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coleção

11.º ano
ALMEIDA GARRETT

Frei Luís de Sousa

Andreia Sousa e Regina Carvalho

◆ Guia prático ◆
◆ Perguntas com respostas ◆
◆ Revisão para testes e exames ◆
◆ Exercícios com soluções ◆

A
Coleção Arrumar Ideias | Frei Luís de Sousa

Apresentação

© AREAL EDITORES
Os livros da coleção Arrumar Ideias constituem instrumentos de trabalho indispen-
sáveis para os alunos do Ensino Secundário que querem alcançar os melhores resulta-
dos no seu percurso escolar, permitindo-lhes compreender melhor as obras e os autores
do Programa.
Todos os livros estão organizados em perguntas e respostas, que conduzem a aten-
ção do aluno para as questões mais significativas respeitantes a cada obra e autor, em
particular para os tópicos de conteúdo do Programa, possibilitando, assim, um estudo
mais focado e consequente.
Para além da contextualização histórico-literária e da análise da obra, cada livro
inclui um guia de estudo e autoavaliação: um conjunto de questões-chave que permi-
tem arrumar ideias e fazer a revisão dos aspetos fundamentais de cada obra analisada.
As fichas de avaliação e os exercícios de escrita, no final do livro, permitem consoli-
dar a compreensão da obra e testar os conhecimentos adquiridos, através da realização
de exercícios semelhantes aos que habitualmente são realizados em diferentes momen-
tos de avaliação.
Todos os exercícios incluem propostas de resolução, que permitem ao aluno avaliar
os seus conhecimentos e ver como se faz, para que possa sentir-se mais seguro e bem
preparado para realizar com sucesso os testes de avaliação e o exame nacional.

Páginas onde são


Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa: tópicos de conteúdo do Programa
abordados neste livro
Contextualização histórico-literária. 6
A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica. 40
O Sebastianismo: História e ficção. 37
Recorte das personagens principais. 16
A dimensão trágica. 21
Linguagem, estilo e estrutura:
– características do texto dramático; 35
– a estrutura da obra; 34
– o drama romântico: características. 36

I S B N 9 7 8 - 9 8 9 - 76 7- 3 3 5 - 1

2
Índice
1. O autor e a obra .................................................................................... 4
2. Contextualização histórico-literária ......................................................6
3. Resumo da obra.....................................................................................8
3.1. Assunto do drama, ato a ato ...........................................................9
4. Análise da obra ................................................................................... 16
4.1. Recorte das personagens principais .............................................. 16
4.2. A dimensão trágica ........................................................................ 21
4.2.1. Características da tragédia clássica .................................. 21
4.2.2. O tempo: histórico e dramático ........................................ 24
4.2.3. O espaço: físico e dramático ............................................ 28
4.3. Linguagem, estilo e estrutura ......................................................... 31
4.3.1. Linguagem e estilo ........................................................... 31
4.3.2. Estrutura da obra: externa e interna ................................. 34
4.3.3. Características do texto dramático ................................... 35
4.3.4. Características do drama romântico ................................. 36
4.4. Sebastianismo: História e ficção .................................................... 37
4.4.1. D. Sebastião histórico ...................................................... 37
4.4.2. D. Sebastião mítico .......................................................... 37
4.4.3. O
 mito sebastianista em articulação com
os acontecimentos históricos ........................................... 38
4.4.4. O mito sebastianista em Frei Luís de Sousa .................... 38
4.5. A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica ......... 40
5. Guia de estudo e autoavaliação ......................................................... 42
6. Praticar ................................................................................................ 43
Ficha 1 – Verificação da leitura, ato a ato ............................................. 43
Ficha 2 – Ato I, cena III ......................................................................... 47
Ficha 3 – Ato I, cena IV ......................................................................... 48
Ficha 4 – Ato I, cena IX ......................................................................... 50
Ficha 5 – Ato II, cena VI ......................................................................... 51
Ficha 6 – Ato II, cena VIII ...................................................................... 52
Ficha 7 – Ato II, cena XI ........................................................................ 54
Ficha 8 – Ato III, cena I ......................................................................... 55
Ficha 9 – Ato III, cena VIII ..................................................................... 56
Exercício de escrita 1 ........................................................................... 58
Exercício de escrita 2 ............................................................................ 58
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Exercício de escrita 3 ............................................................................ 58


Exercício de escrita 4 ........................................................................ 58
Propostas de resolução ............................................................................... 59
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Coleção Arrumar Ideias | Frei Luís de Sousa

4.3.2. Estrutura da obra: externa e interna

© AREAL EDITORES
O texto dramático é constituído por

Atos Cenas

Na representação teatral, a divisão em Na representação teatral, a mudança de


atos corresponde à alteração do espaço cenas coincide com
onde decorre a ação, ou seja, equivale à a entrada e/ou saída de personagens
mudança de cenário. do palco.

◆ Estrutura externa

Qual é a estrutura externa de Frei Luís de Sousa?

Quanto à estrutura externa, Frei Luís de Sousa é uma obra que compreende três atos,
escritos em prosa, cada um dividido em cenas: Ato I, 12 cenas; Ato II, 15 cenas; Ato III,
12 cenas.

◆ Estrutura interna

A estrutura interna diz respeito ao modo como a ação está disposta ao longo da obra.
No texto dramático, normalmente, essa disposição apresenta-se em três momentos:

◆ Exposição ou Prólogo – momento inicial, em que as personagens são apresen-


tadas e são conhecidos os assuntos que precedem o tempo da ação;

◆ Conflito – conjunto de peripécias que fazem a ação evoluir;

◆ Desenlace – desfecho da ação dramática.

Qual é a estrutura interna de Frei Luís de Sousa?

Exposição/Prólogo Conflito Desenlace


◆ a presentação das persona- ◆ d esenrolar gradual da ação, ◆ d esfecho causado pelos
gens e relação entre elas; desde a decisão dos acontecimentos anteriores;
◆ e sclarecimento sobre os governadores até à cena da ◆ c atástrofe, consumação da
antecedentes da ação; tomada do hábito; tragédia familiar;
◆ p ressentimento de um ◆ p eripécias, tensões e ◆ s eparação do casal;
conflito. expectativas. ◆m  orte física de Maria.

[Ato I, cenas I a IV] [Ato I, cena V, a Ato III, cena IX] [Ato III, cenas X a XII]

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4. Análise da obra

4.3.3. Características do texto dramático


Frei Luís de Sousa é um texto dramático que só se realiza quando é representado.

Quais as principais características do texto dramático?


O texto dramático é constituído por dois tipos de texto que se complementam:

Texto principal Texto secundário

Composto pelas falas das personagens, Composto pelas didascálias, geralmente


em discurso direto e antecedidas dos em itálico e/ou entre parênteses, que têm
respetivos nomes, podendo assumir várias funções:
diferentes modos de discurso: ◆ listagem inicial das personagens;
◆ d iálogo – conversa entre duas ou mais ◆ informações sobre a estrutura externa
personagens; da peça (divisão em atos e cenas);
◆ monólogo – uma personagem, falando ◆ r eferências sobre o cenário e o
consigo mesma, expressa os seus guarda­‑roupa das personagens;
pensamentos e/ou sentimentos; ◆ indicações sobre a movimentação das
◆ a parte – réplica de uma personagem personagens em palco, as atitudes que
que não é ouvida pelas outras devem tomar, os gestos que devem fazer
personagens, destinando-se aos ou o tom de voz com que devem proferir
espectadores/leitores. as palavras/falas.

Exemplo da identificação das características do texto dramático, na cena VI, do


ato I, de Frei Luís de Sousa:

Cena VI
Jorge, Madalena, Maria e Miranda.
Texto principal Texto secundário
⇣ Miranda – Meu senhor chegou: vi agora ⇣
falas das daquele alto entrar um bergantim que é didascálias
personagens ⇣
por força o nosso. Estáveis com cuidado:
⇣ informações sobre:
5 e era para isso, que já vai a cerrar-se a
– d iálogo entre – e strutura externa
Miranda e
noite… Vim trazer-vos depressa a notícia. (indicação da cena);
Madalena e entre Madalena – Obrigada, Miranda. É extraor- – personagens
Madalena e Jorge; dinária esta criança: vê e ouve em tais intervenientes;
– a parte de Jorge, distâncias… (Maria tem saído1 para o – movimentação das
destinado ao 10 eirado, mas volta logo depois.) personagens;
público, Jorge – É verdade. (À parte.) Terrível sinal ­– modo como as falas
comentando a naqueles anos e com aquela compleição! são proferidas.
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observação de
Madalena. 1
tinha saído.

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Coleção Arrumar Ideias | Frei Luís de Sousa

Quem se opõe à ideia do regresso de D. Sebastião e porquê?

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Personagens Fundamentação Exemplificação
A batalha de Alcácer Quibir só provocou «depois daquela funesta jornada de África
sofrimento e uma alteração brusca na que me deixou viúva, órfã e sem ninguém…
sua vida. sem ninguém, e numa idade… com
dezassete anos!». (Ato I, cena II)
O desaparecimento do primeiro marido «Tudo foi inútil; e a ninguém mais ficou resto
levou Madalena a empreender buscas de dúvida…». (Ato I, cena II)
que se revelaram infrutíferas.

Madalena A possibilidade de D. João regressar «…este medo, estes contínuos terrores que
ensombra a felicidade da personagem. ainda me não deixaram gozar um só
momento de toda a imensa felicidade que
me dava o seu amor».
(Ato I, cena I)
O regresso de D. João tornaria ilegítima «O que há de ser dela e de nós? Não a
sua filha Maria, por ter nascido de um perdes, não a matas… não me matas a
amor proibido, do adultério. minha filha?».
(Ato I, cena II)
Através das palavras de Maria, o «Meu pai, que é tão bom português (…) em
regresso de D. João de Portugal, ouvindo duvidar da morte do meu querido rei
associado ao regresso do rei, desagrada D. Sebastião… ninguém tal há de dizer, mas
a Manuel, ainda que não o verbalize. põe-se logo outro, muda de semblante, fica
Manuel de pensativo e carrancudo: parece que o vinha
Sousa afrontar, se voltasse, o pobre do rei.».
Coutinho (Ato I, cena III)
Como homem racional que é, parece não «Rezaremos por alma de D. João de Portugal
temer o regresso de D. João, porque nessa devota capela que é parte da sua
acredita (ou quer acreditar) que está casa.».
morto. (Ato I, cena VIII)

4.5. A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica


Em Frei Luís de Sousa são evidenciados os valores do patriotismo e da liberdade,
reflexo dos ideais liberais e do Romantismo que marcam a época da escrita da peça.
Com o Romantismo, a literatura passa a estar ao serviço da afirmação do patrio-
tismo e adquire um caráter pedagógico.
Desta forma, Almeida Garrett recorre a figuras e acontecimentos históricos para levar o
público a refletir sobre a situação politica, social e literária da sua época: a instabilidade
política, marcada pela guerra civil (1828-1834) entre absolutistas e liberais.
O autor, referindo-se à sua época, regista na “Memória ao Conservatório Real”, que
«a sociedade de hoje ainda não sabe o que é»; por isso, pretende, através desta obra,
intervir junto do público, dirigir-se às «plateias gastas e caquéticas» e despertar-lhes
sentimentos intensos, responsabilizando-as pelo devir histórico.

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1. Análise da obra

Para que figuras e acontecimentos históricos o autor remete na peça?


◆ a batalha de Alcácer Quibir (1578);
◆ o desaparecimento de D. Sebastião nessa batalha;
◆ a crença popular nascida em torno da ideia do regresso de D. Sebastião;
◆ o domínio filipino de 1580 a 1640 e os sentimentos de humilhação e de
perda de identidade nacional;
◆ a recusa e a resistência de muitos portugueses à ocupação castelhana.
Como se manifesta a dimensão patriótica em Frei Luís de Sousa?
A dimensão patriótica

◆ o patriotismo e a nobreza de Manuel de Sousa Coutinho na resistência à ocupação dos governado-


res castelhanos do seu palácio, através do incêndio que provoca;
◆ o entusiamo e o orgulho manifestados por Maria e Telmo face ao exemplo de honra e de heroísmo
de Manuel de Sousa Coutinho;
◆ o sebastianismo de Telmo e de Maria, ou seja, a crença no regresso de D. Sebastião e na conse-
quente libertação e ressurgimento dos valores da pátria.

Em que consiste a expressão simbólica do patriotismo em Frei Luís de Sousa?


A expressão simbólica do patriotismo

◆ equivalência entre a situação de instabilidade nacional no tempo de Almeida Garrett (século XIX,
guerra civil entre absolutistas e liberais; cabralismo) e a vivida no tempo da ação (século XVI,
ocupação castelhana);
◆ urgência de reencontrar, no século XIX, o orgulho de ser português;
◆ crítica ao poder absolutista vigente no século XIX;
◆ atitudes de recusa e de resistência ao absolutismo e à ditadura cabralista (1842-1846).

Quem assume, na peça, a expressão simbólica do patriotismo?

◆ Manuel de Sousa Coutinho representa a luta pela liberdade, o patriotismo e a


ânsia de ressurgimento do País;
◆ Maria simboliza o combate à tirania dos governantes e a revolta contra as normas
instituídas;
◆ D. João de Portugal representa o passado, a época gloriosa dos Descobrimentos,
mas também o presente, a pátria sem identidade, decadente.
Em síntese
Almeida Garrett recorre a factos históricos do fim do século XVI, à época da dinastia
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filipina em Portugal, a fim de tecer uma crítica à situação política que se vivia no seu
tempo. Neste sentido, a dimensão patriótica e o seu simbolismo, em Frei Luís de Sousa,
estão intimamente associados à atitude de intervenção política do escritor contra o auto-
ritarismo cabralista do século XIX.
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