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Título: EMPREGO DA BALESTILHA EM AULAS PRÁTICAS DE

TRIGONOMETRIA NO ENSINO MÉDIO

Autores:
JORGE RODRIGO SOUSA DO NASCIMENTO1
JOSUÉ GOMES MORAIS1
KARINA FERNANDES CARVALHO2

1 Alunos do CAIC RAIMUNDO GOMES DE CARVALHO


2 Professora do CAIC RAIMUNDO GOMES DE CARVALHO

CONTEXTUALIZAÇÃO:
A necessidade de trazer dinamismo e aplicabilidade às aulas de matemática no
ensino médio, concernente a Trigonometria, fez com que professora e alunos
buscassem novas metodologias, corroborando com os Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 2000) cuja proposta é tornar o ensino de Matemática mais
estimulante e eficaz. Portanto, buscou-se aliar a História da Matemática a
aspectos práticos da disciplina através de instrumentos históricos de medição,
como a balestilha. Os instrumentos matemáticos possibilitam a interface entre a
teoria e a prática dos conceitos estudados em sala de aula (PEREIRA,
BATISTA, SILVA, 2017). A balestilha é um instrumento náutico, que envolve
matemática, usado nas grandes navegações para determinar a altura de um
astro, mas que serve para medir outros tipos de altura.

OBJETIVO GERAL:
Utilizar a balestilha em aulas que envolvam Trigonometria no ensino médio.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Estudar relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo;
 Utilizar a balestilha em situações de medições;
 Trabalhar os descritores D53 e D75 do SPAECE;
 Oferecer suporte metodológico ao professor;
 Interdisciplinarizar História, Matemática, Geografia e Astronomia.
METODOLOGIA:
Alunos do ensino médio foram questionados quanto ao uso de aulas práticas
em Matemática e quanto à abordagem do conteúdo através da História da
Matemática. Depois foi sugerida uma aula prática utilizando a balestilha após o
conteúdo de trigonometria ser ensinado no ensino médio. A aula consiste de
apresentação histórica e contextualizada da balestilha e depois resolver uma
situação prática, como: medir a distância entre a Lua e Vênus; medir a altura
de um poste e medir a altura de um prédio. A balestilha é feita de madeira com
76 cm de comprimento e três soalhas de 38 cm, 19 cm e 8,5 cm com um furo
no centro, conforme recomendações de Pimentel (1819). Quando a balestilha
está posicionada para medição, desliza-se a soalha pelo virote, gerando um
triângulo retângulo imaginário. Através das medidas dos elementos desse
triângulo calcula-se a tangente para determinar a distância angular.

RELEVÂNCIA DO PROJETO/PESQUISA:
A construção de uma balestilha requer conhecimentos matemáticos: o desenho
desse instrumento envolve medidas e perspectivas de tamanho; para a
graduação do virote usam-se ângulos; do triângulo retângulo imaginário
formado tem-se o cateto oposto, que é a altura da meia soalha e o cateto
adjacente, que é a distância do olho até a soalha posicionada, resultando em
tangente. Toda essa matemática, que é vista hoje, já existia na época das
Grandes Navegações, mostrando que os desafios de antigamente resultaram
no que conhecemos atualmente. Assim, muitos instrumentos de tecnologia
antiga e moderna incorporam Matemática. Percebe-se, portanto, que o
entendimento da Trigonometria perpassa pela História da Matemática,
Geografia e Astronomia e estabelece uma relação fundamental entre
circunstâncias passadas e o presente para que soluções sejam encontradas
nos problemas atuais. Hoje a balestilha pode ser usada para medir a altura de
prédios, postes e astros, logo, sendo empregada, também, na astronomia.

IMPACTO DO PROJETO/PESQUISA:
Embora a pesquisa esteja em andamento, os alunos demonstraram interesse
em História da Matemática e conhecer instrumentos históricos. Os alunos
experimentarão como os europeus se localizavam durante as grandes
navegações, através da posição dos astros; farão medidas da altura do prédio
da escola e de um poste, na calçada da escola; terão contato com textos
antigos, como o livro “A Arte de Navegar” que explica o conceito e como usar a
balestilha e outros instrumentos, e eles terão contato a matemática do século
XVIII. Ao professor é oferecida a metodologia para uma aula prática de
trigonometria no ensino médio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A trigonometria é uma parte da matemática cujo conhecimento perpassa por
aspectos históricos. Durante as Grandes Navegações foi necessária a criação
de instrumentos que pudessem localizar o homem em alto mar. Assim, chegou-
se à balestilha que, para sua utilização, há a necessidade de estudos métricos,
geométricos e trigonométricos. Os alunos se interessam em aulas que
envolvam História da Matemática e conhecer instrumentos antigos de medição.
Dessa forma, o emprego da balestilha facilita a compreensão e tornar-se um
recurso didático ao ensino e aprendizagem de trigonometria, bem como une
história, geografia e astronomia à matemática para um aprendizado mais
eficiente.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio) - parte III. MEC:
2000. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf >.
Acesso em: 30 set. 2019.
PEREIRA, A. C. C.; BATISTA, A. N. S.; SILVA, I. C. A balestilha descrita na
obra chronographia repertorio dos tempos (1603): discussões iniciais sobre o
saber incorporado no instrumento. BOCEHM, Fortaleza, v.4, n.11, p.105-118,
2017.
PIMENTEL, Manuel. Arte de navegar. Lisboa: na Officina de Miguel Manescal
da Costa, Impressor do Santo Officio, 1819.

Palavras-chave: TRIÂNGULO RETÂNGULO; HISTÓRIA DA MATEMÁTICA;


APRENDIZAGEM.
E-mail para contato: KARINAFC@BOL.COM.BR
Vídeo do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=vhTmDaic6iw

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