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PROGRAMA DIA DAS MÃES

CHÁ DA TARDE
10/05/2020

MULHER CRISTÃ EM MISSÃO


PALAVRA:
Você com certeza já ouviu falar nela: a Mulher Maravilha. Criada nos Estados Unidos com o nome
de Wonder Woman, foi a primeira super-heroína das histórias em quadrinhos criadas pela DC
Comics e apareceu pela primeira vez em All Star Comics, em 8 de dezembro de 1941. A partir daí
virou filme e outras coisas mais. Os poderes da Mulher Maravilha, conforme descritos nos filmes e
desenhos são impressionantes:
– Força física, invulnerabilidade, resistência corporal, capacidade de voo, agilidade, reflexos
rápidos, velocidade, audição acima da média, empatia com animais, fator de cura, imunidade a
lesões e controles mentais, imortalidade, capacidade de falar todos os idiomas, resistência ao fogo,
mestre em combate corpo a corpo, habilidade com armas, pilotagem, entre outros poderes
incríveis e sobre humanos. Pura fantasia. Um faz de conta sem fim.
Mas sabe o que é pior? Há mulheres por aí com síndrome de “mulher maravilha”. Acham que tem
que dar conta de tudo, ser as melhores profissionais do mercado, manter-se lindas e impecáveis
com um sorriso branco e sem rugas colado no rosto 24 horas por dia, e ostentar um corpo perfeito,
magro e simétrico. Por que pensam assim? Vamos analisar.
O mundo passou por mudanças radicais no século passado e as mulheres tiveram seu papel na
família e na sociedade completamente alterado. Elas passaram a competir no mesmo nível dos
homens pelas vagas do mercado de trabalho, ficando horas fora de casa e adiando a opção de ter
filhos. E, quando eles nascem, o cuidado dedicado a eles fica restrito a umas poucas horas vagas.
Aquela imagem do passado, da mulher prendada, boa cozinheira, caprichosa com a limpeza e,
acima de tudo, amável com o marido e com os filhos é hoje vista com deboche. É uma imagem
evitada a qualquer custo e vista como um retrocesso. Sem dúvida esse é o quadro atual.
E aí, isso é bom ou é ruim? Vou usar um fato que aconteceu comigo, alguns anos atrás, e que me
abriu os olhos com relação a esse assunto, mais especificamente na mudança do papel da mãe no
ambiente familiar.
Foi no dia 31 de outubro de 2002 que Suzane Richthofen abriu a porta da mansão da família, no
Brooklin, em São Paulo, para que os irmãos Daniel e Christian Cravinhos entrassem. Depois disso
eles foram para o segundo andar do imóvel e mataram Manfred e Marísia, pais de Suzane, com
marretadas na cabeça. O objetivo do crime: dividir a herança de Suzane. Já reparou como este tipo
de notícia se multiplicou na última década? Já perdi as contas das histórias, uma mais pavorosa que
a outra.
Pois bem, pouco tempo depois do caso Richthofen, levei minha filha, na época com 4 ou 5 anos,
para brincar no parquinho do bairro onde morávamos. Conhecíamos uma menina que, todos os
dias, ia ao parque com sua babá. Mas naquele domingo, ao levar minha filha para suas brincadeiras,
vi a pequena garota chegar com outra mulher. Resolvi me aproximar e perguntar se ela era a mãe
da amiguinha da minha filha. Não, não era. Era a babá dos finais de semana.
Qual a relação que há entre esse fato e o crime mencionado acima? Por favor, entenda que não
estou justificando a atitude odiosa daqueles assassinos. Mas pense comigo, qual a afinidade que
filhos desenvolvem com pais se esses não são presentes, carinhosos e atenciosos? Se estão mais
preocupados em acumular fortuna do que em gastar tempo com as pequenas necessidades de seus
filhos? Que tipo de sentimentos os filhos terão por seus genitores se apenas recebem deles
compensações materiais? Que tipo de filhos estamos criando se somos totalmente ausentes na
criação deles e se ensinamos, com nossa postura, que os bens materiais estão acima de qualquer
coisa? Se continuarmos com esse tipo de postura, temo que o futuro nos reserve mais e mais
histórias criminosas que envolvem pais e filhos.
Aquela menina que eu via todos os dias no parquinho tinha roupas de marca, frequentava um
ótimo colégio e tinha os brinquedos mais modernos antes de todas as outras crianças. Mas não
passava de uma “pobre menina rica”.
Hoje o mundo está cheio de “mulheres maravilhas” que estão por aí, alimentando suas
“necessidades” pessoais de status, gastando tempo em excesso com sua aparência física e com o
pouco tempo que resta estão criando “pobres crianças ricas”. Não sei se você concorda comigo,
mas insisto em dizer que nossos filhos não querem coisas, querem a nossa presença, o nosso
tempo, querem o nosso amor, o nosso toque, o nosso interesse, o melhor de nossas forças, o
máximo da nossa sabedoria. Não querem uma “mulher maravilha”, querem uma “mulher de carne
e osso”, presente, bem ali do lado deles.
O Dia das Mães está aí e é um bom momento para refletirmos sobre isso.

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