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ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

RECURSOS HUMANOS
FOLHA DE PAGAMENTO
1. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO -
REGISTRO DE EMPREGADOS
1.1 Histórico1
O Ministério do Trabalho teve sua origem em 1912, quando foi constituída a “Confederação
Brasileira do Trabalho” (CBT) e promovida à classe operária, jornada de oito horas, semana de seis dias,
construção de casas para operários, indenização para acidentes de trabalho, limitação da jornada de
trabalho para mulheres e menores de quatorze anos, contratos coletivos ao invés de contratos
individuais, seguro obrigatório para os casos de doenças, pensão para velhice, fixação de salário mínimo,
reforma dos impostos públicos e obrigatoriedade da instrução primária. Entre 1918 e 1928, alguns
decretos foram editados a fim de regulamentar a organização do trabalho no Brasil.
Em 1930, por meio do Decreto n° 19.433, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas, foi criado o
“Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio”, cuja estrutura abrangia a secretaria do Estado, os
departamentos Nacionais do Trabalho, do Comércio, do Povoamento e da Estatística. Em 1932, foram
criadas as Inspetorias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, posteriormente
transformados em Delegacias Regionais do Trabalho, em 1940.
Em 1960 o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio passou a ser denominado de “Ministério
do Trabalho e Previdência Social”, mediante emissão da Lei n° 3.782, de 22 de julho. Foi mudada a
denominação, através do Decreto Lei nº 96.036 de 1° de maio de 1974, para “Ministério do Trabalho”.
Em 1990, por intermédio da Lei n° 8.028 de 12 de abril, foi alterada novamente a denominação
do Ministério, que voltou a ser "Ministério do Trabalho e da Previdência Social". Em 1992, mediante Lei
n° 8.422, houve nova mudança na denominação, passando a ser "Ministério do Trabalho e da
Administração Federal". Neste mesmo ano, por intermédio da Lei n° 8.490 de 19 de novembro, foi criado
o Conselho Nacional do Trabalho e o Ministério passou a ser denominado novamente de Ministério do
Trabalho.
Em 1999, através da Medida Provisória n° 1.799 de 1º de janeiro, ocorreu uma nova alteração,
passando a ser denominado de "Ministério do Trabalho e Emprego" (MTE), permanecendo atualmente
com esta denominação.Com o Decreto n° 5.063 de 03 de maio de 2004, deu-se nova Estrutura
Regimental ao Ministério do Trabalho e Emprego, estruturando a Ouvidoria Geral e o Departamento de
Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude.
Em 2008 o Decreto nº 6.341, de 3 de janeiro, alterou a nomenclatura das Delegacias Regionais do
Trabalho para Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, das Subdelegacias do Trabalho para
Gerências Regionais do Trabalho e Emprego e das Agências de Atendimento para Agências Regionais. As
Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego passaram a ser competentes pela execução,
supervisão e monitoramento de todas as ações relacionadas às políticas públicas afetas ao Ministério do
Trabalho e Emprego.

Competências2
O Ministério do Trabalho e Emprego é um órgão da administração federal direta, que tem como
área de competência os seguintes assuntos:

1
As informações contidas neste histórico foram extraídas e adaptadas do site www.mte.gov.br. Acesso em: 09/05/2018.
2
Art. 1º do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A280000137509318567D5F/Decreto%205063_3mai2004%202012%2
0-.pdf>. Acesso em: 09/05/2018.

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FOLHA DE PAGAMENTO
“I - Política e diretrizes para a geração de emprego
e renda e de apoio ao trabalhador;
II - Política e diretrizes para a modernização das relações do trabalho;
III - fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, bem como aplicação das sanções
previstas em normas legais ou coletivas;
IV - política salarial;
V - formação e desenvolvimento profissional;
VI - segurança e saúde no trabalho;
VII - política de imigração; e,
VIII - cooperativismo e associativismo urbanos.”

Delegacia Regional do Trabalho no estado do Paraná (DRTPR)3


A Delegacia Regional do Trabalho no Estado do Paraná (DRTPR) foi criada em 1930, quando o
Governo Federal instituiu nos Estados as Inspetorias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio. Também o Decreto n° 21.690 de 1° de agosto de 1932 e o Decreto n° 23.288 de outubro de
1933 ampliaram e dinamizaram o âmbito de ação, assegurando o cumprimento da legislação que rege o
mundo do trabalho. Em 06 de maio de 1940, através do Decreto-Lei n° 2.168, as Inspetorias foram
transformadas nas atuais Delegacias Regionais do Trabalho.
A direção da DRTPR está sob a responsabilidade de um Delegado designado pelo Poder Público.
Os servidores pertencentes ao Quadro Permanente de Pessoal do MTE, são regidos pelas normatizações
do Regime Jurídico Único (RJU). Os servidores terceirizados se regem pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) e os estagiários por legislação específica.
Compete à DRTPR, conforme Seção III, art. 16 do Decreto n° 4.634 de 21 de março de 2003,
coordenar, orientar e controlar, na área de sua jurisdição, a execução das atividades relacionadas com a
fiscalização do trabalho, a inspeção das condições ambientais de trabalho, a aplicação de sanções
previstas em normas legais ou coletivas, a orientação ao trabalhador, o fornecimento de Carteira de
Trabalho e Previdência Social, a orientação e o apoio ao trabalhador desempregado, a mediação e a
arbitragem em negociação coletiva, a conciliação de conflitos trabalhistas, a assistência na rescisão do
contrato de trabalho, em conformidade com a orientação e normas emanadas do Ministério do Trabalho
e Emprego.
Os serviços prestados pela DRTPR destinam-se a todos os cidadãos nas mais distintas condições:
empregados, desempregados, pessoas jurídicas de direito privado e outras instituições públicas.

2. FOLHA DE PAGAMENTO
2.1. Introdução
A folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para efeito de fiscalização
trabalhista e previdenciária. A empresa é obrigada a preparar a folha de pagamento da
remuneração paga, devida ou creditada a todos os empregados a seu serviço.

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Estas informações foram extraídas do Planejamento Estratégico alicerçado pelo Programa da Qualidade no Serviço
Público, disponível nosite da DRTPR.

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FOLHA DE PAGAMENTO
Para sua elaboração não existe modelo oficial, ou seja,
podem ser adotados critérios que melhor atendam as necessidades de cada empresa. Uma folha
de pagamento, por mais simples que seja, apresenta pelo menos os seguintes elementos:
➢ Discriminação do nome dos empregados (segurados), indicando cargo, função ou serviço
prestado;
➢ Valor bruto dos salários;
➢ Valor da contribuição de Previdência, descontado dos salários;
➢ Valor liquido que os empregados receberão.
Da folha de pagamento origina-se o recibo de pagamento, que indica os dados que constaram da
folha relativamente a cada um dos empregados e a estes é entregue.

2.2. Cálculo de Folha de pagamento


2.2.1– Valor bruto dos salários
É o valor, considerado, para a empresa como despesa total de salários, além dos salários é
também despesa para a empresa a contribuição de Previdência parte empresa e o FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço)

2.2.2– Previdência Social - INSS


De acordo com a legislação atual, todo empregado assalariado, regido pela Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), está obrigado a contribuir com a Previdência Social. Essa contribuição é
descontada do empregado em folha de pagamento, ela varia de acordo com a faixa salarial de
cada empregado e, é calculada mediante aplicação de um percentual sobre o salário de
contribuição*.
Atualmente, o cálculo é feito com base na tabela abaixo:

1. Segurados empregados, inclusive domésticos e trabalhadores avulsos.


Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2019

Salário de Contribuição (R$) Alíquota


Até R$ 1.751,81 8%
De R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 9%
De R$ 2.919,73 até R$ 5.839,45 11%

A Contribuição de Previdência parte referente à empresa, corresponde a 28,8% sobre o valor


bruto da folha de pagamento
. O valor de 28,8% tem o seguinte destino:
Previdência Social..........................................................20,0 %
Seguro Acidente do Trabalho........................................1,0%, 2,0% ou 3,0 %
Terceiros.........................................................................5,8 %

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2.2.3 – FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço)
Corresponde a 8% sobre o valor bruto da folha de pagamento, o qual será recolhido na Caixa
Econômica Federal, em nome dos empregados. Constitui uma despesa paga pela empresa aos
empregados.

2.2.4 – IRRF – (Imposto de Renda Retido na Fonte)


É um imposto variável de acordo com o valor do salário, de acordo com a tabela progressiva
imposto, divulgada pela Receita Federal.
Sobre o valor bruto do salário aplica-se a tabela progressiva a seguir:
TABELA DO IRRF - 2018
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Dedução
Até 1.903,98 isento -
De 1.903,99 a 2.826,65 7,50% 142,80
De 2.826,66 a 3.751,05 15,00% 354,80
De 3.751,06 a 4.664,68 22,50% 636,13
Acima de 4.664,68 a 27,50% 869,36
Dedução por dependente 189,59

2.2.5 – Salário Família


É um auxílio da Previdência Social aos trabalhadores de baixa renda que possuem filhos menores
de 14 anos de idade. A empresa paga este valor para o empregado e é reembolsada pela
Previdência Social quando efetua os recolhimentos correspondentes a folha de pagamento.
Benefício pago aos segurados empregados, exceto os domésticos, e aos trabalhadores avulsos
com salário mensal de até R$ 1.319,18 para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos de idade
ou inválidos de qualquer idade. (Observação: São equiparados aos filhos os enteados e os
tutelados, estes desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a
dependência econômica de ambos ser comprovada).
Para a concessão do salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição.

• Valor do benefício
Vigência Salário Valor unitário da quota
(por filho)
A partir de janeiro de 2019 Até $907,77 $46,54
De $907,78 até $1.364,43 $32,80
Acima de $1.364,43 0

• Quem tem direito ao benefício


✓ o empregado e o trabalhador avulso que estejam em atividade;

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✓ o empregado e o trabalhador avulso aposentados
por invalidez, por idade ou em gozo de auxílio doença;
✓ o trabalhador rural (empregado rural ou trabalhador avulso) que tenha se aposentado por
idade aos 60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher;
✓ os demais aposentados, desde que empregados ou trabalhadores avulsos, quando
completarem 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher).

Os desempregados não têm direito ao benefício.


Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao
salário-família.

2.2.6 - Férias
As Férias são contabilizada mensalmente pelo valor equivalente a 1/12 (um doze avos) do salário
atualizado de cada funcionário. A contabilização é feita baseada no princípio da competência, pois
devemos registrar todas as despesas no momento em que elas acontecem, ou seja, quando
incorridas. Cada mês transcorrido representa 1/12 (um doze avos) de obrigação para a empresa e
conseqüentemente 1/12 (um doze avos) de direito para o funcionário.
Como encargos parte da empresa, vamos considerar:
➢ Abono pecuniário, equivalente a 1/3 sobre o valor de férias;
➢ INSS sobre férias = para efeito didático considerar um percentual único de 20%, lembrando
que deve ser consultada a legislação pertinente antes de se fazer o cálculo;
➢ FGTS sobre férias = Neste caso vamos também usar um percentual de 8% para efeitos
didáticos.

2.2.7 - 13 Salário
O 13º. Salário, assim como as Férias é contabilizada mensalmente pelo valor equivalente a
1/12 (um doze avos) do salário atualizado de cada funcionário. A contabilização também obedece
o princípio da competência, registrando a cada mês transcorrido o valor equivalente a 1/12 (um
doze avos) de obrigação para a empresa e conseqüentemente 1/12 (um doze avos) de direito para
o funcionário relativo ao salário atualizado do funcionário.
Lembramos mais uma vez que os percentuais aqui considerados são meramente didáticos.
Para efeito de cálculo real deve-se consultar a legislação pertinente.
No caso da Provisão de 13º Salário os encargos referem-se apenas a INSS e FGTS, não
existindo a questão do abono pecuniário (1/3) como era o caso da Provisão de Férias
➢ INSS = para efeito didático considerar um percentual único de 20%, lembrando que deve
ser consultada a legislação pertinente antes de se fazer o cálculo;
➢ FGTS = Neste caso vamos também usar um percentual de 8% para efeitos didáticos.

2.2.8. Vale transporte


Regra geral: 6% do salário bruto ou valor do vale transporte, dos dois o menor.

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FOLHA DE PAGAMENTO
O vale-transporte foi instituído pela Lei nº 7.418 de
16.12.85, regulamentada pelo Decreto nº 92.180/85, revogado pelo de nº 95.247, de 17.11.87,
consiste em benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização efetiva em
despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, por meio do sistema de transporte
coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos
urbanos.
Entende-se por deslocamento a soma dos segmentos que compõe a viagem do beneficiário, por
um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho.
Quando instituído a concessão do benefício era facultativa, tornando-se obrigatória em outubro
de 1987, com a publicação da Lei nº 7.619, de 30.09.87.

Beneficiários
São beneficiários do vale-transporte os trabalhadores em geral, tais como:
a) os empregados, assim definidos no art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho;
b) os empregados domésticos, assim definidos na Lei nº 5.859, de 11.12.72;
c) os trabalhadores de empresas de trabalho temporário, de que trata a Lei no 6.019, de 03.01.74;
d) os empregados a domicílio, para os deslocamentos indispensáveis à prestação do trabalho,
percepção de salários e os necessários ao desenvolvimento das relações com o empregador;
e) os empregados do subempreiteiro, em relação a este e ao empreiteiro principal, nos termos
do art. 455 da CLT; e
f) os atletas profissionais de que trata a Lei nº 6.354, de 02.09.76.

Exercício do Direito para Recebimento


Para que o vale-transporte seja fornecido, cabe ao empregado informar ao empregador, por
escrito:
I - seu endereço residencial;
II - os serviços e os meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento residência-trabalho
e vice-versa.

Falta de Atualização da Informação


A informação citada acima será atualizada anualmente ou sempre que ocorrer mudança do
endereço residencial do empregado ou dos serviços e meios de transporte adequados ao seu
deslocamento residência-trabalho e vice-versa, sob pena de suspensão do benefício até o
cumprimento dessa exigência.

Uso inadequado
O beneficiário firmará compromisso de utilizar o vale-transporte exclusivamente para seu efetivo
deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

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Exoneração da Concessão de Vale-Transporte
Está desobrigado da concessão de vale-transporte o empregador que proporcionar, por meios
próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento
residência-trabalho e vice-versa de seus trabalhadores.
Caso o empregador forneça ao beneficiário transporte próprio ou fretado que não cubra
integralmente os deslocamentos deste, o vale-transporte deverá ser aplicado para os segmentos
da viagem não abrangidos pelo referido transporte.

Termo de Compromisso
O beneficiário firmará compromisso de utilizar o vale-transporte exclusivamente para seu efetivo
deslocamento residência-trabalho e vice-versa. A declaração falsa ou o uso indevido do vale-
transporte constituem falta grave, passível de dispensa por justa causa.
É vedada a acumulação do benefício com outras vantagens relativas ao transporte do beneficiário,
salvo no caso previsto no item acima.

Custeio do Vale-Transporte
O vale-transporte será custeado:
l - pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou
vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e
II - pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior.
A concessão do vale-transporte autorizará o empregador a descontar mensalmente, do
beneficiário que exercer o respectivo direito, o valor da parcela de até 6% de seu salário, cujo
desconto será proporcional à quantidade de vale-transporte concedida para o período a que se
refere o salário ou vencimento e por ocasião de seu pagamento, salvo estipulação em contrário,
em convenção ou acordo coletivo de trabalho que favoreça o beneficiário.

Despesa Inferior a 6% do Salário Básico


Caso a despesa com o deslocamento do beneficiário seja inferior a 6% (seis por cento) do salário
básico ou vencimento, o empregado poderá optar pelo recebimento antecipado do vale-
transporte, cujo valor será integralmente descontado por ocasião do pagamento do respectivo
salário ou vencimento.

Base de Cálculo
A base de cálculo para determinação da parcela a cargo do beneficiário será:
l - o salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e
II - o montante recebido no período, para os trabalhadores remunerados por tarefa, serviço feito
ou quando se tratar de remuneração constituída exclusivamente de comissões, percentagens,
gratificações, gorjetas ou equivalentes.

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FOLHA DE PAGAMENTO
Substituição por Dinheiro
É vedado ao empregador substituir o vale-transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer
outra forma de pagamento, salvo, na hipótese de falta ou insuficiência de estoque de vale-
transporte, necessário ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, o
beneficiário será ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento imediata, da parcela
correspondente, quando tiver efetuado, por conta própria, a despesa para seu deslocamento.
Fonte: Fiscosoft

2.3. Contabilização da Folha de pagamento


A contabilização da folha de pagamento é extremamente simples, vamos acompanhar com um
exemplo.

Dada a folha de pagamento abaixo efetue a contabilização.


No ultimo dia do mês:
1. Apropriação da folha de Pagamento:
D – Salários (despesas)
C – Salários a paga .................. R$ 3.500,00

2. Registro das retenções sobre os salários dos empregados:


D – Salários a pagar
C – INSS a recolher.................. R$ 305,00

3. Contribuição da Previdência parte empresa:


D – Encargos sociais
C – INSS a recolher................... R$ 1.008,00

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FOLHA DE PAGAMENTO

4. Apropriação do FGTS:
D – Encargo FGTS
C – FGTS a Recolher........................ R$ 280,00

5. Retenção do IRRF
D – Salários a Pagar
C – IRRF a Recolher ......................... R$ 27,83

6. Pelo Vale Transporte


D – Salários a Pagar
C – Despesa de Vale Transporte .... R$ 150,00

7. Pela Provisão de Férias


D - Despesas com férias
C- Férias a pagar................................ R$ 388,88

D –Despesas com FGTS s/ férias


C - FGTS s/ férias a pagar................... R$ 31,11

D –Despesas com INSS s/ férias


C - INSS s/ férias a pagar ................. R$ 77,78

8. Pela Provisão de 13 Salário


D - Despesas com 13 salário
C- 13 salário a pagar....................... R$ 291,67

D –Despesas com FGTS s/ 13 salário


C - FGTS s/ 13 salário a pagar ........... R$ 23,33

D –Despesas com INSS s/ 13 salário


C - INSS s/ 13 salário a pagar ............. R$ 58,33

2.4 Procedimentos para registro de empregados

Para que o empregado possa ser contratado pela empresa, é necessário que apresente
documentos para efetivar a sua admissão, sendo:
a) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
b) Atestado de Saúde Ocupacional (ASO);
c) Título de eleitor, para os maiores de 18 de anos;
d) Certificado de reservista ou de alistamento militar (sexo masculino, idade entre 18 e 45
anos);

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FOLHA DE PAGAMENTO
e) Certidão de nascimento ou casamento;
f) Carteira de Identidade (RG);
g) Cadastro de Pessoa Física (CPF);
h) Documento de Inscrição no PIS/PASEP (DIPIS), ou anotação correspondente na CTPS;
i) Cópia da certidão de nascimento de filhos menores de 14 anos;
j) Cartão da Criança, de filhos entre 1 e 7 anos de idade;
k) Atestado de frequência escolar para filhos menores de 14 anos;
l) Carteira Nacional de Habilitação (CNH), para cargos de motorista ou condução de veículo
de propriedade da empresa;
m) Carteira de habilitação profissional, expedida pelos Conselhos Regionais, para os
empregados que exercerem profissões regulamentadas;
n) Cópia do comprovante de endereço; e,
o) Uma foto 3/4.

A legislação estabelece prazo de 48 horas para que se proceda ao registro do empregado, como
também a devolução de todos os documentos de identificação pessoal ao mesmo.

3.1 Registro de Admissão do Empregado


• CTPS - A carteira de trabalho e previdência social, foi instituída pelo Decreto n° 21.175 de 21 de
março de 1932. Desde então, sofreu várias modificações, sendo que a carteira de trabalho atual é
emitida por meio informatizado, observada a segurança contra fraudes. Contém, atualmente, capa
azulem material sintético resistente e em papel de segurança, com plástico autoadesivo, inviolável, que
protege as informações relacionadas à identificação profissional e à qualificação civil do trabalhador. As
anotações feitas na carteira de trabalho têm como objetivo proteger os direitos trabalhistas e
previdenciários do trabalhador, como salário regular, férias, décimo terceiro salário, seguro-desemprego,
benefícios previdenciários, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), repouso remunerado e
aposentadoria. Reproduz, portanto, com tempestividade, a vida funcional do empregado.
• Contrato de Experiência - É indicado que este contrato seja firmado por escrito, com prazo máximo
considerado experimental de 90 dias, salvo convenção coletiva de trabalho que estipule outro prazo. A
falta deste contrato obrigará à empresa o ônus da obrigatoriedade de concessão do aviso prévio para
dispensa do empregado e da multa de 50% do FGTS, caso haja a dispensa do empregado. Este contrato
poderá ser prorrogado uma única vez, não excedendo o prazo máximo de 90 dias. Se o empregado não
for dispensado até esta data, o contrato passará automaticamente a ser considerado por prazo
indeterminado. Se houver demissão após este prazo, o empregado terá direto ao aviso prévio e ao
pagamento por parte da empresa de 50% do saldo de FGTS, no entanto, o trabalhador receberá somente
40%, na rescisão contratual.
• Preencher o livro ou ficha de registro de empregados, com os dados necessários.
• Preencher o Termo de Responsabilidade Concessão do Salário Família.
• Preencher a declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda, quando os rendimentos
do empregado estiverem sujeitos à retenção na fonte.
• Preencher o cartão-ponto ou incluir o nome do empregado no livro ponto.
• Preencher a ficha referente ao Programa Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
• Fornecer ao empregado o formulário para solicitação de vale transporte.
• Efetuar o cadastramento no PIS, quando não houver na CTPS, na parte de "Anotações Gerais", o
registro deste cadastro.

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FOLHA DE PAGAMENTO
• Na admissão de empregados durante o ano, deve-se
observar se ele já contribuiu com o sindicato em emprego anterior. Caso não o tenha, deverá ser
descontado um dia de salário no mês subsequente ao da sua admissão, sendo opcional após a reforma
trabalhista de 2017.

Exercício 1
1. Calcular a folha de pagamento do mês de Março/2019
Funcionários Salário
Aparecido 2.700,00
João Cesar 2.700,00
Nataniel 2.700,00
Total Corte 8.100,00
José Alberto 2.000,00
Sebastião 2.000,00
Total Montagem 4.000,00
José Carlos 1.900,00
Carlos Cesar 2.400,00
Total Acabamento 4.300,00
Total MOD 16.400,00
Roberto (manut.) 1.800,00
Silvia Santos (controle) 1.020,80
Total CIF 2.820,80
Marco Antônio (vend.) 1.090,00
Maria Lúcia 1.600,00
José da Silva 8.000,00
Total ADM 10.690,00
Total Geral 29.910,80

2. Calcular e contabilizar a folha de pagamento dos empregados referente ao mês de março, considerando
que a empregada Silvia Santos (funcionária do controle de produção) fez 25 horas extras no mês de março,
cujo pagamento será em 06.04.2019.

3. Calcular e contabilizar a Folha de Pagamento de Pró-Labore, referente mês de março, sendo R$ 5.000,00
do Sócio 1 e R$ 5.500,00 do Sócio 2, cujo pagamento será em 06.04.2019.

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Bases de Cálculo da Folha de Pagamento
RENDIMENTOS INSS FGTS IRRF
Abono pecuniário de férias - CLT - Arts. 143 e 144 não Não sim
Adicionais (insalubridade, periculosidade, noturno, transferência e de sim Sim sim
função)
Ajuda de custo não Não não
Auxílio-doença
- 30 primeiros dias sim Sim sim
- Complementação salarial (desde que o direito seja extensivo à não Não sim
totalidade dos empregados da empresa)
- Benefício pago pela previdência oficial da União, dos Estados, do não Não não
Distrito Federal e dos Municípios
- Benefício pago por entidade de previdência privada não Não não
Aviso prévio trabalhado sim Sim sim
Aviso prévio indenizado (1) Sim não
13º Salário
a) 1ª parcela até 30 de novembro não Sim não
b) 2ª parcela até 20 de dezembro sim sim sim
Comissões sim sim sim
Diárias para viagem
a) até 50% do salário não não não
b) superiores a 50% do salário (sobre o total) sim sim sim
Estagiários (admitidos na forma das Leis nºs 6.494/77 e 8.859/94) não não sim
Férias normais gozadas na vigência contrato de trabalho sim sim sim
Férias em dobro na vigência do contrato de trabalho (CLT, art.137) sim sim sim
Férias indenizadas pagas na rescisão contratual (simples, em dobro e não não sim
proporcionais)
Fretes, carretos ou transporte de passageiros pagos a pessoa jurídica não não não
Fretes, carretos ou transporte de passageiros pagos a pessoa física sim não sim
autônoma
Gorjeta
a) espontânea (estimativa) sim sim sim
b) compulsória sim sim sim
Gratificações ajustadas ou contratuais sim sim sim
Horas extras sim sim sim
Indenização adicional (empregado dispensado sem justa causa no período não não não
de 30 dias que antecede a data de sua correção salarial - Lei nº 7.238/84,
art. 9º
Indenização por tempo de serviço não não não
Indenização do art. 479 da CLT (metade da remuneração devida até o não não não
término do contrato a prazo determinado, rescindido antecipadamente)
Licença-paternidade (CF/88, art. 7º, XIX) sim sim sim
Participação nos lucros não não sim
Prêmios sim sim sim

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
RECURSOS HUMANOS
FOLHA DE PAGAMENTO
Quebra de caixa sim não sim
Retiradas (pro labore) de diretores-empregados sim sim sim
Retiradas (pro labore) de diretores-proprietários (empresários) sim não sim
Retiradas (pro labore) de titulares de firma individual (2) não sim
Salário-família sem exceder o valor legal não não não
Salário in natura (utilidades) - CLT - art. 458 sim sim sim
Salário-maternidade sim sim sim
Saldo de salário sim sim sim
Salários atrasados, pagos acumuladamente:
- correspondentes ao ano-base sim sim sim
- relativos a exercícios anteriores sim sim sim
Serviços autônomos de prestador inscrito na Previdência Social sim não sim
Serviços eventuais sem relação de emprego sim não sim
Vale-transporte (Lei nº 7.418/85 e Decreto nº 95.247/87 não não não
Remuneração indireta (fringe benefits) concedida a diretores, (3) (3) sim
administradores, sócios e gerentes e aos assessores dessas pessoas
Salário-educação (pagamento de indenização de despesas com ensino de não não sim
1º grau) - convênio - FNDE
Importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas não não sim
jurídicas, como remuneração pela prestação de serviços
caracterizadamente de natureza profissional
Pagamentos ou créditos feitos por pessoas jurídicas a outras pessoas não não sim
jurídicas, a título de comissões, corretagens ou qualquer outra
remuneração por representação comercial ou mediação na realização de
negócios civis ou comerciais
Serviços de propaganda e publicidade, pagos ou creditados por pessoas não não sim
jurídicas a agências de propaganda
Importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas não não sim
jurídicas , pela prestação de serviços de limpeza e conservação de bens
imóveis, segurança, vigilância e por locação de mão-de-obra
Importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de não não sim
trabalho, associações e assemelhadas, relativas a serviços pessoais que
lhes forem prestados ou colocados à disposição por associados destas
Importâncias pagas a pessoas jurídicas a título de juros e de indenizações não não sim
por lucros cessantes decorrentes de sentença judicial
Nota nº 1: No que se refere à parcela de aviso prévio indenizado para fins de incidência ou não do encargo
previdenciário, constata-se, atualmente, sua inexistência no atual texto do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, com
suas modificações introduzidas pela Lei nº 9.528/97 e Medida Provisória (MP) nº 1.663-10/98 e reedições.
Nota nº 2: Não há específico na área previdenciária. Consultar o INSS local
Nota nº 3: INSS - Na área previdenciária, o subitem 6.1 da Ordem de Serviço INSS/DAF nº 151/96 prevê constituírem
remuneração do segurado empresário, dentre outros para fins de incidência, os ganhos habituais, sob a forma de
utilidades. FGTS - Quanto ao FGTS, as empresas sujeitas ao regime da CLT que equipararem seus diretores
(administradores) não empregados aos demais trabalhadores, para fins do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
sujeitam-se ao depósito de 8% da remuneração devida, incluindo as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT
(remuneração indireta). Lei nº 8.036/90, arts. 15 e 16.

Fonte: adaptado de http://www.contabeis.com.br/artigos/1112/procedimentos-de-calculo-e-contabilizacao-da-folha-


de-pagamento/

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