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Resumo
1. Introdução
Educação. Na última edição do Ideb (2017), no ensino médio nenhum estado atingiu
a meta, além disso, cinco estados brasileiros apresentaram redução no valor da
avaliação.
Internacionalmente os resultados parecem ser piores, na última edição do
Pisa, a pesquisa analisou 70 países, incluindo o Brasil, tendo 23.141 estudantes
brasileiros de todas as unidades da Federação participaram da avaliação. Divulgados
no terceiro trimestre de 2016, os resultados não são muito animadores para o Brasil:
59º lugar em leitura, 63º em ciências e 65º em matemática. Esses números foram
formados a partir da avaliação em instituições de ensino públicas e particulares.
Os dados das avaliações nos mostram que nossos jovens não estão
aprendendo conhecimentos básicos e fundamentais para que possam exercer
plenamente sua cidadania como recomenda a LDB. É consenso entre os professores
da educação básica que seus alunos estão desmotivados e sem perspectiva quanto
a finalidade do papel da vivência escolar em suas vidas, e diante dessa realidade,
muitos professores acabam se desmotivando também, o que torna o problema da
educação ainda mais complicado de ser contornado.
Temos notado dessa forma, que o processo de ensino e aprendizagem sofre
reflexos das transformações socias, o ritmo acelerado de produção e divulgação de
informações e conhecimento, a forma como nos comunicamos, as inovações
tecnológicas, todas essas mudanças criam novas percepções juntamente com novas
necessidades onde a escola deverá acompanhar essas exigências.
Nesse novo cenário, entendemos que o ensino tradicional não é motivador e
sua perspectiva não faz sentido nesta sociedade de rápida produção de
conhecimento. A função do professor nesse novo cenário é promover através da
mediação o engajamento do aluno no processo de ensino e aprendizagem de forma
que ele de forma ativa construa habilidades e domine ferramentas que o possibilite
interpretar novos conteúdos, ter criticidade sobre aquilo que é ensinado. Sendo assim,
o objetivo desse trabalho apresentar as potencialidades do uso de metodologias ativas
para o engajamento dos estudantes no processo, educacional, assim como melhoras
seus resultados.
As dificuldades encontradas no ensino de Física devem ser consideradas
desafios a serem superadas especialmente com o uso de inovações que acompanhe
esse desenvolvimento, atribuindo aos professores novas competências, alterações de
concepções vislumbrando assim um novo sentido ao fazer docente, como afirma
Rogers citado por Moreira
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2. As metodologias ativas
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Figura 01: (a) Exemplo de um cartão de resposta (flashcard) com a letra “A” representando a
alternativa escolhida. (b) Receptor de radiofrequência USB e sistema remoto de resposta (clicker).
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Para Araújo e Mazur (2013), a IpC está de acordo com os muitos pressupostos
vygotskyano, pois promove uma interação qualificada nos espaços de aprendizagem,
colocando o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem, proporcionando a
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sociais em funções mentais. Fica claro nessa passagem que a interação social, que
tem a fala como o mais importante conjunto de signos deve ser influenciada nos
espaços de aprendizagem sempre que possível.
Se para Vygotsky a interação social é fundamental para o desenvolvimento
cognitivo, e a escola tem um papel fundamental nessa perspectiva pois é o lugar de
se promover essa interação qualificada dos alunos com seus pares e com o meio,
estando então de acordo com seus pressupostos, a presença de adultos mais
experientes que no caso do ensino, seria o professor que inicialmente irá compartilhar
de forma mediada dentro da ZDP os signos ou significados já aceitos na comunidade
científica.
Ainda de acordo com Vygotsky, citado por Moreira (1999, p. 116) a mediação
deve ocorrer dentro da zona proximal ZPD de desenvolvimento dos alunos que é a
distância entre o nível cognitivo real dos alunos (aquelas habilidades que eles já
sabem utilizar para resolver problemas) e o nível de conhecimento potencial
(capacidade de resolver problemas sob supervisão de um adulto), aulas elaboradas
com nível de dificuldade dentro da zona de desenvolvimento real não colaboram com
a aprendizagem, dessa forma, é necessário que as aulas sejam elaboradas dentro da
zona de desenvolvimento potencial com a mediação de um professor. Podemos
concluir que o professor mediador deve conhecer previamente as concepções dos
alunos, para promover intervenções que efetivamente possa possibilitar novas
aprendizagens e nesse aspecto o ponto um do EsM poderá colaborar já que os alunos
deverão dar um feedback que servirá como entendimento de um nível cognitivo e
assim mediar atividades colaborativas para alcançar níveis cognitivos potenciais.
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para as duas turmas assim como o professor que aplicará a SD em cada turma será
o mesmo. A respeito da avaliação da metodologia, pode-se aplicar o ganho de Hake1
que para ser calculado depende de dois testes, um no primeiro encontro, antes de
qualquer aula, e outro no fim da SD.
6. O material instrucional
Sugerimos aqui, uma SD que poderá ser aplicada em turmas do terceiro ano
do Ensino Médio, em um total de 10 encontros de duas aulas cada um, poderá contar
com as seguintes atividades para o momento inicial de cada encontro: explanação
expositiva sobre a proposta da SD por meio de lousa e pincel, utilização de prisma
para observar o espectro solar, possibilitando propor perguntas que promova o
engajamento e discussão entre os pares, veja a figura 02 a seguir
1
A literatura internacional nos mostra que as aulas tradicionais, tipicamente, têm um ganho
normalizado entre 0,1 e 0,2, e os métodos de aprendizagem interativa, no qual o Peer Instruction se encaixa, têm
um ganho entre 0,49 e 0,74 (HAKE 1998 apud ARAÚJO; MAZUR, 2013).
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7. Resultados e discussões
Considerações Finais
Para Barra et al. (2017), em seu trabalho, analisando a motivação dos alunos
nas aulas com metodologia IpC, ainda que os resultados não tenham sido como o
esperado, pode-se citar diversas contribuições em aulas ministradas com
metodologias ativas, até mesmo ao ponto de se observar alunos estereotipados como
apáticos tomarem postura participativa se envolvendo no processo de ensino e
aprendizagem durante toda a atividade, despertando então o interesse até mesmo
deste perfil de aluno.
Talvez se justifique que os resultados positivos seriam resultados de ambiente
colaborativo criado quando os alunos estudam assumem participação ativa na
construção do conhecimento ao discutem diversos temas em grupo. Além disso,
depois de responder uma questão (e errar), o aluno estaria mais propício para ouvir
tanto o professor quanto seus colegas. O desafio e o propósito do Peer Instruction,
portanto, seria mobilizar o aluno se engajar nos estudos.
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Referências
ARAÚJO, I. S; MAZUR, E., Instrução pelos colegas e ensino sob medida: uma
proposta para o engajamento dos alunos no processo de ensino aprendizagem
em física. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 30, n. 2: p. 362-384, ago. (2013).
SANTOS; ARAÚJO; VEIT. Uma sequência didática sobre ondas com os métodos
Instrução pelos Colegas (Peer Instruction) e Ensino sob Medida (Just-in-time
Teaching). Texto de apoio ao professor de Física. V. 27, n.5: (2016)
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