprudente, começou a ridicularizar os druidas publicamente, chamando-os de
covardes por recusar a usar as magias que, segundo ele, eram suas por direito.
Malfurion e os druidas ignoraram os argumentos de Dath'Remar e advertiram os
Altaneiros que qualquer uso de magia arcana seria punido com a morte. Em uma
insolente e infortuna tentativa de convencer os druidas para rescindir a lei,
Dath'Remar e seus seguidores soltaram uma terrível tempestade mágica no Vale
Gris.

Dath’Remar, o Imprudente

Os druidas não puderam matar tantos de sua raça, então decidiram exilar os
imprudentes Altaneiros de suas terras. Dath'Remar e seus seguidores, contentes
por estarem livres afinal dos seus primos conservadores, subiram a bordo de vários
navios especialmente feitos e saíram velejando pelos mares. Embora nenhum deles
soubesse o que os esperavam além das águas da furiosa Voragem, eles estavam
ansiosos para estabelecer sua própria pátria onde eles poderiam praticar suas
desejadas magias com impunidade. Os Altaneiros, ou Quel’Dorei, como Azshara
tinha os batizado em eras passadas, fixaram-se nas terras orientais onde os
homens eventualmente chamariam de Lordaeron. Eles planejaram construir seu

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próprio reino mágico, e rejeitariam os preceitos noturnos de adoração a lua. A
partir de então, eles abraçariam o sol e se chamariam de elfos superiores.

As Sentinelas e a Longa Vigília

Com a partida de seus primos teimosos, os elfos noturnos voltaram sua


atenção à custódia de sua pátria encantada. Os druidas, sentindo que seu tempo de
hibernação estava cada vez mais perto, preparam-se para dormir e deixar para trás
seus familiares. Tyrande que tinha se tornado a Alta Sacerdotisa de Eluna falou
para seu amor, Malfurion, não ir para o Sonho Esmeralda de Ysera. Mas Malfurion
honrou seu acordo e entrou nos inconstantes sonhos. A sacerdotisa despediu-se
com um adeus e jurou que eles nunca estariam longe se eles se agarrassem no seu
verdadeiro amor.

Malfurion e Tyrande se despedem

Deixada sozinha para proteger Kalimdor dos perigos do novo mundo,


Tyrande juntou uma força lutadora poderosa entre suas irmãs Kaldorei. Essas
mulheres guerreiras e destemidas, altamente treinadas que se empenharam na
defesa de Kalimdor eram chamadas de Sentinelas. Embora elas preferissem
patrulhar sozinhas as florestas sombrias do Vale Gris, elas fizeram muitos aliados
que poderiam chamar quando tivessem alguma urgência.

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Sentinela

O semi-deus Cenarius permaneceu por perto na Clareira da Lua. Os filhos


dele, conhecido como os Guardiões dos Bosques, ficavam vigiando os elfos
noturnos e estavam sempre prontos para ajudar as Sentinelas a manter paz na
terra. Até mesmo as filhas tímidas de Cenarius, as dríades, estavam aparecendo ao
ar livre com mais frequência.

Dríade

A tarefa de policiar o Vale Gris manteve Tyrande ocupada, mas sem


Malfurion ao lado dela, ela teve pouca alegria. Com o passar dos séculos, enquanto
os druidas dormiam, ela cultivava seu medo de uma segunda invasão demoníaca.
Ela não podia afastar a sensação de que a Legião Ardente ainda estava lá fora,
além da Grande Treva do céu, tramando sua vingança contra os elfos noturnos e o
mundo de Azeroth.

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Capítulo 3 - O Mundo Novo

A Fundação de Quel'Thalas
(~6.800 anos atrás)

Os elfos superiores, conduzidos por Dath'Remar, acabaram desafiando as


tempestades da Voragem para o leste de Kalimdor. As suas frotas vagaram pelos
destroços do mundo durante muitos anos, e eles descobriram misteriosos reinos
perdidos ao longo de sua viagem. Dath'Remar que tinha levado o nome Andassol,
procurou lugares de considerável poder no qual construiria uma pátria nova para o
seu povo.

A Voragem

Sua frota finalmente parou nas praias do reino que os homens iriam
posteriormente batizar de Lordaeron. Avançando em direção ao interior, os
Quel’Dorei fundaram um anteposto dentro das tranquilas Clareiras de Tirisfal.
Depois de alguns anos, muitos deles começaram a pender para a loucura. Foi
teorizado que algo maligno dormia debaixo daquela parte do mundo, mas nunca foi
provado que esses rumores eram verdadeiros. Os elfos superiores recolheram seus
acampamentos e se moveram em direção ao norte para outra terra rica em linhas
meridionais.

À medida que os Quel’Dorei cruzaram as terras ásperas e montanhosas de


Lordaeron, sua viagem ficava cada vez mais perigosa. Agora que eles estavam
efetivamente sem as energias da Nascente da Eternidade, muitos deles caíram
doentes pelo clima frio ou morreram de fome. Porém, a mudança mais
desconcertante era o fato de que eles não eram mais imortais ou imunes aos
elementos. Eles também encolheram um pouco em altura, e sua pele perdeu sua
cor violeta característica. Apesar de seus sofrimentos, eles encontraram muitas
criaturas maravilhosas que nunca tinham sido vistas em Kalimdor. Eles também
acharam tribos de humanos primitivos que caçavam ao longo das florestas antigas
chamados azotha. Porém, a ameaça mais medonha que eles encontraram foram os
trolls espertos e vorazes da floresta de Zul'Aman.

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Zul’Aman

Esses trolls esverdeados podiam regenerar membros perdidos e podiam


curar graves danos físicos, mas eles provaram não ser mais do que uma raça
bárbara e selvagem. O império dos Amani estirou-se pela grande maioria do norte
de Lordaeron, e os trolls lutaram para manter os estranhos não desejados fora de
suas fronteiras. Os elfos desenvolveram um ódio profundo por essas viciosas
criaturas e os matavam sempre que os encontravam.

Floresta do Canto Eterno

Depois de muitos anos, os elfos superiores finalmente acharam uma terra


que era semelhante a Kalimdor. Profundamente dentro da Floresta do Canto Eterno
ao extremo Norte do continente, eles fundaram o reino de Quel'Thalas e juraram
criar um império tão poderoso que iria fazer o de seus primos Kaldorei não parecer
nada. E na cidade capital deste império, Luaprata, eles criaram a Nascente do Sol
utilizando da agua de um dos sete frascos que Illidan havia recolhido da Nascente
da Eternidade original. Infelizmente eles aprenderam logo que Quel'Thalas foi
fundada em cima de uma antiga cidade que os trolls achavam ser sagrada. Quase
imediatamente, os trolls começaram a atacar com determinação os elfos.

42
Luaprata

Os elfos teimosos, pouco dispostos a deixar sua nova terra, utilizaram as


magias que eles tinham adquirido com a Nascente do Sol e mantiveram os
selvagens trolls à distância. Sob a liderança de Dath'Remar, eles puderam derrotar
os bandos de guerra Amani que os excediam em número de dez para um. Alguns
elfos, lembrando das advertências dos Kaldorei, temiam que o uso da magia
poderia chamar a atenção da banida Legião Ardente. Então eles decidiram mascarar
suas terras dentro de uma barreira protetora que lhes permitiria trabalhar os seus
encantos sem serem percebidos. Eles construíram uma série de monolíticas Pedras
Rúnicas em vários pontos ao redor de Quel'Thalas que marcavam os limites da
barreira mágica. As Pedras Rúnicas não só mascararam a magia dos elfos de
ameaças extra-dimensionais, mas ajudaram a amedrontar os bandos de guerra
supersticiosos dos trolls.

Com o tempo, Quel'Thalas se tornou um monumento ilustrando os esforços


dos elfos e a sua força mágica. Seus belos palácios foram feitos no mesmo estilo
arquitetônico dos corredores antigos de Kalimdor, contudo eles foram entrelaçados
com a topografia natural da terra. Quel'Thalas tinha se tornado uma verdadeira joia
da cultura élfica ilustrando o que eles tinham almejado criar. A Assembleia de
Luaprata foi fundada como o poder governante em cima de Quel'Thalas, entretanto
a dinastia Andassol manteve uma parcela do poder político. Composta de sete dos
maiores lordes dos Quel’Dorei, a Assembleia trabalhou para garantir a segurança
das terras dos elfos e seus habitantes. Cercados por sua barreira protetora, os elfos
superiores permaneceram despreocupados com as velhas advertências dos Kaldorei
e continuaram usando magia notoriamente em quase todos aspectos de suas vidas.

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Assembleia de Luaprata

Durante quase quatro mil anos os elfos superiores viveram pacificamente


dentro da segurança provida de seu reino. Não obstante, os trolls vingativos não
eram tão facilmente derrotados. Eles conspiraram e planejaram nas profundidades
das florestas e esperaram pelo números de seus bandos de guerra crescerem.
Finalmente, os exércitos poderosos dos trolls saíram das florestas sombrias uma
vez mais indo em direção aos pináculos lustrados de Quel'Thalas.

Arathor e a Guerra dos Trolls


(~2.800 anos atrás)

Conforme os elfos superiores lutavam por suas vidas contra os ataques


ferozes dos trolls, os dispersos humanos nômades de Lordaeron lutaram para
consolidar suas próprias terras tribais. As tribos da humanidade primitiva
guerreavam umas contra as outras com pouca preocupação sobre uma unificação
racial ou honra. Mesmo assim uma tribo conhecida como Arathi via que os trolls
estavam se tornando uma verdadeira ameaça que não podia ser ignorada. Os
Arathi desejavam unir todas as tribos sob seu comando de forma que eles poderiam
prover uma frente unificada contra os bandos de guerra dos trolls.

Em seis anos, os espertos Arathi dominaram as tribos rivais. Depois de cada


uma das suas vitórias, os Arathi ofereceram paz e igualdade às tribos conquistadas,
ganhando assim a lealdade daqueles que tinham sido derrotados. Eventualmente a
tribo dos Arathi veio a incluir muitas tribos discrepantes, e seus exércitos
cresceram e ficaram cada vez mais vastos. Confiantes de que eles próprios
pudessem acabar com os bandos de guerra dos trolls ou até mesmo com os
reclusos elfos se fosse necessário, os Mestres de Guerra dos Arathi decidiram
construir uma fortaleza poderosa nas regiões sulistas de Lordaeron. A cidade
soberana, nomeada Strom, se tornou a capital da nação de Arathi, Arathor. Como
Arathor prosperou os humanos de toda parte do vasto continente viajavam para o
sul em busca da proteção e segurança de Strom.

Unidos debaixo de uma bandeira comum, as tribos humanas desenvolveram


uma cultura forte e otimista. Thoradin, o rei de Arathor, soube que os elfos
misteriosos das terras do norte estavam debaixo de ataques constantes pelos trolls,
mas se recusou arriscar a segurança de seu povo em defesa de estranhos reclusos.
Com o passar de muitos meses vieram do norte rumores da suposta derrota dos

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elfos. Só quando os embaixadores cansados de Quel'Thalas alcançaram Strom que
Thoradin percebeu quão perigosa realmente era a ameaça dos Amani.

Rei Thoradin

Os elfos superiores informaram Thoradin que os exércitos dos trolls eram


vastos e que uma vez que tivessem destruído Quel'Thalas, eles se moveriam para
atacar as terras dos humanos. Os elfos desesperados necessitavam de ajuda
militar, eles então concordaram apressadamente em ensinar para certos humanos
seletos o usa magia em troca de sua ajuda contra os bandos de guerra. Thoradin,
desconfiado de qualquer magia, concordou em ajudar os elfos em sua necessidade.
Quase imediatamente, os Quel’Dorei feiticeiros chegaram a Arathor e começaram a
instruir um grupo de humanos nos caminhos da magia.

Os elfos acharam que embora os humanos fossem inicialmente desajeitados


na manipulação de suas magias, eles possuíam uma surpreendente afinidade
natural por ela. Cem homens foram ensinados com os fundamentos dos segredos
mágicos dos Quel’Dorei; nada mais que o necessário para combater os trolls.
Convencidos que seus estudantes humanos estavam prontos para ajudar na luta,
os elfos superiores deixaram Strom e viajaram para norte ao lado dos exércitos
poderosos do Rei Thoradin.

Os exércitos unidos dos elfos e humanos colidiram de frente com os


opressivos bandos de guerra Amani ao pé das Montanhas de Alterac. A batalha
durou muitos dias, mas os exércitos incansáveis de Arathor nunca cederam chão
perante a agressiva investida dos trolls. Os senhores Quel’Dorei julgaram que já
era tempo de libertar os poderes das suas magias sobre os inimigos. Os cem magos
humanos e uma multidão de elfos feiticeiros chamaram abaixo a fúria dos céus e
massacraram os exércitos dos trolls. Os fogos elementais impediram os trolls de
regenerar suas feridas enquanto queimavam suas formas torturadas ao avesso.

Com as forças dos trolls aniquilados e tentando fugir, os exércitos de


Thoradin os seguiram e mataram até o último dos seus soldados. Os Amani

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demorariam milênios para se recuperar de sua derrota, e a história nunca veria os
trolls se reerguerem novamente como uma nação. Assegurados que Quel'Thalas foi
salva da destruição, os elfos fizeram um voto de lealdade e amizade à nação de
Arathor e a linhagem de seu rei, Thoradin. Os humanos e elfos criariam relações de
amizade para as eras que se seguiram.

Os Guardiões de Tirisfal
(~2.700 anos atrás)

Com a ausência dos trolls nas florestas do norte, os elfos de Quel'Thalas


dobraram seus esforços para reconstruir a sua gloriosa pátria. Os exércitos
vitoriosos dos humanos voltaram para casa em Strom nas terras sulistas. A
sociedade de Arathor cresceu e prosperou, contudo, Thoradin temendo que seu
reino se separasse se ele expandisse demais, manteve Strom como o centro do
império de Arathor. Depois de muitos anos calmos de crescimento e comércio, o
poderoso Thoradin morreu de velhice, deixando as gerações mais jovens de Arathor
livres ampliar o seu império além das terras de Strom.

Os cem magos originais que foram ensinados nos caminhos da magia pelos
elfos superiores ampliaram seus poderes e estudaram as disciplinas místicas dos
feitiços muito mais detalhadamente. Estes magos, inicialmente escolhidos por sua
força de vontade e espíritos nobres, sempre tinham praticado a suas magias com
cuidado e responsabilidade; porém, eles passaram seus segredos e poderes para
uma nova geração que não teve nenhuma noção dos rigores da guerra ou da
necessidade de auto restrição. Estes magos mais jovens começaram a praticar
magia para seu ganho pessoal sem qualquer responsabilidade para com seus
companheiros.

Como seu império que cresceu e expandiu por terras novas, os magos
jovens também se esparramaram nas regiões do sul. Brandindo seus poderes
místicos, eles protegeram seus irmãos das criaturas selvagens da terra e tornaram
possível a construção de novas cidades-estados na selva. Com ainda mais poder e
conhecimento, os magos se tornaram convencidos e acabaram se isolando do resto
da sociedade.

A segunda cidade-estado de Arathor foi Dalaran, fundada no norte das terras


de Strom. Muitos feiticeiros foragidos deixaram para trás as restrições de Strom e
viajaram para Dalaran onde eles esperavam poder usar seus novos poderes com
maior liberdade. Estes magos usaram suas habilidades para construir os pináculos
encantados da cidade e se divertiram com a perseguição de seus estudos. Os
cidadãos de Dalaran toleraram os empenhos dos magos e construíram uma
economia proeminente sob a proteção dos de seus defensores místicos. Mas
conforme cada vez mais magos praticavam suas artes o tecido de realidade ao
redor de Dalaran começou a se debilitar e rasgar.

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Dalaran

Os agentes sinistros da Legião Ardente que tinham sido banidos quando a


Nascente da Eternidade se desmoronara, foram atraídos novamente para o mundo
pelos feitiços usados pelos descuidados magos de Dalaran. Embora estes demônios
que apareciam fossem relativamente fracos, eles causavam confusão e caos
considerável nas ruas da cidade. A maioria destes encontros endiabrados eram
eventos isolados, e os Magocratas governantes fizeram o que eles puderam para
manter tais eventos escondidos do público. Os magos mais poderosos foram
enviados para capturar os demônios errantes, mas eles se achavam
frequentemente subjugados perante os agentes solitários da poderosa Legião.

Depois de alguns meses os camponeses supersticiosos começaram a


suspeitar que a ordem dos magos estivesse escondendo algo terrível deles.
Rumores de revolução começaram a se espalhar pelas ruas da cidade com os
cidadãos paranoicos questionando os motivos e práticas dos magos que eles tinham
admirado. Os Magocratas, temendo que os camponeses se revoltassem e que
Strom entrasse em ação contra eles, se viraram ao único grupo que eles sentiam
que entenderia seu problema particular: os elfos superiores.

Ao ouvir as notícias dos Magocratas, de que havia atividades demoníacas em


Dalaran, os elfos despacharam rapidamente seus feiticeiros mais poderosos para as
terras humanas. Os elfos superiores estudaram as linhas meridianas em Dalaran e
fizeram relatórios detalhados de toda atividade demoníaca que eles viram. Eles
concluíram que embora houvessem só alguns demônios soltos no mundo, a Legião
permaneceria uma ameaça perigosa enquanto os humanos estivessem soltando
suas magias e feitiços.

A Assembleia de Luaprata que governava os elfos de Quel'Thalas entrou em


um pacto secreto com os Lordes Magocratas de Dalaran. Os Quel’Dorei contaram
para os magos sobre a história de Kalimdor e a antiga Legião Ardente, uma história
que ainda ameaçava o mundo. Eles informaram os humanos que enquanto eles
usassem a magia, eles precisariam proteger seus cidadãos dos agentes maliciosos
da Legião. Os Magocratas propuseram a ideia de formar um grupo de Guardiões e
eleger um único campeão que utilizaria os seus poderes coletivos para lutar uma
guerra secreta sem fim contra os demônios. Foi acordado que a maioria da
população nunca pudesse saber sobre os Guardiões ou da ameaça da Legião por
temerem que eles se revoltassem em medo e paranoia. Os elfos superiores
aceitaram a proposta e unidos eles fundaram uma sociedade secreta que vigiaria a
eleição do Guardião e ajudaria a conter o aumento do caos no mundo.

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A sociedade celebrava suas reuniões secretas nas clareiras sombreadas de
Tirisfal que era o lugar onde os Quel’Dorei tinham feito seu primeiro acampamento
em Lordaeron. Assim, eles nomearam a seita secreta de os “Guardiões de Tirisfal”.
Foram muitos os campeões que foram escolhidos para ser o Guardião recebendo
poderes incríveis dos elfos e humanos. Embora só houvesse um Guardião de cada
vez, eles possuíam tal poder que podiam enfrentar facilmente os agentes da Legião
onde quer que eles fossem achados no mundo. O poder do Guardião era tão grande
que só o Concílio de Tirisfal podia escolher os sucessores em potencial para tal
cargo. Sempre que um Guardião ficava muito velho, ou cansado da guerra secreta
contra o caos, o Concílio escolhia um novo campeão, e sobre condições controladas,
formalmente eles passavam o poder do Guardião para um novo agente.

Guardião de Tirisfal

Com o passar das gerações, os Guardiões defenderam a humanidade da


ameaça invisível da Legião Ardente ao longo das terras de Arathor e Quel'Thalas.
Arathor cresceu e prosperou junto com o uso e a expansão da magia ao longo do
império. Enquanto isso, os Guardiões mantiveram-se alertas e cuidadosos para
sinais de atividade demoníaca.

O Despertar do Anões
(~2.500 anos atrás)

Nos tempos antigos, depois que os Titãs partiram de Azeroth, as suas


crianças, conhecidas como earthens, continuaram moldando e protegendo as
profundidades do mundo. Os earthens eram despreocupados com os negócios das
raças da superfície e só desejavam explorar as profundezas escuras da terra.

Quando o mundo foi dividido pela implosão da Nascente da Eternidade, os


earthens foram profundamente afetados. Agonizando com a dor da própria terra,
eles perderam muito da sua identidade e se fecharam dentro das câmaras de pedra
onde eles foram criados. Uldaman, Uldum, Ulduar. . . Estes eram os nomes das
antigas cidades dos titãs onde os earthens receberam a sua forma. Enterrados
profundamente em baixo do mundo, os earthens descansaram em paz por quase
oito mil anos.

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Embora esteja obscuro o que os despertou, os earthens lacrados dentro de
Uldaman eventualmente surgiram do seu sono auto-imposto. Estes earthens
descobriram que eles tinham mudados significativamente durante sua hibernação.
As suas peles rochosas tinham amolecido e tinham se tornado pele lisa, e seus
poderes e habilidades sobre pedra e a terra tinham minguado. Elas não sabiam,
mas tinham sido afetados pela Maldição da Carne dos Deuses Antigos e se tornado
criaturas mortais.

Se chamando de anões, o último dos earthens saiu dos corredores de


Uldaman e se arriscou a andar no mundo que despertava. Ainda tranquilos pela
segurança e maravilhas dos lugares profundos, eles fundaram um reino vasto
debaixo da montanha mais alta da região. Eles nomearam sua terra de Khaz Modan
("Montanha de Khaz" em enânico) em honra do titã que os moldou, Khaz'Goroth.
Construindo um altar para seu pai titã, os anões fizeram uma forja poderosa
dentro do coração da montanha. Assim, a cidade que cresceu ao redor da forja
seria chamada Altaforja.

Altaforja

Os anões, que eram fascinados por natureza com o moldar de gemas e


pedra, minaram as montanhas circundantes em busca de riquezas e metais
preciosos. Contentes com o seu trabalho debaixo do mundo mantiveram-se
isolados dos assuntos dos seus vizinhos da superfície.

Os Sete Reinos
(~1.200 anos atrás)

Strom continuou a ser o centro de Arathor, mas tal como Dalaran, muitas
cidade-estado apareceram ao longo do continente de Lordaeron. Gilneas, Alterac, e
Kul Tiras foram as primeiras a aparecer, e apesar de cada uma ter os seus
costumes e comércio elas se mantiveram unificadas perante a autoridade de Strom.

Sob a vigília dos Guardiões de Tirisfal, Dalaran tornou-se o principal centro


de aprendizagem de magia. Os Magocratas que governavam a cidade fundaram os
Kirin Tor, uma seita encarregada de catalogar e investigar todas as magias,
artefatos e objetos mágicos conhecidos pela humanidade.

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Gilneas e Alterac tornaram-se fortes assistentes de Strom e desenvolveram
fortes exércitos que exploraram a região montanhosa de Khaz Modan ao sul. Fui
durante este período que os humanos pela primeira vez se encontraram com os
anões e viajaram até a cidade subterrânea de Altaforja. Aí partilharam segredos de
engenharia e de trabalho com o metal e descobriram o amor comum pelas guerras
e contos de historias.

A cidade-estado de Kul Tiras, fundada numa grande ilha a sul de Lordaeron,


desenvolveu uma economia baseada na pesca e transporte. Com o tempo, Kul Tiras
construiu uma poderosa armada mercantil e viajou pelo desconhecido na procura
de novos produtos exóticos para trocar e vender. Apesar da economia de Arathor
crescer, os seus fortes elementos começaram a desintegrar-se.

Após algum tempo, os lordes de Strom procuraram as luxuosas terras do


norte de Lordaeron deixando as áridas terras do sul. Os herdeiros do rei Thoradin,
os últimos descendentes da linhagem de Arathi, defendiam que Strom não deveria
ser abandonada e isso deixou descontente a maior parte dos cidadãos, pois eles
também ansiavam partir. Os lordes de Strom, procurando a pureza e iluminação no
norte, decidiram deixar a antiga cidade. Muito ao norte de Dalaran construíram
uma nova cidade-estado que chamaram Lordaeron. O continente inteiro viria a ser
chamado pelo nome desta cidade. Lordaeron tornou-se um local para os viajantes,
religiosos e todos aqueles que procuravam paz interior e segurança.

Os descendentes de Arathi, deixados com as antigas paredes de Strom,


decidiram viajar para o sul das montanhas rochosas de Khaz Modan. A sua jornada
finalmente acabou após longas estações, e eles se estabeleceram na parte norte da
região do continente que iriam chamar de Azeroth. No vale fértil eles fundaram o
reino de Ventobravo, que rapidamente se tornou autossuficiente e poderoso.

Ventobravo

Alguns guerreiros que ficaram em Strom decidiram manter e guardar as


antigas muralhas da cidade. Strom não era mais o centro do império, mas
desenvolveu-se numa nova nação conhecida como Stromgarde. Apesar de cada
cidade prosperar por si mesma, o império de Arathor tinha se desintegrado. Cada
nação desenvolveu os seus costumes e crenças as quais foram ficando cada vez
mais afastadas umas das outras. A visão do rei Thoradin de unificar a humanidade
tinha finalmente desaparecido.

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Aegwynn e a Caçada do Dragão
(823 anos antes da Primeira Guerra)

Apesar das políticas e rivalidades das sete nações humanas a linha dos
Guardiões manteve a sua constante luta contra o caos. Houveram muitos Guardiões
ao longo dos anos, mas apenas um empunhava os poderes de Tirisfal de cada vez.
Um dos últimos Guardiões da era destacou-se como um grande guerreiro na luta
contra a escuridão. Magna Aegwynn, uma valente garota humana, ganhou a
aprovação da ordem e recebeu o manto de Guardiã. Ela trabalhou na caça e
erradicação dos demônios onde quer que ela os encontrasse, mas questionava a
autoridade masculina que dominava o Concílio de Tirisfal.

Magna Aegwynn, Guardiã de Tirisfal

Ela acreditava que os antigos elfos e os homens velhos que presidiam o


Concílio eram demasiado rígidos na maneira de pensar e possuíam pouca visão
para porem um fim decisivo no conflito contra o caos. Impaciente com as longas
discussões e debates, ela provou ser merecedora aos seus superiores, ao escolher o
valor em vez da sabedoria em situações cruciais.

Ao controlar melhor o poder cósmico de Tirisfal Aegwynn tomou


conhecimento de um grande número de demônios poderosos que estavam no
continente gelado de Nortúndria. Viajando para o extremo norte, Aegwynn seguiu
os demônios até as montanhas, onde descobriu que os demônios estavam a caçar
um dos últimos dragões azuis sobreviventes e drenando da antiga criatura a sua
magia. Os poderosos dragões, que tinham fugido dos avanços da sociedade mortal,
encontraram-se demasiadamente equilibrados com os poderes negros da Legião.
Aegwynn confrontou os demônios e ajudou o nobre dragão a erradicá-los.

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Contudo, quando o último demônio foi banido do mundo mortal, uma grande
tempestade apareceu no norte. Um enorme rosto apareceu no céu sobre o
continente gélido. Sargeras, o Titã Caído e senhor da Legião Ardente apareceu
perante Aegwynn com sua energia infernal. Informou então a jovem Guardiã que o
tempo de Tirisfal estava para acabar e que o mundo iria em breve curvar-se
perante o poder da Legião.

Aegwynn confronta o avatar de Sargeras

A orgulhosa Aegwynn, acreditando ser capaz de derrotar o ameaçador deus,


desencadeou todo o seu poder contra o avatar de Sargeras. Com uma vontade
desconcertante, Aegwynn lutou e teve sucesso em destruir a forma física do titã.
Temendo que o espírito dele sobrevivesse, Aegwynn trancou os destroços de seu
corpo dentro de uma das ruínas antigas de Kalimdor que foram destruídas e
enviadas para o fundo do mar durante a catastrófica Fragmentação.

Aegwynn nunca saberia que tinha feito exatamente o que Sargeras havia
planejado. Ela tinha inadvertidamente selado o destino do mundo mortal, pois
Sargeras, no momento da sua morte corporal, transferiu o seu espírito para o
enfraquecido corpo da Guardiã. Sem o conhecimento da jovem, Sargeras iria
permanecer escondido nos obscuros cantos de sua alma por muitos anos.

Guerra dos Três Martelos


(230 antes da Primeira Guerra)

Os anões de Altaforja viveram em paz por muitos séculos. No entanto a sua


sociedade crescera demasiadamente dentro dos confins da montanha. Apesar de o
poderoso rei Modimus Anvilmar governar todos os anões com justiça e sabedoria,
três poderosas facções apareceram na sociedade anã.

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Rei Modimus

O clã Barbabronze, governando pelo thane Madoran Barbabronze, mantinha


laços próximos com o rei e mantiveram-se como tradicionais defensores da
montanha de Altaforja. O clã Martelo Feroz, governando pelo thane Khardros
Martelo Feroz, que habitava a base da montanha, procurava ganhar mais controle
no interior da cidade. O Terceiro clã, os Aço Negro, era governado pelo thane mago
Thaurissan. Os Aço Negro escondiam-se nas profundas sombras debaixo da
montanha e conspiravam contra os Barbabronze e os Martelo Feroz.

Thane Madoran Thane Khardros Thane Thaurissan

Por algum tempo as três facções mantiveram uma tênue paz, mas tensões
surgiram quando o rei Modimus morreu de velhice. Os três governantes dos clãs
entraram em guerra pelo controle de Altaforja. A guerra civil dos anões continuou
por muitos anos sob a superfície. Eventualmente os Barbabronze que tinham o
maior exército, baniram os Aço Negro e Martelo Feroz da montanha.

Khardros e os seus guerreiros Martelo Feroz viajaram para norte através dos
portões de Dun Algaz, e fundaram o seu próprio reino no distante pico de Grim
Batol. Lá, os Martelo Feroz reconstruíram seus tesouros e prosperaram. Thaurissan
e os seus Aço Negro não aceitaram tão bem. Humilhados e enraivecidos pela
derrota, eles prometeram vingança contra Altaforja. Thaurissan fundou uma cidade
com o seu nome ao sul, dentro das belas Montanhas Cristarrubra. A prosperidade e
os anos pouco fizeram para diminuir o rancor para com os seus primos. Thaurissan
e a sua mulher feiticeira, Modgud, lançaram dois assaltos contra Altaforja e Grim
Batol. Os Aço Negro queriam controlar toda a zona de Khaz Modan.

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Modgud

Os exércitos dos Aço Negro colidiram contra as fortalezas de seus primos e


quase tomaram ambos os reinos. No entanto Madoran Barbabronze liderou o seu
clã numa vitória decisiva sobre o exército de Thaurissan. Thaurissan e seus
servidores fugiram de volta para a segurança de sua cidade, desconhecendo os
acontecimentos em Grim Batol onde o exército de Modgud não estava a fazer
melhor contra Khardros e os guerreiros do Martelo Feroz.

Ao confrontar os guerreiros inimigos, Modgud usou os seus poderes para


criar medo nos seus corações. Sombras se mexiam ao seu comando, e coisas
obscuras saíram das profundezas da terra para perseguir os Martelo Feroz dentro
das suas próprias muralhas. Eventualmente Modgud quebrou os portões e pôs a
fortaleza sob cerco. Os Martelo Feroz combateram desesperadamente e Khardros
em pessoa lutou através das massas de inimigos para matar a rainha feiticeira.
Com a sua rainha morta, os Aço Negro fugiram perante a fúria dos Martelo Feroz.
Correram para o sul, apenas para encontrar o exército de Altaforja que marchavam
em socorro de Grim Batol. Encurralados entre dois exércitos, o que restava dos Aço
Negro foi rapidamente destruído.

Grim Batol

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As forças combinadas de Altaforja e Grim Batol foram então para o Sul. Com
o intuito de destruir Thaurissan e os Aço Negro de uma vez por todas. Não tinham
ido muito longe quando Thaurissan fez um feitiço de proporções catastróficas.
Procurando chamar uma criatura sobrenatural que iria assegurar a sua vitória,
Thaurissan chamou pelo antigo poder adormecido sob o mundo. Para sua surpresa,
a criatura que imergiu era mais terrível que qualquer pesadelo que ele poderia
imaginar.

Ragnaros é invocado

Ragnaros, o lorde imortal de todos os elementais de fogo que tinha sido


banido pelos Titãs quando o mundo ainda era jovem. Agora, liberto pelo chamado
de Thaurissan, Ragnaros desfez as Montanhas do Cristarrubra e criou um violento
vulcão no centro da devastação. O vulcão, conhecido por Montanha da Rocha
Negra, fez fronteira com a Garganta Abrasadora ao norte e as Estepes Ardentes ao
sul. Apesar de Thaurissan ter sido morto pela força que libertou, os seus súditos
sobreviventes foram escravizados por Ragnaros e seus elementais e permaneceram
na Montanha da Rocha Negra até hoje...

Testemunhando a horrível destruição e o fogo se espalhando pelas


montanhas ao sul, o Rei Madoran e o Rei Khardros retrocederam o ataque,
regressando aos seus reinos, sem vontade de enfrentar a incrível raiva de
Ragnaros. Os Barbabronze retornaram a Altaforja e reconstruíram a sua gloriosa
cidade. Os Martelo Feroz voltaram também para sua casa em Grim Batol, mas a
morte de Modgud tinha deixado uma mancha negra na fortaleza, achando-a assim
inabitável. Eles ficaram muito magoados pela perda da sua amada fortaleza. O rei
Barbabronze ofereceu um sítio dentro das fronteiras de Altaforja para eles viverem,
mas os Martelo Feroz recusaram. Khardros levou o seu povo para o norte na
direção de Lordaeron. Nas luxuosas florestas das Terras Agrestes, os Martelo Feroz
criaram a cidade do Ninho da Águia, onde eles cresceram mais perto da natureza e
até criaram ligações com os poderosos grifos da área.

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Ninho da Águia

Procurando reter relações e comércio com os seus primos, os anões de


Altaforja construíram dois massivos arcos, Thandol Span, para servirem como
ponte entre Khaz Modan e Lordaeron. Com o comércio, ambos os reinos
prosperaram. Após as mortes de Madoran e Khardros, os seus filhos mandaram
fazer juntas duas grandes estátuas em honra dos seus pais. As duas estátuas
ficariam a guardar a passagem para sul, onde estava à presença vulcânica de
Ragnaros. Ambas as estátuas serviam como aviso para quem ousasse atacar os
reinos dos anões, lembrando o que aconteceu em tempos antigos...

Os dois reinos mantiveram estreitos laços por alguns anos, mas os Martelo
Feroz tinham sido terrivelmente marcados pelos horrores que tinham visto em Grim
Batol. Eles preferiram viver na superfície na sua cidade de Ninho da Águia, em vez
de perfurarem o reino entre as montanhas. As duas ideologias diferentes entre os
dois clãs de anões eventualmente fizeram com que os seus modos ficassem muito
distintos.

O Último Guardião
(45 antes da Primeira Guerra)

A guardiã Aegwynn foi ficando cada vez mais poderosa com o passar dos
anos e usou os poderes de Tirisfal para expandir a sua vida. Acreditando que tinha
derrotado Sargeras para sempre, ela continuou a proteger o mundo dos demônios
durante quase novecentos anos. No entanto, o Concílio de Tirisfal finalmente
decretou que a sua atuação como Guardiã tinha chegado ao fim. O Concílio ordenou
que ela voltasse a Dalaran para que se pudesse escolher um novo sucessor. Mas
Aegwynn, sempre em desacordo com o Concílio, decidiu escolher o sucessor por
conta própria.

A orgulhosa Guardiã planejou ter um filho para quem ela iria entregar todo o
seu poder. Ela não tinha intenção de permitir que a Ordem de Tirisfal manipula-se o
seu sucessor como tinham tentado manipulá-la. Viajando para a nação sulista de
Azeroth, ela encontrou o pai perfeito para o seu filho: um hábil mágico chamado
Nielas Aran, o conselheiro do rei Landen Wrynn de Ventobravo. Aegwynn seduziu o
mago e convenceu-o a dar-lhe um filho. A afinidade por poder de Nielas iria ficar
dentro da criança e definiria o trágico futuro que iria acontecer mais tarde. O poder
de Tirisfal estava também implantado na criança, mas apenas despertou quando a
criança atingiu maturidade física.

56
Nielas Aran, Mago da Corte

O tempo passou, e Aegwynn deu à luz ao seu filho num sítio isolado.
Nomeando a criança de Medivh ("Guardador de Segredos" em thalassiano) ela
acreditou que o rapaz iria ser o próximo Guardião de Tirisfal. Infelizmente o
maléfico espírito de Sargeras, que se tinha escondido dentro dela, tinha possuído a
indefesa criança enquanto estava dentro do ventre da mãe. Aegwynn desconhecia
que o mais novo Guardião estava já possuído pelo seu maior inimigo...

Segura de que seu filho estava saudável, Aegwynn entregou a criança à


corte de Ventobravo e deixou-o lá para ser criado pelo seu pai mortal. Ela então
vagou pelo mundo preparada para passar para o que quer que a pós vida lhe
tivesse reservado. Medivh cresceu e se tornou um rapaz forte sem qualquer noção
do potencial poder que lhe fora passado. Sargeras esperou até o poder do jovem se
manifestar. Quando Medivh chegou à adolescência, era já conhecido em todo o
reino pelos seus poderes mágicos e costumava ir a aventuras com os seus dois
amigos: Llane Wrynn, o príncipe de Ventobravo e Anduin Lothar, o ultimo
descendente da linhagem de Arathi. Os três rapazes constantemente causavam
confusão no reino, mas eram apreciados pela maior parte dos cidadãos,
especialmente pelas donzelas.

Quando Medivh chegou aos catorze anos o cósmico poder dentro dele
acordou e combateu com o espírito de Sargeras que se escondia em sua alma.
Medivh caiu num estado catatônico que duraria muitos anos. Quando acordou do
estado de coma, descobriu que era já adulto e que os seus amigos tinham se
tornado regentes de Azeroth. Apesar de querer usar os seus poderes para proteger
a terra que chamava de casa, o espírito sombrio de Sargeras distorceu os seus
pensamentos e emoções na direção de um fim maligno.

57
Magus Medivh, O Último Guardião

Sargeras revelou-se no escurecido coração de Medivh, pois sabia que os


seus planos para uma segunda invasão do mundo estavam quase completos e que
o Último Guardião os realizaria.

58
Capítulo 4 –A Corrupção dos Orcs

A Colonização de Draenor

A Legião Ardente perseguiu os draeneis através da Grande Treva, mas eles


eventualmente conseguiram os despistar. Os naaru instruíram os exilados nos
caminhos da Luz Sagrada. Profundamente afetados, os draeneis juraram honrar a
Luz e defender os ideais dos seus salvadores.

Draeneis

Com o tempo, os draeneis se fixaram em um mundo remoto e pacifico, cuja


terra vermelha era coberta por vastas planícies e vívidos pântanos. Lá os draeneis
encontraram uma série de raças inteligentes, mas a mais numerosa era a dos orcs,
uma raça primitiva de pele marrom. Os orcs possuíam uma cultura tribal de honra e
força em equilíbrio com os espíritos da natureza e combatiam os temíveis e
bárbaros ogros e seus senhores gronn por territórios. Os draeneis então batizaram
o mundo idílico de Draenor (“Exílio” em eredun), e posteriormente os orcs, que não
tinham um nome para ele, chamando-o apenas de “mundo”, acabaram adotando o
termo eredun.

Orc Ogro

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Por muitos anos as duas raças mantiveram uma relação pacifica, sem que
nenhuma intervisse nos assuntos da outra. No entanto elas jamais chegaram a ser
aliadas, não interagindo mais do que nas raras situações em que praticavam o
escambo de seus bens, preferindo ficar afastadas uma da outra.Mas isso não iria
durar por muito tempo, pois a sombra da Legião Ardente estava sempre no encalço
dos eredars desertores...

O Pacto Sombrio

Por volta da época do despertar de Medivh em Azeroth, Kil'Jaeden descobriu


o paradeiro de Velen e seus seguidores draenei, o mundo de Draenor que flutuava
pacificamente na Grande Treva. Os nobres clãs de orcs ocupavam as abertas
planícies e caçavam para sobreviver, enquanto que os draenei construíam
grandiosas cidades perto dos penhascos e picos. Kil'Jaeden viu que os orcs de
Draenor tinham grande potencial para servir à Legião Ardente em sua vingança
contra os draeneis se eles fossem manipulados corretamente.

Ele então enganou o velho orc xamã Ner'Zhul, se passando pelo espírito da
falecida esposa dele. Usando o sábio xamã como sua ligação, rapidamente a raça
espiritual se transformou em numa raça sedenta de sangue. Kil'Jaeden incentivou
Ner'Zhul e o seu povo a dedicarem-se inteiramente à morte e a guerra. No entanto
o velho orc, sentindo que iria escravizar o seu povo e levá-los para sempre ao ódio,
resistiu de alguma forma ao comando do demônio...

Ner’Zhul

Frustrado com a resistência, Kil'Jaeden procurou por outro orc que


entregasse o seu povo à Legião. O eredar encontrou o discípulo que procurava: o
ambicioso aprendiz de Ner'Zhul, Gul'Dan. O Impostor prometeu a Gul'Dan poder
em troca da sua obediência incontestável. O jovem orc tornou-se um estudante da
magia demoníaca e acabou virando um dos mais poderosos bruxos da história. Ele

60
ensinou jovens orcs os segredos das artes arcanas e lutou para erradicar as
tradições xamanistas de seu povo. Gul'Dan mostrou uma nova magia para os seus
seguidores, um terrível e novo poder que exalava a destruição.

Gul’Dan

Kil'Jaeden, procurando segurar as rédeas dos orcs, ajudou Gul'Dan a fundar


o Concílio das Sombras, uma seita secreta que manipulava os clãs e espalhava o
uso da magia demoníaca dos bruxos por Draenor. Com a crescente adesão dos orcs
às magias dos bruxos, os pacíficos campos e rios de Draenor começaram a
escurecer e a desaparecer, deixando um solo avermelhado e desértico em seu
lugar. As energias demoníacas estavam a matar lentamente o mundo...

O Surgimento da Horda e o Extermínio dos Draeneis

Os Orcs tornaram-se agressivos sob o comando de Gul'dan e o seu Concílio


das Sombras. Eles construíram arenas massivas onde afinavam as suas habilidades
em combate. Durante este período, alguns chefes de clã falaram contra a corrupção
da raça. Um desses chefes, Durotan do clã Lobo da Neve, avisou que os orcs
estavam a perder-se na fúria e ódio. No entanto, as suas palavras não foram
ouvidas devido à ascensão de chefes de clã como o Grom Grito Infernal a campeões
da nova era de poder militar.

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Durotan, Filho de Garad Grommash Grito Infernal

Kil'Jaeden sabia que os orcs estavam quase prontos, mas ele precisava de
ter a certeza da sua lealdade. Em segredo, fez com que o Concílio das Sombras
invocasse Mannoroth, o verdadeiro veículo de caos e fúria. Gul'Dan chamou os
chefes dos clãs e convenceu-os que ao beberem o sangue de Mannoroth seriam
praticamente invencíveis.

Mannoroth, o Destruidor

Liderados por Grom, os chefes de todos os clãs exceto Durotan beberam o


sangue do Lorde Abissal e se tornaram escravos da Legião Ardente. Com o crescer
do poder devido ao sangue de Mannoroth, os chefes estenderam a sua subjugação
aos seus parentes.

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A Maldição do Sangue

Consumidos pela maldição do sangue, a pele dos orcs tornou-se verde e eles
procuraram liberar sua fúria em todos os que os opusessem. Sentindo que o tempo
chegara, Gul'Dan unificou os clãs de guerreiros numa única e imparável Horda.
Contudo, sabendo que os vários chefes como o Grito Infernal e o Hurkan Racha
Crânios iriam procurar a supremacia completa, Gul'Dan preparou um Chefe
Guerreiro que controlaria a Horda de orcs. Mão Negra, um orc cruel e sem
escrúpulos, foi o escolhido. E então, a mando de Kil'Jaeden, a Horda iniciou uma
guerra contra os pacíficos draenei.

Chefe Guerreiro Mão Negra

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Os orcs exauriram quase todos os recursos naturais do mundo vermelho
para usar na guerra. E após alguns meses, a Horda tinha erradicado quase todos os
draenei que viviam em Draenor. Só uma pequena resistência conseguiu evadir-se
da intensa ira dos orcs. Acreditando que sua vingança contra Velen e seus
seguidores estava completa, Kil'Jaeden julgou que a Horda estava pronta. Os orcs
haviam se tornado a maior arma da Legião Ardente, e o Impostor informou seu
paciente mestre da atual situação, e Sargeras concordou que era chegada a hora
da vingança.

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Capítulo 5 – A Horda e a Aliança

O Portal Negro e a Queda de Ventobravo


(Warcraft I – Orcs e Humanos)

Enquanto Kil'Jaeden corrompia os orcs em Draenor para exterminarem os


draeneis, Medivh continuava a luta pela sua alma contra Sargeras. O Rei Llane
Wrynn, o nobre monarca de Ventobravo, foi tomando noção da escuridão que
parecia manchar o espírito de seu antigo amigo. O Rei Llane partilhou as suas
preocupações com o Leão de Azeroth, como passara a ser conhecido o Sir Anduin
Lothar, que fora nomeado tenente de armas. Mas nenhum dos dois poderia
imaginar os grandes horrores que a lenta e crescente loucura de Medivh traria.

Sir Anduin Lothar, o Leão de Azeroth

Através de Medivh, Sargeras prometeu dar grande poder a Gul'Dan se ele


aceitasse liderar a Horda para Azeroth. O Titã Caído disse ao bruxo que ele poderia
tornar-se um deus vivo se encontrasse o local onde Aegwynn tinha escondido o
fragilizado corpo de seu avatar centenas de anos atrás. Gul'Dan aceitou e decidiu
que assim que Azeroth fosse conquistada, ele poderia encontrar a lendária
sepultura e ganhar sua recompensa. Assegurado que a Horda serviria suas
vontades, Sargeras ordenou que a invasão começasse.

Através do esforço conjunto, Medivh e os bruxos do Concílio das Sombras


abriram um portal dimensional conhecido como o Portal Negro. Este portal serviria
de ponte entre a distância de Azeroth e Draenor e era largo o suficiente para os
exércitos da Horda passarem por ele. Gul'Dan mandou batedores Orcs através do
portal para investigar as terras que eles iam conquistar. Os batedores asseguraram
ao Concílio das Sombras que Azeroth era possível de ser conquistada.

65
O Portal Negro

Ainda convencido que a corrupção de Gul'Dan poderia destruir o seu povo,


Durotan falou contra os bruxos uma vez mais. O bravo guerreiro afirmou que eles
estavam a destruir a pureza do espírito dos orcs e que esta invasão seria a sua
perdição. Gul'Dan, sem poder arriscar matar um herói tão popular, foi forçado a
exilar Durotan e o seu clã Lobo da Neve nos afastados locais do novo mundo.

Após os exilados Lobo da Neve terem passado pelo portal, apenas alguns
clãs orcs os seguiram. Estes orcs rapidamente criaram uma base de operação no
Lamaçal Negro, uma sombria e úmida área no canto do reino de Ventobravo. Com
a expansão e exploração de novos territórios pelos orcs, eles entraram em imediato
conflito com os defensores humanos. Apesar destas disputas acabarem
rapidamente, elas ilustraram as fraquezas e forças de ambas as raças rivais. Llane
e Lothar nunca foram capazes de coletar informações precisas do número de orcs e
podiam apenas adivinhar o quão grande era à força com que tinham de contar.
Após alguns meses a maioria dos orcs da Horda já tinha passado para Azeroth e
Gul'Dan decidiu que já era hora do primeiro ataque contra a humanidade. A Horda
atacou com toda sua força o calmo reino de Ventobravo.

As forças de Azeroth e da Horda se embateram por todo o reino, e conflitos


internos começaram a crescer em ambos os lados. O rei Llane, que acreditava que
os orcs eram incapazes de conquistar Azeroth, manteve a sua posição na sua
capital Ventobravo. Contudo Sir Lothar convenceu-se que a batalha deveria ser
levada diretamente ao inimigo e foi forçado a escolher entre as suas convicções e a
lealdade ao rei. Escolhendo seguir os seus instintos, Lothar atacou Karazhan, a
torre-fortaleza de Medivh, com a ajuda do jovem aprendiz do mago, Khadgar e da
espiã meio-draenei do Concílio das Sombras, Garona Halforcen.

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Karazhan, A Torre dos Segredos

A batalha foi difícil, mas no final o Ultimo Guardião foi morto por seu
aprendiz, que antes de lhe matar foi amaldiçoado perdendo toda a sua juventude e
transformando-se em um homem idoso. Khadgar baniu o espirito de Sargeras para
o abismo, possibilitando que o espirito puro e virtuoso de Medivh pudesse continuar
a vagar pelo plano astral por muitos anos.

Khadgar mata Medivh

Apesar de Medivh ter sido derrotado, a Horda continuou a pressionar os


defensores de Ventobravo. Com a vitória da Horda cada vez mais perto, Orgrim
Martelo da Perdição, um dos grandes chefes dos orcs, começou a ver a depravada

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corrupção que tinha se espalhado pelos clãs desde o tempo de Draenor. O seu
velho camarada, Durotan, regressou do exílio e avisou outra vez da traição de
Gul'Dan. Numa retaliação rápida, os assassinos de Gul'Dan assassinaram Durotan e
sua família, deixando apenas o seu filho infante vivo. Sem o conhecimento de
Orgrim, o filho de Durotan fora encontrado por um oficial humano, Aedelas
Pantanegro e feito prisioneiro. Esse infante orc viria um dia a elevar-se como o
maior líder que o seu povo conheceria.

Orgrim Martelo da Perdição

Tocado pela morte de Durotan, Orgrim tentou libertar a Horda da corrupção


demoníaca e finalmente assumiu o papel de Chefe Guerreiro ao matar a marionete
de Gul'Dan, Mão Negra e exterminar o Concílio das Sombras. Sob a sua decisiva
liderança a incansável Horda finalmente pôs cerco ao Castelo de Ventobravo. O Rei
Llane tinha subestimado seriamente o poder dos orcs, e ele observou sem poder
fazer nada à queda de seu reino perante os invasores de pele verde. Por fim, Llane
foi morto por um dos melhores assassinos do Concílio das Sombras, Garona.

Garona assassina o rei Llane Wrynn

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Lothar e seus guerreiros regressaram da casa de Karazhan, esperando
conter toda a matança e salvar o seu povo. Mas tinham chegado tarde de mais e
encontraram o seu amado reino em ruínas fumegantes. A Horda continuou a atacar
o campo e tomou posse dos territórios adjacentes. Forçados a se esconderem,
Lothar e seus companheiros prometeram reclamar de volta a sua terra natal a
qualquer custo.

O jovem príncipe Varian observa seu reino em chamas

A Aliança de Lordaeron e a Segunda Guerra


(Warcraft II – Ondas Sombrias)

Lothar juntou os homens restantes de Azeroth depois da derrota no Castelo


de Ventobravo e viajaram em conjunto através do mar até o norte de Lordaeron,
levando consigo o jovem príncipe Varian Wrynn. Seis anos mais tarde, convencidos
de que a Horda dos orcs iria destruir toda a humanidade se não fosse considerada
como uma ameaça, os sete líderes das nações humanas encontraram-se e
decidiram formar o que seria conhecido como a Aliança de Lordaeron. Pela primeira
vez em três mil anos as nações separadas voltaram a unificar-se sobre a mesma
bandeira. Nomeado como Supremo Comandante das forças aliadas, o Leão de
Azeroth preparou os exércitos para a chegada da Horda, enquanto o Arcebispo
Alonsus Faol treinava os primeiros guerreiros paladinos da recém criada Ordem da
Mão de Prata.

69
Uther Arauto da Luz

Lothar contou com a ajuda de outros grandes indivíduos para liderar os


exércitos da Aliança de Lordaeron. O jovem paladino Turalyon foi escolhido
pessoalmente pelo Leão para ser o seu segundo em comando. O rei de Kul Tiras,
Daelin Proudmore, foi nomeado Grande Almirante da frota marinha da Aliança. Os
guerreiros paladinos da Ordem da Mão de Prata foram liderados pelo mais
proeminente entre eles, Uther Arauto da Luz. E por ultimo o agora velho Khadgar
foi nomeado pelo Conselho dos Seis para liderar os magos Kirin Tor de Dalaran.

Tenente Turalyon Grande Almirante Daelin Arquimago Khadgar

A Aliança tentou conseguir o apoio dos elfos superiores, mas eles estavam
majoritariamente desinteressados no ataque que estava por vir. No entanto devido
à uma antiga promessa eles tinham de ajudar Lothar, que era o ultimo descendente
da linhagem de Arathi que os tinha ajudado no passado. Então Anasterian Andassol

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enviou um pequeno número de elfos de Quel'Thalas liderados pela patrulheira
Alleria Correventos para darem suporte à causa dos humanos, e a elfa acabou por
desenvolver um romance com o jovem paladino Turalyon.

Alleria Correventos

A Horda, agora liderada pelo Chefe Guerreiro Martelo da Perdição, trouxe os


ogros de seu mundo natal para lutarem ao seu lado e se aliou aos bandos de
guerra dos trolls Amani que estavam unificados sob o comando do Lorde da Guerra
Zul’Jin, e também contrataram mercenários goblins do cartel Bondebico para ajuda-
los. Além disso, para provar a sua utilidade perante Orgrim, Gul’Dan trouxe de
volta os espíritos dos bruxos do Concílio das Sombras para ocuparem os corpos dos
cavaleiros mortos de Ventobravo, que de agora em diante passariam a ser
conhecidos como Cavaleiros da Morte.

Zul’Jin Mercenários goblins

Lançando uma campanha massiva para conquistar o continente de Khaz


Modan, a Horda destruía sem esforço toda a oposição. Orgrim deixou Kilrogg Olho
Morto e seu clã para cuidarem da região. A Horda utilizou os recursos dos anões

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para construir os navios que ela utilizaria para viajar até o continente de Lordaeron,
onde eles atacaram as regiões sulistas. Fazendo com que os anões Martelo Feroz se
unissem à Aliança após os humanos impedirem que sua terra sofresse o mesmo fim
que a de seus primos Barbabronze.

Kilrogg Olho Morto

As épicas batalhas da Segunda Guerra ecoaram desde confrontos navais em


larga escala até batalhas aéreas massivas. De alguma maneira a Horda obteve o
controle de um poderoso artefato conhecido como Alma Demoníaca e usaram-no
para escravizar a antiga Rainha Dragônica Alexstrasza. Ameaçando destruir os seus
preciosos ovos, a Horda forçou-a a mandar as suas crianças mais crescidas para a
guerra. Os nobres dragões vermelhos não resistiram e foram forçados a lutar pelos
orcs.

A guerra estendeu-se pelos continentes de Azeroth, Khaz Modan e


Lordaeron. Como parte da sua campanha ao norte, a Horda conseguiu queimar as
fronteiras de Quel'Thalas, assegurando assim o comprometimento total dos elfos
para com a causa da Aliança. Durante esse ataque, Gul’Dan criou os ogros magi de
duas cabeças utilizando os Altares das Tempestades que ergueu utilizando as
pedras rúnicas da terra dos elfos. As maiores cidades de Lordaeron foram pilhadas
e devastadas pelo conflito. Apesar da ausência de reforços e das esmagadoras
dificuldades, Lothar e seus aliados conseguiram conter os seus inimigos antes que
eles conseguissem tomar alguma cidade importante.

Ogro magi

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O Lorde de Alterac, Aiden Perenolde, temendo pela segurança de seu povo,
aliou-se com os orcs em troca da promessa de segurança. Mas em pouco tempo
sua traição foi descoberta, e o reino de Alterac foi sitiado pelas forças da Aliança.
Perenolde foi deposto e colocado sob custódia. Sendo um Rei, ele não poderia ser
exilado nem executado, pois isso iria desagradar os demais reis, fazendo-os temer
o mesmo fim caso discordassem de algo. Um primo distante do Lorde Perenolde,
Daval Prestor, que havia recentemente ascendido à corte de Lordaeron,
recomendou que o reino de Alterac fosse posto sob lei marcial. A decisão não
agradou aos regentes de Stromgarde e Kul Tiras. Thoras Matatroll queria que o
reino de Alterac fosse dividido entre Stromgarde e Lordaeron, mas Terenas sabia
que essa solução não seria aceita pelos demais monarcas. Foi então que o rei de
Gilneas, Genn Greymane sugeriu que Daval assumisse o trono do reino, e Terenas
não só concordou com a ideia, como prometeu a ele a mão de sua filha, a princesa
Célia Menethil, como forma de fortificar a aliança entre Lordaeron e Alterac.

Rei Aiden Perenolde Rei Genn Greymane

Durante os últimos dias da Segunda Guerra, em que a vitória da Horda


estava quase garantida, intensas rivalidades cresceram entre os dois mais
poderosos orcs em Azeroth. Orgrim preparava-se para fazer o ataque final contra a
cidade capital de Lordaeron, mas Gul'Dan e seus seguidores abandonaram seus
postos e partiram para o mar. Orgrim espantado ao perder uma grande quantidade
das suas forças devido a esta traição viu-se obrigado a recuar o ataque quando
estava a um passo de derrotar a Aliança.

O bruxo sedento por poder estava obcecado em ascender a uma divindade.


Então ordenou uma desesperada busca nas profundezas do oceano pela Tumba de
Sargeras, que ele acreditava conter o segredo para o poder supremo. Já tendo
desgraçado os seus colegas orcs ao torná-los escravos da Legião Ardente, Gul'Dan
não pensou no dever para com o Chefe Guerreiro. Apoiado pelo seu clã de bruxos,
Assaltantes da Tempestade, e pelo clã de seu aprendiz Cho’Gall, Martelo do
Crepúsculo, ele conseguiu encontrar a Tumba de Sargeras. No entanto, quando
abriu o túmulo encontrou apenas demônios à sua espera...

73
Cho’Gall

Procurando punir a traição dos orcs insubordinados, Orgrim mandou as suas


forças para matar Gul'Dan e trazer os rebeldes de volta ao seu comando. Mas
Gul'Dan encontrou o seu fim nas mãos dos ensandecidos demônios que ele havia
libertado, que desmembraram o seu corpo em várias partes. Com o seu líder morto
os rebeldes rapidamente se submeteram às legiões do Chefe Guerreiro. Apesar de a
rebelião ter sido controlada, a Horda não foi capaz de se recuperar das perdas que
sofrera. A traição de Gul'Dan não só deu esperança à Aliança como também tempo
de se reagrupar e retaliar.

Lothar, vendo que a Horda estava se desintegrando por dentro, juntou as


suas últimas forças e arrastou o Chefe Guerreiro Martelo da Perdição para o sul,
forçando os orcs a abandonarem a região de Khaz Modan, possibilitando aos anões
que haviam se refugiado na sua capital de Forja Ferro saírem de sua fortaleza e se
unirem aos exércitos da Aliança sob a liderança dos irmãos do rei Magni
Barbabronze, Muradin e Brann.

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Rei da Montanha Magni Muradin Barbabronze Brann Barbabronze

As forças aliadas apanharam a Horda que estava batendo em retirada para


dentro da fortaleza vulcânica de Montanha da Rocha Negra. Mesmo com a morte do
Leão de Azeroth na batalha da base da montanha, seu tenente, Turalyon, levou as
forças da Aliança em frente prendendo o Chefe Guerreiro Orgrim e empurrando as
forças da Horda de volta ao sombrio Pântano das Mágoas. A Aliança conseguiu
destruir o Portal Negro que ligava os orcs à sua terra natal de Draenor. Sem
reforços e fraturados com as longas lutas, a Horda finalmente caiu perante a
grandeza da Aliança.

Turalyon lidera a batalha final da Segunda Guerra

Os esparsos clãs dos orcs rapidamente foram apanhados e aprisionados em


campos de concentração. Apesar de parecer que a Horda estava destruída para
sempre, alguns se mantiveram sépticos em relação da duração da paz. Khadgar,
agora um Arquimago de renome, convenceu o comando da Aliança a construir a
fortaleza de Etergarde que iria proteger as imediações do Portal Negro e assegurar
que não haveria mais invasões de Draenor.

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A Destruição de Draenor
(Warcraft II – Além do Portal Negro)

Com o fogo da segunda guerra a esvaecer, a Aliança tomou medidas


agressivas para conter a ameaça dos orcs. Foi construído ao sul de Lordaeron um
grande número de campos de concentração para manter os orcs em cativeiro.
Guardados por paladinos e soldados veteranos da Aliança, os campos
demonstraram ser um grande sucesso. Apesar dor orcs cativos estarem tensos e
ansiosos por mais guerras, os carcereiros dos campos, localizados na velha
fortaleza prisão de Durnholde, mantiveram a paz e a ordem.

Contudo dois anos depois, no infernal mundo de Draenor, um novo exército


de orcs preparava-se para atacar a Aliança que não suspeitava de nada. Ner’zhul, o
antigo mentor de Gul'Dan, juntou os clãs de orcs sobre seu comando. Ajudado pelo
seu clã Lua Negra, o velho xamã planejou abrir vários portais em Draenor que
levariam a Horda a novos e intocados mundos. Para manter estes novos portais,
ele precisava de vários artefatos de Azeroth. Para obtê-los, Ner’zhul reabriu o Portal
Negro e mandou os seus servos procurá-los.

Ner’zhul planeja liderar a Horda para novos mundos

A Horda, liderada por veteranos como o Grom Grito Infernal e Kilrogg Olho
Morto do clã Vazio Sangrento, surpreenderam a defesa da Aliança e abriram
caminho através do interior do reino. Sobre o comando de Ner’zhul, os orcs
rapidamente reuniram os artefatos que precisavam e regressaram para a
segurança de Draenor.

O rei Terenas de Lordaeron, convencido de que os orcs estavam a preparar


uma nova invasão a Azeroth, reuniu os seus tenentes mais próximos. Ele então
ordenou o Alto General Turalyon e o Arquimago Khadgar, para liderarem uma

76
expedição através do Portal Negro para pôr um fim à ameaça de uma vez por
todas. As forças de Turalyon e Khadgar marcharam até Draenor e repetidamente se
defrontaram com os clãs de Ner’zhul na Península Fogo Infernal. Mesmo com a
ajuda de sua amada Alleria, do anão Kurdran Martelo Feroz e do sobrinho do rei de
Stromgarde, o veterano Danath, Turalyon foi incapaz de prevenir que Ner’zhul
abrisse os portais.

Kurdran Martelo Feroz Danath Matatroll

Ner’zhul finalmente abrira seus portais para os outros mundos, mas não
tinha previsto o terrível preço que iria pagar. A tremenda energia dos portais
começou a desfazer a própria matéria de Draenor. Enquanto as forças de Turalyon
lutavam desesperadamente para regressar para Azeroth, o mundo de Draenor
começou a desfazer-se sobre si mesmo. Grom e Kilrogg, ao perceberem que os
planos loucos de Ner’zhul iriam levar a sua raça à desgraça, juntaram as suas
forças restantes e tentaram escapar para Azeroth.

Em Draenor, Turalyon e Khadgar concordaram em fazer o sacrifício de


destruírem o Portal Negro do lado deles. Isso iria prender a eles e seus
companheiros, mas eles sabiam que era a única maneira de assegurar a
sobrevivência de Azeroth. Mesmo enquanto Grito Infernal e Olho Morto abriam
caminho pelas fileiras humanas em desespero pela liberdade, o Portal Negro
explodiu atrás deles. Para eles e o restante dos orcs em Azeroth não haveria
retorno.

Terralém, os destroços de Draenor

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Ner’zhul e o seu fiel clã Lua Negra passaram através do maior portal recém-
criado enquanto massivas erupções vulcânicas começaram a quebrar os continentes
de Draenor. Os mares de lava subiram e queimaram todo o horizonte e finalmente
o mundo desapareceu numa massiva e apocalíptica explosão. Tudo o que restou
foram alguns pedaços de terra que permaneceram unidos vagando pelo Espiral
Etérea.

78
Capítulo 6 – Prelúdio para a Perdição

O Nascimento do Lich Rei

Ner’zhul e seus seguidores entraram na Espiral Etérea, o plano etéreo que


conecta tudo de todos os mundos espalhados ao longo da Grande Treva.
Infelizmente Kil'Jaeden e seus acólitos demoníacos estavam esperando por eles. O
eredar, que tinha jurado se vingar de Ner’zhul por telo desafiado, retalhou
lentamente o corpo do velho xamã, pedaço por pedaço. Kil'Jaeden manteve o
espírito do xamã vivo, no entanto, enquanto deixava Ner’zhul dolorosamente
consciente do total desmembramento de seu corpo. Mesmo com Ner’zhul
suplicando ao demônio que libertasse seu espírito e lhe concede-se a morte, o
demônio respondeu severamente que o Pacto de Sangue que eles tinham feito há
muito tempo ainda os ligava, e o xamã ainda tinha um propósito a servir.

O fracasso dos orcs em conquistar o mundo para a Legião Ardente forçou


Kil'Jaeden a criar um novo exército para pregar o caos ao longo dos reinos de
Azeroth. Este novo exército não poderia cair nas mesmas rivalidades insignificantes
que tinham infestado a Horda. Teria que ser impiedoso e focado em sua missão.
Desta vez, Kil'Jaeden não podia se dar ao luxo de falhar.

Mantendo o espírito desamparado de Ner’zhul, Kil'Jaeden lhe deu uma última


chance para servir a Legião ou sofrer tormento eterno. Uma vez mais, sem pensar
Ner’zhul aceitou o pacto com o demônio. O espírito do orc foi colocado dentro de
um bloco especialmente feito de gelo duro como um diamante recolhido dos
distantes limites da Espiral Etérea. Preso dentro da casca congelada, Ner’zhul
sentiu sua consciência ser ampliada dez mil vezes. Deformado pelos poderes
caóticos do demônio, Ner’zhul se tornou um ser espectral de poder insondável.
Naquele momento, foi destruído para sempre o orc conhecido como Ner’zhul, e
nascia o Lich Rei.

Lich Rei

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Os Cavaleiros da morte leais a Ner’zhul e seus seguidores do clã Lua Negra
também foram transformados pelas energias caóticas do demônio. Os conjuradores
enfraquecidos foram rasgados separadamente e se refizeram como criaturas
esqueléticas chamadas Liches. Os demônios tinham se assegurado que até mesmo
na morte, os seguidores de Ner’zhul serviriam inquestionavelmente somente a ele.

Lich

No tempo certo, Kil'Jaeden explicou a missão para a qual ele tinha criado o
Lich Rei. Ner’zhul iria espalhar uma praga de morte e terror por Azeroth que iria
destruir toda a civilização. Todos que morressem pela pestilência nefasta
ressurgiriam como mortos-vivos, e seus espíritos sempre seriam ligados ao
testamento de ferro de Ner’zhul. Kil'Jaeden prometeu que se o Lich Rei realizasse
sua missão macabra de acabar com a humanidade, ele seria libertado de sua
maldição e lhe seria concedido um novo corpo saudável para habitar.

Embora Ner’zhul fosse prestativo e aparentemente ansioso para cumprir seu


papel, Kil'Jaeden permaneceu cético quanto sua palavra de lealdade. Mantendo o
Lich Rei sem corpo e aprisionado dentro do cristal ele se assegurou de sua boa
conduta a curto prazo, mas o demônio soube que ele precisaria sempre manter
seus olhos abertos sobre ele. Para esse fim Kil'Jaeden chamou sua guarda
demoníaca de elite, os vampíricos Senhores do Medo, e mandou-os vigiar e
assegurar-se de que Ner’zhul realizaria sua terrível tarefa. Taecondrius, o mais
poderoso e esperto dos Nathrezim, ficou excitado pelo desafio, pois estava
fascinado pela severidade da praga e o potencial desenfreado do Lich Rei para o
genocídio.

O Trono Congelado

Kil’Jaeden lançou a prisão cristalina de Ner’zhul no mundo de Azeroth. O


cristal endurecido riscou o céu noturno e colidiu no continente ártico desolado de
Nortúndria, caindo no topo da geleira de Coroa de Gelo. O cristal congelado,
entortado pela sua descida violenta, veio a assemelhar-se a um trono, e o espírito
vingativo de Ner’zhul logo acordou dentro dele.

80
Dos confins do Trono Congelado, Ner’zhul começou a expandir sua vasta
consciência e tocar as mentes dos habitantes nativos de Nortúndria. Com pouco
esforço, ele escravizou as mentes de muitas criaturas indígenas, incluindo trolls do
gelo e ferozes wendigos, atraindo-as para a nevoa de trevas que crescia a sua
volta. Seus poderes psíquicos provaram ser quase ilimitados, e ele os usou para
criar um pequeno exército que colocou dentro dos labirintos de Coroa de Gelo.
Conforme o Lich Rei dominou suas habilidades crescentes sobre os olhares atentos
dos Senhores do Medo, ele descobriu uma remota comunidade humana na crista da
vasta Ermo das Serpes. Por capricho, Ner’zhul decidiu testar seus poderes nos
humanos que não desconfiavam de nada.

Trono Congelado

Ner’zhul lançou uma praga mortal que tinha se originado no solo ártico
improdutivo no fundo do Trono Congelado. Controlando a praga, ele a jogou
diretamente em uma aldeia humana. Dentro de três dias, todos na aldeia estavam
mortos, mas brevemente depois disso, os aldeãos mortos começaram a levantar-se
como um exército de zumbis. Ner’zhul podia sentir os pensamentos de cada espírito
como se ele fosse cada um deles. Com essa explosão furiosa em sua mente
Ner’zhul ficou cada vez mais forte, com seus espíritos lhe proporcionando uma
nutrição muito poderosa. Ele achou ótimo poder controlar as ações dos zumbis e
poder guiá-los a qualquer fim que desejasse.

Zumbi Carniçal

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Durante os meses seguintes, Ner’zhul continuou experimentando sua praga,
dominando todos habitantes humanos de Nortúndria. Com seu exército morto-vivo
crescendo diariamente, ele achou que a hora do verdadeiro teste estava se
aproximando.

A Batalha de Grim Batol

Enquanto isso, nas terras devastadas pela guerra no sul, as sobras


espalhadas da Horda lutavam pela sua sobrevivência pelos últimos quatro anos.
Embora Grom Grito Infernal e seu clã Brado Guerreiro conseguissem evitar serem
capturados, Olho Morto e seu clã Vazio Sangrento foram reunidos e colocados nos
campos de concentração em Lordaeron. Mesmo com estas insurreições custosas, os
carcereiros dos acampamentos restabeleceram logo o controle em cima de seus
brutos prisioneiros.

Porém, a Aliança desconhecia uma grande força de orcs que ainda vagavam
livres nos desertos do norte de Khaz Modan. O clã Presa do Dragão, conduzido pelo
infame bruxo Nekros, ainda estava usando a Alma Demoníaca para controlar a
Rainha Dragônica, Alexstrasza, e sua revoada. Esse artefato era na verdade a Alma
Dragônica criada por Neltharion, e fora dada ao bruxo orc por ninguém menos que
o próprio Asa da Morte, que estava disfarçado como Daval Prestor para manipular a
Aliança internamente.

Clã Presa do Dragão

Mas a real identidade do novo Rei de Alterac foi descoberta por Krasus, um
membro sênior do Kirin Tor e um dos Seis regentes de Dalaran. Krasus era na
verdade Korialstrasz, um dos três dragões vermelhos consortes de Alexstrasza, e
desejava salvar a sua amada rainha das mãos da Horda. Então ele enviou o seu
aprendiz, o jovem mago humano chamado Rhonin, para resolver o assunto
enquanto ele buscava pela ajuda dos demais Aspectos.

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Arquimago Krasus

Com a Mãe da Vida sendo sua refém, Nekros construiu um exército secreto
dentro da abandonada, e segundo alguns amaldiçoada, fortaleza enânica em Grim
Batol. Planejando soltar suas forças e os poderosos dragões vermelhos contra a
Aliança, Nekros esperou a Horda se reunir para continuar sua conquista de Azeroth.
Seu plano falhou quando um pequeno grupo de lutadores da resistência, conduzido
por Rhonin, conseguiu invadir a fortaleza e por as mãos na Alma Demoníaca,
livrando assim a Rainha Dragônica do comando de Nekros. Mas isso ainda não era o
fim, pois ainda restava derrotar Asa da Morte e destruir a Alma Dragônica de uma
vez por todas. Os outros três Aspectos Dragônicos finalmente ouviram ao pedido de
ajuda de Korialtrasz e se uniram à Alexstrasza para enfrentar o Aspecto da Morte,
como Asa da Morte passou a ser chamado. Mas o grande dragão negro conseguiu
escapar para o Geodomo, o plano elemental para o qual os elementais da terra
foram banidos.

Falstad, Rhonin e Vareesa

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Na sua fúria, os dragões de Alexstrasza destruíram Grim Batol e incineraram
a maior parte do clã Presa do Dragão. Os planos de reunificação de Nekros foram
frustrados pelas tropas da Aliança que reuniram os orcs sobreviventes e os
lançaram nos acampamentos de internação que os esperavam. A derrota do clã
Presa do Dragão sinalizou o fim da Horda, e o fim da furiosa sede de sangue dos
orcs.

Letargia dos Orcs

Meses se passaram, e mais prisioneiros orcs foram reunidos e colocados em


campos de concentração. Com os acampamentos super lotados, a Aliança foi
forçada a construir novos acampamentos nas planícies ao sul das Montanhas de
Alterac. Para manter corretamente e prover o número crescente de acampamentos,
o Rei Terenas impôs um novo imposto para as nações da Aliança. Este imposto,
junto com tensões políticas sobre disputas de fronteiras causaram desavenças
generalizadas. Parecia que o frágil pacto que as nações humanas tinham forjado
juntas na hora mais obscura quebraria a qualquer momento.

Entre o tumulto político, muitos dos carcereiros dos acampamentos


começaram a notar uma mudança nos cativos. Os esforços dos orcs para escapar
dos acampamentos ou até mesmo lutar entre si tinham diminuído com o passar do
tempo. Os prisioneiros estavam ficando cada vez mais indiferentes e letárgicos.
Embora fosse difícil acreditar, os orcs, que uma vez foram considerados como a
raça mais agressiva já vista em Azeroth, tinha perdido completamente seu animo
para lutar. A letargia estranha confundiu os líderes da Aliança e continuou abalando
os debilitados orcs cada vez mais rápido.

Alguns especularam que alguma doença estranha, contraída só por orcs,


provocou a letargia confundindo-os. Mas o Arquimago Antonidas de Dalaran
suspeitou de uma hipótese diferente. Pesquisando no pouco da história dos orcs
que ele pode achar, Antonidas aprendeu que o orcs tinha estado sobre a influência
de poder demoníaco por muitos anos. Ele teorizou que os orcs tinham sido
corrompidos por estes poderes antes mesmo da sua primeira invasão a Azeroth.
Claramente, demônios haviam corrompido o sangue dos orcs, e como consequência
lhes tornado mais fortes, resistentes e agressivos.

Arquimago Antonidas

Antonidas supôs que a letargia dos orcs não era de fato uma doença, mas
uma consequência da retirada das magias voláteis dos bruxos que os tinham
tornado apavorantes guerreiros sedentos de sangue. Embora os sintomas
estivessem claros, Antonidas não pôde achar uma cura para os orcs. Então muitos
de seus companheiros magos, como também alguns líderes notáveis da Aliança,

84
discutiram que achar uma cura para os orcs seria uma aventura imprudente. Ao
ponderar sobre a condição misteriosa dos orcs, a conclusão de Antonidas foi que a
cura dos orcs teria de ser espiritual.

A Nova Horda

O diretor principal dos campos de concentração, Aedelas Pantanegro,


assistia os orcs cativos de seu seguro castelo, Durnholde. Um orc lhe tinha
despertado seu interesse particular: uma criança órfã que ele tinha achado quase
dezoito anos antes. Aedelas tinha criado o jovem como um escravo e o tinha
batizado de Thrall (Servo). Pantanegro ensinou o orc sobre estratégia, filosofia e
combate. Thrall foi treinado até mesmo como um gladiador. O tempo todo, o
diretor corrupto buscou moldar o orc em uma arma.

Aedelas Pantanegro

Apesar de sua educação severa, o jovem Thrall cresceu e virou um orc forte
e perspicaz, e ele sentia em seu coração que a vida de escravo não era para ele.
Conforme ele atingiu a maturidade, ele aprendeu sobre os orcs com quem ele
nunca tinha se encontrado: depois de sua derrota, a maioria deles tinha sido
colocada em campos de concentração. Houve um rumor que Martelo da Perdição, o
líder dos orcs, tinha escapado de Lordaeron e havia se escondido. Só um clã de
renegados ainda operava em segredo tentando evadir a alerta Aliança.

Com a ajuda da humana Teretha Foxton, Thrall conseguiu escapar da


fortaleza de Aedelas e partir para achar outros de sua raça. Durante suas viagens
Thrall visitou um campo de concentração e achou que sua raça que uma vez foi
poderosa parecia agora estranhamente letárgica. Não tendo achado os guerreiros
orgulhosos que ele esperava descobrir, Thrall teve a ideia de achar o último
comandante dos orcs, Grommash.

Constantemente caçado pelos humanos, Grito Infernal segurou não obstante


o instinto inextinguível da Horda pela luta. Ajudado pelo seu clã Brado Guerreiro,
Grom continuou empreendendo uma guerra subterrânea contra a opressão de seu
povo que estava aprisionado. Infelizmente, Grom nunca pode achar um modo para
despertar os orcs capturados de seu torpor. Thrall, impressionado e inspirado pelo
idealismo do Grito Infernal, desenvolveu uma empatia forte pela Horda e suas
tradições de guerreiros.

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Buscando a verdade sobre suas próprias origens, Thrall viajou para as
montanhas de Alterac para achar o lendário clã Lobo da Neve. Thrall aprendeu que
Gul'dan tinha exilado aquele clã antes da Primeira Guerra. Ele também descobriu
que ele era o filho e herdeiro do herói Durotan, o verdadeiro chefe tribal dos Lobo
da Neve antes de ter sido assassinado quase vinte anos antes.

Debaixo da tutela do venerável xamã Drek'Thar, Thrall estudou o antigo


xamanismo de seu povo que havia sido esquecido pela bruxaria de Gul'dan. Com o
passar do tempo, Thrall se tornou um xamã poderoso e se tornou comandante do
clã exilado. Abençoado pelos espíritos, Thrall partiu para livrar os orcs cativos e
curar sua raça da corrupção demoníaca e achar seu destino.

Drek’Thar

Durante suas viagens, Thrall achou o velho Chefe Guerreiro, Orgrim Martelo
da Perdição que estava vivendo por muitos anos como um ermitão. Orgrim, que
tinha sido um amigo íntimo de Durotan, decidiu seguir o jovem orc visionário e
ajudar a livrar os clãs cativos. Apoiado por muitos dos comandantes veteranos,
Thrall teve sucesso revitalizando a Horda e dando para seu povo uma nova
identidade espiritual.

Para simbolizar o renascimento de seu povo, Thrall voltou à fortaleza


Durnholde de Aedelas Pantanegro e acabou com os planos de seu antigo senhor
armando cerco em todos os campos de concentração. Esta vitória não sairia de
graça: durante a libertação de um dos acampamentos, Orgrim pereceu em batalha.

Thrall pegou a lendária arma de Martelo da Perdição e vestiu sua armadura


negra para se tornar o novo Chefe Guerreiro da Horda. Durante os meses seguintes
a pequena, mas valente Horda liderada por Thrall lutou pelos campos de
concentração desafiando os melhores esforços da Aliança para se opor as suas
estratégias sagazes. Encorajado por seu melhor amigo e mentor, Grom, Thrall
trabalhou para se assegurar que seu povo nunca mais seria escravizado.

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Chefe Guerreiro Thrall

A Guerra das Aranhas

Enquanto Thrall estava libertando seus irmãos em Lordaeron, Ner’zhul


continuou construindo a base de seu poder em Nortúndria. Uma grande fortaleza
foi erguida sobre a geleira de Coroa de Gelo e foi populada pelo crescente exército
de mortos. Mesmo com o Lich Rei estendendo sua influência sobre a terra, um
império sombrio se opunha ao seu poder. O antigo reino subterrâneo de Azjol-
Nerub que tinha sido fundado pelos aqirs após a queda de seu império nas mãos
dos trolls. Os aqirs evoluíram em uma raça sinistra de humanoides aranhas
chamados nerubianos. Os nerubianos mandaram sua guarda guerreira de elite para
atacar Coroa de Gelo e terminar com a vontade furiosa de domínio do Lich Rei. Para
sua frustração, Ner’zhul descobriu que os nerubianos não só eram imunes à
pestilência, mas também eram imunes a dominação telepática.

Nerubiano

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Os Lordes Aranha dos nerubianos comandavam vastas forças e seu domínio
subterrâneo se estendia por quase metade de Nortúndria. As suas táticas de
guerrilha eram muito eficientes contra as fortalezas do Lich Rei, que continuavam a
falhar em derrotá-los vez após vez. No final das contas a guerra de Ner’zhul contra
os nerubianos foi ganha através do atrito. Com a ajuda dos sinistros Senhores do
Medo e de inumeráveis soldados morto-vivos, o Lich Rei invadiu Azjol-Nerub e
trouxe seus templos subterrâneos abaixo nas cabeças dos Lordes Aranha.

Lorde Aranha

Embora os nerubianos fossem imunes a sua pestilência, os poderes


necromânticos em expansão de Ner’zhul lhe permitiram levantar os guerreiros
arranha caídos, aumentando ainda mais o seu exercito. Com sua tenacidade e
intrepidez, Ner’zhul adotou o estilo arquitetônico dos nerubianos distintivo para
suas próprias fortalezas e estruturas. Partindo para reger seu reino sem oposição, o
Lich Rei começou a se preparar para sua verdadeira missão no mundo.
Ultrapassando os limites das terras humanas com sua vasta consciência, Ner’zhul
chamou por qualquer alma escura que o escutasse...

Kel'Thuzad e o Seita dos Malditos

Houveram muitos indivíduos poderosos espalhados ao longo do mundo que


receberam a convocação mental do Lich Rei. O mais notável dentre eles era o
arquimago de Dalaran, Kel'Thuzad, que era um dos membros sêniores do Kirin Tor,
o conselho regente de Dalaran. Ele fora considerado um pária durante anos devido
à sua insistência em estudar as artes proibidas da necromancia. Obcecado para
aprender tudo sobre o mundo da magia e suas maravilhas sombrias, ele era
frustrado pelo que via em seus companheiros como sendo preceitos antiquados e
sem imaginação. Ao ouvir a poderosa convocação de Nortúndria, o arquimago se
desdobrou como pode para se comunicar com aquela voz misteriosa. Convencido

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que o Kirin Tor era muito frágil para ele poder conseguir o conhecimento inerente
nas artes escuras, ele se resignou a aprender o que pôde com o imensamente
poderoso Lich Rei.

Arquimago Kel’Thuzad

Deixando para trás sua fortuna e posição política prestigiosa, Kel'Thuzad


abandonou os modos do Kirin Tor e partiu para sempre de Dalaran. Atraído pela
voz persistente do Lich Rei em sua mente, ele vendeu suas vastas propriedades e
armazenou suas fortunas. Viajando sozinho por muitos quilômetros de terra e mar,
ele finalmente chegou às costas congeladas de Nortúndria. Sua intenção era de
alcançar Coroa de Gelo e oferecer seus serviços ao Lich Rei, e para isso o
arquimago atravessou as ruínas saqueadas e destruídas de Azjol-Nerub. Kel'Thuzad
viu a extensão e ferocidade do poder de Ner’zhul. Ele começou a perceber que se
aliar com o misterioso Lich Rei poderia ser sábio e potencialmente frutífero.

Azjol-Nerub

Depois de longos meses de viagem através dos severos terrenos árticos,


Kel'Thuzad finalmente chegou à geleira escura de Coroa de Gelo. Ele corajosamente
chegou à fortaleza escura de Ner’zhul e ficou chocado quando os soldados morto-
vivos o deixaram passar silenciosamente como se lhe esperassem. Kel'Thuzad

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ascendeu ao pico da terra gélida e chegou ao topo da geleira. Lá, em meio ao gelo,
ele ficou diante do Trono Congelado e ofereceu sua alma ao senhor da escuridão.

O Lich Rei estava contente com seu mais recente conscrito. Ele prometeu
imortalidade a Kel'Thuzad e grande poder em troca de sua lealdade e obediência.
Ansioso para obter o conhecimento sombrio, Kel'Thuzad aceitou sua primeira
grande missão: entrar no mundo dos homens e fundar uma nova religião que
adoraria o Lich Rei como um deus.

Para ajudar o arquimago a realizar sua missão, Ner’zhul deixou a


humanidade dele intacta. O velho feiticeiro carismático foi encarregado de usar
poderes de ilusão e persuasão para atrair os oprimidos e os loucos de Lordaeron
em um estado de confiança e convicção. Então, uma vez que ele teve sua atenção,
ele os ofereceria uma nova visão do que a sociedade poderia ser, e uma nova
imagem para chamar de Rei.

Depois de três anos Kel'Thuzad voltou disfarçado a Lordaeron e usou sua


fortuna e intelecto para juntar uma fraternidade clandestina de homens e mulheres.
A fraternidade, que ele batizou de Seita dos Malditos, prometeu para seus acólitos
igualdade social e vida eterna em Azeroth em troca de seus serviços e obediência a
Ner’zhul. Com o passar dos meses, Kel'Thuzad achou muitos voluntários ansiosos
para seu novo culto entre os trabalhadores cansados e sobrecarregados de
Lordaeron. Para Kel’Thuzad era surpreendentemente fácil alcançar sua meta, isto é,
transformar a fé dos cidadãos na Luz Sagrada em convicção na sombra escura do
Lich Rei. Conforme a Seita dos Malditos cresceu em tamanho e influencia,
Kel'Thuzad teve que ter certeza que estava escondendo seu funcionamento das
autoridades de Lordaeron.

Brasão da Seita dos Malditos

Com o sucesso de Kel'Thuzad em Lordaeron, Ner’zhul fez suas preparações


finais para o ataque contra civilização humana. Colocando sua praga em vários
barris denominados Caldeirões de Pestilência, Ner’zhul ordenou que Kel'Thuzad
transportasse os caldeirões a Lordaeron onde eles seriam escondidos dentro de
várias aldeias controladas pela seita. Os caldeirões, protegidos pelo cultistas leais,
agiriam então como os geradores da praga, envidando-a para as fazendas e
cidades ao norte de Lordaeron.

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O plano do Lich Rei funcionou perfeitamente. Muitas das aldeias do norte de
Lordaeron foram contaminadas quase que imediatamente. Da mesma maneira que
em Nortúndria, os cidadãos que contraíram a praga morreram e ressurgiram como
escravos obedientes de Ner’zhul. Os cultistas de Kel'Thuzad estavam ansiosos para
morrerem e voltarem a servir seu senhor sombrio. Eles ansiavam pela perspectiva
de imortalidade na pós-vida. Com a praga se espalhando, cada vez mais zumbis
surgiam nas terras do norte. Kel'Thuzad olhando para o crescente exército de
zumbis do Lich Rei o chamou de Flagelo, pois ele logo marcharia para os portões de
Lordaeron e expurgaria a humanidade da face da terra.

A Aliança se Despedaça

Inadvertidos do culto à morte que se formou em suas terras, os líderes das


nações da Aliança começaram a brigar e discutir sobre propriedades territoriais e
influência política. O Rei Terenas de Lordaeron começou a suspeitar que o frágil
pacto que eles tinham forjado durante sua hora mais obscura não duraria por muito
tempo. Terenas tinha convencido os líderes da Aliança a emprestarem dinheiro e
trabalhadores para ajudar na reconstrução do reino sulista de Ventobravo que tinha
sido destruído durante a invasão dos orcs a Azeroth. Os altos impostos que
resultaram, junto com a alta despesa para manter e operar os numerosos campos
de concentração dos orcs conduziu muitos dos líderes, em particular Genn
Greymane de Gilneas, a acreditarem que seus reinos seriam melhores se
separassem da Aliança.

E para piorar, os elfos superiores de Luaprata rescindiram sua participação


na Aliança bruscamente, enquanto declaravam que a falha liderança dos humanos
tinha sido responsável pela queima de suas florestas durante a Segunda Guerra.
Terenas lutou com sua impaciência e calmamente lembrou os elfos que nada de
Quel'Thalas teria permanecido se não fosse por centenas de humanos valorosos
que deram suas vidas para protegê-la. No entanto, os elfos decidiram seguir seu
próprio caminho. Após a partida dos elfos superiores, Gilneas e Stromgarde saíram
da aliança também. O arrogante regente de Gilneas chegou ao ponto de construir
uma enorme muralha que separaria o seu reino do restante do mundo, pois
acreditava que Gilneas era alto-suficiente e não precisava de ajuda.

Gilneas

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Embora a Aliança estivesse se partindo, o Rei Terenas ainda teve aliados com os
quais ele poderia contar. Tanto o Almirante Mouro Orgulhoso de Kul Tiras e o jovem
rei, Varian Wrynn de Azeroth, continuavam na Aliança. Além disso, os feiticeiros
Kirin Tor, conduzidos pelo arquimago Antonidas, estavam firmes em Dalaran e
prontos para seguir as ordens de Terenas. E para terminar o poderoso rei anão,
Magni Barbabronze jurou que o anões de Forja Ferro honrariam para sempre a
divida com a Aliança por liberar Khaz Modan do controle da Horda.

92
Capítulo 7–O Retorno da Legião Ardente

A Ruína de Lordaeron
(Warcraft III – Reinado do Caos)

Os recentes levantes dos orcs no sul de Lordaeron forçaram a Aliança a


tomar medidas decisivas. Para conter a ameaça de uma vez por todas o rei Terenas
mandou dois dos maiores paladinos do reino para lidarem com a situação: seu filho,
Arthas Menethil, e o lendário Uther, o Arauto da Luz. Enquanto rumavam para a
vila de Strahnbrad que estava sob ataque o jovem príncipe ajudou um grupo de
anões caçadores a abater um grande dragão negro chamado Searinox. Chegando à
vila os paladinos enfrentaram os orcs do clã Rocha Negra e descobriram que eles
acreditavam que seus mestres demoníacos estavam retornando e estavam
sacrificando os aldeões para eles. Arthas e Uther facilmente derrotaram os orcs,
sem dar qualquer atenção à ameaça demoníaca que estava por vir, convictos de
que os seus inimigos estavam apenas seguindo suas antigas tradições.

Príncipe Arthas Menethil

Enquanto os paladinos se lidavam com os orcs, os magos de Dalaran


estavam preocupados com a praga que estava se espalhando nas terras do norte.
Foi quando um Profeta misterioso falou com o rei Terenas, tentando alerta-lo de
que a única salvação para os humanos seria viajar para o Oeste, para o esquecido
continente de Kalimdor, mas o rei não deu atenção ao aviso. Buscando alguém que
desse ouvidos ao seu aviso, o Profeta tentou falar com um dos líderes do Kirin Tor,
o Arquimago Antonidas, mas ele também ignorou o que o Profeta tinha a dizer,
preferindo focar seus esforços em conter a praga. Convencido de que a praga era
de origem mágica, Antonidas enviou sua aprendiz, Jaina Proudmore, para
investigar mais a fundo. A jovem maga era filha do Almirante da nação insular de
Kul Tiras, Daelin Proudmore, e havia sido noiva do príncipe Arthas antes de que os
deveres de ambos fizessem com que eles tomassem caminhos separados.

93
Jaina Proudmore

Jaina encontrou-se com seu antigo amor e juntos eles descobriram que o
Culto dos Amaldiçoados era responsável pela praga e que ela estava sendo
espalhada a partir da cidade de Andorhal através dos carregamentos de grãos. Com
o intuito de parar a praga, os dois heróis foram até a sua origem, mas chegaram
tarde demais, pois os grãos contaminados já haviam sido enviados para as cidades
do reino todo. Mas apesar do seu fracasso em impedir a praga, os dois conseguiram
matar o líder do Culto, o antigo membro do Conselho dos Seis Kel’Thuzad. Antes de
morrer o necromante disse-lhes que o Flagelo estava sendo controlado pelo Senhor
do Medo Mal’Gannis.

Quando Arthas chegou ao vilarejo de Hearthglen, a praga já havia se


espalhado pela região, criando uma verdadeira legião de mortos-vivos. As forças do
jovem paladino estavam conseguindo resistir, mas mesmo assim, os números de
zumbis continuavam a crescer com cada soldado que fosse mortos defendendo sua
terra. Felizmente para o príncipe, seu mentor Uther e os Cavaleiros do Mão de
Prata chegaram a tempo de salvar as forças do jovem paladino. Depois disso Arthas
e Jaina prosseguiram para a cidade de Stratholme, e durante a viagem foram
abordados pelo Profeta que tentou mais uma vez encontrar alguém que desse
ouvidos ao seu aviso. O príncipe ignorou-o por completo, mas a jovem maga se
mostrou inclinada em acreditar no que o misterioso homem tinha a dizer.

Profeta

94
Ao chegar na cidade Arthas constatou que os vetores da praga já haviam
sido espalhados e que a população já estava condenada. Frustrado com o poder
aparentemente imparável de seu inimigo, Arthas tomou atitudes extremas para
impedi-los. Os seus companheiros Uther e Jaina o avisaram que ele estava
perdendo a sua humanidade, mas o jovem príncipe não lhes deu ouvido, e então
eles o abandonaram quando ele decidiu incendiar a cidade inteira antes que os seus
habitantes contaminados se tornassem zumbis.

Arthas purga Stratholme

O medo de Arthas acabaria sendo o responsável pela sua queda. Ele


rastreou quem ele acreditava ser o culpado pela praga até Nortúndria, com o
intuito de terminar com a ameaça do Flagelo para sempre. Ao chegar no continente
gelado o príncipe encontrou seu antigo mentor dos tempos antes de se tornar um
paladino, Muradin Barbabronze. O anão estava liderando uma expedição à procura
de uma lâmina rúnica de imenso poder, Gélido Lamento. O acampamento dos
anões estava sob ataque do Flagelo e eles precisavam da ajuda dos humanos. Após
Arthas e Muradin derrotarem os mortos-vivos um emissário do rei Terenas chegou
ao continente para informar que as forças de Lordaeron estavam sendo convocadas
de volta a pedido de Uther. Arthas então contratou ogros e trolls do gelo
mercenários para percorrer a estrada infestada de mortos-vivos e destruir os
barcos de suas próprias tropas para que elas não pudessem retornar para casa.
Posteriormente o jovem paladino culpou os mercenários pela destruição dos navios
e ordenou que eles fossem mortos.

95
Gélido Lamento

Quando Arthas e Muradin finalmente encontraram a Gélido Lamento eles


descobriram que a espada era amaldiçoada. Mas isso não impediu o príncipe de
querer pega-la acreditando que salvaria o seu povo, então o gelo no qual a lâmina
estava preso se estilhaçou ferindo gravemente o Muradin, que perdeu a sua
memória e foi dado como morto por muitos anos. Utilizando-se da lâmina rúnica o
paladino conseguiu finalmente derrotar o seu adversário, Mal’Gannis. Embora a
espada tenha concedido a Arthas um poder inacreditável, ela roubou a sua alma
transformando-o no maior dos Cavaleiros da Morte do Lich Rei. Com sua alma
rompida e sua sanidade arrasada, Arthas comandou o Flagelo contra seu próprio
reino. No final, o príncipe acabou por assassinar seu pai e subjugou Lordaeron sob
o poderio do Lich Rei.

A primeira atitude do novo rei de Lordaeron foi reviver seu antigo corcel
Invencível para servir como sua montaria enquanto ele liderava os exércitos dos
mortos-vivos contra aqueles que se opunham ao seu reinado. A principal resistência
que o Cavaleiro da Morte enfrentou foram os Cavaleiros da Mão de Prata, e no fim
Arthas acabou por matar o seu antigo mentor Uther.

Arthas reanima seu corcel Invencível

96
A Corrupção da Nascente do Sol
(Warcraft III – Reinado do Caos)

Embora tivesse derrotado todas as pessoas que agora via como inimigos,
Arthas ainda era assombrado pelo fantasma de Kel'Thuzad. O fantasma disse ao
Cavaleiro da Morte que ele precisava ser ressuscitado para a próxima fase do plano
do Lich Rei. Para ressuscitá-lo, Arthas precisava levar o corpo de Kel'Thuzad à
mística Nascente do Sol, escondida dentro do reino eterno dos elfos superiores,
Quel'Thalas.

Arthas liderou o Flagelo em uma invasão a Quel'Thalas e seus exércitos


fizeram cerco às fragilizadas defesas dos elfos. Sylvana Correventos, a Patrulheira
General de Luaprata, apresentou uma grande resistência às forças dos mortos-
vivos, mas eventualmente eles conseguiram cruzar pelos portões dos reinos e
atingir a cidade de Luaprata.

Sylvana Correventos

Mesmo com a resistência dos patrulheiros, eventualmente o Cavaleiro da


Morte erradicou o exército dos elfos superiores e abriu caminho até a Nascente do
Sol. Em uma demonstração cruel de seu domínio, ele ressuscitou o corpo de
Sylvana e a transformou em uma banshee, amaldiçoada e a servir na eternidade o
conquistador de Quel'Thalas.

97
Sylvana é transformada em uma banshee

No final, Arthas submergiu os restos mortais de Kel'Thuzad dentro das águas


sagradas da Nascente. Embora as potentes águas da Eternidade tenham sido
corrompidas por este ato, Kel'Thuzad reencarnou como um Lich. Ressuscitado como
um ser ainda mais poderoso, Kel'Thuzad explicou ao cavaleiro a próxima fase do
plano do Lich Rei. Quando Arthas e seu exército de mortos-vivos marcharam para o
sul, não havia quase nenhum elfo vivo em Quel'Thalas. A gloriosa pátria dos elfos
superiores que tinha existido por quase sete mil anos já não era mais nada.

Kel’Thuzad renascido como lich

A Destruição de Dalaran
(Warcraft III – Reinado do Caos)

Uma vez que Kel'Thuzad estava novamente inteiro, ele precisava se


comunicar com o lorde demoníaco Arquimonde para saber o que fazer a seguir.
Para isso ele precisaria se utilizar de um portão demoníaco mantido pelos bruxos
orcs do clã Rocha Negra nas Montanhas Alterac. Arthas então conduziu o Flagelo
contra os orcs adoradores dos demônios e matou seus campeões, ganhando assim
acesso ao portão. Quando Kel’Thuzad entrou em contato com Arquimonde o eredar

98
lhe disse que ele precisaria do último Grimório de Medivh para invoca-lo. Daquele
ponto em diante, o próprio Corruptor comandaria a invasão final da Legião Ardente.

Jubei’Thos, Campeão dos Rocha Negra

O Grimório se encontrava na cidade de Dalaran e nem mesmo os habilidosos


feiticeiros do Kirin Tor poderiam impedir as forças de Arthas de rouba-lo. Os magos
estavam preparados para a chegada de Arthas e haviam conjurados auras para
destruir quaisquer mortos-vivos que entrassem nos limites da cidade, mas isso não
foi o suficiente para parar o Cavaleiro da Morte. Após matar os três arquimagos que
mantinham a aura Arthas derrotou Antonidas e então pegou o seu prêmio. Em
posse do Grimório de Medivh Kel'Thuzad tinha tudo que ele precisava para executar
seu feitiço.

Após dez mil anos, o poderoso Corruptor e seus demônios emergiram uma
vez mais no mundo de Azeroth. Mas Dalaran não era seu destino final. Sob as
ordens de Kil’Jaeden, que comandava a Legião desde a morte de Sargeras,
Arquimonde e seus asseclas seguiram para Kalimdor, com a intenção de destruir
Nordrassil, a Árvore do Mundo.

A Jornada para Kalimdor


(Warcraft III – Reinado do Caos)

Ao mesmo tempo em que buscava convencer algum líder humano de que


eles precisavam rumar para o oeste, o Profeta também falou com o Chefe Guerreiro
da Horda e o alertou de que ele deveria fugir para Kalimdor, pois apenas lá sua
raça teria uma chance de sobreviver à invasão demoníaca iminente. Thrall ouviu ao
conselho do Profeta e reuniu toda a Horda para partirem, mas antes ele precisou
libertar seu amigo Grom que havia sido capturado pelos humanos. Após uma rápida
batalha o Chefe Guerreiro libertou o líder do clã Brado Guerreiro e juntos eles
roubaram alguns dos navios da Aliança e partiram em sua jornada rumo ao
desconhecido.

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Conforme a Horda rumava para Kalimdor na sua frota de navios roubados,
eles foram assaltados pela intensa tempestade da Voragem, que separou a maior
parte da frota. Para prevenir que seus navios naufragassem Thrall ordenou que eles
atracassem em uma ilha próxima. Essa ilha era o lar dos trolls da tribo Lançanegra,
que até recentemente viviam uma existência relativamente pacifica. Após os orcs
fazerem contato com o líder da tribo, o sábio mandingueiro Sen’Jin, eles
descobriram que recentemente um grupo de humanos da marinha de Kul’Tiras
também havia se estabelecido na ilha. Quando os orcs estavam prestes a derrotar
os humanos, estranhas criaturas marinhas chamadas murlocs surgiram e
capturaram o que eles chamavam de “caminhantes da superfície” e os levaram
prisioneiros para uma catacumba aos pés do vulcão que ficava na parte norte da
ilha. As criaturas pretendiam sacrificar seus prisioneiros em nome de uma banshee
naga Bruxa do Mar chamada Zar’jira. Sob a liderança de Thrall os orcs conseguiram
fugir do cativeiro levando muitos dos trolls consigo, mas infelizmente eles não
puderam salvar o velho Sen’Jin.

Sen’Jin

Antes de morrer o mandingueiro revelou que os Loa lhe concederam a visão


de que Thrall conduziria seu povo para fora da ilha, então muitos dos guerreiros
Lançanegra se uniram à Horda em sua partida apressada. Pois naquele momento a
ilha entrava em colapso devido a um feitiço lançado pela Bruxa do Mar em vingança
contra aqueles que destruíram seu templo. O restante dos trolls se preparavam
para evacuar a ilha quando o filho de Sen’Jin, Vol’Jin, retornou para assumir a
liderança da tribo. Vol’Jin havia sido mandado por seu pai em uma jornada
espiritual na qual ele foi julgado e abençoado pelos Loa, transformando-se em um
Caçador Sombrio.

100
Vol’Jin

Semanas depois Thrall e suas forças finalmente chegaram às costas


de Kalimdor, onde poderiam se reencontrar com o restante da Horda. Enquanto
procuravam por Grom e seu clã, os orcs acabaram se envolvendo em um antigo
conflito entre dois povos nômades da região: os pacíficos taurens e os bárbaros
centauros. Thrall decidiu ajudar o velho líder dos taurens, Caerne Casco Sangrento,
a chegar em segurança ao destino para onde ele conduzia sua tribo, as tranquilas
planícies de Mulgore. Depois de escoltar a caravana de seus novos aliados até seu
destino, os orcs aprenderam sobre um oraculo que poderia lhes dizer algo a
respeito de seu futuro.

Caerne Casco Sangrento

101
Pouco tempo depois Thrall e seu grupo finalmente encontraram o clã Brado
Guerreiro, apenas para descobrir que eles estavam sendo atacados pelos humanos.
Os humanos haviam chego a Kalimdor antes da Horda, sob o comando de Jaina, e
não estavam interessados em confronto com os orcs até serem atacados por Grom
e suas forças. Depois da batalha Thrall ordenou ao seu velho amigo que deixasse os
humanos em paz, mas o retorno dos demônios despertou novamente a sede de
sangue que havia se enfraquecido após a derrota da Horda ao término da Segunda
Guerra, fazendo com que Grom desobedecesse à ordem.

Após o conflito com os humanos Thrall e Grom se separaram mais uma vez.
Enquanto o Chefe Guerreiro foi atrás do Oráculo com a ajuda de Caerne e seus
taurens, o clã Brado Guerreiro ficou responsável por coletar a madeira necessária
para que a Horda estabelecesse suas bases. Grito Infernal estabeleceu um posto ao
norte, no Vale Gris, onde ele contratou alguns retalhadores goblínicos para
completar a operação. Conforme o clã de Grom coletava a madeira de que
precisariam, eles acabaram entrando em conflito com as forças das Sentinelas que
guardavam a região desde os tempos antigos. Eventualmente o próprio semi-deus
Cenarius apareceu para proteger a floresta, sentindo a corrupção demoníaca que
corria nas veias dos orcs. Buscando recuperar o controle sobre seus antigos servos,
o Lorde Abissal Mannoroth derramou seu sangue corrupto em uma fonte d’agua. Os
xamãs dos orcs sentiram a presença da fonte e comunicaram Grom a respeito, que
rapidamente decidiu busca-la para obter o poder necessário para derrotar Cenarius.
Quando os orcs beberam pela segunda vez o sangue de Mannoroth eles se
transformaram completamente em demônios, sua pele se tornou vermelha e
espinhos cresceram em seus corpos e eles cederam completamente à sede de
sangue, se entregando de corpo e alma à Legião. Armados de seu novo poder, os
orcs foram capazes de derrotar as forças dos elfos noturnos e até mesmo matar o
semi-deus que se opunha a eles.

Grom e seu clã devastam o Vale Gris

102
Enquanto Grom combatia as Sentinelas no Vale Gris, Thrall e Caerne
enfrentavam os humanos que também estavam atrás do tal oraculo. As forças da
Horda acabaram conseguindo abrir caminho por entre os humanos que haviam
chego na frente e então se aventuraram pelas cavernas das Montanhas Garras de
Pedra, onde encontrariam quem procuravam. Após enfrentarem um série de
perigos, Thrall e Caerne finalmente chegaram ao oraculo, apenas para encontrar lá
a Jaina e seus seguidores. A Horda e a Aliança imediatamente começaram a se
enfrentar, mas tão logo o combate começou o oraculo apareceu para termina-lo. O
oraculo era na verdade o Profeta misterioso que havia conduzido tanto Thrall
quanto Jaina para Kalimdor, e ele lhes disse que Lordaeron já havia sucumbido
perante o poder da Legião e que eles teriam que trabalhar juntos se quisessem ter
alguma chance de sobrevivência.

Depois que a Horda e Aliança concordaram em trabalhar juntos, o Profeta


revelou ao Thrall o que havia acontecido com Grom, e que ele seria necessário para
acabar com o poder dos demônios sobre os orcs. Para resolver este problema Jaina
criou uma pedra da alma capaz de aprisionar o Grito Infernal e então a entregou ao
Chefe Guerreiro para que ele trouxesse seu amigo de volta. Com a ajuda de
Caerne, Thrall derrotou seu amigo e o aprisionou na pedra para leva-lo até o
acampamento ao acampamento onde eles poderiam reverter o estado dele por ter
bebido do sangue de Mannoroth pela segunda vez. Depois de voltar ao normal
Grom pediu desculpas ao Thrall, pois ele havia bebido voluntariamente o sangue
como havia feito no passado, trazendo a maldição para si e seu povo. Apesar de
furioso com a revelação, o Chefe Guerreiro não quis saber das desculpas do Grito
Infernal, afirmando que eles precisavam terminar com a corrupção de uma vez por
todas. Thrall e Grom seguiram então sozinhos até o desfiladeiro onde Mannoroth
estava, e em uma rápida batalha o Grito Infernal conseguiu destruir o Lorde
Abissal, livrando assim os orcs da corrupção causada por seu sangue. Mas a vitória
não veio sem um preço, pois o líder do clã Brado Guerreiro acabou perecendo com
a explosão resultante da morte de um demônio tão poderoso.

Grommash desfere seu último golpe

O fim da Longa Vigília


(Warcraft III – Reinado do Caos)

Enquanto o Profeta trabalhava para convencer a Horda e a Aliança da


necessidade de cooperação, os elfos noturnos combateram a Legião com seus

103
próprios métodos elusivos. Tyrande e as Sentinelas lutavam desesperadamente
para impedir que os demônios e mortos-vivos infestassem as florestas do Vale Gris.
Rapidamente a sacerdotisa percebeu que ela precisava de ajuda, então decidiu
despertar os druidas de seu sono milenar. Para isso ela precisou obter o lendário
Chifre de Cenarius que estava guardado na Clareira da Lua sob a proteção dos
Guardiões. Depois de abrir caminho através de um posto dos orcs, a sacerdotisa
obteve o artefato e então o utilizou para despertar seu antigo amor Malfurion. Com
a ajuda do Arquedruida, a própria natureza se voltou contra os invasores forçou a
Legião e os seus aliados do Flagelo a recuarem.

Malfurion desperta

Depois de desperto, Malfurion procurou despertar o restante dos druidas que


ainda estavam hibernando no Sonho Esmeralda. Durante o processo Tyrande achou
a antiga prisão subterrânea na qual o Arquedruida tinha aprisionado seu irmão
Illidan. Convencida que o Traidor os ajudaria contra a Legião, a sacerdotisa o
libertou. O recém liberto Illidan almejava se redimir por seus erros, então quando
Arthas lhe contou a respeito da caveira do poderoso bruxo orc Gul’Dan que estava
em posse da Legião, o Caçador de Demônios decidiu rouba-la para si. Ao consumir
as energias do artefato, o elfo noturno se transformou, tornando-se um demônio de
imenso poder. Com suas novas habilidades Illidan facilmente derrotou um dos
lideres da Legião Ardente, o Senhor do Medo Taecondrius. Mas a sua vitória não foi
obtida sem um preço, ao ver no que seu irmão havia se tornado Malfurion achou
que ele mais uma vez havia trocado a sua alma por mais poder e o baniu das terras
dos elfos.

104
Illidan se transforma em um demônio

A Batalha do Monte Hyjal


(Warcraft III – Reinado do Caos)

Os elfos noturnos se superaram lutando com muita determinação contra a


sinistra Legião Ardente. A Legião nunca tinha deixado de desejar a Nascente da
Eternidade, que agora sustentava Nordrassil e o coração do reino dos Kaldoreis. Se
o ataque planejado contra a Árvore do Mundo tivesse êxito, os demônios
literalmente acabariam com Azeroth.

Ainda insistindo na unificação das raças mortais, o Profeta reuniu os seus


líderes e lhes revelou a sua verdadeira identidade: Medivh. O Último Guardião havia
retornado do além para impedir a Legião e se redimir por seus erros no passado.
Apesar de Tyrande se mostrar relutante em trabalhar com os forasteiros,
especialmente os orcs que haviam matado Cenarius, Malfurion acabou concordando
que eles precisariam se unir se quisessem impedir os demônios.

Unificadas por um propósito, as raças de Azeroth trabalharam para


fortalecer as energias da Árvore do Mundo até seu máximo. Fortalecido pelo próprio
poder do mundo, Malfurion teve sucesso em soltar a fúria primitiva de Nordrassil,
destruindo Arquimonde e cortando assim o cordão que ligava a Legião à Nascente
da Eternidade. A batalha final estremeceu o continente de Kalimdor e suas raízes.
Incapaz de drenar o poder da Nascente, a Legião Ardente foi aniquilada debaixo do
poder combinado dos exércitos mortais.

105
Arquimonde é destruído

106
Capítulo 8 – As Trevas se Confrontam

A Ascenção do Traidor
(Warcraft III – O Trono Congelado)

Enlouquecido por seu poder e livre para vagar no mundo mais uma vez,
Illidan resolveu achar seu próprio lugar no grande esquema das coisas. Até que,
após a derrota da Legião, Kil’Jaeden veio a ele e lhe fez uma proposta que ele não
pode recusar. O Impostor estava enfurecido com a morte de seu irmão no Monte
Hyjal, mas ele tinha preocupações maiores do que sua vingança. Sua criação, o
Lich Rei, havia se tornado muito poderoso e escapado de seu controle, então
Kil’Jaeden ordenou que Illidan destruísse Ner’Zhul e o seu Flagelo dos Mortos-Vivos.
Em troca o elfo receberia um poder incomensurável e um verdadeiro lugar entre os
senhores restantes da Legião Ardente.

Illidan em posse da Caveira de Gul’Dan

Illidan ganhou mais do que apenas poder ao adquirir a caveira de Gul’Dan,


ele também teve acesso as memorias do bruxo, e através disso descobriu a
localização da Tumba de Sargeras. Ele então bolou um plano para destruir o Trono
Congelado, mas para isso ele precisaria de ajuda. Ele decidiu chamar alguns
antigos aliados, os Altaneiros. Ele atraiu algumas nagas a superfície, e lideradas
pela feiticeira Vashj, elas concordaram em lhe ajudar a chegar nas Ilhas
Quebradas, o arquipélago que havia sido erguido do fundo do oceano por Gul’Dan
onde se encontrava a Tumba de Sargeras.

107
Myrmidom Bruxa do mar

No encalço de Illidan e das nagas corria sua carcereira, Maiev Cantonegro.


Ela mantivera Illidan preso durante dez mil anos, e se regozijava com a perspectiva
de recapturá-lo. Illidan, contudo, superou todos os obstáculos impostos por Maiev e
suas Vigilantes e obteve o Olho de Sargeras. Mas para o Traidor alcançar seu
objetivo não bastaria o artefato, ele precisaria ir até a antiga cidade dos magos,
Dalaran, então ele partiu para os Reinos do Leste. Quando souberam da noticia, o
irmão de Illidan, Malfurion, e a sacerdotisa Tyrande uniram-se a Maiev em sua
perseguição pelo Caçador de Demônios.

Quando chegaram às antigas terras de Lordaeron, Malfurion e as suas duas


companheiras se separaram. O Arquedruida ficou para trás para tentar entender o
que estava acontecendo naquela terra que havia sido devastada pela praga dos
mortos-vivos enquanto Maiev e Tyrande avançavam no rastro de sua presa. As
duas elfas acabaram se deparando com o último membro da dinastia Andassol, o
príncipe Kael’Thas, líder dos elfos superiores sobreviventes que agora se chamavam
Sin’dorei (“elfos sangrentos” em thalassiano) em homenagem aos seus mortos. As
elfas noturnas prometeram ajudar o príncipe a escoltar uma caravana de seu povo
através de hordas do flagelo até a segurança do outro lado do rio Arevass. Quando
estavam quase atingindo seu objetivo eles sofreram um ataque massivo. Tyrande
tentou atrasar os mortos-vivos tempo o bastante para o restante do grupo fazer a
travessia em segurança, mas a ponte que eles estavam usando acabou cedendo
levando a sacerdotisa correnteza abaixo.

Príncipe Kael’Thas Andassol

108
Uma vez em Dalaran Illidan utilizou as poderosas linhas de meridiano da
cidade para fortalecer o seu feitiço de proporções devastadoras contra a Cidadela
da Coroa de Gelo na distante Nortúndria. O ataque conseguiu romper não só as
defesas do Lich Rei, mas a própria abóbada celeste. Porém, o feitiço foi
interrompido no último instante, quando a carcereira destruiu o Olho de Sargeras.
Malfurion, que havia sido levado por Maiev a acreditar que sua amada havia sido
morta na perseguição de seu irmão, estava pronto para condena-lo a morte desta
vez, mas o príncipe dos elfos sangrentos o deteve e revelou a verdade sobre o
destino de Tyrande. Ao saber do que havia acontecido com a sacerdotisa, Illidan se
ofereceu para ajudar a resgata-la, e mesmo contra os protestos de Maiev, seu
irmão aceitou a proposta.

Enquanto Malfurion e suas forças seguravam as hordas de mortos-vivos,


Illidan e as nagas vasculharam o rio Arevass atrás do paradeiro de Tyrande. Poucas
horas depois o traidor conseguiu resgatar a sacerdotisa e leva-la novamente para
os braços de seu amado. Depois disso os irmãos Tempesfúria resolveram as suas
diferenças, mas o Arquedruida disse que jamais poderia perdoar o Traidor pelas
atrocidades que ele havia cometido e aceita-lo novamente na sociedade dos elfos
noturnos. Ciente de que seu fracasso em destruir o Trono Congelado incorreria no
desagrado de Kil’Jaeden, Illidan fugiu para a dimensão agreste conhecida como
Terralém, as sombras de Draenor, o antigo lar dos orcs. Ele planejava evitar,
assim, a ira do lorde demônio, ganhando tempo para planejar seu próximo passo.
Depois disso Malfurion e Tyrande regressaram ao lar, a floresta do Vale Gris, para
zelar por seu povo. Maiev, contudo, não desistiu tão facilmente e seguiu Illidan até
Terralém, decidida a fazer sua própria justiça.

O Tormento dos Elfos Sangrentos


(Warcraft III – O Trono Congelado)

A esta altura, o Flagelo já havia transformado Lordaeron e Quel’Thalas nas


Terras Pestilentas. Restavam apenas alguns poucos grupos de resistência da
Aliança. Um destes grupos era o do príncipe Kael’Thas. Kael, ele próprio um mago
poderoso, estava cansado das constantes derrotas da Aliança. Os elfos
empunhavam suas espadas contra o Flagelo, mas sofriam com a perda da Nascente
do Sol, que lhes supria sua energia. As forças da Aliança eram comandadas pelo
Grande Marechal Garithos, um humano preconceituoso que deixou os elfos a sua
própria sorte. Desesperado para encontrar uma cura para a dependência mágica de
seu povo, Kael fez o impensável: ele se voltou para seus ancestrais Altaneiros e se
juntou às nagas na esperança de encontrar uma nova fonte de poder mágico para
alimentar seu povo. Garithos condenou os elfos sangrentos pela traição e os exilou
da Aliança em definitivo.

Sem ter para onde ir, Kael e os elfos sangrentos seguiram Lady Vashj até
Terralém para ajudar na disputa contra Maiev, que conseguira recapturar Illidan.
Com o poder combinado das forças das nagas e dos elfos sangrentos, foi possível
derrotar os elfos noturnos e libertar o Caçador de Demônios de suas garras. Uma
vez mais no comando de suas tropas, Illidan buscou nada menos do que a
conquista de toda a Terralém.

109
Lady Vashj

Desde a explosão de Draenor anos atrás, o Lorde Abissal Magtheridon


reclamou domínio sobre o que restara da terra, corrompendo os orcs
remanescentes com o seu sangue e perseguindo os poucos draeneis que
sobreviveram e agora viviam como nômades tribais. Esses sobreviventes foram
transformados pelo excesso das energias demoníacas que contaminavam Terralém,
torando-se parias conhecidos como Quebrados. Illidan salvou uma destas tribos dos
quebrados de um ataque dos orcs corrompidos, e em troca o seu líder, Akama,
jurou a lealdade de seu povo ao Traidor.

Akama

110
Com o apoio das nagas, elfos sangrentos e draeneis o Caçador de Demônios
conseguiu selar os portais que haviam sido abertos por Ner’zhul e que agora
serviam como porta de entrada para os reforços demoníacos de Magtheridon. Sem
seus reforços, o Lorde Abissal foi facilmente derrotado pelas forças de Illidan, que
após aprisionar o demônio se auto proclamou Lorde de Terralém. Mas tão logo
Illidan conquistou os resquícios de Draenor o senhor da Legião Ardente veio até ele
disposto a lhe dar uma segunda chance, contanto que ele cumprisse o seu objetivo.
Com base em Terralém, Illidan então reuniu suas forças para um segundo ataque
contra o Lich Rei e sua fortaleza da Coroa de Gelo.

Magtheridon é aprisionado

Guerra Civil nas Terras Pestilentas


(Warcraft III – O Trono Congelado)

Ner'zhul sabia que não lhe restava muito tempo. Aprisionado no Trono
Congelado, ele suspeitou de que Kil’Jaeden enviaria seus agentes para destruí-lo. O
dano causado pelo feitiço de Illidan avariara a sua prisão de gelo e agora ele
perdia, aos poucos, seu enorme poder. Desesperado para se salvar, ele chamou a
seu lado o mais poderoso de seus Cavaleiros da Morte, Arthas Menethil.

Embora debilitado pelo enfraquecimento do Lich Rei, Arthas empunhava sua


lâmina rúnica na guerra civil que se passava em Lordaeron. Metade dos mortos-
vivos estavam sob a liderança dos Senhores do Medo que se aproveitaram da
situação para recuperar o controle de parte do Flagelo para a Legião Ardente. Em
meio ao caos gerado pela guerra, a banshee Sylvana Correventos, agora livre da
vontade de ferro de Ner’zhul, viu a oportunidade de obter a sua vingança. Com a
ajuda de outros mortos-vivos que também haviam sido libertados a elfa tentou
matar Arthas quando ele estava mais vulnerável, mas o lich Kel’Thuzad frustrou o
ataque e forçou os rebeldes a fugirem. Depois disto o Cavaleiro da Morte seguiu
para Nortúndria e deixou o lich no comando de suas forças nas Terras Pestilentas.

111
Patrulheira Sombria Sylvana Correventos

Não se passou muito tempo até que os Senhores do Medo viessem até
Sylvana lhe propor uma parceria, mas ela lhes respondeu que acabara de se
libertar e não tinha interesse em se tornar uma serva novamente. Contrariados, os
Senhores do Medo juraram acabar com a elfa e seu grupo de mortos-vivos livres.
No entanto a Patrulheira Sombria saiu vitoriosa, e após encurralar o primeiro dos
demônios, Varimathras, ele se ofereceu para servir a banshee em sua contenda
contra seus irmãos. Com a ajuda de seu novo servo, Sylvana e seu grupo de
mortos-vivos pode derrotar o próximo Senhor do Medo, Detheroc. Detheroc em vez
de exterminar o que restava da resistência humana, havia usado seus poderes
telepáticos para escravizar as suas mentes, controlando o Grande Marechal
Garithos e utilizando-se de suas forças para criar as suas defesas.

112
Varimathras

Após a destruição de Detheroc, Garithos aliou-se a Sylvana no confronto


contra o ultimo dos Senhores do Medo, com a promessa de que após obter sua
vingança ela devolveria aquelas terras aos humanos. Após derrotar as forças
adversarias a elfa ordenou que Varimathras matasse seu assim chamado irmão,
Balnazzar, e apesar de relutante o demônio cumpriu a ordem. Uma vez que o
inimigo em comum estava morto, Garithos exigiu que os mortos-vivos partissem
daquelas terras imediatamente, mas Sylvana tinha outros planos. A elfa matou o
Grande Marechal e ordenou o extermínio dos humanos restantes, proclamando para
si aquelas terras.

Por fim, Sylvana e os mortos-vivos rebeldes se autodenominaram de


Renegados. Eles reclamaram para si a capital arruinada de Lordaeron onde
construíram seu bastião sob os escombros da cidade e juraram derrotar o Flagelo e
expulsar Kel'Thuzad e seus lacaios das Terras Pestilentas.

Cidade Baixa

113
O Lich Rei Triunfante
(Warcraft III – O Trono Congelado)

Enfraquecido, mas determinado a salvar seu mestre, Arthas chegou a


Nortúndria, onde o esperavam Illidan e seus aliados. O Cavaleiro da Morte contou
com a ajuda do antigo rei dos nerubianos, Anub’Arak, que fora morto anos antes
durante a guerra das aranhas e revivido como um servo do Lich Rei. Juntos, Arthas
e Anub’Arak confrontaram o dragão azul Sapphiron, e mesmo com seus poderes
reduzidos o rei de Lordaeron conseguiu reanimar a grande fera para lhe servir na
pós-vida. Após o primeiro confronto contra as forças dos elfos sangrentos de
Kael’Thas, Arthas conclui que jamais chegariam ao Lich Rei a tempo de protege-lo
de seus adversários, então Anub’Arak sugeriu que eles utilizassem os tuneis do
antigo império dos nerubianos.

Arthas reanima Sapphiron

Uma vez dentro dos tuneis, Arthas e seus aliados nerubianos se


confrontaram com os anões remanescentes da expedição de Muradin que haviam
se refugiado naqueles tuneis. Agora liderados por Baelgun, os anões juraram
proteger as câmaras mais profundas, pois em seu desespero os nerubianos haviam
escavado fundo demais durante a guerra das aranhas e libertado monstruosidades
incompreensíveis. Arthas ignorou os avisos do anão, e após mata-lo prosseguiu seu
caminho. Ainda haviam nerubianos vivos que sobreviveram a guerra contra o
Flagelo, mas o Cavaleiro da Morte e o antigo rei de Azjol-Nerub facilmente os
derrotaram. Nas profundezas do reino subterrâneo, Arthas e Anub’Arak se
depararam com lacaio dos Deuses Antigos que haviam sido aprisionados pelos Titãs
nos confins da terra e seus servos Sem Rosto.

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Sem Rosto

Os vassalos de Ner’zhul saíram vitoriosos dos tuneis de Azjol-Nerub


diretamente na Geleira de Coroa de Gelo, agora sitiada por Illidan e suas forças.
Uma batalha acirrada se sucedeu pelo domínio dos quatro obeliscos mágicos que
possibilitavam o acesso ao pico da Coroa de Gelo onde o Trono Congelado residia.
O conflito culminou em um confronto direto entre os dois líderes.

Arthas e Illidan se enfrentam

Mesmo enfraquecido como estava, Arthas derrotou Illidan e chegou ao Trono


Congelado primeiro. Com sua lâmina rúnica, Gélido Lamento, o Cavaleiro da Morte
estilhaçou a prisão de gelo, libertando o elmo e a armadura encantados de
Ner’zhul. O príncipe coroou-se com o Elmo da Dominação e se tornou um só com o
Lich Rei. Os espíritos de Arthas e de Ner'zhul se fundiram em um único e poderoso
ser, como o orc planejara desde o princípio. Illidan e suas tropas foram forçados a
fugir para Terralém, enquanto Arthas se tornava uma das entidades mais
poderosas que o mundo jamais vira.

115
Arthas e Ner’Zhul se fundem

116

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