Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE ENGENHARIA
CAMPUS VÁRZEA GRANDE
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
2016/1

Joana Oliveira Leite


Thais Cristina Couto Hurtado
Palloma de Oliveira Duarte
Victor Augusto Zangrossi Muzulon dos Santos

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N° 3


DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO E DE EBULIÇÃO DE UMA
AMOSTRA DESCONHECIDA

CUIABÁ – MT
Julho – 2016
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3

2. OBJETIVO .............................................................................................................................. 5

3. METODOLOGIA ................................................................................................................... 5

3.1 Aparelhos e Instrumentos ................................................................................................... 5


3.2 Determinação do ponto de fusão de uma amostra desconhecida ..................................... 6
3.3 Determinação do ponto de ebulição de uma amostra desconhecida ................................ 6
3.4 Determinação da densidade ............................................................................................... 6
4. DISCUSSÕES DOS RESULTADOS ..................................................................................... 7

5. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 9

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 10


1. INTRODUÇÃO
As substâncias químicas possuem propriedades físicas distintas de modo que
pode-se identificar a amostra a partir da análise minuciosa de tais propriedades, sendo
estas: cor, forma para sólidos, índice de refração para líquidos, densidade, solubilidade
em vários solventes, ponto de fusão e ebulição e características de sublimação. (RUSSEL,
2008).

A distinção entre uma mistura e uma substância pura é feita pela medida da
temperatura nas respectivas mudanças de estado. Uma substância pura, como por
exemplo a água, ferve a temperatura constante. Por outro lado, o ponto de ebulição de
uma solução líquida, como água e cloreto de sódio, aumenta gradualmente. Isto ocorre
porque o ponto de ebulição da solução depende da sua composição, e quanto maior for a
concentração de substância dissolvida, maior será o ponto de ebulição. (RUSSEL, 2008).

Se um líquido for aquecido a uma temperatura suficientemente elevada, a


tendência ao escape de suas moléculas toma-se tão grande que ocorre a ebulição. A
ebulição consiste na formação de bolhas de vapor no corpo do líquido. Estas bolhas são
formadas quando a pressão de vapor do líquido torna-se igual à pressão externa exercida
sobre o líquido pela atmosfera. Devido aos pontos de ebulição dependerem da pressão
externa, aquele geralmente especificado para uma substância é o ponto de ebulição
normal, definido como a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual à
pressão atmosférica. (RUSSEL, 2008).

A pressão é um fator determinante, pois a temperatura aumenta com aumento da


pressão externa. O ponto de ebulição de um líquido a 1 atm de pressão é chamada de
ponto de ebulição normal. A pressão atmosférica é menor em altitudes maiores, de forma
que a água entra em ebulição a temperatura a temperatura mais baixa. (BROWN,2005)

O ponto de ebulição e a pressão de vapor numa temperatura específica são usados


para determinar as forças intermoleculares em um líquido. Assim quanto maior for o calor
de vaporização, maiores serão as forças intermoleculares do mesmo. (RUSSEL, 2008).

Forças intermoleculares são as forças que mantém as moléculas unidas, nos


diferentes compostos, existem vários tipos de forças intermoleculares, entre elas: Força

3
dipolo- induzido, em que há o acumulo de elétrons em uma região da molécula, presente
em moléculas apolares, de forma que elas induzem o desequilíbrio das outras moléculas.
Força dipolo- dipolo ou dipolo permanente estão presentes nas moléculas polares.
Ligações de hidrogênio são as ligações mais fortes, tratam-se de átomos de hidrogênio
ligados a moléculas muito eletronegativa, como por exemplo o nitrogênio ou oxigênio,
cujos polos δ + e δ- ficam mais acentuados. Assim, quando o líquido atinge seu ponto de
ebulição ou quando um sólido atinge seu ponto de fusão é um momento de desordem das
moléculas de tais compostos, em que há um rompimento das forças intermoleculares.
(SOUZA & LÍRIA, 2016).

As propriedades físicas dos sólidos cristalinos, como ponto de fusão e dureza,


dependem tanto dos arranjos das partículas quando das forças atrativas entre elas. Os
sólidos covalentes consistem em átomos unidos por forças intermoleculares como dipolo-
dipolo, forças de dispersão de London e ligações de hidrogênio. Eles normalmente pontos
de fusão relativamente baixos. Os sólidos covalentes consistem em átomos unidos em
grandes cadeias por ligações covalentes. Como as ligações covalentes são muito mais
fortes que as forças intermoleculares, estes têm ponto de fusão muito mais altos. Já os
sólidos iônicos consistem em íons mantidos juntos por ligações iônicas. A força de uma
ligação iônica depende muito das cargas dos íons. Os sólidos iônicos geralmente possuem
pontos de fusão altos. Quando o calor é adicionado a um sólido, suas partículas ganham
energia cinética e, portanto, vibram com intensidade cada vez maior nas suas posições
médias do retículo cristalino. Eventualmente, as vibrações tornam-se tão violentas que as
forças que atuam entre as partículas não são mais tão fortes para mantê-las unidas e o
retículo cristalino começa a desintegrar (o sólido funde). E os sólidos metálicos
consistem inteiramente em átomos metálicos. A ligação nos metais é muito forte por estar
relacionada às forças de dispersão de London. O ponto de fusão de metais varia
consideravelmente devido às diferenças no grau da ligação covalente complementar.
(BROWN,2005; RUSSEL, 2008)

O ponto de fusão ocorre quando um sólido passa para o estado líquido. Durante o
processo de fusão, a energia absorvida faz com que as forças de atração entre as moléculas
(ou átomos, ou íons) no sólido diminuam. Assim como o ponto de ebulição, o ponto de
fusão depende da temperatura, forças atrativas como também da pressão. (RUSSEL,
2008).

4
Desta forma quanto maiores forem as forças intermoleculares maiores serão as
temperaturas para que sejam atingidos os pontos de ebulição ou ponto de fusão. Os pontos
de ebulição e fusão refletem nas fraquezas ou nas forças intermoleculares.
(MASTERTON, SLOWINKI & STANITSKI,1990).

Tanto o ponto de ebulição quanto o ponto de fusão são considerados propriedades


periódicos, ou seja, crescem ou decrescem de acordo com o aumento do número atômico
dos elementos químicos. (FOGAÇA, 2016).

Uma das propriedades que caracteriza uma substância é a sua densidade. A


densidade é definida como a massa da unidade de volume de uma substância, ou,
simplesmente, massa por unidade de volume. A densidade de um objeto é calculada pela
divisão da massa do objeto por seu volume. A densidade expressa a quantidade de matéria
presente em uma dada unidade de volume. Quando dizemos que o chumbo tem maior
densidade do que o alumínio, isto significa que num dado volume de chumbo há mais
matéria que no mesmo volume de alumínio. As densidades de sólidos e líquidos são
comumente expressas em gramas por centímetro cúbico, g/cm3, unidades derivadas SI,
porém encontra-se densidade expressa em g/ml, g/L e kg/cm3. (RUSSEL, 2008).

2. OBJETIVO
Identificar amostras desconhecidas utilizando-se o ponto de fusão e ebulição a
partir das temperaturas medidas e consulta a bibliografia auxiliar.

3. METODOLOGIA
3.1. Aparelhos e Instrumentos
Para realização da prática utilizou-se os seguintes aparelhos:

 Anel de borracha para fixação de tubo capilar


 Bico de Bunsen
 Dois tubos Capilar para temperatura de fusão
 Dois tubos Capilar para temperatura de ebulição
 Béquer
 Pipeta de Pauster
 Suporte universal com garra
 Termômetro (0-300°C)
 Tubos de ensaio
 Tubo de Thiele
 Glicerina
 Amostra A (líquido)
5
 Amostra B (sólido)

3.2 Determinação do ponto de fusão de uma amostra desconhecida

Montou-se a aparelhagem utilizando um suporte universal com garras e um tubo


Thiele contendo glicerina. Posteriormente pegou-se o tubo capilar e transferiu para o
mesmo a pequena quantidade acumulando aproximadamente 1 cm da amostra A (sólido
triturado) no fundo do tubo. Após acomodar o sólido no capilar, este foi empacotado em
um tubo de ensaio com a extremidade selada voltada para baixo. Em seguida, o tubo de
ensaio foi colocado junto ao termômetro com o auxílio do anel de borracha. Mergulhou-
se o termômetro no banho de glicerina contido no tubo de Thiele. Iniciou-se o
aquecimento com uma chama moderada de um bico de Bunsen, dirigindo-o para o braço
do tubo de Thiele de modo que ocorra o processo de convecção. Repetiu-se este
procedimento duas vezes e anotou-se a temperatura de fusão.

3.3 Determinação do ponto de ebulição de uma amostra desconhecida

Utilizou-se a mesma aparelhagem montada no procedimento anterior. Pegou-se


o tubo de ensaio e transferiu-se ao mesmo uma pequena quantidade da amostra B
(líquido). Posteriormente foi introduzido um tubo capilar com a sua extremidade aberta
voltada para baixo junto ao líquido. Após acomodar o tubo capilar, o tubo de ensaio foi
colocado junto ao termômetro com o auxílio do anel de borracha. Mergulhou-se o
termômetro no banho de glicerina contido no tubo de Thiele. Iniciou-se o aquecimento
com uma chama moderada de um bico de Bunsen, dirigindo-o para o braço do tubo de
Thiele de modo que ocorra o processo de convecção. Repetiu-se este procedimento duas
vezes e anotou-se a temperatura de ebulição.

3.4 Determinação da densidade

Utilizou-se dois béqueres de 25 ml com os devidos cuidados necessários (limpo


e seco). Colocou-se o primeiro béquer em uma balança analítica, em seguida
desconsiderou seu peso tarando a balança, posteriormente utilizando um pipeta
volumétrica transferiu para o béquer 20 ml da solução de acetona e anotou a massa
medida. No segundo béquer, realizando o mesmo procedimento anterior, transferiu para
o mesmo 20 ml de acetato de etila e anotou-se a massa.

6
4. DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Na primeira etapa do processo laboratorial, em que se pedia para realizar a


determinação do ponto de fusão da amostra A desconhecida, com auxílio do tubo de
Thiele preenchido com glicerina e submetido a fonte de calor do bico de Bunsen foi
observado que a amostra contida no tubo capilar começou a mudar de estado físico sólido
para o estado líquido a uma temperatura de 115°C, aferido no termômetro. Após repetir
o procedimento com a mesma amostra segundo as mesmas condições, observou-se que
esta iniciou-se a mudança de estado a uma temperatura de 117°C.

Realizou-se a comparação da temperatura auferida no momento da fusão com as


temperaturas dispostas na tabela 1 e foi verificado que o resultado obtido está em um
intervalo entre as substâncias: acetanilida e ácido benzóico. Em consulta com o monitor
de laboratório, descobriu-se que a amostra A é ácido benzoico. A discrepância entre as
temperaturas obtidas e a temperatura contida na tabela pode ser devido a pressão
atmosférica e aquecimento muito rápido da substância.

Tabela 1: Pontos de fusão de alguns sólidos

Sólidos Ponto de Fusão (°C)


Acetamida 82
Acetanilida 114
Benzofenona 48
Ácido Benzóico 122
Bifenilo 70
Ácido Láurico 43
Naftaleno 80
Ácido Esteárico 70
Fonte: Autoria própria

Na segunda etapa dos experimentos, em que se pedia para realizar a determinação


do ponto de ebulição da amostra B desconhecida, com auxílio do tubo de Thiele
preenchido com glicerina e submetido a fonte de calor do bico de Bunsen, observou-se o
aparecimento de bolhas que escapavam da parte inferior do tubo capilar e percorriam o
líquido, em seguida formou-se uma corrente bolhas constante, neste momento desligou-
se o bico de Bunsen. Aguardou-se o cessar das bolhas por completo e observou-se que
líquido moveu-se para dentro do tubo capilar, neste momento foi aferido o termômetro e
constatou-se a temperatura de 79°C, sendo esta a temperatura de ebulição. O movimento
do líquido para o tubo capilar indica que a pressão atmosférica é idêntica à tensão de
vapor do líquido, ou seja, a pressão existente no tubo é vencido pelo líquido analisado. O
7
mesmo procedimento foi repetido e aferiu-se a temperatura no termômetro e foi
visualizado a temperatura de 74ºC.
Comparou-se as temperaturas auferida com as temperaturas contidas na tabela 2
e verificou-se que a temperatura obtida se aproxima da temperatura do acetato de etila.
Em consulta com o monitor de laboratório confirmou-se que a substância desconhecida é
exatamente o acetato de etila, porém os resultados podem ser influenciados por erros dos
operadores, pressão ou aquecimento.
Tabela 2: Pontos de ebulição de líquidos.
Substâncias Ponto de Ebulição (°C a 1atm)
Acetona 56
Ciclo-hexano 81
Acetato de etila 77
Hexano 69
Álcool isopropílico 83
Álcool Etílico 85
Álcool n-propílico 97
Fonte: Autoria própria
Na terceira etapa dos procedimentos, após obter a massa das amostras de acetona
e acetato de etila, realizou-se o cálculo das densidades utilizando a equação 1.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 (1)
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
A massa em g obtida no primeiro béquer contendo acetona foi de 17,07 g.
17,07 𝑔
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑏é𝑞𝑢𝑒𝑟 1 = = 0,8535 𝑔/𝑚𝑙 (2)
20 𝑚𝑙
Utilizando a equação 1 calculou-se a densidade obtendo 0,8535 g/ml como
resultado, comparou-se o resultado da equação 2 com a densidade contida na tabela 3 e
constou-se que a densidade obtida está próxima do resultado tabelado que é de 0,780
g/ml.
A massa obtida no segundo béquer contendo acetato de etila foi de 19,15 g.
19,15 𝑔
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑏é𝑞𝑢𝑒𝑟 2 = = 0,9575 𝑔/𝑚𝑙
20 𝑚𝑙 (3)
Utilizou-se a equação 1 e obteve-se o resultado da equação 3 de 0,9575
g/ml, que comparado ao valore de densidade contida na tabela 3 para acetato de etila é de
0,901 g/ml. A variação dos resultados deve-se a temperatura, erros de paralaxe,
imprecisão na balança, entre outros.

8
Tabela 3:Densidade de líquidos.
Líquido P.E. (°C) Densidade(20°C)
Acetona 56 0,780
Metanol 65 0,792
Acetato de etila 76 0,901
Cicloexano 81 0,779
Isopropanol 83 0,787
Àgua 100 1,000
Isobutanol 109 0,803
Fonte: Autoria própria

5. CONCLUSÃO
Conclui-se a partir da temperatura obtida na determinação do ponto de fusão que
a amostra de sólido é de ácido benzóico. A partir da temperatura obtida na determinação
do ponto de ebulição da segunda amostra, conclui-se que a amostra desconhecida é o
acetato de etila. Os valores obtidos não foram exatamente igual aos valores contidos na
tabela 1 e na tabela 2, essa diferença nos valores da temperatura pode ter sido devido a
impureza dos compostos, falta de precisão na observação, diferença de pressão e
aquecimento rápido da amostra.

A determinação do ponto de fusão e ebulição é utilizada para verificar o grau de


pureza da substância ou a identificação de uma substância não rotulada, pois quanto mais
próximo as temperaturas medidas forem do valor teórico, mais pura é substância.

As propriedades físicas dos elementos também demonstram a lei periódica. As


densidades dos elementos está em função do número atômico. Para os elementos que são
normalmente gases, a densidade considerada é a do líquido na sua temperatura de
ebulição. As diferentes características estruturais influenciam na densidade da substância.
As densidades calculadas da amostra de acetato de etila e de acetona não foram iguais a
densidade contida na tabela 3. Isso deve-se a diferença de temperatura e pressão, erro de
precisão ou pesagem.

9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BROWN, Theodore; LEMAY, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E. Química: a ciência


central. 9 ed. Prentice-Hall, 2005.

FOGAÇA, Jenifer. “Ponto de fusão e ponto de ebulição”, Alunos Online Uol.


Disponível em: <http://alunosonline.uol.com/quimica/ponto-de-fusao-ponto-de-
ebulicao.html>. Acessado em 16 de julho de 2016.

MASTERTON, William L; SLOWINSKI, Emil J. & STANITSKI, Conrad L. Princípios


de Química, 6-ed. Traduzido por: Jossyl de Souza Peixoto. São Paulo: Livros Técnicos
e Científicos, 1990. 681p.

RUSSEL, J.B. Quimica Geral vol 1.2ª ed. ed. makron books. 2008. p (484- 486).

SOUZA, Líria Alves De. "Força intermolecular influi na temperatura e estado físico
da molécula?"; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/quimica/forca-intermolecular-influi-na-temperatura-
estado-.htm>. Acesso em 16 de julho de 2016.

10

Você também pode gostar