Você está na página 1de 3

AS TRÊS JÓIAS

O título deste artigo se baseia nas


Três Jóias Budistas: Buddha, Dharma e Sangha, comecemos com elas então:
Tomando refúgio ou se apoiando nas Três Jóias (em sânscrito, Triratna) o budista
alcança a energia e disposição para mudar o que pode ser modificado, consegue a
coragem e a serenidade para aceitar o que não pode ser alterado, e obtém o
discernimento para distinguir uma coisa da outra.

O Buddha é o homem desperto ou iluminado que tomou plena consciência do


significado da vida e do caminho que liberta o ser humano do sofrimento. Tomamos
refúgio no Buda por ser ele o Sábio, o Conhecedor de tudo, aquele que com sua
Compaixão indica ao homem o Caminho que o aliviará da angústia e do sofrimento.

O Dharma é a Doutrina que expõe a Lei Suprema que fundamenta e rege toda a
existência e que, quando compreendida e assimilada, liberta o homem do sofrimento e
lhe proporciona a mais profunda e inquebrantável paz de espírito. Tomar refúgio no
Dharma é assumir o compromisso de aprender com constância e assiduidade, ou seja,
ser um Eterno Aprendiz.

A Sangha é a Comunidade formada pelos fiéis discípulos do Buda, que vivem no seio da
sociedade maior, em harmonia e fraternidade, respeitando a Vida, em todas suas
manifestações, sempre assíduos em ouvir o Dharma e sempre prontos para transmitir
sua fé, o amor e a compaixão aos demais.

Vejamos o que nos diz Joseph Goldstein, em "The Experience of Insight":

"Tomar refúgio no Buda significa reconhecer a semente da iluminação que está dentro
de nós mesmos, a possibilidade de libertação. Também significa tomar refúgio naquelas
qualidades que o Buda corporifica; qualidades como destemor, amor e compaixão.
Tomar refúgio no Dharma significa se abrigar na lei, no modo como as coisas são. É
reconhecer nossa submissão à verdade, permitindo que o Dharma se desdobre dentro
de nós. Tomar refúgio na Sangha significa aceitar o suporte da comunidade, de todos
nós ajudando uns aos outros em direção à iluminação e à liberdade."
LUZ, PAZ E AMOR

Nós que bebemos o Vegetal e temos apreciação pelos ensinamentos do Mestre Gabriel
devemos estar muito atentos ao simbolo da União, que é a Luz, a Paz e o Amor.

Dentro de um contexto livre de entendimento podemos receber grandes benefícios ao


associar essas três pérolas do Mestre Gabriel com as Jóias Budistas, sendo:

Luz = Buddha = A fonte original de inspiração que palpita no mais profundo de nosso
próprio coração. Ao bebermos o Vegetal abençoados com os ensinamentos da União do
Vegetal temos por costume invocar o Mestre Caiano, o primeiro hoasqueiro, o
hoasqueiro sem fim, a Natureza Divina mesmo, que vive e palpita em cada estrela
assim como dentro de cada um de nossos átomos. É essa Luz, nossa própria natureza
búdica, que vibra intensamente no tempo de burracheira, e sem dúvida é ela que nos
anuncia o caminho (dharma), clareia, equilibra e nos orienta.

Paz = Dharma = É na força da burracheira que somos impelidos, pela compreensão ou


pela pêia, a adotarmos um estilo de vida de correção, de conduta reta, de
transformação, de sermos espelhos límpidos para os demais. Essas virtudes e valores
encontramos dentro de nós mesmos, inspirados pelos trabalhos, pelas chamadas, pelas
musicas, pelas orientações, pelas práticas, etc. Todo esse conjunto de eventos e
situações em União nos traz a paz de um coração tranquilo que sabe viver, que sabe o
que esta fazendo, que tem cada dia mais consciência de fazer o bem sem ver a quem.

Amor = Sangha = Após a tempestade vem a bonança, que é quando sentimos a bem-
aventurança em nossos corações e com ela o sentimento intenso de compartilhar o que
estamos recebendo com nossos irmãos e com todos os seres. Com o tempo o Vegetal
vai nos curando, corrigindo, eliminando as pedras, fazendo assim com que brote do
mais íntimo o amor por todos os seres, o amor pela sangha, pela familia, pelos
companheiros de caminho.

A primeira vez que eu tive esse entendimento pensei assim: "Será que o Mestre Gabriel
era budista e ninguem sabia?"... "Será que o Buddha bebia vegetal sem ninguém
saber?"... "Será que o caminho pode ser sintetizado nesses 3 degraus?"... "Será que em
outros ensinos também há essas 3 jóias?

E assim fui reflexionando e encontrando muitos outros entendimentos interessantes:

Sol, Lua, Estrelas - No Santo Daime ou ainda nas culturas nativas...

Fogueira, Tartaruga, Tenda - No Temaskal...

Verdade, Beneficio, Utilidade - Nas três peneiras atribuídas à Sócrates...

Aprenda a Técnica, Domine a técnica, Esqueça a Técnica...

E muitas outras configurações de entendimento foram aparecendo até que me dei conta
que estava quase me perdendo no intelectualismo e deixando escapar o mais
importante... foi ai que busquei a orientação necessária para que um entendimento
prático no meu dia a dia, reconhecendo as três jóias tanto no macro quanto no micro,
tanto no aspecto mais profundo da espiritualidade quanto nos atos mais simples do
cotidiano.
- Se estivermos dedicados a tomar o refúgio buddhista que busquemos o pleno
entendimento de como nos comportar perante nossos votos;

- Se estivermos participando de uma sessão com o vegetal, que busquemos a mística e


a confiança adequada para que a Luz da burracheira nos abençõe, esperar o que há de
vir, reconhecendo a vontade de Deus, estando em uma atitude totalmente receptiva
para absorver os ensinamentos, para que eles sejam gravados em nosso coração,
focando sempre em fazer o bem e dedicar tudo que recebermos para o bem de todos os
seres;

- Se estivermos lendo um livro, ter a concentração adequada para que a Luz Íntima de
nossa própria consciência seja estimulada e alimentada por aquele ensino, absorvendo
o conhecimento e a sabedoria necessária para nossa caminhada e dedicar o mérito de
tudo o que aprendermos para podermos beneficiar mais e mais pessoas;

- Se recebemos um troco a mais na padaria, reconhecer a Luz da honestidade que


falará em nossa consciência, proceder de acordo com os ensinamentos que temos
recebido e assim devolver o troco para que tenhamos paz com o fato, e assim exercer o
amor de fazer o bem para o proprietário do estabelecimento;

- Se nos pedirem um conselho refletir dentro da Luz, da Paz e do Amor para orientar
aquele irmão com a inspiração divina adequada, com palavras de ordem prática que
possam ser bem entendidas trazendo paz aquele irmão, isso sempre com um
sentimento nobre de querer verdadeiramente o bem;

- Se estivermos realizando uma prática espiritual, uma oração, um mantran, sempre


lembrarmos de agradecer, de pedir perdão e de pedir forças para melhorar. Toda
prática será efetivamente muito mais poderosa de for temperada com a mística, com a
atenção, e com o real sentimento de que todos os seres sejam beneficiados com aquela
prática;

- Se estivermos em uma situação problemática, uma crise, uma briga, um conflito, etc.,
devemos também buscar a reflexão dentro das três jóias, pode não ser simples, mas é
perfeitamente possível.

Há muito para se refletir e ainda muito mais para se colocar em prática.

Com Luz-Buddha, Paz-Dharma e Amor-Sangha.

Luis Pereira

http://www.universomistico.org/s/as-tres-joias.html

Você também pode gostar