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TRANSIÇÃO DA FILOSOFIA GREGA PARA A FILOSOFIA MEDIEVAL E

TEXTO 1: TRANSIÇÃO DA FILOSOFIA GREGA PARA A FILOSOFIA


MEDIEVAL

No que concerne ao apontamento das diferenças doutrinárias entre a Filosofia Grega


e a Filosofia Medieval, surgem pontos de convergência e divergência que merecem destaque no
estudo da matéria. A Idade Média suscita um movimento reacionário, o qual abandona o
Antropocentrismo da Filosofia Grega e retorna a explicação das coisas com base numa
existência mística superior, no caso, o Cristianismo.
Na prática, com o início do Período Medieval, a Filosofia passou a ser gerida pelo
Cristianismo, para Deus! As teorias éticas, como o jusnaturalismo, passam a ter uma delineação
nova. Criam-se adaptações das correntes filosóficas com esse novo enfoque divino. Ora, o
Direito Natural que tratava de regras presentes na natureza do homem enquanto indivíduo,
produz, nesse enfoque, material imbuído de religiosidade. Surge o Direito Natural Teológico e
este transfere a legitimidade das leis naturais da natureza do homem, enquanto existência
independente, para Deus! O homem é visto como criação de Deus, por isso, e, só por isso, goza
de direitos diferentes dos demais animais. Vejam, o arcabouço filosófico antigo não é
negligenciado, a expressão correta seria “reciclado”. Existe o aproveitamento de toda a filosofia
produzida no período Clássico e Helênico da Grécia, o qual é adaptado sobranceiramente ao
Teocentrismo.
Outra prática absorvida pela transição do eixo cultural filosófico da Grécia para o
pensamento medievo no Cristianismo, foi a aplicação da hermenêutica aos textos sagrados. Foi
criada uma corrente católica de compreensão bíblica, do novo e do antigo testamento, que não
mais passava pela interpretação literal dos escritos, mas sim, pela interpretação alegórica. Essa
nova maneira de ler e absorver os ensinamentos religiosos já havia sido reproduzida na Grécia,
com os gregos que se recusavam a acreditar que os feitos dos deuses remetiam a execução
simples dos atos austeros presentes nos textos religiosos. Pensava-se que Deus, ou as Entidades
Místicas da Cultura Grega falavam por meio de figuras de linguagens, restando ao clérigo
interpretar e repassar aos não iniciados, ou menos estudiosos, a abrangência das palavras
sagradas.
Nesse diapasão, ficou assentado que o período de transição da Filosofia Grega para a
Filosofia Medieval foi um período de absorção e adaptação de matéria já trabalhada e exaurida.
Não obstante, foi dado uma nova roupagem e interpretação dos conhecimentos herdados pela
cultura medieval, sempre com enfoque no Teocentrimo.
TRANSIÇÃO DA FILOSOFIA GREGA PARA A FILOSOFIA MEDIEVAL E
TEXTO 2: O ERRO DA CHANCELA “IDADE DAS TREVAS” AO PERÍODO
MEDIEVAL

Há que se entender que o termo Idade das Trevas, chancelado pelos Iluministas ao
Período Medieval, não tem a legitimidade que se supunha até anos atrás. O período Medieval
foi cultivador das mais diversas produções filosóficas e científicas, criador das Universidades,
introduziu métodos modernos de aprendizagem e educação que representaram a semeadura da
educação que cultivamos e colhemos até os dias de hoje.
A educação medieval introduz um método de educação instintiva de preparação
contínua do indivíduo nas idades que compreendem desde a infância até a idade adulta. A
introdução das sete artes liberais com a aplicação do trivium e quadrivium: gramática, retórica
dialética, aritmética, geometria, astronomia e música cediam o arcabouço intelectual necessário
para alçar a chamada Educação Superior: representada pela teologia, direito e medicina.
Cumpre informar que a essa época surgiram as correntes filosóficas da Patrística e
Escolástica, as duas filosofias criadas por homens da igreja para os cristãos, nesse diapasão os
mais diferentes temas religiosos foram observados sob a influência herdada da Filosofia Grega:
foram discutidas questões como determinismo divino, livre arbítrio, salvação do homem pelo
divino. A filosofia medieval acolheu a filosofia Grega e as redefiniu para a Teoria Teocêntrica.
Por derradeiro, podemos citar, também, os mais diversos cientistas e teóricos que
construíram seu espaço na história, e emergiram da idade Medieval até a atualidade, por mérito
das suas pesquisas e descobertas. Como exemplo do caso narrado podemos citar o físico e
religioso Jean Buridan que apresentou a teoria sobre o movimento de inércia dos corpos
celestes.
Esse período tão rico, não poderia ser reduzido a um termo pejorativo como foi.
Entendemos que a revolução cultural progressista, apressou-se para apartar e desqualificar ao
período que o antecedeu, a fim de se emancipar, o quanto antes, das influências do período
medievo. Não obstante, cumpre informar que a riqueza filosófica, educacional e científica
também se fez presente nessa época, e refuta, peremptoriamente, qualquer depreciação.

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