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Apesar de ser absolutamente necessário o estudo analítico das funções psíquicas isoladas e
suas alterações, nunca é demais ressaltar que a separação da vida e da atividade mental em
distintas “áreas” ou “funções psíquicas” é um procedimento essencialmente artificial.
Exemplos: desorientação por redução do nível de consciência, por déficit de memória de fixação, por
apatia e/ou desinteresse profundos, delirante, oligofrênica, histérica, por desagregação, etc.
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COMPÊNDIO: EXAME PSIQUIÁTRICO
Unidade do eu: a cada momento o eu é sentido como algo uno e indivisível. O indivíduo sente-
se radicalmente dividido, ao mesmo tempo é anjo e demônio, homem e mulher simultaneamente. Seria
a ambivalência de Bleuler.
Identidade do eu: ser o mesmo na sucessão do tempo. Alguns doentes referem-se ao seu
passado na terceira pessoa. ''O eu de então parece-me um anão dentro de mim".
Oposição do eu em relação ao mundo externo: o indivíduo sente que seu eu se expande
para o mundo externo e não mais se diferencia deste.
Vivências de publicação, sonorização e eco do pensamento.
7. Linguagem: sistema arbitrário de signos – fonéticos e gráficos (as palavras) –, que funcionam como
um processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo.
Alterações secundárias à lesão neurológica identificável, exemplos: afasia, disartria.
Alterações associadas a transtornos psiquiátricos, exemplos: logorréia, taquilalia, bradilalia, mutismo,
oligolalia, latência da resposta, ecolalia, mussitação, pararespostas, neologismos, etc.
Tipos alterados de pensamento: mágico, derreísta, concreto, inibido, vago, prolixo, tangencial,
circunstancial, deficitário (oligofrênico), demencial, confusional, desagregado, obsessivo, etc.
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COMPÊNDIO: EXAME PSIQUIÁTRICO
10. Sensopercepção: Sensação: fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou
biológicos variados, que produzem alterações nos órgãos receptores. Percepção: tomada de consciência
do estímulo sensorial.
Alucinação: percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto
estimulante real. Exemplos: auditivas (audioverbal, sonorização do pensamento, etc.), musicais, visuais,
táteis, olfativas, gustativas, etc.
Ilusão: percepção deformada de um objeto real e presente. Exemplos: visuais (mais comuns, o
paciente vê pessoas, monstros, animais, etc., a partir de móveis, roupas, objetos pendurados na
parede), auditivas (p.e. a partir de estímulos sonoros inespecíficos, o indivíduo ouve o nome).
11. Humor: somatório ou síntese dos afetos presentes na consciência em um dado momento.
Exemplos: ansioso, hipotímico, triste, apático, inibido, eutímico, hipertímico, eufórico, disfórico.
12. Afeto: qualidade emocional que acompanha uma idéia ou representação mental. É observada
através da expressão facial, do tom de voz, dos movimentos corporais, etc.
13. Volição: a vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente à esfera
instintiva e afetiva, assim como à esfera intelectiva (avaliar, julgar, analisar, decidir) e ao conjunto de
valores, princípios, hábitos e normas socioculturais do indivíduo.
Atos compulsivos: geralmente, uma ação motora complexa caracterizada pela vivência
freqüente de desconforto subjetivo por parte do indivíduo; por ser indesejável, contrário aos valores
morais e anseios de quem sofre (egodistônico); tentativa de “resistir” à realização do ato compulsivo; e,
por fim, sensação de alívio ao realizar este ato.
15. Pragmatismo: capacidade de colocar em prática, de realizar de forma eficaz, aquilo que se deseja
ou que foi planejado. Durante o exame, em primeiro lugar, identificar os interesses e objetivos do
paciente, e, em segundo, avaliar a adequação do comportamento quanto à realização de tais objetivos.
17. Noção de doença: entendimento que o indivíduo tem sobre o seu próprio estado de saúde.
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